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Etnografia Digital: Uma Análise do Uso de Novas Tecnologias para a Investigação Social Por Ana Terse Soares

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Page 1: Digital Ethnography: An Examination of the Use of New Technologies for Social Research

Etnografia Digital: Uma Análise do Uso de Novas Tecnologias para a Investigação Social

Por Ana Terse Soares

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@dhirajmurthy 

Ph.D. in Sociology, University of Cambridge, 2008 MSc in Philosophy, London School of Economics, 2003 MSc in Sociology, University of Bristol, 2001 B.A. in Psychology, Claremont McKenna College, 1997 Atualmente é Professor Assistente de Sociologia na Universidade de Bowdoin. 

O conteúdo de sua pesquisa explora ‘cyberinfrastructure’ em redes sociais e organizações virtuais. Publicou um livro sobre o TwiVer (Twi$er: Social Communica2on in the Twi$er Age), além  de  arYgos  sobre  seus  resultados  e  métodos  digitais inovadores de pesquisa etnográfica.  

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SOBRE O ARTIGO 

O autor aponta que a  infiltração da  tecnologia nos métodos de pesquisa  sociológica ainda são limitados e propõe examinar criYcamente as possibilidades e implicações da Etnografia  Digital  (enquanto  metodologia  de  pesquisa)  a  parYr  de  quatro  ‘novas’ tecnologias: 

‐  quesYonários on‐line ‐  vídeo digital ‐  sites de redes sociais ‐  blogs  

Alerta  que  os  pesquisadores  sociais  precisam  observar  a  abertura  para desenvolvimento de novos métodos de pesquisa digital e conclui que uma combinação equilibrada  de  etnografia  digital  e  dsica,  não  só  possibilita  aos  pesquisadores  uma matriz maior de métodos, mas também, “desmarginaliza” a voz dos entrevistados. 

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•  Sobre contar histórias sociais.  

•  Com a introdução da tecnologia, a(s) maneira(s) de contá‐las está mudando. 

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•  Revisão bibliográfica e críYca ao rigor metodológico. 

•  Apresenta alguns trabalhos pioneiros em que se baseia:  

Jones (1999) Coover (2004) Couldry and Mccarthy (2004) Dicks et al. (2005) Jenkins (2006) Pink (2007) 

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•    Etnografia Digital: um assunto velado? 

•    A  internet  nunca  deve  ser  interpretada como  um  espaço  “neutro”  de  observação, pois a seleção de dados do pesquisador e as análises  são  sempre  influenciadas  por agendas, histórias pessoais e normas sociais. 

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Questões éYcas: 

Possível consenso entre os pesquisadores de que devemos considerar o ato da ‘espreita’ e suas implicações sobre o que está sendo invesYgado.                                                                  (Richman, 2007: 183) 

Formas de enquadramento da realidade de acordo com as idéias/olhar do pesquisador. 

Orientação para a pesquisa eletrônica que abrange questões de privacidade,  consenYmento informado, pseudônimos online e documentação/registros. 

Tradicionais construções de gênero e relações de poder racial que ilustram conflito e a realidade da Internet. 

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1) QUESTIONÁRIOS ON‐LINE E ENTREVISTAS VIA EMAIL 

VANTAGENS: incluem a facilidade de armazenamento, recuperação de dados e análise qualitaYva.  Pode  ser  facilmente  programado  para  perfeitamente  exportar  dados. Custos e tempo para aplicação. 

Aumento das taxas de respostas (alternaYvas). 

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2) VÍDEOS DIGITAIS 

Três possíveis explorações: 

(1)  O entrevistado a parYr de um vídeo (auto)biográfico 

(2)  Vox Video populi 

(3) Webcams (entrevistados podem  facilmente criar vídeos e enviá‐los diretamente para o pesquisador ou a um video log. Com webcams é possível que estes vídeos sejam menos "encenados”. 

‘Representações’ sempre foi um aspecto críYco da etnografia, e os vídeos possibilitam recolher auto representações dos sujeitos. 

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3) REDES SOCIAIS podem ser úteis para etnógrafos: 

(1)  são "gatekeepers" virtuais das suas correntes de "amigos" que são potenciais  entrevistados;  

(2)  contêm vasta quanYdade de material mulYmídia (até mesmo o mais marginal dos movimentos sociais ou grupos);  

(3)   etnógrafos podem ficar "invisíveis" e observar as interações sociais das páginas dos  membros, recolhendo dados etnográficos previamente indisponíveis;  

(4)  páginas podem ser criadas por pesquisadores sociais, com o propósito explícito de conduzir a pesquisa on‐line (por exemplo, grupos focais assistem um vídeo e comentam sobre ele);  

(6)  a estrutura das relações nestes sites é um método de invesYgação úYl dela mesma. 

(8)  páginas podem ser criadas por pesquisadores sociais para divulgar informações úteis, ao público, uma abordagem adoptada pelos criadores da "cura do diabetes” MySpace page (Barsky e Purdon, 2006). hVp://www.myspace.com/fighYng_diabetes 

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Alunos de um curso de design de interação foram convidados a experimentar a etnografia virtual para pesquisar sobre um determinado público para o qual deveriam, em seguida à 

pesquisa, projetar uma rede social específica 

REDE AMANTES DO PEBOLIM  hVp://www.youtube.com/watch?v=WQy8HS0Qc0E 

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4) BLOGS 

‐  Duneier Mitchell (1999) rompeu com o tradicional passeio etnográfico convidando o "sujeito" da sua pesquisa a tornar‐se críYco da sua   invesYgação. 

‐  A despeito do aumento ao acesso, pesquisadores sociais parecem não uYlizar o recurso.  

‐  Jill Walker (2006), argumenta que talvez não exista uma ‘parceria’ direta entre blogs e universidades. Na sua perspecYva, a natureza pública dos blogs molda as formas de envolvimento dos acadêmicos com a ‘blogosfera’. E aponta que a ‘invesYgação de blogs’ geralmente pode ser dividida em três categorias:  

1)   Intelectuais públicos 

2)   InvesYgação de blogs (usados para comparYlhar colaboraYvamente dados e resultados da invesYgação) 

3)   Blogs pseudônimos (podem ser uYlizados para recuperar e sondar ‘diálogos secretos’ ) 

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ESTRATIFICAÇÃO DIGITAL 

Os invesYgadores sociais devem estar conscientes das nuances da invesYgação e suas implicações sociais,  

principalmente com relação à significaYva  exclusão digital que ainda existe. 

NOVAS ABERTURAS  (difusão da metodologia e acesso aos resultados de pesquisa): 

Maag (2006: 10) cita exemplo de um  pesquisador da Universidade de 

Chicago que divulga resultados da  sua pesquisa sobre  

câncer de mama  através de podcasts. 

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CONCLUSÃO 

O  arYgo  se  propôs  a  levantar  uma  inquietação  sobre  como  o "campo”  sociológico  conYnua  a  ser  delimitado  por  tradicionais configurações dsicas. 

Expôs algumas potencialidades, limitações e considerações éYcas a  parYr  de  quatro  tecnologias  ‐  ques2onários  online,  vídeos digitais,  sites  de  redes  sociais  e  blogs  ‐  ,  alegando  que  a invesYgação  feita  exclusivamente  online  pode  ser  muito proveitosa.  

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CONCLUSÃO 

Toulouse (1998: 6) afirma que o próprio fluxo em que operam sites, blogs, fóruns e sites de redes sociais, desafiam as convencionais metodologias de pesquisa. 

O desafio não é apenas adaptar‐se aos novos métodos de invesYgação, mas também, ‘desenvolver categorias analí2cas que nos permitem capturar a imbricação complexa de tecnologia e sociedade’. Saskia Sassen (2002: 365). 

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Etnografia Virtual Mapa Conceitual 

* Elaborado por Fernando Pimentel a parYr das principais observações do livro Etnografia Virtual, de ChrisYne Hine. 

Fonte: hXp://fernandoscpimentel.blogspot.com 

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Sobre contar histórias sociais…  

Mas não uma única história… 

hVp://www.ted.com/talks/lang/por_pt/chimamanda_adichie_the_danger_of_a_single_story.html 

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OUTRAS FONTES: 

BLOG NETNOGRAFANDO hVp://netnografando.wordpress.com/2009/08/02/ciberespaco‐e‐etnografia/ 

ETNOGRAFIA EM AMBIENTES DE SOCIABILIDADE VIRTUAL MULTIMÍDIA:hVp://www.c�.ufsc.br/~guima/papers/etn_palace.html 

NETNOGRAFIA: A LA PESCA DE DATOS EN LAS REDES SOCIALES hVp://www.insights‐qualitaYvos.com/2010/01/netnografia‐la‐pesca‐de‐datos‐en‐las.html 

A APLICAÇÃO DA METODOLOGIA ETNOGRÁFICA NO ESTUDO DO CIBERSEXO hVp://www.cybersociology.com/files/1_1_hamman_portugese.html 

NOVAS CONFIGURAÇÕES METODOLÓGICAS E ESPACIAIS: ETNOGRAFIA DO CONCRETO À ETNOGRAFIA DO VIRTUAL hVp://comunicacaoecultura.uniso.br/elementa/v1_n2_06.pdf 

BLOG ETNOGRAFIA VIRTUAL hVp://etnografianovirtual.blogspot.com/ 

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Imagens uYlizadas na apresentação licenciadas nas condições:  hVp://www.flickr.com/photos/tsevis/ / CC BY‐NC‐SA 2.0