Download - A Biologic A

Transcript
Page 1: A Biologic A

1

AGRICULTURA BIOLÓGICA

O Que é?

“É um sistema de produção que evita ou exclui a quase totalidade

de produtos químicos de síntese, como adubos, pesticidas,

reguladores de crescimento, e aditivos alimentares para animais.”

“A agricultura biológica produz alimentos e fibras de forma

ambiental, social e economicamente sã e sustentável. Reduz a

utilização de fatores externos, como é o caso dos pesticidas e

adubos. Na agricultura biológica não são utilizados (salvo raras

exceções) adubos minerais e pesticidas químicos de síntese.”

«A Agricultura Biológica é um sistema de produção holístico, que

promove e melhora a saúde do ecossistema agrícola, ao fomentar

a biodiversidade, os ciclos biológicos e a atividade biológica do

solo. Privilegia o uso de boas práticas de gestão da exploração

agrícola, em lugar do recurso a fatores de produção externos,

tendo em conta que os sistemas de produção devem ser adaptados

às condições regionais. Isto é conseguido, sempre que possível,

através do uso de métodos culturais, biológicos e mecânicos em

detrimento da utilização de materiais sintéticos.»

A Agricultura Biológica é também conhecida como “agricultura

orgânica” (Brasil e países de língua inglesa), “agricultura

ecológica” (Espanha, Dinamarca) ou “agricultura natural” (Japão)

Page 2: A Biologic A

2

CARACTERIZA-SE POR POSSUIR UMA BASE:

Ecológica:

Baseia-se no funcionamento do ecossistema agrário e recorre a

práticas – como rotações culturais, adubos verdes, consociações,

luta biológica contra pragas e doenças - que fomentam o seu

equilíbrio e biodiversidade;

Holística:

Baseia-se na interação dinâmica entre o solo, as plantas, os

animais e os humanos, considerados como uma cadeia

indissociável, em que cada elo afeta os restantes;

Sustentável

Visa:

- Manter e melhorar a fertilidade do solo a longo prazo,

preservando os recursos naturais do solo, água e ar e minimizar

todas as formas de poluição que possam resultar de práticas

agrícolas;

- Reciclar restos de origem vegetal ou animal de forma a devolver

nutrientes à terra, minimizando deste modo o uso de recursos não-

renováveis;

- Depender de recursos renováveis em sistemas agrícolas

organizados a nível local. Assim, exclui a quase totalidade dos

Page 3: A Biologic A

3

produtos químicos de síntese como adubos, pesticidas,

reguladores de crescimento e aditivos alimentares para animais.

Socialmente Responsável:

A Agricultura Biológica une os agricultores e os consumidores na

responsabilidade de:

- Produzir alimentos e fibras de forma ambiental, social e

economicamente sã e sustentável;

- Preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais;

- Permitir aos agricultores uma melhor valorização das suas

produções e uma dignificação da sua profissão, bem como a

possibilidade de permanecerem nas suas comunidades;

- Garantir aos consumidores a possibilidade de escolherem

consumir alimentos de produção biológica, sem resíduos de

pesticidas de síntese e, consequentemente, melhores para a saúde

humana e para o ambiente.

SEGURANÇA ALIMENTAR

A Agricultura Biológica não recorre ao uso de pesticidas e

fertilizantes de síntese, promotores de crescimento, como

antibióticos e hormonas, aditivos e conservantes de síntese,

irradiação e organismos geneticamente modificados. Assim, o

aumento da área de agricultura Biológica não só contribui para

Page 4: A Biologic A

4

reduzir a degradação e poluição ambiental, como contribui para a

saúde pública, na medida em que os produtos de AB:

- Não contêm resíduos de pesticidas;

- Contêm teores de nitratos mais baixos;

- Garantem ao consumidor o direito à escolha, na medida em que

não são irradiados nem são ou contêm organismos geneticamente

modificados;

- Garantem ao consumidor, no caso dos produtos animais, que

estes são produzidos respeitando princípios éticos, necessidades e

etologia da espécie, em regime extensivo ou semi-extensivo;

- São alimentados de acordo com a sua natureza, com produtos

sãos, de preferência provenientes da própria exploração e

produzidos em AB (logo, os riscos de BSE são nulos);

- Não recebem tratamentos de rotina com antibióticos

(minimizam os problemas de resistência);

Para Quê?

1) Produzir alimentos de alta qualidade em suficiente quantidade;

2) Atuar de forma construtiva e equilibrada com os sistemas e

ciclos naturais;

Page 5: A Biologic A

5

3) Promover e desenvolver ciclos biológicos dentro do sistema de

produção, envolvendo microorganismos, flora e fauna do solo, as

plantas e os animais;

4) Manter e aumentar a fertilidade do solo a longo prazo;

5) Promover o correto uso da água e a gestão racional dos

recursos hídricos e da vida nele existente;

6) Contribuir para a conservação do solo e da água;

7) Trabalhar, na medida do possível, num ciclo fechado no que

respeita à matéria orgânica (resíduos das culturas, estrumes, etc.)

e elementos nutritivos minerais;

8) Dar todas as condições de vida aos animais que lhes

permitiram atingir os aspetos básicos do seu bem-estar;

9) Minimizar todas as formas de poluição que possam resultar de

práticas agrícolas;

10) Manter a biodiversidade (ou diversidade genética de espécies

vegetais, animais e de microorganismos) dos sistemas agrícolas e

do meio envolvente, incluindo a protecção dos habitats, de

animais e de plantas selvagens;

11) Permitir às pessoas envolvidas na produção biológica uma

qualidade de vida conforme a Carta dos Direitos Humanos das

Page 6: A Biologic A

6

Nações Unidas, de maneira a cobrir as suas necessidades básicas e

obter um adequado rendimento e satisfação no trabalho realizado;

12) Encorajar os organismos de agricultura biológica

(associações, etc.) a funcionar em moldes democráticos e com o

princípio de divisão de poderes;

13) Evoluir no sentido de uma cadeia de produção inteiramente

"biológica", que seja ao mesmo tempo socialmente justa e

ecologicamente responsável;

14) Produzir alimentos de elevada qualidade nutritiva, sem

resíduos de produtos químicos tóxicos;

15) Permitir aos agricultores uma melhor valorização das suas

produções e uma dignificação da sua profissão;

16) Praticar métodos de pecuária que tenham em conta as

necessidades fisiológicas dos animais e princípios éticos;

17) Existem atualmente técnicas que permitem conseguir em

agricultura biológica boas produções tanto em quantidade como

em qualidade;

Mal entendidos da Agricultura Biológica:

1) Como todos os materiais vivos ou mortos, são constituídos por

compostos químicos, a agricultura biológica também usa

químicos. Mas apenas aqueles que existem na natureza (salvo

Page 7: A Biologic A

7

raras exceções) e não os que o homem inventou e sintetizou em

laboratório.

2) Não são só os pesticidas que afetam o meio ambiente e a

qualidade dos alimentos;

3) A agricultura biológica, não é uma agricultura do passado,

anterior à 2ª guerra mundial;

PORQUÊ?

“A agricultura convencional tem sido cada vez mais criticada. A

saúde é um dos bens mais preciosos para o ser humano e depende

grandemente da qualidade da alimentação e do meio ambiente, ou

seja, está relacionada com os resultados produtivos da agricultura

clássica. Contudo, esta aplica adubos químicos e pesticidas de

síntese além de implicar um elevado consumo de energia. Logo,

está a contribuir para um crescente deterioramento da saúde e da

natureza.”

- Razões ambientais, com a perda de espécies e habitats

selvagens, poluição e o uso de recursos não renováveis e

escassos;

- Razões de saúde devido aos resíduos de pesticidas e outros

produtos tóxicos nos alimentos;

Page 8: A Biologic A

8

Os alimentos produzidos desta maneira têm várias vantagens:

- baixo teor de nitratos

- um maior teor de vitamina C (anti-cancerígena) e maior

percentagem de matéria seca (menos água, mais sabor).

PERSPECTIVA HISTÓRICA

1924 – Rudolf Steiner (Austríaco), iniciou a agricultura

biodinâmica;

1943 – Albert Howard, publica o livro “Testamento agrícola”,

após estudos realizados em Inglaterra e Índia;

1948 – Mokiti Okada (Japão), publica o primeiro artigo,

relacionando a harmonia do ecossistema com o ser humano;

1976 – Luís Vilar, agricultor, foi dos primeiros a divulgar a

agricultura biológica através de artigos no jornal “O Século”.

1985 – É fundada a AGROBIO, que até ao momento é a única

associação de âmbito nacional;

1993 – Tratado de Maastrich com os seguintes objectivos:

- a preservação, a proteção e a melhoria da qualidade do

ambiente;

- a proteção da saúde das pessoas;

Page 9: A Biologic A

9

- a utilização prudente e racional dos recursos naturais;

- a promoção, no plano internacional, de medidas destinadas a

enfrentar os problemas regionais ou mundiais do ambiente;

1995 - Surgem associações de agricultores de âmbito regional:

“ARABBI” e “SALVA”;

PRODUÇÃO BIOLÓGICA

- Alemanha- 8.000 agricultores biológicos;

- Alguns estados atingiram os 10%, sendo 2% do total;

- Suíça- 7% da agricultura total,

- Algumas zonas, como Graubünden, a maior região do país,

atinge os 30%;

- A Áustria tem mais de 20.000 agricultores biológicos, cerca de

10% do total;

- A Suécia e a Finlândia ultrapassaram as percentagens da Suíça e

aproximam-se agora da Áustria. E as últimas cifras vindas de

Itália indicam 18.000 agricultores biológicos em fase de

conversão;

- A Espanha passou de 4.235 ha em 1991 para 152.100 em 1997.

Em apenas 7 anos, a superfície dedicada às culturas biológicas

aumentou 35 vezes;

Page 10: A Biologic A

10

- No México, 10.000 camponeses produzem café biológico para

exportação, assim como outros produtos biológicos para consumo

local;

- Em Cuba o governo viu-se obrigado a optar por uma agricultura

de auto-suficiência. Iniciou-se na prática da Agricultura

Biológica, tendo este país, atualmente, quase 2 milhões de

hectares em produção biológica, tanto como o conjunto dos países

europeus;

- Na Dinamarca, a Agricultura Biológica pode atingir os 100% no

ano 2010;

Como iniciar a actividade:

- Consultar as normas de produção;

- Notificar início de atividade junto da DGDRural;

- Já tenha frequentado ou se comprometa a frequentar no

prazo de um ano um curso de formação específica em

agricultura biológica;

Avenida Defensores de Chaves, nº6 – 1049-063 Lisboa

Tel.: 21 318 43 00 - Fax: 21 353 58 72

http://www.dgdrural.pt/ E-mail: [email protected]

Page 11: A Biologic A

11

- Submeter a sua exploração ao regime de controlo efetuado

por uma entidade de controlo e certificação reconhecida

para o efeito:

o SATIVA – LISBOA

o CERTIPLANET – PENICHE

o ECOCERT – PENICHE

o AGRICERT – ELVAS

o CERTIALENTEJO – ÉVORA

o TRADIÇÃO E QUALIDADE - MIRANDELA

- Aderir a uma associação de agricultura biológica;

- AGROBIO, ARABBI, SALVA, BIO-ANA;

RESUMO DE PROCEDIMENTOS BÁSICOS

Operadores (produtores, transformadores e importadores)

devem:

Informar-se sobre as normas de produção biológica;

Efetuar um contrato com um organismo privado de controlo

e certificação;

Notificar a sua atividade à DGDRural;

Page 12: A Biologic A

12

O organismo privado de controlo e certificação deve:

Efetuar as ações de controlo e assegurar-se que são

cumpridas as normas em vigor;

Atribuir licenças aos operadores e atestados aos produtos;

Garantir a confidencialidade relativa às informações obtidas

no decurso da sua atividade de controlo;

Ter patente ao público a lista de operadores sujeitos ao

regime de controlo;

A comissão de certificação deve:

Conduzir e vigiar o processo de certificação;

Aplicar, acompanhar e alterar se necessário, as regras de

atribuição e de renovação das licenças e dos certificados, as

acções de controlo e as sanções;

Analisar e decidir sobre os recursos apresentados pelos

operadores;

Acompanhar o manual de procedimentos e os formulários de

controlo e certificação de acordo com a NP 45011;

Page 13: A Biologic A

13

O organismo oficial competente deve:

Informar das normas oficiais em vigor;

Receber as notificações de atividade dos operadores;

Acompanhar a atividade do organismo de certificação.

FERTILIDADE DO SOLO E FERTILIZAÇÃO

A base para a produção agrícola biológica é o solo, a sua

fertilidade, o ecossistema e a sua biodiversidade;

Fertilidade do solo:

- Do ponto de vista do agricultor, a fertilidade do solo é a sua

aptidão para produzir e mede-se pela abundância das colheitas

que ele produz ao aplicar as técnicas agrícolas que melhor

convém (ao solo). Mas para além da quantidade de produção, é

preciso acrescentar duas condições:

- qualidade: além de abundantes as produções têm de ser

boas;

- sustentabilidade: a fertilidade do solo deve manter-se e

melhorar a longo prazo e não levar ao esgotamento de

recursos não renováveis;

Page 14: A Biologic A

14

Fertilização:

Conjunto de técnicas que contribuem para a fertilidade do solo e

nutrição da planta. Não é apenas a aplicação de fertilizantes. A

sementeira de culturas melhoradas para adubação verde, as

rotações, as consociações, a cobertura do solo ou palhagem, são

exemplos de técnicas de fertilização.

A fertilização em agricultura biológica deve respeitar 3

objectivos:

Melhorar a fertilidade do solo;

Economizar recursos não renováveis;

Não introduzir elementos contaminantes no ambiente;

Destes decorrem 5 princípios:

Evitar as perdas de elementos solúveis na água;

Utilizar as leguminosas como fonte de azoto;

Não utilizar produtos obtidos por via química;

Ter em conta os animais e os vegetais que vivem no solo;

Lutar contra a erosão pela conservação do solo, que é um

recurso não renovável a curto prazo;

Page 15: A Biologic A

15

Instalação da cultura

- Antes de pensar na aplicação de fertilizantes, é necessário

conhecer o solo que temos;

- Análise de terra;

- Escolha da planta (espécie e porta-enxerto) de modo a

adaptar-se o melhor possível ao solo que temos e não

utilizar qualquer uma sem ter em conta as qualidades e

defeitos do solo;

- Muito importante em vinhas, pomares e olival, pois vão

ficar no solo durante muitos anos;

Acidez e alcalinidade do solo

pH- tem grande influência no solo e na planta:

- Torna os nutrientes, mais ou menos solúveis para as plantas;

- Favorece o crescimento de algumas espécies de plantas em

relação a outras que não se adaptem aos mesmos valores de

pH;

PH Classificação Efeito esperado

<4,5 Extremamente ácido Condições muito desfavoráveis

5,1-5,5 Muito fortemente ácido Possível toxicidade por aluminio (Al3+

)

5,6-6,0 Medianamente ácido Excesso de: Co, Cu, Fe, Mn, Zn.

Deficiência de: Ca, K, N, Mg, Mo, P, S.

Solos sem CaCo3

Actividade bacteriana escassa.

Page 16: A Biologic A

16

6,1-6,5 Ligeiramente ácido Máxima disponibilidade de nutrientes

6,6-7,3 Neutro Mínimos efeitos fitotóxicos

7,4-7,8 Ligeiramente alcalino Solos com geralmente CaCo3

7,9-8,4 Medianamente alcalino Diminui a disponibilidade de P e B;

Deficiência crescente: Co, Cu, Fe, Mn, Zn

Clorose férrica

8,5-9,0 Fortemente alcalino Maiores problemas de clorose férrica; podem

dever-se ao MgCo3

9,1-10 Muito fortemente alcalino Presença de CaCo3

<10 Extremamente alcalino Toxicidade de Na, B.

Actividade microbiana escassa.

Micronutrientes pouco disponíveis

Fonte: Agrobio, 1997

A PLANTA O PORTA-ENXERTO E O SOLO

Vinha

- Ter em conta principalmente o teor de calcário ativo do

solo;

- Escolher um porta-enxerto resistente ao calcário;

Resistência dos PE ao calcário

Porta-enxerto Calcário activo (%)

Vialla 4

Riparia-Gloria, 196-17C 6

3309, 101-104, 6736R 9-11

Rupestris du Lot 14

99R, 110R, SO4, 1103P, 5BB,

420A, 420M

17-20

161-49 25

41B, 333EM 40

Fercal >40

Page 17: A Biologic A

17

A vinha não deve ser instalada em terrenos húmidos, pois

poucos PE toleram bem a humidade;

- Riparia Gloria, 1616C, 216-3, 333M;

Alguns não suportam a humidade persistente, mas toleram-na

no Inverno:

- 99R, 110R;

Pomares

Resistência do PE ao encharcamento;

PE de Prunóideas PE de Pomóideas

Marmeleiro

Ameixieira mariana (P8/1) e

selecções americanas 26.24

Ameixieira mirobolana, ameixieira

comum

MM 106, M7

Mirobolana B, Damas Bromptom,

S.Julião (semente) e clone 665-2

Macieira franco

Gingeira (Prunus cerasus) MM 104, MM 109, MM 111, M2,

M9

Cerejeira de semente (Prunus

avium)

Pessegueiro X amendoeira GF 677

Damasqueiro (semente)

Pessegueiro franco (GF-305)

Amendoeira franco, Prunus

Mahaleb

Page 18: A Biologic A

18

Tolerância dos PE de Macieira à humidade do solo, à secura e ao frio

Porta-Enxerto Encharcamento Secura Frio

Franco Bom Muito bom Bom

MM111 Bom Excelente Muito bom

MM106 Médio Muito bom Muito bom

M7 Bom Muito bom Bom

M9 Médio Bom Muito bom

M26 Bom Bom Excelente

Rotações e Consociações de culturas

Rotação

Sequência de culturas no mesmo terreno ao longo dos anos;

Esta é importante principalmente por razões de fertilização e

sanidade das culturas;

Nas culturas arvenses, a rotação é importante com vista a

aumentar a fixação biológica do azoto e a matéria orgânica do

solo;

A rotação obriga à divisão do terreno em folhas de cultura em

n.º igual ao dos anos de rotação;

Vantagens

- Aumento da fertilidade do solo e melhoria da fertilização

das culturas;

Page 19: A Biologic A

19

- Eliminação e/ou diminuição do risco de pragas, doenças e

ervas infestantes;

Inconvenientes

- Maior exigência em máquinas e em planeamento das

operações culturais e da própria rotação;

Capacidade de extracção dos nutrientes

Muito

exigente

Exigente Pouco

exigente

Melhorada

(Leguminosas)

>120Kg/ha

(N)

75-120Kg/ha

(N)

<75Kg/ha

(N)

Agrião Alface Aipo-rábano Ervilha

Aipo-branco Alho-françês Arroz Ervilhaca

Alho Cebola Aveia Fava

Batata Cebolinho Melão Feijão

Beterraba Cenoura Grão de bico

Couve-repolho Centeio Luzerna

Couve-flor Cevada Trevos

Milho Chicória Outras

leguminosas

Morango Espinafre

Tabaco Nabo

Tomate Pepino

Pimento

trigo

- Ter atenção às doenças e pragas que podem ficar no solo

transmitindo-se às culturas seguintes;

Page 20: A Biologic A

20

- Este é um dos critérios que permite colocar na ordem certa

as culturas;

- Em geral quanto mais longa e diversificada a rotação

melhor;

Consociações

São sistemas de policultura em que duas ou mais espécies de

plantas, estão suficientemente próximas para que haja uma

competição ou complementação entre elas;

Vantagens

- Menos ervas infestantes devido ao ensombramento;

- Melhor utilização dos nutrientes do solo com possibilidade

de maior produtividade;

- Melhor combate às pragas (insetos e ácaros);

Consociações favoráveis e desfavoráveis

Tradicionalmente combinam gramíneas com leguminosas:

- Aveia + ervilhaca para forragem;

- Trigo + trevo branco;

- Milho + feijão;

- Milho + batata;

Page 21: A Biologic A

21

- Milho + abóbora;

Consociações e protecção das culturas

Estas consociações têm sido testadas nos EUA, onde a maior

parte delas não foram experimentadas em Portugal;

Consociação Prática efeito

Batata + linho 1-2 plantas por fila

de batata

Repelem o escaravelho

da batata

Cenoura + alho-françês

Cenoura + cebola

Cenoura + ervilha

2 filas de cenoura e

1 de alhos, ou

cebolas, ou ervilhas

Repelem a mosca da

cenoura (Psila rosae)

Cenoura + alecrim Aromáticas na

bordadura

"

Couve–repolho + aipo Filas alternadas Repele a lagarta da

couve (Pieris brassicae)

Couve – repolho +

alecrim

Aromáticas em

bordadura

"

Macieira + cebolinho Protege do pedrado

Espargo + tomate Filas alternadas Repele o gorgulho do

espargo (Crioceris

asparagi)

Melão + cebola 1 cebola junto a

cada pé de melão

evita o fusário porque

favorece bactérias

antagonistas

Tomate + cravo-de-tunes

(Tagetes patula)

Repelem a mosca

branca das estufas

Page 22: A Biologic A

22

COBERTURA DO SOLO

A cobertura do solo com materiais não vivos, é feita com

materiais de origem vegetal (palha, ervas secas, casca de árvore,

engaço de uva, etc.) ou sintética (plásticos);

Palha de cereal, casca de pinho (pobres em N);

- Neste caso aplicar primeiramente material já decomposto e

por cima a cobertura (“fome de azoto”);

Corte de relva com trevos, arbustos e ramos de árvores com

folhas triturados (ricos em N);

Vantagens:

- Combate às ervas infestantes;

- Diminuição da evaporação da água;

- Fornecimento de nutrientes à cultura;

- Manutenção do solo, evitando a erosão;

- Melhoria da estrutura e permeabilidade do solo;

- Maior facilidade de circulação de máquinas;

Inconvenientes:

- Aumento do risco de geada;

Page 23: A Biologic A

23

- Exigência em mão-de-obra na colocação do mesmo;

Um ensaio na Suíça com casca de pinheiro em pomar de

macieiras (num espaço de 1,5m na linha):

1987- 25 cm de altura

1990- mais 10 cm

1996 (resultados):

- assegura à árvore uma maior regularidade no fornecimento

de azoto e água;

- reduz a lixiviação dos nitratos;

- evita a aplicação de herbicidas;

- estimula o crescimento da raiz próximo da superfície;

- permite uma melhor ocupação do solo e produções mais

elevadas;

ADUBOS VERDES

Adubos verdes ou siderações são plantas cultivadas com o

objetivo principal de fertilizar o solo e a cultura seguinte.

Vantagens:

- Proteção contra a erosão, provocada pela chuva e pelo

vento, principalmente em terrenos declivosos;

Page 24: A Biologic A

24

- Melhoria da estrutura (ou agregação) do solo, facilitando o

crescimento de raízes, a permeabilidade, a absorção de

nutrientes;

- Retenção dos nutrientes no solo e aumento da parte

assimilável desses nutrientes (azoto, fósforo, potássio, etc.)

e a sua disponibilização para as culturas;

- Fixação do azoto atmosférico no caso das leguminosas,

ganhos estes que variam com a temperatura e com a planta;

Não adianta cultivar ervilhaca, fava ou ervilha no

verão, pois a fixação não funciona com as

temperaturas dessa época;

Aumento da atividade biológica no solo após a incorporação

do adubo verde;

A incorporação de adubo verde pode considerar-se como

uma desinfeção parcial devido ao desenvolvimento de

microorganismos decompositores e antagonistas de doenças;

Alguns adubos verdes (trigo mourisco, rábano forrageiro,

ervilha forrageira, etc.) podem abafar as ervas infestantes,

ou impedir o seu crescimento quando triturado e deixado

sobre o terreno;

Page 25: A Biologic A

25

A Prática das Siderações

A escolha da espécie e variedade a utilizar como adubo verde

depende:

Características do solo;

Clima e época do ano;

Período em que o solo está disponível;

Tipo de culturas: anuais (hortícolas, cereais) ou perenes

(vinha, pomares);

Problemas fitossanitários existentes (evitar adubos da mesma

família da cultura seguinte);

Disponibilidade de água;

Disponibilidade da semente e o seu custo;

Necessidades nutritivas da cultura feita depois do adubo

verde;

Page 26: A Biologic A

26

Leguminosas

São as mais utilizadas devido à fixação do azoto;

Principais espécies utilizadas:

a) Em hortícolas

Ervilhacas (Vicia sativa, V. benghalensis, V. villosa, V.

dasycarpa);

Favas (vicia faba), principalmente a fava miuda (Var.

Minor);

Ervilha forrageira (Pisum sativum ssp. arvense);

Bersim ou trevo-de-Alexandria (Trifolium alexandrinum);

Fenacho ou feno-grego (Trigonella foenum –graecem);

Feijão “tipo frade” (Vigna unguiculata);

b) Em pomares e vinhas

Ervilhaca (Vicia dasycarpai);

Trevo rosa (Trifolium hirtum);

Trevo encarnado (Trifolium incarnatum);

Page 27: A Biologic A

27

Luzernas anuais (Medicago polymorpha, M. trunculata, M.

littotalis, M. scutellataI);

Trevo morango (Trifolium fragiferum);

Trevo branco (Trifolium repens);

Gramineas

Para além das leguminosas, plantas de outras espécies também

são utilizadas.

Centeio, cevada e aveia;

Azevém anual (Lolium multiflorum);

Sorgo (Sorghum bicolor);

Erva do sudão (Sorghum sudanense);

Trigo sarraceno ou trigo mourisco e facélia (planta da família

das hidrofiláceas) (Phacelia juss.):

De rápido crescimento que atrai as abelhas e outros

insetos auxiliares;

Page 28: A Biologic A

28

Adubação verde em Portugal

As mais usadas:

Tremoço branco (Lupinus albus),

Tremocilha (Lupinus luteus);

Ervilhacas (Vicias spp.);

Chícaros (Lathyrus spp.);

Em geral semeadas estremes, ou mais raramente em consociação

com azevém anual ou aveia.

A instalação do adubo verde

a) Sementeira

Verificar a quantidade da semente necessária para semear;

Preparação da cama de sementeira;

Profundidade de sementeira: não enterrar muito as sementes em

especial as mais pequenas:

trevo branco (0,5 cm) – trevo violeta (1 a 2,5 cm);

ervilhaca, trigo mourisca, ervilha forrageira (2 a 4 cm);

fava miúda (6 a 8 cm);

época de sementeira (muito importante para o adubo verde):

Page 29: A Biologic A

29

leguminosa de Outono/Inverno, como a fava ou o tremoço,

deve ser semeada às primeiras chuvas de Setembro/Outubro

(principalmente nos argilosos difíceis de trabalhar com muita

água);

b)Fertilização

Não é necessário um programa de fertilização especial. No caso

de carências importantes as fertilizações mais comuns são:

Leguminosas: fósforo (fosfato natural- 200 a 500 kg/ ha);

A inoculação das sementes com rizóbio é aconselhada

principalmente para trevos e luzerna e no caso de o terreno não ter

tido essas culturas à muitos anos;

Comprar o rizóbio e inocular a semente imediatamente antes

da sementeira é melhor do que comprar a semente inoculada;

não leguminosas: azoto através de chorume, estrume ou outro

resíduo orgânico (animal ou vegetal);

Devem-se escolher as espécies e variedades mais apropriadas

ao terreno de modo a diminuir as necessidades de fertilização;

Incorporação do adubo verde

O processo é o seguinte:

Page 30: A Biologic A

30

- Corte com gadanheira de barra de corte (preferencialmente),

destroçador de facas, corta silagem ou outra alfaia de corte;

- Secagem sobre o terreno durante 2 a 3 dias;

- Enterramento a pouca profundidade (5-10 cm), com grade

de discos, escarificador ou charrua;

- A época de incorporação depende da cultura seguinte, no

entanto a mais indicada é entre o final da floração e a

frutificação;

- Ter atenção que se for enterrado mais cedo, os ganhos em

M.S. e azoto são muito menores;

- Em culturas perenes, o enterramento pode não se fazer,

ficando à superfície como cobertura morta; O solo fica mais

protegido contra a erosão e não se elimina os insectos

auxiliares;

O azoto do adubo verde

Na prática para se ter uma ideia mais precisa do azoto disponível,

na parte aérea do adubo verde pode proceder-se assim:

1) Cortar e pesar as plantas de 1m2;

2) Repetir o passo 1) em 5 locais diferentes e calcular o peso total;

3) Calcular o peso médio por 1m2 dividindo o peso total por 5;

Page 31: A Biologic A

31

4) Multiplicar esse peso pelo fator (quantidade aproximada de

azoto em Kg/ha);

Exemplo: Ervilhaca vulgar

1) Produção de 1m2 (média de 5 amostras)= 2,5 Kg;

2) Quantidade de azoto por ha: 2,5 x 65 = 162,5 Kg/ha;

Fator de multiplicação para o cálculo da quantidade de azoto

no adubo verde (parte aérea)/ha;

PLANTA FACTOR

Ervilhaca vulgar 65

Ervilhaca de cachos 80

Luzerna 80

Ervilha forrageira 65

Trevo encarnado 50

Tremoço de folha estreita 65

Tremoço branco 80

Centeio 35

Cevada 35

Azevém anual 30

Com a adubação verde o agricultor produz azoto em casa de

uma forma ecológica e económica, dispensando o azoto do

saco que é caro e poluente.

Adubação verde em vinhas e pomares

A aplicação de adubos verdes, na entrelinha é a única solução

para praticar um sistema próximo dos princípios de agricultura

biológica.

Page 32: A Biologic A

32

Vantagens:

- Protege o solo contra a erosão e a compactação;

- Facilita a passagem de máquinas em períodos húmidos;

- Melhora a fertilidade do solo (estrutura, M.O., nutrientes em

especial o azoto, no caso das leguminosas);

- Tem poucos custos embora dê um pouco mais de trabalho;

Adubo verde em cultura permanente (enrelvamento)

- É a ideal para a fertilidade e conservação do solo;

- Em clima mediterrâneo esta prática é limitada pela falta de

água normalmente a partir de abril;

- Em zonas de maior pluviosidade como o EDM, com boas

reservas de água de rega, pode manter-se uma cobertura

permanente sempre verde;

No nosso caso utilizam-se como leguminosas:

- Solo ácido – trevo branco;

- Solo pouco ácido a pouco alcalino - trevo violeta;

Page 33: A Biologic A

33

Gramíneas (normalmente em consociação com leguminosas):

- Solo pouco ácido a pouco alcalino –azevém perene, festuca

e panasco;

O adubo verde deve ser cortado e destroçado

juntamente com a lenha da poda no final de

Março/Abril;

Depois cortado mais duas a três vezes na

Primavera/Verão (ex. gadanheira ou corta forragens) de

modo a diminuir a concorrência em água e nutrientes

com a cultura principal;

Em zonas com menos água pode optar-se por leguminosas anuais

que facilmente se autorresemeiam;

Semeiam-se no Outono, crescem no Inverno, florescem na

Primavera e secam no princípio do verão;

Nestas espécies temos: trevos subterrâneos, luzernas anuais,

trevo balansa;

Trevos subterrâneos e balansa, são mais usados em solos

ácidos;

Luzerna anual, mais adaptada a solos mais alcalinos e

argilosos;

Page 34: A Biologic A

34

A sementeira deve ser feita cedo, às primeiras chuvas, de modo

a que o ciclo se complete antes de começar a competição pela

água;

No caso de faltar água na primavera pode ser necessário siderar

o trevo ou cortá-lo antes da formação da semente;

Se este já estiver instalado à mais de um ano, as sementes duras

de anos anteriores que se encontram no solo, germinarão no

outono; Se for o 1º ano teremos de semear de novo;

Adubação verde e protecção das culturas

O adubo verde pode contribuir para a protecção das culturas;

Adubação verde, poluição e conservação do solo

O azoto solúvel no solo na forma de nitrato (NH4+), é facilmente

arrastado ou pela água da chuva ou da rega;

Se o terreno estiver coberto de vegetação herbácea, o azoto é

absorvido pelas plantas, ficando “preso” nelas sem risco de ser

arrastado (o adubo verde quando cresce faz esse trabalho);

Ao mesmo tempo segura o terreno e evita a erosão;

As melhores plantas para esse trabalho são: gramíneas e

crucíferas, sendo as leguminosas são menos eficazes neste

aspecto;

Page 35: A Biologic A

35

Dados medidos durante 8 anos na florida, EUA:

Ocupação do terreno N lixiviado- terreno

com

permeabilidade

normal (Kg/ano/ha)

N lixiviado- terreno

pouco permeável

(Kg/ano/há)

Terra nua 68 49

Trevo da alexandria 36 20

Couve chinesa 9 5

Se a estas perdas aumentarmos as toneladas de terra que se

perdem por erosão, vemos que o adubo verde se bem utilizado

pode ajudar muito na conservação do solo e no aumento da

fertilidade.

COMPOSTAGEM

“É um processo de decomposição de matéria orgânica realizado

por microorganismos (fungos ou bolores e bactérias). O resultado

final deste processo é a produção de composto, um fertilizante

natural de grande qualidade para o uso agrícola”.

Este processo dá-se num ambiente húmido, quente e arejado,

geralmente em pilhas de secção triangular;

Vantagens

A temperatura alcançada (60-70ºC), origina:

Eliminação de sementes e outros órgãos de propagação de

infestantes;

Page 36: A Biologic A

36

Eliminação de organismos patogénicos;

Maior rapidez na transformação dos materiais em nutrientes;

Outras vantagens não relacionadas com a temperatura:

Possibilidade de juntar vários materiais com diferente valor

fertilizante (ex. estrume de vaca com palha na proporção 1:3,

permite fazer um bom composto);

Obtenção de um fertilizante facilmente utilizável pelas

plantas;

Activação da vida microbiana do solo;

Supressão de cheiros desagradáveis;

Acção positiva sobre a qualidade dos vegetais;

Maior resistência das plantas às pragas e doenças;

Desvantagens da utilização de estrume fresco e mal

armazenado:

Maiores perdas de azoto e potássio, quando é pouco

compactado e humedecido, ou se estiver à chuva;

Formação de produtos tóxicos para as raízes, que vão

acidificar o terreno;

Inibição ou morte de microorganismos;

Page 37: A Biologic A

37

Como fazer

Possuir um compostor (capacidade 200-300L);

No caso de pilhas (no máximo 3m de largura e 1,5m de

altura);

Na primeira semana virar de 2 em 2 dias;

Depois sempre que necessário;

Verificar a quantidade de humidade;

Conforme a matéria-prima, está pronto entre 2 a 6 meses;

É recomendado a aplicação do composto meio-convertido

como:

fertilizante de Novembro a Dezembro, sendo a profundidade

da camada de 2,5 a 5cm. O composto completamente

convertido deve ser aplicado no solo de Março a Maio com

uma camada de 1,25 a 2,5 cm;

Factores que influenciam o processo de compostagem:

Arejamento

Humidade

Temperatura

Proporcionalidade carbono/azoto

Page 38: A Biologic A

38

Granulometria

pH

Material aconselhado para uma boa compostagem

Compostor

Forqueta de arejamento

Termómetro (termo-Komposter)

Page 39: A Biologic A

39

FERTILIZANTES ORGÂNICOS E MINERAIS

Fertilizantes orgânicos

1) Correctivos orgânicos

Têm uma acção mais lenta sobre as plantas do que os adubos,

actuando mais no solo, na melhoria de propriedades físicas,

químicas e biológicas;

Estrutura, permeabilidade, retenção de água, reserva de

nutrientes, pH, etc.

Estrume é a mistura mais ou menos fermentada das camas e das

dejecções dos animais;

Chorumeé a mistura líquida de fezes e urina com alguns restos

das camas ou dos alimentos;

Page 40: A Biologic A

40

Os chorumes, apesar de classificados como correctivos

devido aos baixos teores de N, P e K, têm pouca acção

correctiva, pois têm pouca matéria orgânica;

Os estrumes e chorumes de pecuária sem terras não são

permitidos em agricultura biológica;

Os de pecuária intensiva mas ”com terra”, só são permitidos

após compostagem;

Composto

resíduos de culturasresíduos de culturas anuais e de perenes;

se devolvermos à terra as vides e as parras, restituímos mais

de metade dos nutrientes que a planta retira do solo;

a queima das vides faz perder não só a matéria orgânica, mas

também os nutrientes que não ficam nas cinzas (N, S);

Correctivos orgânicos e organominerais

Produto comercial origem Matérias primas

ABONOMAR* Espanha/Galiza Conchas de bivalves marinhos,

algas

AGRIMIX Portugal/Valongo Estrume de cavalo,

lombricomposto, calcário

ESTRUME DE OVINO França Estrume de ovelha

FEMVIGOR Espanha Lombricomposto

HAIFA

MULTIORGAN

Estrume de ovelha

Page 41: A Biologic A

41

HUMAIS Portugal/Valongo Lombricomposto (estrume de

porco)

HUMUSDÁ* Portugal/Ourém "

NATURVIGOR Espanha Estrume de vaca

NATURCOMPLET –G Espanha Leonardite (lenhite)

NEORGAN Israel Estrume de vaca

ORGAVEG-G França

RÉGÉNOR França

NORVIAGRO Portugal Bagaço de azeitona extracto

(94%), engaço de uva

VEGETHUMUS França Estrume de ovelha, bagaço de

café, pele e lã de ovelha

2) Adubos Orgânicos

Têm uma acção mais rápida sobre a planta;

A maioria é de origem animal (excrementos, resíduos dos

matadouros ou de industrias agro-alimentares);

Só os bagaços são de origem vegetal;

3) Fertilizantes orgânicos e organominerais líquidos

Podem ser usados em fertirrigação ou em adubação foliar;

Fertilizantes Minerais

São produtos de origem mineral;

Page 42: A Biologic A

42

Alguns têm uma acção lenta, actuando mais no solo, chamados

correctivos;

Outros têm uma acção mais rápida, actuando mais na nutrição da

planta do que na correcção do solo, chamados adubos;

1) Correctivos minerais

alcalinizantes e acidificantes;

PRODUTO ORIGEM M.P.

Calcário simples Rio Maior Calcário calcítico

Calcário

composto

Rio Maior Calcário calcítico e magnesiano

Corgran França/Bretanha Algas tipo “maerl”, fosfato

natural (75% CaCO3, 1%

MgCO3)

Dolomite Rio Maior Calcário magnesiano

Enxofre

granulado

Enxofre

Fertical Calcário simples

Socálcio Condeixa Calcário simples

Page 43: A Biologic A

43

Lithothame 400 França

2) Adubos minerais

Em agricultura biológica os adubos minerais com os

macronutrientes principais de origem não natural, não são

autorizados;

Em relação aos macronutrientes secundários, o Ca, Cl e S, é

permitida forma não natural (cloreto de cálcio e enxofre

elementar);

Produto origem M.P.

EURO 15 França e Tunísia Algas e fosfato natural

FERTIGAFSA 0-26, 5-0 Tunísia Fosfato natural

PATENTKALI Alemanha Sulfato de potássio

Composição química

Produto P

%

K

%

Ca

%

Mg

%

Na

%

S

%

B

ppm

Co

ppm

Mn

ppm

Zn

ppm

Mo

ppm

Cu

ppm

Fe

ppm

Euro15 15 - 45 2 - - - - - 450 250 250 -

Fertigafsa 26,5 - 48 0,8 1,2 3,2 - 20 27 3 - 19 0,4

Patentkali - 30 - 10 - 17 - - - - - - -

No caso de adubos minerais com micronutrientes, a sua aplicação

é pouco provável visto não haver necessidades;

Page 44: A Biologic A

44

Regra Geral e em conclusão

Medidas a tomar:

Conhecer o melhor possível o solo em que trabalhamos,

procedendo a observações e análises;

Adaptar na medida do possível a cultura ao solo antes de

procurar adaptar o solo à cultura;

Evitar a erosão e conservar o solo de modo a não diminuir o

volume que a raiz pode explorar;

Mobilizar em profundidade sem reviramento e sem destruir a

estrutura do solo, para aumentar o volume de terra a explorar

pela raiz;

Aplicar correctivos orgânicos de modo a manter ou aumentar

a M.O. do solo;

Aplicar se necessário correctivos minerais ao solo;

Estabelecer rotações e consociações de culturas;

Aplicar adubos orgânicos e/ou minerais;

PROTECÇÃO DAS PLANTAS

Page 45: A Biologic A

45

Meio de luta Método de combate contra os inimigos das

culturas;

Luta química Redução ou eventual eliminação de populações

de inimigos das culturas, através da utilização de substâncias

químicas naturais ou de síntese, designadas pesticidas;

Luta química cega Modalidade de luta química com utilização

indiscriminada dos pesticidas segundo esquemas de tratamentos

fixos e previamente definidos e, por vezes com doses excessivas.

É ainda a modalidade de protecção fitossanitária mais frequente

na agricultura portuguesa;

Luta química aconselhadaModalidade de luta química em que

a utilização dos pesticidas é condicionada pela intervenção de

sistemas de aviso que limitam o emprego destes ao período em

que seja mais provável a ocorrência de estados sensíveis ou

prejudiciais dos inimigos das culturas;

Luta Integrada O mesmo que protecção integrada;

Luta biológica Redução de populações de inimigos das

culturas, através da acção de organismos antagonistas naturais,

indígenas ou introduzidos, actuando como predadores,

parasitoides ou parasitas;

Page 46: A Biologic A

46

Auxiliares Organismo que “auxilia” o agricultor no combate às

pragas e doenças das culturas.

Pode ser mamífero (ouriço), ave (coruja), anfíbio (sapo), insecto

(joaninha), ácaro (fitoseídeo), ou até um micróbio (bactéria

Bacillus thuringiensis).

Podem estar presentes na cultura e combater a praga sem a

intervenção directa do agricultor (limitação natural), ou ser

largados na cultura (luta biológica).

Principais causas de pragas e doenças:

1)Novas cultivares

A extrema sensibilidade de algumas variedades cultivadas faz

com que não seja possível a sua utilização em agricultura

biológica no estado actual de conhecimentos.

É pois muito importante que o agricultor escolha com cuidado o

que vai plantar, principalmente tratando-se de culturas perenes.

Exemplos, segundo Agrobio(1997):

Macieiras muito sensíveis ao pedrado: Jersemymac,

Jonagold, Mcintosh, Mutsu, Rome Beauty;

Macieiras sensíveis ao pedrado: Gloster, Golden Delicious,

Granny Smith, Idared;

Page 47: A Biologic A

47

Oliveiras muito sensíveis à mosca: Conserva de elvas,

Cordovil deCastelo Branco, Galega, Maçanilha, Picual,

Redondil, Verdeal Transmontana;

Batateiras muito sensíveis ou bastante sensíveis ao míldio:

Aminca, Bintje, Cleopatra, Désirée, Kondor, Jaerla, Lady

Rosetta, Liseta, Minerva, Monalisa, Obelix, Resy, Sirtema

Spunta.

2)Cultura fora de época:

A forçagem em estufa com culturas fora da sua época normal de

crescimento diminui a sua resistência.

Exemplos:

Tomate no Outono e Inverno: mais sensível ao míldio e

podridão cinzenta;

3)Resistência aos pesticidas

A resistência das pragas e doenças aos pesticidas tem vindo a

aumentar de ano para ano, tornando muitos produtos ineficazes,

mesmo os mais tóxicos.

Muitas vezes a praga além de não ser combatida ainda é

favorecida, seja pela influência directa do pesticida, seja pela

destruição dos auxiliares que, caso não fossem mortos pelo

tratamento, ajudariam a combater a praga.

Page 48: A Biologic A

48

4) Destruição e afastamento dos auxiliares

A maioria dos pesticidas utilizados em agricultura

“convencional”, são tóxicos para os auxiliares, em particular os

insecticidas e acaricidas.

5) fertilização em excesso

Adubação a mais, em especial azoto, torna a planta mais

vulnerável aos ataques de pragas (piolhos, cochonilhas e moscas

brancas) e doenças.

Exemplo:

Macieira – pedrado (Venturia inaequalis), ataca a macieira

tanto mais quanto maior é o teor em azoto e menor o de

potássio nas folhas;

6) sementes, plantas, ou material de enxertia doentes

Page 49: A Biologic A

49

Algumas doenças e pragas propagam-se por semente, plantas de

viveiro, ou outro material de propagação vegetal, como os

enxertos.

Exemplos:

1) Transmissíveis por semente ou tubérculo:

batata: míldio, sarna prateada, fusariose ou podridão seca, doença

do pus ou mal murcho, viroses;

2) Doenças transmissíveis por enxertia:

videira: escoriose.

7) Outras práticas culturais incorrectas

Para além da fertilização desequilibrada e da utilização de

material de propagação doente, outras práticas culturais podem

fazer aumentar a incidência de pragas e doenças.

Exemplos:

Destruição de sebes, muros de pedra, construções antigas e

outras zonas de abrigo dos auxiliares (diminuição da

população de auxiliares),

Eliminação completa das ervas infestantes, mesmo daquelas

que são fonte de alimento para os insectos úteis e outros

auxiliares (caso das plantas melíferas como os trevos);

Page 50: A Biologic A

50

Ervas que em pomares ou vinhas devem ser deixadas a

crescer no meio da cultura no período de Outono/Inverno,

ajudando também a segurar o terreno (diminuição dos

auxiliares);

Restos de culturas doentes não retiradas do terreno ou da

proximidade da cultura (contaminação da cultura seguinte ou

até da própria);

Restos de podas enterradas sem trituração prévia

(contaminação da terra e da cultura);

Estrumes enterrados frescos sem compostagem prévia

(contaminação do terreno, com sementes de ervas

infestantes, pragas e doenças);

Estufas muito fechadas de dia e á noite, causando falta de

arejamento (mais doenças causadas por fungos,

principalmente Botrytis);

Compasso de plantação ou sementeira muito apertado,

provoca pouco arejamento (mais doenças, principalmente as

que mais gostam de humidade, que são quase todas);

Poda insuficiente em Oliveiras e Laranjeiras, com pouco

arejamento (mais cochonilhas e fumagina ou ferrugem);

Page 51: A Biologic A

51

Rega por aspersão em batata em período de risco e com

variedades sensíveis (maior ricos de míldio);

8)Entrada no pais ou na região de novos inimigos das culturas

Têm entrado em Portugal várias doenças e pragas, algumas com

graves prejuízos causados as quais nem sempre existem auxiliares

que as combatam com eficácia.

Exemplos:

Escaravelho da batata;

Mosca mineira do tomate;

Lagarta mineira dos citrinos;

ORGANISMOS AUXILIARES

A fauna útil na agricultura é muito numerosa e diversificada.

A limitação natural é o método mais prático, económico e

ecológico de proteger as culturas contra os seus inimigos.

Para fomentar a limitação natural recomenda-se as seguintes

práticas:

Page 52: A Biologic A

52

Proceder a uma fertilização equilibrada, evitando excessos

(principalmente de azoto, mesmo de origem orgânica-

estrume de galinha, farinhas de sangue ou de carne, etc.);

Permitir a existência de focos naturais de auxiliares, através

de vegetação espontânea ou semeada (em cobertura

permanente ou temporária para adubação verde) na cultura

ou na proximidade;

Instalar sebes à volta da parcela com espécies favoráveis aos

auxiliares;

Tratar o menos possível e com pesticidas que não afectem os

auxiliares;

TIPOS DE AUXILIARES

1)Vertebrados - Aves

Chapim real (Parus major) e Chapim azul (Parus caeruleus)

São também conhecidas como patachim, chincharrabelho, fura-

bugalhos, megengra;

Frequentam especialmente pomares de

macieira, pereira ou cerejeira e também

vinhedos, bem como quintais e pequenas

Page 53: A Biologic A

53

hortas;

Actividade auxiliar:

Alimentam-se de lagartas;

Consomem diversos insectos lepidópteros, como o bichado da

maça e pêra, bichado da ameixieira, bichado da amêndoa e as

lagartas mineiras das folhas;

Alimentam-se dos insectos homópteros, como o pulgão

lanígero;

Medidas que contribuem para a sua presença nos ecossistemas:

Manutenção (sempre que tecnicamente possível) de árvores

com cavidades;

Manutenção de muros de pedra solta;

Instalação de “ninhos artificiais”;

Pisco de peito ruivo

(Erithacus rubecula)

Também conhecido por

pisco e frifolha;

Nidifica em cavidades de

muros ou de barreiras;

Page 54: A Biologic A

54

Frequenta hortas e jardins; pomares de macieiras, pereiras e

de citrinos e latadas de videira;

Actividade auxiliar:

Alimentam-se de insectos;

Consome formigas, contribuindo para a não disseminação de

alguns afídeos (piolhos das pomoideas, citrinos e diversas

plantas hortícolas);

Medidas que contribuem para a sua presença nos ecossistemas:

Manutenção ou construção dos tradicionais muros de pedra

solta;

Redução do cimento na construção de muros;

Presença de arbustos nas bordaduras dos terrenos agrícolas,

tais como o sabugueiro e o azevinho;

Estas plantas proporcionam locais de refúgio, descanso e

dormida ao pisco;

Mocho galego (Athene noctua)

Encontra-se em olivais ou em pomares de macieira ao fim da

tarde, altura em que inicia a sua actividade predadora;

Page 55: A Biologic A

55

Nidifica em cavidades de árvores ou muros de pedra;

Actividade auxiliar:

Alimentam-se de insectos de

diversas ordens,

nomeadamente gafanhotos;

Alimentam-se de pequenos

mamíferos, tais como ratos;

Caracóis também se incluem

na dieta desta ave;

Medidas que contribuem para a

sua presença nos ecossistemas:

Preservação de velhas

árvores;

Manutenção de muros com

cavidades;

Condução das árvores

fruteiras em forma livre;

Elaboração e distribuição de brochuras sobre a importância

desta ave auxiliar;

Page 56: A Biologic A

56

Coruja das torres

(Tyto alba)

Nidifica em

celeiros,

casebres, torres

de igreja, bem

como em

cavidades de

árvores;

Prefere zonas agrícolas abertas, tais como arrozais, restolhos

de milho, restolhos de “forragem”, restolho de girassol,

pastagens permanentes, campos de cereais, etc.;

Actividade auxiliar:

A sua dieta varia ao longo do ano, de acordo com a

disponibilidade alimentar;

Os roedores assumem maior importância na alimentação

desta ave;

Medidas que contribuem para a sua presença nos ecossistemas:

Page 57: A Biologic A

57

Edição de brochuras sobre a importância desta ave e

esclarecendo

“mitos” sobre

este animal;

Poupa (Upupa

epops)

Frequenta uma

grande diversidade

de habitats,

parecendo contudo,

preferir zonas de pomares, pousios e pasto próximas de bosque;

Actividade auxiliar:

Alimenta-se habitualmente no solo, caminhando lentamente;

Tem uma dieta quase inteiramente animal, consumindo

invertebrados de vários grupos;

Inclui insectos (que consome especialmente na sua forma

larvar), ralos, grilos gafanhotos, entre outros;

Alimenta-se igualmente de moluscos;

Medidas que contribuem para a sua presença nos ecossistemas:

Manutenção de muros de pedra solta;

Page 58: A Biologic A

58

Instalação

de ninhos

artificiais;

Andorinha

(Hirundo

rustica)

Prefere o campo aberto, como campos de milho, searas de trigo

ou centeio, embora também frequente o espaço aéreo de pomares

de macieira, vinhedos e até pequenos quintais e hortas;

Actividade auxiliar:

Alimenta-se de insectos que encontra em voo;

Medidas que contribuem para a sua presença nos ecossistemas:

Disponibilização de locais para a nidificação;

Melro (Turdus merula)

Nidifica em ramos de árvores como a laranjeira, limoeiro, a

tangerineira, a macieira e até em plantas de chá;

Frequenta jardins, quintais, hortas e até estufas; pomares de

pomoideas e citrinos;

Page 59: A Biologic A

59

Actividade auxiliar:

Habitualmente encontra o seu alimento no solo, entre as

ervas, na terra recém arada, nas estrumeiras;

Frequentemente levanta as folhas mortas e restos vegetais à

procura de invertebrados;

Consome diversos insectos, tais como saltões, gafanhotos,

percevejos, cicadelas, cochonilhas;

Medidas que contribuem para a sua presença nos ecossistemas:

Existência de sebes de vegetação espontânea (muita dela

autóctone) nas bordaduras dos terrenos agrícolas é de todo

interessante;

Page 60: A Biologic A

60

2) Vertebrados - Mamíferos

Ouriço cacheiro (Erinaceus europaeus)

Frequenta bosques, terrenos com sebes, as proximidades de

aldeias, hortas e jardins; pode ainda ser observado em

celeiros e até em adegas;

Actividade auxiliar:

É um animal

activo de

noite,

consumindo

grande

variedade de

insectos;

Alimenta-se de

gafanhotos, moluscos, ratos e outros pequenos mamíferos;

Medidas que contribuem para a sua presença nos ecossistemas:

Disponibilização de abrigos, onde passam o dia;

Sebes e moitas;

Page 61: A Biologic A

61

Toupeira – comum (Talpa occidentalis)

Frequenta terrenos de cultivo, como campos de milho, de

batata, hortas (cebola, couve, etc.), prados e pomares;

Actividade auxiliar:

Caça três vezes ao dia (manhã, pelo meio dia e ao fim da

tarde);

A sua alimentação é

exclusivamente animal, caçando

inúmeros invertebrados, entre eles

diversos insectos do solo;

Muitos desses insectos são

perniciosos a diversas culturas

agrícolas, como as culturas do milho, da beterrada e diversas

hortícolas;

Medidas que contribuem para a sua presença (quando pretendida)

nos ecossistemas:

Tem uma importância na limitação natural de alguns insectos

do solo;

Para afastar as toupeiras usar; Trovisco (Daphne gnidium) e

alfadega (Ocimin basilicum);

Page 62: A Biologic A

62

Morcego (Família Chiroptera)

Voam durante a noite. No período de hibernação e de dia,

abrigam-se em árvores ocas, grutas, minas, pontes sebes

altas, em caves de casas, rochas, igrejas, capelas.

Actividade auxiliar:

Capturam insectos durante a noite em pleno voo. Alguns

desses

insectos são

prejudiciais

ao homem e

às culturas

agrícolas.

A sua

actividade é

de grande

importância, pois complementam o “trabalho” das aves;

Medidas que contribuem para a sua presença nos ecossistemas:

Os abrigos dos morcegos não deverão ser frequentados, não

deverá haver perturbação desses abrigos, especialmente

durante o Inverno e na época de reprodução (de fins de

Março a princípios de Agosto);

Page 63: A Biologic A

63

Construção de casas para os morcegos;

Alteração da imagem negativa que as populações têm destes

preciosos auxiliares, baseada em mitos e superstições;

3) Vertebrados – Répteis e Anfíbios

Cobra de escada (Elaphe scalaris)

Também chamada riscadinha ou cobra-riscada;

Vive sobretudo em locais bem expostos com alguma

vegetação arbustiva, onde se refugia em rochas, entre pedras,

no matagal;

Actividade auxiliar:

É fundamentalmente diurna, contudo nos dias mais quentes,

está também activa de noite;

Alimentam-se de micromamíferos, e os mais jovens também

de insectos;

Medidas que contribuem para a sua presença nos ecossistemas:

Existência de muros de pedra, ou montes de rochas;

Page 64: A Biologic A

64

Existên

cia nas

imediaç

ões de

matagai

s e

“bosqu

etes”;

Desmis

tificação da sua nocividade para o homem;

Licranço (Anguis fragilis)

Também designada de cobra de vidro ou fura-mato;

Parece uma cobra por não ter pernas, mas distingue-se

porque as escamas ventrais são, contrariamente às das

cobras, pequenas como as dorsais;

Encontra-se em

geral em regiões

relativamente

húmidas, prados,

terrenos de cultivo

(como é o caso de

vinhas);

Page 65: A Biologic A

65

Actividade auxiliar:

Tem hábitos subterrâneos, na sua dieta incluem-se moluscos;

Medidas que contribuem para a sua presença nos ecossistemas:

Desmistificação da sua nocividade para o homem;

Lagarto de água (Lacerda schreiberi)

Caracteriza-se pelos

seus hábitos semi-

aquáticos, não

hesita em mergulhar

quando ameaçado;

Vive em zonas

relativamente

húmidas (é o caso

de lameiros de

altitude), junto a cursos de água e margens rochosas;

Actividade auxiliar:

Na sua dieta incluem-se insectos;

Medidas que contribuem para a sua presença nos ecossistemas:

Desmistificação da sua nocividade;

Manutenção de muros;

Page 66: A Biologic A

66

Sapo (Bufo bufo)

Este anfíbio de hábitos terrestres, frequenta hortas e jardins.

De dia refugia-se junto a muros de pedra, entre a vegetação;

Actividade auxiliar:

Activo à noite, alimenta-se de insectos de várias ordens;

Medidas que contribuem para a sua presença nos ecossistemas:

Existência de vegetação herbácea e arbustiva, bem como

muros de pedra que servem de locais de refugio durante o

dia;

Existência de pequenos charcos, o sapo é um anfíbio, passa

os primeiros tempos da sua existência em água;

Page 67: A Biologic A

67

4) Invertebrados – Insectos, ácaros e aranhas

Carabídeos

São

também

conhecidos

por

carochas;

São

predadores

de

caracóis,

lesmas, alfinetes, escaravelho da batata, pequenas lagartas,

pulgões, gorgulho, larvas de mosca, álticas, moscas brancas,

psilas;

Joaninhas

A de 7 pintas é a mais

conhecida;

É por muitos julgada como

a causa mãe dos piolhos

das plantas (afídeos). Ela

anda onde andam os

Page 68: A Biologic A

68

piolhos mas porque se alimenta deles;

Podem comer por dia até 60 piolhos;

Alimentam-se também de ácaros;

Crisopa (ordem Neuroptera)

As adultas são fáceis de observar, principalmente nas noites

de verão, junto à luz;

Possuem um

aspecto

característic

o, cor verde

e as asas

transparentes

com muitas

nervuras e

bem maiores que o corpo;

O adulto não é geralmente predador, a larva sim. Consome

principalmente piolhos e ácaros, mas também psilas, moscas

brancas, cochonilhas, ovos de diversos insectos e jovens

lagartas;

Uma larva durante o seu desenvolvimento (15 a 20 dias),

pode consumir até 500 piolhos;

Page 69: A Biologic A

69

Louva-a-Deus

(Mantis religiosa)

É um

predador

polífago,

comendo

qualquer

insecto que

consiga

apanhar, seja

praga seja auxiliar;

Até se chegam a comer uns aos outros se não encontram mais

nada para comer;

Vespa (Vespa vulgaris)

Combatem lagartas, moscas,

escaravelhos e outros insectos;

Podem no entanto causar

prejuízos porque também

comem frutos sumarentos e

também pela sua picada em

Page 70: A Biologic A

70

pessoas alérgicas;

Tendo cuidado é possível cultivar com elas;

Aranhas

5) Parasitoides

Himenópteros (vespinhas)

Têm um tamanho muito reduzido (1 mm), alguns só

observáveis à lupa;

Põem um ovo dentro de cada piolho e do ovo nasce uma

larva que se vai alimentando do piolho, provocando a sua

morte;

Dípteros (moscas)

Algumas moscas são auxiliares;

Parasitam lagartas de borboleta (ex.piral), larvas de

coleópteros (escaravelho da batata) e percevejos das plantas.

6) Microorganismos auxiliares

O mais conhecido é o Bacillus thuringiensis;

É uma bactéria que provoca doenças em insectos, alguns deles

pragas importantes das culturas;

Page 71: A Biologic A

71

Foi descoberto por Berliner em 1915, na região de thuringia

(próximo de Berlim);

Utilização:

S.A.- Bacillus thuringiensis e sua toxina;

Classificação: insecticida biológico (biopesticida);

Eficácia prática:

Boa – lagartas de borboleta como as da couve, do tomate, da

vinha (traça da uva), do pinheiro (processionária), do sobreiro e

azinheira (limantria), escaravelho da batata.

Fraca – Bichado da fruta (maçã, pêra e noz) e outras pragas que

entrem depressa para o interior do fruto;

Modo de penetração: ingestão

Modo de acção:

Ataca o aparelho digestivo das lagartas, principalmente as mais

novas; estas, no prazo de alguns minutos a duas horas após a

ingestão, deixam de se alimentar, morrendo passados 2 a 5 dias;

Condições de utilização e eficácia:

Produto em boas condições: armazenamento não superior a 1 ano;

Page 72: A Biologic A

72

Pulverizar bem as folhas (ou os frutos nalguns casos) de modo a

cobrir bem com o produto;

Juntar açúcar à calda (1 Kg/100 litros) melhora a eficácia (em

especial no caso da traça da uva);

Tratar desde a eclosão dos ovos, ao aparecimento das primeiras

lagartas se o ataque o justificar;

Repetir o tratamento se chover muito;

Misturas compatíveis: oxicloreto de cobre (Cuprosan),

azadiractina;

Persistência de acção: 10 dias;

Intervalo de segurança: 0 dias (França: 2 dias);

Acções secundárias: não tóxico para animais de sangue quente,

auxiliares, abelhas, peixes e ambiente em geral;

Armazenamento: lugar fresco (menos de 20ºC), seco, ao abrigo da

luz e da chuva; prazo de validade de 2 anos na sua embalagem

original e fechada nas condições de armazenamento indicadas;

uma embalagem aberta deve ser usada no mesmo ano;

OUTRAS INFORMAÇÕES: Leia atentamente o rótulo!!!

Page 73: A Biologic A

73

MEIOS DE LUTA PERMITIDOS EM AGRICULTURA

BIOLÓGICA

Luta cultural

As práticas culturais como meio de protecção contra pragas,

doenças e ervas infestantes, são o mais antigo processo de

combater os inimigos das culturas;

São muitas as medidas culturais que ajudam na protecção das

culturas e muitas vezes o homem nem dá conta que as está a

pôr em prática com essa função;

1) Medidas de luta cultural indirectas

Selecção da espécie a cultivar:

- É uma medida muito importante pois há variedades que, por

serem tão sensíveis são praticamente impossíveis de cultivar

em modo de produção biológico;

- É tanto mais importante quanto mais tempo a cultura estiver

no terreno;

Page 74: A Biologic A

74

- No caso das macieiras, algumas variedades regionais, como a

Bravo de Esmolfe, a Casa Nova de Alcobaça, a Riscadinha de

Palmela e as Reinetas, são pouco susceptíveis ao Pedrado;

Rotações e consociações:

- A rotação é muito importante para evitar algumas doenças e

pragas, principalmente as que ficam no solo de uns anos

para os outros (bactérias, nemátodos, alfinete e escaravelho

da batata);

- A consociação é também importante, principalmente para

evitar ataques de insectos, seja pelo efeito de repelência,

seja pelo favorecimento dos auxiliares;

Fertilização do solo:

- Uma planta bem alimentada (sem carência nem excesso), é

mais resistente;

- Praticas de fertilização elimina as pragas e doenças

(compostagem, que ao atingir (60-70ºC), destrói os

patogénicos e grande parte de ervas infestantes;

Rega:

Page 75: A Biologic A

75

- As técnicas de rega podem disseminar a doença,

principalmente quando esta já se encontra na cultura (rega

por aspersão);

Densidade, compasso, desfolha e arejamento:

- Excesso de humidade e falta de arejamento;

- Compassos de sementeira ou plantação larga, abertura das

estufas mesmo durante a noite são práticas quase

indispensáveis para o sucesso da cultura hortícola em estufa;

- A desfolha é uma prática importante principalmente em

vinha, já que tirar as folhas junto aos cachos, principalmente

do lado nascente e norte, diminui o risco de míldio, oídio e

botrytis;

2) Medidas de luta cultural directas

Solarização:

A solarização é a desinfecção do solo pelo calor produzido pelo

sol.

Não é apenas o aumento da temperatura. É o conjunto das

seguintes acções:

- Aumento do calor pela radiação solar;

- Aumento da humidade pela rega efectuada;

Page 76: A Biologic A

76

- Aumento dos gases voláteis do solo (CO2, CH3);

- Aumento dos microorganismos antagonistas (fungos,

bactérias, etc.) relativamente aos patogénicos;

A temperatura em solarização aumenta não só à superfície mas

também em profundidade;

Temperaturas do solo (ºC) obtidas em ensaio efectuado em

Faro (1985)

Profundidade

(cm)

Solarizado Não solarizado

Máx. (ºC) Min. (ºC) Máx. (ºC) Min. (ºC)

1 55,4 64,6 60,4 26,1

5 50,8 36,8 47,9 30,4

10 47,3 38,2 42,9 32,2

20 44,6 39,4 38,7 34,0

40 40,6 39,5 35,3 34,2

Vantagens :

- Controlo de fungos, nemátodos e infestantes

simultaneamente, visível durante vários anos (justifica-se

em culturas mais difíceis de mondar, cenoura);

- Aumento das populações de microorganismos antagonistas;

- Facilidade de aplicação, não exigindo grandes

conhecimentos técnicos ou tecnológicos sofisticados;

- Energeticamente barato por recorrer à energia gratuita do

solo;

Page 77: A Biologic A

77

- Substituição de produtos químicos na desinfecção do solo;

Inconvenientes:

Dependência das condições meteorológicas (tem de ser feito no

Verão);

Doenças das culturas controladas por solarização

Doença Patogéneo Culturas beneficiadas

Fungos:

-fusariose Fsarium oxysporum Tomate, melão, cebola,

morango

- podridão das raízes Pythium ultimum Várias

- podridão do caule Sclerotinia oryzae

Sclerotinia spp.

Arroz

Alface

- Raíz encortiçada Pyrenochaeta terrestris

P. lycopersici

Cebola, tomate

Tomate

- rizoctónia Rhyzoctonia solani Cebola, batata, feijão

- verticiliose Verticillium dahliae Tomate, batata,

morango

Nemátodos

- Nemátodo dos

quistos da cenoura

Heterodera carotae Cenoura

- nemátodo das

galhas do tomateiro

Meloidogyne spp. Tomate

Solarização na prática:

Época: Julho e Agosto (meses mais quentes, nos outros pode não

ser tão eficaz);

Page 78: A Biologic A

78

Duração mínima: (caso geral) 45 dias;

Modo de instalação:

1) Retiram-se os restos da cultura anterior da zona a solarizar, bem

como todos os focos possíveis de doenças (frutos podres, ou partes

de plantas doentes);

2)Fazer a mobilização do solo em profundidade (40 – 50 cm) do

mesmo modo que para uma cultura.

3)Incorporar o estrume ou outro fertilizante orgânico;

4)Destorroar e alisar bem o solo. O estado em que ficar a

superfície do terreno deve permitir um bom contacto entre este e o

plástico. Uma passagem com rolo é recomendável.

5)Instalar o sistema de rega gota-a-gota de modo a que os tubos

fiquem distanciados cerca de 50 cm;

6)Cobrir o solo com plástico transparente fino; 0,02 a 0,03mm em

estufa e 0,04 a 0,05mm ao ar livre. O tipo de plástico

recomendável na falta do polietileno foto-degradável é o p. De

baixa densidade linear – Pebdl;

7)Fazer uma pequena vala junto à margem do plástico para o

enterrar e prender; o mesmo nas margens juntas entre duas tiras;

8)Regar o terreno com 50 a 80 litros/m2 até à capacidade de

campo. Caso os solos sejam pesados (argilosos ou limosos) bastará

Page 79: A Biologic A

79

uma só rega; em solos ligeiros (arenosos) poderá ser conveniente

efectuar outra rega 3 semanas depois, com o sistema de gota-a-

gota sob o plástico;

9)No caso de estufa, fechá-las parcialmente durante o tempo da

solarização;

10)No final do tratamento (6-8 semanas), retira-se o plástico e faz-

se a sementeira ou plantação;

Precauções:

1)Em estufa deixar algumas janelas um pouco abertas para evitar

um aquecimento excessivo do ar que poderia deteriorar as

tubagens em PVC e envelhecer as coberturas plásticas;

2)Em ar livre evitar a passagem de animais de modo a não romper

o plástico;

3)Atenção à existência de zonas de sombra, onde a solarização

perde eficácia;

4)Ao fazer a sementeira ou plantação, trabalhar o solo o mais

superficialmente possível, para evitar trazer o solo menos

desinfectado de camadas mais profundas para a superfície;

Barreiras de protecção

- Redes;

Page 80: A Biologic A

80

- Cinzas, enxofre em pó contra lesmas e caracóis;

LUTA BIOTÉCNICA

Feromonas

Principalmente utilizados para a traça da uva e o bichado;

- Confusão sexual;

- Tratamento localizado e captura em massa;

Estimativa de risco:

- Consiste em localizar a presença da doença e/ou praga e avaliar

a sua importância;

- Se a praga ou doença está sobre a cultura, em que quantidade e

se há condições (clima, estado da cultura, etc.) para se

desenvolver e qual o prejuízo que poderá causar;

- Para além da observação visual, existem várias armadilhas que

permitem a detecção precoce;

- Em certas culturas e a partir de determinadas áreas justifica-se a

instalação de uma estação meteorológica automática, que

permite estimar com maior precisão o risco;

- Caso do míldio que se mede a temperatura do ar e o tempo de

folha molhada;

Page 81: A Biologic A

81

NEA

- É a quantidade de praga ou doença presente na cultura que

justifica o tratamento;

- Acima desse nível de ataque, a praga se não for tratada,

provoca prejuízos superiores ao custo do tratamento;

No caso das doenças é mais difícil definir o NEA;

- Quando o agente patogénico é ectoparasita (oídio da vinha), o

tratamento após o aparecimento dos sintomas ainda é eficaz;

- Tratando-se de um endoparasita (parasita interno - míldio), já

pode ser tarde de mais; os fungicidas autorizados à base de

cobre, são preventivos e não curativos;

- É necessário conhecer a sensibilidade da cultura e medir os

factores climáticos favoráveis ao desenvolvimento da doença;

- Com essa medição é possível saber não o NEA, mas o mento a

partir do qual a doença tem condições para se propagar;

Luta biológica

- Existe já uma gama bastante larga de auxiliares para luta

biológica com possibilidade de aquisição em Portugal;

-

Page 82: A Biologic A

82

PESTICIDAS AUTORIZADOS E HOMOLOGADOS EM

PORTUGAL

INSECTICIDAS

- Piretrinas + butóxido de piperonilo

- Insecticida de origem vegetal, extraído de flores e folhas do

piretro-da-dalmácia (Chrysanthemum cinerariaefolium);

- actua por contacto e ingestão;

- muito perigoso para abelhas, não aplicar na época de floração;

- perigoso para peixes;

- deve-se aplicar ao fim do dia, visto que uma forte

luminosidade reduz a eficácia das piretrinas;

- Nas condições de utilização aprovadas, não necessitam I.S.;

Nome Comercial e Empresa:

Pibutrin insecticida – DANIFER

Eficácia prática:

Piolhos, pulgões, lagarta das couves, psila, tripes, mosca branca

das estufas, escaravelho da batata, pragas de produtos

armazenados (traça da batata, gorgulho dos cereais, escaravelhos

e aranhas das farinhas, baratas, formigas, moscas).

Page 83: A Biologic A

83

Bacillus thuringiensis

- Actua por ingestão;

- I.S. – 0 dias;

Nome Comercial e Empresa:

- Dipel WP- ABBOTT

- Dipel - BAYER

- Dipel - PERMUTADORA

- Biotrata – BAYER; em esgotamento de existência até 31/12/02

- Ret 92 – GRUPO EIBOL

- Foil - QUIMAGRO

- Dipel 8L - ABBOTT

Óleo de verão

- Actua por contacto;

- I.S. - Nas condições de utilização aprovadas, não tem;

- Tóxico para percevejos. Pouco tóxico ou não tóxico para;

joaninha, crisopa, alguma fauna terrestre, peixes e ambiente;

- Não tóxico para Abelhas;

Page 84: A Biologic A

84

Eficácia prática (Boa a média):

Insectos: cochonilhas, afídeos, psila da pereira, mosca branca dos

citrinos, mosca branca das estufas, tripes e lagartas;

Ácaros: aranhiço vermelho;

Nome Comercial e Empresa:

- Garbol – AGREVO

- Citrole- TOTAL

- Foli-oleo- BAYER

- Rhonol- R.P.AGRO (em esgotamento até 31/12/02)

- Arakol- CYNIBERICA

- Fitanol- SAPEC

- Jovitoleo- J.L.VIEIRA

- Pomorol- PERMUTADORA

- Soleol- AGROQUISA

- Ormol- QUIMAGRO

FUNGICIDAS

Enxofre

Page 85: A Biologic A

85

- Actua por contacto, acção preventiva e curativa;

- 10 a 14 dias de persistência de acção;

- Não tem I.S.;

Muito tóxico: Encarsia formaosa (adultos);

Tóxico: crisopa;

Pouco tóxico: ácaros predadores, percevejos, joaninhas, peixes;

Não tóxico: percevejos, abelhas;

Fitotoxicidade: tóxico para as plantas com temperatura acima dos

28ºC;

Eficácia prática:

BOA – oídios, escoriose (videira);

MÉDIA – pedrado, aranhiço vermelho;

Nome Comercial e Empresa:

- Enxofre molhável – BAYER

- Thiovit – NOVARTIS

- Stulln - SAPEC

Fungicidas cúpricos

Page 86: A Biologic A

86

Sulfato de cobre, oxicloreto de cobre, hidróxido de cobre e oxido

cuproso

- Actua como preventivo, protege as partes tratadas da planta,

mas não elimina um ataque existente, o que obriga a

tratamentos preventivos;

- Persistência de acção:10 dias;

- I.S. – 1 semana;

Medianamente tóxico: organismos aquáticos;

Pouco tóxico: crisopa;

Não tóxico: quase todos os auxiliares insectos, ácaros e

invertebrados; Abelhas

Eficácia prática (Boa ou média):

Míldio, Botritis, escoriose e eutipiose (vinha), pedrado, cancro,

moniliose (macieira e pereira), lepra, crivado e cancro

(pessegueiro), antracnose e bacteriose (nogueira);

Nome Comercial e Empresa:

- Calda bordalesa – várias empresas (SAPEC, AGREVO,

AGROQUISA, AVENTIS, etc.);

- Sulfato de cobre – Várias empresas

Page 87: A Biologic A

87

MOLUSCICIDAS

Metaldeido

- Actua por contacto e ingestão;

- Boa eficácia contra caracóis e lesmas;

- I.S. – 2 semanas;

- Tóxico para peixes;

Nome Comercial e Empresa:

- Antilesma Eureka – AGROQUISA;

- Antilumaca G – PERMUTADORA;

- Helitox Ornamental – QUIMAGRO;

- Limacide – EPAGRO;

- Hoslima – AVENTIS;

ATRACTIVOS

Hidrolizado de proteínas

Produto para adicionar a caldas insecticidas para atracção de

insectos, permitindo a realização de tratamentos localizados em

pomares, para combate das pragas;

Page 88: A Biologic A

88

Nome Comercial e Empresa:

Endomosyl - AGREVO

As normas da agricultura biológica que estão na lei, só

permitem o tratamento em caso de perigo imediato para a

cultura.

PRAGAS E DOENÇAS DA VINHA - MEIOS DE

PROTECÇÃO

Primeiro problema surgido é o de identificar e conhecer o

inimigo;

Segundo problema, é saber fazer a estimativa de risco de modo a

só tratar quando realmente é necessário, considerando o NEA;

Terceiro problema é a escolha dos meios de protecção;

Será que pusemos em prática as medidas preventivas, as práticas

culturais mais adequadas à protecção da cultura?

Page 89: A Biologic A

89

E quando isso não chega, fazemos luta biológica, biotécnica ou

química?

Meios de protecção

A vinha em Portugal tem duas pragas principais:

- Traça da uva e cicadela ou cigarrinha verde;

As principais doenças são:

- Oídio, míldio, prodidão cinzenta e escoriose;

- A protecção da vinha em agricultura biológica passa

primeiro pela prevenção:

- Limitar o vigor, arejar os cachos, desladroar, trabalhar o

solo de forma correcta, plantar sebes à volta, escolher castas

menos sensíveis, conhecer os auxiliares e observar

regularmente a vinha;

CONTROLO DE INFESTANTES

Em agricultura biológica, em especial na horticultura, as ervas são

muitas vezes o principal inimigo das culturas.

Muitas vezes, não é preciso tratar contra pragas e doenças, mas

combater ervas infestantes é praticamente obrigatório.

Page 90: A Biologic A

90

Medidas culturais preventivas:

- Suprimir as fontes de contaminação: plantar sebes para

diminuir as sementes trazidas pelo vento, ceifar a erva das

bordaduras antes delas darem semente;

- Não aplicar estrume fresco mas sim compostado;

- Combater as ervas na cultura quando elas são pequenas

(mais fáceis de combater e com menor prejuízo);

- Transplantar em vez de semear directamente em local

definitivo (arroz, hortícolas);

- Rotação de culturas;

- Lavrar e passar com escarificador no verão no caso de forte

presença de ervas vivazes (grama, junça);

- Cobrir o solo com casca de pinho ou outro material vegetal

(pomares);

- Aumentar a densidade da sementeira a lanço (cereais de

inverno);

- Solarização;

Monda Mecânica

- A monda mecânica é feita com alfaias manuais ou ligadas

ao tractor.

Page 91: A Biologic A

91

- Para utilização manual: sachos, enxadas;

- Para áreas maiores (1-2 ha), pode-se utilizar um sachador

manual de roda com lâminas ou dentes;

- Para áreas de vários hectares, são necessários sachadores

accionados pelo tractor, cuja principal dificuldade é mondar

a erva sem danificar a cultura;

- Esta só pode ser usada em terreno plano, com culturas bem

alinhadas a uma distância maior;

Monda térmica

- Consiste em destruir as infestantes pelo calor através de

queimadores a gás propano.

- A chama actua apenas por tempo muito curto, não causando

a morte por combustão, mas sim a rotura das membranas

das células;

- Não é necessário queimar as ervas, basta aquecê-las a cerca

de 100ºC, durante pelo menos 0,1 segundo. A planta murcha

e morre ao fim de 2 a 3 dias;

A monda térmica não afecta a vida do solo, pois o aumento de

temperatura deste é mínimo, na ordem de 1 a 2ºC;

Para obter bons resultados com a monda térmica devem ter-se em

conta as seguintes condições de eficácia:

Page 92: A Biologic A

92

- Fazer a monda com as ervas pequenas (até cerca de 5 cm de

altura), sendo preferível passar mais vezes;

- Com a continuação das mondas é possível aumentar os

intervalos entre elas (não mexendo na terra não se trazem mais

sementes para a camada superficial e cada vez nascem menos

ervas);

- Para a maior parte das ervas anuais e bienais de folha larga

(dicotiledóneas), duas ou três mondas são geralmente

suficientes;

- As ervas vivazes são muito mais difíceis de combater: a parte

aérea é facilmente destruída mas não os rizomas; para eliminar

a grama é preciso mondar durante 2 a 3 anos não deixando

desenvolver a parte aérea;

- Em condições de humidade elevada e água sobre as ervas, para

manter a eficácia é preciso diminuir a velocidade de trabalho;

- Na primavera e no verão é preciso geralmente fazer a 2ª

passagem cerca de 10 dias depois da 1ª, para combate às ervas

que nascem depois da 1ª monda;

- Não é necessário queimar a erva: queimaduras indicam que a

velocidade de trabalho é demasiado lenta, com mais custos

(consumo de gás e mão-de-obra);

Page 93: A Biologic A

93

Quanto a resultados esta técnica permite um combate eficaz das

ervas mesmo em condições de terreno húmido, em que é

praticamente impossível sachar;

A monda térmica integrada com a mecânica resulta técnica e

economicamente praticável. Por exemplo na cultura do milho, o

tratamento térmico na linha, com sacha mecânica na entrelinha,

tem custos cerca de 37% inferiores à monda química;

Esta técnica pode ser seguida na agricultura geral e não só na

biológica.

Vantagem:

- Menos gastos e grandes vantagens ambientais;

- A combustão do gás liberta CO2 e água, enquanto que os

herbicidas contaminam o solo e a água;

PECUÁRIA BIOLÓGICA

A pecuária biológica consiste em desenvolver sistemas

sustentáveis de produção pecuária.

Têm como objectivo fundamental, produzir para a população

alimentos de alta qualidade, obtidos através de animais que

gozem de um alto grau de bem estar.

Page 94: A Biologic A

94

Fazem um uso racional dos recursos naturais do campo, mantendo

a fertilidade natural do solo e em cujo maneio não se empregam

nem substâncias químicas nem outras que podem ter efeitos

tóxicos reais ou potenciais para a saúde do consumidor.

A venda dos produtos animais sob a designação de produtos AB,

está subordinada ao cumprimento do MPB, durante um período

de pelo menos:

12 meses para bovinos destinados à produção de carne, e em

qualquer caso com pelo menos ¾ do seu tempo de vida;

6 meses para bovinos de leite (3 meses até 24/08/03);

6 meses para ovinos e caprinos;

6 meses para suínos (4 meses até 24/08/03);

Até 31/12/03, e para a constituição de uma manada, podem ser

comprados vitelos e pequenos ruminantes destinados à produção

de carne em MPB, desde que:

Estes tenham origem em explorações em regime de

produção extensiva e entrem na exploração em MPB com

menos de 6 meses (vitelos) ou 2 meses (pequenos

ruminantes);

Page 95: A Biologic A

95

A partir do desmame, sejam criados em MPB;

Estes podem ser vendidos como produto AB desde que criados na

unidade que pratica o MPB, durante um período mínimo de 6

meses, ou 2 meses para os pequenos ruminantes, antes da venda

ou do abate.

Alimentação

A alimentação destina-se a assegurar uma produção de qualidade

e deve respeitar as exigências nutricionais dos animais;

É proibida a alimentação forçada;

Devem utilizar-se, alimentos provenientes da unidade ou, quando

tal não for possível, de outras unidades ou empresas que

pratiquem MPB;

A alimentação dos jovens, deve ser baseada no leite natural, de

preferência materno, durante um período de 3 meses para os

bovinos, 40 dias para suínos e 45 para pequenos ruminantes;

Só podem ser utilizados como aditivos para ensilagem os

seguintes conservantes:

E 236 Ácido fórmico, E 260 Ácido acético, E 270 Ácido

láctico, E 280 Ácido propiónico;

Como auxiliares tecnológicos:

Page 96: A Biologic A

96

Sal marinho, sal-gema, enzimas, leveduras, soro de leite,

açúcar, polpa de beterraba, etc.;

Só podem ser utilizadas as seguintes matérias-primas

convencionais de origem vegetal (se tiverem sido produzidas sem

utilização de solventes químicos):

Grãos de cereais, respectivos produtos e sub-produtos;

Sementes ou frutos oleaginosas, produtos e sub-produtos;

Sementes de leguminosas, produtos e sub-produtos;

Tubérculos, raízes e Forragens;

De origem animal:

Leite e produtos lácteos;

Peixes e outros animais marinhos;

É proibido utilizar na alimentação animal, antibióticos, produtos

medicinais, indutores de crescimento, ou outras substâncias

destinadas a estimular o crescimento.

É proibida a utilização de organismos geneticamente modificados;

Profilaxia e assistência veterinária:

No MPB a prevenção de doenças baseia-se nos seguintes

princípios:

Page 97: A Biologic A

97

Selecção de raças;

Aplicação de praticas de maneio adequadas às exigências da

espécie;

Utilização de alimentos de boa qualidade, juntamente com

exercício e acesso à pastagem, com o objectivo de incentivar

as defesas imunológicas naturais do animal;

Encabeçamento adequado, evitando a sobrepopulação e os

problemas de saúde decorrentes;

Os problemas sanitários devem ser controlados essencialmente

por meio de acções preventivas.

Com excepção de vacinas e de antiparasitários (ou outros planos

de erradicação), se forem administrados ao animal mais de dois

ou um máximo de três tratamentos com medicamentos se síntese

química no prazo de um ano, esse animal ou os produtos dai

resultantes não poderão ser vendidos sob designação de AB,

devendo estes ser submetidos aos períodos de conversão.

Práticas de maneio

A reprodução de animais deve-se basear em métodos naturais.

Todavia é autorizada a I.A. Sendo proibida as restantes formas de

produção artificial (ex. transferência de embriões);

Page 98: A Biologic A

98

Intervenções tais como: corte de chifres, cauda, etc., não podem

ser efetuadas sistematicamente. Podem ser autorizadas pela OPC,

por razões de segurança, higiene ou bem-estar dos animais. Essas

devem ser feitas na idade mais adequada por pessoal qualificado e

reduzir ao mínimo o sofrimento dos animais.

É proibido conservar os animais amarrados;

Áreas de movimentação livre e alojamento

As áreas de produção ao ar livre, devem possuir proteção suficiente contra chuva, vento,

sol e temperaturas excessivas.


Top Related