Transcript
  • MINISTRIO DA DEFESA

    EXRCITO BRASILEIRO

    DEPARTAMENTO DE CINCIA E TECNOLOGIA

    INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

    CURSO DE MESTRADO EM ENGENHARIA MECNICA

    1 Ten CCERO DOS SANTOS MENDES LIMA RIBEIRO

    ANLISE DA PLATAFORMA DE STEWART ACIONADA POR

    CABOS PARA GRANDES ESPAOS DE TRABALHO

    Rio de Janeiro

    2010

  • INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

    1 Ten CCERO DOS SANTOS MENDES LIMA RIBEIRO

    ANLISE DA PLATAFORMA DE STEWART ACIONADA POR CABOS

    PARA GRANDES ESPAOS DE TRABALHO

    Dissertao de Mestrado apresentada ao Curso de

    Mestrado em Engenharia Mecnica do Instituto Militar de

    Engenharia, como requisito parcial para a obteno do

    ttulo de Mestre em Cincias em Engenharia Mecnica

    Orientador: Maj Jorge Audrin Morgado de Gois Dr. Ing

    Rio de Janeiro

    2010

  • C2010

    INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

    Praa General Tibrcio, 80 Praia Vermelha

    Rio de Janeiro, RJ CEP 22290-270

    Este exemplar de propriedade do Instituto Militar de Engenharia, que poder inclui-lo em

    sua base de dados, armazenar em computador, microfilmar ou adotar qualquer forma de

    arquivamento.

    permitida a meno, reproduo parcial ou integral e a transmisso entre bibliotecas

    deste trabalho, sem modificao de seu texto, em qualquer meio que esteja ou venha a ser

    fixado, para pesquisa acadmica, comentrios e citaes, desde que sem finalidade comercial

    e que seja feita a referncia bibliogrfica completa.

    Os conceitos expressos neste trabalho so de responsabilidade dos autores e de seus

    orientadores.

    620.1123Ribeiro,CcerodosSantosMendesLimaR484 AnlisedaplataformadeStewartacionadaporcabosparagrandesespaosde

    trabalho/ CcerodosSantosMendesLimaRibeiro.RiodeJaneiro:InstitutoMilitardeEngenharia,2010.

    190f.:il.,graf.,tab

    Dissertao(mestrado)InstitutoMilitardeEngenharia,2010.

    1. Engenharia Mecnica Tese, Dissertao 2. Plataforma de Stewart. 3.CabosemCatenria.I.Ttulo.II.InstitutoMilitardeEngenharia.

    CDD620.1123

    2

  • INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

    1 Ten CCERO DOS SANTOS MENDES LIMA RIBEIRO

    ANLISE DA PLATAFORMA DE STEWART ACIONADA POR CABOS

    PARA GRANDES ESPAOS DE TRABALHO

    Dissertao de Mestrado apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia Mecnica do

    Instituto Militar de Engenharia, como requisito parcial para a obteno do ttulo de Mestre em

    Cincias em Engenharia Mecnica.

    Orientador: Maj Jorge Audrin Morgado de Gois Dr. Ing

    Aprovada em 08 de fevereiro de 2010 pela seguinte Banca Examinadora:

    __________________________________________________________________

    Maj Jorge Audrin Morgado de Gois Dr. Ing. do IME Presidente

    __________________________________________________________________

    Prof. Max Suell Dutra Dr. -Ing. da UFRJ

    __________________________________________________________________

    Prof. Luciano Luporini Menegaldo - D.C. do IME

    __________________________________________________________________

    Prof. Fernando Ribeiro da Silva - D.C. do IME

    Rio de Janeiro

    2010

    3

  • Quero dedicar este trabalho a minha famlia como

    forma de compensao pela minha falta durante estes dois

    anos, por ter perdido momentos preciosos que no voltam

    mais e por no t-las levado para passear quando me

    pediam.

    4

  • AGRADECIMENTOS

    Em primeiro lugar a DEUS, que me concede o simples dom de respirar, acordar e ter

    metas todos os dias. Logo em seguida, quero agradecer a minha esposa e minha filha por

    terem se mantido firmes durante estes dois anos, por todo o tempo em que fui muito chato.

    Agradeo aos meus pais que sempre me incentivaram a estudar e se desdobraram em alguns

    momentos para manterem o alto padro educacional que tive.

    Agradeo ao Exrcito Brasileiro que financiou minha graduao e mestrado, ambos em

    tempo integral, que me deu a oportunidade de conhecer trs regies do Brasil e por mais

    incrvel que parea por ter me tirado do Rio de Janeiro, pois como todo bom carioca (carioca

    de criao, sou nascido em Niteri) nunca sairia do Rio por vontade prpria.

    Ao Maj Estarch, ao Ten Cel Mendona e ao Maj Ribeiro e todos seus Sargentos

    auxiliares, todos l de Campo Grande, que me ajudaram naquela tarde de quinta para no

    perder o prazo de envio do requerimento de mestrado. A Cap Jonara pela simpatia com que

    atendia meus telefonemas quase que semanalmente.

    Ao Instituto Militar de Engenharia pela excelente escola que e por seus integrantes,

    quase que na sua totalidade muito prestativos e aptos a ensinar seja o que for. Em especial ao

    Maj Audrin, Orientador, que ao longo destes dois anos, na medida em que lhe era possvel

    nunca me negou auxlio e se mostra paciente com minhas limitaes. Aos professores

    Luciano, Fernando, Cel Arnaldo e Prof. Max Suell da UFRJ pela pacincia, interesse e

    entusiasmo com que compe a banca examinadora.

    Ao pessoal do LPM: Back, Fernando, Mineiro, Rodrigo, Chico, Ten Cel Servilha, Cmt

    Diogo, Ten Cel Zola (da Angola), Marcos e Vivian (A galera da dura); a galera do mestrado de

    outros cursos como: Humberto, Amorim, Alaluna, Ingrid e por ai vai, ao Pereira que nos

    deixou em busca de novos mundos; ao Teixeira desde a graduao; ao pessoal da mole:

    Renan, Oberdan, Bruno, Maj Eduardo, Leandro, Rmulo, Luciana e Fabrcio que no

    concluiram conosco; e outros que no lembro o nome agora.

    Ao pessoal do Corpo de Alunos, em especial a Cris e ao Lyra, que sempre estiveram

    dispostos a me ajudar a resolver meus problemas

    E por ltimo, mas no menos importante ao pessoal de Braslia por ter me ajudado na

    classificao aps o curso.

    5

  • Vai s, age e s forte

    (2 Cronicas 25:8)

    6

  • SUMRIO

    LISTA DE ILUSTRAES.....................................................................................................10

    LISTA DE TABELAS...............................................................................................................18

    LISTA DE ABREVIATURAS E SMBOLOS..........................................................................19

    LISTA DE SIGLAS...................................................................................................................22

    1 INTRODUO.........................................................................................................25

    1.1 Reviso bibliogrfica..................................................................................................27

    1.2 Objetivo ...................................................................................................................28

    1.3 Desenvolvimento do trabalho.....................................................................................29

    2 FUNDAMENTAO TERICA...........................................................................31

    2.1 Definies...................................................................................................................34

    2.2 Classificao de TBPM...............................................................................................37

    2.2.1 Quanto ao grau de redundncia...................................................................................37

    2.2.2 Quanto aos graus de liberdade....................................................................................41

    3 MODELO MATEMTICO.....................................................................................43

    3.1 Equilbrio de foras e consideraes adicionais.........................................................45

    3.2 Cinemtica inversa......................................................................................................47

    3.3 Dinmica inversa........................................................................................................50

    4 ANLISE DO ESPAO DE TRABALHO............................................................53

    4.1 Singularidades.............................................................................................................56

    4.2 Rigidez do sistema......................................................................................................58

    4.3 Mtodo de determinao do espao de trabalho controlvel para manipuladores com

    cabos de massa nula....................................................................................................60

    4.4 Determinao de foras pelo mtodo do baricentro...................................................64

    5 ESTUDO DE CASO DE MANIPULADORES DE CABOS COM MASSA

    NULA .....................................................................................................................66

    5.1 Soluo homognea....................................................................................................66

    7

  • 5.2 Soluo no-homognea.............................................................................................70

    5.3 Espao de trabalho com respeito s tenses...............................................................73

    5.3.1 Espao de trabalho com respeito s tenses com soluo homognea.......................75

    5.3.2 Espao de trabalho com respeito s tenses com soluo no-homognea................80

    6 MODELO DO MANIPULADOR COM CABOS DE MASSA NO-NULA......86

    6.1 Caso 1: Plataforma pontual 3m2T0R..........................................................................87

    6.2 Caso 2: Plataforma pontual 4m3T0R..........................................................................93

    6.3 Caso 3: Plataforma em barra 4m2T1R........................................................................95

    6.4 Caso 4: Plataforma em placa plana 8m3T3R..............................................................97

    6.5 mtodo alternativo da soluo baseada em componentes de foras horizontais para

    casos em que existem cabos na vertical....................................................................101

    6.6 etapas do mtodo de soluo do problema no-linear..............................................104

    6.7 resultados esperados..................................................................................................105

    7 DADOS DE PROJETO E ESPECIFICAO DO CABO DE AO.................107

    7.1 Definio da regio de ancoragem............................................................................107

    7.2 Definio da plataforma e especificao do cabo de ao.........................................109

    7.3 Dados de entrada do problema..................................................................................112

    7.4 Validao do espao de trabalho...............................................................................114

    7.4.1 Consideraes sobre o espao de trabalho obtido.....................................................116

    7.5 Trajetrias.................................................................................................................124

    7.5.1 Trajetria elptica com altura varivel......................................................................124

    7.5.2 Trajetria ascendente helicoidal de raio varivel......................................................125

    7.5.3 Trajetria parablica.................................................................................................126

    8 SIMULAES E RESULTADOS OBTIDOS.....................................................129

    8.1 Resultados obtidos a partir das trajetrias................................................................129

    8.2 Problemas encontrados durante a obteno do modelo dinmico e anlise do espao

    de trabalho.................................................................................................................139

    9 TRABALHOS FUTUROS.....................................................................................140

    9.1 Soluo de sistemas altamente redundantes.............................................................140

    8

  • 9.2 Vibrao no sistema..................................................................................................140

    9.3 Sensao e percepo................................................................................................141

    9.4 Considerao dos pontos de ancoragem como polias...............................................141

    9.5 Implementao de um sistema de posicionamento na plataforma............................142

    9.6 Analise da rigidez do sistema quanto a massa dos cabos.........................................142

    10 CONCLUSES.......................................................................................................143

    11 REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS..................................................................146

    12 APNDICE..............................................................................................................151

    12.1 Apndice 1: Definies sobre fios e cabos em catenria .........................................152

    12.1.1 Equaes gerais dos fios e cabos..............................................................................153

    12.1.2 Estudo particular da catenria...................................................................................155

    12.1.3 Fundamentao terica para cabos elsticos.............................................................158

    12.1.4 Equaes fundamentais para grandes espaos de trabalho.................................160

    12.2 Apndice 2: Demonstrao da obteno da matriz de rotao Rp(x)........................162

    12.3 Apndice 3: Demonstrao da derivada da matriz de rotao Rp'(x)......................164

    12.4 Apndice 4: Demonstrao de =Hb-1 . .................................................................165

    12.5 Apndice 5: Aplicao da serie de taylor para obteno da configurao cinemtica

    da plataforma............................................................................................................167

    12.6 Apndice 6: Espaos de trabalho para manipuladores com cabos de massa nula....172

    12.7 Apndice 7: Trajetrias propostas e espao de trabalho a esperado.........................175

    13 ANEXO....................................................................................................................180

    13.1 Anexo 1: Caracteristicas bsicas de cabos de ao....................................................181

    13.2 Anexo 2: Especificao de cabo por aplicao.........................................................186

    13.3 Anexo 3: Tabela de especificao do cabo CIMAF 6x25F+AACI..........................187

    13.4 Anexo 4: Ficha tcnica do EC-120 COLIBRI da Helibrs.......................................188

    13.5 anexo 5: Definies das matrizes de massa e generalizada de coriolis apresentada por

    (FANG, 2005)...........................................................................................................189

    9

  • LISTA DE ILUSTRAES

    FIG. 1.1 Prottipo do SEGESTA (BRUCKMAN et al, 2008).............................................26

    FIG. 1.2 Esquema plano de um manipulador serial acionado por cabos(OU, 1994)...........27

    FIG. 2.1 Aplicaes de manipuladores paralelos baseados em tendes para grandes

    dimenses...............................................................................................................31

    FIG. 2.2 Rob FALCON (KAWAMURA et al, 1995)..........................................................32

    FIG. 2.3 Definio dos elementos do manipulador..............................................................36

    FIG. 2.4 Posicionamento da plataforma exteriormente ao polgono de ancoragem.............39

    FIG. 2.5 Manipuladores CPRM segundo a classificao por Nr de graus de liberdade

    (VERHOEVEN, 2004)...........................................................................................42

    FIG. 3.1 Modelo geral de uma plataforma acionada por cabos (VERHOEVEN, 1998)......44

    FIG. 3.2 Tcnicas para se evitar colises entre cabos (VERHOEVEN, 2004)....................45

    FIG. 3.3 Foras aplicadas sobre a plataforma.......................................................................46

    FIG. 4.1 Espao de trabalho definido por (FANG, 2005) para o SEGESTA

    (BRUCKMANN et al, 2008).................................................................................56

    FIG. 4.2 Singularidade do Tipo I ou Sub-mobilidade (VERHOEVEN, 2004)....................57

    10

  • FIG. 4.3 Singularidade do Tipo II ou Sobre-Mobilidade (VERHOEVEN, 2004)...............57

    FIG. 4.4 Rigidez para manipuladores 2T0R (HILLER et al ,2005).....................................60

    FIG. 4.5 Manipulador 3m1T0R (VERHOEVEN, 2004)......................................................63

    FIG. 4.6 Regio Vivel e e Transformao Linear = N(AT) . .

    (BRUCKMAN et al, 2008)....................................................................................63

    FIG. 5.1 Manipulador 3m2T0R............................................................................................66

    FIG. 5.2 Curvas de tenso do manipulador 3m2T0R em funo da Regio Vivel.............68

    FIG. 5.3 Manipulador 4m2T0R............................................................................................68

    FIG. 5.4 Regio vivel do caso 4m2T0R.............................................................................69

    FIG. 5.5 Tenso no cabo 1 do Manipulador RRPM 4m2T0R, obtida em funo do domnio

    da Regio Vivel....................................................................................................70

    FIG. 5.6 Evoluo da regio vivel do caso 4m2T0R no-homogneo em funo da massa

    da plataforma..........................................................................................................72

    FIG. 5.7 Espao de Trabalho com respeito as tenses fmin=1,0N e fmax=5,0N para o

    manipulador RRPM 4m2T0R................................................................................73

    FIG. 5.8 Espao de Trabalho com Respeito s Tenses, de uma manipulador CRPM

    homogneo, para vrios valores de kmax..................................................................75

    11

  • FIG. 5.9 Mtodo bsico de determinao do espao de trabalho.........................................76

    FIG. 5.10 Espao de trabalho com respeito s tenses para o manipulador

    CRPM 3m2T0R.....................................................................................................77

    FIG. 5.11 Espao de trabalho com respeito s tenses para o manipulador

    RRPM 4m2T0R.....................................................................................................78

    FIG. 5.12 Espao de trabalho com respeito s tenses para o manipulador

    RRPM 6m2T0R.....................................................................................................79

    FIG. 5.13 Espaos de trabalho para manipuladores 3m2T0R com diferentes massas...........81

    FIG. 5.14 Espao de trabalho para 3m2T0R com fmin=1,0N e fmax=2,5N...............................82

    FIG. 5.15 Espao de trabalho para 3m2T0R com fmin=2,0N e fmax=5,0N...............................82

    FIG. 5.16 Espao de trabalho para 4m2T0R com fmin=1,0N e fmax=5,0N...............................83

    FIG. 5.17 Espao de trabalho para 4m2T0R com fmin=1,0N e fmax=2,5N...............................83

    FIG. 5.18 Espao de trabalho para 4m2T0R com fmin=2,0N e fmax=5,0N...............................84

    FIG. 6.1 Modelo do manipulador 3m2T0R, com cabos em catenria..................................88

    FIG. 6.2 Posies possveis de cabos nos pontos de fixao...............................................90

    12

  • FIG. 6.3 Modelo do manipulador 4m3T0R, com cabos em catenria..................................93

    FIG. 6.4 Modelo do manipulador 4m2T1R, com cabos em catenria..................................95

    FIG. 6.5 Modelo do manipulador 8m3T3R, com cabos em catenria..................................98

    FIG. 6.6 Vetor v1 no plano vertical que contem a catenria.................................................99

    FIG. 6.7 Esquema de determinao do Espao de Trabalho Controlvel no-linear........104

    FIG. 6.8 Representao dos vetores unitrios em um manipulador CRPM 2T0R.............105

    FIG. 7.1 Duplo hangar de Orly de Eugne Freyssine, 1923 (PORTO, 2009)....................107

    FIG. 7.2 Foto do Ptio Mal Mascarenhas de Moraes (Arquivo pessoal)...........................108

    FIG. 7.3 Slidos de ancoragem (Esquemtico)..................................................................108

    FIG. 7.4 Vistas de frente, lateral e de topo do helicptero EC-120 COLIBRI

    (http://www.helibras.com.br/produtos_det.php?id=1).........................................109

    FIG. 7.5 Esquema de sustentao da plataforma por um nico cabo.................................110

    FIG 7.6 Espaos de Trabalho com os pontos de ancoragem e eixos coordenados............112

    FIG. 7.7 Vistas do Espao B...............................................................................................115

    13

  • FIG. 7.8 Vistas do Espao B (No-linear)..........................................................................115

    FIG. 7.9 Foras de trao nos cabos...................................................................................116

    FIG. 7.10 Vistas laterais dos espaos de trabalho para cabos de massa no-nula................118

    FIG. 7.11 Vistas frontais dos espaos de trabalho para cabos de massa no-nula................118

    FIG. 7.12 Vistas superiores dos espaos de trabalho para cabos de massa no-nula...........119

    FIG. 7.13 Comparao entre os espaos de trabalho para o cabo C3, com CS 10 e 12.......120

    FIG. 7.14 Tcnica de visualizao do espao de trabalho por cotas....................................121

    FIG. 7.15 Espao de trabalho por cotas para a regio B com o cabo C3 e CS 12................122

    FIG. 7.16 Trajetria elptica de altitude varivel..................................................................125

    FIG. 7.17 Trajetria ascendente helicoidal de raio varivel.................................................126

    FIG. 7.18 Trajetria da plataforma em vo parablico........................................................128

    FIG. 8.1 Curva de foras nos cabos na trajetria elptica...................................................130

    FIG. 8.2 Curvas de comprimento de cabo na trajetria elptica.........................................131

    FIG. 8.3 Curvas de deformao elstica nos cabos na trajetria elptica...........................131

    14

  • FIG. 8.4 Catenrias e tenses na posio inicial da trajetria elptica r=[200 0 50] .........133

    FIG. 8.5 Catenrias e tenses na posio r=[72 14 40] da trajetria elptica.....................133

    FIG. 8.6 Curvas de foras nos cabos para trajetria helicoidal ascendente........................134

    FIG. 8.7 Curvas de deformao elstica nos cabos para trajetria helicoidal ascendente..135

    FIG. 8.8 Curvas de foras nos cabos para trajetria parablica.........................................135

    FIG. 8.9 Curvas de deformao elstica nos cabos para trajetria parablica...................136

    FIG. 8.10 Catenrias e tenses na posio inicial da trajetria helicoidal r=[150 0 20]......137

    FIG. 8.11 Catenrias e tenses na posio em r=[93 12 67]................................................137

    FIG. 8.12 Catenrias e tenses na posio inicial da trajetria parablica r=[105 0 20].....138

    FIG. 8.13 Catenrias e tenses em r=[128 0 77]..................................................................138

    FIG. 12.1 Modelo simples de cabo em catenria..................................................................152

    FIG. 12.2 Catenria sujeita ao prprio peso.........................................................................153

    FIG. 12.3 Representao das foras aplicadas sobre um elemento infinitesimal de cabo....153

    FIG. 12.4 Modelo de catenria fixa em dois pontos.............................................................155

    15

  • FIG. 12.5 Determinao das distancias horizontal e vertical entre pontos de fixao e de

    ancoragem da catenria........................................................................................156

    FIG. 12.6 Modelo de cabo em catenria para determinao do espao de trabalho.............160

    FIG. 12.7 Representao de rotaes tri-dimensionais na seqncia ZYX..........................162

    FIG. 12.8 Representao do referencial local.......................................................................165

    FIG. 12.9 Espao de trabalho linear para o Cabo C1, com CS=12 .....................................172

    FIG. 12.10 Espao de trabalho linear para o Cabo C2, com CS=12......................................173

    FIG. 12.11 Espao de trabalho linear para o Cabo C3, com CS=12......................................173

    FIG. 12.12 Espao de trabalho linear para o Cabo C4, com CS=12......................................174

    FIG. 12.13 Vistas do Espao de Trabalho A esperado............................................................175

    FIG. 12.14 Trajetria da plataforma vo pairado................................................................177

    FIG. 12.15 Trajetria da plataforma Decolagem parablica...............................................178

    FIG. 12.16 Trajetria da plataforma Trajetria senoidal no plano 0xz................................179

    FIG. 13.1 Esquema de cabo de ao e seus elementos (VERRET ,1997).............................181

    16

  • FIG. 13.2 Seo transversal de cabos de ao (VERRET ,1997)...........................................182

    FIG. 13.3 Tipos de toro (VERRET ,1997)........................................................................183

    FIG. 13.4 Recomendaes de enrolamento no tambor segundo dimetro da polia e sentido

    de toro do cabo (VERRET, 1997).....................................................................184

    FIG. 13.5 Comparao entre pernas convencional e compactada (VERRET, 1997)...........184

    17

  • LISTA DE TABELAS

    TAB 2.1 Classificao do manipulador quanto ao numero de graus de liberdade...............41

    TAB. 5.1 Valores de vivel e f(vivel) para as massas 0g, 50g e 250g no caso 3m2T0R..........71

    TAB. 5.2 Valores de vivel e f(vivel ) para as massas 0g, 50g e 250g no caso 4m2T0R.........71

    TAB. 6.1 Tabela de frmulas para o Caso 3T3R.................................................................100

    TAB. 7.1 Dados tcnicos do EC-120 Colibri.......................................................................110

    TAB. 7.2 Cargas de ruptura para especificao de cabo em funo do ngulo de inclinao

    com a horizontal, para cabos CIMAF 6x25F+AACI...........................................111

    TAB. 7.3 Propriedades Mecnicas dos cabos CIMAF 6X25F+AACI para os dimetros 16,0,

    19,0, 22,0 e 29,0mm.............................................................................................117

    TAB. 7.4 Dados de projeto e especificao do cabo de ao................................................123

    TAB. 7.5 Comparao entre as caractersticas do cabo C1 (CS 12) e C3 (CS 10)..............123

    TAB. 12.1 Equaes Fundamentais com Respeito a Cabos Flexveis para Grandes Espaos de

    Trabalho................................................................................................................161

    TAB. 13.1 Coeficientes de segurana aplicados a cabos de ao............................................185

    18

  • LISTA DE ABREVIATURAS E SMBOLOS

    ABREVIATURAS

    a - Razo h / de um cabo em catenria

    A(s) - rea da seo transversal do cabo, no comprimento s em relao ao vrtice da catenria

    A+T - Psedo-inversa de Moore-Penrose da Matriz de Estrutura AT

    AT - Matriz de estrutura

    b - Matriz dos pontos de ancoragem

    C(m,p) - Combinao de m elementos p a p

    CS - Coeficiente de segurana

    dC - Distncia vertical entre os pontos de fixao e ancoragem de um cabo em catenria

    E - Mdulo de elasticidade do cabo

    f - Vetor de foras nos cabos

    f (viavel) - Vetordetensesnoscabos,obtidospelaaplicaodevivelf s - Vetorsoluodeforasobtidaapartirdomtododobaricentro

    F(H) - Sistema de equaes no-lineares

    fmax - Limite superior de trao no cabo

    fmin - Limite inferior de trao no cabo

    fp - Vetor de foras aplicadas sobre a plataforma

    frup - Trao de ruptura do cabo

    gC - Componente das foras de Coriolis

    gE - Vetor de foras externas aplicadas sobre a plataforma

    h - Vetor de fora horizontal em um cabo em catenria

    Hb-1 - Matriz de transformao linear que leva as derivadas dos ngulos de Cardan para o vetor de velocidades angulares no R3

    IG - Tensor de inrcia definido em RG em funo dos ngulos de rotao;

    Jx - Matriz jacobiana de x(x)

    K - Matriz de rigidez do sistema

    l - Vetor de comprimento de cabo

    19

  • lC - Distncia horizontal entre os pontos de fixao e ancoragem de um cabo em catenria

    Mp - Matriz de massa

    mp - Massa da plataforma;

    N(AT) - Ncleo da matriz de estrutura

    pL - Vetor dos pontos de fixao dos cabos na plataforma, no ref. local. RL

    q - Vetor comprimento de cabo

    r - Rosio do referencial local da plataforma RL em relao a RG

    RC - Referencial de determinao dos parmetros da catenria no plano vertical que a contem

    RG - Referencial Global

    RL - Referencial Local da plataforma

    Rp(x) - Matriz de rotao da plataforma em relao ao ref. global RG

    T(s) - Trao no cabo em um comprimento s em relao ao vrtice da catenria

    U - Matriz Direcional

    Umax - Limite superior de torque nos atuadores

    Umin - Limite inferior de torque nos atuadores

    vi - Vetor unitrio de comprimento de cabo

    w(r,) - Vetor de esforos externos aplicados sobre a plataforma na posio e orientao indicadas por r e , respectivamente.

    x - Posio da plataforma

    x - Velocidade da plataforma

    x - Acelerao da plataforma

    x1 - Posio do ponto de fixao de um cabo em catenria no ref. RC

    x2 - Posio do ponto de ancoragem de um cabo em catenria no ref. RC

    L - Deformao elstica do cabo

    S - Comprimento de cabo entre os pontos x1 e x2

    20

  • SMBOLOS

    Peso por unidade de comprimento de um cabo em catenria

    - Menor ngulo que o plano vertical que contem a catenria faz com a direo longitudinal do slido de ancoragem.

    1 - ngulo que a catenria faz com a horizontal no ponto de fixao

    2 - ngulo que a catenria faz com a horizontal no ponto de ancoragem

    f ih j

    - Derivada parcial de fi segundo hj para o clculo da matriz Jacobiana de soluo do sistema no-linear

    - ngulo de rotao da plataforma em torno do eixo Z

    - ngulo de rotao da plataforma em torno do eixo Y - ngulo de rotao da plataforma em torno do eixo X

    - Vetor velocidade angular

    x(x) - Funo vetorial comprimento de cabo

    d - Deformaoaxialespecificadeumcaboemcatenria

    C - Hipercubo m-dimensional dos limites de fora nos cabos

    S - Hiperplano r-dimensional das distribuies de fora

    - Regio Vivel delimitada pelos (s) no Rr

    - Ponto soluo da regio vivel em Rr

    s - obtidopelomtododobaricentro,referenteasoluosegura

    vivel - limitesdaregiovivel

    - Imagem da regio vivel no hipercubo de foras

    - Orientao da plataforma, representada pelo referencial RL, em relao a RG

    p - Vetor de torques aplicados sobre a plataforma

    21

  • LISTA DE SIGLAS

    1T Movimento com 1 grau de liberdade translacional

    2T Movimento com 2 graus de liberdade translacionais

    2T1R Movimento com 2 graus de liberdade translacionais e 1 rotacional

    3T Movimento com 3 graus de liberdade translacionais

    3T2R Movimento com 3 graus de liberdade translacionais e 2 rotacionais

    3T3R Movimento com 3 graus de liberdade translacionais e 3 rotacionais

    8M3T3R Manipulador comm 8 cabos, cuja plataforma se move como 3T3R.

    CKRM Completely Kinematic Restrained Manipulators (Manipulador com restries cinemticas completas)

    CRPM Completely Restrict Positioning Mechanism (Mecanismo de posicionamento completamente restrito)

    IKRM Incompletely Kinematic Restrained Manipulators (Manipulador com restries cinemticas incompletas)

    IME Instituto Militar de Engenharia

    IRPM Incompletely Restrict Positioning Mechanism (Mecanismo de posicionamento incompletamente restrito)

    LPM Labortorio de Projetos Mecnicos

    R.A. Razo de Aspceto

    RAMP Redundantly Actuated Manipulators (Manipulador com restries cinemticas redundantes)

    RRPM Redundantely Restrict Positioning Mechanism (Mecanismo de posicionamento redundantemente restrito)

    SE-4 Seo de Ensino 4 / Departamento de Engenharia Mecnica e de Materiais

    SEGESTA SEilGEtribene Systeme in Theorie und Anwendung (Sistemas atuados por cabos em teoria e aplicao)

    TBPM Tendon-base paralell manipulator (Manipulador paralelo acionado por cabos)

    22

  • RESUMO

    Manipuladores paralelos atuados por cabos de massa desprezvel, constituem-se em amplo material de pesquisa. No entanto, para que um cabo de massa no desprezvel seja utilizado em um grande espao de trabalho, devem ser feitas as consideraes necessrias formao de catenrias nestes cabos.

    Conhecendo-se a soluo para manipuladores acionados por cabos de massa nula, busca-se a soluo do problema gerado pela aplicao de massa nos cabos pelo mtodo de Newton, e obtm-se a soluo de foras para dada configurao cinemtica e dinmica aplicada sobre a plataforma, por meio de um sistema de equaes em funo de suas foras horizontais. Caso o sistema possua soluo na posio e esforos analisados, diz-se que este ponto pertence ao espao de trabalho do manipulador e so apresentados todos os parmetros que determinam as catenrias do sistema, bem como sua configurao cinemtica.

    Analisando-se o problema em diversos casos, pode-se verificar que o espao de trabalho mais reduzido e se deforma na direo de aplicao das foras, em relao ao espao de trabalho para cabos de massa nula. Como trabalhos futuros propem-se o estudo da rigidez e da vibrao do sistema e a aplicao de sistema de controle para motores de corrente alternada, por serem mais robustos e de menor custo.

    23

  • ABSTRACT

    Tendon based parallel manipulators with massless wires are widely studied. However, for real wires used in a extense workspace, some considerations should be made.

    From the solution for massless cable manipulators, the problem generated by the application of the cable mass is solved by Newton's method. The tensions are obtained for a kinematic and dynamic configuration applied to the platform from the component of horizontal force. If the system has solution for this position and efforts, this point will belong to the workspace and the catenary parameters are determined.

    Analyzing the problem in several cases, one can verify that the workspace is smaller than workspace for massless wires and deformed in the direction of application of forces. As future work are proposed to study the stiffness and vibration of the system, as well the application of a control system based AC motors.

    24

  • 1 INTRODUO

    Por definio um manipulador paralelo consiste de uma plataforma ou ferramenta

    ligada a base por cadeias cinemticas abertas e independentes. De maneira geral,

    comparando-os com manipuladores antropomrficos em srie, ambos com atuadores rgidos,

    um manipulador paralelo possuir as seguintes caractersticas:

    a) boa capacidade de posicionamento;

    b) elevada capacidade de carga, pela sustentao cooperativa de todos os atuadores;

    c) grande rigidez estrutural, dada a caracterstica acima;

    d) baixa inrcia, devido a distribuio de massas; e,

    e) reduzido espao de trabalho, devido ao comprimento comercial dos atuadores, e

    a estes terem de se mover em conjunto em torno da posio desejada.

    (STEWART, 1965) props uma estrutura paralela com 6 graus de liberdade e atuadores

    lineares rgidos a partir de uma estrutura conhecida como plataforma de Gough desde 1947 e

    esta nova estrutura ficou conhecida como Plataforma de Stewart1. No entanto a Plataforma de

    Stewart tradicional apresentava a desvantagem de no poder se mover alm do comprimento

    permitido por seus atuadores.

    Visando eliminar o problema do curto espao de trabalho, limitado pelas juntas

    cinemticas do mecanismo, foi proposta uma plataforma mvel sustentada por cabos. Esta

    concepo ficou conhecida como manipulador paralelo baseado em tendes ou atuado por

    cabos.

    A FIG. 1.1 apresenta o SEGESTA2, um manipulador paralelo atuado por sete cabos e que

    se move nos seis graus de liberdade.

    1 A Plataforma de Stewart constitui-se no manipulador paralelo mais conhecido no meio no cientifico

    2 SEGESTA - Seilgetriebene Stewart-Plattformen in Theorie und Anwendung. Em portugus: Plataforma de Stewart atuada por cabos para teoria e aplicao

    25

  • FIG. 1.1- Prottipo do SEGESTA (BRUCKMAN et al, 2008)

    Ao contrrio do SEGESTA, caso um manipulador paralelo acionado por cabos possua

    cabos longos, seu espao de trabalho controlvel pode ser ampliado o quanto se deseje, desde

    que quesitos como sustentabilidade e controlabilidade da plataforma sejam atendidos.

    O interesse em manipuladores para grandes espaos reside na possibilidade de aplicao

    em simuladores de vo de aeronaves, em especial de aeronaves de asas rotativas. Em amplos

    espaos, a movimentao da plataforma representando uma aeronave tripulada poder levar o

    piloto a experimentar a sensao de voar e realizar manobras e no somente a ter essa

    percepo a partir de equipamentos de realidade virtual.

    Desta forma, o Exrcito Brasileiro deseja desenvolver o estudo em torno deste tipo de

    manipulador pelo fato de que parte da formao prtica e da instruo de um piloto poder ser

    substituda por horas de aula em simuladores gerando economia de combustvel e evitando o

    desgaste da aeronave.

    26

  • 1.1 REVISO BIBLIOGRFICA

    Verifica-se que o trabalho neste tipo de manipulador comeou nos anos 80 com a idia de

    melhoramentos em guindastes. Logo evoluiu para construo naval com trabalhos de

    (DAGALAKIS, 1989; ALBUS e BOSTELMANN, 1993; e ,BOSTELMANN et al, 1994),

    pois verificou-se que a possibilidade de movimentao e posicionamento preciso de grandes

    peas poderia viabilizar a construo modular de navios, acelerando o processo de fabricao.

    (OU, 1994) desenvolveu um trabalho sobre manipuladores seriais acionados por cabos

    por meio de rotulas que atuassem como polias. Porem foi verificado que o comprimento dos

    cabos varivel em funo da posio angular de cada junta do manipulador. Em (OU, 2004)

    pode-se verificar o prosseguimento do trabalho que havia comeado .A FIG. 1.2 apresenta o

    caso.

    FIG. 1.2 Esquema plano de um manipulador serial acionado por cabos(OU, 1994)

    Novamente, voltados para a aplicao submarina tem-se (UNGER, J., AND

    DAGALAKIS, N. G., 1998) com o trabalho Optimum Stiffness Study for a Parallel Link

    Robot Crane Under Horizontal Force3. 3 Estudo da rigidez tima de um manipulador paralelo tipo guindaste sob a ao de uma fora horizontal.

    27

  • Como aplicao deste tipo de manipulador na industria espacial (BOSTELMAN et al,

    1994) analisam o sistema de abertura de trem de pouso de um equipamento lunar.

    (TADOKORO et al, 1999 ) desenvolveu um trabalho sobre a fixao da uma plataforma

    acionada por cabos em reas atingidas por terremotos para os servios de resgate, evitando o

    contato da equipe e da vtima com o solo.

    (KAWAMURA et al, 2000) desenvolveu um manipulador paralelo acionado por cabos

    capaz de trabalhar em altas velocidades chamado FALCON-7. (WILLIAMS, 2005) prope

    um sistema de plataforma mvel acionada por cabos para a limpeza e manuteno de

    aeronaves. (LAFOURCADE et al, 2002; e ZHENG, 2006) desenvolveram e analisaram

    manipuladores para sustentao de modelos em tuneis de vento. H ainda uma aplicao em

    sistemas de transmisso automotiva, desenvolvido por (TSAI, 1996) para o departamento do

    governo norte americano.

    Nas bases de patentes nacional (INPI)4, americana (USPTO)5 e europeia (EPO)6 existem

    patentes sobre plataformas atuadas por cabos, sistemas de ancoragem de cabos,

    posicionamento de plataformas subaquticas e sistemas de abertura de mecanismos por cabos.

    1.2 OBJETIVO

    O objetivo deste trabalho a obteno do modelo dinmico da Plataforma de Stewart

    acionada por cabos, com 6 graus de liberdade, para aplicaes em grandes espaos de

    trabalho, de forma que possa realizar deslocamentos amplos o bastante, capazes de simular o

    vo de aeronaves de asa rotativa.

    Como deseja-se que a plataforma atue ao longo de grandes distncias, os cabos sero

    considerados elsticos e de massa no-nula, cujas especificaes tcnicas so obtidas de cabos

    comerciais, considerando a simplificao de que os cabos adotem a configurao de catenria

    4 www.inpi.gov.br Instituto Nacional de Propriedade Intelectual

    5 www.ustpo.gov United States Patent and Trademark Office

    6 www.epo.org European Patent Office

    28

    http://www.inpi.gov.br/http://www.epo.org/http://www.ustpo.gov/

  • esttica durante todo o percurso realizado.

    Os modelos apresentados por (VERHOEVEN, 2004; FANG, 2005; OH E AGRAWAL,

    2005; MIKELSONS et al, 2008) se baseiam quase que unicamente em manipuladores

    completamente restritos. Segundo a prpria classificao de (VERHOEVEN, 2004) quanto ao

    nmero de redundncias, este tipo de manipulador se caracteriza pelo numero de cabos ser

    igual ao numero de graus de liberdade mais um, e considera cabos de massa desprezvel.

    Verifica-se que a utilizao de mais cabos que o previsto, para manipuladores

    completamente restritos, pode ser tanto desejvel como necessria para a manipulao da

    plataforma mvel de acordo com as necessidades de projeto. A presena de cabos adicionais

    atribui ao manipulador restries redundantes, conforme ser apresentado no segundo

    captulo.

    A necessidade de incluir cabos redundantes poder surgir caso o espao de trabalho

    desejado seja amplo o suficiente para impedir que as foras dinmicas e aceleraes que esta

    dissertao espera obter sejam alcanadas ao longo das trajetrias desejadas.

    A possibilidade de incluso de cabos adicionais ao sistema pode ser justificada tambm

    caso em que a estrutura de ancoragem no suporte a concentrao de esforos e estes devam

    ser redistribudos.

    Assim torna-se necessrio buscar um mtodo de soluo que independa do nmero de

    cabos do manipulador, e oferea a capacidade de se variar o grau de redundncia cinemtica

    do modelo final.

    1.3 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO

    Este trabalho desenvolvido utilizando os softwares livres:

    Scilab-4.1.2;

    Openoffice 3.1; e,

    Linux sob a distribuio Ubuntu 8.04.

    29

  • O Captulo 2 apresenta a fundamentao terica, as definies de manipuladores

    acionados por cabos, sua classificao e consideraes quanto aos graus de redundncia e

    liberdade do manipulador.

    O Captulo 3 refere-se ao modelo matemtico da plataforma acionada por cabos e

    descreve: a cinemtica inversa para o caso de manipuladores acionados por cabos de massas

    consideradas nulas; e, o modelo dinmico da plataforma para o caso geral de m cabos e seis

    graus de liberdade.

    O Captulo 4 apresenta definies e ferramentas de anlise do espao de trabalho e o

    mtodo de determinao da soluo segura pelo baricentro da regio vivel.

    No Captulo 5 apresentado o mtodo de determinao do espao de trabalho onde

    consideram-se cabos de massa nula. Caso no existam esforos externos aplicados sobre a

    plataforma, tem-se a soluo homognea, caso contrrio, tem-se a soluo no-homognea.

    Tambm so analisados os espaos de trabalho com respeito aos limites de tenso para ambas

    as solues.

    O Captulo 6 introduz o problema de determinao do espao de trabalho quando os

    cabos possuem massa no-nula, apresenta as equaes de modelo para quatro casos distintos

    quanto ao grau de liberdade e faz consideraes quanto aos resultados esperados na obteno

    do espao de trabalho controlvel.

    O Captulo 7 apresenta a especificao dos cabos de ao utilizados nas simulaes, as

    dimenses da plataforma e as regies de ancoragem utilizados nas simulaes, que so

    geradas no Captulo 8.

    O Captulo 9 apresenta as concluses sobre o trabalho e os resultados obtidos.

    O Captulo 10 sugere trabalhos futuros para a continuidade desta dissertao.

    O Captulo 11 apresenta as referncias bibliogrficas utilizadas neste trabalho e nos

    Captulos 12 e 13 so apresentados, respectivamente, os Apndices e Anexos.

    30

  • 2 FUNDAMENTAO TERICA

    Manipuladores paralelos atuados por cabos so capazes de gerar velocidades e

    aceleraes mais elevadas quando comparados com manipuladores que utilizem atuadores

    rgidos seriais. Tal caracterstica ocorre devido a massa das partes moveis, neste caso os cabos

    que sustentam o atuador final, ser consideravelmente menor. A principal vantagens deste tipo

    de manipulador est no fato de ser relativamente mais leve e apresentar boa flexibilidade e

    manobrabilidade, por consequncia menor inercia e rigidez.

    Dentre as suas principais aplicaes industriais e comerciais, pode-se citar o

    posicionamento de telescpios sobre refletores de sinais fixos e sistemas de cmeras

    suspensas em estdios, onde braos robticos com atuadores rgidos no so apropriados

    devido ao curto alcance til em relao as dimenses a serem observadas.

    Na FIG. 2.1 so apresentadas estas aplicaes.

    a) Telescpio suspenso por balo posicionado por 6 cabos sobre a superfcie refletora

    (National Research Council of Canada )

    b) Skycam sustentada por 3 cabos

    (Skycam CF InFlight)

    FIG. 2.1 Aplicaes de manipuladores paralelos baseados em tendes para grandes dimenses

    Outra aplicao industrial em menor escala apresentada por (KAWAMURA et al, 1995)

    e (KAWAMURA et al, 2000) de maneira detalhada com o Rob FALCON-7 para a montagem

    em alta velocidade de componentes eletrnicos de pequeno peso baseados em

    semicondutores.

    31

  • A FIG. 2.2 ilustra de maneira esquemtica o rob FALCON-7 e seu possvel espao de

    trabalho para a montagem de componentes. Observando a figura verifica-se que o

    posicionamento dos cabos com pequenos ngulos de inclinao em relao a direo

    longitudinal possibilita que os esforos e aceleraes sejam transmitidos de maneira mais

    eficiente ao manipulador.

    a) FALCON-7

    b) Alcance Translacional

    FIG. 2.2 Rob FALCON (KAWAMURA et al, 1995)

    Aplicado a este trabalho, pode-se dizer que, de modo geral um manipulador paralelo

    baseado em tendes pode ser utilizado para percorrer grandes espaos livres, limitados por

    pontos fixos bem definidos e nos quais seja possvel fix-lo, e ainda no haja a atuao de

    foras externas capazes de posicion-lo fora do polgono ou slido determinado pelos pontos

    de ancoragem dos cabos1, no entanto existem excees a esta definio.

    Como cabos so elementos de maquinas que somente geram trao sobre os componentes

    em que esto fixos, a atuao redundante se torna necessria para que o posicionamento do

    mecanismo seja completamente restringido (Completely Restrained Positioning Mechanism -

    CRPM).

    Desta forma os cabos devem ser utilizados de forma coordenada para movimentarem a

    plataforma em um espao tridimensional a ser definido para cada configurao dinmica e

    estrutural do manipulador. Este volume do espao, no qual a plataforma admite o equilbrio

    dinmico de foras, denomina-se espao de trabalho da plataforma.

    A distribuio de tenses deve ser considerada durante todo o movimento do sistema

    1 Define-se por ponto de ancoragem, o local ou ponto considerado fixo, em relao a um referencial

    32

  • atravs da trajetria desejada. Para que o posicionamento da plataforma seja realizado,

    necessrio que condies previamente determinadas de pr-carga nos cabos e limites de

    vibrao do sistema sejam obedecidas.

    Para minimizar o consumo de energia do sistema, uma distribuio tima de tenses

    requerida de acordo com as condies cinemticas e dinmicas existentes. Esta distribuio

    apresentada por (BRUCKMANN et al, 2006) e (MIKELSONS et al, 2008)

    Em (FANG et al, 2004), Motion Control of a Tendon-Based Parallel Manipulator Using

    Optimal Tension Distribution, trata-se do problema da distribuio tima de tenses nos cabos

    como forma de reduzir os esforos envolvidos e aumentar a eficincia energtica do sistema.

    (VERHOEVEN, 2004) em Analysis of the Workspace of Tendon-based Stewart Platforms

    apresenta diversas configuraes de plataformas sustentadas por cabos, compara

    manipuladores paralelos a manipuladores seriais em diversas aplicaes e apresenta uma

    relao entre a configuraes de cabos com os graus de liberdade da plataforma. Neste

    trabalho tambm so analisadas as regies de singularidade do espao de trabalho.

    (FANG, 2005) fornece uma referncia completa em seu trabalho intitulado Design,

    Modeling and Motion of Tendon-Based Parallel Manipulators, voltada para manipuladores

    completamente restritos. Este trabalho apresenta os modelos cinemtico e dinmico de uma

    plataforma com sete cabos e seis graus de liberdade, com ambos os modelos baseados em

    ngulos de cardan. Considera-se que a plataforma rgida e que os cabos so elsticos

    (deformam-se longitudinalmente) e sem massa.

    O desenvolvimento deste trabalho se dar basicamente em trs fases:

    modelo com cabos inelsticos2 e sem massa.

    modelo com cabos elsticos3 e sem massa.

    modelo com cabos elsticos e com massa no-nula.

    Por fim a contribuio deste trabalho ser a obteno de um modelo dinmico com seis

    graus de liberdade para manipuladores paralelos acionados por cabos classificados como

    completamente restritos e redundantemente restritos, este ltimo independendo do nmero de

    2 A simplificao de cabo inelstico (e sem massa) indica que o cabo se mantem permanentemente retilneo, ligando os pontos de ancoragem e fixao da plataforma, e que se comprimento no varia pela ao de esforos.

    3 Uma das simplificaes adotadas neste trabalho a ausncia de vibrao do cabo. A elasticidade considerada em um cabo atuando sobre a plataforma indica somente que este se deforma longitudinalmente variando seu comprimento e consequentemente a posio da plataforma.

    33

  • cabos, e em ambos os casos adota-se a configurao de catenria esttica para cada cabo

    empregado.

    feita ainda a considerao de que as classificaes acima so obedecidas, ou seja, de

    que o manipulador em nenhum momento apresente configurao incompletamente restrita

    devido a ao de foras externas.

    2.1 DEFINIES

    Primeiramente, em todos os casos analisados utilizam-se m para nmero de cabos e n

    para nmero de graus de liberdade da plataforma.

    So definidos como pontos de fixao os pontos da plataforma onde os cabos so

    fixados. Estes pontos so representados por vetores constantes no referencial local.

    conveniente definir que o referencial local padro utilizado em todas as equaes centroidal

    com os eixos 0x e 0y, respectivamente, paralelo e transversal a maior dimenso da plataforma,

    e que caso isso no ocorra, tal fato ser mencionado.

    Pontos de ancoragem so os pontos de ligao dos cabos com a estrutura de

    sustentao do manipulador. Neste trabalho, todos os pontos de ancoragem so considerados

    fixos (constantes) e pontuais devido a ordem de grandeza da variao da localizao destes

    pontos em relao ao volume do espao de trabalho ser desprezvel. Por se tratar de grandes

    espaos de trabalho, a variabilidade da posio do ponto de ancoragem no uma condio de

    existncia para este tipo de manipulador.

    (BRUCKMANN et al, 2008) apresentam o equacionamento para cabos ligados base por

    polias acopladas a peas mveis nas regies de ancoragem. Desta forma, as polias por onde os

    cabos passam esto sempre voltadas na direo de seu respectivo ponto de fixao, no

    entanto, de acordo com a posio da plataforma e variando o ngulo do cabo com a horizontal

    na regio de ancoragem, a posio do ponto de ancoragem alterada.

    A modelagem de pontos de ancoragem com polias no ser adotada neste trabalho,

    devido a dimenso da polia ser consideravelmente menor que o espao de trabalho gerado.

    34

  • Desta forma, pode-se aproximar a posio do ponto de ancoragem para um ponto fixo.

    Um exemplo de manipuladores acionados por cabos com pontos de ancoragem moveis

    ocorreria no caso de atuadores sobre trilhos, contudo a utilizao deste tipo de atuador, dadas

    as caractersticas de projeto, poderia gerar custos proibitivos.

    Definem-se como superiores os cabos que, em determinada posio e orientao da

    plataforma possuam o ponto de ancoragem superior ao de fixao e como cabos inferiores

    os que se encontrem em situao oposta. A denominao de cabos superiores e inferiores pode

    ser definida ainda em relao a mdia dos pontos de ancoragem.

    Da mesma forma, polgono ou slido de ancoragem a figura formada por todos os

    pontos de ancoragem do manipulador. Verifica-se que para a plataforma ser plenamente

    utilizada, com todos seus graus de liberdade controlveis, desejvel que sua posio esteja

    sempre no interior do polgono ou slido de ancoragem, conforme o caso.

    A utilizao do manipulador de maneira eficiente, relaciona-se a sua controlabilidade nos

    graus de liberdade de interesse. Para que isso ocorra, necessrio identificar as regies do

    espao de trabalho nas quais a plataforma possa exercer esforos e movimentar-se de maneira

    controlvel. A determinao e conhecimento destas regies est relacionada a geometria do

    slido de ancoragem.

    Desta forma, chama-se Espao de Trabalho ao conjunto destas posies. Em

    (VERHOEVEN et al, 1998; VERHOEVEN, 2004; e FANG, 2005) so verificadas quatro

    definies distintas para espao de trabalho, s quais sero apresentadas no captulo quatro, no

    entanto esta dissertao referir-se-a sempre ao Espao de Trabalho Controlvel do

    manipulador.

    (VERHOEVEN, 2004) define genericamente manipuladores como sistemas mecnicos

    capazes de transformar m variveis l1, . . ,lm, neste caso os comprimentos dos m cabos, e

    traes f1, . . ,fm com respeito aos atuadores em n variveis de posio x1, . . ,xn e de esforos

    aplicados sobre o atuador final w1, . . ,wn , desde que n no seja maior do que seis,

    representando o numero de graus de liberdade controlveis do sistema. Utilizando a mesma

    definio dada acima, as m variveis de comprimento e trao nos cabos so definidas como

    Variveis de Junta e as n variveis de posio e esforos sobre a plataforma como

    Variveis do Atuador.

    (OU, 1994) caracteriza variveis de junta e atuador final (ou plataforma) como espaos

    vetoriais distintos, respectivamente contidos em Rm e Rn, onde as variveis de junta so

    35

  • fornecidas ao sistema para a obteno de n variveis do atuador, segundo a cinemtica e

    dinmica direta do manipulador.

    Dadas as definies de (VERHOEVEN, 2004; e, OU, 1994) possvel definir a Matriz

    de Estrutura4 do problema como o transformador linear que relaciona as foras no atuadores

    com respeito s juntas, contidas no espao vetorial Rn, com os esforos aplicados sobre a

    plataforma ou atuador final, contidos no espao vetorial Rm.

    A FIG. 2.3 apresenta esquematicamente um manipulador com m=8 cabos e pontos de

    ancoragem, quatro pontos de fixao e n=6 graus de liberdade controlveis.

    FIG. 2.3 Definio dos elementos do manipulador

    As variveis de juntas so os comprimentos e foras nos cabos e as variveis do atuador a

    posio e esforos sobre a plataforma, ou que esta exera. O slido de ancoragem dado por

    um prisma reto de seo trapezoidal.

    Os Captulos 4 e 6 apresentam os mtodos matemticos para a soluo do problema de

    determinao do espao de trabalho. O Captulo 4 demonstra que a determinao do espao

    de trabalho para manipuladores com cabos de massa nula se d pela soluo de sistemas

    lineares baseados nas Equaes Bsicas de Soluo do Sistema. Por este motivo, este trabalho

    refere-se frequentemente a este caso como caso ou sistema linear.

    4 A Matriz de Estrutura AT o ente matemtico que relaciona as traes nos cabos com as foras generalizadas aplicadas sobre a plataforma atravs da EQ 3.6: AT f + w = 0, que uma das Equaes Bsicas de Soluo do Sistema. A teoria e equacionamento a respeito da Matriz de Estrutura so apresentados no captulo 3.

    36

  • Dando continuidade, o Captulo 6 apresenta e demonstra o mtodo de obteno das foras

    nos cabos e de determinao do espao de trabalho de manipuladores com cabos de massa

    no-nula, o que ocorre por meio da soluo de um sistema de equaes no-linear. Por

    analogia, a obteno do espao de trabalho para este caso dita no-linear ou como problema

    no linear.

    2.2 CLASSIFICAO DE TBPM

    Existem duas classificaes bsicas e independentes entre si, para manipuladores

    paralelos acionados por cabos, que so utilizadas neste trabalho:

    1. Quanto ao grau de redundncia do manipulador;

    2. Quanto aos graus de liberdade da plataforma.

    2.2.1 QUANTO AO GRAU DE REDUNDNCIA

    (MING E HIGUCHI, 1994a) classificam os manipuladores paralelos acionados por cabos

    de acordo com a relao entre m e n como:

    a) mn - IRPM (Incompletely Restrained Positioning Mechanisms): A posio da

    plataforma no pode ser definida somente por equaes de restries cinemticas

    unilaterais, e pelo menos uma equao dinmica necessria para definir sua

    posio. Neste caso, existiro coordenadas generalizadas dependentes da posio e

    movimentao da plataforma; e,

    b) mn+1 - CPRM (Completely Restrained Positioning Mechanisms): A posio

    da plataforma completamente definida por equaes de restrio cinemtica

    unilaterais, e todos os graus de liberdade do sistema so controlados de maneira

    independente. o caso mais amplamente estudado.

    37

  • (VERHOEVEN, 2004) utiliza a definio de (MING E HIGUCHI, 1994) para

    manipuladores IRPM, contudo divide a definio de CRPM segundo as peculiaridades de seu

    trabalho em CRPM e RRPM. A classificao dada por (VERHOEVEN, 2004) descrita

    abaixo. Esta classificao ser utilizada ao longo deste trabalho.

    a) mn - IRPM (Incompletely Restrained Positioning Mechanisms): de (MING E

    HIGUCHI, 1994);

    b) m=n+1 - CPRM (Completely Restrained Positioning Mechanisms): restringindo a

    definio de CRPM anterior para o nmero de cabos igual ao nmero de graus de

    liberdade mais um. Neste caso a posio da plataforma totalmente definida por meio

    da cinemtica inversa, obtendo-se a soluo de foras por meio de um sistema de

    eques de simples soluo computacional; e,

    c) m>n+1 - RRPM (Redundantly Restrained Positioning Mechanisms): Neste caso

    existem mais equaes de restrio do que o necessrio para a definio do problema e

    deve-se encontrar uma soluo comum a todas. Quanto ao sistema fsico, este possui

    mais cabos do que o necessrio para garantir a independncia de seus movimentos,

    havendo a possibilidade de se desenvolverem casos de altas redundncias, elevando

    consideravelmente o custo computacional para soluo do problema.

    (FANG, 2005) ainda props outra classificao, de maneira similar e seguindo a definio

    dada por (MING E HIGUCHI, 1994a) e (VERHOEVEN, 2004):

    a) IKRM (Incompletely Kinematic Restrained Manipulators), para m

  • transformadas em IRPM de acordo com a posio da plataforma em relao aos pontos de

    ancoragem, quando foras externas so necessrias para equilibrar a plataforma e tornar as m

    tenses positivas.

    De acordo com (VERHOEVEN, 1998) isto se deve ao fato de que: Para qualquer

    referencial local da plataforma, a Matriz de Estrutura deve conter em cada linha pelo menos

    um elemento negativo e um positivo.

    A partir da definio acima. Pode-se dizer tambm que caso o produto dos elementos de

    cada linha seja positivo e haja soluo para o problema, o manipulador se comportar como

    IRPM, independente de sua classificao segundo (VERHOEVEN, 2004)

    A FIG. 2.4 apresenta o caso de um manipulador plano, com m cabos (m>3) ligados ao

    polgono de ancoragem (1)-(2)- . . . -(m), e dois graus de liberdade. Apesar desta configurao

    ser caracterizada como RRPM, possvel verificar que em qualquer posio externa ao

    polgono de ancoragem, a plataforma se comportar como pertencendo a um manipulador

    IRPM. Caso no haja pelo menos um esforo externo atuando sobre a plataforma, no ser

    possvel estabelecer o equilbrio esttico entre as tenses .

    FIG. 2.4 Posicionamento da plataforma exteriormente ao polgono de ancoragem

    Tem-se que as colunas da Matriz de Estrutura de sistemas puramente translacionais5 com

    cabos inelsicos so dadas por vetores unitrios na direo de aplicao das tenses sobre a

    5 Sistemas puramente translacionais so caracterizados por plataformas pontuais.

    39

  • plataforma6. Matematicamente, considerando os possveis referenciais locais da plataforma,

    no caso apresentado na FIG. 2.4, a Matriz de Estrutura ter dimenso [2 x m] representando as

    componentes vx e vy de cada vetor. Se o produto dos elementos de cada linha for negativo,

    significa que h pelo menos uma componente positiva e uma negativa nas direes locais 0x'

    e 0y'. Esta uma condio necessria, mas no suficiente, para que o equilbrio dinmico da

    plataforma seja obtido somente pela trao nos cabos.

    Em relao a manipuladores redundantes (VERHOEVEN, 2004) apresenta trs razes

    para a utilizao de sistemas RRPM que justificam seu custo computacional e principalmente

    o de fabricao:

    a) Inicialmente o espao de trabalho pode ser expandido consideravelmente e

    singularidades observadas no sistema original podem ser eliminadas, alm de

    aumentar a rigidez do sistema;

    b) Atuadores de menor potncia podem ser empregados, ocorrendo a redistribuio

    de cargas nos pontos de ancoragem e novas configuraes geomtricas, mais

    vantajosas, podem ser alcanadas

    c) Particularmente, em aplicaes onde a segurana seja primordial, como por

    exemplo resgates e montagem em reas de desmoronamentos, transporte de pessoal e

    cargas perigosas, o risco operacional reduzido e aumenta-se a capacidade de

    emprego do sistema.

    Conforme foi dito na introduo, o interesse em estudar manipuladores com cabos

    redundantes reside no fato de que sete cabos, segundo a classificao CRPM para seis graus

    de liberdade, podem no ser suficientes para atingir os objetivos de projeto. Um destes

    objetivos o espao de trabalho, que pode ser consideravelmente restringido devido a

    ausncia de pontos de ancoragem em posies chaves ou pela aplicao de esforos em

    direes onde os cabos existentes sejam pouco efetivos.

    6 Plataformas pontuais no exercem momento. Ver EQ 3.1 e 3.5.

    40

  • 2.2.2 QUANTO AOS GRAUS DE LIBERDADE

    (VERHOEVEN, 2004) prope a seguinte classificao:

    TAB 2.1 Classificao do manipulador quanto ao numero de graus de liberdade

    Graus de liberdade Qtd G.L. Tipo de movimento

    1T 1 Movimento linear do corpo

    2T 2 Movimento plano do ponto

    2T1R 3 Movimento plano do corpo

    3T 4 Movimento espacial do ponto

    3T2R 5 Movimento espacial da barra

    3T3R 6 Movimento espacial do corpo

    VERHOEVEN, 2004

    A FIG. 2.5 apresenta exemplos de manipuladores, segundo o nmero de graus de

    liberdade, para a configurao CPRM, onde o numero de cabos determinado por m=n+1,

    representando a quantidade mnima de cabos para que o sistema no dependa de um esforo

    externo para ser controlvel.

    Os graus de liberdade so apresentados de acordo com a TAB. 2.1 e as posies dos

    pontos de ancoragem representadas pelos atuadores so meramente ilustrativos.

    41

  • a) 1T ou 1T0R b) 2T ou 2T0r c) 2T1R

    d) 3T ou 3T0r e) 3T2R f) 3T3R

    FIG. 2.5 Manipuladores CPRM segundo a classificao por Nr de graus de liberdade(VERHOEVEN, 2004)

    Basicamente, este trabalho se inicia com o estudo de plataformas 2T (ou 2T0R) e 2T1R

    caracterizando o caso plano. Inicialmente so estudados casos onde a massa dos cabos e da

    plataforma so considerados nulos, tendo-se ento a soluo homognea. Analisado o caso

    homogneo parte-se para o estudo de manipuladores com soluo no-homognea em que

    somente a plataforma possui massa no-nula. Em seguida so estudados os casos 3T e 3T3R,

    tambm para sistemas de soluo homogneos e no-homogneos.

    Por fim analisam-se manipuladores onde a massa dos cabos e da plataforma so

    relevantes. Todo equacionamento apresentado ao final deste trabalho desenvolvido para o

    caso 3T3R, contudo generalista o suficiente para ser utilizado em qualquer configurao.

    42

  • 3 MODELO MATEMTICO

    Neste captulo apresentado o modelo modelo matemtico da plataforma, segundo

    (VERHOEVEN, 1998) e (OH E AGRAWAL, 2005), para manipuladores com cabos elsticos

    e sem massa.

    No entanto este trabalho voltado para o desenvolvimento do modelo dinmico de

    manipuladores paralelos acionados por cabos elsticos e de massa no-nula.

    Desta forma, a soluo do problema objetivo deste trabalho, obtida por meio de um

    sistema no-linear, em funo dos parmetros que definem o cabo em catenria, dentre eles o

    peso do cabo por unidade de comprimento, a trao aplicada, a distncia entre os pontos de

    fixao e ancoragem, e tendo como condio inicial a soluo de foras para TBPMs

    conforme descritas nos trabalhos citados. O mtodo de soluo para manipuladores com cabos

    de massa no-nula ser apresentado na Seo 6.6.

    Voltando a definio do problema, basicamente toda a anlise de plataformas atuadas por

    cabos recai em um problema de determinao do espao de trabalho segundo:

    a) Geometria da base e da plataforma;

    b) Limites de foras e elasticidade dos cabos; e,

    c) Foras generalizadas aplicadas plataforma.

    Considerando que para dada posio e orientao desejadas, o problema possua soluo,

    estes dados fornecero a distribuio de foras trativas nos cabos, e diz-se que esta posio

    pertence ao Espao de Trabalho Controlvel.

    Na FIG. 3.1 apresentado um caso geral de Plataforma de Stewart acionada por cabos

    com os principais elementos necessrios a obteno do modelo dinmico. Todos os entes

    geomtricos da plataforma esto representados nesta figura.

    43

  • FIG. 3.1 - Modelo geral de uma plataforma acionada por cabos (VERHOEVEN, 1998)

    Para os m cabos apresentados:

    RL e RG representam, respectivamente, o referencial local, fixo a plataforma, e

    global, fixo na estrutura de ancoragem;

    b1 a bm representam os vetores pontos de ancoragem dos cabos na estrutura em

    relao ao referencial RG;

    p1 a pm representam os vetores pontos de fixao dos cabos na plataforma;

    r e representam a posio e orientao de RL em relao a RG; e,

    l1 a lm representam os vetores comprimento de cabo, de cada ponto de fixao a

    seu respectivo ponto de ancoragem. Deve-se ter em mente que a representao

    geomtrica dos cabos por meio de vetores, considera-os como retilneos, inelsticos e

    de massa nula.

    Levando em conta a FIG. 3.1, o desenvolvimento da base terica para o modelo

    matemtico considera que:

    a) Todos os cabos esto conectados a plataforma por meio de juntas esfricas ideais;

    b) A plataforma e estrutura de ancoragem so corpos rgidos;

    c) No h coliso entre dois ou mais cabos quaisquer, em qualquer posio do espao

    de trabalho.

    Em relao a ltima considerao, (VERHOEVEN, 2004) prope que: Se dois cabos

    so conectados no mesmo ponto da base ou da plataforma, nunca iro colidir.

    44

  • As ilustraes abaixo apresentam exemplos de configurao de manipulador tais que no

    apresente auto-coliso de cabos.

    a) pontos de fixao e/ou ancoragem coincidentes b) cabos em planos paralelos

    FIG. 3.2 - Tcnicas para se evitar colises entre cabos (VERHOEVEN, 2004)

    Na FIG. 3.2 a) ilustrado o caso de coincidncia de pontos de fixao ou ancoragem e na

    FIG. 3.2 b) apresentada o caso onde os cabos esto localizados em planos paralelos e, em

    princpio, a plataforma no se mova transversalmente a estes planos.

    Ainda de acordo com a proposio de (VERHOEVEN, 2004), uma plataforma pontual

    nunca apresentar coliso de cabos, pois todos os cabos estaro ligados ao mesmo ponto de

    fixao.

    3.1 EQUILBRIO DE FORAS E CONSIDERAES ADICIONAIS

    Baseada na FIG. 3.1, a FIG. 3.3 apresenta o modelo geral da plataforma da Stewart

    acionada por cabos onde as foras aplicadas sobre a plataforma so indicadas por fp e os

    torques aplicados por p. Os vetores f1, . . . , fm indicam as foras trativas exercidas pelos m

    cabos sobre a plataforma nos pontos de fixao.

    Inicialmente considera-se os cabos como retilneos, inelsticos e de massa nula, e que a

    direo de aplicao das traes sobre a plataforma representada diretamente pela direo

    do cabo, dada pelos pontos de fixao e ancoragem.

    45

  • FIG. 3.3 - Foras aplicadas sobre a plataforma

    O vetor comprimento de cabo para o i-simo cabo li fornece a direo na qual o cabo

    exerce trao sobre a plataforma por meio do vetor unitrio de comprimento de cabo vi , onde:

    v i=l il i

    (3.1)

    De acordo com o modelo dinmico para manipuladores com cabos elsticos e de massa

    nula apresentado por (VERHOEVEN, 2004; FANG, 2005; BRUCKMAN et al, 2008 e

    MIKELSON et al, 2008) o problema de Equilbrio de Foras e Momentos dado por:

    i=1m

    f i f p=0 (3.2)e

    i=1m

    pi f i p=0 (3.3)Sabe-se que a fora de trao no i-simo cabo aplicada segundo a direo vi , logo:

    f i= f ivi (3.4)

    46

  • Onde fi o escalar que representa o modulo da fora aplicada sobre o i-simo cabo.

    Utilizando os ndices m e n, as EQ. 3.2 e 3.3 podem ser escritas na forma matricial por:

    [ v1 vmp1v1 pmvm][ f 1f m]+ [ f p p ]=0 (3.5)E este sistema frequentemente abreviado para:

    AT f + w = 0 (3.6)

    AT representa a Matriz de Estrutura do problema, e f vetor das m foras trativas sobre a

    plataforma nos pontos de fixao. (OU, 1994) e (VERHOEVEN, 2004) apresentam maiores

    esclarecimentos sobre o sistema AT f + w = 0 e a teoria em torno da Matriz de Estrutura.

    Como trata-se de um sistema acionado por cabos, deve-se verificar sempre que todas as

    tenses sejam positivas e delimitadas por traes mximas e mnimas, de acordo com as

    caractersticas de projeto, segundo as EQ. 3.7 e 3.8.

    fi > 0, para todo i=1, . . ,m. (3.7)

    Fmin || fi || fmax, para todo i=1, . . ,m e em qualquer ponto do cabo. (3.8)

    Em geral o sistema representado pelas EQ. 3.6 e 3.8 que so as Equaes Bsicas de

    Soluo do Sistema. A condio imposta pela EQ. 3.8 ocorre devido a trao variar ao longo

    do comprimento do cabo, quando este possui massa no nula.

    3.2 CINEMTICA INVERSA

    A cinemtica e a dinmica inversa de manipuladores paralelos acionados por cabos j so

    extensamente conhecidas e no o objetivo deste trabalho detalha-la aqui. Nesta seo e na

    47

  • prxima as equaes principais da cinemtica e da dinmica inversa da Plataforma de Stewart

    acionada por cabos sero apresentadas de maneira sucinta. Maiores detalhes podem ser

    encontrados em (FANG, 2005; BRUCKMAN et al, 2008; e TRAVI, 2009).

    A cinemtica inversa refere-se ao problema de calcular as variveis de junta, neste caso o

    comprimento de cabo, dadas a posio e orientao da plataforma. O mesmo se aplica a suas

    derivadas. Neste ponto poderia ser utilizada ainda a cinemtica direta, no entanto devido ao

    objetivo final do trabalho requerer cabos em catenria, este mtodo se torna ineficiente.

    A postura da plataforma dada pela posio r = [x y z] e orientao = [ ], segundo a seqncia de rotao tridimensional ZYX, de RL em RG nos seis graus de liberdade e

    representada pelo vetor x = [rT T]T, onde:

    o ngulo representa a rotao em torno do eixo z;

    o ngulo , a rotao em torno do eixo y; e,

    o ngulo , a rotao em torno do eixo x.

    A cinemtica inversa do manipulador paralelo acionado por cabos dada pelas m

    equaes de restrio:

    li = bi r Rp(x) pj,L , para i=1, . . ,m (3.9)

    para sistemas que considerem a massa dos cabos nula, em funo da posio e orientao da

    plataforma com respeito ao referencial RG. Deve-se atentar, na EQ. 3.9, que pj,L constante em

    RL para os j pontos de fixao da plataforma.

    Sendo li o vetor comprimento de cabo do i-simo cabo, pode-se definir o vetor q como

    sendo o vetor modulo de comprimento de cabo, onde:

    qi = ||li|| (3.10)

    Assim para uma trajetria x(t), qi(t) representa a curva de comprimento do i-simo cabo

    em relao ao tempo.

    48

  • A matriz de rotao Rp(x) obtida pela seqncia de rotao tridimensional ZYX dada

    por:

    Rpx=[ CC CS SSC CS CSSSC SS SCC SS CCSS C S C C ] (3.11)onde C e S so abreviaes para cosseno e seno, respectivamente. A demonstrao da matriz

    de rotao se encontra no APNDICE 2.

    As EQ. 3.9 e 3.10 descrevem o vetor modulo do comprimento de cabo como uma funo

    vetorial da posio. Desta forma, q pode ser representado pela funo vetorial x como:

    q = x(x) (3.12)

    Derivando a EQ. 3.12 obtm-se o vetor velocidade dos cabos dada pela EQ. 3.13. Como a

    EQ. 3.12 uma funo vetorial, sua derivada resulta no Jacobiano de x(x). A acelerao dos

    cabos dada pela EQ. 3.14:

    q=J xx , onde J x= x x

    (3.13)

    q=J xx J xx (3.14)

    De acordo com a EQ. 3.13, a velocidade dos cabos funo da derivada temporal dos

    ngulos de Cardan, porem como estes no so variveis integrveis nem representveis no R,

    devem ser transformados em velocidades angulares da plataformas em relao RG, conforme

    a EQ. 3.15:

    = [ x y z ]T (3.15)

    49

  • (FANG, 2005) define esta transformao linear por meio da matriz Hb-1 como:

    = Hb-1 (3.16)

    onde:

    H b1=[ 0 S C C 0 C S C 1 0 S ] e =[

    ] (3.17)

    Aplicando as EQ. 3.13, 3.16 e 3.17, e pelo princpio dos trabalho virtuais, obtm-se o

    vetor velocidade de cabos. Esta transformao tambm descrita em (FANG, 2005).

    q=A[ I 3 0303 H b1][ r P ] (3.18)onde A a transposta da Matriz de Estrutura AT.

    3.3 DINMICA INVERSA

    Analisando agora a FIG. 3.3 quanto ao equilbrio dinmico e utilizando as Leis de

    Newton-Euler para o caso geral 3T3R, tem-se:

    { mp r p=[ 00m p g] f pIG I = p

    (3.19)

    50

  • Onde:

    mp a massa da plataforma;

    rp o vetor posio da plataforma em RG;

    IG o tensor de inercia definido em RG em funo dos ngulos de rotao;

    o vetor de velocidades angulares em RG

    Aqui deve ser observado que IG representa o tensor de inrcia da plataforma em relao

    ao referencial global RG, contudo na equao do modelo dinmico ser descrito em funo do

    tensor de inrcia em relao ao referencial local RL, pois este constante independentemente

    da posio e orientao da plataforma.

    Sabe-se, da EQ. 3.6, que w = [ fpT pT]T. Aplicando as EQ. 3.16 e 3.17 e suas derivadas na

    EQ. 3.19, obtm-se a Equao do Movimento proposta por (FANG, 2005) para a dinmica da

    plataforma, expresso pela EQ. 3.20:

    [m p I 3 0303 H bT I L Hb1][ r p ]M p x

    [ 0H bT H b1 I L Hb1 ]gC

    [mp g0 ]gE

    =[ I 3 0303 HbT ]AT f (3.20)

    Onde, nesta equao:

    I3 indica a matriz identidade 3x3 e IL representa o tensor de inercia da plataforma em

    relao ao referencial local RL;

    Mp a matriz de massa;

    gC corresponde ao termo de coriolis; e,

    gE corresponde ao vetor de foras externas aplicadas sobre a plataforma, neste caso

    representada somente pela fora peso.

    As matrizes acima so apresentadas de forma explicita, segundo apresentado em (FANG,

    2005) no ANEXO 5.

    51

  • Reorganizando a EQ. 3.20, esta pode ser escrita na forma da Equao bsica do

    problema:

    AT f[ I 3 0303 H bT 1]M p xgCgE w

    =0(3.21)

    Assim possvel obter os esforos externos, partir da Equao de Movimento da

    Plataforma.

    Apresentadas as Equaes Bsicas de Sluo do Sistema e a Equao de Movimento,

    possvel demonstrar a possibilidade de comportamento IRPM por qualquer tipo de plataforma

    segundo proposio de (VERHOEVEN, 1998) citada no item 2.2.1:Para qualquer

    referencial local da plataforma, a Matriz de Estrutura deve conter, em cada linha, pelo menos

    um elemento negativo.

    Calculando-se os produtos escalares viei , onde ei so os vetores ortonormais de RL, para

    qualquer referencial local na plataforma, e no havendo pelo menos um produto viei < 0, tem-

    se que, nesta posio, no existem cabos em direes suficientes para estabilizar a plataforma

    e a aplicao de uma fora externa na direo conveniente se torna necessria.

    Outra demonstrao pode ser obtida da seguinte forma:

    Manipuladores CPRM e RRPM, por definio, no dependem da aplicao de foras

    externas para o equilbrio dinmico, logo se para w = 0 em determinada posio x

    pertencente ao espao de trabalho controlvel no exista nenhum viei < 0 para i = 1, . . ,m,

    ento necessariamente o manipulador classificado como IRPM.

    52

  • 4 ANLISE DO ESPAO DE TRABALHO

    A anlise do espao de trabalho uma das tarefas primordiais no estudo de plataformas

    acionadas por cabos. Para a definio do problema so necessrios:

    a) A geometria da plataforma e dos pontos de ancoragem;

    b) Os limites mnimo e mximo de foras nos cabos; e,

    c) As foras externas aplicadas na plataforma;

    A partir destes dados se torna possvel determinar a regio na qual a plataforma pode ser

    empregada e analisar aspectos do espao de trabalho como:

    a) foras nos cabos;

    b) presena de singularidade;

    c) rigidez do sistema; e,

    d) auto-colises de cabos.

    (BRUCKMANN et al, 2008) dividem este tpico em duas etapas complementares para o

    projeto. Define-se como Anlise do Espao de Trabalho (Analysis) a obteno do conjunto de

    posies e orientaes (posturas) nas quais as Equaes Bsicas de Soluo do Sistema,

    definidas pelas EQ. 3.6 e 3.8 possuam soluo para a distribuio de foras f, e define como

    Sntese (Robot Design) o problema inverso de determinao do manipulador timo capaz de

    atender determinado espao de trabalho pr-determinado.

    Basicamente existem quatro definies de Espao de Trabalho.

    a) (VERHOEVEN, 1998) define o Espao de Trabalho (WS) como sendo o conjunto

    de posturas da plataforma que satisfazem as EQs. 3.6 e 3.7, tal que para dado espao

    vetorial de esforos W(r,), esta possa exercer qualquer esforo w W(r,). Verifica-se que esta definio no atende as Equaes Bsicas de Soluo do Sistema, por no

    atender a EQ. 3.8.

    53

  • b) Ainda em (VERHOEVEN, 1998) definido o Espao de Trabalho com Respeito

    s Tenses (WST(kmax)) como sendo o conjunto de todas as posies do Espao de

    Trabalho que satisfazem as EQs. 3.6 e 3.8, tais que kmax = fmax / fmin, 0 < fmin < fmax, e w = 0.

    No caso em que WST(1) este espao chamado Espao de Trabalho Isotrpico.

    c) (VERHOEVEN, 2004) define o Espao de Trabalho Controlvel e (FANG, 2005)

    define o Espao de Trabalho Controlvel Aceitvel como sendo o conjunto de todas as

    posies que satisfazem as EQs. 3.6 e 3.8 e nas quais a plataforma seja capaz de exerer

    esforos e apresentar os graus de liberdade desejados. Logo o Espao de Trabalho

    Controlvel de (VERHOEVEN, 2004) funo da aplicao a que a plataforma estar

    sujeita.

    d) Por ltimo, (FANG, 2005) define o Espao de Trabalho Controlvel Usvel como

    sendo o conjunto de todas as posies pertencentes ao Espao de Trabalho Controlvel,

    onde para determinados limites de torque nos atuadores Umin e Umax possa-se atender as

    EQs. 3.6, 3.7 e 3.8, e a condio Umin < U < Umax

    Quanto as definies citadas acima podem ser feitas as seguintes consideraes:

    a) O Espao de Trabalho com Respeito s Tenses se aplica somente ao caso de

    carregamento homogneo sobre a plataforma;

    b) Nos Espaos de Trabalho definidos por (VERHOEVEN, 2004) e (FANG, 2005)

    deve-se atender as Equaes Bsicas do problema para dados x, w, fmin e fmax;

    c) O espao de trabalho definido pelos limites mnimos e mximos de torques

    propostos por (FANG, 2005), constitui-se no estudo mais completo da Plataforma de

    Stewart acionada por cabos dentre as quatro definies apresentadas; e,

    d) Esta Dissertao baseia seu estudo no Espao de Trabalho Controlvel de

    (VERHOEVEN, 2004) e ir referir-se a ele simplesmente como espao de trabalho.

    So requisitos do espao de trabalho que:

    a) A plataforma seja controlvel;

    b) As tenses sejam todas positivas e pertencentes ao intervalo definido;

    c) O atuador final seja livre de singularidades;

    d) A estrutura do sistema seja suficientemente rgida; e,

    e) No hajam auto-colises entre tendes.

    54

  • No entanto verifica-se que o atendimento a estes requisitos reduz consideravelmente o

    espao de trabalho, podendo ser inferior a de um manipulador serial. Logo as vantagens de

    utilizao deste tipo de sistema devem estar claras na fase inicial do projeto.

    Dentre os requisitos citados, os que mais contribuem para a reduo do espao de

    trabalho so:

    a) A controlabilidade da plataforma nos graus de liberdade necessrios a aplicao; e,

    b) Os limites de fora nos cabos, definidos pelo fabricante e por critrios de

    segurana.

    (FANG, 2005) em sua definio de Espao de Trabalho Controlvel Aceitvel

    demonstra que a controlabilidade da plataforma reduz-se a medida que esta se aproxima do

    limite do espao de trabalho e que a orientao da plataforma funo do espao de trabalho

    controlvel.

    Verifica-se tambm que ao se mover a plataforma para prximo do limite do espao de

    trabalho, as tenses nos cabos vo se aproximando de seus limites, o que reduz

    gradativamente sua capacidade de emprego.

    A partir do conceito de espao de trabalho possvel apresentar as caractersticas

    principais de manipuladores seriais e paralelos, e ratificar a afirmao de que manipuladores

    seriais so inadequados ao objetivo deste trabalho.

    Uma definio do comportamento de manipuladores seriais e paralelos e dada segundo

    (VERHOEVEN, 2004). Para ele, o comportamento tradicional de manipuladores seriais

    descrito em termos de mobilidade, devido ao objetivo principal de um manipulador serial ser

    a habilidade do atuador final se mover em determinada direo de interesse, em todo o

    Espao de Trabalho, sem que os limites de junta sejam exercidos. Em contrapartida, sistemas

    paralelos so tipicamente descritos em termos de controlabilidade, que a habilidade de

    exercer esforos em determinada direo de interesse.

    Supondo que o espao de trabalho desejado permita uso de manipuladores seriais, caso

    sua utilizao no preservaria os limites de junta em posturas prximas dos limites do espao

    de trabalho, principalmente quanto a esforos aplicados sobre o mecanismo. O mesmo

    problema seria verificado em manipuladores paralelos com atuadores rgidos.

    55

  • A FIG. 4.1 ilustra o Espao de Trabalho Controlvel Aceitvel para o SEGESTA,

    apresentado por (FANG, 2005).

    a) Modelo do manipulador b) Espao de trabalho controlvel

    FIG. 4.1 Espao de trabalho definido por (FANG, 2005) para o SEGESTA(BRUCKMANN et al, 2008)

    4.1 SINGULARIDADES

    Singularidades do sistema so funo da configurao do manipulador. (VERHOEVEN,

    1998) classifica a singularidade de manipuladores paralelos em dois tipos:

    a) Tipo I (Sub-mobilidade ou Redundncia de velocidade): situao em que h

    determinado deslocamento infinitesimal x do atuador que no pode ser afetado por uma

    variao infinitesimal l das juntas; e,

    b) Tipo II (Sobre-mobilidade ou Redundncia de Foras): situao em que h um

    deslocamento x que no altera nenhuma varivel de junta l.

    (VERHOEVEN, 1998) prope ainda que plataformas de Stewart acionadas por cabos

    nunca sero singulares do Tipo I, pois todo movimento de cabo implica em mvimento da

    plataforma, e que uma singularidade do Tipo II poder ir ocorrer se Posto (AT) < n.

    A seguir so apresentadas duas figuras que ilustram os casos de sub-mobilidade e sobre-

    mobilidade. Como no se verifica um caso de singularidade do Tipo I ou sub-mobilidade em

    manipuladores paralelos, esta apresenta em manipuladores seriais com atuadores rgidos e

    56

  • em seguida apresentado o caso de singularidade do Tipo II ou Sobre-Mobilidade em

    manipuladores paralelos atuados por cabos.

    a) Redundncia de velocidades b) Sub-mobilidade

    FIG. 4.2 Singularidade do Tipo I ou Sub-mobilidade (VERHOEVEN, 2004)

    Na FIG. 4.2 a) verifica-se que h uma posio no espao de juntas, nas quais a velocidade

    no afeta a posio do atuador final, caracterizando a redundncia de velocidades, e em b)

    verifica-se que no h soluo no espao de junta que exera o movimento rotacional

    desejado no atuador final.

    Ao contrrio do ilustrado na FIG. 4.2, em manipuladores paralelos acionados por cabos,

    caso a posio pertena ao Espao de Trabalho Controlvel, qualquer variao de

    comprimento de cabo afetar a posio da plataforma, no s


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