dicas de fotografia

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Dicas de Fotografia Observe a foto acima. Um kart em alta velocidade passa por um trecho de uma pista de corrida. Na imagem o kart está nítido, porém a pista e o gramado ao fundo estão "borrados" no sentido horizontal. É exatamente este efeito que introduz na foto a sensação de movimento, evidenciando que o carro está em alta velocidade. Mas como conseguimos obter este efeito? Em primeiro lugar é preciso usar velocidades baixas, na casa de 1/4s e 1/2s. Se você estiver fotografando em locais abertos e com sol forte vai precisar de um filme de velocidade baixa (ISO 50) ou usar um filtro ND (veja dicas anteriores). O filtro polarizador também ajuda, pois bloqueia um pouco da luz que passa pela lente. Em segundo lugar você vai precisar de um tripé ou monopé, para fixar a câmera e conseguir uma imagem mais nítida e precisa. Para conseguir o efeito o segredo é acompanhar o movimento do kart com a câmera enquanto é acionado o disparador. Como estamos usando uma velocidade baixa, o obturador fica aberto durante algum tempo e, como a câmera está em movimento, a pista e o gramado ficam borrados no sentido inverso ao do movimento da câmera. Conseguir que o kart fique nítido é o mais difícil. É preciso que o movimento da câmera acompanhe o movimento do kart de maneira sicronizada. A solução é fazer várias tentativas e conferir o resultado após a revelação dos filmes. Para obter a imagem acima foram tiradas 15 fotos. Apenas 4 ficaram boas. Com uma câmera digital fica mais fácil. É só ir fotografando e conferindo se o resultado final ficou do seu agrado. Ficha técnica: Câmera Nikon F90X. Velocidade 1/4s. Lente Nikkor 180mm f2.8 com filtro polarizador. Abertura f22. Filme Fujichrome Provia 100 Foto: Marcos Peron/Virtual Photo

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Dicas de Fotografia

Observe a foto acima. Um kart em alta velocidade passa por um trecho de uma pista de corrida. Na imagem o kart está nítido, porém a pista e o gramado ao fundo estão "borrados" no sentido horizontal. É exatamente este efeito que introduz na foto a sensação de movimento, evidenciando que o carro está em alta velocidade. Mas como conseguimos obter este efeito?

Em primeiro lugar é preciso usar velocidades baixas, na casa de 1/4s e 1/2s. Se você estiver fotografando em locais abertos e com sol forte vai precisar de um filme de velocidade baixa (ISO 50) ou usar um filtro ND (veja dicas anteriores). O filtro polarizador também ajuda, pois bloqueia um pouco da luz que passa pela lente.

Em segundo lugar você vai precisar de um tripé ou monopé, para fixar a câmera e conseguir uma imagem mais nítida e precisa. Para conseguir o efeito o segredo é acompanhar o movimento do kart com a câmera enquanto é acionado o disparador. Como estamos usando uma velocidade baixa, o obturador fica aberto durante algum tempo e, como a câmera está em movimento, a pista e o gramado ficam borrados no sentido inverso ao do movimento da câmera.

Conseguir que o kart fique nítido é o mais difícil. É preciso que o movimento da câmera acompanhe o movimento do kart de maneira sicronizada. A solução é fazer várias tentativas e conferir o resultado após a revelação dos filmes. Para obter a imagem acima foram tiradas 15 fotos. Apenas 4 ficaram boas. Com uma câmera digital fica mais fácil. É só ir fotografando e conferindo se o resultado final ficou do seu agrado.

Ficha técnica: Câmera Nikon F90X. Velocidade 1/4s. Lente Nikkor 180mm f2.8 com filtro polarizador. Abertura f22. Filme Fujichrome Provia 100Foto: Marcos Peron/Virtual Photo

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A leitura da imagem

Nosso olhar ocidental é condicionado pelo nosso modo de escrita e leitura, ou seja, da esquerda para a direita. Quando observamos uma foto, a tendência de nosso olhar é fazer uma leitura desta imagem no sentido horizontal, da esquerda para a direita, e também de baixo para cima.Este fato deve ser levado em conta na hora que vamos fazer a composição de uma fotografia. Usando este conhecimento, podemos construir imagens que tenham dinâmica e movimento.

Quando vamos fotografar uma pessoa, por exemplo. Se a colocamos no extremo direito da imagem (foto acima) o que vai acontecer? Na hora que alguém for observar nossa fotografia, o olhar do expectador irá passear por toda a imagem, começando no lado esquerdo e terminado no lado direito, exatamente onde está colocado nosso assunto principal.

Esta técnica também pode ser usada com sucesso para fotos de paisagens. Imagine uma foto de uma bela planície, com uma estrada se delineando por meio do vale. Se fizermos o enquadramento da imagem de modo que a estrada comece no lado inferior esquerdo e termine no lado superior direito da foto, iremos dar ao expectador uma idéia de movimento, ou seja, o olhar de quem está observando a foto irá passear pela estrada, que esta propositalmente colocada no mesmo sentido que nosso olhar caminha pela foto.

Na foto acima, alguns detalhes também colaboram para o efeito final da imagem. A silhueta do garoto no contra luz e o belo por-do-sol ao fundo, adicionam dramaticidade e volume para a fotografia.

Ficha técnica: Câmera Nikon F90X. Velocidade 1/250s. Lente Nikkor 24mm f2.8. Abertura f16. Filme Fujicolor Superia 400 ASA.Foto: Marcos Peron/Virtual Photo

Composição e enquadramento para retratosQuando vamos fazer uma fotografia devemos nos lembrar que temos uma tela em branco para preencher.

No negativo de 35 mm cada fotograma tem um formato retangular, com uma relação de 2/3 entre

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largura e altura. Algumas regras e cuidados básicos podem nos ajudar a fazer fotos com um melhor enquadramento e com uma composição proporcional e equilibrada.

Nesta dica iremos dar um exemplo de composição para retratos.

Divisão proporcional do espaçoA tendência de uma pessoa ao fazer suas primeiras fotos é centralizar o elemento principal. No caso de retratos, a pessoa fotografada é colocada no centro da foto.

Isto se deve ao fato de que, na maioria das câmeras, o controle do foco da imagem é definido por um pequeno círculo no centro do visor. Logo você foca no rosto da pessoa fotografada e dispara a câmera. A imagem obtida mostra o personagem no centro da foto, dividindo o espaço em partes iguais, criando uma estrutura simétrica e difícil de equilibrar. A parte de cima da foto também é desprezada, não sendo utilizada na composição.

Para criar uma imagem com uma composição mais proporcional basta deslocar a pessoa fotografada para um dos lados da foto. Deste modo ela irá ocupar um dos terços da imagem (imagine que você divide o retângulo do negativo em 3 partes iguais) e nos outros dois você pode equilibrar com outros objetos que estão ao redor do fotografado ou mesmo com a paisagem ao fundo.

Veja o exemplo da foto acima, tirada em Cabrália, próximo a Porto Seguro, Bahia. O pequeno índio foi colocado no canto inferior direito da foto, enquanto no outro extremo a cruz de madeira foi propositalmente colocado no extremo oposto, criando uma relação de equilíbrio no sentido diagonal da imagem. Note também que a cruz é um elemento importante no contexto da imagem, em função da relação entre a igreja e os índios, por ela catequizados.

Ficha técnica: Câmera Nikon FM2. Velocidade 1/125s. Lente Nikkor 180mm f2.8. Abertura f11. Filme Fujicolor Superia 400Foto: Marcos Peron/Virtual Photo

Como fazer uma dupla exposição

A dupla exposição é um recurso muito usado para se criar efeitos especiais nas fotos. Para conseguí-la, você precisa ter uma câmera que disponha deste recurso, que é comum nos modelos profissionais, porém não tão frequente nas câmeras amadoras.

A dupla exposição consiste em expor o mesmo fotograma duas vezes, ou seja, você bate uma foto e, em seguida, bate outra em cima da anterior. O mecanismo na câmera que permite a dupla exposição libera o obturador sem que o filme avance, permitindo que você acione o disparador e faça uma segunda imagem no mesmo

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local em que foi feita a primeira.

Para conseguir uma imagem interessante usando esta técnica é preciso tomar alguns cuidados. Veja no exemplo acima: a foto mostra o perfil de um prefeito recém eleito, fundido com a imagem dos correligionários que comemoravam a sua vitória. O objetivo da imagem era passar a idéia de que o político estava em sintonia com os eleitores que o elegeram, sua imagem emerge do meio deles, em uma sinergia perfeita.

Pata obter a imagem, primeiro foi feita a foto do candidato no momento em que ele dava uma entrevista. A situação era perfeita, pois havia um foco de luz em seu rosto e o fundo estava sem iluminação, logo somente a imagem de seu rosto foi gravada no filme, ficando o restante do negativo sem ser impressionado, pois esta área estava no escuro, sem nenhuma luz.

Em seguida foi feita a foto dos eleitores nas arquibancadas do local onde se comemorava a vitória. Note que, na área onde não havia luz na primeira foto tirada, apareceram perfeitamente os eleitores e somente no perfil do candidato, as imagens se fundiram.

Este é apenas um exemplo desta técnica. Você pode usá-la em várias situações, criando imagens duplicadas de pessoas ou objetos, levando sempre em conta as condições de luz do ambiente e sua criatividade.

Ficha técnica: Câmera Nikon F4. Lente Nikkor 80-200mm f2.8. Filme Fujicolor Superia 400 ASA. Primeira exposição: Velocidade 1/60s, Abertura f5.6, luz ambiente. Segunda exposição: Velocidade 1/60s, Abertura f2.8, com flash SB-28 via TTL.Foto: Marcos Peron/Virtual Photo Como usar as teleobjetivas para fazer retratos As lentes teleobjetivas são aquelas que possuem distância focal acima de 85 mm. Elas possuem uma estrutura ótica que faz com que as fotos apresentem uma profundidade de campo pequena, ou seja, apenas aquele objeto ou pessoa no qual focamos a imagem fica nítida, ficando o restante da foto desfocada.

Além disso, devido ao seu pequeno ângulo visual, elas ampliam e aproximam o assunto que estamos fotografando, sendo por isso muito usadas pelos fotógrafos de esportes e natureza.As lentes de 105, 135 e até 180 mm são as mais indicadas para se fazerem retratos. Em primeiro lugar, podemos fazer uma foto "fechada" (um close de um rosto por exemplo) sem ter a necessidade de nos aproximar-mos muito do modelo, o que causaria uma certa distorção da imagem.

É interessante também usar grandes aberturas do diafragama (f4, f5,6), o que acarreta uma pequena profundidade de campo e destaca o modelo em relação ao fundo da foto. Como estamos usando uma teleobjetiva, que normalmente já tem

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pouca profundidade de campo, o efeito fica muito interessante.

Na foto ao lado mostramos os efeitos obtidos com o uso de uma tele e uma abertura grande de diafragma. A imagem foi obtida com uma câmera Nikon F90X, lente 180 mm com uma abertura f4 e velocidade 1/250. Note que a menina esta nítida em primeiro plano e o fundo de flores está totalmente desfocado, criando um efeito que além de realçar o modelo introduz um componente plástico ao fundo da imagem.

Foto: Marcos Peron/Virtual Photo

Como fotografar o pôr-do-sol

Fotografar o pôr-do-sol (ou o nascer) é um dos temas mais explorados em fotografia. A mídia publicitária impressa está repleta de imagens de pessoas, animais e outras cenas envolvendo este que é um dos mais belos momentos da natureza. Fotografá-lo não é tarefa muito difícil, porém exige alguns cuidados técnicos para se conseguir uma bela foto. A beleza de um pôr-do-sol está relacionada a vários fatores, que incluem a localização geográfica, clima, época do ano, metereologia, etc. Geralmente as melhores fotografias de pôr-do-sol são obtidas com teleobjetivas acima de 200 mm. Quando mais poderosa a lente, melhor o efeito conseguido. Além de aproximar o sol (e aumentar seu tamanho), a tele permite encurtar as distâncias relativas entre os objetos, realçando o plano de fundo em relação aos elementos do primeiro plano. Um outro aspecto a ser abordado é o da fotometragem. Para se obter uma fotometragem correta uma boa dica medir a luz nas áreas adjacentes ao sol, ou seja, elimina-se o sol do enquadramento da foto e mede-se o céu, que deve estar amarelo ou avermelhado, pois é ele que vai dar vida e dramaticidade para a imagem. Como o sol tem uma luminosidade muito intensa, a medição feita sobre ele irá produzir uma fotometragem equivocada para este tipo de imagem. Em câmeras manuais, que só possuem fotometragem geral da área do visor, basta movimentar a câmera e enquadrar o céu sem o sol. Câmeras eletrônicas que possuem medição

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parcial (spot meter) facilitam mais o trabalho, pois pode se medir exatamente a área do céu que se deseja que fique com a luz correta.

Ficha técnica: Câmera Olympus OM-1, lente 200mm f4 Zuiko, velocidade 1/125s, abertura f8. Filme Kodak Ektachrome 100 puxado p/ 400Foto: Marcos Peron/Virtual Photo

Como fotografar shows, teatro e dança

Para fotografar estes eventos o fotógrafo tem que levar em conta as condições de iluminação que irá encontrar em cada situação. Na maioria dos casos teremos uma iluminação artificial criada pelos refletores, para a qual deve-se escolher um filme de alta velocidade (ISO 800 ou superior). Pode-se optar também pela puxada do filme. Por exemplo: usamos um filme de ISO 800 e regulamos a câmera para ISO 1600 (puxada de 1 ponto) ou ISO 3200 (puxada de 2 pontos). Esta informação deverá ser repassada ao laboratório que irá revelar o filme, para que sejam feitas as alterações necessárias no processamento.

Um cuidado extra deverá ser tomado na hora da fotometragem. Em muitos casos os cenários de shows e espetáculos de teatro apresentam grandes áreas escuras, que podem interferir na fotometragem quando se faz uma tomada geral. O ideal é fazer a leitura com o modo spot meter, disponível na maioria das câmeras eletrônicas, fazendo a medição nos atores ou em objetos que fazem parte do cenário. Se a sua câmera é mecânica, e só fotometra o visor inteiro, basta corrigir a leitura, ou seja, fechar a lente em 1 ou 2 pontos, pois as grandes áreas escuras nos dão uma leitura de super-exposição.

Mostramos abaixo 3 exemplos de fotos deste tipo e como foram feitas:Uma dica para shows musicais é aproveitar o efeito causado pela iluminação que incide sobre a fumaça de gelo seco que é lançada no palco. Deve-se esperar o momento certo, quando a fumaça toma conta de todo o palco e o efeito fica mais acentuado.

Nesta foto de um show do grupo PatoFu este efeito pode ser observado, sendo muito utilizado pelos fotógrafos para fotos gerais dos espetáculos, criando um elemento pictórico que preenche toda a área acima do palco onde estão os músicos.

A fotometragem foi feita no corpo dos músicos, para uma correta exposição.

Ficha técnica: Câmera Nikon F4; velocidade 1/125; lente Nikon-Nikkor 180 mm f2.8; abertura f2.8; filme Kodak Ektapress 800

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Nesta fotografia da atriz Suzana Faine, o enfoque foi dado na expressão do personagem.

Em fotos de teatro o fotógrafo deve estar atendo à representação dos atores, buscando expressões fortes que possam passar toda a emoção da cena.

Neste tipo de foto a fotometragem é mais simples, visto que estamos usando uma tele e o enquadramento esta bem fechado.

A exposição foi levemente super-exposta em 1 ponto, visto que a maquilagem era predominantemente branca, no intuito de conseguir uma foto mais contrastada.

Ficha técnica: Câmera Olympus OM-1; velocidade 1/125; lente Olympus-Zuiko 200mm f4; abertura f5.6; filme Kodak TMax 400 puxado para 1600 Para fotos de ballet é imprescindível o uso de uma lente clara. Na maioria dos espetáculos a iluminação é tênue, o que nos obrigada a trabalhar com grandes aberturas do diafragma.

Outro limitante é o movimento dos bailarinos, o que nos obriga a utilizar velocidades na casa dos 1/250, para congelar os movimentos. Baixas velocidades criam efeitos interessantes também, captando o movimentos dos bailarinos e criando imagens mais abstratas.

A fotometragem foi crítica, visto que tínhamos no palco uma grande área escura e apenas um foco de luz.

Ficha técnica: Câmera Olympus OM-1; velocidade 1/250; lente Olympus-Zuiko 50mm f1.2; abertura f1.2; filme Kodak TMax P3200Fotos: Marcos Peron/Virtual Photo

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Como usar a distância hiperfocal

Muitas vezes vamos fazer a foto de uma paisagem e nos deparamos com a seguinte questão: onde devo regular o foco da objetiva para que toda a imagem fique nítida, ou seja, em foco? No primeiro plano ou no infinito?

Existe uma maneira fácil para saber o local exato de focagem, usando a distância hiperfocal.Quando regulamos a objetiva no infinito, existe uma distância entre ele e a câmera em que a imagem fica em foco. A distância entre este ponto máximo de foco e a câmera fotográfica, é a chamada distância hiperfocal.

Figura 1

A escala de profundidade de campo que existe na objetiva nos informa a área de foco que obtemos para cada abertura da lente. No exemplo da figura 1, para uma abertura f11 conseguimos uma profundidade de campo que vai de 1 a 5metros.

Para determinar o ponto exato de focagem para determinada abertura e conseguir o máximo de foco em uma imagem desde o primeiro plano até o infinito usamos o seguinte procedimento:

Coloque o foco da lente na posição infinito (°). Escolha uma abertura pequena (f11, f16 ou f22), que produzem uma foto com grande profundidade de campo.

Observe na lente a distância em metros que corresponde à abertura escolhida, que é exatamente a distância hiperfocal (figura 2).

Em seguida gire o anel de foco da lente até a posição identificada no passo anterior (figura 3). Pronto! É só enquadrar a foto e não mexer mais na lente. Este é o ponto de focagem que irá lhe proporcionar o máximo de profundidade de campo, como na foto acima.

Figura 2

Figura 3

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Ficha técnica: Câmera Nikon FM2. Velocidade 1/125s. Lente Nikkor 24mm f2.8. Abertura f11. Filme Fujicolor Superia 100Asa.Foto: Marcos Peron/Virtual Photo

Regra dos terços

Ficha técnica: Câmera Nikon F90X. Lente Nikkor 80-200mm f2.8. Filme Fujichrome Provia 100 ASA. Velocidade 1/500s, Abertura f11.Foto: Marcos Peron/Virtual Photo

Vamos falar sobre uma ótima técnica para distribuir os elementos na imagem: a regra dos terços.

Para usá-la você deve mentalmente dividir o visor da câmera em nove quadros na hora de compor a imagem. Depois é só colocar cada elemento nos pontos (ou próximo deles) de ligação das linhas imaginárias, ou em cada terço da imagem delimitado por elas. Pronto, você estará criando uma foto em que seus elementos estarão distribuídos de forma regular e equilibrada.

Observe a foto ao lado e o esquema dos terços: uma cena típica de praia, com pessoas se exercitando e vendedores ambulantes. Note que cada um dos personagens foi colocado em um dos terços da imagem. O velhinho fazendo ginástica ocupa o terço direito, outra pessoa próxima ao mar ocupa a área central e os ambulantes ficam com a parte da direita.

Note também que existe um senso de profundidade na imagem, evidenciando um primeiro, segundo e terceiros planos, representados pelos três personagens da foto. Há também um senso de movimento, representado pela ginástica do velhinho à direita e pelo caminhar dos ambulantes e do terceiro personagem em direção ao mar.

Outros detalhes de iluminação, como a silhueta dos personagens, criada pela forte reflexão da luz no mar, dão um toque a mais à imagem e colaboram para o efeito final da foto.

Regras à parte, o que vale sempre é o desenvolvimento de seu senso de composição e principalmente sua sensibilidade. Muitas fotos magníficas não levam em conta regras tão formais, porém elas ajudam você a educar sua mente e irão facilitar seu trabalho no futuro, na hora de compor suas fotos. Nas próximas dicas iremos começar a falar sobre iluminação. Aguarde!

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Filtros coloridos para fotografia P&B

Em fotografia preto & branco usamos filtros coloridos para evidenciar alguns elementos na foto e diferenciar os tons de cinza produzidos por cada cor. Quando fotografamos uma cena em filme PB sem filtro, os tons de cinza produzidos pelas

diferentes cores dos elementos da cena fotografada irão ficar mais ou menos parecidos (foto à direita no alto).

Usando um filtro vermelho conseguimos fazer com que todos os elementos com esta cor fiquem mais claros na foto, pois o filtro bloqueia as cores primárias verde e

azul, e deixa passar somente o vermelho. Nas fotos abaixo você pode conferir o resultado do uso de diferentes filtros coloridos e os efeitos causados por eles. Note

como as tonalidades de cinza mudam nas faixas coloridas da barraca de sol.

Veja um exemplo prático: se vamos fazer uma foto em PB de um carro vermelho em um gramado verde, o uso do filtro vermelho fará com que o carro fique mais claro e o gramado mais escuro, resultando em uma imagem mais contrastada.

Usando os filtros coloridos você pode realçar os elementos que quiser na imagem, criando fotos contrastadas e com efeitos interessantes.

Filtro Azul Filtro Verde Filtro Vermelho

A tabela abaixo mostra o efeito de cada filtro produz.

Filtro Mais claro Mais escuro Observações

Azul azul vermelhoProduz realce e dramaticidade em cenas com névoa

Amarelo amarelo e verde levemente o azulFotos de paisagens. Escurece ligeiramente o céu e a vegetação fica mais clara

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Verde verde vermelho e azul Fotos de paisagens com grande concentração de verde

Laranja amarelo, laranja e levemente o vermelho

azul e um pouco o verde

Escurece o céu realçando as nuvens e texturas de pedras e madeiras

Vermelho vermelho azul e verde Cria imagens com o céu escuro e altamente contrastado

Ficha técnica: Câmera Nikon F90X. Velocidade 1/100s. Lente Nikkor 24mm f2.8. Abertura f11. Filme Fujichrome Provia 100Foto: Marcos Peron/Virtual Photo

Como usar o filtro ND

O filtro ND (Neutral Density) é usado para diminuir a quantidade de luz que passa pela lente. Ele possui várias graduações, o que significa a quantidade de luz que ele bloqueia. O ND da marca Hoya 2X bloqueia um ponto de luz, o 4X 2 pontos e o 8X 3 pontos. Mas para que serve este filtro?

Vejamos a foto acima: ela mostra um rio em que podemos notar o movimento da água em meio às pedras no primeiro plano. Para conseguir este efeito usamos uma baixa velocidade de obturador, no caso da foto 1/4s. É exatamente a baixa velocidade que causa o efeito, capturando o movimento da água, técnica muito usado por fotógrafos de natureza em imagens de cachoeiras e rios. Quando fotografamos em um local com pouca luminosidade, como o interior de uma floresta, não há problema em conseguir regular a câmera em baixas velocidades. Quando estamos em um local aberto e com muita luminosidade, como é o caso da foto ao lado, fica difícil conseguir usar velocidades baixas. Na cena ao lado a fotometragem feita pela câmera indicou o uso de velocidade 1/30s com abertura mínima da lente (f22), usando filme de ISO 100. É ai que entra o filtro ND. Usando um filtro da Hoya 8X conseguimos "escurecer" a cena em 3 pontos e assim podemos usar a velocidade de 1/4s e obter o efeito desejado. O filtro ND também pode ser usado quando se deseja trabalhar com grandes aberturas de diafragma (f2, f2.8) em situações de alta luminosidade. Quando usamos uma teleobjetiva, o uso de grandes aberturas cria o efeito da baixa profundidade de campo, o que torna a imagem desfocada no segundo plano, técnica muito usada para fazer retratos (veja o tópico Como usar as teleobjetivas para fazer retratos). Neste caso o uso do ND permite que usemos aberturas grandes com uma luminosidade alta.

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Por exemplo: fotografando ao ar livre em um dia ensolarado, usando um filme de ISO 400 e com uma câmera com velocidade máxima de 1/1000s, a abertura seria na casa de f8. Com o ND 8X acoplado à lente poderíamos abrir a lente para f2.8 (menos 3 pontos) e conseguir o efeito causado pela baixa profundidade de campo.

Ficha técnica: Câmera Nikon F90X, lente Nikkor 24mm f2.8 com filtro polarizador, velocidade 1/4s, abertura f22. Filme Fujichrome Provia 100.Foto: Marcos Peron/Virtual Photo

Como usar o filtro polarizadorOs filtros são acessórios que, encaixados na frente da lente, produzem efeitos nas fotos em função da sua estrutura ótica. O filtro UV (ultra violeta), por exemplo, tem a capacidade de bloquear as radiações ultra violeta, produzindo imagens mais nítidas e com cores mais vibrantes. O filtro polarizador tem a propriedade de bloquear a luz polarizada refletida por superfícies não metálicas, produzindo efeitos muito interessantes nas imagens feitas com este acessório. O efeito causado nas fotos pelo filtro polarizador é um grande aumento no contraste e na saturação das cores e a eliminação dos reflexos em superfícies não metálicas, espelhos d'água ou vidros. Um aumento acentuado na saturação do azul do céu também é observado com o uso deste filtro. Você já deve ter visto fotos de paisagens em revistas de turismo em que o céu azul tem um

colorido intenso e profundo, algumas vezes tendendo até para o negro. Este é o efeito típico de um filtro polarizador, como pode ser observado na foto ao lado. Note também que o colorido do mar e o verde das folhas do coqueiro estão também bastante realçados e vibrantes. Um outro efeito interessante deste filtro é a eliminação dos reflexos. Muito útil quando se precisa fazer uma foto de uma pessoa através de uma janela envidraçada, ou de objetos de vidro ou superfícies não metálicas, em que se deseja eliminar a reflexão da luz. Esta é uma técnica muito usado em fotografias feitas em estúdio de produtos em garrafas de vidro, como bebidas, por exemplo. O filtro é composto de uma base fixa, com uma rosca que permite que ele seja encaixado na parte da frente da lente, e um anel móvel. Para polarizar a luz basta ir girando o anel móvel e observar o efeito da polarização no visor da câmera. Se estiver fotografando uma paisagem, note que à medida que se vai girando o filtro o céu azul vai aos poucos escurecendo e nota-se um aumento visível da saturação das cores. Pode-se regular o nível de polarização girando lentamente o anel até conseguir o efeito desejado na imagem, com um maior ou menor contraste e saturação.

Ficha técnica: Câmera Nikon F90X, lente Nikkor 24mm f2.8 com filtro polarizador, velocidade 1/100s, abertura f8. Filme Fujichrome Provia 100Foto: Marcos Peron/Virtual Photo

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Profundidade de campo

Mas não é indiferente escolher qualquer uma destas combinações. Por um lado, é preciso escolher cuidadosamente o tempo de exposição, de forma a “congelar” o movimento daquilo que se está a fotografar ou, pelo contrário, deixar que esse movimento se veja na fotografia. Por outro, a abertura que se escolher determina a profundidade de campo, a distância à frente e atrás do plano de focagem em que os objectos ficam razoavelmente focados.

Sagrada Família, Barcelona (Nikon FE2, Nikkor 55mm f/2.8 Micro, Kodak Portra 160VC) Umapequena profundidade de campo permite distinguir claramente o primeiro plano do fundo.

A profundidade de campo é inversamente proporcional em relação à abertura. Quanto maior for a abertura, menor será a profundidade de campo e vice-versa. Muitos fotógrafos amadores deixam-se confundir porque uma “abertura maior” significa ter um número de abertura menor. Por exemplo, com uma abertura de 1.4 a profundidade de campo é muito menor do que aquela que se obtém com uma abertura de 11.

A escolha da profundidade é uma das opções mais importantes quando se define a abertura e o tempo durante o qual que se expõe um fotograma. Por exemplo, quando se fotografa uma pessoa podemos querer isolá-la do fundo, usando a menor profundidade de campo possível. Pelo contrário, ao fotografar uma paisagem grandiosa podemos querer que tudo o que vemos fique focado, desde os objectos mais próximos até ao infinito, para o que devemos usar a maior profundidade de campo possível. Mas atenção, porque quanto menor for a abertura, mais tempo se terá que expor a película e maior será o risco de tremer a fotografia. Para que isso não aconteça, podemos usar um bom tripé ou seguir a regra simples segundo a qual é possível obter fotografias nítidas

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segurando a máquina com as mãos desde que se use um tempo de exposição igual ou inferior ao inverso da distância focal da objectiva (em milímetros). Assim, poderemos segurar à mão tranquilamente uma máquina com uma objectiva de 50mm desde que o tempo de exposição seja no máximo de 1/50 de segundo ou, usando o ponto da escala mais próximo, 1/60.

Sensibilidade do filme

Para além das variáveis de exposição que se controlam para cada fotografia (a abertura e o tempo de exposição) também temos que considerar a sensibilidade do filme que está na máquina. A emulsão de um filme fotográfico pode ser mais ou menos sensível à luz, necessitando por isso de uma maior ou menor exposição.

Praça do Giraldo, Évora (Nikon F50, Sigma 28-70mm f/2.8-4, AGFA APX400) Utilizando um filmerápido de 400 ISO consegui captar esta imagem nocturna sem precisar de tripé.

A sensibilidade das películas é expressa numa escala ISO (anteriormente designada ASA). Também esta escala é logarítmica, pelo que um filme com uma sensibilidade de 400 ISO precisa de metade da luz do que um rolo de 200 ISO para produzir a mesma exposição. Usando filmes mais sensíveis (mais “rápidos”) podemos usar menores aberturas para obter maiores profundidades de campo. Mas na fotografia nada se obtém de graça. Quanto maior for a sensibilidade de um filme menor será a sua definição e mais grão terá a fotografia. A menor definição e o grão serão tanto mais visíveis quanto mais se ampliar a imagem.

A gama de filmes disponíveis em quase todas as lojas de fotografia abarca as seguintes sensibilidades: 25, 50, 100, 200, 400 e 800 ISO. Também se encontram filmes com

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valores intermédios de sensibilidade, por exemplo 160 ISO (2/3 de ponto mais rápido do que um filme de 100 ISO). Mas a sensibilidade de cada filme é apenas um indicador da exposição para a qual um filme foi concebido. Pode-se escolher na máquina outro índice de exposição que não a sensibilidade indicada para o filme. Se as condições de iluminação o exigirem, e não tivermos um filme mais rápido connosco, podemos “puxar” qualquer rolo em até 2 pontos, ou seja, por exemplo, podemos fotografar com um rolo de 200 ISO como se ele fosse de 400 ou 800 ISO (regulando manualmente o índice de exposição da máquina). Também esta facilidade tem o seu preço e obteremos fotografias com mais grão e maior contraste. Mas atenção, para que um rolo “puxado” seja correctamente revelado temos que informar o laboratório do índice que utilizámos para o expor.

Utilizar o fotómetroPara podermos escolher o tempo de exposição e a abertura com que vamos tirar uma fotografia temos que poder medir a luz existente. É para isso que todas as máquinas que hoje se vendem estão equipadas com um fotómetro mais ou menos sofisticado, com base no qual sugerem (ou escolhem, em modo automático) uma determinada exposição.

Só se pode utilizar adequadamente um fotómetro se se perceber o que ele faz. E o que qualquer fotómetro faz é simplesmente indicar a exposição correcta no caso de estarmos a fotografar um cartão cinzento que reflecte 18% da luz que nele incide, o tom médio perfeito. Comprovar isto é muito simples, basta seleccionar o modo de exposição automática, colocar frente à máquina, cobrindo todo o enquadramento, uma folha cinzenta e fotografar. Em seguida fotografa-se uma folha branca e depois uma folha preta. Depois de revelado o filme, pode-se constatar que a máquina fez com que as três folhas parecessem iguais: expondo correctamente a cinzenta, subexpondo a branca e sobrexpondo a preta.

Como nem tudo o que podemos querer fotografar é cinzento, nem reflecte 18% da luz, precisamos de saber interpretar a informação que nos é fornecida para tomar decisões correctas de exposição. Os fotómetros medem a luz que é reflectida pelos objectos que estão dentro do enquadramento, dando frequentemente uma ponderação de 60% ou 75% da leitura ao círculo central do visor. Como uma superfície branca reflecte mais luz do que uma área escura, temos que tomar isso em consideração quando tomarmos decisões baseadas na leitura da luz reflectida. Por exemplo, se fotografarmos uma paisagem coberta de neve branca não podemos utilizar simplesmente a exposição sugerida, porque obteríamos uma neve cinzenta na fotografia. Temos que compensar essa leitura aumentando um ponto a abertura ou o tempo de exposição. Da mesma forma, se quisermos que uma fotografia tirada depois do pôr do Sol capte a atmosfera escura que se vê temos diminuir em cerca de um ponto a exposição sugerida.

Uma forma simples de obter uma exposição correcta é fazer a leitura de exposição apontando para algo que se queira que fique registado como tom médio e que esteja a receber a mesma luz do que o assunto que vamos fotografar. Por exemplo, para

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fotografar uma paisagem com iluminação uniforme podemos fazer a leitura de exposição apontando para as erva verde do chão, um exemplo clássico de tom médio, após o que podemos enquadrar e fotografar. Como a palma da nossa mão é cerca de um ponto mais clara do que o cinzento de 18%, quando não houver um tom médio que se possa utilizar podemos colocar a nossa mão à frente da objectiva (desde que receba a mesma luz do que o assunto a fotografar) bastando depois aumentar em um ponto a exposição sugerida, aumentando a abertura ou o tempo de exposição.

Tourega, Alentejo (Nikon FE2, Nikkor 55mm f/2.8 Micro, Fuji Provia 100F) Para obter uma exposição

equilibrada apontei a objectiva para a erva do chão e regulei a exposição com base nessa leitura.

Há uma situação em que se pode dispensar o fotómetro. Quando fotografamos algo que esteja a receber a luz directa do Sol num dia sem nuvens, um tempo de exposição igual ao inverso da sensibilidade da película para uma abertura de f/16 resulta numa exposição que capta as tonalidades tal como se vêem. Por exemplo, utilizando um filme com uma sensibilidade de 100 ISO podemos utilizar uma exposição de 1/125 (o ponto mais próximo de 1/100 na escala de tempos de exposição) para uma abertura de f/16 ou qualquer exposição equivalente: 1/250 para f/11, 1/500 para f/8 ou 1/60 para f/22.

Amplitude tonal

Os nossos olhos conseguem distinguir muito mais diferenças de tonalidade do que qualquer filme. Conseguimos olhar para um pôr do Sol sobre o horizonte distinguindo desde o Sol brilhante até aos detalhes do chão já na penumbra. Nenhum filme tem uma

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amplitude tonal que se compare à dos nossos olhos, que se estima que seja entre 12 e 13 pontos de exposição. Temos que saber que um filme negativo tem um amplitude de 7 pontos de exposição e um filme de diapositivos de apenas 5 pontos.

Este conceito de amplitude tonal é útil para percebermos que quando fotografamos um diapositivo só se conseguirão distinguir as tonalidades até 2 ½ pontos acima e abaixo da exposição escolhida. Tudo o que estiver acima desse intervalo será retratado como branco e o que estiver abaixo como preto. Só tendo isto em conta podemos decidir quais os tons que queremos que se possam distinguir e quais aqueles que são dispensáveis. Por exemplo, cheguei um dia a Burano, uma pequena ilha junto a Veneza, já depois do pôr do Sol. O céu encoberto estava muito mais luminoso do que as belas casas da ilha, mas como dificilmente lá voltaria era uma oportunidade fotográfica a não perder. Medi a luz e defini a exposição considerando apenas as casas, reenquadrei e fotografei, sabendo que conseguiria captar as cores vivas das casas mas que o céu surgiria como um fundo branco, sem textura.

Burano, Itália (Nikon F50, Sigma 28-70mm f/2.8-4, Kodak Gold 400) Apesar de ter sido fotografada depois

do pôr do Sol, esta imagem conseguiu reproduzir as cores vivas das casas, sacrificando os detalhes do céu.

Uma forma de visualizar a gama tonal que um filme de diapositivo pode registar é recorrer ao quadro seguinte:

+ 2 ½ pontos: branco puro+ 2 pontos: muito claro+ 1 ½ pontos: mais claro+ 1 ponto: claro

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+ ½ ponto: levemente claroValor da exposição: tom médio- ½ ponto: levemente escuro- 1 ponto: escuro- 1 ½ pontos: mais escuro- 2 pontos: muito escuro- 2 ½ pontos: negro puro

Quem tiver uma máquina fotográfica com medição pontual (spot) pode medir o ponto mais escuro daquilo que vai fotografar e o mais claro. Se a diferença de exposição entre os dois pontos for superior à amplitude tonal do filme que estiver a utilizar vai ter que optar entre perder detalhe nas sombras ou nas partes mais claras da imagem. Sabendo isto podemos determinar com grande exactidão o aspecto final de cada fotografia que tiramos.

EquipamentoMuitos fotógrafos tendem a ficar fanáticos do equipamento. “Que fotografias fantásticas eu faria com uma 600mm f/2.8” ou “tenho que trocar as minhas objectivas todas por umas novas com estabilização de imagem” são delírios que se podem ouvir com frequência junto de apaixonados pela fotografia. Mas sucumbir à tentação de comprar todas as máquinas, objectivas e filtros disponíveis é algo que está acima de quase todas as bolsas e que, sejamos realistas, está longe de ser necessário. Uma máquina razoável, um conjunto de objectivas que abarque as principais distâncias focais, alguns filtros e um bom tripé chegam (e muitas vezes sobram) para realizar o talento da maior parte dos fotógrafos amadores.

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Ericeira (Nikon FE2, Nikkor 55mm f/2.8 Micro, Kodak BW+ 400) Para conseguir esta imagem bastouuma máquina manual com mais de 15 anos e uma objectiva “normal” com a mesma idade.

Máquinas fotográficasQuase todas as máquinas reflex para filme de 35mm actualmente à venda oferecem uma qualidade razoável. Desde as mais modernas câmaras com focagem automática até sólidos modelos mais antigos que se encontram no mercado de usados, com qualquer uma se podem tirar belas fotografias. Afinal, o corpo de uma máquina é apenas uma caixa que não deixa entrar luz senão quando se quer e pelo tempo que se escolher.

As máquinas reflex são largamente preferíveis em relação às compactas, porque permitem ver no visor exactamente aquilo que se vai fotografar, podem usar várias objectivas e admitem quase sempre a regulação manual dos parâmetros de exposição. Isso não quer dizer que um pequena compacta não seja muito útil para tirar fotografias de aniversários ou para alguma viagem em que o espaço escasseie. Algumas dessas máquinas têm excelentes objectivas com boas aberturas máximas. Por exemplo, a Olympus mju-II tem uma objectiva de 35mm f/2.8 com uma excelente qualidade óptica e pesa pouco mais de 200 gramas...

Uma escolha importante a fazer ao ponderar a compra de uma máquina é a quantidade de ajudas electrónicas que se quer ter: focagem manual ou automática, medição de luz ponderada ao centro ou matricial. Uma máquina como a Nikon F5 simplifica muito o trabalho do fotógrafo porque tem uma focagem ultra-rápida e até distingue as cores do que se vai fotografar, acertando (dizem) em 99% das sugestões de exposição. Mas estas características pagam-se caro e se são muito importantes para um fotojornalista, que tem que aproveitar cada oportunidade de fotografia que surge num instante, já serão menos cruciais para um amador com tempo que queira compor calmamente a sua fotografia.

Se já tiver uma máquina reflex use-a bem antes de pensar em comprar outra. Mas, se vai mesmo comprar uma máquina, saiba que opções é o que não falta. As marcas com maior quota de mercado, a Nikon e a Canon, oferecem uma excelente qualidade e uma enorme variedade mas também se fazem pagar (e bem) pela imagem de marca. Outros fabricantes, como a Minolta ou a Pentax, oferecem uma qualidade semelhante por menos dinheiro. Mas se quiser comprar uma máquina usada com mais de dez anos é melhor escolher entre os modelos da Nikon e da Canon: terá mais acessórios ainda disponíveis e as probabilidades de conseguir resolver alguma avaria são maiores. Mesmo no mercado de usados, os corpos Nikon são bastante mais caros, mas uma F2, F3, FM2n ou FE2 em bom estado vale bem o dinheiro que custa. A Canon tem o atractivo de ter também produzido boas máquinas fotográficas nos anos 70 e 80, como a excelente F1 ou as boas AE1 ou AT1, que se conseguem por um preço mais moderado uma vez que a marca mudou o sistema de montagem das objectivas quando investiu na focagem automática.

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Nikon FE2 – uma sólida máquina clássica dos anos 80 que continua actual, tal como a Nikon FM2n, que ainda se fabrica e vende.

Há recursos que devemos exigir à nossa máquina: fotómetro, possibilidade de escolha manual da abertura e do tempo de exposição, compensação da exposição automática, previsão da profundidade de campo e uma boa gama de tempos de exposição, pelo menos entre os 4 segundos e 1/1000 de segundo. Para além destas características, é também útil dispor de medição através das lentes (TTL) para o flash, de medição de luz pontual (spot) e da possibilidade de trocar os écrans de focagem. A focagem automática tornou-se muito comum, mas quem não quiser tirar fotografias de acção ou de animais em movimento pode dispensar esse recurso.

ObjetivasCada objectiva é definida pela sua distância focal e pela sua abertura máxima. A distância focal (expressa em milímetros) determina o ângulo que é coberto pela objectiva, a “ampliação”. Uma distância focal mais curta inclui um ângulo maior no enquadramento, uma distância focal mais longa amplia o que se está a ver, reduzindo o ângulo de cobertura. A abertura máxima corresponde à quantidade máxima de luz pode passar através da objectiva. Assim, quanto maior for a abertura máxima, menor será o tempo durante o qual se deverá expor a película com a mesma luz . Considera-se que uma objectiva é rápida se tiver uma abertura máxima maior ou igual a 2.8 e lenta se essa abertura for igual ou inferior a 5.6.

Actualmente, o tipo mais comum de objectivas são as chamadas zoom, que cobrem um intervalo de distâncias focais. A objectiva zoom mais vulgar deve ser a 35-80mm, que cobre todas as distâncias focais entre os 35mm e os 80mm. Até aos anos 90, este tipo de objectivas oferecia uma qualidade óptica muito inferior à que se obtinha com objectivas de apenas uma distância focal. Hoje já não é assim e podem-se comprar excelentes objectivas zoom. No entanto, proliferam no mercado produtos baratos que sacrificam a qualidade óptica e, sobretudo, a abertura máxima. A qualidade paga-se e basta ver a diferença de preço entre um zoom 80-200mm f/2.8 e outro 80-200mm f/4-5.6...

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A escolha de uma objectiva não se resume a distância focais e aberturas máximas. Antes de mais, temos que decidir se preferimos ter um sistema de focagem manual ou automática. Se optarmos pela focagem automática, podemos ainda ponderar a hipótese de comprar uma das novas objectivas com estabilização electrónica da imagem (IS – Image Stabilisation da Canon ou VR – Vibration Reduction da Nikon), sistema que permite quebrar a regra já referida segundo a qual não se deve segurar à mão a máquina para tempos de exposição superiores ao inverso da distância focal da objectiva. Com uma objectiva de 300mm equipada com este sistema pode-se fotografar com nitidez com exposições de até 1/30 de segundo. Sem a estabilização, qualquer exposição mais longa que 1/300 resultaria numa redução visível da nitidez.

Para uma distância focal igual à diagonal do filme, a perspectiva é igual à da nossa visão. Em filmes de 35mm (onde cada fotograma tem 24mm x 36mm), essa distância “normal” é de 43,27mm. Por convenção, chamam-se “normais” à objectivas entre 50 e 60mm. Abaixo desse intervalo temos as grandes angulares, que expandem a perspectiva, e acima as teleobjectivas, que comprimem a perspectiva. Antes da era dos zooms, cada corpo de máquina costumava vir com um objectiva de 50mm razoavelmente rápida (f/1.8 ou mesmo f/1.4), mas hoje em dia o mais comum é recebermos com uma máquina nova uma objectiva zoom 35-80mm. Por se fabricarem em grandes quantidades há muito tempo, as objectivas “normais” de distância focal fixa costumam ter uma qualidade óptica extraordinária, pelo que é de lamentar que sejam muitas vezes menosprezadas.

Monsaraz, Alentejo (Nikon FE2, Nikkor 55mm f/2.8 Micro, Kodak T-Max 400CN) A qualidade óptica

das objectivas “normais” permite captar imagens com uma definição extraordinária.

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Em espaços apertados ou para transmitir a vastidão de uma paisagem é necessária uma grande angular, seja uma objectiva de 20, 24, 28 ou 35mm ou um zoom que chegue a essas distâncias focais. Mas esta atractiva gama de distâncias focais coloca problemas de composição precisamente por incluir tanta coisa: às vezes as fotografias perdem “vida” por não se perceber o que o fotógrafo quer mostrar. São, por isso, necessários cuidados redobrados com o enquadramento e a composição de cada imagem. Uma característica importante das grandes angulares consiste na ampliação das distâncias aparentes entre os objectos próximos e afastados, alterando a perspectiva, o que pode ser utilizado para composições fortemente tridimensionais.

Barragem da Tourega, Alentejo (Nikon FE2, Nikkor 24mm f/2.8, Fuji Provia 100F) Uma técnica clássica

de composição com objectivas de grande angular consiste em fotografar muito perto do primeiro

plano, incluído na profundidade de campo, para acentuar o carácter tridimensional da imagem.

A primeira objectiva adicional que muitos fotógrafos amadores compram é uma teleobjectiva curta, geralmente um zoom 80-200mm ou 70-210mm. São objectivas relativamente baratas e que permitem uma maior selectividade no enquadramento. Reduzem também as distâncias aparentes entre os objectos, comprimindo a perspectiva, sendo adequadas para quase todos tipos de fotografia, incluindo a de natureza.

As boas teleobjectivas acima dos 300mm custam caro mas são uma necessidade para quem quiser fotografar pequenos mamíferos, pássaros ou animais selvagens a uma distância segura. Uma solução de compromisso mais económica costuma ser comprar um zoom que chegue aos 300mm. O problema é que estas objectivas são geralmente lentas, com aberturas máximas iguais ou superiores a f/5.6, mas mesmo assim conseguem captar belas imagens.

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Baleal (Nikon F50, Sigma 70-300mm f/4-5.6, Kodak Gold 200) Esta fotografia, tirada ao fim do dia com

uma distância focal de 300mm, conseguiu captar uma atmosfera quase monocromática num filme a cores.

Uma forma popular de aumentar a distância focal das objectivas é utilizar um teleconversor, um conjunto adicional de lentes que multiplicam por 1.4, por 2 ou mesmo por 3 a distância focal das objectivas. O problema destes dispositivos é que reduzem a qualidade óptica da imagem e multiplicam pela mesma razão a abertura máxima. Os teleconversores foram concebidos para aumentar de forma flexível a distância focal de teleobjectivas longas e rápidas. Por exemplo, uma objectiva de 300mm com a abertura máxima de f/2.8 torna-se, com um conversor de 2x, numa 600mm com uma abertura máxima de f/5.6. Usar um teleconversor num zoom lento é pouco aconselhável: uma objectiva 70-300mm f/4-5.6 com um conversor de 2x também atinge os 600mm, mas com uma abertura máxima de f/11!

Outra tendência recente é a construção de objectivas zoom que abarcam desde a grande angular até à teleobjectiva. Encontram-se com agora facilidade objectivas 28-200mm ou mesmo 28-300mm. Uma gama tão grande de distâncias focais é conseguida à custa da abertura máxima e da qualidade óptica. Para além disso, quem dependa de apenas uma objectiva está sujeito a que ela se avarie arruinando a meio uma sessão fotográfica...

TripésPara obtermos uma grande profundidade de campo ou fotografarmos com pouca luz temos que expor o filme durante mais tempo. Se quisermos segurar a máquina à mão seremos obrigados a utilizar um filme muito rápido, com menor nitidez e muito “grão”.

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Com um bom tripé podemos quebrar este ciclo vicioso, pois permite-nos expor durante vários segundos, se necessário, e assim usar o melhor filme, com mais definição e menos “grão”. É verdade que andar com um tripé atrás não é propriamente um ideal de comodidade, mas os resultados compensam, pois para além de permitir exposições mais longas, uma tripé “obriga-nos” a compor a imagem com mais cuidado e dá-nos a possibilidade de ajustar pequenos detalhes minuciosamente.

Barragem da Tourega, Alentejo (Nikon FE2, Nikkor 24mm f/2.8, Fuji Provia100F) Para que tudo ficasse focado, desde o primeiro plano até ao infinito, necessitei

de uma enorme profundidade de campo. A exposição longa só possível utilizando um tripé.

Nem todos os tripés são, obviamente, iguais. Pouco se pode esperar de um frágil tripé de plástico, barato mas incapaz de garantir uma sustentação solida à máquina e pouco prático de manusear. Um tripé sólido de alumínio (ou fibra de carbono) é um excelente investimento na qualidade das fotografias. Fabricantes como a Gitzo ou a Manfrotto oferecem gamas completas, com preços relativamente razoáveis (sobretudo no caso da Manfrotto).

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Quando falamos de tripé estamos apenas a referir-nos às três pernas de sustentação, pois em produtos de qualidade podemos escolher a cabeça onde se fixa a máquina em separado. Basicamente, há dois tipos de cabeça – de bola ou com controlos separados para cada um dos três planos de movimento (inclinação horizontal, vertical e rotação). As cabeças de bola permitem movimentos muito rápidos em qualquer plano, pelo que são especialmente adequadas para fotografar alvos em movimento. As cabeças com três planos de movimento permitem composições mais minuciosas. A escolha entre estes dois tipos de cabeça é uma opção pessoal, em função dos assuntos que se pretenda fotografar, mas em qualquer dos casos é muito conveniente que tenha um sistema de libertação rápida, para fixar e libertar a câmara sem que seja necessário estar sempre a aparafusá-la.

Filmes

Quem queira fotografar a cores pode escolher entre dois tipos de filme: negativos e diapositivos (slides). Os negativos têm uma maior amplitude tonal e permitem obter provas impressas rapidamente e de forma económica. Os diapositivos têm, contudo, uma enorme vantagem: apresentam exactamente o que o fotógrafo captou, sem intermediários, compensações de cor ou erros de impressão. Olhando para um slide podemos ver se a exposição foi a pretendida, se focagem foi adequada e se as cores têm uma boa saturação, examinando um negativo pouco se consegue concluir.. Os filmes diapositivos lentos (50 ISO) oferecem ainda uma definição extraordinária, o que os torna na escolha de muitos fotógrafos.

Quanto menor for a sensibilidade de um filme, maior será a definição que oferece, pelo que convirá utilizar o rolo mais lento utilizável em cada situação. Mas tudo é relativo e, por vezes, pode-se utilizar um filme com grão para alterar o aspecto da imagem, dando textura, por exemplo, à neve. Em diapositivos, o Fuji Velvia (de 50 ISO) parece liderar as escolhas profissionais, seguido pelo Fuji Provia 100F e pela gama Kodachrome. Em negativos, os Kodak Portra 160VC e NC disputam com o Fuji Reala o máximo de definição, mas há vários filmes até aos 400 ISO com uma definição razoável e cores realistas.

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Solar Monfalim, Évora (Nikon F50, Sigma 28-70 f/2.8-4, Kodak GoldZoom 800) Só com um filme extremamente rápido foi possível captar esta

fotografia apesar da pouca luz existente.

A fotografia a preto-e-branco, com o seu aspecto intemporal, continua a atrair muitos interessados que, por vezes, esbarram nas dificuldades da revelação em casa ou no custo de a mandar fazer num bom laboratório. Os filmes a preto-e-branco cromogénios vieram amenizar esses “inconvenientes”, pois revelam-se através do mesmo processo que os filmes a cores. Quer o Ilford XP2 Super quer o Kodak T-Max 400CN oferecem excelentes resultados, apesar de não terem a mesma longevidade que um filme monocromático convencional. É frequente, contudo, que os laboratórios menos cuidadosos façam a impressão das provas em papel para fotografia a cores, apresentando resultados confrangedores. É que as impressões devem ser feitas em papel monocromático, o que permite obter excelente definição e contraste. Os filmes para preto-e-branco clássico continuam disponíveis na maior parte das lojas de fotografia, sendo de recomendar as linhas Delta da Ilford, T-Max da Kodak e APX da AGFA (o

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AGFA APX 25 ISO é especialmente interessante, pois tem uma definição extraordinária e muito pouco grão).

FiltrosUtilizam-se filtros para alterar a imagem que é captada, tornando-a artificial ou, pelo contrário, mais fiel ao que o fotógrafo viu com os seus próprios olhos. É fácil cair em imagens artificias de gosto duvidoso com os chamados filtros de “efeitos especiais”, pelo que vale mais a pena que nos centremos nos filtros que alteram a imagem sem a adulterar.

Provavelmente o filtro mais utilizado é o polarizador, um filtro circular que se roda para eliminar uma determinada polaridade de luz. Consegue-se assim atenuar (ou mesmo eliminar) reflexos em superfícies não metálicas e acentuar o azul do céu. Mas deve-se usar com cautela, pois é muito fácil escurecer em excesso o azul do céu, tornando-o artificial. O polarizador é também muito útil para fotografar paisagens naturais, pois ao eliminar os reflexos luminosos das folhas das plantas faz com que a sua cor se veja com mais intensidade. Encontram-se à venda polarizadores lineares e circulares, mas em máquinas com focagem automática só se devem usar estes últimos.

“La Pedrera”, Barcelona (Nikkon FE2, Nikkor 24mm f/2.8, Kodak Gold 100, Polarizador) Utilizei opolarizador para acentuar o contraste entre a escultura e o céu, mas o efeito foi claramente excessivo.

Os nossos olhos ignoram com facilidade pequenas diferenças na cor da luz existente a que os filmes são muito sensíveis. Por exemplo, um dia encoberto tem uma luz fria, azulada, e a iluminação artificial tende para o vermelho. Os filtros de correcção de cor permitem corrigir estes efeitos facilmente, estando disponíveis em diversas

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intensidades. Vale a pena ter, pelo menos, o filtro âmbar de aquecimento mais suave (o 81A) para os dias nublados. Caso fotografe frequentemente com luz artificial de incandescência, um filtro 82A (ou B) será também um acessório indispensável para tornar mais realistas as imagens.

Jardim em Lisboa (Nikon FE2, Nikkor 55mm f/2.8 Micro, Fuji Sensia-II, 81B) A luz difusa do céuencoberto dava uma dominante azulada que se compensou facilmente com um filtro de aquecimento.

Na fotografia a preto-e-branco o filtro de longe mais útil é o vermelho. Em paisagens atenua a neblina e escurece o céu, salientando o recorte das nuvens; no retrato de pessoas disfarça pequenas imperfeições da pele, favorecendo os “modelos”. Os outros filtros para fotografia monocromática (verdes, azuis, amarelos...) parecem-me úteis menos frequentemente, mas o seu funcionamento é muito simples: tornam mais claras as coisas da sua cor e mais escuros os objectos de cores complementares.

Outros filtros que vale a pena experimentar são os graduados de densidade neutra. Permitem, por exemplo, fotografar um céu brilhante sem perder os detalhes do chão, escurecendo o céu, reduzindo dessa forma a amplitude tonal da cena aos limites do filme.

ComposiçãoO domínio das técnicas fotográficas é apenas uma ferramenta ao serviço da estética. Saber controlar a exposição, escolher a máquina, a objectiva e, eventualmente, o filtro é apenas o início de uma boa fotografia. O que distingue um grande fotógrafo de um mero curioso é a capacidade para ver coisas que não são evidentes, para ordenar a realidade de forma a transmitir emoções.

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Terena, Alentejo (Nikon F50, Sigma 28-70mm f/2.8-4, Fuji Press 800) Aproveitando um céu especialmente

belo, tudo nesta fotografia foi ordenado de forma consciente: a abertura e o tempo de exposição, a

posição da azinheira solitária e a linha do horizonte junto ao limite inferior da imagem.

Enquadramento

Uma imagem com demasiados pontos de interesse acaba por não atrair a atenção para nenhum. Por isso uma composição simples é muitas vezes mais eficaz para transmitir uma ideia ou sensação do que uma panorâmica confusa que mostra tudo sem realçar nada. A selecção consciente daquilo que se vai incluir numa fotografia é um passo fundamental para obter um bom resultado. Um fotógrafo tem que ser capaz de articular aquilo que quer mostrar. Se não conseguir explicar porque quer tirar uma determinada fotografia mais vale pensar melhor e escolher outro enquadramento.

Depois de definir com exactidão o que se vai fotografar, é preciso escolher a máquina, o filme e a objectiva. Alguns assuntos ficam melhor a preto-e-branco, para outros a cor é fundamental e é preciso um filme que a reproduza fielmente. A escolha da objectiva também é importante, pois determina a perspectiva da fotografia: as objectivas de grande angular aumentam as distâncias aparentes e as teleobjectivas reduzem-nas. Em seguida, há que escolher o local a partir do qual se fotografa. Qual será o melhor ponto

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de vista, ao nível dos olhos, da cintura ou junto ao chão? Nas películas de 35mm podemos ainda escolher a orientação da imagem, na horizontal ou na vertical. Apesar de ser mais fácil fotografar com a imagem horizontal, todos os comandos da máquina foram feitos a pensar nessa posição, vale muitas vezes a pena experimentar a outra opção, pois o ambiente da fotografia resulta muito diferente.

Perto de Évora (Nikon FE2, Nikkor 55mm f/2.8, Ilford XP2 Super) A colocação do horizonte sobre a linha

que delimita o terço inferior da imagem, com a casa chegada à direita, reforça a expressividade da fotografia.

Por último, é preciso posicionar os objectos dentro do rectângulo. Muitas vezes, a primeira tendência é colocar aquilo que vai fotografar ao centro. É onde as máquinas modernas têm o sensor de focagem automática e é a composição mais simples, puramente descritiva. Mas uma fotografia viva não se limita a descrever, interpreta, pelo que devem ser exploradas outras hipóteses de posicionamento. Uma pista geralmente útil consiste em colocar as linhas da imagem sobre linhas imaginárias que dividem a fotografia em três partes horizontais e verticais. A linha do horizonte, por exemplo, pode ser colocada sobre a linha que delimita o terço superior ou inferior do enquadramento, e não ao meio. Um posicionamento assimétrico do assunto obriga a olhar ao longo da fotografia e contribui para que quem vê sinta aquilo que o fotógrafo quis mostrar.

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A regra dos terços – Colocar as linhas da imagem ao longo das linhas imagináriasque dividem o enquadramento em três partes horizontais e verticais pode ser

um bom ponto de partida mas não deve limitar a imaginação do fotógrafo.

< >Iluminação

Mesmo com as melhores técnicas, qualquer fotografia limita-se a captar luz num filme. A luz é a matéria prima essencial da fotografia e sem boa iluminação não há uma boa imagem. Um fotógrafo deve aprender a conhecer e interpretar a luz: a sua cor, a sua direccionalidade e o seu carácter. Fotografar é pintar com luz numa tela química.

A direcção da luz resulta da sua posição em relação ao fotógrafo e ao assunto. Quando a origem da luz se localiza por trás da objectiva, temos uma situação de iluminação frontal, que reduz as sombras do que se está a fotografar e reduz a noção de tridimensionalidade. Permite, contudo, uma excelente reprodução de cores vivas. Se a luz surge por trás do assunto da fotografia estamos numa situação de contra-luz. O fotógrafo pode regular a exposição de forma a captar os detalhes que ficam na sombra ou, pelo contrário, reduzir o objecto a uma silhueta contra um fundo expressivo. A iluminação pode ainda ser lateral, o que acentua a noção de volume e pode dar textura, através das sombras, a superfícies como a areia ou a neve.

Independentemente do local de onde provenha, a luz pode atingir os objectos de forma dura, desenhando sombras de contornos precisos, ou difusa, quase não se distinguindo sombras. Este carácter da luz influencia também o ambiente retratado, tal como a cor da própria luz. Antes do nascer do Sol ou quando o céu está encoberto, a cor dominante é azul. É uma luz fria, muito eficaz para fotografias que queiram transmitir sensações de isolamento e angústia. Logo após o nascer do Sol e ao fim do dia a luz é quente, de dominante próxima do vermelho. Muitas vezes a neblina torna especialmente visível a tonalidade da luz, criando ambientes envolventes e misteriosos.

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Veneza (Nikon F50, Sigma 28-70 f/2.8-4, Kodak Gold 400) A luz de Inverno, ao entardecer,criou uma atmosfera mágica que domina a fotografia, tornando-a quase monocromática.

A luz está sempre a mudar. A paciência é uma virtude frequentemente recompensada quando as nuvens deixam passar um raio de Sol para iluminar precisamente a árvore que queríamos fotografar ou quando diferentes tipos de iluminação dentro do enquadramento produzem contrastes inesperados. A única solução é estar atento e pronto para captar qualquer a imagem única num instante fugaz.

Trabalhar um assuntoQuando um local ou objecto parece interessante, um erro comum é fotografá-lo rapidamente e passar ao próximo. As boas fotografias exigem tempo e esforço. Há que explorar diversos ângulos, diferentes iluminações. Porque não experimentar várias objectivas diferentes, reinterpretando o assunto. Muitas vezes é preciso esperar pela luz certa, a expressão facial irrepetível ou o acontecimento inesperado para conseguir uma fotografia excepcional.

É natural que, enquanto esses momentos únicos não chegam, muitos metros de filme sejam expostos. É essa a sorte dos laboratórios de fotografia e temos que nos resignar a essa contingência. Mas a composição cuidada, a utilização de um tripé sólido, boas técnicas fotográficas e um conhecimento profundo do assunto que se quer fotografar são requisitos que ajudam a aumentar o número de fotografias muito boas. Mesmo assim, quando a oportunidade surgir, não devemos poupar nos rolos de filme. Afinal são muito mais baratos do que todas as máquinas, objectivas, tripés e filtros que já comprámos...

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Monsaraz, Alentejo (Nikon FE2, Nikkor 55mm f/2.8 Micro, Kodak T-Max 400CN) Um dos sítios maisfotografados do País ainda oferece imagens inesperadas, desde que se escolham ângulos pouco usuais.

AVANCADO:

1.0 ANATOMIA DO CORPO DA CÂMERA FOTOGRÁFICA

Fotografia de fot (o) - + - graf (o) - + - ia: Processo de formar e fixar sobre uma emulsão fotossensível a imagem de um objeto, e que compreende, usualmente, duas fases distintas: na primeira, a emulsão é impressionada pela luz, e sobre ela se forma, por meio de um sistema óptico, a imagem do objeto; na segunda, a emulsão impressionada é tratada por meio de regentes químicos que revelam a imagem e fixam, permanentemente, a imagem desejada.

Para registrar a cena num filme fotossensível, existe na câmera o obturador, a sua abertura ocorre em fração de segundos (velocidade de obturação), determinando o tempo de exposição do filme à luz.

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Na objetiva, a abertura do diafragma controla a quantidade de luz; o diafragma mais fechado confere profundidade de campo nas fotos, ou seja, foco em todos os planos.

O obturador e a abertura controlam a luz que chega à película. A combinação apropriada dos ajustamentos de velocidade de obturação e de abertura dão como resultado a exposição correta. Os ajustamentos necessários dependem da sensibilidade do filme e do funcionamento do sistema de controle de exposição da câmara (fotômetro).

O fotômetro é um dispositivo na câmera que indicará a melhor combinação da velocidade de obturação e da abertura do diafragma.

Na fotografia com flash, iluminamos a cena com luz artificial e não fotometramos.

Utilizamos o diafragma da objetiva para controlar a luz do flash, de acordo com a distância do objeto.

O tipo de filme, sua sensibilidade, filtros e o conhecimento do funcionamento de outros acessórios possibilitará a execução de boas fotos.

Fig. 1.1 Elementos de uma máquina fotográfica

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a) Visor

b) Objetiva

c) Diafragma

d) Obturador

e) Mecanismo de transporte

f) Sistema de foco

g) Filme

1.1. Obturador

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A função principal do obturador é bastante simples: enquanto está fechado, o filme não é atingido pela luz, porém, quando o botão de disparo é acionado, ele se abre, e esta exposição é dada em fração de segundos (ex.: 1/125s).

Quanto menor o tempo de exposição, menos luz chega até ao filme e maior será o denominador da fração (ex.: 1/1000s, 1/2000s, 1/4000s).

A velocidade de obturação rápida confere maior equilíbrio da fotografia, ou seja, uma melhor reprodução das cores.

A relação entre abertura e obturador é a seguinte: ao mudar-se um passo na velocidade de obturação, duplica-se ou reduz-se à metade a luz transmitida.

Por exemplo 1/1000s deixa passar metade de luz que 1/500s e o 1/500s é o dobro de 1/1000s.

A luz que passa pela abertura f/8 é a metade da que passa na abertura f/5,6. Esta última deixa passar o dobro de f/8.

Se uma exposição correta de uma cena é 1/125s e f/5,6, podemos conseguir os mesmos resultados quanto à exposição, selecionando 1/250 e f/4 ou 1/500 f/2,8.

Ex.: quando utilizarmos um maior tempo de exposição (ex.: 1/8s ambiente com pouca luz) teremos pouca qualidade da fotografia, enquanto que em menor tempo de exposição (ex.: 1/500s, ambiente com boa luminosidade) teremos uma boa qualidade na fotografia.

O obturador de plano focal, que está presente nas câmeras de visor indireto, funciona através de um sistema de duas cortinas divididas por uma abertura em forma de fenda, que se movimentam em frente ao filme. A duração da exposição é determinada pela largura da fenda:

quanto mais estreita ela for, mais rápida será a exposição. Em primeiro lugar, abre-se a primeira cortina para expor a película, em seguida, abre-se a segunda. O espaço entre ambas determina a exposição.

Tempos de exposição superiores a 1/30s devem ser utilizados com câmera no tripé (ou apoiadas).

1.1.1 TIPOS DE OBTURADORES :

Ø Obturador setorial : Usado nas câmeras de visor direto, fica situado logo atrás da objetiva.

Não permite regulagem precisa da velocidade.

Ø Obturador Central : Usado nas câmeras reflex de objetiva dupla, situa-se entre as lentes da objetiva, um pouco à frente do diafragma. É formado por um conjunto leve e compacto de lâminas, que se abrem quando o botão de disparo é acionado,

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sincronizando com o flash em qualquer velocidade. A velocidade máxima de sincronismo alcançada é de 1/500s.

Ø Obturador de plano focal "ou de cortina": Encontrado nas câmeras monoreflex de 35mm (o tipo de câmera utilizada nas aulas práticas), situa-se imediatamente defronte ao filme. É constituído por duas cortinas que se movem uma após a outra, separadas por um espaço regulável. Permite obter velocidades de até 1/8000s. O Obturador de cortina protege o filme contra a exposição à luz, quando as objetivas são trocadas.

1.2. Dispositivo de Controle de Obturação

Permite a regulagem da velocidade de obturação, ou seja, do tempo de exposição do filme à luz do objeto que está sendo fotografado. Funciona como um mecanismo de relógio, capaz de diferenciar tempos curtos de exposição como 1/2000s de 1/2s que é um longo tempo de exposição.

As velocidades de obturação, dependendo da câmera, poderão ser: 1/8000s, 1/4000s, 1/2000s, 1/1000s, 1/500s, 1/250s, 1/125s, 1/60s, 1/30s, 1/15s, 1/8s, 1/4s, 1/2s, 1s, 2s, 4s, 8s, regulagem B (Breve) onde o obturador permanece aberto enquanto o botão de disparo ficar acionado em fotos com pouca luz e regulagem T (Tempo) indicando que o obturador irá ficar aberto até o botão de disparo ser acionado outra vez, o X indica o sincronismo para o flash.

OBS.: As câmeras eletrônicas possuem no "programa" velocidade de obturação intermediárias e abaixo de 1s, 1/1750s, 1/80s, 2s, 4s, 8s.

1.3. Fotômetro

É o instrumento que mede a intensidade de luz refletida pelos objetos e, com base na sensibilidade do filme empregado na câmera, fornece as combinações da abertura do diafragma e velocidade de obturação, correspondentes à melhor exposição.

Sempre que possível devemos fazer a fotometria direta no objeto ou pessoas a serem fotografados.

A maioria dos equipamentos monoreflex de 35mm, conta com fotômetros embutidos. Nelas, o fotômetro mede a luz que atravessa a objetiva, sendo que esse sistema é chamado TTL (Through the lens). Existem ainda fotômetros manuais, que são bastante usados em situações especiais, quando a iluminação é muito fraca, em trabalhos de estúdio ou ainda para leitura da intensidade de luz que incide sobre o objeto a ser fotografado.

O Fotômetro é constituído por uma célula fotoelétrica, que produz uma corrente elétrica proporcional à intensidade da luz incidente sobre ela, essa corrente move o ponteiro de um mostrador.

Há três tipos de Fotômetros TTL. O fotômetro "MEDIDA MÉDIA" fornece uma leitura média de toda a luz proveniente da cena, o fotômetro "SPOT" mede apenas a luz que incide sobre o centro da cena, numa área de cerca de um quinto da área total do quadro, e o fotômetro tipo "PESO CENTRAL" dá preferencia à luz da região central, mas também leva em conta a leitura média.

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O Fotômetro possui símbolos gravados no visor (+ ou -) ou indica a velocidade e/ou o diafragma a ser utilizado.

Ligando o Fotômetro, com o indicador no (+), a foto ficará super exposta (clara), devemos fechar o diafragma ou diminuir o tempo de exposição até o ponteiro ficar no meio do marcador ou acender uma luz de cor verde nos fotômetros digitais. Se o fotômetro estiver no (-), a foto ficará sub exposta, devemos abrir o diafragma ou então aumentar o tempo de exposição.

O Fotômetro determina a velocidade de obturação e a abertura do diafragma para fotografar na luz do dia, em fotos de livro, de computador, microscópio...

Em fotos com luz do dia, é usualmente utilizada a velocidade de obturação 1/125s e uma abertura do diafragma f 8. Ao ligar o fotômetro para a fotometria , o ponteiro do fotômetro deverá estar no centro, ou com a luz verde acesa.

Se nesta situação (1/125 e f/8) o ponteiro do Fotômetro estiver para o (-), a foto ficará subexposta (escura), podemos abrir o diafragma (f/5,6- 4 - 2,8) ou aumentar o tempo de exposição (1/60s, 1/30s) até o ponteiro ir para o centro. Se o ponteiro do fotômetro estiver no (+), devemos fechar mais o diafragma (f /16) ou diminuir o tempo de exposição.

Se a profundidade de campo é importante, devemos fechar o diafragma (f/16) e ir aumentando o tempo de obturação (1/30s. 1/15s...) até a fotometria correta, nesse caso, ou seja em longo tempo de exposição (ex. 1/15s) o uso de tripé é obrigatório.

Para congelar o movimento, como por exemplo em fotos de corrida de automobilismo, de animais em movimento, temos que utilizar velocidades rápidas (1/1000s), ou seja, pequeno tempo de exposição. Para isto podemos abrir o diafragma ao máximo para entrar mais luz, ou utilizar filmes mais sensíveis.

Em fotos de computador, de microscópios ou de livros, temos pouca luminosidade, consequentemente devemos usar de longos tempos de exposição (1/2s, 1/4s...) com a câmera fixa no tripé. O ponteiro do fotômetro deverá ficar no centro, como em toda fotometria, e utilizar uma abertura do diafragma maior (1,8).

Nas fotografias com flash, a velocidade de obturação é fixa, em função do sincronismo exigido pelo flash (1/60s, 1/125s). Devemos controlar a luminosidade da cena com o diafragma.

Os flashs manuais tem uma tabela da distância do objeto e o diafragma correspondente.

Ex.: Objetos a 27cm - nº f /16; Objetos a 35cm - nº f /11 Em fotos de livros, pequenos objetos ou da tela de um computador, direcione o fotômetro para mais próximo do objeto possível para uma leitura fidedigna.

CUIDADOS NA FOTOMETRIA

A maioria dos filmes preto e branco têm uma tolerância, ou latitude, para erros na exposição; permitem negativos satisfatórios em uma faixa razoável de exposição.

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Filmes positivos (slides) apresentam pequena latitude, um ponto do diafragma utilizado erroneamente é suficiente para produzir um slide de qualidade inferior.

Ø a) Contra Luz: quando estamos fotografando um objeto contra um fundo iluminado, e desejamos que esse objeto saia com iluminação adequada, devemos fazer a medida diretamente no objeto.

Ø b) Alto Contraste: cenas que contêm ao mesmo tempo elementos muito claros e muitos escuros, necessitam de duas medidas, uma, da região mais iluminada da cena e outra, da menos iluminada; a média das duas medidas fornece a exposição adequada para a cena toda.

Ø c) Influência do fundo: quando a pessoa ou objeto fotografado situa-se contra um fundo muito claro ou muito escuro, é preciso evitar que a leitura da luz corresponda ao quadro inteiro, o que levaria à sub ou superexposição da foto, deve-se fechar um ponto no diafragma (fundo claro) ou abrir um ponto no diafragma (fundo escuro), isto após a fotometria ideal.

1.4. Telêmetro

É o mecanismo que, unido ao anel de focalização da objetiva, possibilita focalizar os objetos.

Ø Telêmetro de Vidro Despolido: Nas câmeras reflex de 35mm (visor indireto), o telêmetro

funciona com a ajuda do espelho, que reflete a imagem sobre um vidro despolido no visor. Se o objeto não estiver focalizado. o fotógrafo verá uma imagem embaçada.

Ø Telêmetro de Quadro Cortado: Utilizado na maioria das câmeras reflex de 35mm (visor indireto), permite uma focalização muito rápida e precisa. Funciona com a mudança de direção dos raios luminosos ao atravessar um prisma (refração),ou seja, quando o anel de focalização da objetiva não se encontra no lugar adequado o objeto aparece no visor dividido em duas partes.

Para se ter foco, basta girar o anel de focalização até que as duas metades fiquem juntas.

1.5. O Visor

Numa analogia da câmera fotográfica com o olho humano, teríamos: a pálpebra corresponderia ao obturador, a córnea e o cristalino seriam as lentes da objetiva que trabalham em conjunto focalizando as imagens sobre a retina fotossensível (que seria o filme), a íris seria o diafragma controlando a quantidade de luz , e ainda cooperando com o cristalino para produzir imagem clara e bem definida.

O visor permite ao fotógrafo ver aquilo que será incluído na fotografia. Dependendo do tipo de câmera, podemos ter no visor: o sistema de focalização (telêmetro), que é um pequeno círculo no centro do visor com microprismas e região cortadas, o Fotômetro de símbolos (+ ou -) ou com a regulagem da velocidade e a abertura do diafragma.

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Descrevemos dois tipos de visores mais utilizados:

Ø Visão direta (câmera não reflex) : Neste visor, o fotógrafo vê os objetos através de uma pequena "janela" da máquina fotográfica, podendo causar um "erro de paralaxe", ou seja, a objetiva da câmera não enquadra o que o fotógrafo está vendo, principalmente em objetos mais próximos. Esse erro de paralaxe pode ser atenuado com um telêmetro, que é um dispositivo óptico para medir distâncias, ficando uma moldura geralmente de cores diferentes no visor, determinando o que vai ser enquadrado pela objetiva.

Ø Visão Indireta (Câmera reflex): Este visor permite ao fotógrafo "ver através da objetiva" com um auxílio de um pentaprisma, conjunto de 5 espelhos, sendo um destes móveis e situado atrás da objetiva em ângulo de 45 graus e defronte ao filme (anterior ao obturador), e os outros espelhos situados na parte superior da câmera, permitindo imagem nítida no visor.

OBS.: Existe também as câmeras com duas objetivas iguais que funcionam conjugadas, sendo que a parte superior da câmera é destinada ao fotógrafo (visor) e a parte inferior ao filme. Na parte superior, existe um espelho com ângulo de 45 graus, que projeta a imagem ao visor.

1.6. Espelho Móvel

Localizado no interior da câmera, logo atrás da objetiva em ângulo de 45 graus e defronte ao obturador (câmera mono reflex de 35mm), reflete a imagem capitada pela objetiva para o visor.

Quando da sensibilização do filme pela luz, o espelho móvel levanta-se e perde-se momentaneamente a visão da cena, até que o mesmo volte a posição inicial.

O espelho móvel reflete a luz para o pentaprisma, parte superior da câmera, que corrige a imagem invertida, produzindo, no visor, a imagem sem inversão.

1.7. Botão de Disparo:

Quando pressionado, aciona o obturador, permitindo a exposição do filme a luz.

Ø Disparador de Cabo ou Propulsor: É uma extensão do disparador comum. É utilizado quando se deseja fotografar com longos tempos de exposição, utilizando para isto o tripé ou a estativa (para fotos em livros, computadores...). Nestas circunstâncias, tem a finalidade de evitar que a câmera trepide no momento de disparo da foto.

Ø Disparador Automático (Self Timer): É semelhante à corda de um relógio que serve para retardar o disparo, em 10 ou 12 segundos. Podemos utilizá-lo em fotos de livro (estativa), ou no tripé, evitando assim fotos tremidas (em longos tempos de exposição).

Ø Disparador à Distancia (Pneumático ou Controle Remoto): Podem funcionar por comunicação direta de um longo cabo, ou indireta por meio de ondas de rádio, sinais acústicos, térmicos magnéticos e eletrônicos. Como exemplo: com o mecanismo elétrico acionado, o disparador pode ficar até 200 metros de distancia, ideal para fotos de animais em liberdade, neste caso conjugados com um

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motor elétrico (motor drive), um acessório que permite realizar várias fotos consecutivas em certo espaço de tempo, disparando e transportando o filme com grande rapidez.

1.8. Alavanca de TransporteAvança o filme, sendo acionada a cada exposição.

Ø Manivela de Rebobinagem: Deve ser girada no sentido horário até que o filme exposto tenha voltado completamente ao interior da bobina original. As câmeras eletrônicas rebobinam o filme ao término deste.

Ø Trava de Rebobinagem: Antes de girar a manivela de rebobinagem, é preciso destravar o transporte do filme, apertando um pequeno botão, localizado normalmente na parte inferior do corpo da câmera.

1.9. Contatos para o flash

Sapata com contato direto para o flash, localizado geralmente na parte superior da câmera como uma base de encaixe. Encaixe para o flash, localizado na frente da câmera para conectar o cabo de disparo.

Bateria : Geralmente localizada na parte inferior das câmera mecânicas, para levar energia aos circuitos do obturador e velocidade em câmeras eletrônicas ou simplesmente para ligar o fotômetro, devemos limpá-las com freqüência (lápis borracha nos contatos).

1.10. Indicador de Sensibilidade do Filme

A sensibilidade do filme para a câmera é dada em números ASA (American Standard Association), ISO ou DIN e é indicada na própria embalagem do filme. Antes de fotografar, deve-se, portanto, regular a ASA do filme com a câmera para uma perfeita fotometragem. Este dispositivo geralmente é localizado na parte superior da câmera junto ao controle da velocidade de obturação.

Sempre devemos conferir se a "ASA" do filme está ajustada corretamente no corpo da câmera, caso contrário teremos fotos sub ou super expostas.

As bobinas dos filmes possuem um "código de Barras" para identificar qual a sensibilidade do filme e número de exposição. As câmeras eletrônicas identificam este código automaticamente, impedindo uma leitura errada da sensibilidade do filme.

Para o uso do flash, devemos consultar a tabela de orientação, que traz a abertura do diafragma de acordo com a distância do objeto e a sensibilidade do filme.

2.0 OBJETIVAS

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A objetiva focaliza a luz, que vai imprimir uma imagem sobre a superfície do filme, e é formada por um conjunto de elementos ópticos. As lentes desviam os raios de luz, reunindo-os e reorientando-os. As lentes podem ser divididas em duas categorias básicas :

Ø lente "Positiva"- mais espessa na parte central do que nas bordas, provoca uma convergência da luz;

Ø lente "Negativa"- mais fina na parte central provoca uma divergência, formando uma imagem virtual, e esta não pode ser projetada sobre uma tela.

A NECESSIDADE DA LENTE.

Ao incidir sobre um objeto, a luz normalmente é refletida em todas as direções, não se forma imagem alguma sobre a tela, em virtude da superposição dos raios, por esse motivo, necessita-se de um orifício ou de uma lente para controlá-los.

Como a imagem formada por uma lente é muito mais nítida e luminosa em comparação com a produzida por um orifício, torna-se mais fácil registrá-la no filme. A lente "reúne" os raios sobre toda a sua superfície e desvia-os de tal modo que todos os raios, pelos quais ela é atingida, convergem em um outro ponto.

2.1. Componentes Básicos das Objetivas

Ø Anel de Foco: Conforme a objetiva, as lentes são deslocadas para frente e para trás em relação ao plano do filme, colocando em foco objetos situados a distâncias diferentes.

Ø Escala de foco: (em metros e pés) - a escala pode variar de acordo com a objetiva.

Ø Escala de abertura do diafragma: O número f indica a abertura do diafragma, sendo representada por uma escala padrão variável de objetiva para objetiva. O controle da abertura, em geral, é feito através de um anel situado na objetiva. Conforme ele é girado uma série de

lâminas (palhetas) superpostas abrem ou fecham a fim de controlar a quantidade de luz que atravessa a lente. Esse mecanismo denomina-se "diafragma" e o orifício através do qual passa a luz "abertura".

Os números da escala são chamados de números f ou pontos, sendo que o número maior indica a abertura mínima e vice-versa. O número f é a "razão entre o diâmetro da abertura e da distância focal da objetiva".

O "f" serve como guia constante e prático para o controle da quantidade de luz que entra na câmera. Se você regula a objetiva em f/8, a luz transmitida será a mesma que penetra em qualquer outra objetiva - independente do seu tamanho, forma ou desenho - desde que regulada também para f 8. Familiarizado com estes números f, você poderá fotografar a qualquer hora e lugar, com câmeras e objetivas não utilizadas antes. Cada número f seguinte reduz à metade o fluxo da luz admitido.

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Desse modo, uma lente ajustada para f5,6 admite a metade de luz de uma lente ajustada em f4. A variação é enorme, uma objetiva ajustada para f 16 admite aproximadamente 1/500 vezes menos luz que uma objetiva regulada para f 4. Exemplo da escala dos números f em objetiva 50 mm: f:22. 16, 11, 8, 5,6. 4. 2,8. 2. 1,8, quanto menor o número f mais aberto o diafragma.

Nem todas as objetivas possuem uma abertura máxima (por exemplo f 1.2), sendo que em algumas objetivas esta abertura máxima pode ser de f 3.5. Esta abertura máxima representa a luminosidade da objetiva e representa uma grande vantagem, pois permite a formação de uma imagem clara sobre o retículo de focalização.

Ø Escala de profundidade de campo: Está indicada por meio de linhas ou números, localiza-se à frente do anel do diafragma e fornece a profundidade de campo que teremos na fotografia em relação ao objeto focalizado.

2.2. Distância Focal

Distância focal: é a distância entre o centro óptico da objetiva até a película do filme, com a objetiva focalizada no infinito.

As objetivas são definidas segundo suas distâncias focais, como normais, Zoom, teleobjetivas ou grande-angulares e catalogadas em milímetros.

As objetivas com diferentes distancias focais comportam-se de maneira diferente quando as velocidades de obturação são lentas. A definição de imagem pode variar conforme a velocidade utilizada.

A velocidade de obturação mais lenta que se recomenda utilizar com qualquer objetiva quando se mantêm a câmera nas mãos é 1/ distancia focal.

Exemplo : Com uma objetiva 60 mm, utilizar 1/60s como velocidade mais baixa com a câmera nas mãos. Com uma objetiva 500mm, utilizar 1/500s como velocidade mais baixa com a câmera nas mãos.

2.3. Tipos de Objetivas (de acordo com a distância focal)

a) Objetiva Normal: Tem aproximadamente a mesma amplitude visual do olho humano, abrange um ângulo entre 45 a 50 graus do cenário. Sua distância focal é quase igual à diagonal da fotografia; assim para câmeras de 35 mm, a objetiva normalmente tem a distância focal 50 mm. Estas são em 95% dos casos, as objetivas mais "luminosas" dentre todas.

b) Teleobjetiva: Possuem distância focal superior à normal, e por isso fornecem imagens de objetos distantes que aparecem como se estivessem mais próximos da câmera. Nos equipamentos de 35 mm, classificamos as teleobjetivas em duas categorias: as médias, de distância focal até 200 mm, e as longas de distância focal até 1200 mm.

O emprego de teleobjetivas implica em um maior risco de fotos tremidas. Elas devem ser usadas sempre com a câmera apoiada sobre um tripé ou caso contrário, devemos empregar velocidade de obturação rápidas, optando também por filmes mais sensíveis.

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As teleobjetivas distorcem a perspectiva, tornando-as planas e achatadas, também diminuem a profundidade de campo em relação à normal.

Ex.: 400 mm, 800 mm.

c) Grande Angular: Sua distância focal é inferior ao da objetiva normal e produz imagens que abrangem um ângulo maior da cena, podendo chegar até 180 graus. Devido a essa característica, as grande-angulares podem proporcionar perspectivas bastante diferentes daquela que estamos acostumados a ver normalmente.

Os objetos mais próximos ficam muito maiores, e objetos distantes ficam bem menores.

Dependendo do que está enquadrado juntos às bordas do quadro (ângulo da tomada), os objetos retilíneos mais distantes dão a impressão de serem curvilíneos. Quanto menor a distancia focal, mais acentuada a disparidade aparente dos objetos. Ex.: 12mm, 24 mm, 28mm, 35 mm.

d) Objetivas Macro: Podem variar a distância focal de 50mm até 135mm. São objetivas ideais para a fotografia de pequenos objetos.

A sua composição é diferenciada, possui um cilindro helicoidal de foco e podem por isso, focalizar até a distâncias mínimas, como por exemplo a 23cm.

As melhores objetivas são as de distância focal maiores (ex.: Vivitar 105mm, Medical da NIKKOR de 120mm, Dental Eye da YASHICA de 100mm, Cânon Auto Focus de 100mm, Pentax de 100mm...).

As objetivas macro são bem mais caras e pesadas do que as objetivas normais.

e) Objetiva Zoom: Permite a variação da distância focal, o que provoca alterações no tamanho aparente da imagem fotografada. Isso ajuda a enquadrar motivos de difícil acesso, ou que se movem constantemente. Com uma objetiva zoom, pode-se abranger distâncias focais de uma grande-angular ou de uma tele-média para tele-longa. Ex.: 35-105 mm, 70-210 mm, 28- 50 mm, 75-300 mm, 100-500 mm.

À medida que a distância focal aumenta de 28 mm para 135 mm, o ângulo de tomada se estreita, mostrando mais detalhes do objeto, e a profundidade de campo diminui.

Obs.: Ângulo de Visão: Uma mudança na distância focal eqüivale a uma mudança no ângulo de visão: quanto menor a distância focal, maior o ângulo. Uma objetiva de 50 ultrapassa 25 graus.

2.4. Profundidade de Campo

Chama-se profundidade de campo a extensão do espaço, à frente e atrás do objeto focalizado, em que todos os objetos aparecem nítidos.

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Numa fotografia de uma pequena flor, devemos focalizar na região mediana, com o diafragma o mais fechado possível, teremos assim foco antes e depois do local focalizado.

Essa profundidade aumenta quando distanciamos do objeto a ser fotografado, quando diminuímos a abertura do diafragma e usamos objetiva de menor distância focal.

Em resumo:

Ø Quanto MENOR a abertura do diafragma, MAIOR é a profundidade de campo (ex.: f:16);

Ø Quanto MAIOR a distância entre a câmera e o assunto, MAIOR é a profundidade de campo.

(ex.: Objeto situado a 8 metros);

Ø Quanto MENOR a distância focal da objetiva, MAIOR é a profundidade de campo. (ex.: Objetiva de 28 mm).

Profundidade de Campo é diferente da profundidade de foco, pois profundidade de foco refere-se "à parte da objetiva que fica voltada para o filme, onde a imagem aparenta mais nitidez (plano focal)".

2.5. Velocidade do Obturador x Abertura do Diafragma

A quantidade de luz que alcança o filme depende da abertura do diafragma e da velocidade de obturação. O tamanho da abertura reflete na profundidade de campo, ao passo que a velocidade determina a nitidez da imagem (melhor reprodução das cores).

A exposição correta para uma determinada foto decorre da combinação equilibrada da velocidade de obturação e abertura do diafragma.

Esta exposição correta dependerá fundamentalmente das condições de luz no local em que iremos fotografar. Ambientes com pouca luz, dificilmente teremos profundidade de campo (diafragma fechado) e uma boa reprodução das cores (tempo de exposição rápido).Um fator que poderá ajudar nesta condição é a utilização de filmes mais sensíveis (ASA 800).

3. TIPOS DE CÂMERAS

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3.1. Câmeras de Visor Direto com Telêmetro (Não reflex)

São câmeras que têm como vantagens: Algumas possuem o telêmetro, que permite enquadramento preciso, evitando o erro de paralaxe. São leves, pequenas e de uso fácil. E como desvantagens: poucos modelos tem objetiva intercambiáveis, não permitem fotografias à curta distância ou com objetos móveis e em mais condições de iluminação. Ex.: Olympus Trip/pen, Olympus Stylus, Canon Z11S, Pentax IQ.

Fig. 3.1 Desvio de paralaxe em câmera não reflex

3.2. Monoreflex de 35 mm com Pentaprisma

É o modelo de câmera utilizada nas aulas práticas de Documentação em Biologia, têm como vantagens serem fáceis de focalizar, com exposição do fotômetro através da objetiva e possuem objetiva intercambiáveis.

As suas desvantagens é que são mais pesadas e mais caras que a de visor direto, e as câmeras mecânicas não podem ser usadas com flash eletrônico em velocidades altas, devido ao obturador em cortina, que permite apenas velocidade l/30s, 1/60s ou 1/125s de sincronismo com o flash. Exemplos: Pentax K1000, Canon AE1, Nikon F3, Yashica FX3.

Fig. 3.2 Funcionamento da câmera reflex

3.2.1. Câmeras eletrônicas

Possuem programas especiais e também velocidades de obturação intermediárias ( l/900s. 1/170s..., 12s, 30s.), alguns modelos sincronizam com o Flash eletrônico TTL em velocidades

rápidas ( ex. 1/250, 1/500...).

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Alguns dos programas são citados abaixo:

Ø Rebobinar: ao apertar o dispositivo, a câmera rebobina o filme sozinha. Só abra a máquina quando o motor parar de fazer barulho.

Ø Single Shoting: disparo único, simbolizado por um "S", cada vez que se aperta o botão de disparo a câmera faz uma foto. Para fazer outra foto é preciso tirar o dedo do botão de disparo e acioná-lo novamente.

Ø Timer: ou temporizador, ou "self timer", dispositivo que retarda o disparo da foto e permite ao fotógrafo sair na fotografia.

Ø Double Exposure: dupla exposição, simbolizado também por "DE" ou "ME" o filme não avança após o disparo, permitindo expor uma imagem sobre a outra (Fotomontagem).

Ø Compensação de Exposição : podemos sub ou super expor a fotografia, em foto contra a luz.

Ø Fotometria nas câmeras eletrônicas:

¨ Sistema de Medição - garante automaticamente a exposição correta do motivo principal. O sensor determina o brilho global de uma cena dividindo-a em cinco áreas, analisando o brilho e o contraste do fragmento de cena de cada uma.

¨ Medição com prioridade ao centro - neutraliza a medição matricial e concentra-se 75% da sensibilidade do centro do visor (círculo de 12 mm).

¨ Medição por pontos - para medição seletiva de objetos diminutos, a área medida é representada pelo círculo de aproximadamente 3,5mm de diâmetro situado no centro do visor.

Alguns programas do modo de exposição das Câmeras Eletrônicas Canon:

Ø AV - Neste programa priorizamos a abertura do diafragma, deixando a velocidade fixa.

Ø TV - Prioriza a velocidade, deixando o diafragma fixo.

Ø M - Podemos trabalhar na fotometria, manualmente a velocidade e o diafragma.

Ø P ou A - A câmera trabalha automaticamente a velocidade e o diafragma.

Alguns programas das Câmeras Nikon

Ø DRIVE - ajustamento do modo de avanço do filme.

Ø S - disparo de um fotograma.

Ø CL - disparo contínuo a baixa velocidade.

Ø CH - disparo contínuo a alta velocidade.

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Ø S = autofocagem descontínua com prioridade de focagem, bloqueia a auto focagem quando o

motivo está focado.

Ø CF = autofocagem contínua com prioridade de focagem, a câmera contínua focando se mantiver o botão de disparo ligeiramente premido a autofocagem não é bloqueada quando o motivo está focado.

Ø Modo de exposição das câmeras eletrônicas Nikon:

¨ M = Manual - permite ajustar tanto a abertura como a velocidade de obturação.

¨ PM = Multi programa automático = modifica o programa de exposição de acordo com a distância focal e a máxima abertura da objetiva reduzindo o risco de imagem desfocada, evitando as velocidade de obturação mais lentas.

¨ P = Programa normal - combinação básica de velocidade de obturação e abertura.

¨ S = Automático com prioridade de obturação.

¨ A = Automático com prioridade de abertura.

¨ BKT = exposição automática em série - quando se quer uma variedade de exposição do mesmo motivo, como por exemplo uma fotografia do por do sol, utiliza-se a função de exposição automática em série (BKT), para obter de 3 a 5 exposições diferentes, funciona com qualquer um dos modos de controle automático de exposição (PM, P, S ou A).

3.3. Reflex de Dupla Objetiva (TRL)

As suas vantagens é utiliza filmes de maior tamanho resultando em melhores ampliações, tem o obturador sobre as lentes da objetiva principal, sendo ideal para trabalho com flash, permitindo velocidades de obturação com flash em até 1/500s. Têm como desvantagens ter a imagem invertida no visor, possível erro de paralaxe, poucos modelos tem objetivas intercambiáveis. Ex.: Rolleiflex, Mamya, Yashica C330 Pentax 645, Mamya 6/6 MF.

3.4. Câmeras Especiais

3.4.1. As Câmeras Polaroid

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Estas câmeras surgiram em 1948. Podem fazer fotografias coloridas em 1 minuto ou em branco e preto em poucos segundos. As câmeras e o processo Polaroid foram inventadas pelo norte-americano Dr. Edwin H. Land.

As câmeras Polaroid possuem uma objetiva normal, de grande precisão, e para reduzir seu peso têm um fole de couro entre a objetiva e o filme.

O processo Polaroid realiza-se da seguinte maneira: ao fotografar, sensibiliza-se o negativo.

Retirando o filme da câmera consegue-se que o negativo e o positivo se juntem e fiquem unidos. Neste momento começa, simultaneamente, a revelação e a fixação da fotografia, graças aos produtos químicos que se encontravam dentro de uma bolsa de plástico no rolo de filme, e que se quebra no momento em que o filme é retirado da máquina. Deixa-se transcorrer um minuto e separa-se o negativo do positivo já pronto.

Toda esta operação pode ser realizada à luz do dia. O negativo, por ser de papel, não pode ser usado para ampliações posteriores.

3.4.2. As Câmeras Panorâmicas

Não são muito conhecidas e por este motivo são pouco empregadas. Além disso, seu uso é por si mesmo, muito limitado. Podem ser muito úteis, pois produzem efeitos surpreendentes especialmente na fotografia de grandes paisagens.

Estas câmeras têm a objetiva colocada sobre um eixo e quando o disparador é acionado, a objetiva descreve um movimento circular de 140 graus, fotografando todo o panorama. Um dos tipos de câmeras panorâmicas é a Linho f 427 A e Leica 1.500.

3.4.3. As Câmeras para Fotografia Submarina

Para este tipo de fotografia, pode-se usar qualquer câmera fotográfica, desde que esteja protegida contra a água, por uma caixa impermeável.

Com a máquina invertida, o fotógrafo pode focalizar a imagem por cima das cabeças de uma multidão; o ponto de vista elevado permite salientar o efeito dramático.

Apoiando-se firmemente o corpo da câmera contra um poste, pode-se tirar fotos com velocidade de até 1/15s ou 1/8s, embora ainda seja necessário tomar muitos cuidados para evitar a trepidação.

Para as tomadas muito baixas, o fotógrafo pode deitar-se no chão onde deve apoiar os dois cotovelos. Mantendo-os suficientemente afastados para obter maior estabilidade.

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3. 4. 4. Câmera Digital

As Câmeras digitais estão disponíveis no formato mais simples (visor direto) e no formato profissional (visor direto), estas câmeras de visor direto digitais, são modelos muito completos, com grande resolução de imagens e com possibilidade de troca de objetiva, regulagem do tempo de exposição.

As fotos das câmeras digitais são armazenadas em cartão de memória, disquete ou memória interna. Os cartões de memória, que substituem a memória interna, melhoram a resolução da imagem e diminuem o tempo de sua captura em até 40%.

A gravação em disquete de 3,5 polegadas , eliminam os cabos para transferir a imagem para o computador, mas ainda gravam apenas 30 imagens compactadas que não apresentam boa resolução.

A resolução determina a definição da imagem, prevalecendo as de 640x480 ppp(pontos por polegada).

A gravação das fotos na memória é muito lenta, levando cerca de 15 segundos, ficando muito difícil fazer fotos com rapidez. Esta lentidão é provada pela dificuldade da memória interna de reunir os pontos de luz, que formarão a imagem que será gravada.

Outro problema é o tempo de exposição que não pode ser rápido, a abertura do obturador é controlada pelos sensores de abertura. Traduzindo: não podemos fotografar objetos em movimento.

Exemplos de câmeras digitais:

Ø câmeras simples (visor indireto): AGFA PHOTO 307, CASIO QV 100, KODAK DC 40 , OLYMPUS C 400L, SONY MAVIDA FD 7.

Ø câmeras digital profissional (visor direto): POLAROID PDC 2.000/40, FUJI DS 300, MINOLTA DYNAMAX 500 si, NIKON F90 FUJI, CANON EOS KODAK.

3.4.5. Como apoiar a Câmera

A maneira mais comum de segurar a câmera consiste em apoiar seu peso sobre a mão esquerda de modo que ela possa girar os anéis de abertura do diafragma e de focalização.

O uso do tripé é importante para fotos de computadores, com Tele Objetivas e em velocidades de obturação lentas 1/30s, 1/15, 1/8...

Para tirar fotos na vertical, é preciso mais uma vez segurar a câmera com a mão esquerda, ficando a direita livre para fazer a exposição. Esse procedimento reduz o risco de trepidação.

Muitas vezes é possível recorrer a um poste ou parede, para aumentar a estabilidade: neste caso, forma-se um tripé com o corpo e a parede. Obtêm-se os melhores resultados mantendo-se as costas retas.

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Para as tomadas baixas, é aconselhável sentar-se, pois os joelhos servem de apoio para os cotovelos. Uma bolsa resistente, usada para o transporte de equipamento, pode fazer as vezes de um assento para a câmera.

Com a máquina invertida, o fotógrafo pode focalizar a imagem por cima das cabeças de uma multidão; o ponto de vista elevado permite salientar o efeito dramático.

Apoiando-se firmemente o corpo da câmera, pode-se tirar fotos com velocidade de até 1/15s ou 1/8s, embora ainda seja necessário tomar muitos cuidados para evitar a trepidação.

Para as tomadas muito baixas, o fotógrafo pode deitar-se no chão onde deve apoiar os dois cotovelos. Mantendo-os suficientemente afastados para obter maior estabilidade.

Para fotografias de livros, pequenos ossos, flores, podemos usar a estativa ou duplicadora que tem 1 tripé e duas lâmpadas de tungstênio.

04. MACROFOTOGRAFIA

Técnica de realizar fotografias de tamanho maior que o natural, com as objetivas especiais ou com objetiva normal equipada com acessórios.

4.1. Escala de Reprodução (E.R) ou Proporção da Imagem

Relaciona o tamanho real do objeto sobre a película do filme, ou seja a escala de reprodução da macrofotografia.

Quando a imagem registrada no filme mostra o objeto em menor dimensão que na realidade, a relação de reprodução é indicada por 1:X. Quando ela é maior, é indicada por X:1 (com X um número maior que 1). A macrofotografia tem a escala de reprodução menor que 1:7, ou seja, um centímetro na fotografia equivalente a sete centímetros no real.

Na fotografia cujo interesse é mais estético que documental, a escala de reprodução não tem praticamente importância , já nas aplicações científicas ou técnicas, é útil e às vezes indispensável conhecer tal escala para que o observador possa deduzir o tamanho real do objeto fotografado. Esta escala deve ser informada na legenda da fotografia.

Por exemplo, se o objeto tem 10mm de altura e na película do filme ele também tem 10mm de altura, a proporção da imagem é de 1:1. Se esta imagem tem 5mm de altura no filme a sua proporção é de 1:2. Se esta imagem tiver 20mm de altura no filme a proporção será de 2:1.

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Padronização da Imagem

Na fotografia científica, é de fundamental importância que as fotos estejam na mesma escala de reprodução, evitando assim diferença de cor, de tamanho e proporcionando imagens fidedignas para quem está acompanhando as fotos numa aula ou para quem está acompanhando um painel.

Esta padronização deverá ser da abertura do diafragma do tipo e sensibilidade do filme e do enquadramento.

4.2. Equipamento para Macrofotografia

Objetivas Macro

Existem objetivas macro originais (Canon, Nikon, Pentax) e fabricantes de objetivas para os diversos corpos de câmera (Vivitar, Sigma, Tamron, Tokina...).

São projetadas para se ter o máximo de focalização em toda a foto, pois utilizando acessórios para macrofotografia temos grandes perdas nas bordas do quadro. As objetivas Macro possuem um cilindro helicoidal, podendo focalizar de infinito até em escala de 1:1 (um centímetro do filme eqüivale a um centímetro do real).

São desvantagens das Objetivas Macro possuem custo elevado e pequena luminosidade, pois, geralmente tem abertura máxima na ordem de f 4.

a) Objetivas normais macro:

Praticamente não existem modelos de pequena distância focal, há contudo, vários modelos na faixa de 50/60 mm, a maioria permite focalização até de 15 cm de distância. Ex.: TAKUMAR 50 mm, NIKKOR 55 mm.

b) Teleobjetiva macro:

A maior parte dos modelos disponíveis situa-se na faixa de 105 mm, apesar disso, pode-se encontrar equipamentos com distancia focal em torno de 200/300 mm. Ex.: MEDICAL NIKOR 120 mm (com vantagem de ter um flash circular para macrofotografia embutida na própria objetiva), macro de 105 mm VIVITAR de 100mm (com a desvantagem de não dar escala de reprodução 1:1), PENTAX 100mm, SIGMA, 100mm, TOKINA 100mm, TAMRON 90mm, CANON auto focus de 100mm...

A grande vantagem é que fotografamos a distância maiores do objeto, comparando com as objetivas de 50mm.

c) Objetivas Zoom Macro:

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São de dois tipos básicos. O primeiro só oferece focalização para closes a uma certa distância focal. O segundo pode ser regulado para proporcionar essa focalização em qualquer distância focal - dando ao fotógrafo oportunidade de fotografar a diferentes distancias do motivo. Ex.: ZOOM MACRO VIVITAR 70 - 210 mm, ZOOM MACRO 35 - 105 mm TAKUMAR.

Distorção da Imagem

O efeito muito comum na fotografia macro é o alargamento da imagem quando utilizam uma objetiva macro de pequena distância focal (ex.: 50mm) pois teremos que aproximar muito do objeto a ser fotografado.

4.3. Acessórios para Macrofotografia:

4.3.1. Lentes de Aproximação

Funcionam como uma lente de aumento comum, sendo atarraxada na objetiva, são chamadas também de "Filtros Close-up". Têm como vantagens o de seu uso não envolver modificações na exposição das fotos; são baratas e fáceis de usar. E como desvantagens não permitem ER alta; provocam perda de nitidez e distorção da imagem, exigem diafragma fechado pela sua esfericidade.

As lentes de aproximação aumentam a imagem quanto ao seu número de dioptrias (medida de convergência de uma lente); as mais usadas têm 1,2 ou 3 dioptrias. Podem ser montadas em conjunto na frente da objetiva; por exemplo, lentes de 2 e 3 dioptrias produzem juntas 5 dioptrias. Deve-se tomar o cuidado de colocar sempre a lente de maior dioptria em primeiro lugar.

A profundidade de campo com as lentes de aproximação fica bem intensa com o diafragma mais fechado possível.

É indispensável sempre o uso do tripé e um disparador manual na macrofotografia.

Como usar as Lentes de Aproximação:

Ø faça sempre com que o motivo preencha todo o quadro: não há nada pior do que uma imagem em close de um objeto perdido no meio de um espaço inútil;

Ø os melhores motivos são os de forma simples e clara, dos quais a câmera possa revelar detalhes insuspeitos;

Ø use a iluminação mais intensa que conseguir, assegurando-se de que todas as regiões importantes do motivo estão bem nítidas; esqueça-se do fundo ou do primeiro plano, pois aparecerão sem foco;

Ø mantenha a câmera paralela ao plano principal do motivo. Nesse caso, o exemplo típico é uma borboleta; você obterá o melhor resultado fotografando-a de modo

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que o plano de suas asas fique paralelo ao plano do filme. Ao fotografar animais, focalize nos olhos ou na cabeça, como se tratasse de uma pessoa;

Ø o vento pode se transformar num problema. Com uma objetiva normal não se costuma perceber

que as flores balançam com a brisa; já com uma lente de aproximação o fato se torna

imediatamente evidente. Por isso, talvez você seja obrigado a proteger a área fotografada com um anteparo, para cortar o vento;

Ø outra forma seria utilizar filmes mais sensíveis (ex.: ASA 800) para utilizar velocidades de

obturação rápida (ex.: 1/1000s), congelando o movimento;

Ø da mesma forma como acontece com o uso de teleobjetivas, os equipamentos para close são muito suscetíveis a vibrações: caso não se empregue um tripé ou outro suporte, isso se refletirá em fotos tremidas. O uso de flash eletrônico circular, mesmo quando há boa iluminação natural, ajuda a minimizar este perigo;

Ø examine bem seus motivos à procura de imperfeições ou pequenas sujeiras: elas seriam

registradas detalhadamente na imagem aumentada.

4.3.2. Tubos (anéis de extensão)

São tubos, sem lentes, que aumentam a distância entre a objetiva e o filme. São colocados entre a objetiva e a câmera. Os tubos de extensão são vantajosos pois possuem peso reduzido, não exigem lentes (não provocando distorção óptica), mas dificultam a operação de troca, e para se conseguir tamanho exato de imagem, interferem na fotometria.

Costumam ser vendidos em jogos de três unidades que podem ser usadas em diversas combinações. Há tubos manuais e automáticos: no primeiro caso, não há conexão entre a câmera e o mecanismo de fechamento do diafragma da objetiva; no último, este continua a funcionar normalmente.

4.3.3. Fole

Aparelho com 2 suportes ligados por uma "Sanfona" que correm em trilho. Em um se encaixa a objetiva e no outro o corpo da máquina. Têm como vantagens: escala de ampliaçãom contínua devido ao afastamento dos dois suportes e como desvantagens: maior peso, maior dificuldade de instalação, e interferem na fotometria.

4.3.4. Tele-Extensor ou Tele Conversor

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É um acessório que tem uma lente especial, sendo acoplada entre a objetiva e o corpo da câmera, os tele conversores são de 1,4x, 2x e 3x, que indicam o aumento da distância focal da objetiva.

A desvantagem é a perda de luz, um tele conversor 1,4x perde 1 ponto de luz, 1 de 3x perde 3 pontos de luz, sendo então necessário abrir 1 ou 2 pontos do diafragma após a fotometria.

O tele conversor 2x pode também duplicar uma objetiva zoom de 70/210mm para 140/420mm, ou seja aumenta a distância focal com a vantagem de ser mais barato que uma tele objetiva.

4.3.5. Anel Inversor

Inverte a objetiva, a parte anterior da objetiva é acoplada na câmera com o uso deste anel, possibilitando fotos a curta distância.

5. FLASH

5.1. Flash Eletrônico

A luz do Flash talvez seja a mais conveniente e versátil forma de iluminação. Pode igualmente produzir luz errada, fotografias incorretas, expostas mais facilmente do que outras fontes de luz pois possui uma iluminação frontal muito forte.

A finalidade essencial da sincronização consiste em assegurar que o relâmpago (ou a maior parte dele) se verifique quando o obturador se encontra completamente aberto.

Todos os OBTURADORES modernos possuem contato de sincronização para a luz do flash, estes contatos disparam o flash durante o percurso do obturador.

Como o flash é instantâneo, ajusta-se a velocidade de sincronismo da câmera para que, durante o clarão do flash (altíssima velocidade), a primeira cortina do obturador esteja totalmente aberta e a segunda cortina ainda não comece a se fechar (toda a chapa do filme é iluminada igualmente pelo disparo do flash).

Se você escolhe uma velocidade de menor tempo de exposição ex.: 1/500s, você terá uma fenda estreita - a qual descobre apenas parte do fotografa, teremos assim uma pequena parte exposta à luz (a parte descoberta no momento do relâmpago) numa extremidade do quadro e a outra parte escura.

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Nas câmeras mecânicas, deve ser consultado o manual, o qual indica a velocidade que deve ser usada com o flash, geralmente sincronizam com 1/60s, algumas sincronizam com a velocidade de 1/125s, ou com o símbolo X (1/90s).

A exposição do filme só se modifica quando alteramos a abertura do diafragma, e esta abertura aumenta quanto maior for a distância do objeto. A determinação da abertura correta do diafragma é através da tabela que acompanha o flash. A tabela traz diversas aberturas do diafragma para várias distâncias do objeto de acordo com a sensibilidade do filme.

A maioria dos flashes que possuem SENSORES ELETRÔNICOS regulam automaticamente a intensidade da luz refletida, de acordo com a distância e luz ambiente, permitindo fotos sempre uniformes e perfeitas (Flash TTL).

Essa tecnologia (TTL) é encontrada na maioria das câmaras e "flashs" modernos e representam uma evolução considerável mas apresentam algumas limitações em fotografia.

Nas câmeras eletrônicas modernas, quando usamos o flash TTL, ao escolhermos uma abertura qualquer do diafragma, estamos programando ao mesmo tempo a intensidade da luz do flash para aquela abertura.

5.2. Tipos de Flash

a) Flash Manual

Tem potência fixa, emitindo sempre a mesma quantidade de luz, possuem tabelas da distância do objeto, para um determinado diafragma.

A Velocidade é fixa: 1/60s, 1/80

b) Flash Automático

Possui uma unidade sensora, que mede a luz refletida do objeto.

Quando o flash é disparado, e o objeto receber a luz necessária, o disparo com o flash é anulado.

c) Flash Dedicado TTL

Possuem contatos eletrônicos que trocam informações com os contatos da sapata da câmara.

d) Flash Incorporado

As câmaras modernas geralmente possuem este flash, que tem potência fraca de disparo. Possuem eliminação do "olhar-vermelho", e flash de preenchimento.Sua

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força luminária é limitada deixando muito a desejar quando necessário fotografar um objeto em grande aumento.

OBS:

"Flash" frontal exterior - colocado frontalmente em uma inclinação de 85 graus possibilita boa iluminação com detalhe em imagens de relevo.

O uso de "flash" eletrônicos duplos, de luz refletida e de grande potência apresentam grande performance, mas exigem maior espaço físico e maior investimento financeiro.

SUGESTÕES NO USO DO FLASH

Ø O método mais prático para fotografar com flash consiste em acoplá-lo à máquina e apontá-lo para o modelo. Entretanto, as fotos obtidas através deste sistema não têm relevo e apresentam sombras duras.

Ø Nunca apontar o flash diretamente para superfícies refletoras, como espelhos ou janelas.

Ø Quando a luz do flash é rebatida ( esse efeito é obtido, por exemplo, ao apontar o flash para o teto), obtêm-se resultados mais satisfatórios pois o modelo é atingido por uma luz difusa e refletida, produzindo apenas sombras suaves.

Ø Quando se mantêm o flash suspenso longe da câmera para iluminar o modelo por cima ou por um dos lados, obtêm-se um melhor efeito de relevo e consegue-se eliminar o problema dos " olhos vermelhos". Pode-se usar um outro flash como luz de enchimento para as áreas de sombras.

Ø Para clarear áreas de sombra, regule a câmera normalmente, como se não estivesse usando flash, de modo que ele produza uma superexposição correspondente a um ou dois pontos.

Ø O sol do meio dia é problemático, sua luminosidade densa, dura e cheia de sombras desfigura o motivo fotografado. Para amenizá-la, o ideal é usar o flash como luz de enchimento ou recorrer a um rebatedor de papel de alumínio ou cartolina branca. Voltados para o sol, eles rebatem a luz, que volta para o motivo, suavizando sombras e contornos.

Ø Utilizando um papel vegetal ou um lenço branco na frente da cabeça do flash, a luz se dispersa e suaviza o registro.

Ø Pode-se usar um guarda-chuva como refletor para controlar o flash refletido. Os modelos comerciais são fabricados com material refletor, e montados sobre um suporte, porém é fácil improvisar um substituto: basta pintar de branco uma sombrinha.

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Ø Flash Múltiplo - Exemplo: pode-se usar o flash para fotografar interior de edifícios, ou de uma caverna, deixando-se o obturador da câmera aberto, em "B", e descarregando-se flash sucessivos, por trás de cada uma das colunas ou espeleotemas. É preciso tomar cuidado para que a luz do flash não penetre diretamente na objetiva.

Ø É possível conseguir uma sincronização entre diversos aparelhos de flash quando se usam células fotoelétricas ou vários cabos conectados. Ao ser descarregado o flash principal acoplado à câmera, os outros são disparados ao mesmo tempo. A vantagem desse sistema consiste em permitir o uso de diversos aparelhos de flash, sem a necessidade de recorrer a cabos de interligação.

5.3. Flash Circular (para macrofotografia)

O flash circular é indispensável para fotos "close-up" ou macrofotografia pois fornece uma iluminação uniforme e sem sombras, com luz similar à do sol, que garante ótima reprodução das cores. Devido à curta duração do relâmpago, a luz do flash não afeta os objetos pelo calor, mesmo à distância de somente poucos centímetros. São rosqueados na frente das objetivas.

O flash circular oferece grandes vantagens para fotografias científicas e tecnológicas, em Medicina, Odontologia, Biologia, Eletrônica, Mecânica de Precisão, Metalurgia, controle de Qualidade e muitos outros campos.

Para determinarmos abertura do diafragma devemos usar a tabela fornecida pelo fabricante.

As aberturas do diafragma assim calculadas são somente orientativas, pois dependem muito dos objetos a serem fotografados.

Para objetos claros ou de alto brilho, pode-se fechar um ponto do diafragma, e para objetos escuros, pode-se abrir um ponto.

"Flash" circular - por longo tempo considerado indispensável para fotografia médica por possibilitar foto de mucosa e cavidades e ainda diminuir reflexos e sombras sendo contudo, imperfeito nas fotografias onde o relevo é fundamental.

Exemplos de flash circular :

1. Flash Circular Vivitar

Não utiliza "estojo" para compartimento de pilhas, eliminando assim cabos e o próprio estojo. Funciona apenas com duas pilhas.

Possui uma tabela da relação distância/abertura do diafragma, de acordo com a sensibilidade do filme. É de fácil manuseio e bem leve.

2. Flash Circular SUNPUK, CÂNON ML 3 e SOLIGOR

Permitem variação na intensidade da luz, e controle TTL (Trougth the lens).

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Lâmpada para focalização que desliga quando acionamos o botão de disparo. Estes flash permitem a sincronização em velocidades diferentes (de 1/30s até 1/250s) pelo controle TTL, dependendo do corpo da câmera, que deverá ter acoplamento para estes tipos de flashes.

3.Macro flash /200Af - Minolta

Flash TTL para câmera Minolta 500 com ajuste no modo de exposição M, para Minolta 7000 e 9000 no modo de exposição A (prioridade de abertura) ou de M (manual).-

06. FILME FOTOGRÁFICO

6.1. Constituição

O filme é constituído por uma base (suporte) e emulsão (solução de dois ou mais componentes químicos), que deverá ser composta por elementos que reajam rapidamente à sua ação, ou seja, ser sensível à luz.

A base (suporte) é um material sobre a qual é aderida a emulsão, podendo ser de vidro, papel ou película de triacetato de celulóide, que já foi abandonada por ser muito inflamável.

Atualmente, utiliza-se o acetato de polivinil nos filmes fotográficos.

A emulsão contém geralmente os seguintes componentes químicos: nitrato de prata (sal), que quando exposto à luz forma minúsculos grãos de prata metálico negro; e uma solução halóide (composto que tem um dos seguintes elementos: cloro, bromo ou iodo), que confere maior sensibilidade à luz.

6.2. Características dos Filmes

Sensibilidade

A sensibilidade de um filme, seja P & B ou a cores, é a rapidez com que sua emulsão é impressionada pela luz. Esta condição de maior sensibilidade (filmes rápidos) ou menor sensibilidade (filmes lentos) é classificada em vários padrões:

- ASA (American Standard Association)

- ISO / BS (British Standard ou Din / Deutch Industrie Norrm)

Sensibilidade dos filmes:

Ø Filmes de baixa sensibilidade : EKTAR ASA 25

Ø Filmes de média sensibilidade : FUJICOLOR ASA 100

Ø Filmes de rápida sensibilidade : EKTAR ASA 1000

A escolha de um filme deve ser feita levando-se em consideração todos os fatores para que a imagem seja gravada exatamente da forma que desejamos e para que a

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informação que estamos querendo transmitir chegue até os observadores da foto da melhor forma possível.

Sendo assim, é preciso levar em consideração as condições de luz no momento de fotografar, o nível de contraste e o nível de definição de imagem desejados. Controlando tais fatores, você terá a possibilidade de melhorar incrivelmente o nível técnico e artístico de suas fotos.

Devemos utilizar filmes mais sensíveis quando vamos fotografar uma peça teatral ou um show que impossibilitam o uso do flash. Ou então quando estamos fotografando protozoários vivos no microscópio e temos que congelar o movimento dos mesmos, utilizando velocidades rápidas.

Em boas condições de luminosidade, recomendamos que você fotografe sempre que possível com filmes de baixa sensibilidade para aumentar a qualidade técnica de suas fotografias (gerando ampliações livres de granulação). Os filmes mais sensíveis só devem ser usados quando as condições de luz forem muito precárias ou quando você desejar obter efeitos de suavização da imagem ou grão relativamente grande.

Podemos "puxar" um filme, ou seja, em ambientes com pouca luz você pode informar para a câmera que o filme utilizado é até no máximo 3x mais sensível, após fotografar informe esta mudança ao laboratório para que faça a revelação manualmente.

A câmera deve ser informada da sensibilidade correta do filme utilizado, as câmeras eletrônicas modernas reconhecem automaticamente por códigos de barras, a sensibilidade do filme e o número de exposições do mesmo.

Se em uma câmera mecânica você fotografa com um filme ASA 100 e o dispositivo da câmera que controla a sensibilidade estiver ajustado para ASA 400, as fotos ficarão super expostas.

Granulação ou Grão

A camada sensível (emulsão) é um depósito de minúsculos grãos de halogeneto de prata e quanto maior o tamanho dos grãos de prata, menor a quantidade de luz para sensibilizar a emulsão e vice-versa.

Apesar de microscópicos, os grãos de halogeneto de prata aparecem na fotografia quando ampliamos bastante a imagem negativa, este inconveniente se dá em forma de impressão por

granulação.

Quanto mais sensível o filme, maiores os grãos de halogeneto de prata, resultando em ampliações maiores com granulação aparente.

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Poder de Resolução

É a propriedade de reprodução dos menores detalhes mais íntimos com toda a nitidez.

Quanto mais lenta a emulsão (ex.: ASA 25), melhor serão reproduzidos objetos fotografados.

As emulsões rápidas ou de grão maior têm um poder de resolução menor, na proporção conseqüente do tamanho do grão de sais de prata.

Latitude

Toda a emulsão sensível tem uma latitude, que é a propriedade de compensar, dentro de certos limites, os erros de exposições, permitindo negativos aproveitáveis. Quanto mais lenta a emulsão, menor é a latitude, e quanto mais rápida, maior é a possibilidade de obtermos negativos satisfatórios, mesmo com grandes erros de exposição.

Os filmes positivos (slides) não permitem erros de exposição, pois registram fielmente na película as condições da fotometria.

6.3. Filmes em Preto e Branco (P & B)

6.3.1. Contraste do Filme P & B

É a relação da escala das diferentes tonalidades entre o branco puro e o negro absoluto, obtidos depois de revelado o filme. Se uma determinada emulsão tem a propriedade de oferecer uma larga escala entre o preto e o branco, denomina-se SUAVE (negativo suave). Se pelo contrário, essa escala é curta, denomina-se CONTRASTADA (negativo contrastado).

Ficando entre as duas é denominada NORMAL (negativo normal). Podemos variar o contraste alterando a exposição inicial ou a revelação posterior. Os filmes do tipo "LITO", produzem contrastes extremos.

Exemplos de filmes P & B: ILFORD PAN F PLUS - ASA 150/100/125/400; KODAK T MAX - ASA 25/100; FUJI NEOPAN - ASA 400/1600...

6.4. Filmes Coloridos

O Processo Colorido

Os processos químicos da fotografia em cores são bem mais complexos que os da fotografia em P &, e só é possível a partir da reunião de três cores básicas : vermelho, verde e azul.

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A luz branca, composta por uma combinação dessas 3 cores, pode ser decomposta em cada uma delas, mas também a luz branca pode ser produzida por uma combinação de luzes vermelha, verde e azul que são cores primárias aditivas e a imagem multicolorida (pela mistura de verde, azul e vermelha) é a "síntese aditiva".

A fotografia colorida emprega a "síntese subtrativa" ou seja, utiliza a luz branca e através de filtros cria várias cores. Estes filtros são: o amarelo que subtrai ou bloqueia o azul, o magenta bloqueia o verde, e o ciano bloqueia o vermelho.

Os antigos fotógrafos utilizavam câmeras para fotos em cores, com três "negativos" preto e branco e decompunha os temas em vermelho, verde e azul para depois recambiar as imagens, tendo então uma fotografia "colorida".

O princípio subtrativo, utilizado atualmente nas fotografias coloridas, produz imagens feitas de corante.

Os filmes coloridos compõem-se de três camadas de emulsão semelhantes às usadas nos filmes P & B. Cada camada é convertida numa imagem do corante. A camada superior é

sensível à luz azul, a segunda, à verde e a terceira, à luz vermelha.

Também os filmes coloridos possuem uma base emulsão com diversas camadas: camada antihalo e camada protetora.

Os filmes coloridos possuem pequena latitude. Isto é, toleram apenas erros muito pequenos de exposição, principalmente os filmes reversíveis (para slides), obrigando o fotógrafo a prestar a máxima atenção às tabelas de exposição do flash e ao fotômetro.

a) Filme colorido reversível (positivo - slides)ou CHROME;

Após a revelação, obtém-se a imagem positiva. Usado para a confecção do diapositivo (slides). Pode ser copiado ou ampliado em papel, a partir de um internegativo, pode ser copiado diretamente sobre o papel fotográfico do tipo cibachrome. O filme positivo existe em duas emulsões:

Ø Emulsão para "luz do dia"(dayligth )": é indicada para luz do dia e fotografias com luz de flashes.

Ø Emulsão para "luz artificial"(tungstênio): é indicado para fotografias com lâmpadas foto-flood brancas ou lâmpadas halogênicas (temperatura de cor de 3.200 graus K), usadas em fotos de livros, tabelas e Fotomicroscopia.

Existem dois filtros especiais de conversão (azul) que permitem o seguinte: usar o filme para "luz do dia" com luz de tungstênio e usar o filme para "luz de tungstênio" com luz do dia.

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Exemplos de filmes positivos: EKTACHROME ASA 64/100/200/400; FUJICHROME ASA 50/100/1600; AGFACHROME ASA 100/200...

OBS.: Os filmes positivos (CHROME) e P & B são fabricados em bobinas de 36, 24 e 12 exposições e também em rolos de 30 metros (aproximadamente 36 filmes de 36 exposições). Devemos ter um rebobinador e bobinas vazias para rebobiná-lo. O custo é inferior em 50%.

ARQUIVAMENTO E CONSERVAÇÃO DIAPOSITIVO (SLIDE)

O diapositivo possui em sua estrutura substâncias higroscópicas não somente na sua camada de formação de imagens como no suporte. A umidade pode provocar degeneração, provocando ao longo do tempo, reações químicas, mudanças na forma do objeto e propicia ainda, o desenvolvimento de fungos (degeneração biológica).

Além da umidade, outro fator importante são os produtos químicos residuais do processamento de revelação do diapositivo especialmente quando o fixador (tiossulfato de sódio) não for adequadamente removido na última etapa da revelação.

Por serem formados de substâncias orgânicas estão sujeitas a deterioração devido a ação da própria luz.

O manuseio incorreto do diapositivo (manipulado com as mãos) pode levar umidade e impressões digitais facilitando o desenvolvimento de fungos e mesmo pequenos riscos no diapositivo.

São fatores importantes na deterioração:

umidadepoluentes ambientaisluz (exposição prolongada)fungosrevelação inadequada (tiossulfato de sódio)

O filme colorido (diapositivo) é formado por três estruturas, uma sobre a outra - uma base plástica - a emulsão formadora de imagem e um ligante. A conservação do diapositivo requer cuidados especiais uma vez que sua composição básica é formada por substâncias deterioráveis.

Preservação do arquivo de diapositivos

Nos últimos anos verificou-se um significativo avanço na estabilidade dos corantes empregados, comprovados por testes de envelhecimento acelerado, realizados pela indústria e instituições independentes. Contudo, vale recomendar aqui alguns cuidados no sentido de preservar o diapositivo.

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Uma das recomendações mais importantes é relativo ao arquivamento evitando-se montar diapositivo em molduras de papelão que absorvem umidade. Usar as molduras de plástico.

Arquivar os diapositivos em armário de aço em estruturas com ranhuras distantes uma das outras possibilitando a ventilação entre eles. As estruturas não devem ser higroscópicas (madeira, papelão, cloreto polivinil PVC).

Quando arquivar diapositivos em cartelas transparentes usar preferencialmente o polietileno ou prolipropileno que não aderem ao diapositivo (ao contrário do PVC) mesmo em condição desfavoráveis de umidade.

Manter a umidade relativa do ar (UR) sempre inferior a 65% usando-se em áreas de grande volume de arquivamento um termômetro higroscópico. Nas áreas de arquivamento menor podemos usar a sílica gel.

Manusear os diapositivos sempre com luvas de algodão. Processamento dos filmes em laboratório de confiança.

Limpeza e remoção de fungos

A limpeza de diapositivos pode ser realizada em laboratório de processamento onde sofrem um processo de limpeza semelhante ao processo final de revelação após a fixação, ou ainda usando produtos químicos produzidos pelas grandes firmas do ramo (Kodak) próprias para esse fim.

A remoção de fungos da superfície podem ser feitas com algodão levemente umedecido com tricloroetano com cuidado e superficialmente passar sobre o diapositivo verificando-se se o mesmo não está sendo solubilizado pelo produto.

O tricloroetano é um composto orgânico tóxico que deve ser usado com cuidado, próximo a áreas ventiladas para se evitar contaminação por inalação.

O diapositivo limpo e recuperado deve ser novamente untado em moldura plástica, utilizando-se sempre luva de algodão no manuseio das transparências.

b) Filmes coloridos negativos

Após a revelação, obtêm-se a imagem negativa. É usado para cópias e ampliações em papel.

Podem também ser copiado ou ampliado em preto e branco.

Exemplos de filmes negativos: Ektar- Asa 25/200/1000; Kodak Multispeed Asa 100 a 1000; Fujicolor Asa 100/200/1600; Konica Asa 3200...

07. A LUZ E OS FILTROS

7.1. A Luz

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É a matéria prima fundamental para toda fotografia. O filme colorido registra a cor de modo literal, não levando em consideração um tom generalizado azul ou vermelho, que pode ser característico da fonte de luz.

Existe uma infinidade de tipos de energia semelhante à energia luminosa, tendo basicamente as mesmas características, pois toda são elétricas e magnéticas, propagando pelo espaço através de ondas.

Temos luz quanto essas ondas eletromagnéticas, atingem determinados comprimentos, tornam-se dessa forma visíveis.

A luz tem comprimento de onda em torno de 400 - 700 mm, que é o espectro visível. A luz natural contém todas as cores do espectro visível e nos dá uma impressão de luz branca.

Na natureza todos os objetos absorvem e refletem apenas ondas de determinados comprimentos, em virtude de suas características físico-químicas. Ex: o objeto que parece-nos preto absorve todos os raios de luz e nada reflete, o objeto que parece-nos branco reflete toda a luz, sem nada absorver, enquanto o amarelo reflete apenas luz amarela.

7.2. Temperatura da Cor

Medida, em graus Kelvin (K), da temperatura de um corpo incandescente que emite luz associada à coloração relativa dessa luz.

O conhecimento da temperatura de cor das diversas fontes de luz é indispensável na fotografia profissional, já que o filme utilizado está balanceando para determinada temperatura de cor apenas, não tendo a possibilidade e adaptar-se sem filtros às diferentes fontes de luz, como o olho humano.

Exemplo de temperatura de cores :

Fontes de Luz Temperatura de cor

Céu azul : 10.000 até 18000 graus Kelvin

Céu nublado : 9.000 graus Kelvin

Luz do dia : 7.000 graus Kelvin

Flash eletrônico : 6.000 graus Kelvin

Luz natural (ao meio dia): 5.500 graus Kelvin

Luar / lâmpada fluorescente : 4.500 graus Kelvin

Lâmpada Projeto Slides : 3.500 graus Kelvin

Lâmpada de 60 Watts : 3.000 graus Kelvin

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Nascer do sol - por do sol : 3.000 graus Kelvin

7.3. Filtros

Os filtros são corpos transparentes que absorvem (retém) certas radiações luminosas e deixam passar outras. O emprego do filtro tem a finalidade de corrigir, modificar, restringir ou anular a ação de certos raios de luz que irão formar a imagem na emulsão.

Os Filtros são de três tipos básicos:

1 - De contraste: para filmes preto e branco. Existem nas cores amarelo profundo, alaranjado, vermelho-claro, vermelho-profundo, azul e verde, servindo para exagerar os contrastes tonais.

Um motivo especial adequado para o uso de filtros de contraste é o céu: o filtro amareloescuro torna mais profundo o azul do céu e destaca as nuvens; o filtro vermelho produz contrastes extremos, em que o céu aparece quase preto; o filtro alaranjado tem o efeito intermediário entre eles.

2 - De conversão: para filme colorido. Usados para adaptar filmes do tipo luz do dia (daylight) para uso com iluminação de tungstênio ou vice-versa. Usa-se filtro azul 80 A. corrigir recuos abaixo e excesso de espaço entre palavras.

3 - De equilíbrio de cor: servem para corrigir pequenos desvios entre a temperatura de cor do filme utilizado e a luz incidente. Exemplo de aplicações típicas: filtro azulado para compensar o excesso de vermelho do sol poente, filtro amarelo-polido para compensar o excesso de luz que pode ocorrer quando o motivo se encontra na sombra, iluminando apenas por luz solar refletida.

Filtros Especiais

Filtros Ultravioletas: (UV) São filtros especiais, geralmente usados em montanhas, isto é, quando se faz fotografar a mais de 1.500m de altitude, onde os raios ultravioletas podem estragar a foto, fazendo com que esta perca a nitidez. Estes filtros são incolores e não tem fator, dispensando a correção da abertura do diafragma. Há quem recomende seu uso constante em qualquer tipo de filme, pois purificam o ar e protegem a objetiva contra poeira e riscos.

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Filtros Skylight: (SK) Mais forte, mas com as mesmas características dos anteriores, são incolores ou com uma leve tonalidade rosa, e dão ao filme preto e branco uma grande profundidade além de purificarem o ar.

Filtros de Polarização : ( POL) São filtros que eliminam reflexos de superfícies não metálicas. O filtro de polarização é composto por dois vidros, com grades microscópicas, contra as quais chocam-se os raios de luz dos reflexos eliminando-os da fotografia. Evidencia mais as cores em fotos de natureza.

Filtros TVCC : usados em fotos de computadores possibilitando cores mais harmoniosas.

Filtros FL-D (fluorescent-day): para fotos de RX e cópias de slides em negatoscópios e fotos em ambientes com lâmpadas fluorescente.

Filtros de Proteção : (1A) Toda objetiva deve ter este filtro protegendo a primeira lente.

08. ENQUADRAMENTO E COMPOSIÇÃO

Estes dois aspectos são de grande importância e interferem sensivelmente na qualidade da fotografia, sem falar no bom gosto. O enquadramento se dará conforme for o objetivo do fotógrafo, ou seja, ele poderá enquadrar o objeto de interesse da maneira como achar melhor, porém não deixando dúvidas ao observador da sua intenção.

Geralmente, procuramos centralizar o objeto de interesse no espaço do visor. Quando se tratar de fotos em que o objeto é muito pequeno em relação ao meio onde se encontra, devemos nos aproximar ao máximo do objeto (se possível), caso contrário, utilizaremos equipamentos especiais, que nos permitirão registrar o objeto, sem nos aproximarmos.

Quanto a composição, isto dependerá exclusivamente do fotógrafo. Para realizar uma foto, é preciso que se faça um estudo prévio do local ou do objeto, analisando as suas cores, o tipo de iluminação presente e o posicionamento do objeto em relação à iluminação. Todos estes fatores analisados poderão influenciar extremamente a foto, além de serem indispensáveis para se obter uma boa foto.

O que está dentro da fotografia é muito mais importante do que os elementos desnecessários que você deverá deixar de fora. Para uma perfeita composição, você poderá utilizar da "regra dos terços", que é uma divisão do visor da câmera em um diagrama com duas linhas imaginárias verticais e duas linhas horizontais.

O visor fica assim dividido em terços (nove terços), sendo que o ponto ideal para localizar o motivo principal de sua foto será a interseção das linhas. Os quatros pontos de interseção são chamados por "pontos de ouro", onde o elemento principal é priorizado.

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8.1. Elementos Importantes no Enquadramento e na Composição

Alguma vez você já se perguntou por que as fotografias apresentam-se, em grande maioria das vezes, RETANGULAR? O fotograma assim como os cartões de visita e de crédito, algumas formas arquitetônicas bem como a maioria dos seres vivos obedecem um Princípio de Proporção que foi observado desde Pitágoras e Aristóteles em que foram feitas analogias com o crescimento orgânico, as harmônicas musicais e a arquitetura.

Existem alguns números que divididos entre si apresentam como resultados um número harmônico em torno de 0,68. Exemplo: 2:3=0,666 ; 3:5=0,6 ; 5:8=0,625. Tais números obedecem o princípio de proporção assim como uma fotografia 6x9, 10x15 ou mesmo 17x25. Com a relação entre estes números criam-se retângulos, também harmônicos, chamados Retângulos Áureos.

Retângulo Áureo. Espiral logarítmica, típica de expansão da concha. Estágios sucessivos são marcados por "quadrados rodopiantes" e retângulos áureos expandindo-se em progresso harmônico a partir do centro 0. Assim podemos aplicar uma regra de composição e enquadramento chamada Regra dos Terços. Tal regra consiste em dividir um retângulo áureo em duas linhas verticais e duas linhas horizontais.

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Os pontos de interseção entre as linhas verticais e horizontais, os pontos de ouro representam locais que, ao enquadrar a foto, distribuem harmoniosamente os elementos, chamando a atenção e criando uma estética na composição. Ao enquadrar um elemento isolado do todo, tente priorizar estes pontos.

Pontes, caminhos, estradas, pontas de montanhas, quebra-mar, entre outros elementos e paisagens, quando enquadrados nas diagonais da fotografia criam aspectos de continuidade, não "quebrando" a composição da foto. É importante que se evite ao máximo enquadramentos em que pessoas, plantas e objetos importantes da composição não sejam cortados durante o enquadramento.

Outra forma de enquadrar paisagens com algum horizonte definido como por do Sol em montanhas ou mar, é saber primeiro o que priorizar. Caso seja o céu, utilize o terço inferior para as montanhas e o contrário para priorizar as montanhas Evite

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enquadrar o horizonte no meio da fotografia, afim de impedir a competição entre os elementos que a compõem.

Em uma composição cuja preocupação é distribuir os elementos da foto harmoniosamente requer apenas conhecimentos básicos para o bom emprego da Regra dos Terços e principalmente bom senso.

Lembre-se que algumas vezes é preciso mudar de ângulo para procurar um melhor enquadramento, usar um tripé para compor uma foto com calma. Observar o sentido do crescimento dos elementos. Por exemplo, uma árvore ou uma pessoa. Virar a câmera na vertical, respeitando o sentido do crescimento destes seres.

Evite preencher a fotografia com vários elementos afim de não compor uma foto "suja" em que tudo aparece mas nada se evidencia.

O mais importante na composição não é preencher todos os espaços e sim saber entender os vazios existentes na fotografia.

Alguns Exemplos para enquadramento e composição:

a) Horizonte:

É enquadrado da seguinte maneira :

- horizonte alto: localizado no terço superior do visor - ex.: Fotos de uma mata

- horizonte baixo : localizado no terço inferior do visor - ex.: Por do Sol

- horizonte concentrado : no centro do visor.

OBS.: Os dois primeiros enquadramentos são os mais indicados.

b)Céu:

Pode ser o elemento predominante nas fotos de paisagens; sofre mudanças contínuas e funciona como um refletor, além de ser parte da luz. Nos casos em que ele representa um fator significativo para a composição de uma foto, é

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aconselhável manter as exposições dentro dos limites mínimos exigidos para a produção de detalhes adequados na sombra.

c)Água:

É elemento importante nas fotos das paisagens, devido à sua capacidade de reflexão, incorporando uma diversidade enorme de tons e cores.

Podemos ressaltar alguns fatores responsáveis pelas características visuais da água:

- Céu: confere a coloração.

- Reflexão: espelha tons e formas existentes ao seu redor.

- Movimento: ondulações transmitem uma imagem abstrata.

Obs.: Fotos de quedas d’água (cachoeira) podemos fotografar com logo tempo de exposição (1s, 2s, 4s), fechando o diafragma, deixando a foto com um "efeito véu", o que é muito interessante e belo.

d) Zoológico:

O fotógrafo obterá fotos mais interessantes, se observar a rotina do animal, pois assim terá condições de saber seu comportamento nas diversas horas do dia, podendo, assim, prever seus movimentos. O uso do flash deve ser evitado e, caso tenha que usá-lo, jamais faça-o sem permissão.

O uso de combinações de lentes como uma grande-angular , uma lente normal e, talvez a mais importante, uma objetiva longa, presta-se pelo objetivo do motivo, levando em consideração, principalmente, o enquadramento e a eliminação de obstáculos comuns em zoológicos.

Eliminando cercas e grades:

As grades dos recintos ou cercas de arame nos zoológicos, podem ser eliminados quando se encaixa a objetiva entre as suas divisões, ou quando o fotógrafo se aproxima e usa uma grande abertura do diafragma, com uma objetiva longa e a maior abertura possível, a uma proximidade maior possível, o obstáculo fica fora de foco e o resultado é uma fotografia mais natural. Essa técnica torna-se tanto mais eficaz quanto maior a distância entre o animal e a cerca. Exemplos:

a) Animais Selvagens:

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O problema principal consiste em localizá-los, pois a maioria se esconde, podendo facilmente detectar a presença de um ser humano. Para contornar os problemas de aproximação, a alternativa consiste no uso de teleobjetivas e camuflagens, velocidades rápidas e filmes mais sensíveis.

b) Plantas e Flores: podemos ressaltar três métodos para fotografá-las:

- Close-up: destacar as estruturas e detalhes - macrofotografia

- Foco Seletivo: isolar o objeto do fundo - usar fundo com cartolina, panos ou papel camurça.

- Grupo: enquadrar o grupo vegetal que se deseja - objetiva 50mm ou grande angular.

OBS.: A melhor hora para se fotografar flores é o início da manhã, pois a luz nesta hora do dia, oferece maior contraste para mostrar formas e detalhes. A cor define a forma, contrastes e valores tonais.

Projeção de suas Fotos em filmes positivos (Chrome):

Uma apresentação organizada e adequada do material visual aumenta o impacto de sua mensagem, prende a atenção do espectador e aumenta o interesse do mesmo.

Observe o tempo adequado da projeção dos slides, não mostre diapositivos fora de foco, sub ou super exposto, pois desta forma você transmite que não fotografa bem e não se preocupou com a qualidade da sua apresentação.

Dê um sentido lógico à sua apresentação com introdução desenvolvimento e conclusão. Os diapositivos projetados por longo tempo provocam a mudança de cor pelo calor do projetor.

Diapositivos com tabelas, gráficos, letreiros devem conter o mínimo de informações possíveis, conseguindo assim imagens maiores e melhor projeção.

Antes da projeção, é conveniente o julgamento dos slides por uma pessoa competente, julgando a qualidade dos seus diapositivos e opinando sobre o assunto técnico que será apresentado.

Conheça bem o funcionamento do projetor a ser utilizado e confira seqüência dos slides no carrossel. A projeção com dois projetores simultâneos favorece a apresentação de uma série de slides. O indicador a laser ajuda na apresentação dos slides.

09. FOTOMICROGRAFIA

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Alguns cuidados são importantes para uma fotomicrografia:

a) Fechar parcialmente o diafragma: de modo que suas bordas sejam observadas através das oculares, no campo visual, aumentando também a profundidade de campo da foto.

b) Centralizar o diafragma : utilizando os parafusos do condensador. Com este procedimento, o cilindro de luz que passa pelo diafragma é colocado no eixo óptico do microscópio. Assim, melhora-se o rendimento e a homogeneidade da iluminação, evitando sombras.

c) Introduzir o retículo fotográfico ao sistema óptico do microscópio: ara delimitar a área do espécime a ser fotografado. O retículo fotográfico possui quatro pares de linhas para o centro do campo visual.

d) Focalizar o retículo: isto é observar os pares de linha bem delimitados, essa etapa é muito importante, porque ajusta o olho da pessoa que está fotografando, ao sistema óptico, em relação à película fotográfica, só assim, o negativo estará em foco. Cada pessoa que for fotografar, deve fazer este ajuste.

e) Usar filtro azul ou filmes especiais para luz de tungstênio: se o sistema de exposição fotográfica do microscópio for automático, deve-se ajustar o ISO/ ASA indicado para o filme que está sendo utilizado ou conforme recomendação do fabricante. Mas se o sistema de exposição for manual, deve-se fazer testes de exposição para determinar as condições adequadas, para cada tipo de filme a ser utilizado.

OBS: para fotografar em microscópios estereoscópio (lupas), recomenda-se utilizar filme mais sensível (ex.: ASA 800), pois a iluminação é insuficiente. As fotos com lupa não têm profundidade de campo pois a maioria das lupas não tem diafragma.

Em uma fotomicrografia de protozoários em movimento, devemos também utilizar filmes mais sensíveis (ASA 800), para obter velocidades rápidas (1/125s), congelando o movimento.

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10. TÉCNICAS DE ÁUDIO VISUAL

O termo áudio visual tem definição genérica, abrange todos aqueles sistemas que por meio de imagem e sonorização definem idéias e levam informações, no campo da Educação e outros.

As etapas para a Elaboração de um Roteiro de um áudio visual são:

a) Preparar o tema de maneira que a narrativa e os comentários tenham uma continuidade lógica, fundamentada nos conceitos de princípio, desenvolvimento e término (regra obrigatória), mantendo assim o interesse da audiência.

b) Escolha da imagem a ser fotografada que mais se adeqüe ao tema da narrativa, respeitando o conceito básico da funcionalidade.

c) A narrativa deve ser um complemento da imagem e não um substituto dela.

Lembre-se: 75% da sensibilização de nossa mente se dá pela visão e 13% nos chega pela audição. O comentário da narração deve atender basicamente:

Ø não falar sobre aquilo que a imagem não mostra;

Ø evitar a retórica e usar frases curtas de construção simples;

Ø não dividir a atenção da audiência;

Ø limitar ao máximo o uso de adjetivos e evitar termos pejorativos e gírias;

Ø não narrar o que a imagem mostra e sim complementar o que a audiência visualiza;

Ø não deixar de programar pausas, para dar lugar a outros efeitos sonoros;

Ø usar a locução somente quando a imagem requer;

Ø limitar a locução a não mais de 06 segundos por diapositivo, para não cansar a audiência. Usar locução maior somente quando for exigido;

Ø não abusar das possibilidades dos métodos de áudio visual, planejando áudios de extensa duração, e cansando assim a audiência.

Confecção do Diapositivo para um áudio visual:

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Para o enquadramento da fotografia, dar total preferência à vista horizontal (pois nossa visão cobre mais o sentido horizontal que o sentido vertical). Além disso, a projeção vertical representa inconvenientes para apresentações.

No enquadramento, observar a importância que têm os objetivos em primeiro plano, para acentuar as perspectivas e enquadrar no espaço correto, para que os objetos não fiquem nem muito ajustados ou se percam na imagem.

Não esqueça das regras de boa fotografia, deixando que o horizonte fique paralelo às bordas do quadro e acima ou abaixo da linha média do mesmo, nunca na metade. Os melhores momentos de realizar fotografias de paisagem são as horas da manhã e as horas do pôr do sol.

O horário do meio dia é o período mais crítico para fotografar pessoas ou paisagens, pois os raios solares estão na vertical e resultam em sombras densas e de relevo para a fotografia.

Utilize-se de certas regras básicas de linguagem cinematográfica para efetuar uma série de fotos para uma seqüência do mesmo objeto ou pessoa da seguinte forma:

Ø quando for necessário, faça uma foto geral seguida de um primeiro plano ou um plano médio seguido de um close ou ângulo mais fechado, isto proporcionará um grande efeito dinâmico na montagem de diapositivos;

Ø tenha sempre um sentido direcional nos movimentos dos objetos da imagem. Para trocar o sentido, intercalar algumas tomadas (fotos) neutras (um letreiro indicativo, o público que observa, etc.) que façam a audiência sentir a direção do movimento previamente estabelecido;

Ø evite uma diversificação na combinação das cores e busque uma composição na qual se destaca um simples toque de corante a um fundo neutro, uma cor mais viva contra outra apagada, ou uma combinação que apresente harmonia entre si.

Montagem de um áudio visual:

Utilize molduras cujas bordas não tenham protuberância ou saliência, e que sua grossura não ultrapasse a 3,2mm.

Tenha sempre a atenção de colocar o filme na moldura num mesmo lado, tanto o suporte, quando o lado de emulsão. Depois proceda a marcação correspondente.

Manipule sempre os diapositivos pelas bordas de moldura. Evite tocar com os dedos o setor de emulsão, podendo assim deixar marcas ou ranhuras incorrigíveis, ou então use luvas apropriadas.

Sonorização

Antes da gravação, prepare um roteiro no qual deve ter mais de 50% de valor e interesse do espetáculo. O comentário deve oferecer pausas para o fundo musical e este, por sua vez, deixar espaço para introdução de um efeito sonoro ambiental

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(quando o exigir). O sincronismo do áudio visual é muito importante e uma seqüência iniciada por um diapositivo deve coincidir com a introdução, com um tema musical ou som ambiente característico. Cuidar sempre para que a voz e a técnica do locutor acheguem ao tema tratado e que seja inteligível. Realize a seleção dos temas musicais para um começo da obra, introduza bem a audiência no tema, atingindo, no final, o clima necessário para uma conclusão. Se a obra possui numerosos diapositivos deve dar tempo ao operador de trocar e montar uma nova "Bandeja" em posição.

Projeção do áudio visual

Os projetores devem ficar em uma mesa alta para evitar deformação na imagem projetada (podendo também danificar a lâmpada).

A imagem deve localizar-se no centro da tela, para que tanto os diapositivos horizontais, como os verticais, se enquadrem bem na tela de projeção.

11. FOTOS TRAÇOS (GRÁFICOS, TABELAS, TÍTULOS...)

Existem vários tipos de filmes, programas gráficos e outros meios capazes de fazer a apresentação do seu trabalho. Atualmente, para fazer fotos de gráficos, tabelas e letreiros utilizamos o computador com os programas gráficos.

11.1. Utilizando o Filme Positivo CHROME (Slides)

Fotografando um gráfico com o filme CHROME, o contraste não será desejável, pois teremos uma imagem com o fundo branco (papel) e letras em preto (maq. de datilografia, impressoras em preto e branco).

Para eliminar este efeito indesejável, podemos utilizar impressora coloridas ou transparências sobre uma bela fotografia para um melhor contraste.

Podemos também fazer a "Viragem" do filme Chrome (slides), que consiste na revelação deste filme em processo "C41"diferente do processo normal de revelação que é denominado "E6".No processo "C4l",o fundo (papel) fica azul e as letras (em preto) ficam brancas, resultando em um diapositivo com um melhor contraste.

11.2. Utilizando o Filme para Fotolito "KODALITH"

Neste processo, fotografamos o gráfico ou tabela em folha branca e letras pretas. Com este tipo de filme produzindo contrastes extremos, fica o fundo escuro (preto) e as letras brancas. Pode-se também solicitar a "viragem" do fundo em cores como

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o azul, vermelho, amarelo ... É um processo muito simples, tanto a parte da fotografia, quanto a revelação deste filme, além disso é de baixo custo.

11.3. Utilizando Programas Gráficos

Neste processo, pode ser utilizado o filme CHROME (Slides), e será fotografado o monitor do computador. Para fotografar, basta digitar o texto ou gráfico exibi-lo no visor.

A câmera deve ser colocada no tripé, de preferencia utilizar objetivas 50mm que geralmente possuem abertura do diafragma f/1.8, que por serem claras facilitam a fotometragem. Devemos procurar melhor enquadramento, colocando a câmera bem posicionada e centralizada, evitando a borda do monitor.

Ao fotografar, devemos deixar o diafragma fechado (Nº f./5,6 ou f/8) para evitar a falta de foco nas bordas do slides já que geralmente utilizamos o monitor tipo televisão que não tem a tela plana.

Utilizando filme ASA 100, a velocidade de obturação fica em torno de 1s, 1/2, ou 1/4s, utilizando filmes CHROME mais sensíveis (ex.: ASA 400), diminuiremos mais o tempo de exposição (1/30s, 1/15s), resultando em fotos com maior contraste.

Resumo da técnica Ø Tempo de exposição: Geralmente 1s,1/2s ou 1/4s, sendo aconselhável o uso de câmeras com automático (A) ou (P), que calculam a velocidade automaticamente.

Ø Enquadramento: Centro do telêmetro com o centro do monitor, câmeras na posição horizontal, jamais inclinar a câmera para poder obter um alinhamento. Para se alinhar, usar somente o ajuste vertical do tripé.

Ø Luz: Melhores resultados são obtidos com ausência de luz, porém é possível fotografar durante o dia ou com luzes acesas. Deve-se tomar o cuidado com reflexos, pois mesmo que você não os veja pelo visor, eles poderão aparecer.

Ø Composição: Sempre compor as fotos com os temas adequados. Temas mais técnicos devem manter uma constância de fundo, preferivelmente fundo neutro, padrão fundo azul, com letras brancas. Em assuntos menos técnicos, podem ser usados desenhos diversos, desde que combinem o tema com a foto.

Ø O uso do filtro TVCC (AMBAR) corrige as cores da imagem do monitor.

11.4. Equipamento de informática

Computador: Praticamente tudo o que você faz em um computador Pentium IV, você pode fazer em PIII. O que o diferencia é a qualidade do trabalho e a versão do aplicativo utilizado.

O computador varia de acordo com o que você quer utilizar, programas gráficos como PhotoShop (versão 7.), Corel Draw (versão 10 necessitam no mínimo de um Pentim IV 2.0G, 256 megas de memória RAM.

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Tipo do Monitor: É aconselhável, caso seu monitor não seja de tela plana, utilizar um monitor de 15 ou 17 polegadas, porque eles evitam uma distorção do monitor curvo, porém, se o monitor for de tela plana, o de 14" é satisfatório. Dot Pitch (Dp). .39, .28, .25. Dot Pitch pode ser comparado com a granulação de filme, um monitor de Dp . 25 tem uma resolução melhor do que o .39, os de .25 são ainda poucos e caros, geralmente o 28 tem resultado satisfatório.

Entrada de Imagens

Scanners: Aparelhos que servem para digitalizar uma foto seja de papel ou slides, transformando a foto ou imagem de papel em imagem gráfica na tela do computador. Existem basicamente dois tipos de scanners, os de mesa e os de mão. Os scanners de mesa são os melhores, pois funcionam como uma máquina de xerox, você coloca a foto, e uma luz varre a área lendo e digitalizando a foto.

TV/Vídeo: Através de uma placa especial, pode-se capturar uma imagem através da TV, filmadora ou vídeo e transformá-la em foto digital.

11.5. Softwares (Programas)

Power Point :

Fabricado pela Microsoft, é sem dúvida o melhor programa para apresentação de slides, tendo a opção de se fazer slides no monitor, impresso, ou ainda fazer uma vídeo com recursos multimídia, som, imagem, e voz. Possui a praticidade de poder se interligar com outros produtos da Microsoft como o Word e o Excel, colocando no slide, gráficos ou textos já prontos.

Corel Draw :

Fabricado pela Corel Corporation, é na verdade um pacote de programas, dentre eles, o slide show, que serve para fazer slides. Possui muitos recursos, porém é um pouco complicado de início para se trabalhar, além de ocupar cerca de 700 a 900 megas de memória no HD, enquanto o Power Point ocupa no máximo 100 megas.

Harvard Graphics

Programa pouco usado e sem muitos recursos, porém simples e fácil para quem não entende muito de computadores.(Já está fora de uso, mas de excelente performance).

11.6. Tratamento De Imagens (Programas)

Ø PhotoFinish

Ø Photostyler

Ø Corel Draw

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Ø PhotoShop - O mais usado e mais poderoso, possui inúmeros filtros de efeitos especiais.

Ø Graphics Workshop - Programa que permite visualizar a foto antes de colocá-la como fundo do

Slide

Ø Paint Shop Pró - Fácil de usar, com poucos recursos, ocupa só 7 megas no HD

11.7. Resolução de Imagens

Dependendo da capacidade e do tipo de controlador de vídeo, pode-se ter as seguintes resoluções: 1280 x 1024, 1024 x 768, 640 x 480. A resolução das imagens é proporcional a variação das cores. A resolução de 1280 x 1024 tem imagem de até 16 cores, enquanto que 640 x 480 permite até 16 milhões de cores. Usualmente utilizamos 640 x 480 por possibilitar melhor cor, embora a imagem fique maior; a resolução 1280 x 1024 apresenta imagem 50% menor, porém mais trêmula e com apenas 16 cores. Tipos de resoluções: 640 X 480, 1024 X 960.

12. HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA

12.1. As Primeiras Descobertas

A Fotografia nasceu através do método de impressão sobre o papel, executados e dominados pelos chineses no século VI, época em que, seguramente, não havia meios de divulgação jornalística eficiente. Passados seiscentos anos, começa a difusão da fotografia pela Europa com o esforço e curiosidade dos Pioneiros NIEPCE, FLORENCE, DAGUERRE e TALBOT para torná-la mundialmente conhecida.

Também no século VI, Leonardo da Vinci descreveu o funcionamento de uma câmera escura e a utilização prática para a mesma. Construiu uma câmera escura portátil e substituiu o lado oposto ao do orifício por um pergaminho, através do qual podia ver a imagem. Desta forma, com o auxílio de seus pincéis, gravava, pictoricamente, a imagem produzida pela câmera escura. Para que esta imagem não ficasse invertida, colocou um espelho na parte interna da câmera fazendo com que a imagem fosse projetada horizontalmente, tornando o trabalho mais cômodo.

Esse método de desenho foi amplamente usado na Europa até fins do séc. XVI. Com o tempo, foi sendo esquecido e, no século XVII, deixou definitivamente de ser utilizado.

12.2. As Verdadeiras Fotografias (breve histórico)

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1822 - JOSEPH NICEPHORE NIEPCE, já utilizando a câmera escura de Leonardo da Vinci, usou papel tratado com cloreto de prata e fixado precariamente com ácido nítrico, resultando em negativos de baixa densidade.

1826 - FLORENCE, passou a utilizar verniz de asfalto (Betumen da Judéia) aplicado sobre vidro, além de uma mistura de óleos destinada a fixar a imagem (Heliografia), com um tempo de exposição de 8 horas.

1830 - LOUIS DAGUERRE, pintor e desenhista francês, usando uma chapa revestida com iodeto de prata e vapor de mercúrio, (mercúrio aquecido) como agente revelador e lavando-se a chapa em uma solução de sal de cozinha aquecida, obteve uma imagem inalterada. . Esta imagem formada é o DAGUERRIÓTIPO, de má qualidade, com imagem invertida, pouco contraste tonal e com um tempo de exposição entre 15 e 30 minutos.

1835 - JOSEF PETZUAL, matemático Húngaro, fabricou uma lente dupla (acromática) que, por ter uma grande abertura, era muito mais rápida que as lentes até então utilizadas, reduzindo drasticamente o tempo de exposição.

1837 - HEARBES FLORENCE, fixou residência no Brasil (Vila de São Carlos - Campinas na época pequeno lugarejo no interior da província de São Paulo). Conseguiu, nesta época, fixar cópias fotográficas de desenhos em papel sensibilizado com o cloreto de ouro, utilizando a urina (em função da amônia existente em sua composição). O próprio amoníaco (hidróxido de amônia) serviu como solvente para as provas a base de cloreto de prata.

19 de agosto de 1839 - O governo francês anunciou o nascimento da fotografia na "Academia de Ciências" e na "Academia de Belas Artes" de Paris, doando ao mundo a descoberta de um processo fotográfico denominado "Daguereótipo", inventado pelo pintor LOUIS JACQUES

MANDÉ DAGUERRE (1787 - 1851).

1840 - WILLIAM H. FOX TALBOT, cientista inglês, foi o primeiro a conseguir um sistema simples para a produção de um número determinado de cópias a partir da chapa exposta, tendo assim um negativo original (calótipo).

1851 - FREDERIK SCOTT ARCHER, inventor do processo do colóide úmido, ou seja, uma chapa de vidro com uma solução de nitrato de celulose, na qual havia iodeto solúvel e uma sensibilização com nitrato de prata. A chapa era umedecida antes de ser exposta na máquina fotográfica, sendo depois revelada com pirogalol ou com um sal ferroso.

1871 - RICHARD LEACH MADDOX, inventou a primeira chapa manipulável, usando gelatina para manter o brometo de prata. Por volta de 1877, placas de alta sensibilidade, acondicionadas em caixas prontas para serem utilizadas, já eram encontradas no mercado.

12.3. A Revolução Fotográfica

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1880 - GEORGE ESATMAN, começa a fabricar e vender a sua própria produção, fundando a EASTMAN DAY PLATE COMPANY.

1884 - _____. e Willian H. Walker, fabricam um chassi, que comportava um rolo de papel montado numa base protetora e suficiente para 24 exposições. O chassi poderia ser encaixado em qualquer câmera padrão, para fotos em chapa.

1886 - _____. Cria-se a Kodak, câmera pequena com um rolo de filme de 6,35 cm, no qual se obtinham cem exposições circulares. Máquina com uma única velocidade (1/25s), uma abertura, uma objetiva retilínea de foco fixo e um obturador cilíndrico acionado em cordão e disparado por meio de um botão.

1889 - HENRY M. RUCHEMBACH, químico da Kodak, aprimora o espesso celulóide transparente, em filmes de celulóides transparente.

1890 - Já existiam, no mercado, sete modelos de câmera (Kodak) que podiam ser carregadas à luz natural.

1897 - Modelo dobrável (Kodak) que tirava doze fotografias de 3.80 x 6,35 centímetros.

1900 - Surge a câmera Brownell, modelo mais simples, que tirava foto 6 x 6 cm, em filme de rolo em cartucho.

1880 - R & J. BECK - Fabricam a primeira máquina de duas objetivas com lentes interligadas e de foco simultâneo.

1888 - S. D. MACKELLEN - Tirou a patente da primeira máquina reflex na qual o espelho deslocava-se automaticamente durante a exposição, pois era ligada ao obturador de cortina.

No início deste século, a história passou a caracterizar-se mais pelo refinamento e aperfeiçoamento do que por inovações ou invenções:

1924 - A ERMANOX, com chapa única de precisão e diafragma F.1.8;

1925 - A excelente LEICA, precursora de todas as câmeras de 35 mm;

1928 - FRANKE e HEIDECK lançam a Rolleiflex TLR (ou reflex de duas objetivas)

1936 - Surge o filme KODACHROME ( diapositivo - slides) em 16 mm, e 35 mm;

1949 - Surge o polaroide em branco e preto e em cores ;

1950 - A SLR ou reflex mono-objetiva de 35 mm;

1965 - A Instamatic de cartucho 126 mm.

1993 - Cânon EOS 5, que focaliza imagens apenas com a movimentação do olho. O segredo está no seu visor, que localiza a posição da pupila com uma varredura de raios infravermelhos.

1994 - Kodak DS 200 ci – digital, sendo o sistema formado pela câmera Nikon 8.008s com objetiva Nikon e o DSC 200 ci (a parte digital do conjunto). É uma

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câmera de imagem computadorizada que permite arquivar até 4,5 mbytes de imagens coloridas e com ligação direta aos computadores Macintosh ou PC. Podendo arquivar só imagens Preto e Branco (DS 200 nsi) ou só imagens coloridas (DSC 200 ci).

12.4. Em resumo a história da fotografia passa pelas seguintes etapas:

Ø a imagem era gravada muito suavemente;

Ø a foto ficava completamente preta ao ser observada, pois a luz ambiente enegrecia toda a chapa;

Ø a chapa tinha que ser exposta à luz por muito tempo e, por este motivo, os objetos em movimento saiam tremidos, pois sua imagem movimentava-se na chapa durante a exposição. As soluções foram aparecendo gradativamente :

Ø para que a imagem fosse gravada mais intensamente, foi inventado um processo físico-químico denominado revelação da imagem. Depois de exposta à luz, a chapa era submetida ao vapor de mercúrio, intensificando a imagem.

Ø para que a imagem não escurecesse sob a ação da luz ambiente, foi criado o processo de fixação.

Um banho numa solução de tiosulfato de sódio retirava da chapa os sais de prata que não haviam sido utilizados na gravação da imagem. Assim, a foto podia ser observada a qualquer luz sem ficar escura. O problema do longo tempo de exposição foi solucionado de duas formas:

Ø aumentando a sensibilidade dos sais de prata para que a gravação da imagem fosse mais rápida;

Ø aumentando a quantidade e intensidade dos raios de luz que formam a imagem.

Ø para aumentar a sensibilidade dos filmes, foram feitas misturas com prata e cloro (Cloreto de prata), prata e iodo (Iodeto de prata) e com prata e bromo (Brometo de prata).Esta última é a mais usada nos filmes atuais. O problema do aumento da quantidade e intensidade dos raios de luz foi mais complicado, pois se o orifício da câmera fosse maior, originaria a desfocalização da imagem.

Este problema foi solucionado, aumentando o diâmetro do orifício e colocando uma lente convergente, aproveitando mais os raios de luz, chegando ao filme uma imagem nítida e muito mais luminosa.

14.0 BIBLIOGRAFIA BÁSICA (Infelizmente, seu uso se restringe como um referencial)

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ARNOLD, C.R.; P.S. STWEART. J.S.J. "Fotografia Explicada". Barcelona:Omega,1987.

BARTHES, Roland. "A Câmera Clara, Nota sobre a Fotografia". RJ: Ed.Nova - 1984.

BITTAR, Paulo. "Fotografia na Natureza", 1991 - Cadernos publicados.

BUSSELE, M. Tudo sobre fotografia. 8. ed. São Paulo: Pioneira, 1983.

Curso Completo de Fotografia Globo – Fotografia - Volume 1 e 2 - Rio Gráfica e

Editora/SA, 1991.

Curso Prático de Fotografia Globo. "A fotografia Profissional". Ed. Globo,

1989.

EASTMAN KODAK COMPANY. O prazer de fotografar. 3ª ed. São Paulo: Ed. Nova Cultura, 1987

FREEMAN, Michael. Grande Manual de Fotografia. Ed. Dinalivro, 1996.

GARCIA, Chiarine Hélio. "Princípio básico sobre Fotografia Preto e Branco". ICB-UFMG: Cadernos publicados, 1993.

GURAN, M. Linguagem fotográfica e informação. Rio de Janeiro. Rio Fundo, 1992.

LANGFORD, M. Aprendizagem da fotografia; iniciação. Portugal: Presença, 1980

______________. "Tratado de Fotografia - uma Gramática de Técnica"Ed. Dinalivro, Martins Fonte, - 1990

LEITE, Eugênio Batista. Manual de Fotografia e planejamento de um áudio visual. PUC-MG. fevereiro 2000. 38 pg. Mimeografado.

LIMA, Pedro. Como cuidar da câmara. Íris Foto, São Paulo, n.386 p. 40-8, 1985. out.

MICROSOFT - POWER POINT 97: sem mistério / Perspection, INC.; traduação Lars Gustav Erik Unonius – São Paulo, Berkeley Brasil, 1997.

PIAZZA, Lello. Manual prático de Fotografia. Ed. Dinalivro, 1996.

SITRANGULO, Cláudio. ABC de uma câmara fotográfica. Íris Foto, São Paulo, 1989.

TRADE FREE ZONE (Ed.). Macrofotografia. Extraído da Internet via http://www.tfz.com.ar/camaras/accesorios/macrofotografia/index.html.

TRIGO, Thales. Equipamento fotográfico: teoria e prática- São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 1998.

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VOIGT, Friedrich W. Pequena enciclopédia de fotografia. Editora Tecnoprint S.A. Rio de Janeiro, 1985.

WALDEZ, A. "Filtros para Fotografia e Cinema". SP: Íris, 1992.

Dez questões básicas que o fotógrafo deve saber antes de fotografar

Prof. Enio LeiteFocus – Escola de Fotografia & Tecnologia Digital

A lei que atualmente regula os direitos autorais no Brasil é a 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.

Esta "cartilha" não pretende reproduzir o texto legal. É apenas uma versão parcial, adaptada e dirigida aos fotógrafos e consumidores de imagem fotográfica na área comercial, ainda que legalmente correta e criteriosa. No caso de duvidas, sugere-se a consulta da lei.

1. Cuidado ao fotografar pessoas, há restrições quanto ao uso da imagem alheia. Para fins jornalísticos e editoriais não há impedimento desde que não haja dano à imagem.

2. Cuidado ao fotografar obra de arte que também é protegida, tanto quanto a imagem de uma pessoa.

3. Fotos para fins pedagógicos, científicos, têm uma redução da proteção do titular de direito em favor da sociedade que é usuária do conhecimento humano.

4. Obras arquitetônicas são consideradas artísticas, portanto, também estão protegidas pelo direito do autor.

5. Na publicidade, tenha em mente sempre a regra: nada pode sem a autorização do titular.

6. Jamais faça remontagem da imagem de uma pessoa. A prática é comum no design e não é permitida perante a lei.

7. Obra fotográfica bastante conhecida ou notoriamente artística não pode ser plagiada.

8. Ninguém pode alegar que o fotógrafo cedeu os direitos autorais, sem que isso conste expressamente em contrato de cessão de direitos.

9. A interpretação dos contratos de cessão é restrita.

10. O fotógrafo não é obrigado a autorizar alterações em sua obra, a não ser que conste no contrato de cessão de direitos.

Bem, vamos agora aos principais fatos:

A fotografia é protegida por lei?É. A fotografia é considerada como obra intelectual, e como tal está protegida pelo

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art. 7., inc. VII da Lei n. n9610/98:

Art.7.: São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro, tais como:

VII - As obras fotográficas e as produzidas por qualquer processo análogo aoda fotografia.

Quem é o autor? A Lei garante os seus direitos?O autor é a pessoa física que cria a obra literária, artística ou científica, sendo, no nosso caso, o próprio fotógrafo. O autor da obra fotográfica poderá ser identificado pelo seu nome civil, completo ou abreviado até por suas iniciais, pelo pseudônimo ou qualquer outro sinal convencional.

A obra fotográfica precisa ser registrada? Como é comprovada sua autoria?Não. O artigo 18 da Lei dos Direitos Autorais exime a obrigação de registro da obra. No caso específico do fotógrafo publicitário, a autoria de uma foto pode ser comprovada de muitas maneiras: o orçamento que gerou a foto, o pedido da agência ou cliente, a Nota Fiscal, as sobras de cromos, provas ou negativos, enfim, tudo o que ligue a foto ao solicitante e/ou ao fotógrafo.

O fotógrafo de publicidade é autor?É. A legislação brasileira prevê 02 (duas) hipóteses específicas para o fotógrafo de publicidade. A primeira está prevista na Constituição Federal, art. 5., inc. VIII, que se refere à definição da obra feita em co-autoria, ou seja, aquela obra criada em comum por dois ou mais autores.

E a segunda,está prevista neste mesmo artigo, letra "g", que se refere à obra derivada, ou seja, aquela que constitui criação intelectual nova resultando datransformação da obra originária. Na utilização da obra feita em co-autoria será sempre necessária a autorização dos autores que integram essa obra.

A foto é sempre o produto de um autor, portanto objeto de um direito. Nos casos onde haja manipulação digital (retoque, fusão etc) posterior, necessáriamente autorizada, o direito passa a ser compartilhado.

Você precisa saber:

Na composição dos direitos autorais, existe uma divisão: direitos morais e patrimoniais. Esses direitos protegem e orientam o autor, no que diz respeito à obra criada por ele. Como autor, há coisas que você pode e coisas que não pode fazer e esta é a chave para toda a questão ética. Os direitos morais são inalienáveis e irrenunciáveis, enquanto os direitos patrimoniaispoderão ser cedidos definitivamente ou por prazo determinado.

1. Direitos MoraisSão direitos que o autor não poderá vender, dar, emprestar, fazer leasing,desistir etc. Eles são parte inseparável da obra criada, seja ela feita por encomenda, co-

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autoria, colaboração ou outras, pertencendo esses direitos única e exclusivamente ao autor. Portanto, pelo art.24 da Lei dos Direitos Autorais, o fotógrafo tem direito a:- reivindicar, a qualquer tempo, a autoria da foto.- ter seu nome, pseudônimo ou sinal convencional ou indicado na utilizaçãoda foto.- é o que chamamos de crédito.- conservar a foto inédita.- opor-se a qualquer modificação na sua foto.- no entanto, o fotógrafo pode modificar sua foto, antes ou depois deutilizada.- retirar de circulação a sua foto ou suspender qualquer forma de utilizaçãojá autorizada, quando considerar a circulação ou utilização indevida.- ter acesso, para reprodução, o original único e raro da foto de suaautoria, mesmo quando se encontre legitimamente em poder de outro.

2. Direitos PatrimoniaisSão aqueles que permitem que você possa comercializar a sua foto, da forma que quiser. Seja ela encomendada ou não. É isso o que vai permitir sua profissionalização e sua inclusão no mercado.

Atenção:A Lei autoriza que, no caso de ausência de menção do prazo em contrato de cessão de direitos, fica estipulado o prazo de 05 (cinco) anos. Quem for utilizar uma foto deverá ter autorização prévia e expressa do fotógrafo, por exemplo:- reprodução parcial ou integral.- edição.- quaisquer transformações.- inclusão em produção audiovisual.- distribuição fora do contrato de autorização para uso ou exploração- distribuição mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer meioque permita acesso pago à foto, inclusive a Internet.- utilização, direta ou indireta, da foto, através de inúmeros meios deexibição: áudio-visual, cinema ou processo assemelhado, satélitesartificiais, sistemas óticos, fios telefônicos ou não, cabos ou quaisquermeios de comunicação.- quaisquer outras modalidades de utilização existentes ou que venham a sercriadas.

Problemas Polêmicos

1. O cliente pagou, a foto é dele.Não, não é. Os direitos patrimoniais da fotografia podem pertencer ao cliente, dependendo do contrato assinado com o mesmo. Os direitos morais não. Como já falamos, os direitos morais são inalienáveis e irrenunciáveis, pertencendo única e exclusivamente ao autor.

O direito de exploração da obra precisa sempre de autorização formal, a qualquer tempo. Qualquer trabalho intelectual comercializado é uma concessão de direitos autorais, por tempo e veículo especificados. Você pode fazer uma cessão patrimonial de direitos, mas para isso, a Lei exige um contrato específico à parte, pois a utilização econômica, por parte do cliente, se extingue automaticamente após 5 anos da morte do autor, voltando o direito de comercialização aos seus sucessores.

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Os direitos patrimoniais ficam por 70 (setenta) anos com seus herdeiros. Só na falta deles a sua foto será de domínio público.

2. O cliente quer "Buy-Out". O que é isso?Legalmente não é nada. Moralmente, é uma cilada para todos os envolvidos. Perante a Lei, o autor, isto é, você é responsável pelos Direitos Morais da foto, direitos estes dos quais você não pode se livrar, nem que queira. Você vende para o cliente a utilização daquela foto, porque você pode explorá-la comercialmente, mas por um tempo/espaço/mídia que podem ser qualquer um porém, sempre determinados.

Para haver cessão é necessário um contrato especial e, mesmo este, tem prazo para terminar! Por quanto e como você vende esta utilização é portanto, arbítrio seu e do mercado. Porém, a melhor forma (e mais prática) será sempre a praticada nos moldes e exemplos da própria Lei.

Atenção:No caso de fotografia para fins comerciais, você não pode sair fotografando nem a pessoa que você bem entender nem qualquer objeto de autoria conhecida, sem prévia autorização, porque você estará infringindo a Lei que regula o Direito de Imagem das pessoas e/ou objetos (propriedades).

Preservação de negativos e equipamentos

Fungos são microrganismos parasitas e necessitam de duas coisas para sobreviver:1) meio favorável, que é a umidade;2) alimento, que é a cola das objetivas e prismas ou da própria gelatina animal dos negativos, cromos e papéis fotográficos.

Já que a fotografia é uma tecnologia desenvolvida para atender um determinado mercado, que é o Hemisfério Norte (Estados Unidos, Europa e Japão) esta não é, e nunca será adaptada para climas tropicais, pois o que nós na América Latina, África e outras regiões do Terceiro Mundo consumimos é pura piada para os fabricantes.

A saída é ter uma sala totalmente climatizada, com temperatura e umidade relativa do ar controlados. Seu custo, por outro lado, é inviável para pobres mortais como nós…

Por outro lado, temos que estar atentos ao tipo de material utilizado para o respectivo armazenamento. Material plástico comum, papéis, tecidos e outros não são recomendados, pois possuem elementos agressivos como PVC e corantes, e ainda apresentam a propriedade de absorver umidade.

Sílica também não resolve nosso caso, pois apesar de absorver umidade, depois de saturada, devolve a mesma umidade absorvida para o seu respectivo meio.

Vamos diretamente às soluções práticas.1) Arrume um armário ou arquivo de aço, ou caixa de ferramentas de plástico. Madeira nem pensar, pois é porosa e absorve umidade.2) Coloque-o em um lugar da sala ou estúdio seco, ventilado e que bata sol.3) Dentro de cada gaveta, ou compartimento, pegue copinhos de café descartável e

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encha com pastilhas de formaldeido.

O formol possui duas propriedades:1) Esteriliza o ar, matando os fungos;2) Absorve umidade!

Note que com o tempo, as pastilhas esfarelam, viram farinha! Isso é devido à umidade absorvida. Ai, jogue fora, e coloque pastilhas novas !

Junto com o formol adicione um pouco de carvão para churrasco. O cartão também apresenta a propriedade de absorver umidade e odores.

Onde comprar essas pastilhas ? Qualquer loja de material cirúrgico ou dental. Custa menos do que R$ 5,00 o potinho com 100 pastilhas.

Agora, por favor, atenção: NÃO COLOQUE A CÂMERA COM FILME EM CONTATO COM O FORMOL. Seu gás poderá velá-lo totalmente! Este método também é muito útil para guarda de negativos, slides e cópias.

Caso suas lentes sejam de acrílico, não mantenha o ambiente hermeticamente fechado por muito tempo. Esse gás poderá apresentar breve reação com o acrílico e partes plásticas e deixá-lo levemente opaco. Abra e feche o compartimento com freqüência.

Outra providência é encerar o corpo da câmera e das objetivas plásticas com óleo WD 40. Coloque um pouco de WD em algodão, esfregue no corpo, tomando cuidado com as partes ópticas, para remover sujeira e suor da mão. Em seguida, aplique de novo o WD com algodão e deixe sobre a mesa por uma hora, para secar. O WD 40 vai formar um minúsculo polímero, como cera para automóvel, protegendo o equipamento.

Já que o desumidificador é um equipamento muito caro, tem que ficar ligado 24 horas por dia, consumindo uma energia elétrica brava, e necessita de um sistema de esgoto eficiente para drenar sua água. As pastilhas de formol são um bom começo, pois dispensa todo este maquinário..

Para guarda e arquivo de negativos, fotos, cromos ou slides, utilize sempre protetores de plástico neutro, livres de PVC. Estes não amarelam com o tempo, nem contaminam suas imagens.

Mas lembre-se sempre. Com todos estes cuidados ainda é imprescindível o manuseio e uso regular de seu equipamento e imagens. Eles devem sempre tomar um pouco de ar, arejar e estar em uso freqüente. Como teu micro, videocassete ou o seu carro, por exemplo.

Seu equipamento, suas imagens, como qualquer outra ferramenta de trabalho, foi projetado para uso constante. Não transforme sua casa em museu, pois a deterioração virá na certa, apesar de todos os cuidados.

ARQUIVAMENTO E CONSERVAÇÃO DE DIAPOSITIVOS (SLIDES)

O diapositivo possui em sua estrutura substâncias higroscópicas não somente na sua camada de formação de imagens como no suporte. A umidade pode provocar degeneração, provocando ao longo do tempo, reações químicas, mudanças na

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forma do objeto e propicia ainda, o desenvolvimento de fungos (degeneração biológica).

Além da umidade, outro fator importante são os produtos químicos residuais do processamento de revelação do diapositivo especialmente quando o fixador (tiossulfato de sódio) não for adequadamente removido na última etapa da revelação.

Por serem formados de substâncias orgânicas estão sujeitas a deterioração devido a ação da própria luz.

O manuseio incorreto do diapositivo (manipulado com as mãos) pode levar umidade e impressões digitais facilitando o desenvolvimento de fungos e mesmo pequenos riscos no diapositivo.

São fatores importantes na deterioração:

umidadepoluentes ambientaisluz (exposição prolongada)fungosrevelação inadequada (tiossulfato de sódio)

O filme colorido (diapositivo) é formado por três estruturas, uma sobre a outra - uma base plástica - a emulsão formadora de imagem e um ligante. A conservação do diapositivo requer cuidados especiais uma vez que sua composição básica é formada por substâncias deterioráveis.

Preservação do arquivo de diapositivos

Nos últimos anos verificou-se um significativo avanço na estabilidade dos corantes empregados, comprovados por testes de envelhecimento acelerado, realizados pela indústria e instituições independentes. Contudo, vale recomendar aqui alguns cuidados no sentido de preservar o diapositivo.

Uma das recomendações mais importantes é relativo ao arquivamento evitando-se montar diapositivo em molduras de papelão que absorvem umidade. Usar as molduras de plástico.

Arquivar os diapositivos em armário de aço em estruturas com ranhuras distantes uma das outras possibilitando a ventilação entre eles. As estruturas não devem ser higroscópicas (madeira, papelão, cloreto polivinil PVC).

Quando arquivar diapositivos em cartelas transparentes usar preferencialmente o polietileno ou prolipropileno que não aderem ao diapositivo (ao contrário do PVC) mesmo em condição desfavoráveis de umidade.

Manter a umidade relativa do ar (UR) sempre inferior a 65% usando-se em áreas de grande volume de arquivamento um termômetro higroscópico. Nas áreas de arquivamento menor podemos usar a sílica gel.

Manusear os diapositivos sempre com luvas de algodão. Processamento dos filmes em laboratório de confiança.

Limpeza e remoção de fungos

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A limpeza de diapositivos pode ser realizada em laboratório de processamento onde sofrem um processo de limpeza semelhante ao processo final de revelação após a fixação, ou ainda usando produtos químicos produzidos pelas grandes firmas do ramo (Kodak) próprias para esse fim.

A remoção de fungos da superfície podem ser feitas com algodão levemente umedecido com tricloroetano com cuidado e superficialmente passar sobre o diapositivo verificando-se se o mesmo não está sendo solubilizado pelo produto.

O tricloroetano é um composto orgânico tóxico que deve ser usado com cuidado, próximo a áreas ventiladas para se evitar contaminação por inalação.

O diapositivo limpo e recuperado deve ser novamente untado em moldura plástica, utilizando-se sempre luva de algodão no manuseio das transparências.

Fotografia e a Tecnologia

Até o presente momento as vendas de filmes Kodak permanecem estáveis. As de outras marcas, idem. No mercado fotográfico global, a venda de filmes se compara á venda de câmaras convencionais, 21%. Os serviços de revelação, tanto para o amador, quanto para o profissional, 38%. Já a fotografia digital ocupa 5% deste mercado, embora o índice de vendas de câmaras digitais tenha dobrado.

Aparentemente, o filme, apesar de sua demanda mercadológica, ainda conserva vantagem significativa sobre a tecnologia digital na captação de riquezas de detalhes e na respectiva qualidade final.

Com certeza deve haver mais de um gigabyte de informação em cada fotograma revelado que não há maneira do escaner, ou outros meios, por mais evoluído que seja, de registrar toda sua gama.

Apesar das quatro maiores industrias fotoquímicas (Kodak, Fuji, Agfa e Konica) estejam há mais de uma década envolvidas com a imagem digital, ainda não se esqueceram de seus produtos tradicionais.

De fato, investir em pesquisa e desenvolvimento de filmes neste novo século, assemelha-se como tentar melhorar o clássico projeto de motor a diesel. Mas, as industrias ainda continuam apostando no seu aprimoramento.

A tecnologia digital tem demonstrado ser o meio de atender novas necessidades, com maior velocidade. Mas, por outro lado não tem atendido sua premissa básica de mercado: custo.

Embora o filme, cujo princípio a base de sais de prata, exista há mais de 160 anos, ainda se utiliza apenas 20% de sua capacidade total. Estas novas pesquisas têm buscado o aprimoramento, tanto da sensibilidade cromática, quanto física dos filmes, minimizando ao máximo sua granulação e melhorando exponencialmente sua definição. Para tanto, os pesquisadores já adentraram no universo atômico. Estas melhorias são prioridade, pois a questão da sensibilidade á luz deverá

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continuar sendo o calcanhar de Aquiles das câmaras digitais.

Em outras palavras, quando os seus sensores de luz são ajustados para sensibilidade superior ao equivalente ISO 800, passam a gerar distorções nas imagens produzidas, em forma de ruído. Para filme, constituído de tecnologia madura e estável, fica mais fácil melhorar sua resposta, em relação aos sensores digitais. De fato, o maior potencial deste filme está justamente na alta sensibilidade, permitindo fotografar em ambientes com pouca luz. Por outro lado, o custo dos investimentos em tecnologia notória, já consolidada é muito menor em relação ás novas tecnologias emergentes.

A fabricação do filme fotográfico emprega minúsculos cristais de prata, sais de bromo, cloro, iodo, ou combinação destes.Quando o obturador da câmara é acionado, não há qualquer efeito visível. Há, entretanto, uma alteração fotoquímica, já que os fótons reagiram com estes cristais, denominado imagem latente. A revelação, por sua vez, conclui este processo, reduzindo e oxidando-os, acabando por transformá-los em minúsculos grãos de prata metálica, agora visível a olho nu.

A tecnologia do filme em cores, por sua vez, emprega três camadas, cada uma sensível a uma cor primária: vermelho, verde e azul. Sua revelação implica em etapas adicionais. Depois que as imagens de prata são reveladas, cada uma suspensa em sua respectiva camada, os corantes vão se associar a cada partícula de prata. Em seguida, são submetidos ao branqueador, que por sua vez, dissolve a imagem de prata, deixando visível apenas os pigmentos coloridos sob ela.

Há 25 anos atrás, pesquisadores da Kodak , em Rochester, NY, desenvolveram nova tecnologia de cristais de prata, que torna seus respectivos grãos menos perceptíveis na imagem final. Os grãos tradicionais apresentam aproximadamente, formato cúbico. Os novos grãos, agora mais finos, possuem formas de abas mais achatadas conhecidos como grãos “T” ou tabulares. Apesar de seu menor volume, apresenta a mesma capacidade de captação em relação aos tradicionais, porque cobrem aproximadamente a mesma área da superfície do filme.

A introdução dessas melhorias e de outras tecnologias fez que o filme atual de ISO 800 apresente granulação, contraste, definição e outras características compatíveis a filme muito menos sensível de uma década atrás.

Quase toda a industria fotográfica já produziu sua própria tecnologia para reduzir o formato dos grãos. Atualmente, a premissa das atuais investigações é aumentar o potencial dos grãos isolados de prata de captar fótons.

A princípio, todo fóton que atinge os sais de prata dos filmes atuais se transforma em um elétron para produzir a imagem latente. Entretanto, há dois anos os cientistas já anunciavam nova maneira de duplicar o número de elétrons produzido por cada fóton. Essa técnica capitaliza o fato de que nos filmes em cores, os fótons são primeiramente transformados em elétrons no conjunto de pigmentos periféricos, para depois atingirem as moléculas de prata que formam a imagem.

Estes pesquisadores já desenvolveram moléculas de corantes que, depois de atingidas por um fóton, liberam dois elétrons para os sais de prata. Ao obter dois elétrons, o processo possibilita duplicar sua sensibilidade á luz, sem aumentar o número de grãos de prata, responsáveis pela distorção da imagem. A tecnologia de dois elétrons está atualmente sendo empregado nas cópias finais de filmes cinematográficos, em virtude de seu alto consumo imediato e facilidade de aferir resultados. Deverá em breve chegar aos filmes fotográficos, potencializando sua capacidade de registrar ainda mais a eterna verossimilhança.

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Enquanto houver demanda de mercado, os filmes irão continuar sendo pesquisados e aprimorados. Tanto na sua qualidade técnica, como na necessidade de redução de custos, já que as novas conquistas tendem a diminuir cada vez mais o teor dos sais de prata. O filme convencional ainda tem muito potencial a ser explorado.

O que é o formato JPG

No universo da Internet as imagens digitais podem ser distribuídas em 3 formatos diferentes: GIF, PNG e JPG. O formato GIF geralmente é usado para ilustrações, figuras, logos e marcas exibidas na rede. Ele usa apenas 256 cores para criar a foto ou desenho digital, o que é aceitável para imagens com cores chapadas e bem definidas. O formato PNG será discutido em uma outra dica.

Para gravar fotografias, que tem uma grande variedade de cores e apresentam transições sutis entre elas, é usado o formato JPG ou JPEG, sigla do Joint Photographic Experts Group (www.jpeg.org). Ele usa 16.8 milhões de cores para formar a imagem digital e por isso consegue produzir arquivos que reproduzem com fidelidade a imagem original. Confira abaixo a mesma imagem nos formato JPG (acima) e GIF (abaixo).

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O JPG e o tamanho dos arquivosOutra vantagem do formato JPG é a capacidade de comprimir os arquivos na hora que eles são gravados em seu disco rígido. Por exemplo: quando você digitaliza uma cópia em papel ou um negativo por meio de um scanner, ou produz em sua câmera digital uma fotografia com, por exemplo, 1200x800 pontos, o arquivo gerado apresenta um tamanho original de aproximadamente 2.7 MB.

Quando ele vai ser gravada no disco rígido do computador, na memória ou em outro dispositivo de armazenamento da câmera, ele é comprimido pelo formato JPG, resultando em um arquivo final de mais ou menos 100 Kb, dependendo do nível de compressão escolhido.

Quando vamos ver a foto na tela do computador, o micro faz a descompressão do arquivo, e a imagem "aberta" na tela ocupa novamente o tamanho original em que ela foi criada (2.7 MB).

Níveis de compressãoVocê pode escolher o nível de compressão das imagens na hora de gravá las.

Geralmente os softwares de edição de imagens disponibilizam 4 padrões de qualidade (máxima, alta, média e baixa), de acordo com o nível de compressão que a imagem terá na hora em que for salva no HD do computador (foto ao lado).

Quanto menor a compressão (qualidade máxima), maior a qualidade da imagem gerada e maior o tamanho do arquivo final. Quanto maior a compressão (qualidade baixa), menor será a qualidade da imagem e também menor será o tamanho do arquivo final. Nas imagens abaixo você vê o resultado de uma imagem salva com alta compressão (esquerda) e outra com baixa compressão (direita).

As câmeras digitais também oferecem estas opções, porém de forma menos transparente. Você geralmente escolhe o número de fotos que podem ser gravadas no cartão ou memória. Quanto menor o número de fotos por cartão, maior a qualidade delas, pois quanto maior o arquivo digital, maior a qualidade da foto produzida por ele. Se você escolhe a opção de maior números de fotos, provavelmente elas terão menor qualidade.

Compressão degenerativaO formato JPG comprime os arquivos de imagens descartando parte da informação cromática contida na fotografia. O problema é que cada vez que a imagem é salva, você perde um pouco de qualidade, ou seja, o processo é acumulativo. Caso você queira trabalhar uma imagem digital (recortar, fazer

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ajustes de cor e tamanho, fusões, etc), o que normalmente requer que você a salve várias vezes, o ideal é trabalhar com outro formato de arquivo, antes de gravá-la definitivamente no formato JPG.

A dica é salvar a imagem nos formatos BMP ou TIF, que não acarretam perda de qualidade durante o processo, porém também não diminuem muito o tamanho da imagem. Após terminar o processo de edição da foto, você então pode salvá-la definitivamente no formato JPG, para arquivar ou distribuir pela Internet.Texto e Fotos: Marcos Peron/Virtual Photo