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BOAS PRÁTICAS NO ENSINO SUPERIOR Aveiro, 20 de Maio 2016 INCLUSÃO GRUPO DE TRABALHO PARA O APOIO A ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR V SEMINÁRIO GTAEDES V seminário GTAEDES

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Page 1: Diapositivos da apresentação

B O A S P R ÁT I C A S N O E N S I N O S U P E R I O RA v e i r o , 2 0 d e M a i o 2 0 1 6

INCLUSÃOGRUPO DE TRABALHO PARA O APOIO A ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR

V SEMINÁRIO GTAEDESV seminário GTAEDES

Page 2: Diapositivos da apresentação

Inclusão no Ensino Superior: perspetivas dos estudantes com Necessidades Educativas Especiais sobre o Gabinete de apoio

Departamento de Educação e PsicologiaPrograma Doutoral em Educação – Psicologia da Educação

Evelyn Santos, Manuela Gonçalves e Isabel Ramos

Page 3: Diapositivos da apresentação

“Os esforços para a construção de uma educação inclusiva têm-se centrado na maioria dos países na educação básica. No entanto, o fato do acesso ao Ensino Superior estar cada vez mais possível para mais jovens, o fato da formação universitária ser cada vez mais essencial para obter uma formação profissional e emprego e ainda ao fato das instituições de ensino superior integrarem o ensino público, implica que atualmente se equacione o caráter inclusivo da universidade sobretudo para jovens com condições de deficiência” (Rodrigues, 2004, p. 1).

Pouco tem se documentado sobre a inclusão no ensino superior, fato esse indicado pela insuficiência de reflexões, estudos e estatísticas, dificultando assim a formulação de políticas públicas que contemplem ações para uma educação inclusiva também no ensino superior (Duarte et. al., 2013, p. 290).

“Para que possamos compreender como eles se veem e como pensam a educação que recebem, seja para compreendermos o universo em que estão inseridos, seja para denunciarem a sua condição e as possibilidades (necessidades) de uma educação inclusiva que, para eles, seja realmente significativa” (Nogueira, 2002, p. 4).

POLÍTICAS

NECESSIDADE

INVESTIGAÇÃOAM

PLIAÇÃOVIVÊN

CIASDAR VO

Z

♥ JUSTIFICATIVA E MOTIVAÇÃO PELA PROBLEMÁTICA

Page 4: Diapositivos da apresentação

♥ BREVE APORTE TEÓRICO

Estigma da Deficiência

Integração

Inclusão

A inclusão no Ensino superior

Page 5: Diapositivos da apresentação

Um dos fatores de maior preocupação referente à temática da inclusão no Ensino Superior, é a realidade de uma elevada parte de jovens com Necessidades Educativas Especiais (NEE) que acabam por desistir quando atingem este nível de escolarização. Esse fator deve-se muitas vezes aos ambientes académicos pouco estimuladores ou excessivamente exigentes e excludentes, dentre outros. Algumas iniciativas são percebidas, porém são isoladas e insuficientes no sentido de proporcionar apoio (Pacheco & Costas, 2005).

Portes e Carvalho (referidos por Ferreira, 2007, p. 45) salientam que a atenção à trajetória escolar dos estudantes é parte fundamental no processo e esse compõe-se do acesso, ingresso, permanência e saída, tendo em conta o caminho percorrido por cada um desses atores sociais bem como o significado que esses atribuem ao longo do seu percurso

♥ BREVE APORTE TEÓRICO

Page 6: Diapositivos da apresentação

Fatores essenciais referentes às necessidades

percebidas no processo de inclusão no Ensino Superior

na opinião dos autores:

1- Políticas Educacionais: a necessidade do suporte e

do resguarde;

2- Informação;

3- Suporte para o Ingresso ao Ensino Superior;

4- Órgão de apoio na Universidade;

5- Acessibilidade: barreiras estruturais e

culturais/atitudinais;

6- Capacitação de docentes e funcionários.

Apesar da distinção, todos eles fundem-se, sendo

perceptível a necessidade do suporte das políticas

educacionais do começo ao fim.

“Ninguém que aposte seriamente na integração das pessoas com deficiência porá em causa a importância das possibilidades de acesso destas ao ensino superior. Por conseguinte, a acessibilidade das pessoas com deficiência ao ensino superior não é um “luxo” mas um dever da sociedade respeitando a igualdade de direitos para todos os cidadãos” (Myriam Van, referida por Abreu, 2013, p. V).

♥ BREVE APORTE TEÓRICO

Page 7: Diapositivos da apresentação

Por que estes estudantes com NEE estão aqui e tantos outros não?

Conhecer quais são os fatores percebidos como ‘impeditivos’ ou

promotores para o ingresso e permanência de estudantes com

NEE no ensino superior?

Aferir quais os motivos que os levaram a ingressar no Ensino

Superior e na UA, bem como dar continuidade a esse percurso;

♥ PERGUNTA DE PARTIDA

♥ OBJETIVOS

Page 8: Diapositivos da apresentação

11 estudantes com NEE

Ambos os géneros

Idades entre 21 a 40 anos

Universidade de Aveiro

Licenciatura, mestrado e

doutoramento

Diferentes ciclos e cursos

♥ PARTICIPANTES Critérios para a composição

do grupo de participantes:

♥ diversidade de ciclos e

anos letivos do percurso

acadêmico;

♥ diversificação de

departamentos e de

cursos;

♥ diferentes Necessidades

Educativas Especiais;

♥ número equilibrado de

estudantes com o

mesmo gênero;

Page 9: Diapositivos da apresentação

♥ RECOLHA E ANÁLISE DOS DADOS

Recolha de dados: Foi feita através de uma entrevista semiestruturada subdividida em quatro dimensões: i.

caracterização pessoal e sociodemográfica, ii. percurso pré-

universitário, iii. acesso à universidade, iv. permanência.

As entrevistas foram gravadas e tiveram duração média de 1 hora.

Análise dos dados: Foi realizada a partir da teoria de análise de conteúdo de Bardin (2006), suportada pelo software de apoio à análise qualitativa WebQDA.

Natureza Qualitativa

Paradigma Interpretativo

Page 10: Diapositivos da apresentação

Não havendo legislação ao nível nacional no âmbito do apoio aos estudantes com NEE, a UA foi construindo procedimentos caso a caso.

-identificação no ato da matrícula (sinalizados);

-comprovativo com relatório médico;

-explicitam os recursos que entendem como necessários;

-comunicação com os docentes;

Estruturas de apoio aos estudantes: Gabinete Pedagógico

♥ Intercâmbio com o Ensino Secundário;♥ Ingresso – acolhimento;♥ Organização para a Acessibilidade no campus;♥ Ações de voluntariado;♥ Adaptação nas avaliações;♥ Projetos Sociais;

♥ APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Page 11: Diapositivos da apresentação

Candidatura: concurso nacional ao ensino superior - DGES

♥ Contingente Especial (Candidatos portadores de deficiência física

ou sensorial) *

♥ Garantia de 2% das vagas (em geral)♥ Classificação mínima e número de vagas são determinadas pela instituição (podendo haver pré-requisitos);

Motivos do número (ainda) reduzido de estudantes com NEE no ensino superior: Receio dos estudantes (13), falta de informação (10), questões financeiras (9), falta de apoio da família (8) foram os mais referidos.“é o receio da rejeição, do medo de não conseguir, de achar que é demasiado difícil, difícil em termos de se adaptar, de acharem que se calhar não conseguem, que é complicado, que é… Acho que é mais isso, o desconhecimento, o medo e o receio” (AA).

Maior incentivo para o ingresso no Ensino superior: Família (9) e própria vontade (7).

Escolha da Universidade: Ser inclusiva (8), excelência acadêmica (8) dentre os motivos relatados pelos estudantes.

No ano letivo de 2012/2013 37.415

estudantes ingressaram no

Ensino Superior em Portugal.

547 concorreram com o contingente especial, somente

127 foram colocados.

♥ APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS - Acesso

Page 12: Diapositivos da apresentação

Apoios específicos na UA: Gabinete pedagógico (21 unidades de texto), voluntários, psicóloga, LUA, biblioteca.“a Dra G. ela é responsável pelo gabinete pedagógico aqui da Universidade, funciona ali na reitoria, e tem, para mim pessoalmente, tem me ajudado muito a todos os níveis, a todos os níveis mesmo, ela tem sido extraordinária...” (AM)

Principais apoios para a permanência na UA: Família (9), gabinete pedagógico (8) e professores (8).

Acessibilidade cultural/atitudinal: Professores (57 referências), Colegas (52) e funcionários (18), “eu sou um exemplo vivo que grande parte dos meus professores foram sensíveis, são sensíveis e se eu precisar de alguma coisa, eles ajudam-me...” (AS).

♥ APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS - Permanência

Page 13: Diapositivos da apresentação

Acessibilidade física/estrutural (34) . Os estudantes afirmam que a Universidade de Aveiro apresenta Acessibilidade física/estrutural satisfatória, conforme relatam IG, “a nível de acessos físicos, acho que está muito bem, está bem organizada. Não há assim nenhum local inacessível. Há sempre acesso à todos os departamentos, tem sempre uma rampa, depois tem elevadores acessíveis...”.

Sendo referenciada como importante na vida social académica, a praxe foi citada 7 vezes como importante apoio durante o percurso universitário. RP descreve: “Na praxe foi brutal, gostei um bocado, nesse momento faço parte da comissão de praxe” e MM relembra “Mesmo a nível das praxes, sempre tiveram muito respeito”. Ainda relacionado à prática importante da praxe, os estudantes referem a praxe como inclusiva, além de integrativa.

As avaliações dos estudantes são adaptadas conforme as necessidades apresentadas pelos estudantes. Foram relatadas 10 unidades de texto referindo que são feitas as adaptações, e essas podem ser percebidas nas práticas de maior tempo para a realização (6) auxílio na transcrição das avaliações (2) e a permissão do uso do computador (2) “eu vou utilizar o meu computador, a Dra fica ao pé de mim, vê o que eu escrevo, o que eu faço no computador, depois imprimimos e mandamos pros professores e os professores também concordaram” relata AS.

♥ APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS - Permanência

Page 14: Diapositivos da apresentação

Significado de ser um estudante universitário: Maior autonomia (14), Estudos como prioridade (14), sonhar em ter uma vida diferente (6) e realização de um sonho (5).“tenho uma outra mentalidade e agora olham pra mim com o direito de ser pessoa, que não acontecia no secundário e era muito chato e também de, sei lá, daquela autonomia de estar fora de casa, de tratar das minhas coisinhas...” (MM)

A UA pode ser considerada uma universidade inclusiva? Com 15 referências positivas e nenhuma negativa, os estudantes a consideram uma universidade inclusiva.“apesar de todos os problemas que existem, são muito menores que a parte boa que a universidade tem. E pra além de ser uma cidade bastante inclusiva e as pessoas são muito afáveis, essa universidade também atende muito bem os alunos…” (AA).

♥ APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS – Significados

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O ensino superior é de certa forma feito para os estudantes e portanto, também por eles. Assim sendo, torna-se fundamental que esses, a partir de suas vivências, possam convidar a comunidade acadêmica a refletir sobre a inclusão.

Através deste trabalho percebemos que a universidade tem dedicado sua atenção cada vez mais a essa problemática e tem criado individualmente (em suma pelo gabinete pedagógico), as suas próprias ‘estratégias’, já que não é amparada por qualquer suporte político quer seja local ou nacional.

Conclui-se portanto que o intuito dessas reflexões apresentadas não é propriamente o de apontar o que está bem ou os aspectos que necessitam de mudanças e tão somente, mas dar a conhecer as condições que a universidade apresenta para que os estudantes possam apropriar-se do que lhes é oferecido.Apresentando também a realidade da inclusão no ensino superior como algo acessível a todos, a fim de que se perceba os grandes desafios, mas que sim, existe inclusão.

♥ CONSIDERAÇÕES FINAIS

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“São os passos que fazem o caminho”

Mário Quintana

Tuna e Grupo de dança inclusivo da UA. Fonte: Site da UA

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“...pela capacidade não só de pensar o futuro no presente, mas também de organizar o presente de maneira que permita atuar sobre esse futuro” (Furter, 1970, p. 7).

Obrigada! [email protected]

Page 18: Diapositivos da apresentação

Referências Bibliográficas

Santos, E. M. F. (2014). Ingresso e permanência de estudantes com NEE no ensino superior: um estudo qualitativo. Dissertação de mestrado não publicada. Universidade de Aveiro, Aveiro.

Rodrigues, D. (2004). A Inclusão na Universidade: limites e possibilidades da construção de uma universidade Inclusiva. Revista do Centro de Educação. (23).

Tavares, J. et al. (2008). Docência e Aprendizagem no Ensino Superior. In: Investigar em Educação. Revista da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. (3),15-55.