diagnóstico nº1

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1 Neste número, não percas: Entrevista ao Professor Doutor Taborda Barata Projeto Champimóvel

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Revista Diagnóstico nº1

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  • 1Neste nmero, no percas:

    Entrevista ao Professor Doutor Taborda Barata Projeto Champimvel

  • 2

  • 3Editorial

    Esta revista, reeditada agora num novo e ampliado formato, no pretende ser apenas uma realizao de circunstncia, mas prolongar-se no futuro e memria desta faculdade e curso.

    Aqui espero que todas as pessoas afetas nossa casa encontrem um pouco do seu percurso, espelhado nos muitos e to dspares momentos que fizeram este ltimo ano. No sei se a seleo de artigos que se segue ser a mais verosimilhante com a realidade, mas espero que eu, a minha fantstica equipa de colaboradores e todos aqueles que se dispuseram a colaborar com a concretizao deste projeto tenhamos conseguido proporcionar-vos uma viso o mais abrangente, precisa e pertinente possvel.

    Fica tambm o apelo a quem quiser colaborar connosco para que este projeto possa crescer ainda mais. Falem diretamente connosco ou atravs do mail [email protected].

    Findo este curto editorial resta-me apenas congratular o MedUBI pelo seu 10 aniversrio ao qual dedicado este nmero da Diagnstico.

    O Diretor,David Teixeira

    ndice

    Avemus Praxis: Baptismo e Latada 4

    Antes que te Queimes 5

    Curso de Lngua Gestual Portuguesa na FCS 6

    Quando o corpo trai a alma... 7

    Associao Rarssimas: no pode ser raro apoiar 8

    Hospital Faz de Conta 9

    Projecto Champimvel: Fundao Champalimaud aposta nas regies do Interior 10

    Abril, talentos mil 13

    A toca dos Cinfilos Cineclube Claquete 15

    8 Gala de Medicina 17

    Retalhos da Clnica de um Mdico: Cirurgia Geral 18

    Sai da Cova! 19

    Os Representantes de Ano 20

    10 Anos, 10 Presidentes 22

    Entrevista ao Professor Doutor Taborda Barata 25

    De ps descalos... 30

  • 4Avemus PraxisAvemus Praxis: Baptismo e LatadaSeis semanasseis semanas de muito

    sacrifcio, seis semanas de muito trabalho. Muitas noites sem dormir, preocupaes, stress, medo, muito medo sem dvida enfim, seis eternas semanas para os nossos Caloiros.

    Ter sido chefe de latada este ano permitiu-me ver e compartilhar muitos momentos com os meus caloiros. Foi incrvel testemunhar neles as mesmas emoes, expresses, sentimentos que muitos de ns demonstramos outrora novios nesta academia.

    As primeiras semanas foram duras. As subidas Cantina de Santo Antnio, longas e frias noites de sermes e ensinamentos e as primeiras Reunies de Latada. Foi preciso dividir cerca de 120 caloiros em vrios grupos de trabalho, onde todas as aptides individuais poderiam ser utilizadas em prole do curso.

    Com os objectivos delineados por grupo, iniciou-se o trabalho. Era necessrio construir um carro (com dimenses apropriadas do nosso curso), pintar centenas de garrafes e latas, elaborar uma coreografia para o baptismo, para a latada e para o discurso, desenhar e coser fatos, criar uma faixa do curso e vrios cartazes, etc. Tudo isto concretizado entre inmeras Reunies de Latada e especiais domingos, dividindo o seu tempo de sono com os Ex.mos milicianos, executadores da elaborada praxe, trajados de negro e irreconhecveis na obscuridade da noite.

    Comprovei o efeito da praxe Ubiana entre os caloiros. No seu primeiro dia, o colega ao lado era um mero estranho, mais um que entrou em medicina e que tambm no sabia o porqu de estar encostado parede e a olhar para o cho. Passaram semanas e o colega passou a ser um camarada, um amigo, algum com a mesma ideologia: HONRAR O CURSO!

    Dia 2 de Novembro de 2012, dia do Baptismo.

    O cho do nosso armazm tremeu com as vozes e passos da nossa recm-formada tropa. Nem a gua gelada do Jardim do Lago arrefeceu a alma e o esprito dos nossos caloiros que perceberam a dimenso que teria o dia da Latada.

    Vspera da Latada, a chuva no cessou e s os mais resistentes (aqui entre ns, mais elas que eles) permaneceram no armazm para terminar os ltimos preparativos. Estvamos ansiosos e era importante no falhar. Infelizmente, o nico facto que nessa noite no se controlou foi a chuva, que trazia ameaas ao nosso carro e esprito. Qual a soluo? Tomar um Benuron e aproveitar a Latada ao mximo.

    Manh de dia 9 de Novembro, manh abenoada com chuva, mas nada nem ningum nos ia parar de demonstrar todo o trabalho realizado. Foi um desfile muito animado, onde diverso e msica no faltaram. Quem esteve nas ruas da nossa cidade, certamente se ir recordar nos prximos anos do enorme carro de Medicina! Como tradio, terminmos frente Cmara Municipal, local onde demonstrmos o nosso Discurso ao jurado da Latada, com dedicatria especial aos destruidores do nosso sistema de sade, ao grandioso curso de Medicina e aos honrosos finalistas 2011/2012.

    Sem dvida que ficou muito por contar e quem participou a 100% na Latada tem essa noo. Mas essas histrias ficam entre ns, para serem partilhadas em noites de reencontros entre caloiros e praxantes. Momentos que com todo o orgulho contaremos, vezes e vezes sem conta, aos nossos familiares que tanto sofreram durante as seis semanas. Resta-me agradecer o empenho de todos, caloiros e comisso de latada. E falando pela comisso, muito gratificante ver-vos, Caloiros 2011/2012, finalmente trajados.

    Paulo Marchante Csar Chefe de Latada 2011/2012

  • 5Antes que te Queimes

    Durante a Semana Acadmica 2012, que decorreu entre os dias 6 e 12 de Abril, teve lugar mais uma edio do Antes Que Te Queimes, uma iniciativa j famosa entre os Ubianos. Original da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e adoptado pelo MedUBI h 4 anos, tanto na Recepo ao Caloiro como na Semana Acadmica, este projecto visa promover a diverso sem risco nos contextos festivos acadmicos.

    O grupo de trabalho do Antes Que Te Queimes contou, este ano, com a ajuda de mais de 30 voluntrios que participaram na preveno de danos associados ao consumo excessivo de lcool, drogas, e a comportamentos sexuais de risco. O projecto utiliza o mtodo da Educao pelos Pares, que se baseia num dilogo

    informal e personalizado guiado por um pequeno inqurito, com a ajuda do qual se elucidam questes pertinentes e se esclarecem dvidas aos entrevistados. Para alm disso, cada par de voluntrios do Antes Que Te Queimes activo no recinto possu alcoolmetros para medio da taxa de alcoolmia, presta assistncia a casos de intoxicao aguda alcolica, distribui preservativos, tanto masculinos como femininos, bem como os apelativos chupa-chupas, a assinatura deste projecto.

    O Antes Que Te Queimes vai cada vez mais assumindo a sua importncia no mbito da Educao para a Sade e assegurando o seu lugar nas noites acadmicas do Pavilho da Anil. Como tal, faz jus iniciativa o seu balano final bastante positivo, com um total aproximado de cerca de 70 pessoas abordadas por noite, pelos 8 pares em aco no recinto.

    Artigo por Sofia Carvalho, aluna do 3 ano

    Grupo de Voluntariado do AQTQ.

  • 6Curso de Lngua Gestual Portuguesa na FCS

    Uma lngua o conjunto de elementos que constituem a linguagem falada ou escrita peculiar a uma colectividade. Assim, a Lngua Gestual Portuguesa o idioma utilizado pela comunidade de surdos portugueses e, tal como todas as outras lnguas, tem pequenos dialectos que a tornam ligeiramente diferente, dependendo da regio original do indivduo. Esta Lngua surgiu como uma das lnguas oficias de Portugal em 1997, tal como a Lngua Portuguesa e o Mirands.

    Dado que esta uma Lngua que, infelizmente, ainda permanece no desconhecimento para a maioria da comunidade e um dos principais factores de sucesso para

    um mdico um bom poder de comunicao, o MedUBI organizou um Curso de Lngua Gestual Portuguesa, nvel I. Teve lugar entre Outubro e Abril, na Faculdade de Cincias da Sade da Universidade da Beira Interior, para um total de trinta e cinco alunos de Mestrado Integrado em Medicina. Esta formao foi leccionada pela

    Dra. Catarina Pinto, licenciada em Qumica, no Ramo Cientfico pela Faculdade de Cincias e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Mestre em Qumica Avanada pela Faculdade de Cincias e Tecnologia da Universidade de Coimbra e 4 Ano do Curso de Lngua Gestual Portuguesa pela Escola Superior de Educao do Instituto Politcnico de Coimbra.

    Este Curso teve imenso sucesso e superou as expectativas dos alunos que no final da formao, e j com alguma nostalgia, propuseram Professora Catarina Pinto a apresentao da msica Promessa da artista Paula Teixeira, em Lngua Gestual Portuguesa no III Sarau Cultural do MedUBI. Catarina Pinto generosa e disponvel, como sempre, aceitou de imediato o convite e, assim, esta apresentao foi o culminar de um projecto que encheu de orgulho todos os que nele estiveram envolvidos e que

    promete no ficar por aqui, deixando adivinhar num futuro prximo a formao do nvel II desta Lngua, nesta mesma Faculdade.

    Artigo por Mariline Ribeiro, aluna do 5 ano

  • 7Quando o corpo trai a alma...No seguimento do conjunto de palestras

    organizadas pelo MedUBI, no dia 13 de abril s 14 horas surge um tema controverso e com um lado desconhecido por muitos, a transexualidade. Ou porque tem o sufixo sexual na sua constituio, ou porque a origem de todo este fenmeno no esclarece as mentes mais agarradas aos ideais que outrora adquiriram, como se fossem verdades absolutas: nasce-se assim e assim se tem de ficar para sempre. Veremos.

    Uma mesa composta por oradores bastante entendidos no assunto, o Dr. Joo Dcio Ferreira (Cirurgio Plstico), o Prof. Pedro de Freitas (Mdico e sexologista clnico), a Prof. Iris Monteiro (Psicloga e Sexologista Clnica), a Sra. Jlia Pereira (Coordenadora do GRIT) e o Prof. Filipe Fialho (Prof. Assistente do IPS), fez-nos perceber que essa velha mxima no tem de ser cumprida, at porque j ficou no ouvido um tal Muda de vida, se no vives satisfeito. Foi este o objetivo da palestra, mostrar que possvel ser feliz e em harmonia com o nosso corpo, apesar do que herdmos biologicamente.

    Foi feita uma introduo com explicao do tema, distinguindo termos que se confundem tais como transexual, orientao sexual, travestismo, ou comportamentos drag queen, por exemplo. De ressalvar que uma pessoa transexual exibe uma gama de orientaes sexuais como algum que cissexual, isto , no transexual e que, por outro lado, travestismo e comportamentos drag queen dizem respeito a transgneros, pois no h um desejo real de mudana de sexo. Aps esclarecimento e debate sobre todos estes vocbulos, tentaram-se perceber os primeiros sinais alusivos existncia de um desconforto relativamente ao corpo. Meninos excessivamente femininos, ou Marias-Rapazes, tanto podem querer dizer muita coisa, como no, sendo casos perfeitamente aceitveis, tendo em conta a panplia de gostos diversos de cada um. Isto encaixa-se ao nvel do diagnstico, processo precoce nalguns casos,

    mas tardio noutros, pelas tentativas de evitar a consciencializao do problema. Psiclogos e sexologistas trabalham em conjunto na deteo destes casos, pela delicadeza que exige desprender um homem de um corpo de mulher, ou vice-versa. No esqueamos que, por de trs de um corpo que trai, est uma famlia, um emprego, uma sociedade nem sempre amvel no que toca a aceitar a diferena.

    Foi sobre este assunto que nos debrumos. A circunstncia. Toda a teia emaranhada de pessoas, pensamentos, crticas e decises que envolve quem tem um transtorno de identidade de gnero. Quando algum, aps longo perodo de tempo, consegue aceitar-se a si prprio, percebendo que o que realmente quer proceder transio do sexo do nascimento para o sexo oposto, so vrias as etapas que devem ser respeitadas, nomeadamente no que toca ao apoio psicolgico constante e terapia hormonal.

    importante esclarecer que nem todo o transexual faz cirurgia de mudana de sexo, precisamente pela insegurana demonstrada ao longo deste percurso. Aps 2 anos de terapia hormonal, pode proceder-se, ento, cirurgia, sempre que assim se queira.

    Nesta palestra tivemos a oportunidade de observar fotografias de cirurgias de mudana de sexo bem como da sua evoluo ao longo dos anos, algo que deixou todo o auditrio de olhos colados ao ecr pelo contedo das imagens. A surpresa da tarde deu-se quando o Dr. Filipe Fialho testemunhou a sua prpria mudana de sexo, para surpresa de muitos que desconheciam este facto.

    Contmos com um auditrio cheio e atento num clima agradvel e com bom humor mistura, disposto a contribuir para o bom desenvolvimento do tema. Aprendemos a no denunciar algum que tenha alterado o normal percurso da vida, dado que imensa a dor daqueles que esto presos num corpo que sentem no ser seu.

    Artigo por Jeniffer Jesus, aluna do 3 ano

  • 8Associao Rarssimas: no pode ser raro apoiar

    Decorreu no dia 12 de Maio, na Faculdade de Cincias da Sade, a Tertlia intitulada Doenas Raras: Sndrome de Angelman. Estima-se que existam entre 5.000 e 8.000 doenas raras diferentes e que existiro at 800.000 pessoas com estas patologias em Portugal. Torna-se pois necessrio contribuir para a sensibilizao e divulgao desta realidade, com o objectivo de minimizar o atraso no diagnstico, adequar formas de actuao e melhorar a orientao/apoio a estas pessoas e ncleo envolvente.

    A Rarssimas Associao Nacional de Deficincias Mentais e Raras, fundada em 2002, foi a Associao convidada para partilhar com os estudantes as experincias que concretiza neste campo to complexo em termos de abordagem, nas pessoas de Joaquina Teixeira (Vice Presidente da Rarssimas), Sara Vilaa (Fisioterapeuta da Associao) e Anabela Soares (me do Rafael, portador de Sndrome de Angelman).

    A interveno das trs convidadas abordou diversos pontos: esclarecimento de aspectos respeitantes s doenas raras (significado, origem, sintomas, desenvolvimento); origem, funcionamento e projectos/parcerias da Associao (muitos com o apoio da Direco Geral de Sade); papel dos profissionais de sade no mbito da reabilitao e melhoria da qualidade de vida destas pessoas e orientao das pessoas significativas; relato de casos de pessoas

    portadoras, nomeadamente do Rafael, de 7 anos, portador de Sndrome de Angelman, um distrbio gentico-neurolgico e caracterizado pelo atraso no desenvolvimento intelectual, dificuldades na fala, distrbios no sono, convulses, movimentos desconexos e sorriso frequente.

    Do perodo de partilha entre oradores e pblico, fica a convico de que necessrio e urgente o assumir de uma postura de cidadania interventiva, de conscincia solidria e de responsabilidade perante uma sociedade que nos colocar casos raros nas mos, esperando uma resposta adequada, humana e o mais clere possvel. Um verdadeiro desafio a todos os nveis.

    Artigo por Fabola Figueiredo, aluna do 2 ano

    Durante a Tertlia.

  • 9Hospital Faz de Conta

    Na semana de 23 a 27 de Abril, decorreu a V Edio do Hospital do Faz de Conta, uma iniciativa do MedUBI original do projecto europeu Teddy Bear Hospital, criado pela EMSA (European Medical Students Association).

    Nessa semana, a Faculdade de Cincias da Sade transformou-se num hospital e recebeu 13 escolas da regio com um total de cerca de 500 crianas, que, fazendo o papel de pais, trouxeram o seu bonequinho doente para ser cuidado e tratado. Este projecto visa combater o medo da bata branca e do ambiente hospitalar tido pelas crianas. Para tal, so recriadas todas as etapas do tratamento da doena num contexto ldico e pedaggico. O primeiro passo consiste na Consultrio, onde o boneco observado, auscultado e passada uma receita de beijinhos e miminhos, aviada depois na Farmcia. Mas antes h que passar pela

    Sala de Imagiologia e Sala de Tratamentos, onde se analisam os Raios-X e se coloca gesso nas pernas e braos partidos dos bonequinhos. Finaliza-se ento o percurso no Internamento e Bloco Operatrio, onde os mais novos so vestidos a rigor como pequenos cirurgies.

    Este ano o V Hospital do Faz de Conta contou com mais de 150 voluntrios dos cursos de

    Medicina, Biomdicas, Cincias Farmacuticas e Psicologia, e apoios que

    permitiram o sucesso desta edio, entre

    eles o j assduo Centro Hospitalar Cova da Beira

    e, claro, todo o suporte da nossa Faculdade. Como

    novidade, e no mbito da Educao para a Sade, o V HFC contou com a

    participao da Fundao Champalimaud, que trouxe at FCS o Champimvel, um simulador 3D do corpo humano. Foi uma edio cheia de sucessos, com um excelente feedback por parte de toda a equipa e, claro, escolas participantes.

    Artigo por Sofia Carvalho, aluna do 3 ano

    Durante a Tertlia.

    Algumas das crianas visadas pelo HFC na companhia de dois dos Voluntrios.

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    Projecto Champimvel: Fundao Champalimaud aposta nas regies

    do Interior

    Na semana de 23 a 27 de Abril de 2012 decorreu a V Edio do Hospital Faz de Conta da Faculdade de Cincias da Sade. E desta vez trouxe consigo uma novidade em forma de simulador mvel transportado num camio: o Champimvel, um dos projectos considerados mais originais e interactivos na rea da cincia educativa para crianas e jovens, proposto pela Fundao Champalimaud.

    A Revista Diagnstico falou com Maria Marinho, uma das tcnicas dinamizadoras deste projecto que nos acompanhou nesta semana, que nos esclareceu sobre alguns pontos desta iniciativa.

    Revista Diagnstico: Qual a origem deste projecto?

    Maria Marinho: Este projecto teve a sua origem na Alemanha (construo) e foi adquirido posteriormente pela Fundao Champalimaud como parte integrante dos seus projectos na rea da educao para a cincia de jovens e crianas.

    RD: Resumidamente, em que consiste?MM: Consiste na transmisso de um filme

    tridimensional, de forma interactiva, ldica e divertida, com a durao aproximada de 25 minutos, onde efectuada uma viagem a nvel microscpico atravs das estruturas e funcionamento do corpo humano (acompanhada pelo boneco animado denominado Champi) a fim de testemunhar os problemas mais relevantes e actuais na cincia mdica. Nomeadamente efectuada uma abordagem das clulas estaminais, das nanotecnologias e

    do ADN e a terapia gentica. So igualmente apresentados os mecanismos da viso, a clula e seu material gentico e a forma e consequncia de aco dos vrus. As crianas e jovens, viajando em movimento por alguns dos caminhos mais ntimos do corpo humano so chamados a participar, atravs da manipulao de um joystick que atribuir pontuaes s respostas solicitadas.

    RD: Qual o pblico-alvo?MM: Este projecto consiste na primeira aco

    integrante de um projecto mais abrangente, o Programa de Divulgao e Motivao da Fundao Champalimaud, dirigido aos alunos do segundo e terceiro ciclos de escolaridade (9-14 anos), tendo comeado a percorrer as escolas a partir de Maro de 2008. No entanto, nomeadamente nas escolas das regies do Interior, como neste caso, devido ao menor nmero de alunos, alargamos a participao a crianas de faixas etrias inferiores (a partir dos 5 anos), com algumas adaptaes adequadas para a visualizao da experincia (no utilizao dos culos e do movimento, por exemplo).

    RD: Principais objectivos deste projecto? MM: A Fundao Champalimaud pretende

    sobretudo contribuir para que as crianas descubram de forma agradvel e natural os temas cientficos anteriormente referidos, motivando-as para a cincia e investigao biomdicas, podendo inclusive contribuir para a descoberta e incentivo de talentos precoces a este nvel.

    RD: Qual a origem e que tipos de apoios suportam este projecto?

    MM: Os apoios ao nvel de financiamento provm da Fundao Champalimaud e do Ministrio da Educao (de forma a garantir o acesso a todas as escolas do pas),

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    atravs da Direco Geral de Investigao e Desenvolvimento e a deslocao s cidades efectuada igualmente atravs de protocolos estabelecidos com as Cmaras Municipais e das Direces Regionais de Educao, que contactam e envolvem as escolas e que tm efectuado um ptimo trabalho de divulgao, disponibilizao de espao e logstica. Os Centros de Cincia Viva Nacionais, Hospitais e outras instituies tambm tm tido um papel importante a este ltimo nvel, por exemplo, nas visitas fora dos perodos escolares e abertos comunidade em geral.

    RD: A adeso tem sido significativa? MM: Tem sido extremamente positiva e com

    um aumento assinalvel. Desde o incio desta iniciativa j percorremos cerca de 10 distritos e 67 concelhos. Mais de 65 Cmaras se associaram iniciativa. E j ocorreu a internacionalizao, na Extremadura Espanhola em 2009. Alm disso, sendo uma exposio itinerante, o Champimvel permite levar a cincia at s crianas, independentemente da rea da sua escola ou de onde vivem. Igualmente o pblico adulto, que acompanha os seus filhos ou alunos,

    tm aderido imenso. Muitas cidades, como o que aqui foi feito, propem que exista um dia aberto comunidade, sempre com grande receptividade. A gratuitidade da experincia tambm um ponto-chave a realar.

    RD: Parece-nos que esta iniciativa tem igualmente uma componente social implcita.

    MM: Sim, igualmente um dos pontos essenciais. Pretende-se, salvo casos considerados excepes, como por exemplo, portadores de patologias como Epilepsia (a utilizao de flashes luminosos constantes

    na exibio do filme poderia contribuir para o desencadear de crises) e crianas muito pequenas (mais irrequietas e demonstram mais medo), que esta experincia seja adaptvel a todas as crianas e jovens dentro da faixa etria referida, sem qualquer entrave relativo a condies das crianas, nomeadamente fsicas (por exemplo, peso), o que muitas vezes contribui para a seleco dos alunos a participar pelos prprios professores, como temos observado... Temos inclusive uma rampa de acesso ao Champimvel para quem possua dificuldades

    Durante uma das sesses no Champimvel.

  • 12

    de locomoo. A nossa prpria equipa tem formao especializada para poder dinamizar este projecto, transmitindo sempre as regras de segurana aos envolvidos.

    Pretende-se igualmente que este projecto desperte a curiosidade dos alunos, professores, encarregados de educao e autarquias pelo tema da cincia, de forma a que posteriormente participao nesta iniciativa, se continuem a desenvolver actividades dentro da rea e nas quais a Fundao poder inclusive participar.

    Outros dos pontos a destacar a aposta nas regies do Interior, onde estas iniciativas no so to recorrentes como desejvel, sendo que a Fundao Champalimaud desde sempre demonstrou com este projecto a sua preocupao em abranger o maior nmero de crianas e jovens em regies mais descentralizadas,

    no mbito de uma poltica de promoo de igualdade de oportunidade de acesso a novas formas de ensino-aprendizagem.

    RD: Quer deixar algumas palavras acerca da iniciativa do Hospital do Faz de Conta na nossa Faculdade?

    MM: extremamente gratificante verificar que uma Faculdade, nomeadamente atravs dos seus alunos, promove iniciativas em prol da desmistificao dos medos e inseguranas das crianas perante o Hospital e seus profissionais. Tal demonstra desde j um sentido de responsabilidade a nvel social to importante, mas igualmente to esquecido actualmente nestes contextos acadmicos e mesmo profissionais.

    Entrevista conduzida por: Fabola Figueiredo, aluna do 2 ano.

    O Champimvel na nossa Faculdade.

  • 13

    Abril, talentos mil

    Eu tenho dois amores, como diz a msica, e guardo ambos como o primeiro. Um deles, que vi nascer e crescer na Faculdade de Cincias da Sade e acompanho com especial ateno, tem como nome de baptismo Sarau Cultural.

    um projecto iniciado pela aluna Rita Ivo que o encara como uma forma de trazer a arte casa da cincia - com assinatura MedUBI, que apesar dos tenros trs anos de vida, desde muito cedo falou e deu que falar. Surge, evento aps evento, ano aps ano, desde h trs, e, geralmente no ms de Abril, no contexto da semana cultural, desenvolvida pelo Departamento Cultural do ncleo de Medicina.

    Desde artistas trs renomms a completos annimos, este projecto tem vindo a contar com participaes de uma enormidade de backgrounds, cuja principal e, arrisco-me a dizer, quase nica, linha em comum o gosto

    pelas artes. So eles alunos de cincias que intervalam o estudo das teorias atmicas e da farmacologia com o exerccio dos dedos no piano ou a declamao de trechos de Pessoa. So eles tambm, ainda que no s, grupos

    de teatro, cinema e, para finalizar o leque de exemplos, msica, com a presena anual, quase em jeito de tradio, de alguns habitus, como caso da banda da Covilh. A formao, embora muito presente, no pr-requisito e muitas das actuaes contam com elementos descobertos por simples acasos, pelo diz que disse dos corredores, por stios na internet, enfim. Aqui, onde as almas no so pequenas, tudo vale a pena para que esta criao, 100% a custo zero - todos os elementos envolvidos, sem excepes a confirmar a regra, vestem a camisola tenha o seu lugar. As entradas, embora pagas, contam com preos simblicos e que revertem na ntegra para a instituio de caridade que a organizao do ano vigente entende premiar.

    Este ano o sarau baixou as luzes, ps os ritmos de jazz no volume mximo e embarcou na insanidade da altura a que pretendeu aludir: os loucos anos 20. O teatro com as cigarrilhas e predomnio de vozes femininas, quase histricas de to emancipadas, o quickstep, a poesia e cinema de poca, entre outros pormenores maiores, j que que de pequeno s tiveram as vestes, fizeram com que at a pessoa mais orientada no tempo e no espao se perdesse e desse por si a reviver um ambiente de h quase um sculo.

    um projecto que no desilude pela probidade do formato e cujas provas dadas so mais do que suficientes para que continue. Contudo e porque semelhana da perspectiva de Orson Welles em relao ao teatro, o sarau um acto social, muito carente do seu querido pblico. Por isso, leitores e leitoras da primeira edio do novo formato do Diagnstico (outro dos meus amores) e respectivos avs, tio-avs, primos, amigos e periquitos, faam o obsquio de marcar presena no prximo ano, sim?

    Artigo por Amlia Pita, antiga aluna

    Imagem vencedora do Concurso Fotogrfico, verso original a cores. Ttulo: Oudezijds Kolk.

  • 14

    Texto vencedor do Concurso Literrio

    Espelho

    esquizofrenia: nome feminino(Do grego skhzein, fender +phrn,

    mente; esprito +-ia)MEDICINA doena mental caracterizada

    pela dissociao entre o pensamento do paciente e a realidade fsica do seu prprio corpo ou do ambiente em que ele se encontra.

    Sobe. Uns pisos acima entra uma rapariga. Sobe. A luz intermitente do elevador, a piscar a uma cadncia no muito regular, prestes a fundir, certamente. Parece que pestaneja, a lmpada, cedendo ao calor hmido que se faz sentir. Espelhos que enchem por completo as paredes que confinam o elevador, de forma que aparecem reflectidas num dos espelhos uma senhora de meia-idade e uma rapariga. A senhora encara os ps, com severidade, como se esperasse deles uma justificao pelas dores que causam. A rapariga deposita, fascinada, toda a sua ateno no pestanejo da lmpada.

    No trocam olhares, nem entre elas, nem com elas prprias, pelo espelho. Uma tem a cabea dirigida para baixo, a outra para cima. O espelho intermitente reflecte-as friamente.

    Bruscamente, o elevador parou num estremecimento metlico. A senhora estendeu os braos num pice para readquirir o equilbrio. Est nervosa e impaciente. O espelho no v quase nada, uma vez que agora s a fraca luz de presena subsiste. A rapariga, que viu interrompido o seu fascnio pela lmpada, acorda e dirige-se senhora.

    - Que horas so?, pergunta.- Que horas so? No v que estamos aqui

    presas? S pode estar louca Isto s a mim! Algum que que est num elevador avariado, ter a distinta lata de

    - Eu sou louca, eu no sou louca, eles dizem que sou louca, esta diz que sou louca, aquele tambm. No sei ao certo.

    - O que que est pra a dizer, garota?- Perguntei se tem horas (...)

    Annimo(o texto continua em www.medubi.pt)

    Banda desenhada criada por Joana Pedrosa, 4 ano.

  • 15

    A toca dos Cinfilos Cineclube Claquete

    A comisso organizadora do cineclube conta com Catarina Rodrigues, Cludia Pinho, Joana Neto, Marta Bernardo e Rita Flix.

    A ideia da sua formao surgiu da necessidade de criar um espao que concilie lazer e cultura e pensmos que a 7 arte seria um bom ponto de partida. Apesar de estarmos sempre sujeitos a uma vida cheia de compromissos e afazeres no devemos descurar a cultura e paixo por outras artes que no a medicina. Tal como refere Abel Salazar no seu to famoso lema quem s sabe de medicina, nem de medicina sabe, vital investirmos na formao de espaos que alimentem a nossa cultura, vivncia e espirito crtico.

    O pblico-alvo estende-se a todos os interessados, estudantes ou no estudantes, que partilhem o gosto pelo cinema.

    Os filmes a exibir devem responder a uma dualidade de critrios, devem ser filmes marcantes cinematogrfica e historicamente mas que no sejam produtos comerciais instigando a curiosidade dos espectadores. A escolha dos filmes contar com a participao activa dos seguidores atravs de votaes no facebook.

    A estreia ser a 15 de Maio num anfiteatro da faculdade e a exibio ter uma periodicidade quinzenal.

    Para alm destas frequentes sesses, pretendemos tambm realizar um festival cinematogrfico anual, no qual iremos dedicar uma semana a individualidades e obras desta arte, organizar sesses de cinema drive-in e ainda convidar individualidades relacionadas com o cinema para comentar os filmes de cada sesso.

    Achamos importante este tipo de iniciativas pois torna a faculdade mais activa e proporciona

    aos alunos um local onde podem praticar outro tipo de actividades importantes na formao pessoal e aumento da cultura geral. Apelamos ento para que apoiem o projecto participando.

    EntrevistaO Cineclube Claquete uma iniciativa

    dos alunos de Medicina da FCS-UBI, que pretende proporcionar a todos os alunos da UBI momentos de lazer e convvio, conjugando com os estudos, a possibilidade de alargar os horizontes no mundo cultura cinematogrfica. A diagnstico quis conhecer na primeira pessoa as responsveis por este projeto digno de scar.

    D: Comeando por uma breve apresentao, quais os elementos que constituem o clube?

    CC: A comisso organizadora do cineclube conta com Catarina Rodrigues, Cludia Pinho, Joana Neto, Marta Bernardo e Rita Flix, todas alunas do 2ano.

    D: Muitas cabecinhas a pensarem juntas ou uma iluminao momentnea? Afinal, como surgiu esta iniciativa?

    CC: A ideia da formao do clube surgiu da necessidade de criar um espao que concilie lazer e cultura e, portanto, pensmos que a 7 arte seria um bom ponto de partida. Apesar de estarmos sempre sujeitos a uma vida cheia de compromissos e afazeres, no devemos descurar a cultura e paixo por outras artes que no a medicina. Tal como refere Abel Salazar no seu to famoso lema, Quem s sabe de Medicina, nem de Medicina sabe, vital investirmos na formao de espaos que alimentem a nossa cultura, vivncia e espirito crtico. Digamos que, muitas cabecinhas a pensar juntas para uma iluminao momentnea!

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    D: Todos podem usufruir desta iniciativa, ou a quem se dirige o clube?

    CC: O pblico-alvo estende-se a todos os interessados, estudantes ou no estudantes, que partilhem o gosto pelo cinema.

    D: Relativamente passagem de filmes, quais sero agendados?

    CC: Os filmes a exibir devem responder a uma dualidade de critrios, devem ser filmes marcantes cinematogrfica e historicamente, mas que no sejam produtos comerciais, instigando a curiosidade dos espectadores. A escolha dos filmes contar com a participao ativa dos seguidores atravs de votaes no facebook.

    D: Qual ser o local, como ser o funcionamento e o horrio do clube?

    CC: A estreia do clube ser a 15 de Maio, num anfiteatro da faculdade e as exibies tero uma periodicidade quinzenal.

    Para alm destas frequentes sesses, pretendemos tambm realizar um festival cinematogrfico anual, no qual iremos dedicar uma semana a individualidades e obras desta arte, organizar sesses de cinema drive-in e ainda convidar individualidades relacionadas com o cinema para comentar os filmes de cada sesso.

    D: De que modo consideram relevante a criao deste clube num meio acadmico?

    CC: Achamos importante este tipo de iniciativas pois torna a faculdade mais ativa e proporciona aos alunos um local onde podem praticar outro tipo de atividades importantes na formao pessoal e no aumento da cultura geral. Apelamos, ento, para que apoiem o projecto, participando, para que todos possamos beneficiar desta iniciativa.

    Entrevista conduzida por Jeniffer Jesus, aluna do 3 ano

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    8 Gala de Medicina

    No dia 29 de Maio de 2012 cerca de 350 pessoas vestiram-se a rigor para o evento de glamour mais prestigiado da nossa faculdade que j conta com a sua 8 edio consecutiva e sem parecer ter um fim vista.

    Com a organizao e apresentao do evento a cargo da Joana Neto e do Pedro Carvalho do Departamento Recreativo e Cultural do MedUBI, a Gala deste ano fica marcada por uma espcie de regresso s origens quanto ao espao escolhido para o evento, visto que aps um hiato de dois anos em que a mesma se organizou em Quintas das redondezas esta voltou a dar-se no Hotel Tryp, local de muitas das edies anteriores.

    O que no sofreu alteraes foi mesmo o formato do evento, que voltou a primar por um sofisticado jantar e dress code, repleto de bom ambiente e de boa-disposio. Foram apresentados os caractersticos vdeos dos Caloiros, dos Finalistas e o vdeo do MedUBI,

    uma pardia de bom-tom nossa faculdade e ao que de bem e de mal acontece cada ano na UBI. No faltou tambm um fotgrafo profissional para eternizar as poses, os vestidos e os fatos de todos aqueles que queiram mais tarde recordar-se de uma fantstica noite.

    Como j tradio realizou-se simultaneamente a cerimnia da entrega dos prmios da Gala, distribudos em diversas categorias para alunos, professores e funcionrios. Este ano o prmio de Mrito foi atribudo ao Professor Doutor Loureno Marques pelo seu trabalho pioneiro na Unidade de Cuidados Paliativos do Hospital do Fundo e pelo seu contributo enquanto tutor e mentor na nossa faculdade, nomeadamente na disciplina de Arte da Medicina e Cuidados de Sade Primrios.

    Aps o jantar, os participantes puderam ainda contar com uma festa na Discoteca Companhia onde a noite se prolongou ao gosto e vontade de cada um.

    Artigo por David Teixeira, aluno do 4 ano

    A Direo do MedUBI marcou presena na 8Gala.

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    Retalhos da Clnica de um Mdico: Cirurgia Geral

    Inaugurados a Junho de 2011 com uma sesso sobre Nefrologia, os Retalhos surgiram em estreita relao entre o MedUBI e a FCS, atravs da Prof. Dra. Assuno Vaz Patto.

    A quinta e ltima sesso dos retalhos foi dedicada especialidade de Cirurgia Geral, tendo ocorrido no Anfiteatro Amarelo no dia 02 de Maio pelas 18 horas. O orador convidado foi o interno do 6 ano de Cirurgia Dr. Pedro Serralheiro que nos apresentou dois casos clnicos que ocorreram no CHCB, Centro Hospitalar ao qual mdico associado.

    Dada a grande desenvoltura e confortvel -vontade com que se exprimia, o orador conseguiu que as apresentaes primassem pela interatividade, permitindo que a cada novo dado clnico os alunos interviessem com a sua opinio sem receio de errarem, o que acabou por se revelar irrelevante devido prpria natureza excecional dos casos que nos foram apresentados, capazes de deixar toda a plateia presente (incluindo docentes) atnita.

    Ambos os casos Uma Estranha Forma de Ser no Pescoo e O Estranho Caso do Tumor Gigante so relatos verdicos de patologias com baixa probabilidade de ocorrncia, difceis de corrigir pela sua sintomatologia aberrante e com problemas acrescidos no tratamento pelas muitas complicaes que surgiram desafiando a prpria lgica.

    Conduzidos pelo Dr. Pedro Serralheiro,

    os alunos presentes puderam testar as suas hipteses, treinando assim a sua astcia clnica e ganhando prtica numa rea que segundo o prprio precisa de ser bem aprofundada em ordem a tornarmo-nos melhores mdicos. Por outro lado, reforou-se a ideia que nem todos os livros de medicina combinados nos podem preparar em absoluto para a realidade, s surgindo a tekn com a vivncia dos casos.

    Citando a Leonor Leo, nossa colega criadora do conceito dos retalhos Esta uma atividade com muito potencial () que acreditamos ter dado um bom contributo para a formao cientfica e humana dos alunos. Se, por um lado, foi explicado aos alunos a patologia presente em cada um dos casos apresentados, por outro foi enunciada a situao psicolgica e social dos doentes em causa.

    Recomenda-se que esta atividade continue a ser realizada dado o impacto positivo que acreditamos ter na formao dos nossos estudantes.

    Artigo por David Teixeira, aluno do 4 ano

    O cartaz da ltima sesso dos Retalhos.

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    Saida

    Cova!WOOL FEST Street art na Covilh

    De setembro a dezembro do ano passado, esteve tudo de olhos postos nos andaimes, a acompanhar com entusiasmo a evoluo dos graffiti na primeira edio do Wool Fest o primeiro festival de Arte Urbana na Covilh.

    Esta ideia partiu de Pedro, da irm, Lara Seixo Rodrigues, e de Elisabet Carceller, todos ligados a este meio artstico. O evento contou com a participao dos ARM collective (Miguel Caeiro aka RAM (Sintra, 1976) e Gonalo Ribeiro aka MAR (Seixal, 1974). Com estilos bastante diferentes (RAM pratica um graffiti freestyler, experimental e psicadlico e MAR trabalha com motivos figurativos surgidos de um imaginrio particular), ambos pintaram diretamente na parede, mo livre, o que proporcionou um resultado muito espontneo, essencial na adaptao da pintura ao espao. Tentaram trabalhar a histria da Covilh e a sua importncia industrial, visto que, depois do 25 de Abril, mais de 200 fbricas fecharam. Assim, de sprays e tintas na mo, estes artistas reabilitaram a cidade de forma a que todas os trabalhos preservassem a identidade local.

    O Wool Fest foi a prova de que Covilh e street art podem surgir na mesma frase. Mantm-te atento quando sares rua!

    FORA DE SERVIO Espalha o Vrus

    Carolina Lopes e Gonalo Paiva, dois antigos alunos da UBI ligados ao Design Multimdia e ao Design Txtil, so os dois mentores de um novo conceito de empreendorismo, ao abrir o seu negcio baseado na reciclagem de materiais. O gosto pelo artesanato e pela utilidade dos objetos levaram-nos a criar um espao dedicado a coisas que, partida, as pessoas pensavam j no ter utilidade. No se trata de uma loja de antiguidades, a Fora de Servio uma loja de moda, artigos em segunda mo, instrumentos musicais, livros, entre outros acessrios, que lembram pocas e estilos muito peculiares.

    Aqui, transformam-se, por exemplo, discos de vinil em malas de senhora, tijolos em obras de pintura e ainda existe uma linha de roupa prpria. Alm disto, tambm so divulgados trabalhos de outros artistas e, com montras expressivas e exposies que mostram talentos, conseguem difundir e valorizar diferentes tipos de arte.

    Continuar a conquistar as pessoas com o seu estilo vintage e tornar a Fora de Servio uma marca prpria o grande objetivo.

    Podes encontrar mais informaes em https://www.facebook.com/foradeservico.loja. No fiques tu Fora de Servio e descobre esta iniciativa!

    Jeniffer Jesus, Aluna do 3 de Medicina

  • Os Representantes de Ano

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    Os Representantes de AnoFabola Maria de Almeida Figueiredo - Representante do 1 anoDecorrente da opinio da maioria dos alunos

    do 1 Ano:Relativamente a aspectos positivos,

    destacado o incentivo autonomia do aluno (no entanto nem sempre correctamente monotorizada) e a promoo da interaco/dilogo aluno-docente. Igualmente de realar a introduo de estgios de ndole observacional logo no primeiro ano (embora carecendo de ajustamento em vrios aspectos), assim como de contedos no to comuns nos currculos acadmicos em Medicina no primeiro ano, como os Cuidados Paliativos. O LAAC um conceito inovador e muito relevante, embora a sua optimizao possa ser aprimorada.

    No que concerne a aspectos que decorreram menos bem, considera-se o facto da metodologia de ensino-aprendizagem instituda na Faculdade ter sido distorcida em vrios mdulos pelos docentes, o sub-aproveitamento dos recursos materiais (modelos anatmicos, por exemplo), o sistema de pedido de revises de perguntas ser desajustado e o sistema de avaliao existente ser penalizador de forma incongruente, na medida em que no valoriza o verdadeiro conhecimento do aluno.

    Emanuel Esgaio - Representante do 2 ano

    No actual 2ano, so vrios os aspetos que se apresentam bem estruturados e organizados, no entanto, h ainda muito para fazer, quando o objetivo final a excelncia. O bloco de Corpo Humano II, o cadeiro, encontra-se bem organizado e estruturado. A matria abordada neste ano baseia-se na continuao do estudo dos vrios sistemas orgnicos funcionais do corpo humano iniciados no 1ano, sem esquecer o estudo das cincias sociais e humanas atravs

    do mdulo de sociologia. No posso deixar de referir que um dos pontos mais marcantes deste ano o estgio clnico dedicado aos cuidados primrios de sade, onde os alunos tm a oportunidade de realizar uma primeira consulta e de perceber a importncia dos cuidados primrios como suporte para um sistema de sade funcional e sustentvel.

    Uma possvel reduo da carga horria e a alterao do esquema da 1 fase das tutorias neste ano curricular so pontos que deveriam ser revistos e melhorados.

    Rben Raimundo - Representante do 3 ano

    O 3 ano do Mestrado Integrado em Medicina da FCS sempre foi muito temido por todos devido carga de trabalho exagerada que se verificava. E com razo! Felizmente a faculdade tem continuado a insistir em melhorias e os resultados tm sido bastante positivos. Todos os contributos dos representantes dos anos anteriores e o esforo dos professores tornaram o ano muito mais organizado e in teressante. Pode afirmar-se que o 3 ano renasceu! A l g u m a s m u d a n a s ainda devem ser feitas, principalmente na integrao dos vrios blocos no sentido de tornar a ponte que os interliga mais slida e mais prxima da realidade da nossa futura profisso. No entanto, cada ano que passa, as melhorias tm sido significativas

  • Os Representantes de Ano

    21

    Os Representantes de Anoe tenho a certeza que todos os coordenadores envolvidos vo continuar a trabalhar para colmatar algumas falhas ainda existentes e para tornar o 3 ano ainda melhor que este ano que cessou.

    Pedro Vilas - Representante do 4 ano

    O 4 ano, o 1ano clnico, quando realmente vemos que h muita gente nos hospitais. Desde servios com 3 mdicos para 18 alunos a alunos de 6 e 4 a lutar pelos mesmos pacientes, os problemas do 4ano prendem-se maioritariamente com a incapacidade actual dos hospitais absorverem tantos alunos o que faz precipitar problemas de comunicao pre-existentes (marcao de aulas para quando os mdicos esto de ferias) ou mesmo falta de uniformidade no ensino dos diversos blocos.

    Por outro lado h que louvar o esforo organizativo da faculdade que procura fazer o melhor com os recursos possiveis, sendo que em aspectos organizativos apenas nos preocupamos com marcao de exames (o que

    por si no linear).

    Em geral o ano corre sem grandes problemas, as materias so no geral asseciveis e interessantes e os periodos

    de (bom) estagio so altamente motivadores para o estudo dos conteudos.

    Nuno Toms - Representante do 5 ano

    No enviou a informao necessria at data do fecho da edio.

    Leonor Leo - Representante do 6 ano

    Vamos comear pelas ms (e bvias) notcias: Harrison, Harrison, Harrison, Harrison, Harrison. E ainda a falta de tempo para cumprir todas as obrigaes dos estgios e da faculdade e aproveitar devidamente o ltimo ano de faculdade!

    Pontos positivos? Vo descobrir que tm muito mais experincia clnica que a maioria dos vossos colegas de outras faculdades. Vo tambm comear a ter alguma autonomia e responsabilidade sobre alguns doentes e a vossa opinio j comea a ser tida em conta. A maior parte dos alunos consegue entrar no bloco operatrio vrias vezes, entrar nas cirurgias e dar uns pontinhos. Para quem no aprecia a vertente cirrgica, podem contar com muitas histrias clnicas para fazer, muito contacto com doentes, muitas gasimetrias, s vezes uns cateteres centrais ou uns pace-makers temporrios. Cool, hein?

    A tese uma coisa positiva, que tem a virtude de nos introduzir investigao e ao mtodo cientfico e que nos permite aprofundar conhecimentos numa rea de que gostamos. Mas tambm aquela coisa que d tanto trabalho quanto aquele que quisermos ter com ela. Se comearmos a pensar na tese com antecedncia, temos tempo para fazer uma coisa interessante sem prejudicar-mos o nosso estudo para o exame da especialidade (meninos do 4 ano comecem a MEXER OS RABOS!). uma ptima sensao entregar um trabalho em que acreditamos ter contribudo um bocadinho para o avano de uma rea de que gostamos.

    (Nota: Informao referente ao ltimo ano lectivo.)

  • 22

    10 Anos, 10 Presidentes

    1a PresidenteAlexandra Martins Soares

    Pina, nascida a 29/04/1981 no Porto entrou para a FCS no ano lectivo de 2001/2002 sendo a primeira presidente do ncleo, corria o ano de 2003. Os principais objectivos que planeava alcanar com o mandato foram a criao do ncleo, a filiao na AAUBI e ANEM, a construo do logtipo e ainda a promoo do dilogo com a direco da FCS. Encontra-se a tirar a especialidade de Medicina Geral e Familiar e trabalha na USF Horizonte em Matosinhos. O evento mais marcante enquanto presidente foi, est claro, a criao do ncleo.

    2o PresidenteVitor Jos da Costa Simes, nascido a 16/03/1983 em Braga entrou para a FCS no ano lectivo de 2001/2002 e foi

    dirigente do ncleo em 2004. Os principais objectivos que planeava alcanar com o mandato foram a adeso ANEM, a criao das Primeiras Jornadas (brilhantemente organizadas pela Leonor Troni), a publicao regular do Boletim do MedUBI e a organizao do transporte entre a Covilh e os hospitais da Guarda e Castelo Branco, dedicado aos alunos. A especialidade que se encontra a tirar Cirurgia Geral e est a trabalhar no Centro Hospitalar do Porto, Hospital de Sto. Antnio O evento mais marcante enquanto presidente afirma ter sido a adeso ANEM.

    3a PresidenteLeonor Troni, nascida a 11/01/1982 em Lisboa. O seu ano de entrada na FCS foi 2002

    tornando-se dirigente do ncleo em 2005. Os principais objectivos que planeava alcanar com o mandato foram divulgar o curso de medicina da UBI a nivel nacional, integrar a vida academica da UBI e dinamizar os colegas com outras actividades para alm da faculdade A especialidade que se encontra a tirar MGF e trabalha na USF Rodrigues Migues - CS Benfica - Lisboa. Enquanto presidente, afirma ter como momentos mais marcantes as I Jornadas MedUBI e I Gala MedUBI.

    4a PresidenteMatilde Padro Dias (n aluno 14839!), nasceu a 07/05/1983 em Lisboa. Decorria o ano de 2002 quando

    ingressou na FCS e tornou-se dirigente do ncleo em 2006. Afirma: Nessa altura queriamos integrar-nos na dinmica da ANEM e desenvolver actividades cientficas, culturais e recreativas. Como eramos um curso novo, tambm quisemos integrar-nos na dinmica acadmica da UBI, pelo que desenvolvemos inmeras actividades com outros ncleos. Encontra-se a tirar Medicina Geral e Familiar trabalhando na USF Dafundo. Quanto ao evento mais marcante como presidente diz: Foram todos!! Eramos poucos e os financiamentos no abundavam por isso tudo era feito com imensa dedicao pessoal! E regra geral corria tudo super bem... Quase todas as actividades eram totalmente novas para ns! Desde as Jornadas, ao Luau, o fim-de-semana na neve, as misses no Companhia, as tertlias, MedCine, o concurso de fotografia, a participao na reunio da EMSA, e claro, a Gala! Entre tantas outras... No consigo escolher!

    5o Presidente Lus Patro, nascido a 14/11/1985 em Aveiro, ingressou na FCS em 2003. Em 2007

    tornou-se dirigente do ncleo com os principais objectivos de alcanar maior representao na ANEM, integrao na EMSA, maior autonomia financeira face AAUBI e apostar na formao dos representantes dos alunos. interno de Medicina Interna no Centro Hospitalar Tondela-Viseu. O evento que considera mais marcante foi a sada dos primeiros finalistas, os primeiros embaixadores do curso de medicina da UBI, afirma.

    6a PresidenteMaria Joo Lima, nascida a 30/03/86 natural de Vilar Formoso, na Guarda. Entrou para a FCS em 2004 e

  • 23

    10 Anos, 10 Presidentes

    em 2008 foi dirigente do ncleo. Quanto aos principais objectivos que planeava alcanar com o mandato refere: Internamente, uma

    re-estruturao da direco e rgos do MedUBI; a nvel de actividades, todos

    os projectos contemplados no nosso plano de actividades foram metas igualmente importantes

    a atingir, embora muitos esforos do mandato tenham sido absorvidos pela organizao do ENEM. Est a tirar a especialidade de Cirurgia

    Geral, trabalhando no Hospital Sousa Martins. Refere que o evento mais marcante enquanto presidente foi o Encontro Nacional de Estudantes de Medicina, pelo impacto nacional e por toda a logstica implicada.

    7o PresidenteValter Rocha nasceu a 01/03/83 e natural de Paredes. Entrou para a FCS em 2008 e logo em 2009 tornou-se

    dirigente do ncleo. Quanto aos objectivos que planeava alcanar refere: Tenho de destacar o esforo realizado por todos os membros da direco no sentido de conteno financeira. Algo que no estava inicialmente previsto, mas que por fruto de vrias condicionantes acabou por acontecer. (...)Apesar disso, o Ncleo fez vrias actividades e, de uma forma ou de outra, os vrios departamentos foram cumprindo o plano de actividades. Destaco o Departamento Local de Sade Publica da ANEM que realizou todas as actividades previstas no plano de actividades local e nacional, feito apenas igualvel por uma outra associao a nvel nacional. Na fase final do mandato organizamos a 1 edio do Congresso MedUBI, subordinado ao tema: Dor: do Neurnio Pessoa. (...) Um autntico xito, com cerca de uma dezena de empresas associadas e um nmero recorde de inscries. Relembro que, durante o ano do nosso mandato, a FCS-UBI teve trs presidentes (...), fruto das eleies que ocorreram para os rgos sociais da UBI. Apesar disso, a comunicao estreita entre o Ncleo e a Faculdade esteve sempre presente. (...). Este nosso colega, quanto ao evento mais marcante, diz ainda: Todos! Seria injusto para com as pessoas que me acompanharam destacar um evento em detrimento de outro. Estou certo de que todos deram o seu melhor nas actividades a que se propuseram. Todas as actividades, momentos e pessoas foram marcantes!

    8o PresidenteJuliana S, nascida a 17/01/1988 natural de Barcelos e entrou para a FCS em 2007. Foi dirigente do ncleo em

    2010 e tinha como principais objectivos reforar a relao dos estudantes com o seu Ncleo, fazer uma representao activa e eficaz dos estudantes de Medicina da UBI a nvel local (na AAUBI), nacional (na ANEM) e internacional (nas EMSA), intervir junto da Universidade no sentido de mostrar os problemas pedaggicos que esto a acontecer devido ao aumento crescente do nmero de vagas o ingresso dos estudantes, remodelar o espao do MedUBI criando um espao que pudesse funcionar como sala de convvio para todos os estudantes, organizar eventos culturais na Faculdade para aproximar o estudantes desta e aproveitar as potencialidades do edifico, criar o Departamento de Educao Mdica e renovar a imagem do MedUBI atravs da criao de um site e da produo de novo merchandising. Esta nossa colega refere ainda: O evento mais importante penso que foi I Sarau Cultural do MedUBI, por ter sido uma inovao. Mas a batalha ganha mais importante para os estudantes foi a implementao do Menu Social, anteriormente no existia no Snack da Faculdade de Cincias da Sade.

    9o PresidenteDiogo Abreu Pereira nasceu a 30/ 08/1989 em Cinfes.Em 2007 ingressou na FCS e em 2011 foi dirigente do ncleo

    Os seus objectivos prediam-se com uma alternativa ao estacionamento pago da FCS, com o transporte para hospitais da Guarda e Castelo Branco, com o aumento do horrio da biblioteca da FCS, com o pedido de alargamento da discriminao positiva nas Scuts a estudantes da UBI, com a criao do Gabinete de Apoio ao Estudante de Medicina, com a participao na reorganizao do currculo do MIM e do 6 ano, com a Criao do Regulamento dos associados, com a criao de protocolos de vantagens para scios MedUBI, com a criao de novo merchandising e do Novo site MedUBI, com a organizao da I Medicina FacFest, dos Retalhos da Clnica de um mdico, do Curso de Lngua Gestual e do Abril Cultural.Este nosso colega do 6o ano refere como evento mais marcante a implementao de transporte para os Hospitais de Castelo Branco e Guarda e ainda a I Medicina FacFest.

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    Alexandra Pina (Interna MGF USF Horizonte) Presidente da 1 Direco do MedUBI e

    Vitor Simes (Interno Cirurgia Geral CHP- HGSA) Vice-presidente da 1 Direco do MedUBI e Presidente da 2 Direco do MedUBI , escrevem:

    O 1 Curso de Medicina da Universidade da Beira Interior teve incio em Setembro de 2001 na Covilh. desconfiana em relao localizao, aliou-se a estranheza associada inovao no mtodo de ensino e de avaliao, que se distanciava do modelo tradicional de ensino universitrio. As aulas lecionadas pelos alunos e facilitadas pelos docentes, as avaliaes intermdias quinzenais, a assiduidade obrigatria, os exames informatizados de escolha mltipla, os estgios precoces em ambiente hospitalar e nos Cuidados de Sade Primrios nada ainda tinha sido visto ou validado em Portugal.

    A ideia de constituir um grupo para representar os alunos de Medicina da UBI surgiu pouco depois de inaugurarmos o curso, com o objectivo de dialogar de forma organizada com a Faculdade e o Gabinete de Educao Mdica, transmitindo as ideias ou preocupaes dos estudantes no que respeitava construo do mesmo. Isto porque o caminho a sendo construdo medida que o amos trilhando.

    Era ainda necessria a representao dos estudantes de Medicina na Academia e nas suas atividades (Recepo ao Caloiro, Latada,), bem como nos rgos da Universidade. Foi portanto criada uma comisso instaladora, que serviu de rampa de lanamento para o ncleo, tendo redigido os primeiros estatutos, posteriormente aprovados por unanimidade e aclamao na Assembleia Geral da AAUBI, e tendo sido responsvel pela organizao das primeiras eleies. O nome, MedUBI, procurou refletir a nossa vontade de integrao na Universidade que nos acolheu.

    As primeiras atividades do ncleo incluiram a promoo da participao na Latada de 2002/2003, a criao do logotipo e de um Boletim e a integrao na ANEM. Em simultneo, procurmos disponibilizar ou apoiar actividades ldicas que ajudassem a integrar os estudantes na cidade e na universidade, assim como outras que permitissem envolver a comunidade na qual nos integrmos.

    E foi para servir um grupo de apenas 60 estudantes que se iniciou a vida do MedUBI, sem instalaes fsicas nem fundos monetrios e

    sobretudo sem grande noo de como seria o futuro do curso, mas criado por um grupo de pessoas que procurou acreditar e lutar activamente por este futuro.

    Pedro Oliveira, aluno 4 ano - Presidente da 10 Direco do MedUBI (a actual), escreve:

    So j 10 anos de histria. Sim, 2012 ano de festa para o MedUBI. o ano em que completamos 10 anos de vida. Foram os primeiros 10 anos de uma histria que promete ser bastante longa, e com muitos captulos ainda por escrever.

    Desde o ano de 2002 que o MedUBI o legtimo representante dos estudantes de Medicina da Universidade da Beira Interior. Defendemos o presente e futuro de cerca de 800 estudantes, o maior curso da UBI. Temos representao marcada em termos internos, junto da direco da Faculdade de Cincias da Sade, mas tambm em termos externos, junto da Associao Nacional de Estudantes de Medicina, onde os assuntos de maior importncia em termos nacionais so discutidos.

    Ao longo destes 10 anos implementamo-nos como um dos ncleos mais activos de toda a academia. Iniciativas por ns organizadas tm j grande impacto regional e, arrisco-me a dizer, nacional. Congresso MedUBI, Antes Que te Queimes, Medicina FacFest, Hospital Faz de Conta, Sarau Cultural, Gala de Medicina e Master Class Fitness so apenas algumas das actividades que organizamos, entre tantas outras.

    Como no poderia deixar de ser, 2012 ano de festa. Estamos de momento a organizar a iniciativa 10 anos, 10 conferncias, em que 10 personalidades reconhecidas na rea da medicina viro nossa faculdade falar com os estudantes que to orgulhosamente representamos, numa demonstrao de que o curso de Medicina da Covilh est cada vez mais implementado e tem cada vez mais importncia em termos nacionais.

    Em forma de concluso, s me resta desejar que muito mais dcadas se sigam. O MedUBI e o curso de Medicina da Universidade da Beira Interior continuaro, com toda a certeza, a conquistar ano aps ano o reconhecimento que merecem. Para isso contamos com todos, antigos e actuais estudantes. Bem-vindo Diagnstico!

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    Entrevista ao Professor Doutor Taborda Barata

    Licenciado em Medicina pela Universidade de Coimbra em 1987, doutorado em Medicina Interna (Ramo de Imunologia Clnica), pelo Imperial College da Universidade de Londres, em 1998, especialista em Imunoalergologia pelos Hospitais da Universidade de Coimbra, tambm desde 1998. Em 2000, depois de vrios anos em

    Inglaterra, voltou para Portugal, acabando por envolver-se na criao da nossa faculdade.

    No tempo livre gosta de ler, praticar rguebi, assim como de caminhadas e de diversas aes de voluntariado, inclusive em frica, continente pelo qual se confessa um apaixonado.

    D: Quais os motivos que o levaram a candidatar-se presidncia da faculdade?

    TB: Fui o primeiro presidente de departamento, na faculdade, em 2000, pelo que j acompanho este projeto desde o incio. Assim, e perante a necessidade de eleger um novo presidente da nossa faculdade, o que me levou a candidatar-me a tal cargo foi ter a possibilidade de continuar o modelo de progresso pedaggica e cientfica que se tem vindo a implementar nesta casa, mantendo a filosofia e o trabalho de excelncia que tem vindo a ser desenvolvido.

    D: Tem algum projeto em mente que considere inovador para implementao?

    TB: Esto pensados vrios projetos de ndole cientfica mas gostava de nomear alguns de ndole social e pedaggica:

    O Observatrio Solidrio da FCS que uma multi-parceria com os ncleos dos cursos da nossa faculdade, com a AAUBI, com a capelania da UBI, com os SASUBI e com benemritos, e que vai servir para agilizar o processo de apoio e orientao para alunos em dificuldades. Este

    O Professor Doutor Taborda Barata.

  • 26

    projeto j teve resultados prticos com a ajuda de um aluno.

    O projeto 1 estudante - 1 idoso: vai ser implementado para o prximo ano letivo comeando de raiz para os alunos do 3 e ser realizado em articulao com os Centros de Sade e as unidades curriculares de Geriatria dos 3 e 6 anos. A cada aluno ser atribudo um idoso e depois, durante os trs anos seguintes os alunos tero de cumprir diversos objetivos, culminando na entrega de um relatrio no 6ano. O objetivo principal o promover o acompanhamento e a educao para a sade a nvel dos idosos, e que pode mesmo permitir o o estabelecimento de uma amizade com algum mais velho.

    Voluntariado Mvel na Regio: poder permitir complementar visitas domicilirias dos Centros de Sade, mas neste caso a pessoas desfavorecidas e isoladas, em conjunto com alunos de Medicina, Cincias Farmacuticas e de cursos de outras faculdades como Psicologia. Este projeto ainda est em fase conceptual mas, se avanar, ter de envolver uma estreita articulao com centros de sade.

    D: Quais os trs momentos que considera mais marcantes nos 10 anos de histria desta faculdade?

    TB: Bem, para mim o momento mais marcante foi a entrada dos nossos primeiros alunos. Como presidente de departamento (ainda no havia presidente de faculdade, nessa altura), recebi e interagi com os primeiros alunos e foi extremamente emocionante.

    Outro momento muito marcante foi a mudana de instalaes. No que a mudana de instalaes em si traduza um melhor desempenho da nossa casa dado que as pessoas que fazem as instituies, mas as melhores condies encontradas no edifcio atual, bem como a maior proximidade em relao ao hospital facilitam o

    trabalho de ensino-aprendizagem para docentes e discentes.

    Por ltimo a concluso de curso dos nossos primeiros alunos e a sua iniciao na vida profissional.

    D: Quais os desafios que considera primordiais para o futuro prximo da faculdade?

    TB: Fazer com que a faculdade seja cada vez mais apelativa e aliciante para quem vem de fora, valendo-nos das nossas qualidades formativas, e que no seja somente apenas mais um stio onde se pode fazer Medicina. Isto implica um forte comprometimento com uma contnua melhoria das nossas estratgias e metodologias de ensino-aprendizagem, para alm de consolidarmos a nossa rea de investigao fundamental, clnica e de translao. Em relao a investigao, um desafio ser contribuirmos de forma decisiva para o alargamento e aprofundamento da investigao clnica nesta regio.

    Um outro desafio, este mais filosfico, ser o de se conseguir manter um equilbrio entre o aumento progressivo da nossa dimenso e interao com outras instituies e o esprito familiar, de proximidade entre discentes e docentes, que nos caracteriza.

    A questo do nmero de vagas em Medicina tambm nos preocupa, no devendo estas ser nem a mais nem a menos mas sim adequadas nossa realidade. Um nmero demasiado baixo pode ser prejudicial ao desenvolvimento da faculdade mas, por outro lado, um nmero demasiado elevado tambm traz malefcios qualidade do ensino. Para alm disso, perante a possibilidade de vir a ocorrer desemprego mdico significativo em Portugal, no futuro, torna-se ainda mais crucial saber gerir muito bem o nmero de vagas. Para mim, a manuteno do nmero atual de vagas ou mesmo uma certa reduo desse nmero poderiam ser a melhor

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    opo mas toda esta problemtica tem de ser muito bem pensada.

    D: Quais considera serem as mais-valias formativas da nossa casa em comparao com as de uma faculdade com metodologia clssica?

    TB: Saliento duas qualidades: a exposio a aspetos de interao interpares e integrao de vrias fontes de conhecimento na realidade clnica. Nesta faculdade procuramos que os alunos se habituem a resolver problemas prticos, a procurar e a gerir informao terica e a analisar a sua relao com a prtica, a interagir com os colegas Enfim, creio que temos uma melhor adaptao do ensino realidade clnica.

    Um outro ponto o investimento que fizemos no programa de aprendizagem de atitudes e gestos mdicos (skills). H sempre algo a melhorar, claro, mas tem havido uma grande progresso ao longo dos anos e creio mesmo que somos francamente uma referncia neste aspeto formativo.

    Finalmente, tambm claro que temos um forte empenho em ajustar a aplicao de novas tecnologias audiovisuais e computacionais ao nosso esquema de ensino-aprendizagem, e isso tambm pode ser visto como uma mais-valia.

    D: Qual sua opinio sobre a atual oferta formativa em Medicina e capacidade de absoro futura do mercado de trabalho?

    TB: Julgo que necessrio racionalizar recursos atravs de opes estratgicas e polticas. Atualmente, h bastantes alunos de Medicina a conclurem os seus cursos, em cada ano. Como somos um pas pequeno, temos de ponderar bem a nossa capacidade real para absorver estes profissionais recm-formados. H assimetrias na distribuio de mdicos por regies do pas e por especialidades mdicas. Assim, necessitamos de aprofundar ainda mais

    o conhecimento das nossas reais necessidades em termos de cuidados de sade. Por exemplo, necessrio enfrentar o problema da interioridade porque o pas no pode viver s custa do litoral. Se desenvolvermos o interior sem dvida que isso criar novas capacidades e focos de absoro para novos colegas. Em termos futuros, se no houver um ajustamento cuidadoso entre necessidades e oferta, poder haver problemas srios de empregabilidade mdica.

    D: Est previsto algum estudo para avaliar o desempenho profissional dos mdicos formados na FCS, assim como a opinio dos profissionais que foram seus tutores nos ensinos clnicos/internato do ano comum?

    TB: Sim est previsto e foi iniciado quando a faculdade comemorou 10 anos. J comemos a reunir informao em relao a isso h uns meses, mas no tarefa fcil. Temos reunido informao sobre como correu o exame de acesso especialidade (Harrison), que especialidades foram escolhidas pelos alunos da nossa casa e como esto a correr, em que hospitais se encontram a trabalhar, se a nossa formao se coaduna com a experincia do ano comum, entre outras. Para alm de todos estes aspetos, j h vrios anos que temos informaes no oficiais, mas vrias fontes, que confirmam um feedback francamente positivo em relao aos graduados em Medicina por esta faculdade.

    D: O professor um defensor da importncia das atividades extracurriculares na formao mdica. Acha que esta ideia est implementada na nossa faculdade? De que forma estas poderiam ser valorizadas no currculo?

    TB: Sou um defensor, mas com o seu peso correto. Sempre tentmos dar alguma importncia a esses aspetos, mas de forma implcita e no explcita. O que temos agora

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    pensado a criao de um porteflio que trace o projeto de cada aluno, sendo que em cada final de ciclo (3 e 6 anos) passem a existir pontos colocados de lado para serem atribudos a essas atividades extracurriculares.

    Essas atividades podero incluir as tunas, servio de voluntariado, participao em ncleos de estudantesenfim, todas as atividades que contribuam para a construo de uma pessoa e no apenas de um tcnico de sade.

    Quanto aos pontos a serem atribudos a esta valorizao extra-curricular ainda uma questo a ser discutida.

    D: Os autocarros para os hospitais foram uma importante reivindicao. Qual o feedback que tem recebido deste servio?

    TB: Em termos globais creio que tem sido muito bom. De incio, fiquei preocupado face baixa adeso e foram necessrios alguns ajustes at o servio estabilizar. Atualmente, um servio com uma excelente adeso por parte dos alunos. Claro que o ideal seria haver dois blocos de viagens por dia mas s possvel termos um. Contudo, devo referir que os autocarros so uma ajuda aos alunos na qual a faculdade est muito empenhada, mas no so uma soluo a 100%. Constituem um complemento muito importante mas no total. Isto porque h necessidade, em determinadas rotaes clnicas, de haver turnos de alunos de manh e de tarde. Assim, e como a universidade no tem capacidade de resolver esse assunto a 100%, haver necessidade de organizao entre os alunos para que esses

    turnos possam ser levados a cabo, de forma a que se possa manter o mximo de qualidade no ensino.

    D: O professor tambm treinador da equipa universitria de rguebi da UBI. Como consegue conciliar tal funo com o seu atual cargo na FCS?

    TB: Com organizao e gesto do tempo. Sempre estive envolvido em vrios tipos de atividades. Como aluno, era bastante organizado

    e tinha capacidade de gesto do meu tempo pelo que tambm nunca abdiquei de intervir em mltiplos cenrios. Estive sempre em Comisses de Curso, Inter-comisses de curso, Assembleia de Representantes, Associao Nacional dos Jovens Mdicos, Direo de Centro de Estudos C i n e m a t o g r f i c o s , etc. Fui presidente do PorMSic apenas uns minutos (risos), porque, ao mesmo tempo, tinha

    concorrido por uma lista Direo da Associao Acadmica de Coimbra. Como, precisamente na altura em que se tinha optado pelo nome para o PorMSic, soube que a minha lista tinha ganho as eleies para a AAC, tive, ento de desistir de pertencer direco do PorMSic.

    Claro que frequentemente durmo pouco e os fins-de-semana praticamente no existem, mas ainda consigo arranjar tempo para treinar o CRUBI e jogar rguebi com os veteranos de rugby da Associao Acadmica de Coimbra, assim como perteno direo do Comit Regional de Rguebi do Centro. O prximo desafio uma escolinha de rguebi para crianas aqui nos

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    campos da faculdade.

    D: Finalmente: Acadmica de Coimbra ou Sporting da Covilh?

    TB: Claro que simpatizo com o Sporting da Covilh, mas tenho de confessar que o meu esprito est e estar sempre com a Acadmica de Coimbra.

    Entrevista conduzida por: David Teixeira, aluno do 4 ano

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    De ps descalos...

    Perguntam o que sinto finalmente. Os ps descalos.Sentir os ps descalos remeter porventura a

    pobreza em lendas de av. Mas conto aqui descalos, no como a lenda conta pobres, antes como imagem figurada de sentidos humanos e prontos, sem barreiras para absorver o mundo e envolver-se com ele pelos poros da pele. Em seis anos de menino, o meu sonho construiu-se dessa base e seguiu em mangas arregaadas at ao final que me perguntam. Julgo que no sei ser mago de vos desvendar o futuro (presumo que seja essa emoo que procuram com um testemunho de finalista), ou sbio de vos mostrar imagens para um dj-vu quando soltarem as fitas livres e eternas, e chorarem em ombros gigantes de amizades as conquistas. A sabedoria que ambicionam alcanar nesse final ficar aqum, utopias. Sero s sbios de saudade, com impulsos contraditrios de querer ir, querer ficar, ser omnipresente e viver sem conta os contos das fitas que a nossa Covilh nos cresceu. Sero ainda sbios de recompensa pela meta cumprida graas vossa essncia, vosso empenho e perseverana perante as surpresas de uma casa a ter de crescer de menina convosco. Mas alm das memrias, ser finalista representa isto: descalar a presso de cumprir objectivos e premissas acadmicas, e sentir enfim a terra sob os ps descalos. Sentir o magnetismo a orientar para o que nos propusemos fazer (no v um mero exame alterar as vontades) e para a sabedoria que agora ainda desejamos mais alcanar (porqu pensar ser utopia?).

    Perguntam o que sinto finalmente. Os ps descalos sobre o cho irregular que guia agora a sade. tempo de escrevermos ns a lenda como uma nova gerao a que nem a iminncia de calos calar os ps, mantendo o caminho rumo a um Norte de bssola que sempre ter o nome de pessoas. Assim sem somas, antes nomes e singularidades absorvidos pela pele pronta dos sentidos descalos.

    Ns apenas vamos indo frente no caminho. At j Colegas*

    Juliana S. Castelo

    A nossa sempre colega Juliana, autora do texto esquerda.

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    A no perder...

    Referente a: Janeiro - Julho de 2012