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CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SUSÉLI TERESINHA DOS SANTOS O PRAZER NO TRABALHO DOS SERVIDORES PÚBLICOS: A MOBILIZAÇÃO SUBJETIVA NO TRABALHO Santa Maria RS, Brasil 2017

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CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

SUSÉLI TERESINHA DOS SANTOS

O PRAZER NO TRABALHO DOS SERVIDORES PÚBLICOS: A

MOBILIZAÇÃO SUBJETIVA NO TRABALHO

Santa Maria – RS, Brasil

2017

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SUSÉLI TERESINHA DOS SANTOS

O PRAZER NO TRABALHO DOS SERVIDORES PÚBLICOS: A

MOBILIZAÇÃO SUBJETIVA NO TRABALHO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Curso de Graduação em Psicologia da

Faculdade Integrada de Santa – FISMA –

como requisito para obtenção do grau de

Psicólogo.

Orientador (a): Profª. Me. Lilian Ester Winter

Santa Maria – RS, Brasil

2017

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“O prazer no trabalho aperfeiçoa a obra.”

Aristóteles.

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DEDICATÓRIA

Aos meus colegas servidores municipais, que

foram à motivação para a realização deste trabalho!

Que colaboraram com compreensão, amizade e

respeito para a concretização deste sonho. Gratidão

por fazerem parte da história da minha vida!

―As mais honrosas das ocupações é servir o

público e ser útil ao maior número de pessoas.‖

Michel de Montaigne

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AGRADECIMENTOS

Meu sonho sempre foi ser psicóloga, lutei cada dia para que esse sonho tornasse

realidade. A vida me mostrou que sem lutas não é fácil conquistarmos nossos objetivos. Pois

enfim, aqui estou escrevendo os agradecimentos do meu TCC. Nossa que frio na barriga!

Que nó na garganta! Mas são sintomas de emoção, muita emoção! Posso dizer felicidade

que não cabe no meu peito! E como não ser grata por todos que contribuíram para que este

sonho tornasse realidade?

Primeiramente agradeço a Deus por me manter firme na fé, e me amparar nos

momentos difíceis, dando-me forças para seguir enfrente.

Agradeço a minha família, em especial minha mãe guerreira e estimuladora, a qual

esteve sempre presente, me amparando em tudo que fosse necessário, para a realização deste

sonho. E meu Pai Oldemis (in memória) mesmo não estando aqui, estará sempre presente

em meus pensamentos me enviando energia positiva e paz em todos os momentos da minha

vida. Saudades Pai!

Agradeço a minha amada filha Manuela, por entender que muitas vezes deixei de

estar presente para me dedicar a este sonho! Seu amor me faz mais forte, e insistente para

seguir firme em busca dos meus propósitos enfrentando as surpresas da vida. Te amo Manu!

Agradeço minha irmã Silvia, minha companheira de vida, sempre esteve ao meu lado

em todos os momentos. Sou grata pelo carinho, amor, dedicação e fidelidade. Juntas

construímos nossa história e assim seguiremos, pois, unidas somos mais fortes!

Ao meu esposo Rodrigo Menna Barreto, pessoa com quem amo partilhar а vida.

Obrigado pelo amor, dedicação, paciência е sua capacidade de me trazer paz e conforto nos

momentos que precisei.

Agradeço as pessoas maravilhosas que a psicologia me trouxe em especial minha

orientadora Lilian Winter, que com dedicação acreditou em minha capacidade. Grata, pelo

empenho, companheirismo e pelas experiências compartilhadas. Ao seu lado percebi que

seria capaz, e que o sonho se torna mais vitorioso quando conquistado com amor. Gratidão,

gratidão!

Agradeço aos amigos/colegas que ganhei durante esta jornada cada um com o

jeitinho próprio, deixou sua marca em minha vida. Grata pela amizade!

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Agradeço a FISMA, instituição que me acolheu e me apresentou a psicologia e seus

encantos.

Agradeço a Prefeitura de Santa Maria e todos os servidores que de uma forma ou de

outra contribuíram para que este trabalho se concretizasse!

Enfim, agradeço a todos que contribuíram para eu chegar até aqui, para a realização

deste maravilhoso sonho, seguirei sempre com prazer, ética e amor. MUITO OBRIGADA!

GRATIDÃO!

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RESUMO

O PRAZER NO TRABALHO DOS SERVIDORES PÚBLICOS: A MOBILIZAÇÃO

SUBJETIVA NO TRABALHO

AUTORA: Suséli Teresinha dos Santos

ORIENTADORA: Professora Mestre Lilian Ester Winter

A Psicodinâmica do Trabalho é uma abordagem teórico-metodológica que investiga a saúde

no trabalho e analisa o prazer e sofrimento com enfoque nas estratégias de mediação

utilizadas pelos trabalhadores para ressignificar e superar o sofrimento, com vistas à

transformação do contexto de trabalho em um lugar de prazer. Define-se prazer como um

princípio mobilizador que faz o sujeito agir em busca da satisfação, realização de si mesmo e

o reconhecimento do outro pela utilidade e encanto ao seu trabalho. Este trabalho de

conclusão de curso teve como objetivo principal compreender os fatores que influenciam o

prazer no trabalho dos servidores públicos de um município do estado do RS. A escolha do

tema para este estudo foi conhecer os elementos que contribuíram para a mobilização

subjetiva dos trabalhadores no serviço público municipal. Trata-se de uma pesquisa de

abordagem qualitativa, quanto aos objetivos foi exploratória e descritiva e quanto aos

procedimentos uma pesquisa de campo. Realizou-se entrevistas semiestruturada com 14

servidores da Secretaria de Gestão e Modernização Administrativa, e para a análise dos

dados utilizou-se análise de conteúdo temática (BARDIN, 2011). Na análise dos dados

foram analisadas as categorias: Reconhecimento no trabalho; Cooperação e gratidão e

Inteligência prática e experiências no sentido de criação. A pesquisa realizada com

servidores revela que o reconhecimento está fortemente ligado às relações com os pares,

bem como com a cooperação e a gratidão, que reforçam o esforço e o trabalho do outro no

coletivo de trabalho, auxiliando na construção das identidades, bem como, na fonte de prazer

no contexto de trabalho. Refere-se ainda à importância da autonomia que promove novas

formas de planejar o trabalho, vindo a contribuir no uso da inteligência prática,

possibilitando que o trabalhador seja criativo desenvolvendo novas formas para

desempenhar suas tarefas. Quando ocorre o compartilhamento da inteligência no coletivo o

reconhecimento acontece nos níveis horizontal, externo e por vezes, no nível vertical. Nessa

perspectiva, os trabalhadores, através da elaboração de acordos, ideias e serviços resistem e

podem vivenciar prazer no labor, vindo ao fortalecimento de sua identidade.

Palavras chaves: Mobilização Subjetiva, Trabalho, Servidor público.

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ABSTRACT

PLEASURE AT WORK IN PUBLIC WORKERS: SUBJECTIVE MOBILIZATION

AT WORK

AUTHOR: Suséli Teresinha dos Santos

SUPERVISOR: Professor MS. Lilian Ester Winter

Work Psychodynamics is a theorical methodological approach that investigates health at

work and analyzes pleasure and suffering, focusing on strategies of mediation used by

workers to resignify and to overcome suffering, in an attempt to turn the work context into a

pleasant place. Pleasure is defined as a mobilizing principle that makes a person act looking

for satisfaction, fulfilment, and recognition by others for his/her value and for his/her work.

This study had as its main objective to understand the facts that influence pleasure at work in

public workers in the city of RS. The theme for this investigation was chosen to get to know

the elements that contributed to subjective mobilization of workers in the city public service.

This research has a qualitative approach. It is also exploratory and descriptive, as well as a

field study. 14 workers of the Secretariat of Management and Administrative Modernization

were interviewed in a semi-structered way, and the Thematic Content Analysis was used for

data analysis (BARDIN, 2011). The following categories were analyzed: recognition at

work; cooperation and gratitude; and practical intelligence and experiences in the sense of

creation. This investigation showed that recognition is strongly connected to peer relations,

as well as to cooperation and gratitude, which reinforce the effort and the other's work in the

collective labor, assisting with the construction of identities and, also, in the pleasure source

in the work context. It's referred the importance of autonomy that brings about new ways for

planning work, contributing to the use of practical intelligence, enabling workers to be

creative by developing new manners to do their tasks. When the sharing of intelligence

happens collectively, the recognition happens in horizontal, external and, sometimes,

vertical levels. In this perspective, the workers, through the elaboration of agreements, ideias

and services, resist and are able to experience pleasure at work, strengthening their identity.

Keywords: Subjective Mobilization; Work; Public Worker.

.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 10

2. JUSTIFICATIVA ........................................................................................................ 12

3. OBJETIVOS ................................................................................................................ 13

3.1. OBJETIVO GERAL ...................................................................................................... 13

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................ 13

4. REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................... 14

4.1. TRABALHO ................................................................................................................. 14

4.2. TRABALHO NO SETOR PÚBLICO ........................................................................... 15

4.3. SERVIDORES PÚBLICOS.....................................................................................................16

4.4. PRAZER NO TRABALHO ........................................................................................ 177

4.6. MOBILIZAÇÃO SUBJETIVA ................................................................................... 188

4.4.1. Reconhecimento no trabalho .................................................................................... 199

4.4.2. Coletivo no Trabalho ................................................................................................. 221

4.4.3. Inteligência Prática .................................................................................................... 222

5. MÉTODO ................................................................................................................... 255

5.1. DELINEAMENTO DA PESQUISA ........................................................................... 255

5.2. CENÁRIO DA PESQUISA ........................................................................................ 265

5.3. PARTICIPANTES ...................................................................................................... 277

5.4. COLETA DE DADOS ................................................................................................ 288

5.5. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ....................................................... 288

5.6. ASPECTOS ÉTICOS .................................................................................................. 299

6. RESULTADOS .......................................................................................................... 322

6.1. ANÁLISE QUALITATIVA ........................................................................................ 333

6.1.1. A importância do reconhecimento como dispositivo para o prazer ..................... 344

6.1.2. Cooperação e gratidão: engajamento de toda equipe para resoluções das tarefas

diárias .................................................................................................................................... 366

6.1.3. Inteligência prática e experiências no sentido de criação ...................................... 388

7. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ....................................................................... 4040

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 433

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 466

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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DE LEVANTAMENTO DE DADOS SÓCIO-

DEMOGRÁFICOS ............................................................................................................... 522

APÊNDICE B – PERGUNTAS ENTREVISTA ................................................................ 533

ANEXO A – AUTORIZAÇÃO INSTITUCIONAL .......................................................... 544

ANEXO B – TERMO DE CONFIDENCIALIDADE ....................................................... 555

ANEXO C – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) . 566

ANEXO D – AUTORIZAÇÃO CLÍNICA ESCOLA MAIÊUTICA ............................... 599

ANEXO E - PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP ............................................60

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1. INTRODUÇÃO

Psicologia é a ciência que estuda o comportamento humano (e não humano), da

cognição e da motivação, podendo ser dividida em diversas especialidades, algumas

relacionadas com o próprio conhecimento da psicologia como ciência e outras se referem

também para a sua aplicação. Nessa última se enquadra a psicologia organizacional, a qual

se ocupa de ciência psicológica aplicada aos temas relativos às pessoas no trabalho e seus

contextos. Ela se desenvolveu, a partir dos movimentos das relações humanas nas

organizações e seu foco está na relação sujeito-trabalho buscando compreender o

comportamento individual e coletivo e o bem-estar no ambiente laboral (SPECTOR 2010).

Muitos dos ingredientes essenciais de satisfação, saúde e bem-estar na vida estão

intrinsecamente relacionados com o trabalho e a profissão. O trabalho pode ser considerado

fonte de satisfação das mais diversas necessidades humanas, tais como auto realização,

manutenção de relações interpessoais e sobrevivência. Como mérito laboral, a compensação

financeira permite que o sujeito atenda às suas necessidades básicas. Em contrapartida, o

trabalho também pode ser fonte de sofrimento, quando existir fatores de risco para a saúde e

de certo modo, o trabalhador não dispõe de instrumentos suficientes para proteger-se desses

riscos (TRÓCOLLI & MURTA, 2004; BATISTA e COLS, 2005; RANGEL, 1993).

No contexto social do Brasil, a precarização do trabalho faz com que exista uma

busca incansável pela estabilidade no trabalho aumentando a competitividade por um cargo

público (AUGUSTO; FREITAS; MENDES 2014). Com o propósito de contribuição para o

mundo do trabalho e seus diversos seguimentos Dejours traz a Psicodinâmica do Trabalho

que investiga a saúde no trabalho e analisa o sofrimento e as estratégias de mediação

utilizadas pelos trabalhadores para ressignificar e superar o sofrimento, com vistas à

transformação do contexto de trabalho em um lugar de prazer (FERREIRA e MENDES,

2013). Da mesma forma, o prazer no trabalho também é motivação para muitos estudos, no

sentido de conhecer quais são os dispositivos da organização do trabalho que beneficiam o

prazer no trabalho e a mobilização subjetiva do trabalhador.

Assim, a psicodinâmica do trabalho é compreendida como uma disciplina clínica que

se auxilia na descrição e no conhecimento das relações entre trabalho e saúde mental que

busca registrar os resultados da investigação clínica das relações de trabalho articuladas a

uma teoria do sujeito, baseada, ao mesmo tempo, na psicanálise e na teoria social (MENDES

e ARAUJO, 2012). Esta foi utilizada neste estudo como referencial teórico para desenvolver

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o tema da pesquisa envolvendo os fatores que influenciam o prazer no trabalho dos

servidores públicos de uma prefeitura do interior do estado do RS.

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2. JUSTIFICATIVA

A motivação para este estudo na temática é conhecer quais são os elementos que

contribuem para a mobilização subjetiva dos trabalhadores no serviço público municipal. O

interesse ocorreu a partir do momento que a pesquisadora que faz parte do quadro de

servidores públicos de uma prefeitura de um município do estado do Rio Grande do Sul

(RS), percebeu através de suas experiências diárias e relatos de servidores que o

reconhecimento dos gestores, de colegas e dos cidadãos era um fator fundamental para

manter os servidores satisfeitos e motivados e melhorar seu desempenho nas atividades

laboral. O servidor público municipal é o elo, o canal de comunicação entre a administração

e o cidadão.

Foi feito uma revisão teórica sobre prazer no trabalho, mobilização subjetiva que

enfatiza os aspectos de reconhecimento, coletivo de trabalho e inteligência prática, para

compreender quais os fatores que influenciam positivamente na rotina de trabalho dos

servidores públicos e que geram prazer nas suas atividades laborativas. Considerando as

todas as mudanças que vem ocorrendo na administração pública, buscando cada vez mais

priorizar a satisfação do cidadão a pesquisadora considera importante analisar os aspectos

que podem gerar um ambiente que traga prazer e saúde no contexto de trabalho do servidor

público, considerando a influência que essa questão pode ter para um resultado satisfatório

no final do processo que enfoca a satisfação do cidadão (BRUNELLI, 2008).

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3. OBJETIVOS

3.1. OBJETIVO GERAL

Compreender os fatores que possam influenciar o prazer no trabalho dos servidores

públicos de uma prefeitura de um município do estado do RS.

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Identificar os níveis de reconhecimento no trabalho;

Identificar como ocorre o trabalho coletivo e a cooperação nas atividades laborais;

Compreender como ocorre uso da inteligência prática no trabalho.

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4. REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo será apresentado o referencial teórico que embasará o tema

reconhecimento no serviço público como fonte de prazer. Os temas discutidos terão como

referencial teórico a Psicodinâmica do Trabalho, trazendo primeiramente considerações

sobre o trabalho, trabalho no setor público, uma discussão sobre prazer no labor e para

encerrar essa sessão foco será a mobilização subjetiva a partir de alguns elementos que

compõe esse construto: reconhecimento, trabalho coletivo e cooperação e inteligência

prática.

4.1. TRABALHO

O trabalho é atividade coordenada e executada por homens ou mulheres que

trabalham para prover o que está previsto na organização do trabalho. Trabalhar é enfrentar

procedimentos, manusear equipamentos e técnicas, contatar com pessoas para acolher e

cuidar. Todavia também é colaborar com a hierarquia organizacional e com colegas, para

poder conhecê-los, compreende-los e respeitá-los, para então trabalhar na mesma sintonia e

atender as demandas impostas pela organização (GERNET; DEJOURS; BENDASSOLLI;

SOBOL, 2011).

O trabalho tem assumido diversos sentidos na vida dos trabalhadores. O trabalhador

envolve-se de várias formas com o trabalho, podendo ser em condições emancipadoras ou

escravizantes. As leis e regras impostas pela sociedade levam o trabalhador a obedecer e

ficar refém das demandas impostas pelas organizações. Prevalecendo assim a sujeição em

vez da resistência e emancipação (MENDES, 2008).

Quando se refere ao trabalho, devem-se incluir as organizações, pois ambos se

somam aumentando as forças contraditórias que comandam o trabalhador, aumentando a

responsabilidade e resoluções de compromissos. O sujeito vivencia essas contradições

quando seu desejo é expresso em necessidades e a realidade de trabalho, necessitando ter

boa produção e excelente desempenho de suas atividades (MENDES, 2008).

―Pode-se citar vários exemplos de contradições presentes nas relações de trabalho:

fazer mais e fazer bem feito, trabalhar em equipe ou trabalhar sozinho, obedecer às

normas ou perder o emprego, cooperar ou sobrecarregar-se, denunciar prática que

não concorda ou silenciar. Essas exigências de contradições, sem as condições

necessárias para executar tarefas, fazem que o trabalhador negligencie a qualidade

em nome da quantidade‖ (MENDES, 2008, pg 13).

Porém, quando a organização do trabalho é saudável permitindo oportunidades de

negociações, se existe liberdade para o trabalhador harmonizar-se com a realidade de

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trabalho, suas necessidades e desejos e suas relações sócias profissionais são abertas e justas,

é provável que exista o processo de reconhecimento, prazer e transformação do sofrimento

(MENDES, 2008). ―Já em contrapartida, em certas condições emerge um sofrimento que

pode ser atribuído ao choque entre uma história individual, portadora de projetos, de

esperanças e de desejos e uma organização do trabalho que os ignora". Portanto, quando se

enfatiza o trabalho como fonte de prazer e sofrimento os aspectos que envolvem o contexto

de trabalho como ambiente, relações sócio profissionais e a organização do trabalho devem

ser percebidas e consideradas em seu contexto, a gestão, cultura e história da organização.

4.2. TRABALHO NO SETOR PÚBLICO

Ao longo do século XX, a sociedade brasileira testemunhou as transformações

ocorridas no setor público e seu funcionamento, bem como a evolução das políticas sociais,

tendo em vista a ampliação dos direitos sociais, sobretudo através da prestação de serviços

públicos, entendendo-se como serviços públicos aqueles que são de necessidade e interesse

coletivo. Estas transformações foram intensificadas a partir dos princípios expressos na

Constituição Federal de 1988, a chamada constituição democrática. Tais princípios

emanaram de uma luta histórica, de um momento de manifestação pelos direitos

democráticos, representada por diferentes setores da sociedade, em repúdio às políticas

centralizadoras e autoritárias que haviam dominado o país (ALVES, 2014).

Os autores referem-se que na interação com os usuários, os servidores exercem um

papel de intermediadores entre o Estado e os cidadãos, apoiados no pensamento Lancman et

al. (2007, p. 83) assim expressam:

O servidor público acaba intermediando as esferas do público e privado numa

sociedade onde os interesses individuais, por vezes, se sobrepõem aos interesses

coletivos. Cabe às esferas públicas e, sobretudo, aos trabalhadores que as

representam e que estão em contato direto com os cidadãos, sofrer o impacto das

deficiências do Estado no contato com a população e fazer valer o interesse da

comunidade numa sociedade onde o cidadão comum espera privilégios e

satisfação de suas necessidades pessoais.

No dia a dia de trabalho o servidor público acaba gerenciamento os conflitos que se

originam dessa mediação, faz parte da rotina de trabalho de boa parte dos servidores

públicos e demandam vasta mobilização subjetiva, que também constituem os processos de

trabalho no setor público (SOUZA, MOULIN 2014).

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4.3. SERVIDOR PÚBLICO

Servidores públicos são pessoas físicas que prestam serviços ao Estado e às

entidades da Administração Indireta, com vínculo empregatício e mediante remuneração

paga pelos cofres públicos. Dessa forma, são os responsáveis pelo desenvolvimento do

serviço público, consequentemente do País. Para isso, são determinadas normas para

admissão, começando pelo Concurso Público, sendo o primeiro passo para a contratação dos

profissionais necessários à Administração, confirmando estes como servidores estatutários,

empregados públicos e servidores temporários (DI PIETRO, 2010).

Os servidores públicos podem ser regidos pelo regime estatutário, que se refere a um

regime jurídico de natureza específica da Administração Pública, e pelo regime celetista, que

se refere às normas aplicadas pela CLT, lei específica de competência do Direito do

Trabalho. Sob esses balizadores os servidores públicos obtêm direitos e deveres. Desta

forma os deveres são as responsabilidades dos servidores, as quais constituirão os exercícios

fundamentais para desenvolvimento das atividades de utilidade pública que atenderão às

necessidades dos cidadãos. Desta maneira refere-se aos Servidores Públicos como

representantes e realizadores dos serviços públicos, porém na realidade os fatos muitas vezes

são diferentes, a imagem desse servidor é visto pelo povo como descrédito pela falta de

confiança que têm em relação à Administração pública da atualidade (DI PIETRO, 2010).

Souza e Moulin (2014), retratam um conjunto de estereótipos negativos associados à

imagem do servidor público, em que este é caracterizado como trabalhador que não trabalha,

ineficiente, incompetente, desestimulado, improdutivo, acomodado, relapso, faltoso,

moroso, e que presta mau atendimento. Considerando que o valor social atribuído ao

trabalho reflete na autoestima do trabalhador, entende-se que essa análise também contribui

para uma ponderação sobre a relação estabelecida entre os processos de trabalho que se

desenvolvem no serviço público e a subjetividade dos servidores. Referindo-se a relevância

que a vivência do trabalho possui para a imagem que o servidor público constrói de si

mesmo, compreende-se que a imagem negativa socialmente construída dessa categoria

profissional pode se tornar-se uma fonte de sofrimento psíquico, gerando prejuízos à saúde

mental dessa classe.

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Neste sentido percebe-se que a realização pessoal alcançada através de habilidades e

potencialidades construídas pelos servidores ao longo da vida merece especial atenção, uma

vez que as interações estabelecidas com os usuários constituem o elemento central de seu

trabalho, tanto para a qualidade dos serviços prestados como para a saúde e o bem-estar dos

servidores. Frente a esta realidade, os autores Souza e Moulin (2014) relatam que os

servidores no seu dia a dia de trabalho acabam enfrentando a falta de reconhecimento e a

desvalorização social do serviço.

4.4. PRAZER NO TRABALHO

Para a psicodinâmica do trabalho o prazer e sofrimento são inseparáveis e o trabalho

contribui para substituir o sofrimento pelo prazer, a partir das condições sociais, políticas e

éticas que a organização e os processos de trabalho oferecem (MENDES e MULLER,

2013). Martins (2012) refere-se que é a partir do sofrimento criativo que a mobilização

subjetiva ganha forma. Com isso, o trabalhador no contexto de trabalho está em constante

situação de vulnerabilidade, portanto, busca o equilíbrio psíquico. Luta pela sua saúde e

satisfação em suas atividades laborais. Na abordagem Psicodinâmica do Trabalho ―isso é

chamado de mobilização subjetiva‖.

A expressão prazer no trabalho é tratada especialmente pela Psicodinâmica do

Trabalho, que define mais do que uma vivencia: o prazer é um princípio mobilizador da

dinâmica que emerge dos contextos de trabalho (MENDES, MULLER, 2013, p. 289).

Define-se prazer como um princípio mobilizador que faz o sujeito agir em busca da

satisfação, realização de si mesmo e o reconhecimento do outro pela utilidade e encanto ao

seu trabalho. Este prazer é realizado através da inteligência prática frente aos

embaraçamentos da organização, e da construção do coletivo de trabalho, que usa as regras

do trabalho, da convivência e estimulando através dessa mobilização a ressignificação do

sofrimento (VIEIRA; MERLO; MENDES, 2013).

Alguns estudos referem-se ao prazer como vivência, buscando conhecer fontes,

fatores e indicadores de prazer no labor, dando ênfase na satisfação e no bem-estar do

trabalho que se agregam indiretamente ao prazer, porém não são o prazer em si. O prazer no

trabalho é mais reconhecido como um princípio mobilizador, um conhecimento de

realização de si (MENDES, MULLER, 2013). Partindo dessa discussão, a intenção a seguir,

é discorrer sobre aspectos que mobilizam subjetivamente o trabalhador como fonte de prazer

no trabalho, descrevendo a mobilização subjetiva e seus elementos constituintes.

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4.5 .MOBILIZAÇÃO SUBJETIVA

A mobilização subjetiva é caracterizada pelo movimento do sujeito em acessar as

capacidades de pensar, sentir e inventar para realizar o trabalho. A utilização dessas

capacidades pela dinâmica da contribuição e retribuição recorrente do conhecimento é

essencial para ressignificar o sofrimento no trabalho (FERREIRA, 2011; MENDES; LIMA;

FACAS, 2011). Para Mendes e Duarte (2013, p. 259) a mobilização subjetiva surgiu:

[...] nos estudos de Cristophe Dejours em 1990, no artigo Itinéraire théorique em

psychopathologie du travail, publicado no Brasil em 1994. Historicamente este é

um conceito central para a psicodinâmica do trabalho, sendo especificamente

retomado e aprofundado em 1993 no Adendum: De la psychoopathologie à la

psychodynamique du travail, publicado no Brasil em 2004, ganhando força ao

longo de sua obra na última década de estudos de pesquisadores brasileiros

(Mendes e Duarte, pg. 259, 2013).

A mobilização subjetiva é o processo pelo qual o sujeito pode (se) criar, (se)

inventar. Esse processo tende a evidenciar a relação entre trabalho e a constituição e

afirmação da identidade. Quando existir espaço para que aconteça essa mobilização, o

desejo e o sujeito podem engajar no trabalho e se reconhecerem e serem reconhecidos como

sujeitos únicos, peças exclusivas sem as mesmas o trabalho não existiria. Sem o outro não há

o reconhecimento, e consequentemente não haveria mobilização subjetiva, sendo uma

contribuição que só se fortalece na sua retribuição, conferida pela organização do trabalho,

pares, superiores e clientes (MENDES e DUARTE, 2013; SILVA e RAMMINGER, 2013).

O trabalhar também faz parte da própria concepção de trabalho para a psicodinâmica

do trabalho e aflora diante das exigências e constrangimentos da organização do trabalho,

por isso, demanda um investimento do corpo, cognitivo e afetivo. É a forma do trabalhador

se comprometer com o labor, empregar e expandir sua subjetividade, fazer uso de sua

inteligência prática e do coletivo do trabalho, viabilizada pela dinâmica do reconhecimento,

para transformar o sofrimento em prazer e assim manter-se na luta pela sua saúde mental no

trabalho (MENDES e DUARTE, 2013).

Mendes (2007), afirma que a mobilização subjetiva enfatiza as dimensões:

inteligência prática, cooperação e o reconhecimento que estão interconectadas. A mesma

fundamenta-se na experiência e no conhecimento adquirido pelo trabalhador, isso porque ele

conhece muito bem o trabalho prescrito e o trabalho real. É a aprendizagem conquistada na

execução de uma tarefa e está relacionada com uma destreza astuciosa que, muitas vezes,

possibilita ao trabalhador inovar frente às limitações e à tarefa (MARTINS, 2012). Desta

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forma refere-se o reconhecimento como outro princípio mobilizador para psicodinâmica do

trabalho, que será explanado a seguir.

4.2.1. Reconhecimento no trabalho

A expressão reconhecimento no trabalho tem origem epistemológica, a partir de sua

construção tecida pela psicodinâmica, de modo especial na psicanálise em diálogo com a

teoria social, incluindo conhecimentos da sociologia da linguística e da teoria da ação de

Ladrière, Pharo e Quère, do pensamento de Jurgen Habernas e de Paul Ricoeur.

Historicamente, a noção de reconhecimento surge como uma dimensão importante para a

psicodinâmica quando, na década de 90, esta abordagem até então denominada

psicopatologia do trabalho ganha a nomenclatura de psicodinâmica do trabalho. A partir daí

a intersubjetividade ocupa o centro da análise e o foco desloca-se para as relações existentes

entre o coletivo do trabalho e a psicodinâmica do reconhecimento, debate relevante para a

saúde no trabalho (LIMA, 2013).

O reconhecimento é a forma da retribuição simbólica sucedida da contribuição dada

pelo sujeito, pelo comprometimento de sua subjetividade e inteligência no trabalho. Esta

retribuição se apresenta em duas dimensões: reconhecimento no sentido de constatação

contribuição de cada trabalhador à organização do trabalho e o reconhecimento como

gratidão pela contribuição dos trabalhadores dada à organização do trabalho (LIMA, 2013).

Quando se refere ao trabalho, Dejours (2001) destaca que mesmo quando os obstáculos reais

são superados, quer se vincule diante das dificuldades encontradas à qualidade do trabalho,

ainda que consiga trabalhar em boas condições técnicas e sociais, os efeitos obtidos

acontecem por esforços que necessitam de boa concentração, tanto da personalidade quanto

da inteligência do trabalhador (COSTA, 2013; SOUSA, 2016; CARVALHO, 2017).

Considera-se que envolvimento e o reconhecimento no trabalho podem ser

mediadores de grande relevância na estabilização e na ampliação da identidade dos sujeitos.

Assim, quem foi reconhecido pela organização pode transmitir seu reconhecimento para

suas práticas de trabalho, registrando ainda mais, sua identidade (FERREIRA; MENDES;

LIMA; FACAS, 2011; CLOT, 2010).

Para Brun e Duga (2005) apud Ferreira (2011) a prática do reconhecimento no

trabalho pode manifestar-se em diferentes níveis de interação social no contexto

organizacional. Cada um com suas especificidades e objetivos diferenciados, destacando-se:

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O nível macroinstitucional seu foco consiste em reconhecer o trabalho coletivo dos

trabalhadores de uma organização por meio de políticas e programas implementados. Assim,

os gestores têm um papel imprescindível nas definições das bases saber ser e saber fazer, e

devem planejar os comportamentos dos membros da organização, apresentando coerência

entre o discurso e a prática.

No Nível Vertical, hierárquico: o foco consiste em reconhecer o trabalho do

subordinado e vice-versa. Nesse nível alguns problemas são recorrentes. Do lado da chefia,

o exercício do reconhecimento tem sido sinalizado por iniciativa residual; desconfiança da

perda de poder; ceticismo, um relacionamento sob-bases mais igualitárias; desconhecimento,

devido ao distanciamento, do trabalho real do subordinado; dificuldade para pronunciar

corretamente os sentimentos; despreparo profissional da chefia para lidar com a temática

devido a falta de investimento da própria organização.

Já para o nível horizontal o foco traduz- se no exercício do reconhecimento entre

pares, colegas de trabalho. Sua eficácia aumenta consideravelmente, pois o reconhecimento

é feito por alguém que está próximo e conhece o trabalho real da pessoa reconhecida. Os

novos modelos de gestão do trabalho, em peculiar sobre certos enfoques da organização do

trabalho, tem reduzido a prática dessa especificidade entre outros motivos, pelo estimulo

intenso de competitividade entre pares.

No nível externo o foco consiste no reconhecimento originário das relações

interpessoais especificadas com clientes, usuário de serviço público, fornecedores,

consultores e auditores externos etc. Em muitas situações, quando as condições de trabalhos

são impróprias e os gestores não reconhecem o trabalho, os trabalhadores podem encontrar

nas relações externas as fontes de reconhecimento.

Para finalizar no nível social o foco consiste no reconhecimento que provém das

relações entre os trabalhadores, a comunidade e as organizações pública privadas. Neste

caso, o reconhecimento pode ser ligado ao valor social do trabalho e as práticas de trabalho

social voluntário (BRUN; DUGAS 2005 apud FERREIRA, 2011).

Outro aspecto relevante sobre reconhecimento é relatado em estudos de Palludo e

Koller (2006) onde mostram o vinculo entre alguns sentimentos, como a gratidão, onde é

expressa em estado permanentemente de agradecimento. De tal modo a gratidão auxilia

trazendo significados satisfatórios para vida do sujeito, tornando-o mais feliz. Percebe-se o

fortalecimento dos relacionamentos, quando expressa-se gratidão aos outros e quando o

trabalho coletivo é considerado muito significativo para o desenvolvimento das tarefas

diárias. Desta maneira, refere-se que o sentimento de gratidão pode aumentar a resiliência e

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a qualidade da vida diária, pois este sentimento funciona como um desencadeador de bem-

estar e prazer, operando para superar as adversidades do dia-a-dia do trabalho

(SELIGMANN, 2012; ABREU, 2016).

4.2.2. Coletivo e cooperação no Trabalho

Historicamente, a noção de coletivo de trabalho surge como uma dimensão

importante para a psicodinâmica quando, na década de 1990, a partir de pesquisas de campo,

a organização de trabalho, passa a ser compreendida como um jogo social complexos de

regras e técnicas e éticas. Até o momento, pela predominância do modelo de

constrangimento rígida e a maneira de acessar o coletivo limitou-se as estratégias coletivas

de defesa, ou seja, as formas de cooperação utilizadas para lutar contra o sofrimento do

trabalho. A partir deste período as discussões passam a situar-se no campo da

intersubjetividade, da inteligência plural, da produção das relações sociais no trabalho. O

trabalho passa a ser compreendido como uma forma de relação social, uma forma de viver

junto, o que implica compreender que a lacuna entre o trabalho prescrito e o real exige a

construção de acordos normativos entre os trabalhadores sobre sua subjetividade. Para Lima

(2013, p.93) o que define coletivo de trabalho [...] ―refere-se à prática de construção comum

de regras de trabalho, de acordos normativos técnicos e éticos entre os trabalhadores sobre

as formas de trabalhar, os modos operatórios utilizados e as preferências sobre a sua

subjetividade‖ (LIMA, 2013).

Compreende-se que um grupo não é exatamente o coletivo de trabalho, ou reunião de

pessoas que têm o mesmo objetivo. Ele repousa sobre as inteligências singulares e sobre os

desentendimentos encontrados entre o modo de ser de cada membro do grupo, assim

podendo apresentar êxito na construção de compromissos e acordos para encontrar a solução

dos problemas vindo do trabalho. Desta maneira, o coletivo não é uma produção natural,

mas uma construção social (DEJOURS, 2008 e LIMA, 2013).

Referindo-se de coletivo no trabalho é relevante que cada trabalhador do grupo, se

aproprie da atividade do outro, para compreender melhor como o outro trabalha. Para a

psicodinâmica o coletivo refere-se a prática de construções de regras de trabalho, de acordos

entre os trabalhadores, sobre as formas de trabalhar, de cada sujeito (LIMA, 2013). Os

autores Mota e Vasconcelos, 2006 referem-se que o próprio indivíduo constrói o sentido de

sua ação e também busca a coerência e a compreensão enquanto grupo, trocando

experiências, influenciando-se reciprocamente e construindo em conjunto o sentido da sua

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ação coletiva, criando e desenvolvendo sua cultura, construindo seu futuro e crescimento a

partir da história de cada sujeito.

Considera-se a noção de coletivo de trabalho proposta pela psicodinâmica

designando como processo de construção de acordos normativos técnicos e éticos entre

trabalhadores. Processo complexo, sempre inacabado, que depende das condições da

dinâmica instituída da coordenação e da cooperação. Cogita-se que a falta de construção de

acordos e regras de trabalho conduz individualismo e os conflitos no coletivo

impossibilitando a potencia do trabalho como ganho para a identidade. Averígua-se que as

relações de dominação se sustentam especialmente por esta lógica do individualismo e como

potência, como criação de formas de resistência, no negativo do individualismo e as relações

de competitividade, representa a luta pela construção de relações cooperativas e solidárias,

sempre num processo precário e contraditório em si mesmo. Uma luta individual e coletiva,

porque toda organização do trabalho é uma construção humana, que se desenvolve com a

colaboração e o investimento de homens e mulheres. Desse modo, transformá-la e torná-la

mais positiva, depende da vontade de todos os trabalhadores, ou seja, coletiva (LIMA,

2013).

Referindo-se ainda sobre a Psicodinâmica do trabalho e mobilização subjetiva, a

seguir será conceituado inteligência prática.

4.2.3. Inteligência Prática

A expressão inteligência prática possui raízes epistemológicas na psicologia histórica e

antropologia histórica de Jean-Pierre Vernant e Marcel Détienne. Esses especialistas em

Grécia antiga desenvolveram uma interpretação do termo grego métis, que é

etimologicamente o núcleo do termo metier. Para os autores métis é uma forma de

inteligência e pensamento que possibilita a seu detentor vencer sem uso da força, na medida

em que consegue mobilizar astúcia (dólos), aproveitar as vantagens (kérde) e o momento

oportuno (kairós). Essa articulação é descrita como complexa, porém coerente. Articula

sagacidade, precisão, esperteza, e senso de oportunidade. Aplica-se a realidades fugazes,

moventes, desconcertantes e ambíguas, que não se prestam nem a mensuração precisa nem

ao cálculo exato, nem ao raciocínio rigoroso (VASCONCELOS, 2013).

As principais características da inteligência prática estão fundamentalmente enraizada

no corpo, dando maior ênfase aos resultados da ação do que ao caminho delineado para

alcança-los, está presente em todas as atividades de trabalho, possui poder criador e é

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extremamente difundida entre os homens e seu espaço potencial. Algumas condições

individuais e sociais são necessárias a sua manifestação, manutenção e visibilidade, da qual

pode-se citar a principais: (ressonância simbólica, que significa articulação da história

singular do sujeito no mundo atual e público do trabalho, e espaço público interno),

construído pelos próprios trabalhadores (VASCONCELOS, 2013). Vasconcelos, (2013. p,

238) apud Dejours, 2007; Détienne, Vermant, 2008) referem-se que ―essa forma de

inteligência ressurge a partir das consideradas ciências aplicadas, como ergonomia e a

psicodinâmica do trabalho‖.

A inteligência prática, enquanto estratégia de enfrentamento coletiva auxilia o

trabalhador a resistir ao que é prescrito, utilizando recursos próprios e sua capacidade

inventiva, pressupondo a ideia de astúcia, mobilizando-se a partir do surgimento de

situações imprevistas. A partir do enfrentamento destas situações, desenvolve um saber

particular que ao tornar-se coletivo, transforma-se em ação de cooperação. Este recurso

apresenta a finalidade de minimizar o sofrimento e transformá-lo em prazer (MENDES,

2008; MACEDO e BUENO, 2012).

A inteligência prática refere-se a uma inteligência atuante, e em ação, conforme,

Athayde (1996, p.48):

Esse conceito é expresso no próprio desempenho do trabalho, pelo trabalho. Para a

Psicodinâmica do Trabalho a mobilização subjetiva e o grau de investimento de

inteligência estão diretamente conectados com a qualidade e a produtividade do

trabalho. A inteligência prática surge da prescrição da atividade, a partir do

proposto é que ela entra em ação. Podemos observá-la em qualquer trabalho, e seu

desenvolvimento contribui para o potencial criativo do trabalhador, para resolução

de problemas, diminuição do desgaste físico e mental e sua estimulação decorre do

reconhecimento externo do seu desempenho (Athayde, 1996, p.48).

Os estudos em psicodinâmica do trabalho mostram que homens e mulheres

experimentam o real trabalho quando ultrapassem as ordens no sentido de dar conta dos

acontecimentos, assim superando os limites da organização do trabalho. E para ajustar

criativamente as ordens do real do trabalho é preciso movimentar de forma especifica a

inteligência, chamada de Inteligência Prática que envolve cognição e afetividade ao

desobedecer à organização do trabalho (VASCONCELOS 2013).

Conforme Vasconcelos (2013, p.241),

Quando se fala em inteligência prática, esta se refere a singularidade a

individualidade. Entretanto, quando se dá a confiança, a cooperação, a

coordenação e o reconhecimento, induz-se um nível de complexidade suplementar

em que a supervisão ao prescrito é regularizada dando origem a sabedoria prática.

Para que essa inteligência individual se torne pública é necessário que a

organização do trabalho conte com espaços destinados a trocas e relações

intersubjetivas entre os trabalhadores (Vasconcelos, 2013, p.241).

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A inteligência prática é pulsional, manifesta-se de maneira espontânea entre os

trabalhadores. O engajamento e dedicação do sujeito para garantir astúcia no uso da

inteligência prática têm como vantagem sentido do trabalho. Não sendo necessárias

intervenções, objetivando ou incentivá-la. É necessário apenas evitar os limites as condições

necessárias à sua manifestação, já que não bastam apenas a força pulsional e o desejo de

criação (MENDES E MARRONE, 2010; DEJOURS, 2011; VASCONCELOS, 2013).

Vasconcelos (2013) considera a inteligência prática como astuciosa, operatória, criativa do

trabalho, sendo compreendida como astúcia no emprego da experiência para criação de algo

novo, diferente da prescrição e da rotina do labor .

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5. MÉTODO

Para Gil (2002), o método científico é um conjunto de procedimentos intelectuais e

técnicos utilizados para atingir o conhecimento. Para que seja considerado conhecimento

científico, é necessária a identificação dos passos para a sua verificação, ou seja, determinar

o método que possibilitou chegar ao conhecimento.

Segundo Gil (2007, p. 17), ―pesquisa é definida como o procedimento racional e

sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos.

A pesquisa desenvolve-se por um processo constituído de várias fases, desde a formulação

do problema até a apresentação e discussão dos resultados‖.

A seguir será descrito o delineamento da pesquisa, a análise dos dados e as questões

éticas.

5.1. DELINEAMENTO DA PESQUISA

Quanto ao delineamento, esta pesquisa teve abordagem qualitativa, quanto aos

objetivos foi exploratória e descritiva e quanto aos procedimentos uma pesquisa de campo.

Em relação à abordagem qualitativa, Minayo (2013) compreende relações e

representações que os sujeitos realizam a respeito de si, como se relacionam com pessoas e

qual seus sentimentos em relação às seus comportamentos. Este método ainda permite

revelar os processos sociais referentes a grupos específicos que ainda não são

suficientemente conhecidos, além de proporcionar a elaboração de novas abordagens e de

novos conceitos (MINAYO, 2010). Compreende um conjunto de diferentes técnicas

interpretativas (entrevista não estruturada, entrevista semiestruturada, observação

participante, observação estruturada, grupo focal) que visam descrever e decodificar os

componentes de um sistema complexo de significados.

Quanto aos objetivos, possui caráter exploratório e descritivo. A pesquisa

exploratória tem como meta proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a

torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. A maioria delas envolve, além de

levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tem ou tiveram experiências

práticas com o problema da pesquisa (GIL, 2010). Esta pesquisa teve como foco explorar a

realidade dos servidores públicos e suas experiências de trabalho, no que tange as vivências

de prazer no trabalho.

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Esta pesquisa também caracterizou-se como uma pesquisa descritiva por ter como

objetivo a descrição das características de uma população, fenômeno ou de uma experiência

(Gil, 2008), o que será contemplado neste estudo.

Quanto aos procedimentos, esta pesquisa foi de campo e se desenvolveu com

servidores públicos de uma prefeitura de um município do RS, na Secretaria de Gestão e

Modernização Administrativa (SMG), nos Setor das Superintendências de Administração

(ADM) e Recursos Humanos (RH).

5.2. CENÁRIO DA PESQUISA

Esta pesquisa ocorreu em uma prefeitura de um município do RS na Secretaria de

Município de Gestão e Modernização Administrativa (SMG), setores das Superintendências

de Administração e de Recursos Humanos. Esta prefeitura municipal conta com 3.538

servidores municipais, sendo que 113 estão lotados nesta secretaria. Esta secretaria tem por

finalidades básicas o planejamento, a proposição, a articulação, o controle, a coordenação

dos sistemas administrativos de gestão centralizada, em especial aqueles relativos aos

recursos humanos, modernização administrativa, tecnologia da informação, processo

legislativo no âmbito do Poder Executivo, legislação e documentação oficial, protocolo

central, arquivo, almoxarifado, controle dos bens patrimoniais e demais sistemas

administrativos necessários ao funcionamento da Administração Municipal.

São áreas de competência da Secretaria de Município de Gestão e Modernização

Administrativa:

1. A Secretaria de Gestão e Modernização Administrativa (SMG) trabalha como meio

para as secretarias fins atenderem seus objetivos. É responsável por desenvolver as

políticas de gestão com pessoas;

2. A gestão integrada do Sistema de Recursos Humanos, que compreende as atividades de

classificação de cargos e funções, obtenção, registro, lotação, administração e

desenvolvimento dos servidores da Administração Municipal;

3. A gestão do cadastro de pessoal;

4. A elaboração dos atos relativos à pessoal e promoção do seu registro, publicação e

arquivamento;

5. A elaboração da folha de pagamento dos servidores municipais e estagiários;

6. A promoção da modernização e eficiência administrativa;

7. A gestão do sistema de materiais da Administração Municipal;

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8. O registro e controle dos bens móveis e imóveis, que constituem patrimônio do

Município;

9. Os processos de compra e venda de imóveis e de dação em pagamento, em conjunto

com a Secretaria de Município de Finanças;

10. Os processos de desapropriação;

11. A gestão da tecnologia da informação, compreendendo sistemas, equipamentos e

serviços de informática;

12. O protocolo e arquivo geral da Administração Municipal;

13. A gestão do processo legislativo, no âmbito do Poder Executivo, de forma articulada

com os demais órgãos municipais e, em especial, com a Procuradoria Geral do

Município;

14. A promoção, articulação e coordenação dos relacionamentos e contatos com a Câmara

Municipal de Vereadores, especialmente em relação ao processo de construção da

legislação municipal;

15. A gestão da documentação que compõe o sistema legal do Município;

16. A coordenação das publicações legais da Administração Municipal;

17. Os serviços de apoio e de manutenção das instalações da sede da Prefeitura; e

18. A orientação normativa, metodológica e operacional às demais Secretarias, na

execução das atividades auxiliares relativas aos serviços de gestão centralizada, de

competência da Secretaria.

Salienta-se que os servidores da Superintendência de Recursos Humanos (RH),

atendem as demandas da vida funcional de todos os servidores públicos municipais, desta

forma durante a entrevista, servidores desta Superintendência se referiam ao público

externo como servidores, já que prestam serviço para colegas municipais.

5.3. PARTICIPANTES

Participaram desta pesquisa os servidores da Secretaria de Gestão e Modernização

Administrativa, dos Setores das Superintendências Administração e de Recursos Humanos.

Como critério de inclusão determinou-se que o servidor deveria estar trabalhando por

mais de cinco anos na Secretaria de Gestão e Modernização Administrativa nos Setores das

Superintendências de Administração e Recurso Humanos, estar apto e trabalhando no

momento da pesquisa e desejar participar da pesquisa de forma voluntária.

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Como critério de exclusão determinou-se que não poderiam participar os servidores

com menos de cinco anos nos setores ou que foram removidos de outros setores da

Prefeitura e aqueles que estivessem afastados por licença ou férias.

5.4. COLETA DE DADOS

Para Gil (2008) a coleta de dados em um estudo de caso é baseada em diversas fontes

de evidências. Para coleta de dados qualitativa desta pesquisa, foi utilizado a entrevista

semiestruturada, na qual o entrevistador guiou-se por um de roteiro, que foi registrado em

folhas próprias.

Na entrevista semiestruturada, a pesquisadora pode acessar mais informações do que

elencou previamente, além de definir novas estratégias (TOMAR, 2009). O autor chama a

atenção para o fato de que este tipo de pesquisa gera pontos de vista, orientações e hipóteses

para o aprofundamento da investigação. A aplicação das entrevistas (Apêndice A) foi

realizada nas dependências da Secretaria de Gestão e Modernização Administrativa, nos

setores das Superintendências de Administração e Recursos Humanos de forma individual

para garantir maior sigilo verbal e visual das entrevistas.

Se tratando de uma entrevista semiestruturada Lakatos e Marconi (2013, p.80) refere-

se:

A entrevista é um encontro entre duas pessoas. A fim de que uma delas obtenha

informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de

natureza profissional. É um procedimento utilizado na investigação social, para a

coleta de dados ou para ajudar no diagnóstico ou tratamento de um problema

social.

Além da utilização da entrevista semiestruturada, os participantes responderam um

questionário sócio demográfico, com o intuito de conhecer o perfil dos participantes da

pesquisa, proporcionando maior clareza dos sujeitos investigados.

5.5. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Para a análise qualitativa foi utilizada a análise de conteúdo. A análise do material

buscou relacionar os conteúdos obtidos, através da análise das respostas da entrevista. De

acordo com Minayo (2010) este método consiste em técnicas de pesquisa que permitem

tornar válidas e replicáveis as inferências sobre dados acerca de um contexto específico,

através de procedimentos científicos. Para esta autora, a análise de conteúdo enquanto

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técnica de tratamento de dados tem a mesma lógica das metodologias quantitativas, pois

busca a interpretação cifrada do material de cunho qualitativo. Para Bardin (2011), o termo

análise de conteúdo designa um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando a

obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens,

indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às

condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens.

As respostas da entrevista realizadas com os participantes da pesquisa foram

analisadas a partir de várias leituras, com o intuito de proporcionar maior compreensão e o

esclarecimento sobre os pontos relevantes do tema prazer no trabalho dos servidores

público, a mobilização subjetiva no trabalho. A análise ocorreu através da elaboração de

uma planilha com as questões norteadoras, a identificação dos participantes e as respostas

para posterior análise das principais ideias que determinaram as categorias semânticas da

análise. Ademais, foi organizado um quadro para maior visualização dos dados sócio

demográfico realizado com os participantes.

A partir das narrativas a análise de conteúdo será discutida:

Quadro 1: Categoria de análise:

Unidade de análise Temas

Reconhecimento no trabalho A importância do reconhecimento como

dispositivo para o prazer

Cooperação e gratidão Cooperação e gratidão: engajamento de

toda equipe para resoluções de tarefas

Inteligência prática e experiências no

sentido de criação

Inteligência prática e as descobertas de

novas formas de fazer o trabalho real

Fonte: Santos e Winter (2017)

5.6. ASPECTOS ÉTICOS

Na presente pesquisa, foram mantidos os princípios éticos presentes na Resolução

466 – 2012 do Conselho Nacional de Saúde, que orientam a ética em pesquisas com seres

humanos. Diante dessa consideração, serão respeitados os princípios da autonomia,

beneficência, não maleficência, justiça e equidade, assegurando os direitos e deveres dos

participantes da pesquisa à comunidade cientifica e ao Estado (BRASIL,2012).

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Especifica-se que a pesquisadora teve o compromisso com a privacidade e a

confidencialidade dos dados utilizados, preservando a identidade dos participantes do

estudo, assegurando o anonimato – os sujeitos foram identificados por um número no

momento da entrevista. Da mesma forma, foi assegurada a liberdade de participação

espontânea e o direito de desistência por parte dos mesmos, em qualquer momento da

pesquisa.

Para complementar atendeu também à Resolução nº 510/16, do Conselho Nacional

de Saúde (CNS) que regulamenta a pesquisa com seres humanos, assim como à resolução

N° 016/2000 de 20 de dezembro de 2000, do Conselho federal de Psicologia. A resolução do

CNS parte do pressuposto que o pesquisador tem compromisso ético com os participantes

envolvidos na pesquisa e que este ponderou entre os riscos e benefícios individuais ou

coletivos comprometendo-se com o máximo de benefícios e o mínimo de riscos e danos

(BRASIL, 2012).

A pesquisa foi ser executada após envio a Plataforma Brasil e aprovação do Comitê

de Ética da Universidade Federal de Santa Maria RS, sob o CAAE número

75021617.9.0000.5346 e parecer 2.271.224 (em anexo).

Para as pessoas que aceitaram o convite para participarem da pesquisa foi entregue o

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) que foi lido e a assinado pelos

participantes antes da aplicação do instrumento. Após a devolução do TCLE devidamente

assinado os termos ficaram sob responsabilidade da pesquisadora responsável Lilian Ester

Winter, assim como todos os resultados obtidos na pesquisa. A divulgação dos resultados de

caráter cientifico será realizada a partir da publicação de um artigo científico.

Foi agendada a data de participação da pesquisa que teve a autorização da instituição

envolvida. A pesquisadora colocou-se a disposição para sanar possíveis dúvidas dos

participantes. No TCLE serão expostos os objetivos da pesquisa em estudo e sua forma de

realização e também as consequência da mesma, bem como, o que será feito das

informações coletadas na pesquisa. O TCLE foi lido juntamente com participante da

pesquisa, esclarecendo aspectos sobre a privacidade e o sigilo da identidade, da participação

na pesquisa de forma voluntária, sem nenhum tipo de gratificação, podendo haver

desvinculação imediata do estudo, caso houvesse algum desconforto por parte do

participante. O formato do TCLE foi feito em duas vias, uma para os participantes e outra

para o pesquisador.

Quanto à devolução dos resultados provenientes do estudo, acrescenta-se que foi será

elaborado um relatório com os resultados da pesquisa para a coordenação e profissionais do

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serviço. Já a divulgação dos resultados aos sujeitos participantes da investigação, esta

ocorrerá por meio de um encontro com data e local pré-determinado, para o qual os mesmos

serão convidados.

Após a finalização da pesquisa o material utilizado será arquivado com segurança

durante 5 anos pela pesquisadora e pela Professora Orientadora da pesquisa.

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6. RESULTADOS

Neste capítulo serão apresentados os resultados da coleta de dados da pesquisa.

Primeiramente serão apresentados os dados sócios demográficos dos servidores participantes

com o intuito de conhecer o perfil dos mesmos e em seguida será apresentada a análise

qualitativa e a uma discussão e compreensão dos mesmos. Os servidores serão identificados

no decorrer da pesquisa, tanto nos quadros dos dados sócio demográficos quanto na análise

dos resultados, pelas siglas S1 até S14, para manter o sigilo dos nomes dos participantes.

Seguem os dados sócio demográficos dos participantes da pesquisa:

Quadro 02: Dados Sócios demográficos dos servidores participantes

Partici-

pantes Idade

Tempo de

serviço Escolaridade Gênero Estado Civil Setor

S1 53 9 anos Ensino

Médio M Solteiro

Sup.Adm . Setor de

Correspondência

S2 60 30 anos Ensino

Superior F Casada

Sup.Adm. Coord.

Legislativa

S3 57 17 anos Ensino

Médio F Casada

Sup. Adm. Protocolo

Geral

S4 46 16 anos Ensino

Superior M Casado

Sup. Adm. Coord.

Patrimônio

S5 62 18 anos Tec.Secreta

riado F Casada

Sup. Adm. Protolocolo

Secretaria

S6 40 13 anos Pós

Graduação F Divorciada

Sup. RH. Coord. de

Estágio

S7 49 5 anos Ensino

Superior F Solteira

Sup. Adm. Coord. de

Patrimônio

S8 51 9 anos Pós

Graduação F

União

estável Sup. RH. Coord.de Atos

S9 46 9 anos Ensino

Superior F Casada

Sup, Adm. Protocolo

Secretaria

S10 53 18 anos Ensino

Médio F Casada

Sup.Adm. Protocolo

Secretaria/Serviços

Gerais

S11 58 16 anos Ensino

Superior M Casado

Sup. RH. Coord. de

Cadastro

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S12 41 9 anos Pós

Graduada F Solteira

Sup. De RH. Coord. de

Cadastro

S13 37 14 anos Ensino

Superior F Solteira Sup. Adm

S14 47 18 anos Pós

Graduado M Solteiro Sup. RH

Fonte: Santos e Winter (2017)

A partir do quadro 01 compreende-se que 65% servidores estão lotados na

Superintendência de Administração (Sup. Adm), e 35% servidores estão lotados na

Superintendência de Recursos Humanos (Sup. RH), totalizando 14 servidores que

contemplaram os critérios de inclusão e 01 que se encontrava em férias e portanto, não fez

parte da pesquisa. Sendo assim, 90% dos participantes da pesquisa são do sexo feminino e

10% do sexo masculino, a faixa de idade entre 37 a 62 anos, sendo que entre 37 e 45 anos

compreende-se 21%, entre 46 à 55 anos, 50%, e entre 55 à 62 anos totaliza 29%. Em

relação à escolaridade, 30% tem nível médio, sendo que o 1% técnico em secretariado está

incluso neste item, 50% tem nível superior e 20% pós graduação. Destaca-se que 70% dos

servidores tem formação de nível superior, revelando um percentual alto com graduação e

pós-graduação, o que mostra a qualificação técnica da equipe, sendo que a maioria dos

servidores exercem o cargo de agente administrativo. Com estes dados da escolaridade uma

questão que pode ser investigada a posteriori é se estas capacidades estão sendo utilizadas

ou se é possível utilizá-las como um diferencial para melhorar resultados e potencializar as

competências destes servidores como dispositivo de saúde e bem estar. O estado civil dos

servidores resume-se em 50% casados, 36% solteiro, 7% união estável e 7% divorciado. O

tempo de serviço apresenta a seguinte variação: que entre 05 a 10 anos tem 36%

participantes, de 11 a 20 anos 57% dos participantes e 21 a 30 anos 7% dos participantes,

mostrando que 64% dos servidores tem mais de 10 anos de serviço público.

6.1. ANÁLISE QUALITATIVA

Na análise dos dados qualitativos da pesquisa serão apresentadas as seguintes

categorias: Reconhecimento no trabalho; Cooperação e gratidão; e por último será

apresentado a categoria denominada: Inteligência prática e experiências no sentido de

criação.

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6.1.1. O Reconhecimento: A importância do reconhecimento como dispositivo para o

prazer

Athayde (1996) afirma que, no campo das relações sociais mediadas pelo trabalho, o

par contribuição/retribuição é a chave para a mobilização subjetiva. Além do mais, o

reconhecimento do fazer confere ao trabalhador avaliado um sentimento de pertença a um

coletivo, a uma equipe ou a um ofício (DEJOURS 2004c). O reconhecimento se cria através

do ato de agradecer as contribuições do colaborador com a organização, priorizando que este

agradecimento deve ser específico para aquele sujeito. Assim vindo a colaborar com a

formação da identidade da pessoa no trabalho. O ato de reconhecimento vem contribuir

positivamente para o futuro da organização (FERREIRA, 2011).

As narrativas a seguir ilustram a importância da contribuição/retribuição:

“Até presentinhos eu já ganhei, vinho, lenço, e chocolates. Quando sinto que sou

reconhecida dá vontade de fazer melhor daquilo que tá sendo feito.”S5

“Quando sou solicitada a opinar, ou propor resoluções as demandas propostas. E

essa sugestões são acatadas ou consigo, fico muito contente quando isso acontece”. S13

“Percebo o reconhecimento, quando na mudança de governo, continuo a frente a um

dos mais importantes papéis na Secretaria de Gestão”. S14

Estes depoimentos mostram como é importante para o servidor ser reconhecido no

seu trabalho, tanto quando é convidado a participar com sugestões que são valorizadas,

como em situações em que a satisfação para o servidor (cliente externo) é manifestada. Estas

vivências elucidam aspectos que vão ao encontro do prazer no trabalho, proporcionando

satisfação e bem-estar do trabalhador, sendo o reconhecimento um princípio mobilizador

do prazer (MENDES, MULLER, 2013).

Ainda em relação ao reconhecimento a pesquisa aponta que existem diferentes níveis

que este acontece. Brun e Duga (2005) apud Ferreira (2011) mencionam que o

reconhecimento no trabalho pode manifestar-se em diferentes níveis de interação social.

Cada um deles apresentam especificidades e objetivos diferentes. No estudo destacaram-se

os níveis externos, verticais hierárquico e horizontal. Em relação ao nível externo que

tem como foco as relações interpessoais estabelecidas com clientes e usuário do serviço

público, neste contexto consideram-se os servidores de outros setores da prefeitura como o

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nível externo de reconhecimento. Seguem as narrativas que ilustram vivências de

reconhecimento vinculadas à este nível.

“Um bombom, um muito obrigado valem muito mais do que meu salário, falo do

pessoal de fora.”S7 :

“Às vezes me sinto indispensável no serviço, quando faço minhas coisas e recebo

elogios. O servidor solicitante me dá os parabéns, e obrigado. Uma vez uma servidora

agradeceu muito o meu trabalho que cheguei a ficar com vergonha.”S12

“Quando os servidores conseguem o que querem me agradecem. Exemplo: Um

servidor me falou assim: A partir de agora só vou confiar em ti. Isso é muito importante pra

mim, e também quando falam assim: Agora dá pra conversar nesse setor. Eu fico muito feliz

porque agora sou o chefe do setor.”S11

Considerando o nível vertical/hierárquico seu foco é reconhecer o trabalho

subordinado, e vice-versa neste nível ocorrem alguns problemas devido à desconfiança

relacionada à perda do poder e ceticismo, dificuldade de demostrar sentimentos; despreparo

profissional da chefia para lidar com o assunto, muitas vezes por falta de investimento da

própria organização (BRUN e DUGA, 2005 apud FERREIRA, 2011). O estudo com

servidores públicos revela que alguns se sentem reconhecidos enquanto outros não sentem

reconhecidos pela a chefia. Seguem narrativas que ilustram esta realidade:

“Sim, pela superintendente quando ela tem oportunidade ela agradece. Eu fico feliz

por saber que sou reconhecida pelo que faço”. S5

[...]“todas as vezes que fui falar com a chefe, ela me valoriza e me agradece. Fala

assim: teu saguão tá lindo. Sempre fala que sou os olhos dela, isso me engrandece.‖ S10

“Agora com essa secretária não, eu era mais, a equipe gestora era mais acessível ao

trato e reconhecimento. Eu acho pouco no meu serviço, podia ser mais pelo serviço

realizado. Porque reconhecimento pra mim seria elogiar o trabalho, convidar pra coisas

novas, até mesmo um olhar pra ti quando passasse pelo setor, um cumprimento, isso não

tem no momento.” S6

“Eu acho que nem sempre, porque ninguém aparece lá no protocolo! Gostaria que

os chefes fossem mais lá, pelo menos pra dizer bom dia, um abano, ou eu estou aqui

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qualquer coisa! Acho que o ser humano precisa, eu no caso gostaria que tivesse esse

reconhecimento.”S3

O último nível aqui mencionado é o horizontal, que tem seu foco no exercício do

reconhecimento entre pares, tornando-se bem eficaz, pois o reconhecimento é feito por

alguém próximo que conhece o real trabalho do sujeito (BRUN e DUGA, 2005 apud

FERREIRA, 2011). Segues as falas dos entrevistados:

“Eu me sinto reconhecida, principalmente quando faço pesquisas difíceis, as

colegas dizem assim: Mas tu não vai se aposentar, tu é nosso HD. Isso faz me sentir muito

reconhecida, sinto prazer no que faço. S2

[...] “gosto quando o servidor vem eu consigo ajuda-lo, ele fica realizado e contente,

me agradece muito, eu fico muito satisfeita. Eu adoro isso aqui, adoro estar aqui, me realizo

aqui.”S9

Ainda para a psicodinâmica, o trabalho é entendido como uma atividade social,

sendo o reconhecimento mediado pelo julgamento do outro que expressa a conformidade do

trabalho quanto às regras do ofício. Os depoimentos também ilustram que quando há

reconhecimento o servidor apresenta um sentimento de pertença ao grupo profissional do

qual faz parte, gerando motivação e envolvimento no trabalho, sendo uma fonte significativa

de prazer no trabalho. Assim, é fundamental para o reconhecimento a exigência de um outro

na relação, como Dejours (2012b, p.14) reforça: ―trabalhar é viver junto‖, pois esse outro

auxilia na constituição da identidade e no reforço das potencialidades do trabalhador por

meio do reconhecimento.

6.1.2. Cooperação e gratidão: engajamento de toda equipe para resoluções das tarefas

diárias

A cooperação envolve a liberdade dos indivíduos manifestando a vontade coletiva

das pessoas de trabalharem unidas e coletivamente superarem as contradições que surgem da

própria natureza ou no cerne da organização do trabalho. Consequentemente, a qualidade da

cooperação irá depender da qualidade do trabalho, da confiabilidade e da segurança em

relação à organização do trabalho e aos limites motores e psicocognitivos dos desempenhos

humanos (DEJOURS, 1997, 2004c; MENDES e ARAÚJO, 2011 ).

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Em relação às narrativas é possível perceber que existe cooperação entre colegas,

porém ela não ocorre em todos os setores. Seguem narrativa que ilustram os aspectos de

cooperação vinculados ao sentimento de gratidão:

[...] “com a chefa, existe muito cooperação, e sempre que preciso e ela me libera,

porque confia na gente, é muito importante esse tipo de consideração. Com as colegas

também do setor é perfeito, parceria muito boa, eu com as colegas a mesma coisa, sou

muito grata por isso.”S9

[...] “uma ajuda à outra, quando vamos abrir um processo e ficamos na dúvida,

pedimos ajuda. Até quando vamos escrever alguma palavra e ficamos na dúvida sobre o

português, pedimos ajuda uma pra outra. Sempre muito unidas, sou grata e feliz por

isso.”S5

[...] “tenho um colega de serviços gerais que não preciso nem dizer o que fazer, é

automático, nós trabalhamos em sintonia, maravilhoso nosso trabalho, agradeço por ter um

colega assim.” S10

“Ali trabalhamos muito unidos. Se chego e não tenho muito oque fazer, percebo o

trabalho do outro, somos bem unidos.”S3

Também aparece a cooperação ocorrendo entre os pares, no qual os servidores não

percebem a cooperação entre os níveis hierárquicos ou seja entre chefias e servidores, segue

narrativa:

“Eu acho que no RH tem muita cooperação, eu vejo só horizontal não de cima pra

baixo, da chefia minha, por exemplo, eu não recebo. O chefe do RH não coopera com todos,

ele não tem esse hábito. No RH, tudo o que os chefes fazem é somente para benefício de

cada um.”S8

Os depoimentos apontam que nos setores a cooperação ocorre, a gratidão é um dos

sentimentos que aparece como forma de retribuição vinculada ao reconhecimento. Desta

maneira a pessoa grata evidencia o reconhecimento demonstrando benignidade ao outro.

Desta maneira a gratidão tem importante interferência no funcionamento da sociedade e no

bem-estar do coletivo (PALUDO e KOLLER, 2006), o que é percebido nas narrativas dos

entrevistados, pois a cooperação tem vínculo tanto com a gratidão como com o

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reconhecimento, fortalecendo o engajamento de toda equipe para resoluções das tarefas

diárias.

6.1.3. Inteligência prática e experiências no sentido de criação

O trabalho é caracterizado pelos fatores que envolvem o ato de trabalhar: gestos,

posturas, saber-fazer, um engajamento do corpo e da afetividade, a mobilização da

inteligência, a capacidade de refletir, de interpretar e de reagir às situações; é o poder de

sentir, de pensar e de inventar (DEJOURS (2004c, 2008a).

Quando questionados sobre a possibilidade de criar/agir sobre as situações

imprevistas, o discurso dos participantes da entrevista relata como a inteligência prática se

manifesta na rotina de trabalho em seus setores, conforme segue:

[...] “se, por exemplo, a secretária precisasse de um documento de responsabilidade

da minha colega do setor eu tentaria achar, procuraria, acharia uma forma de encontrá-lo

e caso não encontrasse tentaria fazer outro. Pois assim aprendemos várias coisas, não só as

que estamos acostumados a fazer”. S2

[...] “a gente faz, se não deu naquele jeito que faço todos os dias, vou tentar fazer

melhor possível. Ex: quando no setor chegar uma correspondência com o Cep errado, eu

mesma vou procurar no mapa o Cep correto, não vou mandar de volta para o colega da

outra secretaria achar o Cep.”S3

[...] “quando nada disso é possível, procuro pedir mais informações ao causador da

demanda, em tempo para tomar providências necessárias. Explico que a situação é nova e

que não estávamos preparados para solucionar e assim sendo, necessitamos de estudar a

situação que nos foi trazida. E com certeza vai servir de exemplo para futuras situações que

envolvem o mesmo assunto.” S14

Os depoimentos revelam situações do dia a dia no qual o real do trabalho se

manifesta, ultrapassando a prescrição. Para dar conta dos acontecimentos e imprevistos da

organização do trabalho, a autonomia e o uso da inteligência prática ocorrem quando o

servidor (re) inventa buscando novas alternativas que envolvem estudo, novas práticas

possibilitando novas experiências. As narrativas apontam também a importância da

familiarização com a realidade de trabalho, ou seja, os relatos mostram que o servidor tem

domínio sobre o que é habitual em suas atividades e o que lhe vem como imprevisto,

utilizando sua inventabilidade e astúcia na criação e incorporação do novo (inovação) ao que

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já faz parte da rotina, possibilitando novas experiências no sentido de criação (DEJOURS,

2008; VASCONCELOS, 2013).

A seguir será realizada a discussão dos resultados obtidos na análise qualitativa que

teve como categorias de análise: Reconhecimento no trabalho; Cooperação e gratidão e

ainda Inteligência prática e experiências no sentido de criação.

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7. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Com pressupostos da psicodinâmica do trabalho, destacaram-se categorias que

contemplam os fatores que influenciam o prazer no trabalho dos servidores públicos,

possibilitando uma discussão qualitativa com enfoque nos aspectos da mobilização subjetiva

e seus elementos presentes neste contexto.

A pesquisa realizada com servidores revela que o reconhecimento está fortemente

ligado às relações com os pares, demostrando que é uma fonte importante para construção

das identidades, bem como, fonte de prazer no contexto de trabalho (ZANELLI, 2010).

Neste aspecto, a maior parte das entrevistas aponta que o prazer no labor se dá pelo

reconhecimento de outras pessoas pelo seu trabalho, por meio de elogios, de mimos, de falas

que mostram a importância do trabalho do servidor. Cabe ressaltar que embora as pesquisas

com servidores públicos sejam escassas principalmente no que se refere à mobilização

subjetiva e seus fatores, estudos sobre o fator reconhecimento foi o mais frequente nos

poucos encontrados, SOUSA (2016) e CARVALHO (2017) mencionam que dentre os

aspectos encontrados em relação ao reconhecimento dos servidores evidencia-se o

reconhecimento da sociedade, homenagens recebidas, elogios em geral e da chefia,

resultados estes que corroboram com esta pesquisa aqui apresentada.

Deste modo considera-se que o reconhecimento é um grande aliado na busca pelo

prazer no trabalho, levando em considerações as narrativas trazidas pelos entrevistados. O

reconhecimento consiste em retribuir simbolicamente como gratificação pela contribuição

eficaz nas situações reais do trabalho. É no ato de contribuir com novas ideias ou

desempenhar uma atividade que o servidor se realiza e que o reconhecimento se manifesta.

É através do reconhecimento que o servidor reconhece a importância de suas atribuições,

tanto para si quanto para a organização (FERREIRA, 2011; ZANELLI, 2010).

A psicodinâmica refere-se que o reconhecimento não existe se não houver trabalho

coletivo, cooperação entre pares, em vários níveis, consolidando e fortalecendo a

solidariedade dos envolvidos no mundo do trabalho. Desta maneira o trabalho passa a ser

compreendido como uma forma de relação social, modo de viver junto, o que implica

compreender o trabalho prescrito e o real, exigindo uma construção de acordos normativos

entre trabalhadores e sua subjetividade (BRUN e DUGA, 2005 apud FERREIRA, 2011;

DEJOURS, 2007; LIMA, 2013).

Desta maneira, o estudo revela que os entrevistados valorizam e demonstram

reconhecimento e gratidão diante das formas de cooperação frente às suas rotinas diária de

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trabalho, como: a cooperação entre pares nos setores, a ajuda recebida de outros setores para

a eficácia do trabalho, o auxilio recebido das chefias, considerando que esta maneira de

trabalhar fortalece as relações e contribui para resultados positivos e concretos no labor

(MOTA e VASCONCELOS, 2006; SELIGMANN, 2012; LIMA, 2013; PALUDO e

KOLLER, 2006). Conforme narrativas percebe-se que o reconhecimento entre pares, tem

valor significativo visando o fortalecendo a contribuição/retribuição entre colaboradores,

possibilitando um elo maior entre sua identidade e a organização/instituição onde atuam. O

reconhecimento é um dispositivo importante de prazer, que aparece nas narrativas quando os

entrevistados mencionam o quanto gostam de trabalhar com os colegas auxiliando-os em

suas tarefas, trazendo seu sentimento de gratidão pela cooperação e ajuda de todos. Desta

forma, o próprio indivíduo constrói o sentido de sua ação, mostrando em suas falas a

coerência enquanto grupo, trocando experiências, e influenciando-se reciprocamente,

construindo conjuntamente o sentido da ação coletiva (MOTA e VASCONCELOS, 2006;

MENDES e ARAUJO, 2012; LIMA, 2013).

Percebe-se na pesquisa que os entrevistados se beneficiam do reconhecimento entre

pares, assim fortalecendo a cooperação no labor, trazendo também outro elemento que anda

lado a lado, denominado de inteligência prática, tendo assim liberdade para desenvolverem

suas habilidades usando sua sensibilidade e inteligência para transformar o trabalho e sua

organização (DEJOURS, 2007; VASCONCELOS, 2013). Neste sentido os servidores

experimentam o real do trabalho, quando ultrapassam a prescrição, no sentido de dar conta

dos acontecimentos inesperados como: encontrar soluções para imprevistos utilizando

materiais ou computadores de colegas e ou de outras secretarias e tomar decisões de trabalho

como marcar reuniões com outros setores. Outras práticas que ilustram a autonomia e a

inventabilidade é viajar quando necessário para resolver situações adversas de trabalho,

estudar as situações novas de trabalho para entendê-las, descobrindo novas formas de agir

diante da mesma naquele momento e outros que poderão acontecer.

Desta forma, refere-se à importância da autonomia para facilitar novas formas de

planejar o trabalho, vindo a contribuir o uso da inteligência prática, possibilitando que o

trabalhador seja criativo desenvolvendo novas formas para desempenhar suas tarefas. Desta

maneira, percebe-se que a inteligência prática poderá favorecer a cooperação no trabalho,

visto que quando ocorre o compartilhamento desta inteligência no coletivo o

reconhecimento poderá acontecer em vários níveis. Nessa perspectiva, os trabalhadores,

através da elaboração de acordos, ideias e serviços resistem e podem vivenciar prazer no

labor, vindo ao fortalecimento de sua identidade (MENDES, 2008; MENDES e

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MARRONE, 2010; FERREIRA, 2010). Por fim, este estudo revela como a mobilização

subjetiva ocorre nas vivências de trabalho dos servidores públicos de uma prefeitura

municipal. A possibilidade do uso da inteligência prática, do reconhecimento e da

cooperação por meio de um trabalho coletivo, revelam os dispositivos de prazer e saúde

desses trabalhadores que podem servir como parâmetros para novas práticas e para

maximizar estes aspectos.

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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Escrever sobre o prazer no trabalho dos servidores públicos e realizar pesquisa de

campo com este tema foi muito gratificante e de grande valia para a pesquisadora que

conclui uma importante etapa na sua trajetória acadêmica, principalmente pelo privilégio de

realizar a entrevista com servidores municipais e compreender os fatores que influenciam o

prazer no trabalho dos servidores públicos.

Diante das perspectivas aqui apresentadas, considerando a visão da psicodinâmica do

trabalho, conclui-se que o reconhecimento no trabalho pode ser visto como um operador de

saúde do trabalhador. Na pesquisa este se apresentou como um dos fatores que

influenciaram o prazer no trabalho, através dele percebeu-se satisfação, bem estar e

motivação dos servidores no labor. Além disso, diferentes níveis de reconhecimento foram

identificados, salientando os níveis externo: relatados pelos servidores quando eram

reconhecidos por servidores de outro setor, o nível vertical/hierárquico: apresentado quando

os servidores eram reconhecidos ou não pelos chefes, e por último o nível horizontal,

relatado pelo servidor quando ocorria reconhecimento entre pares: pessoas próximas que

conheciam o real trabalho do servidor (BRUN e DUGAS 2005 apud FERREIRA, 2011).

Além disso, na pesquisa constatou-se também a presença do não reconhecimento, visto que

quando o servidor não se sentia reconhecido, demonstrava descontentamento e falta de

motivos para desenvolver suas tarefas. Considerando que o reconhecimento fortalece a

identidade do sujeito, no caso de ausência dessa retribuição simbólica, a vida profissional do

sujeito possivelmente não tenha significado dificultando suas tarefas diárias (DEJOURS,

2004; RAMMINGER e SILVA, 2013; CLOT, 2010).

Houve ainda a presença de outros dois fatores: a cooperação e inteligência prática.

Referindo-se a cooperação, ela existe e está vinculada ao sentimento de gratidão que aparece

como retribuição aliado ao reconhecimento. Desta maneira a pessoa grata evidencia o

reconhecimento demonstrando benevolência ao outro. Na pesquisa os servidores deixam

transparecer a gratidão que sentem aos colegas que colaboram e cooperam com suas tarefas

diárias, demonstrando que este sentimento é consolidado entre servidores e setores da

secretaria de Gestão e Modernização Administrativa. A cooperação também é uma prática

recorrente nos setores de trabalho quando os servidores trazem várias situações do dia a dia

mencionando o auxílio de colegas em diferentes situações de trabalho. Desta maneira, ainda

que a gratidão seja um sentimento abstrato e um assunto pouco pesquisado, este estudo

evidencia o quão significativo ele é e o quanto está presente no dia a dia de trabalho, embora

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possivelmente não seja demonstrado claramente e com frequência entre colegas, vindo a

contribuir fortemente para o prazer no trabalho.

Outro fator que também é elemento constitutivo da mobilização subjetiva e foi

investigado nesta pesquisa é a inteligência prática, a qual está presente quando o servidor

precisa se reinventar para dar conta da demanda diária de trabalho, usando sua criatividade

para se adequar e poder produzir, concluindo suas tarefas com êxito sem prejudicar os

usuários do serviço público.

A pesquisa revela que os servidores que se sentiam reconhecidos, conseguiam

reconhecer-se no que faziam e assim transmitir confiança, estando mais seguros para

enfrentar com prazer o dia a dia de trabalho, trazendo resultados positivos para ele e para a

instituição. Porém, ressalva-se que o fator reconhecimento não é considerado uma prática

pelos superiores, ele existe fortemente entre pares e público externo (servidores de outros

setores), como ilustrados anteriormente nas narrativas.

Para mudar essa realidade em relação ao reconhecimento hierárquico vertical se faz

necessário um maior trabalho de conscientização e discussão dos gestores em compreender a

importância do reconhecimento como um dos aspectos importantes que constituem a

dinâmica contribuição/retribuição. Desta forma, considerar o reconhecimento como uma

estratégia de bem estar e motivação, vai levar o servidor a ter mais prazer e satisfação em

desenvolver seu trabalho. Como consequência, haverá o fortalecimento da cooperação e

encorajamento ao enfrentamento do novo, o que possibilitará um resultado na entrega de um

trabalho de excelência e qualidade junto aos cidadãos.

De modo geral observou-se que esta pesquisa trouxe importantes reflexões sobre a

mobilização subjetiva e os fatores que influenciam o prazer no trabalho dos servidores

públicos de uma prefeitura. Tanto o reconhecimento, a cooperação e o uso da inteligência

prática devem ser reforçados e maximizados, revigorando algumas práticas existentes e

criando outras que fortaleçam esses aspectos, com o objetivo de melhorar resultados e

principalmente o bem estar dos trabalhadores. É importante ressaltar que para a

psicodinâmica do trabalho, o prazer no trabalho está fortemente vinculado à saúde do

trabalhador. Ainda, cabe aqui salientar que mesmo a pesquisa tendo como objetivo focar

para o prazer no trabalho, várias narrativas trouxeram o sofrimento nas atividades laborais.

Como Christophe Dejours menciona não se pode falar em prazer sem falar em sofrimento,

pois são dois construtos que andam juntos. Para tanto, entende-se que esta é uma das

limitações desta pesquisa e sugere-se para próximos estudos um aprofundamento nos

estudos sobre sofrimento e as estratégias defensivas utilizadas pelos servidores, para que se

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possa ressignificar o sofrimento e transformá-lo em prazer, buscando a prevenção e

promoção da saúde desta classe trabalhadora.

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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DE LEVANTAMENTO DE DADOS SÓCIO-

DEMOGRÁFICOS

1. Idade: ______________________________________________________________

2. Tempo de serviço: ____________________________________________________

3. Escolaridade: ________________________________________________________

4. Gênero: ____________________________________________________________

5. Estado civil: _________________________________________________________

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APÊNDICE B – PERGUNTAS ENTREVISTA

1. Fale sobre a sua rotina de trabalho:

2. Como são as relações entre os colegas e chefias?

3. Quais situações você vivencia no trabalho que são prazerosas e satisfatórias?

4. Que situações geram sofrimento?

5. Você se sente reconhecido no trabalho? Em que situações é possível verificar isso?

6. Em relação à cooperação no trabalho você identifica a existência em que momentos?

Explique.

7. Como você lida com suas tarefas diárias na resolução de situações inesperadas?

8. Você tem autonomia para resolver situações imprevistas? Traga exemplos:

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ANEXO A – AUTORIZAÇÃO INSTITUCIONAL

AUTORIZAÇÃO INSTITUCIONAL

Eu,..................................., responsável pela ......................................................, autorizo a

realização da pesquisa intitulada ―O prazer no trabalho dos servidores públicos: A

mobilização subjetiva no trabalho‖, a ser conduzida pela Pesquisadora Suséli Teresinha dos

Santos, sob a orientação da Pesquisadora Responsável Profª Ms. Lilian Ester Winter.

Fui informado(a), pela Pesquisadora e Orientadora da pesquisa, sobre as

características e objetivos da pesquisa, bem como das atividades que serão realizadas na

instituição a qual represento.

Esta instituição está ciente de suas responsabilidades como instituição co-participante

do presente projeto de pesquisa e de seu compromisso no resguardo da segurança e bem-

estar dos sujeitos de pesquisa nela recrutados, dispondo de infraestrutura necessária para a

garantia de tal segurança e bem-estar.

____ / ____ / ____

_____________________________________________

Assinatura e carimbo do responsável institucional

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ANEXO B – TERMO DE CONFIDENCIALIDADE

TERMO DE CONFIDENCIALIDADE

FACULDADE INTEGRADA DE SANTA MARIA – FISMA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

Título do projeto: ―O prazer no trabalho dos servidores públicos: A mobilização subjetiva

no trabalho‖.

Pesquisadora: Acadêmica Suséli Teresinha dos Santos

Pesquisadora responsável: Profª Ms. Lilian Ester Winter

As pesquisadoras se comprometem a preservar a confidencialidade dos dados dos

participantes envolvidos no trabalho, que serão coletados por meio de uma entrevista semi

estruturada, em data e horário previamente agendados, em uma sala reservada, nas

dependências da Prefeitura Municipal de Santa Maria – RS.

Informam, ainda, que estas informações serão utilizadas, única e exclusivamente, no

decorrer da execução do presente projeto e que as mesmas somente serão divulgadas de

forma anônima, bem como serão mantidas no seguinte local: Faculdade Integrada de Santa

Maria – FISMA, 5º andar da Policlínica Provedor Wilson Aita, Avenida Presidente Vargas,

2355, Centro, Santa Maria – RS, Telefone: (55) 3026 9612, por um período de cinco anos,

sob a responsabilidade da pesquisadora responsável: Lilian Ester Winter. Após este período

os dados serão destruídos.

Este projeto de pesquisa foi revisado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa

com Seres Humanos da ......................................... em ...../....../......., com o número de

registro Caae ...............................................

Santa Maria, ..........de ............................de 20.......

Assinatura do pesquisador responsável

________________________________________

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ANEXO C – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

FACULDADE INTEGRADA DE SANTA MARIA – FISMA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

Título do estudo: ―O prazer no trabalho dos servidores públicos: A mobilização subjetiva

no trabalho‖

Local da coleta de dados: Prefeitura de Santa Maria-RS

Prezado(a) Senhor(a):

Você está sendo convidado(a) como voluntário(a) a participar da pesquisa: ―O prazer

no trabalho dos servidores públicos: A mobilização subjetiva no trabalho‖, realizada pela

pesquisadora acadêmica: Suséli Teresinha dos Santos, sob orientação da pesquisadora

responsável: Profª Ms. Lilian Ester Winter, a ser realizada na Prefeitura de Santa Maria –RS.

O objetivo principal desta pesquisa é compreender os fatores que influenciam o

prazer no trabalho dos servidores públicos municipais de Santa Maria e a relação a partir da

percepção de trabalhadores que atuam na Secretaria de Gestão e Modernização

Administrativa nas Superintendências de Administração e de Recursos Humanos, localizada

no centro do Estado do Rio Grande do Sul.

Com seu aceite você concordará em participar de uma entrevista individual, que

acontecerão em data e horário previamente agendado, em sala reservada, nas dependências

da instituição. As questões norteadoras para a entrevista individual são baseadas na temática

da pesquisa.

A pesquisa não pretende causar nenhum risco prejuízo físico e/ou psicológico aos

participantes, no entanto, caso surja algum sentimento que cause desconforto durante a

aplicação dos instrumentos previstos na pesquisa, a pesquisadora responsável, compromete-

se em prestar atendimento psicológico aos participantes, a fim de minimizar os desconfortos

psicológicos causados pelo estudo, na Clínica-Escola Maiêutica de Psicologia, localizada no

5º andar da Policlínica Provedor Wilson Aita, Avenida Presidente Vargas, 2355, Centro,

Santa Maria – RS, pertencente à Faculdade Integrada de Santa Maria - FISMA. Telefone:

(55) 3026 9612. Como benefícios os participantes poderão refletir e repensar sua relação

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com o reconhecimento e prazer no trabalho, buscando conciliar as demandas e focando para

a qualidade de vida no labor.

Durante todo o período da pesquisa você terá a possibilidade de tirar qualquer dúvida

ou pedir qualquer outro esclarecimento. Para isso, entre em contato com algum dos

pesquisadores ou com o Comitê de Ética em Pesquisa.

Você é livre para recusar-se a participar, retirar seu consentimento ou interromper a

participação a qualquer momento. A sua participação é voluntária e a recusa em participar

não irá acarretar qualquer penalidade. Salienta-se que não será disponível nenhuma

compensação financeira adicional.

Em nenhum momento você será identificado. É garantida também a privacidade e

confidencialidade em relação aos dados coletados na pesquisa. É garantida a preservação da

identificação em apresentações orais ou publicações em que os dados do estudo sejam

apresentados. Os resultados da pesquisa serão disponibilizados à você e guardados por um

período de cinco anos, na Faculdade Integrada de Santa Maria - FISMA. Após este período

todo o material advindo da pesquisa será destruído.

Esta pesquisa segue os princípios éticos para Pesquisas com Seres Humanos,

contidos no Conselho Nacional de Saúde, Resolução nº 466/12 e a nº 510/16, que

regulamenta a pesquisa com seres humanos, assim como à resolução N° 016/2000 de 20 de

dezembro de 2000, do Conselho Federal de Psicologia.

Eu, ______________________________________________, RG_____________________

informo que fui esclarecido(a), de forma clara e detalhada, livre de qualquer forma de

constrangimento ou coerção, sobre os objetivos, riscos e benefícios, além de ser informado

sobre os meus direitos como participante desta pesquisa, da qual aceito participar livre e

espontaneamente. Além disso, declaro que recebi uma cópia do Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido.

_________________________ Data:_____/_____/2017.

_____________________________________________

Assinatura do participante

____________________________________________

Suséli Teresinha dos Santos – Pesquisadora

____________________________________________

Lilian Ester Winter – Pesquisadora Responsável

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Maiores informações:

Pesquisadora: Suséli Teresinha dos Santos (55) 991460150 – [email protected]

Pesquisadora Responsável: Lilian Ester Winter (55) 98127-1680 [email protected]

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ANEXO D – AUTORIZAÇÃO CLÍNICA ESCOLA MAIÊUTICA

AUTORIZAÇÃO CLÍNICA ESCOLA MAIÊUTICA

FACULDADE INTEGRADA DE SANTA MARIA- FISMA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

Projeto de pesquisa: ―O prazer no trabalho dos servidores públicos: A mobilização

subjetiva no trabalho‖.

Pesquisadora: Acadêmica Suséli Teresinha dos Santos

Pesquisadora responsável: Profª Ms. Lilian Ester Winter

Eu, Lilian Ester Winter, CPF 499.085.880-87, Psicóloga (CRP 07/5643 e docente do

Curso de Graduação em Psicologia da Faculdade Integrada de Santa Maria – FISMA, me

comprometo em prestar atendimento psicológico aos participantes da pesquisa intitulada ―O

prazer no trabalho dos servidores públicos: A mobilização subjetiva no trabalho‖, de autoria

da acadêmica Suséli Teresinha dos Santos, caso surja algum sentimento que cause

desconforto durante a aplicação dos instrumentos previstos na pesquisa.

Para tanto, os participantes da pesquisa que necessitarem de auxílio psicológico serão

atendidos na Clínica-Escola Maiêutica de Psicologia, localizada no 5º andar da Policlínica

Provedor Wilson Aita, Avenida Presidente Vargas, 2355, Centro, Santa Maria – RS,

pertencente à Faculdade Integrada de Santa Maria - FISMA. Telefone: (55) 3026 9612.

_______________________________________________

Profª Ms. Psicóloga Lilian Ester Winter

_______________________________________________

Acadêmica Suséli Teresinha dos Santos

________________________________________________

Janaína Strenpel

Coordenadora da Clínica-Escola Maiêutica de Psicologia

Santa Maria, RS, ______de _______de______