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Page 1: Antimatéria Oito

Toda a Informação referente às actividades realizadas e futuras

Pág. 12-15

PELOUROS

FESTA DAS LATAS 2010PÁG. 10-11

João Gabriel SilvaEleito Novo Reitor da UC

Pág. 4

O Novo Acordo OrtográficoPág. 17

CIÊNCIA2010 - O Ano da Astronomia

Pág. 3

UNIVERSIDADE OPINIÃO

Page 2: Antimatéria Oito

jornal Anti-Matétia MARÇO 2011

2

Ano de 2011.Dois meses passados.

Estado: Revolta no Magrebe, crise

económica portuguesa, constante es-

peculação sobre a entrada do FMI em

Portugal, reeleição do actual Presiden-

te da República, mudança de treina-

dor na Académica-OAF, novo Reitor

da Universidade de Coimbra, toma-

da de posse dos novos corpos geren-

tes da DG/AAC, eclipse parcial do sol

(com pelo menos mais cinco eclipses

previstos para o resto do ano) e an-

tecipação da data do fim do mundo.

Como se diria na

gíria portuguesa, pare-

ce o “fim do mundo”

e enquanto vivemos constantemen-

te preocupados com o nosso umbigo,

o planeta revira-se em mil acções e

acontecimentos que mudam o dia-a-

-dia de milhões e milhões de pessoas.

Apesar de serem assuntos com os

quais somos confrontados todos os dias

e que já tanto ouvimos falar, é impor-

tante saber qual a visão e opinião dos

alunos do departamento (e não só!)

sobre estes. Numa versão totalmen-

te remodelada do Anti-Matéria (novo

design incluído) pretendemos diver-

sificar os temas abordados pelo jornal

do NEDF/AAC, dando também a cada

pelouro um pequeno espaço para di-

vulgação, informações e exposição de

algumas actividades já desenvolvidas.

Temas como a Festa das Latas, a elei-

ção do novo Reitor da UC, Astronomia,

o programa de mobilidade ERASMUS

e o novo acordo ortográfico são alguns

dos temas abordados neste Anti-Maté-

ria, que julgamos ter tanto de diversifi-

cado como de pertinente. É ainda pos-

sível termos um visão de como foi o 20

de Fevereiro na ilha da Madeira (uma

vez que fez um ano desde que se abateu

sobre a região, uma grande catástrofe)

bem como as actividades desenvolvidas

por duas grandes estruturas sediadas

no Dep. Física, jeKnowledge e o Cen-

tro Ciência Viva Rómulo de Carvalho.

As artes assumem como sempre

um papel determinante, estando in-

cluídas as habituais crónicas cine-

matográficas e musicais, acrescen-

do ainda uma pequena volta pelo

mundo televisivo e dos videojogos.

Diversos temas concatenados num

simples jornal de 24 páginas e que

esperamos que assuma um papel re-

levante na comunidade do Departa-

mento em que “vivemos”. É impor-

tante ter espírito critico e visionário

e assim esperamos que na próxima

edição esteja incluído o teu artigo!

N. L.

F I C H A T É C N I C A

Redactores: Nuno Lopes, Hugo Ferreira, Luís Rodrigues, João Lima, Hugo Moreira,

Marco Costa, David Bento, Ernesto Costa, André Miraldo, Gabriel Campos, João

Anastácio, Ana Cortez, Ana Margarida, Cristiana Francisco, Pedro Vaz, Danilo

Jesus, Leonel Gomes, João Borba, Rui Venâncio.

Grafismo e Paginação: Vítor Hugo Alves.

Produção: Pelouro da Informática/Divulgação do NEDF/AAC - Vítor Hugo Alves,

Rui Venâncio, João Borba.

Revisão: João Borba, Sara Barbosa, Nuno Lopes, Rui Venâncio, Vítor Hugo Alves.

Propriedade: NEDF/AAC

Email: [email protected], [email protected]

Site: www.nedf.org

Sede: Rua Larga, Departamento de Física, Sala B13, 3004-516 Coimbra

E D I T O R I A LNUNO LOPESAluno de Mestrado Integrado em Engenharia BiomédicaPresidente do NEDF/AAC

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MARÇO 2011 jornal Anti-Matétia

Se 2009 foi celebrado como o ano internacional da astrono-mia, foi em 2010 que se sucede-

ram as descobertas mais estranhas e mais fascinantes da sua história. Nes-te artigo faz-se referência a algumas das descobertas que desafiam as teorias mais acei-tes da astronomia.

Neste ano, obser varam-se objectos e siste-mas solares que não deveriam s e q u e r exis-

tir, pelo menos segundo as nossas teorias, e que estão a forçar-nos a reescrever os livros de astronomia. É exemplo disso a estrela R136a1. O nome pode não ser sugestivo, mas esta estrela é massiva, estimando-se que tinha 320 massas solares quando nasceu e é 10 milhões de vezes mais

brilhan-te que o sol. A sua m a s -

sa é, na verdade,

o dobro da massa máxima

de uma estrela está-vel estimada pela teo-

ria. Com tal massa, e seguindo a teoria, a estrela deveria ter colapsado num buraco negro antes de iniciar reacções nucleares. Por muito gran-

de e brilhante que seja, a sua vida vai ser curta na ordem dos 2 milhões de anos (por compara-

ção o sol irá viver um

total de apro-x i -m a -

damente 10 mil milhões de anos).Mas se as estrelas surpreende-

ram, o que resta da sua morte tam-bém. Uma estrela de neutrões foi encontrada a 3000 anos-luz da Terra e a sua massa desafia as teorias so-bre o colapso de estrelas de grande massa, uma vez que com uma mas-sa que é o dobro da do sol, deveria ter-se tornado um buraco negro.

Uma outra estrela de neutrões, mais conhecida como magnetar (estrela com um dos campos mag-néticos mais fortes em todo o uni-verso) está situada no exame aberto Westerlund 1 a 16.000 anos-luz e nasceu da explosão de supernova de uma estrela de 40 massas solares que, segundo as teorias deveria ter originado um buraco negro. Como este objecto se formou? A verdade é que hoje a ciência não tem qual-quer explicação para como estes ob-jectos magnéticos surgem nos céus.

Estas e outras descobertas que se estão a fazer, mostram o quão pou-co sabemos sobre a formação, vida e morte das estrelas, abrindo es-paço para novas investigações que nos permita conhecer cada vez me-lhor os astros que iluminam os céus.

H.F.

HUGO FERREIRAAluno de Licenciatura em Física

C I Ê N C I A

2 0 1 0 - O A N O D A A S T R O N O M I A

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jornal Anti-Matétia MARÇO 2011

4

Antes de começar, queria agradecer ao Presiden-

te do Núcleo de Estudantes do Departamento de Físi-ca a oportunidade de es-crever umas breves linhas sobre a eleição do Reitor.

No passado dia 14 de Feve-reiro, o Conselho Geral (CG) da Universidade de Coimbra teve a oportunidade de eleger o Reitor pela primeira vez. Esta competência, anterior-mente atribuída à Assem-bleia da Universidade (órgão extinto com o RJIES - Regi-me Júridico das Instituições de Ensino Superior) passou a fazer parte do elenco de com-petências do novo órgão cria-do pelo RJIES – o Conselho Geral (órgão composto por 35 membros: 18 professores, 10 elementos externos, 5 es-tudantes e 2 funcionários).

Este considerando é im-portante porque opera uma grande transfor-mação política no seio da Universidade. É uma alteração de pa-radigma, com vanta-gens e desvantagens, tendo o peso dos estu-dantes diminuído mas nem por isso deixou de poder ser decisivo (prova disso são as eleições anteriores dos Directores das Faculdades e esta eleição reitoral).

Uma grande t r ans for ma ç ã o porque o novo Reitor deverá “prestar contas”

ao CG. É este que lhe aprovará as grandes de-

cisões universitárias. É este o “parceiro” que aumenta a exigência e a qualidade da governação universitária. Um órgão de supervisão muito útil à UC. O Reitor Seabra Santos ainda traba-lhou dois anos com o CG, mas não tinha sido eleito por ele. Assim, haverá uma mudança de relação que será benéfica para a Universidade.

Havia inicialmente qua-tro candidatos, entre eles, dois estrangeiros. Entretan-to, apenas os dois candidatos “da casa” chegaram ao fim.

A Prof. Cristina Robalo Cordeiro (Vice-Reitora) e o Prof. João Gabriel e Silva (Di-rector da FCTUC) eram dois candidatos de grande quali-dade e visibilidade. Os 5 re-

presentantes dos e s t u -

dantes trabalharam em con-junto com os candidatos no sentido de os programas de acção serem os mais favorá-veis possíveis aos estudantes. Assim aconteceu. Todavia, na hora de decidir eu e os meus colegas não chegámos a um consenso sobre quem seria melhor para os estudantes e assim, cada um votou na-quele que achava melhor.

O Conselho Geral elegeu por voto secreto o Prof. João Gabriel e Silva com 18 votos (maioria absoluta) para o cargo de Reitor. A Prof. Cris-tina Robalo Cordeiro teve 16 votos e registou-se ainda um voto em branco. Esta divi-são revela apenas que eram os dois bons candidatos e não vale a pena especular sobre quem votou em quem – daí a virtude do voto se-creto. Apenas os estudantes revelaram o seu sentido de voto o que só em si constitui uma atitude de irreverência. Mas, estou certo que ago-ra eleito o Reitor, todos nós iremos trabalhar com ele na prossecução dos fins da UC.

O Prof. Doutor João Ga-briel e Silva apresenta um programa de acção que no global se pode circunscrever num conceito – Qualidade. É um programa ambicioso mas realista. De um modo geral quer fa- zer mais com me-nos recursos e colocar a Univer-sida-

de como motor do país e em especial como uma referên-cia no espaço europeu. Quer ser o líder que “coloca desa-fios” à comunidade. Aquele que defende a acção social dos estudantes e que procura ser justo com todos. Aquele que terá a AAC e os represen-tantes estudantis nos órgãos como parceiros essenciais, numa política activa que faça todos sentirem-se envolvidos na conquista de melhores condições infra-estruturais, pedagógicas, científicas e cul-turais. Conhece muito bem a Universidade e como tal, tem um rumo bastante claro a dar-lhe. Não receia tomar decisões importantes e pre-ocupa-se constantemente em melhorar e conseguir o “im-possível”. Tenho a certeza que terá uma equipa à altura do desafio e a nossa responsabi-lidade (estudantes) é grande, na medida em que temos a oportunidade de operar a mudança nas salas de aula. Ele trará um novo ciclo à UC.

Para mim foi um desa-fio votar nele. Agora, não faltem à chamada e na hora da união vamos “sonhar” um pouco e sentir o que é ser UC.

L. R.

JOÃO GABRIEL E S ILVA ELEITO REITOR PELO CONSELHO GERAL DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

LUÍS RODRIGUESRepresentante dos estudantes de 1º e 2º

ciclo no Conselho Geral da UC

N O T Í C I A S

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MARÇO 2011 jornal Anti-Matétia

N O T Í C I A S

C O N C U R S O “ A R R I S C A C O I M B R A ”E N G E N H E I R O S B I O M É D I C O S R E C O N H E C I D O S

Na edição 2010 do Concurso de ideias de negócio “Arrisca Coim-

bra”, organizado pela Divisão de Inova-

ção e Transferências do Saber (DITS)

da Universidade de Coimbra, a ideia

de negócio apresentada pela Exa4Li-

fe foi distinguida com dois dos prin-

cipais prémios: o prémio Igualdade

respeitante à melhor ideia de negócio

promovida por elementos femininos,

atribuído pela Secretaria de Estado

da Igualdade e Ministério da Ciência,

Tecnologia e Ensino Superior e; o pré-

mio InovCapital destinado ao projec-

to vencedor desta edição para consti-

tuição do Capital Social da empresa.

A ideia de negócio vence-

dora consiste num sistema de

administração transdérmica

de fármacos de forma indolor

e não invasiva. Este projecto

transporta características de

interface com o utilizador

simplistas e é de cariz portá-

til para fazer frente ao indicador social

com previsões estatísticas de continui-

dade - o envelhecimento da população

-, bem como intenções de suprimir os

recursos físicos e humanos solicitados

aquando de uma terapêutica numa Enti-

dade de prestação de serviços de saúde.

A solução apresentada é fruto da con-

jugação da engenharia electrónica com

a engenharia biomédica culminando no

desenvolvimento de um produto inova-

dor. Esta solução já se encontra pronta a

ser colocada no mercado, uma vez que já

passou pelo processo de certificação por

um organismo notificado – SGS-UK.

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jornal Anti-Matétia MARÇO 2011

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Muitos são aqueles que todos os anos “caem” neste curso de pára-

-quedas sem saber aquilo que no futuro

os espera. Outros têm uma ideia com-

pletamente diferente daquilo que é real-

mente o curso, e não é no primeiro ano

que conseguem perceber a realidade da

engenharia biomédica. É aqui que os

mais velhos podem intervir e aclarar as

perspectivas confusas dos mais novos.

Afinal o que podes fazer como enge-

nheiro biomédico? Se estás virado para

a medicina em concreto, ou seja, cuidar

dos doentes e de quem mais precisa, es-

quece. Não estás aqui a fazer nada….

Se por outro lado, gostas de tecnolo-

gia, e queres ter um papel activo nessa

vertente aplicada à medicina ou à ci-

ência, aí sim, estás no bom caminho!

Como já deves ter

conhecimento, no

nosso curso existem

4 áreas de mestrado

em que podes fazer

a tua especializa-

ção, e na nossa opi-

nião, é nessa altura

que te começas a

deparar com as ver-

dadeiras aplicações da engenharia

biomédica. Até lá, vais ganhando ba-

ses e ferramentas para o teu traba-

lho futuro. As áreas de mestrado são:

• Instrumentação Biomédica e Bio-

materiais - Nesta vertente da biomédica

poderás trabalhar no desenvolvimento

de instrumentos de auxílio no diagnósti-

co médico, ou de tratamento de doenças.

Está também ligada à produção de bio-materiais, à engenharia de tecidos, pró-teses, o que é um ramo bastante atractivo para vários estudantes do nosso curso.

• Informática Clínica e Bioinfor-mática - Se gostas de programação e o computador é o teu mundo, talvez te sintas bem no desenvolvimento de software de análise dos sistemas bioló-gicos, ou na criação de novos modelos informáticos associados à área da me-dicina, biologia, etc. Actualmente, é das áreas do nosso curso que tem mais saída profissional, porque é muito di-versificada e podes realizar variadíssi-mas tarefas (gestão hospitalar, teleme-dicina, etc), sendo um bioinformático.

• Imagem e radiação – Esta área possibilita-te, entre outros, caminhar no campo de processamento da imagem médica, ou então na produção de radio-fármacos, muito utilizados nos últimos

tempos no tratamento de tumores, por exemplo. Através da radioactividade é possível traduzir em imagens o diag-nóstico de variadas patologias. Assim comprova-se a relação que pode ser explorada entre a radiação e a imagem.

•Neurociências – As especializações neste ramo são muito direccionadas

para a investigação, embora não seja este

o único caminho que pode ser seguido.

Fazem-se principalmente investigações

em ciência básica, mas com uma com-

ponente maior sobre a função cerebral

e os seus mecanismos (alterações no

cérebro, disfunções na retina, células

tumorais, etc). Há também a possibi-

lidade de trabalhar em empresas que

desenvolvam este tipo de actividades.

Como podes ver, há diferenças em

todas as áreas de mestrado, mas no fun-

do acabam por estar interligadas, tendo

como objectivo um ponto comum: atin-

gir níveis cada vez mais altos de qualida-

de de vida e bem-estar do ser humano.

Sendo este curso uma engenharia,

podes também ganhar capacidades para

trabalhar em consultadoria, em primeira

instância, do ramo médico e hospitalar,

ou noutros ramos que destes divergem.

Ao longo do curso vais poder obter mais

informação e muito mais concreta, de

acordo com as tuas dúvidas.

Vais encontrar disciplinas

de gestão e aprender novos

conceitos que te poderão

ajudar a valorizar o espíri-

to empreendedor. Acima

de tudo, tenta ser criativo

e pró-activo, porque isso é

um dos parâmetros que de-

finem o teu percurso acadé-

mico. Nos dias de hoje, isso é bastante

importante porque permite sobretudo

que definas metas que te poderão le-

var a um grande sucesso profissional.

Estás na Universidade, por isso apro-

veita ao máximo para te valorizares e fa-

zeres mais e melhor a cada dia que passa.

J. L. & H. M.

JOÃO LIMAAluno Mestrado Integrado em

Engenharia Biomédica

HUGO MOREIRAAluno Mestrado Integrado em

Engenharia Biomédica

E n t r E i E n E n g . B i o m é d i c a , E A G O R A ?

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MARÇO 2011 jornal Anti-Matétia

A menos de 12.500 metros de altitude, do meu lado esquerdo, já se avistava

algo em ferro, de forma pontiaguda – a Torre Eiffel. Nem imaginam a minha cara de parvo a sorrir que nem um doido e no meu pensamento a planear-se toda uma agenda de um estudante em ERAMUS. Devem calcular mais ou menos o que me passou pela cabeça. Mas enganam-se, porque mais que um estudante ERAS-MUS, estava em Paris! Cidade onde há quase tudo e gente de todo o mundo.

Museus, monumentos, lojas, palácios, bairros populares, ruas, avenidas, bou-levards, cafés e livrarias, tudo é para se visitar, até cemitérios planeei na agenda. E claro, algumas festas! É tudo tão belo e há tanto para ver, que se chega a hora do fim deste pequeno semestre e há ain-da mais para ver. Para começar bem a minha estadia e viver a cultura francesa, à francesa, nada melhor que uma greve nos transportes! Ideal para se integrar no espírito desta peculiar cultura. Sendo as-sim tive que deixar para o dia seguinte as papeladas, visto ser impossível deslocar--me na cidade. Uma das coisas que tam-bém constatei quando cheguei à cidade luz foi a multiplicidade cultural: houve até um dia, em que ia na rua, errante, até dar conta que nem francês se falava e que havia variados tons de pele a passear (isto não é racismo, é uma constatação).

A primeira coisa que tive que ir ver de perto foi a torre Eiffel e constatar a sua grandiosidade. Ainda me lembro do que o meu colega de casa, italiano, disse quando chegámos perto da torre: “ma che bello!!!” (não esquecendo o por-menor das mãos). De facto, é fantástico como um monte de ferros juntamente com luzes a piscar se pode tornar arte e ser tão majestoso. Desde a presença dos romanos, até ao século XXI, todo tipo de arte pode ser apreciada nesta cida-de. Do Louvre ao Arco de Triunfo, de Notre-Dame à l’Arche de la Défense, de Saint-Germain-des-Prés a Montmartre, do rio Sena às Galerias Lafayette tudo é tão admirável, que podemos passar horas e horas a olhar, boquiabertos, sem dizer nada, apenas contemplando.

Além de turista, um dos objectivos desta experiência é conhecer outras

culturas, integrar-se nelas e vivê-las ao máximo, como se fossem nossas. Sendo assim, para adoptar o estilo de vida pa-risiense, comecei por todos os dias co-mer baguette e ao fim das refeições um bocadinho de fromage. Todos os dias de manhã, antes de entrar no metro, apa-nhava um jornal de distribuição gratuita (Metro ou DirectMatin) e ler durante a viagem até à faculdade. Isso foi algo que contrastou bastante com os utilizadores dos transportes públicos em Portugal. Mesmo com 300 pessoas numa car-ruagem do metro, onde normalmente cabem menos de 100, havia sempre al-guém com um livro ou um jornal aberto. Dei por mim a fazer o mesmo, e a correr nas condutas do metro, mesmo que não quisesse, senão era “atropelado” pelas pessoas. Disse-me uma vez um homem que “em Paris se vive a 200 à hora” e é bem verdade. Mas o auge deste estilo de vida aconteceu quando houve outra paralisação quase geral dos transportes públicos e havia manifestações em todos os lados da cidade. Parecia quase Maio de 68: palavras de ordem, panfletos, (fogo de artifício), gritos, milhares de pessoas na rua a recusar a reforma aos 67, entre outras coisas. Até aí tudo bem.

O problema foi quando quisemos voltar para casa. Entrar no metro não foi fácil! Tivemos que ver passar sete comboios para poder enfim entrar numa carruagem. Mesmo não que-rendo, havia sempre alguém para empurrar. E quando pensámos que não cabia mais gente, ainda entra-va uma dezena de pessoas. Fiquei a saber quão o corpo humano pode ser comprimido. Mais incrível ain-da é a animação musical que vai no metro: desde guitarristas e acorde-onistas nas carruagens até cantores, dançarinos e orquestras inteiras nas condutas, temos uma formi-dável variedade musical à dis-posição dos nossos ouvidos.

Já devem estar a pensar: “então e as festas?”. As grandes festas a que es-tamos tão habituados em Coimbra, não foram assim mui-tas. Problema: dinheiro! A

Boémia em Paris é extremamente cara. Então optávamos por fazer umas soirées em casa uns dos outros, entre amigos. Esse é outro objectivo do ERASMUS, o de conhecer novas pessoas, diversificar as nossas amizades com pessoas de di-ferentes países. Por incrível que pareça, sendo Paris uma das cidades que recebe mais estudantes estrangeiros no mundo, conheci mais franceses do que pessoas de outras nacionalidades. Conheci tam-bém alguns portugueses, sobretudo estu-dantes de Lisboa. Para além do estudan-tes, tive o prazer de conhecer também uma actriz de teatro, residente em Paris.

Finalmente, tenho que vos falar do principal objectivo da experiência ERASMUS, pelo qual efectuamos este programa de intercâmbio. Em Paris, o conceito de se ser estudante de uma faculdade, é a de um estudante livre e responsável pelos seus estudos. Quero com isto dizer que o estudante não tem um professor atrás dele a orientá-lo. O estudante é que deve procurar saber e ser curioso. Pois, quando chega a hora dos exames, ele é que tem de assegu-rar o seu sucesso. Quanto às aulas, são iguais em todo lado. Tudo depende das qualidades pedagógicas dos professores.

Bem, mas quando chega o fim do semestre, começa-se a sentir uma certa nostalgia, não querendo ir em-bora. Por outro lado, não via a hora de voltar a ver a minha família e também Coimbra e todos os meus amigos, dos quais já tinha muitas

saudades. Foi um grande paradoxo, mas mostrou-se de fácil resolução.

Sei que não vos contei tudo. Muita coisa fica por dizer desta experiência, pois o espaço que me foi reservado neste jornal, para contar a minha his-

tória, começa a escassear, mas tam-bém por outras coisas que não me lembro agora. Só sei que ado-

rei e como diria a Edith Piaf:

Non, rien de rien/Non je ne

regrette rien.

M.C

B O M V O Y A G E M A R C O !MARCO COSTAAluno Mestrado Integrado em Enge-

nharia Biomédica

E r a S m U S

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jornal Anti-Matétia MARÇO 2011

8

Desde sempre o Homem foi um construtor de artefactos, procu-

rando através deles superar as suas limitações e amplificar as suas capaci-dades. Quando, em meados do século passado, surgiu esse objecto novo que designamos por computador, muitos foram os que viram finalmente a possi-bilidade do Homem se superar naquilo que mais o distingue dos outros seres vivos: a inteligência. Foi em Agosto de 1956 que 10 investigadores se junta-ram, pela primeira vez, para discutir a possibilidade da existência de máqui-nas inteligentes, de uma Inteligência Artificial (IA). Hoje, 55 anos depois do seu aparecimento, que balanço po-demos fazer? Nesta palestra, destinada a uma público ge-nérico, pretende-se confrontar os desejos e as promessas, com a realidade. Começando pela interrogação filosófica sobre a possibilidade de uma IA. Dar--se-á conta que, afinal, não exis-te uma IA mas sim várias, e que a história deste novo domínio interdisciplinar, onde se cruzam

as áreas da computação, da cognição, das neurociências e da biologia, é um pouco a história do confronto entre várias localizações num espaço mul-tidimensional (simbólicas, conexio-nistas, de inspiração biológica), umas mais fundamentalistas, outras mais dialogantes e propondo soluções hí-bridas. No meio da pluralidade de op-ções ilustradas em exemplos simples, é mostrado o denominador comum, centrado no conceito de agente. Atra-vés de exemplos do nosso quotidiano, de como hoje convivemos (depende-mos?), de soluções inteligentes para a nossa sobrevivência, levantar-se-ão questões, de modo breve, acerca dos caminhos dos diferentes futuros pos-síveis, na certeza de que a melhor ma-neira de prever o futuro é construí-lo.

E.C.

Ernesto Costa, do Departamento de Engenharia Informática, da Universidade de Coimbra, na sexta-feira, 25 de Feve-reiro, apresentou uma palestra no Centro Ciência Viva Rómulo de Carvalho, no Departamento de Física.

ERNESTO COSTADepartamento de Engenharia

Informática

Ernesto Costa é membro do Departa-mento de Engenharia Informática, da

Universidade de Coimbra. É co-fundador

do Centro de Informática e Sistemas da UC

(CISUC) e fundador do Grupo de Inteligên-

cia Artificial, que presidiu até 2003, ano em

que fundou o grupo de Sistemas Complexos

e Evolutivos, integrado no CISUC. Actual-

mente faz investigação em computação de

inspiração biológica, tendo recebido vários

prémios internacionais nesta nova área e

organizado diversos eventos internacionais.

Com larga produção científica, já granjeou

prémios para as suas publicações: receben-

do em 2009 EvoStar Award for Outstanding

Contributions to the Field of Evolutionary

Computation. O seu livro Inteligência Ar-

tificial, em co-autoria com Anabela Simões,

já mereceu uma segunda edição em 2008.

B I O G R A F I AD E

E R N E S T O C O S T A

I N T E L I G Ê N C I A A R T I F I C I A L : D E S E J O S , P R O M E S S A S E R E A L I D A D E S

c c V r c

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9

MARÇO 2011 jornal Anti-Matétia

Está a cargo da jeKnowledge e da JEEFEUC, a outra Júnior Empresa de Coimbra e prove-

nientes da FEUC, a organização do jeniAL’11 (Junior Enterprise Natio-nal Integration Atittude Leadership). Como o próprio nome diz, trata-se de um congresso nacional de Júnior Empresas e que vai reunir, nos dias 15, 16 e 17 de Abril, e em Viseu, todos os jovens universitários portugueses que pertencem ao movimento.

Contudo, uma das grandes novi-dades da edição deste ano passa por criar valor para a Região de Viseu, que apresenta um menor índice de discussão de temáticas relacionadas com o meio acadé-mico. Para isso vão ser levadas a cabo algumas iniciativas, como o jeniAL ideas, concurso de ideias de negócio destinado exclusiva-mente para estudantes das Uni-versidades de Viseu e ainda o je-

niAL Open Day, no sábado, dia 16 de Abril à tarde.

Este último consistirá em variadas talks e painéis de discussão, que in-cidirão em temas como Ensino Su-perior, Criatividade e Empreendedo-rismo. Esta plataforma será aberta ao público em geral, e conta já com ora-dores como o bastonário da Ordem dos Advogados, Doutor Marinho Pinto, o Professor António Câmara,

CEO da YDreams, ou o André Ra-banea, CEO da Torke, e reconhecido pelas suas cativantes apresentações.

Os bilhetes têm um custo de € 7,50 e estão a ser vendidos em qual-quer posto dos CTT – Correios de Portugal, ou ainda através da sua bilheteira online.

D.B.

j e K n o w l e d g e

A jeKnowledge é a Júnior Empresa da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de Coim-

bra. Contextualizando, uma júnior empresa é um orga-nismo empresarial sem fins lucrativos, gerida integral-mente por estudantes universitários e que tem como

objectivo aplicar o conhecimento adquirido no Ensino Superior em projectos vários no mercado de trabalho. A jeKnowledge ambiciona, portanto, ser uma referência na formação de novos talentos nas áreas de Engenharia e Gestão.

Está sediada no Departamento de Física, mais preci-samente na sala B3, tendo sido criada em Junho de 2008.

D.B.

DAVID BENTOAluno Mestrado Integrado em Engenharia Biomédica

j e n i A L O p e n D a y

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jornal Anti-Matétia MARÇO 2011

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F E S t a d a S L a t a S

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MARÇO 2011 jornal Anti-Matétia

E assim, do nada, dei por mim no De-partamento de Física. Apesar de En-

genharia Biomédica não ter sido a minha primeira opção, percebi que entrei num departamento com valores e camaradagem muito diferentes do que estava à espera e, para mais, num curso que me surpreen-deu totalmente e me fez redefinir objec-tivos e perceber o que realmente queria. De cedo se fizeram amizades fortes e foi fácil perceber que a aventura universitária que ia viver não seria, de todo, solitária.

No meio de aulas, praxes, convívios e festa, chegou a famosa semana da Lata-da. Como sou conimbricense, o nome não era estranho e a ideia de Latada re-sumia-se às noites do parque e a toda a ideia de folia que transborda no cortejo.

No entanto, o que vivi como estudante universitário foi uma experiência comple-tamente diferente do que esperava, a come-çar pelo momento que inaugura a Latada em si, a serenata da Latada. Com efeito, foi

um momento emotivo e tudo o que sucedeu a este evento foi uma semana inesquecível e única na qual vivi um ambiente de união.

As noites no queimódromo conseguiram superar as minhas espectativas. Depois janta-res com o departamento, caloiros ou amigos, o convívio ao pé da única barraca que tinha pes-soas em cima desde o início da noite, era es-pectacular. A reunião de todo o departamento era uma festa e em poucos se via tal espírito.

Apesar de toda a festa da noite, o momento mais marcante de toda a festa das latas é, sem dúvida, o cortejo. Aquela 3ª-feira provou que o verdadeiro significado da latada não pode ser encontrado tendo um bilhete geral todo ras-gado, mas sim confiando no que os padrinhos trouxeram para os seus caloiros desfilarem até ao momento do Baptismo no Mondego, onde se juntam oficialmente a uma nova família. Família esta que não acaba com a balada da despedida no último dia da Latada, pois para o ano estaremos nós a tornar a Latada numa experiência que gera confiança e união entre uma nova leva de caloiros que há-de chegar.

A.P.

ANDRÉ MIRALDOAluno Mestrado Integrado em Engenharia

Biomédica

c o i m B r a 2 0 1 0

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C U L T U R A

PROGRAMA CULTURAL COIMBRA

Março sinónimo de mês da cul-tura em Coimbra. Pela 13ª vez,

entre os dias 1 e 6 do mês, terá lu-

gar na cidade a Semana Cultural da

UC, edição esta que terá como tema

“Reinventar a Cidade”. Ao longo dos

seis dias serão desenvolvidos enu-

meras actividades, dirigidas não só

à comunidade universitária como

a todos os interessados. Os espaços

onde decorrerão as actividades e

eventos serão muitos, e estarão espa-

lhados por toda a cidade. Para con-

sultar toda a programação podem

visitar o site do evento (http://www.

uc.pt/cultura/xiiisemanacultural).

Paralelamente à Semana Cultural

da UC é neste mês que também se

celebra o 25º aniversário da RUC.

A mais antiga rádio escola do país

terá na primeira semana do mês

uma programação especial, haven-

do mesmo algumas emissões

em directo da praça D. Dinis.

Para o dia 4, está marcado o

Concerto RUC25 e que traz pela

primeira vez a Portugal a ban-

da sueca The Radio Dept, o es-

pectáculo está marcado para as

21h30 e será realizado no TAGV.

Nesta página podem ser

visto alguns dos vários es-

pectáculos que vão aconte-

cer durante o mês de Março.

Para quem diz que em Coim-

bra não existe cultura, aqui

fica uma pequena amostra!

G. C.

GABRIEL CAMPOSAluno Mestrado Integrado em Enge-

nharia Biomédica

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MARÇO 2011 jornal Anti-Matétia

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D E S P O R T OJOÃO ANASTÁCIO

Aluno Mestrado Integrado em Enge-nharia Biomédica

O desafio era aliciante: propus-me a

organizar a primeira Liga de Futebol

do Departamento de Física - queria

algo diferente, nunca feito até então.

Com a grande adesão que teve, vi-

-me responsável por criar um evento

que funcionasse bem e que conse-

guisse encantar todos os participan-

tes, fazendo deste um torneio me-

morável para todo o departamento.Jornada após jornada, tudo se tor-nou mais sério e a sede de vencer foi explodindo em cada jogador, defen-dendo com garra a sua equipa, na tentativa de conseguir os tão cobiça-dos quatro primeiros lugares. A fer-vura da liga foi deveras enorme, que trespassou as quatro linhas do campo e contagiou todo um departamento. Há que glorificar este grande acon-

tecimento – dia 16 de Março, no Campo de Santa Cruz, realizar--se-á uma febrada acompanhan-do a grande final e a cerimónia de entrega de prémios, à qual está todo o departamento convidado! Não pensem que me esqueci das meninas! O confronto decisi-vo do torneio feminino terá lu-gar nesse mesmo dia, com entre-ga do prémio à equipa vencedora.A liga de futebol do NEDF trouxe o espírito da competição e da união ao rubro! Não se tratando apenas de um encontro desportivo entre estudan-tes, esta iniciativa ultrapassou todas as expectativas no departamento de física promovendo o companhei-rismo e a amizade num ambiente de puro fair-play e desportivismo. A nossa liga honra, acima de tudo, o símbolo da nossa instituição e o espírito académico que perse-verou em todos os participantes e apoiantes deste grande evento.

J.A.

T O R N E I O F U T E B O L 7

No corrente ano lectivo, muitas têm sido as alterações no atendimento aos alunos por parte dos Serviços Académicos da FCTUC. Numa pers-

pectiva de o melhorar, este atendimento é agora feito em conjunto com todas as outras faculdades, diariamente (das 9h30 às 16h) no Palácio dos Grilos. Para além deste, existe também atendimento telefó-nico, por Skype e por e-mail (mais informações em http://www.uc.pt/academicos/atendimento).

No diz respeito a prazos relativos a este semestre, deverão tomar atenção a:- Desistência da matrícula/inscrição: até 9 de Março (o pedido tem de ser formalizado junto do Serviço de Gestão Acadé-

mica). - Alteração de matrícula/inscrição: poderá ser feita até 15 dias úteis após o início do período lectivo de cada semestre, depois

disso, só poderá ser feita mediante o pagamento de taxas.Estas e outras informações em http://www.uc.pt/academicos.Qualquer duvida, reclamação ou sugestão que poderão ter, enviem para [email protected].

C.F.

P E D A G O G I ACRISTIANA FRANCISCO

Aluna de Licenciatuara em Física

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P R O J E C T O ‘ A P R E N D E R A B R I N C A R ’

É com enorme prazer e alegria que o NEDF/AAC (Núcleo de Estudantes do Departamen-to de Física) assume a responsabilidade total

no projecto “Aprender a Brincar”, já vosso conhecido. Assim, gostaríamos de contar novamente com a vossa colaboração neste grande projecto que visa acompanhar o internamento de crianças no Hos-pital Pediátrico de Coimbra. O objectivo é brincar com elas e cativar o seu interesse pelas mais di-versas eras da ciência, nomeadamente da Física.Conforme devem estar recordados dos anos anteriores, não é necessário que a nossa for-mação académica seja na área da Física ou da Engenharia. É necessário sim o empenho e a força de vontade, independentemente da nossa área, já que as brincadeiras e experi-ências a realizar são, de facto, muito sim-ples e do conhecimento geral da maioria.Lembrem-se que não há maior recom-pensa e satisfação do que ver um sorriso no rosto de uma criança quando partilha-mos um pouco do nosso tempo com elas.Contamos com a tua colaboração nova-

mente neste projecto. A partir deste ano o Hospital Pediátrico terá novas instalações, como todos devem saber, num novo e completo edifício onde teremos melhores áreas de trabalho.

O U T R A S R E C O L H A S D O D E P A R T A M E N T O D E F Í S I C A

O Pelouro da Intervenção Cívica não pára as suas iniciativas. Para além

da equipa de voluntariados do projecto

Aprender a Brincar no Hospital Pediá-

trico de Coimbra e da recolha das Tam-

pinhas no BIF, o nosso Pelouro chama a

vossa atenção para a recolha de roupas,

brinquedos e material escolar a decorrer.

Se tens roupa em casa que já não te

serve ou não usas e achas que poderia

ser utilizada por pessoas que dela neces-

sitam, podes depositá-la na secretaria

do nosso Departamento! Lá encontra-se

um recipiente apropriado para o efeito.

Se também tens material escolar, como

livros, cadernos novos ou canetas e mar-

cadores, também podes trazê-los para o

Departamento de Física! Há muitos me-

ninos e meninas que ficarão muito felizes!

O mesmo se passa com brinquedos!

Actualmente, são objectos bastante

caros e cada vez mais famílias têm di-

ficuldades em garanti-los aos seus fi-

lhos. Os brinquedos não são apenas

uma forma de passar o tempo, mas sim

um meio de estimulação e desenvolvi-

mento das capacidades cognitivas dos

mais novos! Contribui com os brin-

quedos que certamente já não usas ;)!

No final do ano, as recolhas serão

doadas à associação FAS –Farol de Ac-

ção Social -(Espinho) esta é uma equi-

pa de voluntários que promove mis-

sões em países desfavorecidos e com

necessidades deste tipo de bens, como

São Tomé e Príncipe e Moçambique,

bem como no nosso país trabalhando

com crianças com necessidades edu-

cativas especiais, sem abrigo e idosos,

da qual faz parte uma das coordena-

doras deste projecto do NEDF/AAC.

Pedimos que não deixem de colaborar

com esta causa, juntos conseguiremos fa-

zer algo de bom por quem mais precisa!

A.C. & A.M.

ANA CORTEZAluna Mestrado Integrado em Enge-

nharia Biomédica

ANA MARTINSAluna Mestrado Integrado em Enge-

nharia Biomédica

ANA CORTEZAluna Mestrado Integrado em Engenharia Biomédica

I N T E R V E N Ç Ã O C Í V I C A

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MARÇO 2011 jornal Anti-Matétia

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ANA CORTEZAluna Mestrado Integrado em

Engenharia Biomédica

P R O J E C T O ‘ A P R E N D E R A B R I N C A R ’O Pelouro da Intervenção Cívica NEDF-AAC estará sempre pronto a esclarecer qualquer dúvida ou escla-recimento. Podem também entrar em contacto com

as coordenadoras do pelouro e res-ponsáveis pelo projec-

to: Ana Cor-tez e Ana

Margarida Martins.Pedimos ainda para reencaminharem e falarem des-te projecto a todas as pessoas que conhecem e acham que estariam interessadas em colaborar connosco.A vossa resposta é fundamental, por isso respon-dam logo que possam para [email protected] com o vosso nome, e-mail e curso. No início do

próximo semestre (Fevereiro 2011), gostávamos de fazer

a já habitual sessão de es-clarecimento com o Sr. Enfermeiro Nelas para que o projecto se ini-ciasse logo de seguida.Obrigada pela atenção. Contamos contigo e...

...Já Fizeste Sorrir QUEM Mais Precisa?

A.C.

Já todos ouvimos falar do “mila-gre” da recolha das tampinhas.

De facto, têm sido muitas as empre-sas aliadas a esta iniciativa, que se responsabilizam e comprometem no pagamento de equipamento médico e reabilitação a muitas pessoas, com es-pecial atenção para as cadeiras de rodas.

As empresas interessadas são na maioria empresas ligadas à reciclagem de materiais plásticos, e em particular dos que são feitas as tampinhas de mui-tas embalagens e garrafas do nosso quo-tidiano, desde as tampinhas das garra-fas de água ou sumo, às tampinhas das embalagens de detergentes ou iogurtes.

No âmbito de promover esta iniciati-

va junto da comunidade do nosso De-partamento, o pelouro da Intervenção Cívica do NEDF-AAC tem promovido a recolha de tampinhas no BIF. Assim, pedimos a preciosa colaboração de to-dos no sentido de depositarem tampi-nhas no recipiente apropriado dis-ponível nesse espaço. Uma outra ideia desta iniciativa é incentivar a todos os interessados que fa-çam essa mesma recolha nas suas casas e de seguida depositem a sua recolha no nosso recipiente. Assim estaremos a ajudar o Meio Ambiente e alguém que preci-se do equipamento/tratamento que as estas empresas garantem em troco de muitas toneladas de tampinhas para reciclagem!

Pensem nesta iniciativa como forma de garantirmos um desenvol-

vimento sustentável da nossa sociedade! Onde todos ajudam, nada custa!O NEDF-AAC conta com a vossa co-

laboração ;)!A.C.

RECOLHA DE TAMPAS

I N T E R V E N Ç Ã O C Í V I C A

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MARÇO 2011 jornal Anti-Matétia

O P I N I Ã O

U M A C O R D O A T U A L

Recentemente entrou em vigor o novo acordo ortográfico da lín-

gua Portuguesa que visa uniformizar a

forma de escrita no mundo que são os

países lusófonos. A partir do dia 1 de

janeiro de 2010, e até 2015 (Portugal)

ou 2014 (Brasil) decorre um período de

adaptação em que ambas as grafias são

permitidas. Após esta data passar-se-á a

escrever os meses do ano com letras mi-

núsculas e coisas como “O filme de ação

era ótimo”. As mudanças na forma de es-

crita não se verificam apenas no Portu-

guês Europeu, também o Português do

Brasil e Africano sofrem pequenas alte-

rações. O mítico acento circunflexo tão

característico da pronúncia Brasileira e

das pesquisas no Google também está

prestes a desaparecer. Alterações corre-

tas? Sim, ou talvez não? A verdade é que

existem mais de 190 milhões de Brasilei-

ros e algumas alterações parecem inevi-

táveis no sentido de aproximar e unifor-

mizar a língua entre dois países irmãos.

É extraordinária a revolução que a

queda de pequenas consoantes parece

exercer no sentido total de algumas pa-

lavras, retirando quase a sua essência e

personalidade. Parece estranho à vista e

estranho ao coração as palavras escritas

sem c’s e p’s que sempre fizeram parte

dos nossos livros e das nossas canetas.

Muitas pessoas dizem até que nunca mu-

darão a sua forma de escrita porque não

concordam com as novas formas orto-

gráficas nem se reveem num acordo ao

qual chamam de Português “abrasileira-

do”. Na verdade, este acordo ortográfico

tenta resolver algo que não parecia ser

um problema até à data, os diferentes ti-

pos de escrita que coexistiam na língua

Portuguesa. Mesmo escrevendo em Por-

tuguês Africano ou Brasileiro não pare-

cia existir uma incompreensão entre os

intervenientes. Por outro lado, este tipo

de acordo limita a evolução natural da

língua de forma independente, impedin-

do que cada país divirja e altere as suas

próprias palavras e expressões. A acres-

centar a tudo isto, agora são necessárias

novas formas de lecionar e substituir os

manuais que se tornaram obsoletos. São

estes os argumentos que os céticos utili-

zam para dizer não ao novo acordo orto-

gráfico e, não sendo eu especialista nem

intolerante, partilho de algumas delas.

Os meus argumentos vestem mais

a pele de sentimentais do que racio-

nais porque é dos sentimentos que me

sirvo na altura de escrever. É de cruzar

palavras e reconhece-las apenas pelas

suas formas mesmo sem ver o que as

rodeia. Ser capaz de identificar univo-

camente o seu sentido sem ter que pen-

sar duas vezes naquilo que estou a ver,

porque ultimamente avisto palavras que

não conheço, demoro a associar e as-

socio com estranheza. O ser Humano

é um animal de vícios e estas palavras

“novas” estão a tentar mudar os meus.

Antes de adotar ou rejeitar este novo

tipo de arquitetura linguística é impor-

tante reconhecer a existência de vanta-

gens na aplicação destas novas regras.

A aproximação da oralidade à escrita e

a pequena percentagem de palavras al-

teradas (1,6 % em Portugal) reflete que

no fim de contas as mudanças no nosso

quotidiano não são tantas como parece

ao início. Não sou adepto destas altera-

ções impostas por senhores com fato e

gravata a uma coisa que é de um povo

e de uma cultura, a qual foi construída

durante centenas de anos com avanços

e recuos até chegar aquilo que conhe-

cemos hoje. As mudanças deviam ser

sempre para melhorar algo que não está

perfeito. Sendo impossível atingir a per-

feição no que quer que seja, concordo

que as mutações são sinónimo de vida

e que devem fazer parte da evolução,

mas apenas quando são para melhorar.

Já não falta muito para terminar o pe-

ríodo de adaptação e para se começar a

assinalar “Marcou o livre directo” e “Es-

tava em óptimas condições” como erros

ortográficos numa qualquer escola pri-

mária. As crianças confusas com o que

aprender, confusas com o que viver nes-

te período de adaptação sem saber o que

está certo ou errado. Por agora a minha

decisão quanto às novas regras está toma-

da, como aprendi é como vou escrever.

Se notaste palavras estranhas nes-

te texto é porque ele foi escrito ao

abrigo do novo acordo ortográfico. A

mim também me custa vê-lo assim.

P. V.

PEDRO VAZAluno de Mestrado Integrado em

Engenharia Biomédica

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jornal Anti-Matétia MARÇO 2011

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No dia 20 de Fevereiro de 2010 encontrava-me em Coimbra e

acompanhei todas as noticias pela TV uma vez que a Madeira estava incontactável. Para melhor perce-bermos o que se passou nesse dia pedi a um meu amigo e vizinho, Carlos Silva, que relatasse o seu 20 de Fevereiro.

“Acordei com um grande estron-do, parecia que o céu nos tinha caído em cima. Olhei para o des-pertador e estava desligado, prova-velmente faltou a luz com a trovoa-da, pelo menos foi o que eu pensei. Virei-me e adormeci, não sei por quanto tempo porque o tempo voa quando durmo, mas deve ter sido bem pouco porque logo a seguir a minha mãe entrou-me pelo quar-to a gritar. Saltei da cama alertado sem ainda saber porquê e apesar de, pela manhã ser um pouco len-to a perceber as coisas, percebi que, entre a gritaria das palavras, tinha acontecido uma derrocada! Mais um “poio” que caiu, pensei eu. Cho-via intensamente mas mesmo assim

fui até a rua intrigado pela aflição da minha mãe. Dou a volta a casa e deparei-me com algo que não era possível. Não posso dizer que vivo bem numa encosta mas tenho duas grandes montanhas a por detrás da casa. Simplesmente não queria acreditar que o pequeno ribeiro ao lado da casa da minha vizinha tinha-se tornado numa grande ri-beira. Havia lama, pedras e água por todo lado. A casa da minha tia, que situa-se entre a minha casa e o

ribeiro estava parcialmente destru-ída. Temi pior, temi que a septua-genária tivesse sido apanhada por aquela onda de lama que deslizou da montanha. Afinal e para meu alivio, ela não estava em casa, tinha saído minutos antes com medo do caudal do inocente ribeiro. Ainda confuso por todos aqueles sentimentos que me devastavam, lembrei-me dos outros vizinhos que vivem um pou-co mais acima, onde vive um casal idoso. Desatei a correr e quando lá cheguei deparei-me com a casa toda inundada, a derrocada tinha arras-tado toneladas de lama para cima da casa. Custava-me a acreditar, mas o ribeiro simplesmente passava por dentro da casa. Continuava a cho-

ver intensamente e o barulho das pedras que eram arrastadas violen-tamente pela água era cada vez mais insuportável. Tentei abrir a porta de entrada mas estava presa por tanta lama. Aflito por pensar que tivesse alguém em perigo de vida, entrei por uma das janelas partidas pelas pedras da derrocada. Basica-mente, tinha saltado para dentro de um grande lamaçal. Em segundos, fiquei enterrado até a cintura. Sin-ceramente temia encontrar algum corpo mutilado entre a lama. Deses-peradamente gritava pelo nome das pessoas na esperança de ouvir algo. Experimentava agora sentimentos que não desejo a ninguém. Lutando para mover-me na lama tentei ir a todos os quartos mas não consegui encontrar ninguém. Foi então que lembrei-me do piso superior onde têm um pequeno quarto. Subi as es-cadas tentando desviar-me do entu-lho e das pedras que violentamente arrastadas pela água me cortavam os pés. Ao chegar ao andar de cima encontrei-os. Estavam repletos de água e lama. A senhora mais ido-sa estava desfeita em lágrimas e o seu marido tinha um duro golpe na perna. Sem mais demoras, e temen-do pela saúde do idoso, tratei de os levar para a minha casa, onde com a ajuda de outras pessoas paramos a hemorragia. Ainda hoje tenho a imagem da senhora idosa ao lado do marido desfeita em lágrimas como se fosse a última vez que iam estar juntos.

Mais tarde juntei-me às pessoas que andavam na estrada a tentar so-correr os que tinham sido atingidos, tentando colocar os casais idosos e as crianças em segurança. A ribeira já tinha destruído todas as pontes. Foi aí que me apercebi o quão frá-geis são as obras do Homem peran-te a fúria da Natureza.

DANILO JESUSAluno Mestrado Integrado em

Engenharia Biomédica

O M U N D O L Á F O R A . . .

MADEIRA... UM ANO DEPOIS.

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MARÇO 2011 jornal Anti-Matétia

Enquanto houve luz do dia ten-tamos pôr em segurança a popula-ção e impedimos que alguns carros fossem arrastados pelas águas. Ou-tros não tiveram a mesma sorte. A ribeira que passa na minha zona é apenas um das 3 grandes afluentes para a grande Ribeira Brava. Por isso mesmo custava-me imaginar o que é que passava nas zonas mais baixas ao longo do vale. Passamos uma noite todos juntos sem água potável e à luz das velas.

Como não era possível realizar chamadas telefónicas, coloquei a mala às costas e parti rumo à Ribei-ra Brava. Ao descer ao vale aperce-bi-me que a ribeira tinha destruído tudo o que tinha encontrado. A ter-ra onde nasci e cresci tinha muda-do, estava completamente destruí-da. Pelo caminho encontrei mais de 20 casas destruídas e um número incontável de carros completamen-te desfeitos. Para passar em certos locais só mesmo por entre a lama, e confesso que me senti aflito em locais onde cheguei a ter lama até ao pescoço. No entanto, tinha um certo receio por existirem cabos de alta tensão por toda o lado e sabia o perigo que isso representava. Pelo caminho e após percorrer 10 Km encontrei o que mais temia. Era possível ver um cadáver esmagado dentro de um carro. E após mais uns metros lá estava outro, e mais outro. Há coisas que pensamos que só acontecem nos filmes ou nos so-nhos, e neste caso estava a aconte-cer comigo. “

O dia 20 de Fevereiro de 2010 provocou segundo a imprensa e as entidades regionais 43 mortos, 70 feridos, 600 desalojados, prejuízos na ordem dos 1080 milhões de eu-ros e ainda existem 6 pessoas desa-

parecidas no dia de hoje. Segundo a população e pessoas que estiveram no campus mortuário onde eram identificados os corpos, o número de mortos atingiu um número com 3 dígitos. No entanto percebe-se a publicação de outros números pe-rante a imprensa para evitar o esta-do de catástrofe que, consequente-mente prejudicaria a principal fonte de lucro da Madeira, o turismo.

Realmente só mesmo quem viveu aqueles momentos de angústia para descrever o que se passou. Confes-so que quando lá voltei na Páscoa, e apesar de já ter visto as imagens do rasto de destruição, fiquei pasmado com o que se tinha passado. No en-tanto, e como residente da Serra de Água não posso deixar de destacar o facto de as primeiras noticias da imprensa nacional sobre a freguesia só surgirem 3 dias depois da catás-trofe, bem como a necessidade da população ter que percorrer um percurso total de 20 Km para com-prar alimentos no Modelo e Pingo Doce. Só ao final da primeira se-

mana e através da ajuda do exército começaram a chegar os primeiros alimentos.

Além disso, é triste ver que as entidades competentes demoraram imenso tempo a agir nas zonas ru-rais e não tinham um plano con-creto de intervenção. Ao contrário do Funchal que em menos de um mês estava totalmente recuperado, a Serra de Água ainda hoje está em obras. Passado um ano é possível ver que ainda existem casas par-cialmente destruídas e em risco de desabarem. Atrevo-me a dizer que a Serra de Água é hoje um postal do 20 de Fevereiro de 2010 para os altos dirigentes governamentais e para a comunicação social.

É com alegria que vi que nos momentos mais difíceis as pessoas esqueceram as suas divergências e ajudaram-se mutuamente. Só é pena precisarmos destes momentos difíceis para vermos o que de me-lhor há nas pessoas.

D.J.

MADEIRA... UM ANO DEPOIS.

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jornal Anti-Matétia MARÇO 2011

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LEONEL GOMESAluno Mestrado Integrado em Engenharia

Biomédica

O Discurso do Rei é um filme britânico de 2010.

Realizado por Tom Hooper, este filme conta com uma interessante equipa de acto-res, entre eles Colin Firth, Geoffrey Rush e Helena Bo-

nham Carter. A história

retrata a re-núncia ao trono

do Rei Eduardo VIII, após a morte de seu pai, Rei Jorge V. Nesta situ-ação, o príncipe mais novo, Princípe Albert – Duque de York, viu--se obrigado a assumir a governação da coroa britânica. Contudo, o desempenho do novo monarca nem sempre foi a melhor. O Du-que de York sofria de gaguez, fazendo-se sentir incapaz de en-carar o seu novo papel.

Na tentativa de re-solver ou minimizar o proble-ma do seu marido, Elizabeth farta de todos os tratamentos experimentais dos médicos da coroa, decide recorrer a um excêntrico Fonoaudiólo-

go (Geoffrey Rush no papel de Lionel Logue). O início da relação entre o terapeuta e o futuro Rei não foi a me-lhor, mas ao reconhecer a sua fraqueza e a necessidade de superar o seu problema como forma de unir um país quase em guerra, o Rei cedeu às exi-gências do tratamento pro-posto e conseguiu curar o seu problema, discursando com enorme sucesso no momen-to da sua tomada de posse.

O filme traz uma men-sagem bastante interessante protagonizada pela interpre-tação dos próprios actores e também pela música e foca-gem das expressões/emoções das personagens em pontos chave do filme. É de facto um drama bastante intenso e que envolve o espectador na his-tória, fazendo-nos questionar e pensar que não são apenas os cidadãos comuns que en-frentam problemas de carác-

ter social, mas também as personalidades das mais altas sociedades, onde se existem grandes intrigas, segredos e maus tratos. Por outro lado, podemos também concluir que muitos dos nossos pro-blemas pessoais têm solução , desde que a força de von-tade e a dedicação estejam presentes, por mais ridícu-lo que isso possa parecer.

Um outro ponto de vis-ta pode ser considerado. A perspectiva histórica do filme é obviamente um en-riquecimento cultural para qualquer espectador. Tenho a certeza que, assim como eu própria, muitos especta-dores até à visualização deste drama, não conheciam este marco histórico na monar-quia Britânica, onde um Rei abdicou do trono por amor.

A.C. & L.G.

ANA CORTEZAluna Mestrado Integrado em Engenharia

Biomédica

S É R I E T E L E V I S I V A

Numa altura em que o formato da típica série televisiva começa a

sofrer algum desgaste, tanto pela falta de novas ideias ou repetição de outras anteriores, Californication é uma das séries mais aclamadas da actualidade. Esta série gira em torno de Hank Moo-dy (David Duchovny, “X-Files”), um escritor talentoso e que vagueia entre o sucesso e insucesso na profissão, e que procura além de inspiração para novos trabalhos, o restabelecimento a sua re-lação complicada mas emocional com Karen (Natascha McElhone), e com a

qual tem uma filha a entrar na puberda-de. Contudo, Hank Moody tem como grande inimigo nesta missão ninguém a não ser ele mesmo. Hank é uma amos-tra genuína do típico cliché de sexo, drogas, e rock’n’roll. Hank revela-se, ao longo dos episódios, uma pessoa instável a nível emocional, habilidoso na arte de seduzir mulheres e relativa-mente alcoólico. E embora consciente dos danos que isso lhe causa, não con-segue abdicar desses pequenos prazeres.

Embora por vezes pesada em termos de conteúdo, Californication está inte-ligentemente bem escrito. Repleto de personagens memoráveis (esperem até conhecerem Marcy Runkle, mulher do

agente de Hank, Charlie Runkle) e su-cedida em juntar com mestria momen-tos dramáticos, cómicos, imprevisíveis e inesquecíveis, Californication também mostra, em muitas par-tes, o lado cru e real de um ser humano que procura man-ter-se de pé quan-do tudo à sua vol-ta, incluído a sua p e s s o a , parece e s t a r a de-sabar.

J.B.

JOÃO BORBAAluno Mestrado Integrado em

Engenharia Biomédica

CALIFORNICATION: The People VS. Hank

S A L A D E C I N E M A

FILME: O Discurso do Rei

C I N E M A E T V

Page 21: Antimatéria Oito

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MARÇO 2011 jornal Anti-Matétia

Mais uma vez, e como já vem sen-do hábito, os Radiohead sur-

preenderam o panorama musical com o anúncio de um novo álbum pou-co antes do lançamento deste, sem que algo o fizesse prever. O novo tra-balho chama-se The King Of Lim-bs, e já foi lançado no formato MP3.

Quando se fala de um novo lança-mento não só da banda, mas da marca Radiohead, é difícil ficar indiferente. Donos de um currículo com cerca de 20 anos, e peritos em variar entre as mais diversas sonoridades sem perder o selo de qualidade associado, The King Of Limbs vem também dar essa esperada sequência temporal a um dos melhores álbuns da última década (In Rainbows). A expectativa não podia ser menos do que alta quanto a The King Of Limbs.

Mas para quem está à espera de um sucessor físico de In Rainbows, esque-çam esse desejo. The King Of Limbs mete as guitarras a um canto, e volta a elevar o nível de complexidade. Traz como influência o álbum a solo do Thow Yorke, “The Eraser”, um pouco do Kid A, e a atitude pseudo - esqui-zofrénica do Thom Yorke de volta. O álbum começa a pecar por ser curto. São 37 minutos, com apenas 8 músi-cas. Mas apesar de serem 37 minutos de boa qualidade musical, onde destaco a Lotus Flower (que já conta com um videoclip corrosivo e com sabor a cogumelos mágicos), a Give Up The

Ghost e a Separator, o resultado final não corresponde ao desejado. Apesar de ser um álbum relativamente consis-tente, em que se nota que cada música

está no sítio certo, dá o aspecto de ser apenas e só um álbum experimental, uma espécie de álbum piloto de um pró-ximo futuro. Certamente que a palavra experimental está sempre associada aos Radiohead, mas a grande complicação está em experimentar, ser sucedido e ainda conseguir que o álbum seja capaz de entrar na alma e dar o mote para um próximo projecto.

The King Of L i m b s con-se-

gue, de certo modo, passar no teste. Mas se calhar, ou pelas expectativas demasiado elevadas, ou pelo facto de se pensar que os Radiohead não conse-guem fazer um álbum menos bom, aca-ba por desiludir um pouco. No entanto, é um bom álbum, e que vai satisfazer os fãs da banda durante um bom bocado. Pode dizer-se, de certa forma, que os Radiohead em vez de seguirem um ata-lho, voltaram um pouco atrás e foram pelo caminho mais comprido. Não é um passo atrás, mas um passo ao lado, e que não deixa de abrir novas perspecti-vas. Resta saber se é o melhor caminho.

7/10

PS: Há um rumor em voga na comu-nidade Online dos Radiohead que diz que o álbum não acaba na Separator. Parece que existem mais algumas músi-cas, não se sabe se serão lançadas como parte dois do álbum, como músicas bónus ou apenas como B-Sides. E para ajudar ao rumor, só o nome da última faixa Separator é esclarecedor, bem como parte da letra: “If you think this is over/then you’re wrong”. Já se sabe que os Radiohead gostam destas coisas…

J.B.

R A D I O H E A D – T H E K I N G O F L I M B S JOÃO BORBA

Aluno Mestrado Integrado em Engenharia Biomédica

Gostavas de escrever para o Anti-Matéria?Envia Já o teu artigo.Este aparecerá na próxima edição do Jornal Anti-Matéria...

CONTACTOS:[email protected] [email protected]

F A L T A A Q U I O T E U A R T I G O ?

M Ú S I C A

Page 22: Antimatéria Oito

jornal Anti-Matétia MARÇO 2011

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Como todos sabemos o mais fa-moso FPS online do mundo é

o Counter-Strike, no entanto ve-

nho dar-vos a conhecer uma boa

alternativa ao CS e mais impor-

tante é “free”. Essa alternativa é…

Esta alternativa é um pouco dife-

rente do CS, mas não deixa de ser

boa. Neste jogo o principal objectivo

é ganhar experiência, dinheiro (GPs)

e subir de “rank”, à medida que subi-

mos desbloqueamos as mais variadas

coisas para podermos equipar o nosso

personagem, desde armas, granadas,

protecções, etc… Ao contrário do CS

em que se compram os itens ao início

de cada ronda, aqui temos que com-

pra-los para um determinado tempo

(1 dia, 7 dias, 30 dias ou 90 dias).

Existem neste jogo vários mo-

dos de jogo, sendo o mais jogado o

“Elimination”. Neste modo quando

somos abatidos renascemos ao fim

de 3 segundos e podemos continuar

a jogar. Para quem gosta de CS não

é preciso se preocuparem pois tam-

bém existe o modo “Elimination

Pro” que funciona do mesmo modo.

Para quem quer (e pode) se não

quiser esperar até alcançar um certo

“rank” para poder comprar uma de-

terminada arma e/ou acessório pode

carregar a sua conta com dinheiro,

que no jogo é identificado como (NX)

e aí podem comprar o que quiserem.

Este jogo no meu ponto de vista

tem três pontos negativos, apenas

se pode jogar se tivermos ligados à

internet, de vez em quando tem al-

gum lag nos seus servidores e os che-

aters (este último tem fácil resolução

pois podem ser kickados da sala).

R.V.

A A L T E R N A T I V A “ B A R A T A ” D O C S …

J O G O S

RUI VENÂNCIOAluno Mestrado Integrado em

Engenharia Biomédica

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23

MARÇO 2011 jornal Anti-Matétia

P a l a v r a s C r u z a d a s E d i ç ã o n . º 8 A n t i - M a t é r i a

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