cromatografia em camada delgada (ccd) (1)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIAS DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA QUÍMICA DISCIPLINA: QUÍMICA ANALÍTICA III PROFa: DJAVÂNIA CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA (CCD) LAUANDICE SÁ MENESES NOGUEIRA QM06114- 46 MANOEL DE JESUS DE A. LIMA QM09110-54 MARCOS LEITE S. JUNIOR QM06111- 43 ROMES SILVA QM06102-42 TAYANE AGUIAR FREITAS QB09104-45

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Page 1: Cromatografia Em Camada Delgada (Ccd) (1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIAS

DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA QUÍMICA

DISCIPLINA: QUÍMICA ANALÍTICA III

PROFa: DJAVÂNIA

CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA (CCD)

LAUANDICE SÁ MENESES NOGUEIRA QM06114- 46

MANOEL DE JESUS DE A. LIMA QM09110-54

MARCOS LEITE S. JUNIOR QM06111- 43

ROMES SILVA QM06102-42

TAYANE AGUIAR FREITAS QB09104-45

SÃO LUÍS – MA

2010

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CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA (CCD)

LAUANDICE SÁ MENESES NOGUEIRA QM06114- 46

MANOEL DE JESUS DE A. LIMA QM09110-54

MARCOS LEITE S. JUNIOR QM06111- 43

ROMES SILVA QM06102-42

TAYANE AGUIAR FREITAS QB09104-45

SÃO LUÍS – MA

2010

Trabalho Apresentada ao

Curso de Química da

Universidade Federal do

Maranhão Para Obtenção da

Terceira Nota da Disciplina

de Química Analítica III

Page 3: Cromatografia Em Camada Delgada (Ccd) (1)

3

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Placa de camada fina ..................................................................... 16

Figura 2: Desenvolvimento da placa de cromatografia ............................. 17

Figura 3: Cromatografia ascendente ............................................................ 18

Figura 4: Desenvolvimento da placa ............................................................ 18

Figura 5: Cromatografia horizontal ............................................................... 21

Figura 6: Esquema de um equipamento para desenvolvimento circular .. 22

Figura 7: Esquematização de um cromatograma obtido por CCD ............ 23

Page 4: Cromatografia Em Camada Delgada (Ccd) (1)

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Comparação entre (CDD) e (CCDAE) ......................................... 26

Page 5: Cromatografia Em Camada Delgada (Ccd) (1)

Sumário

1.0- INTRODUÇÃO......................................................................................................6

2.0- CCD UMA VISÃO GERAL....................................................................................6

3.0- ADSORVENTES...................................................................................................8

4.0- ADSORVENTES UTILIZADOS EM CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA...........8

4.1- SÍLICA (SIO2)........................................................................................................8

4.2- ALUMINA (AL2O3).................................................................................................9

4.3- TERRA DIATOMÁCEA.........................................................................................9

4.4- CELULOSE...........................................................................................................9

4.5- POLIAMIDA........................................................................................................10

5.0- TÉCNICAS GERAIS...............................................................................................11

5.1- Preparação das Placas.......................................................................................11

5.1.1- Preparação por Espalhamento....................................................................11

5.1.2 Placas Pré – Fabricadas...............................................................................13

5.2 Ativação das Placas.............................................................................................14

5.3- Seleção da Fase Móvel......................................................................................14

5.4- Aplicação da Amostras nas Cromatoplacas.......................................................15

5.5- Desenvolvimento das placas..............................................................................17

5.6- Revelação dos cromatogramas..........................................................................22

5.7- Documentação....................................................................................................22

6.0- ANÁLISES QUANTITATIVAS................................................................................23

7.0- CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA DE ALTA EFICIÊNCIA.................25

8.0- APLICAÇÕES DA CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA.........................27

9.0- CONCLUSÃO.........................................................................................................28

10- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................29

Page 6: Cromatografia Em Camada Delgada (Ccd) (1)

1.0- INTRODUÇÃO

A química analítica possui diversos métodos de análise, dentre eles um método

moderno que ocupa um lugar de destaque devido a sua facilidade em efetuar

separação, identificação e quantificação das espécies químicas é a

cromatografia em camada delgada.

A CCD é um processo físico-químico de separação que está fundamentada na

migração diferencial dos componentes de uma mistura, que ocorre devido a

diferentes interações, entre duas fases imiscíveis, a fase móvel e a fase

estacionária.

Essa técnica teve início como ferramenta de análise em química e bioquímica

com os trabalhos de Izmailov e Sharaiber, em 1938, e somente a partir da

década de 1960 passou a ser largamente utilizada em qualquer laboratório que

envolva análise de substâncias orgânicas e organometálicas.

O grande desenvolvimento dessa técnica é conseqüência natural das múltiplas

vantagens que mesma oferece, como fácil compreensão e execução,

separação em breve espaço de tempo.

Neste trabalho estudaremos a fundo as técnicas de uma CCD, suas

aplicações, características, seus desenvolvimentos e outros assuntos que

caracterizam esta técnica.

Page 7: Cromatografia Em Camada Delgada (Ccd) (1)

7

2.0- CCD UMA VISÃO GERAL

A cromatografia é uma técnica da química analítica utilizada para a separação

de misturas e substâncias. De maneira mais completa, a técnica baseia-se no

princípio da adsorção seletiva (que não deve ser confundida com absorção),

um tipo de adesão. A técnica foi descoberta em 1906 pelo botânico italiano

naturalizado russo Mikahail Tswett, mas não foi largamente utilizada até os

anos 30. Tswett separou pigmentos de plantas (clorofilas) adicionando um

extrato de folhas verdes em éter de petróleo sobre uma coluna com carbonato

de cálcio em pó em um tubo de vidro vertical. Enquanto a solução percolou

através da coluna os componentes individuais da mistura migraram para baixo

em taxas diferentes de velocidades e então a coluna apresentou-se marcada

com gradientes horizontais de cores. A esse gradiente deu-se o nome de

cromatograma.

A cromatografia funciona graças ao fato das moléculas possuírem uma

propriedade chamada polaridade em comum e tenderem a se atrair

mutuamente. Uma molécula polar é simplesmente aquela que possui uma

região rica em elétrons e uma outra região que é pobre em elétrons. Estas

regiões às vezes são representadas como sendo negativamente e

positivamente carregadas, respectivamente. Moléculas polares são unidas por

forças de atração entre cargas opostas de moléculas diferentes. Moléculas de

água têm regiões ricas em elétrons nos átomos de oxigênio e regiões pobres

em elétrons nos átomos de hidrogênio. Assim, as moléculas de água são

polares e por conseguinte organizam-se de maneira que a região de carga

positiva de uma molécula é atraída pela região de carga negativa de outra.

Estas interações provêem uma explicação para o elevado ponto de ebulição da

água. A água (H20) é uma molécula muito mais simples que o etanol (H2C-H2C-

OH), mas tem um ponto de ebulição muito mais alto - etanol = 46ºC; água

=100ºC, 1atm.

Page 8: Cromatografia Em Camada Delgada (Ccd) (1)

8

3.0- ADSORVENTES

O mercado dispõe de uma grande variedade de adsorventes para fins

cromatográficos, os quais podem ser adquiridos para a confecção de placas no

próprio laboratório ou como placas pré-fabricadas, nas quais esses

adsorventes são espalhados em camadas de diferentes espessuras. Alguns

dos principais fornecedores desses produtos são: Merck, Macherey-Nagel,

entre outros. Entre os adsorventes mais utilizados em CCD estão a sílica, a

alumina, a celulosa.

4.0- ADSORVENTES UTILIZADOS EM CROMATOGRAFIA EM

CAMADA DELGADA

4.1- SÍLICA (SIO2)

Á silício amorfo, altamente poroso, é seguramente um dos adsorventes mais

utilizados em cromatografia por adsorção. Apresenta caráter fracamente ácido,

que pode ser aumentado pela presença de impurezas ácidas, podendo ocorrer

como conseqüência, fenômenos de quimiossorção de bases ou reações ácido-

catalisadas das amostras.Existem vários tipos de sílicas disponíveis no

comércio, de acordo com certas características adicionais de cada produto.

Em geral, a sílica é empregada na separação de compostos lipofílicos como

aldeídos, cetonas, fenóis, ácidos graxos, aminoácidos, alcalóides, terpenóides

e esteróides, usando mecanismo de adsorção. Entretanto, quando for

propositalmente desativada com vapor de água, retém água suficiente para que

as separações ocorram por mecanismo semelhante à cromatografia em papel.

Page 9: Cromatografia Em Camada Delgada (Ccd) (1)

9

Na preparação de placas, misturam-se cerca de 30g de sílica com 60-70 ml de

água destilada. Essa quantidade de suspensão é suficiente para preparar cinco

placas de 20 por 20cm, com uma espessura da camada ao redor de 0,3mm.

4.2- ALUMINA (AL2O3)

A alumina é depois da sílica o adsorvente mais utilizado. Tem características

alcalinas, embora possa também ser preparada para apresentar característica

neutra ou ácida.

Deve-se sempre considerar a possibilidade de a alumina catalisar diversas

reações orgânicas, como as condensações de compostos carbonílicos .

A alumina é geralmente empregada na separação de compostos lipofílicos e,

pelo fato de poder ser preparada com características ácida, neutra ou alcalina,

é bastante útil na separação de substâncias que apresentem variações dessas

características . Ela separa bem hidrocarbonetos policíclicos, alcalóides,

aminas e vitaminas lipossolúveis.

Para preparar cinco placas de 20 por 20cm e espessura de 0,3mm,

recomenda-se a utilização de uma suspensão de 30g de alumina em 40ml de

água destilada.

4.3- TERRA DIATOMÁCEA

É um adsorvente neutro amplamente empregado como suportes nas

separações por partição. Quando comparada com a sílica e alumina, é menos

adsorvente e com menor poder de resolução. Algumas vezes é adicionada à

sílica para diminuir seu poder adsorvente. Pode ser encontrada

comercialmente com seu aglutinante. Na preparação de placas, utilizam-se as

mesmas proporções citadas para a sílica, ou seja, uma parte de adsorvente

para duas partes de água destilada.

4.4- CELULOSE

Page 10: Cromatografia Em Camada Delgada (Ccd) (1)

10

Tem sido empregado como suporte da fase estacionária líquida em

cromatografia por partição ou troca iônica. Assim, tem-se a celulose

impregnada com polietilenoimina (PEI-celulose),empregada na separação de

nucleotídeos e nucleosídeos;a carboximetil-celulose (CM-celulose)para

separaão de proteínas; a dietilaminoetil-celulose (DEAE-celulose) e uma

mistura de celulose alcalina,trietanolamina e epicloridrina (ECTEOLA-celulose),

para separação de proteínas e ácidos nucléicos. A celulose microcristalina

pode ser empregada em todos os tipos de separações realizáveis por

cromatografia em papel, uma vez que exerce as mesmas funções, com a

vantagem de fornecer manchas mais compactas, devido à uniformidade das

partículas.Também por isso é de desenvolvimento mais rápido, e o limite de

detectabilidade do método é mais baixo.As diferentes celuloses têm sido

empregadas na separação de ácidos carboxílicos, aminoácidos,

carboidratos,cátions inorgânicos e fosfatos, entre outros.

Para preparação de cinco placas de 20 por 20cm,misturam-se 25g de celulose

a 90ml de água destilada, levando-se ao agitador por dois minutos antes de

colocar na placa de vidro.

4.5- POLIAMIDA

A utilização de poliamidas vem crescendo nos últimos anos. A poliamida pode

ser de dois tipos, de acordo com sua preparação. A poliamida 11 é preparada a

partir do ácido poliaminoundecanóico (nylon 11), enquanto a poliamida 6 vem

da aminopolicaprolactama ( perlon ).em geral, as separações dos solutos

ocorrem através da competição, pela formação de ligações de hidrogênio, com

adsorvente e fase móvel.Tem sido empregada, com maior freqüência, na

separação de fenóis e ácidos carboxílicos. Sua maior utilização é

comprometida pela dificuldade de separação das cromatoplacas no laboratório

no laboratório, em função de sua baixa aderência ao vidro.

Page 11: Cromatografia Em Camada Delgada (Ccd) (1)

11

Para a preparação das placas, recomenda-se fazer a suspensão de 15g de pó

em 60ml de metanol, previamente purificado.Essas quantidades são suficientes

para cinco placas de 20 por 20c e 0,3mm de espessura.

5.0- TÉCNICAS GERAIS

5.1- Preparação das Placas

5.1.1- Preparação por Espalhamento

Existem diversas formas de se separar uma placa cromatográfica, quer

manualmente quer com emprego de espalhadores. Independentemente do

método escolhido, a preparação sempre se inicia com a limpeza da placa de

vidro, procurando-se eliminar toda a gordura de sua superfície. Para tanto,

recomenda-se que a placa seja lavada com detergente, solução sulfocromica e

água corrente, evitando-se ao final enxaguar com solvente orgânico que

possam dificultar a aderência do adsorvente, e, finalmente, secando-se em

estufa.

O tamanho da placa de vidro deve ser observado, pois os espalhadores em

geral são construídos com vistas à utilização de placas com 20 cm de

comprimento e largura variável. Quando a preparação for manual, esse

cuidado pode ser ignorado.

Quando não se dispõe de um aplicador, existem outras formas bastante

simples de preparar uma placa. Uma delas consiste em preparar a suspensão

do adsorvente no solvente adequado e, mantendo-se a placa de vidro na

posição horizontal, transferir a suspensão para superfície da placa,

espalhando-a com de maneira uniforme com o auxilio de um bastão de vidro e

fazendo-a oscilar, para facilitar a uniformização da camada. Repousa-se a

placa em uma superfície plana horizontal e deixa-se secar ao ar. A dificuldade

encontrada nesse processo é a obtenção de superfícies uniformes.

Outro processo bastante simples, mais indicado para placas de pequenas

dimensões, consiste na imersão da placa em uma pequena suspensão de

adsorvente, mantido em um frasco de boca larga. Nesses casos, a suspensão

Page 12: Cromatografia Em Camada Delgada (Ccd) (1)

12

é feita em um solvente orgânico volátil, como o clorofórmio, na proporção de 40

g de adsorvente para 100 ml de solvente. Tomam-se duas placas com as faces

justapostas, mergulhando-as na suspensão, segurando-as com uma pinça e, a

seguir, retirando-as lentamente. As placas são separadas, o solvente é

evaporado, e a camada de adsorvente é exposta ao vapor d’água. Nesse

processo obtem-se superfícies bem mais delgadas e uniformes, o que permite

a utilização de menores quantidades de amostras e o desenvolvimento mais

rápido dos cromatogramas. Placas assim preparadas tem seu uso restrito a

escala analítica.

Uma vez aplicada à camada do adsorvente sobre a placa de vidro, ela é seca

ao ar livre. Quando sua superfície torna-se opaca, isso significa que ela está

seca e, conseqüentemente, o adsorvente encontra-se fixado ao vidro. O tempo

necessário para isso é variável. A titulo de exemplo, as placas de PEI –

celulose necessitam de 12 horas para secar, antes de ficarem prontas para

uso, enquanto as de poliamida ficam prontas em 30 min.

Quando se pretende preparar placas bem uniformes e com espessuras

definidas, para uso analítico ou preparativo, faz-se necessária a utilização de

espalhadores. Eles são encontrados no mercado em tipos e marcas diferentes,

sendo os mais comuns fundamentalmente em manter as placas fixas em um

suporte e, sobre elas, fazer deslizar um recipiente contendo a suspensão,

através a suspensão do adsorvente. Enquanto o recipiente desliza, deixando

escoar a suspensão, através de uma fenda regulável existente ao longo de sua

base. A abertura da fenda varia segundo a origem do equipamento; entretanto,

em geral, estão dentro dos limites de 0 a 2,0 mm. Existem ainda espalhadores

que mantém o recipiente com adsorvente fixo e, sob ele, fazem deslizar as

placas fixadas em um suporte móvel. Esses modelos são de uso menos

freqüente.

É possível que as laminas de vidro não tenham a mesma espessura, o que

provoca oscilação durante o deslizamento do recipiente, ao passar de uma

placa para outra. Para evitar esse tipo de problema, alguns modelos de

espalhadores permitem o nivelamento das placas, através de guias laterais que

Page 13: Cromatografia Em Camada Delgada (Ccd) (1)

13

comprime-nas contra um fundi provido de espuma de náilon, o que permite

colocar todas as faces superiores das placas no mesmo nível.

Além dos espalhadores existentes no mercado, é mencionada na literatura a

existência de diversos espalhadores adaptados ou construídos pelos

pesquisadores em seus laboratórios.

5.1.2 Placas Pré – Fabricadas

Placas cromatográficas, pré-fabricadas, dos adsorventes mais utilizados estão

disponíveis no mercado há algum tempo. Apesar de terem custo bem mais

elevado, dispensam a fase de preparação e são bem mais uniformes e

homogêneos os que, sem duvida, melhora a separação e torna os valores mais

reprodutíveis. A camada de adsorvente está depositada sobre uma lamina de

material plástico, de alumínio ou de vidro. São pré-cortadas geralmente nos

tamanhos 5 x 20 cm e 20 x 20 cm, e com a espessura da camada de

adsorvente variando entre 0,1 a 2,0 mm. Também podem ser encontradas

placas de 20 x 40 cm, com 2,0 mm de espessura, para fins preparativos.

Um dos cuidados a serem observados na realização de um experimento de

cromatografia é a colocação das amostras exatamente na mesma linha de

partida, para não ocorrem variações nos valores. Isso pode ser contornado

com o uso de cromatoplacas com zona de concentração. São preparadas com

dois componentes diferentes em camadas adjacentes que apresentam uma

bem definida linha divisória, que não oferece resistência ao fluxo da fase

móvel. A zona de concentração ocupa toda a extremidade inferior da placa, até

uma altura de 2,5 cm no sentido do desenvolvimento do cromatograma, tem

um comportamento inativo e apresenta boa velocidade de fluxo. O restante da

placa é constituído do adsorvente propriamente dito. Em produtos disponíveis

comercialmente, essa zona de concentração pode ser de dióxido de silício

(SiO2) ou terra diatomácea.

Page 14: Cromatografia Em Camada Delgada (Ccd) (1)

14

5.2 Ativação das Placas

Para muitas separações, as placas preparadas ou pré-fabricadas, secas ao ar

livre, são usadas diretamente, enquanto outras separações exigem sua

ativação.

O tempo e a temperatura utilizados para a ativação estão na dependência do

adsorvente utilizado e da atividade desejada. Temperatura mais elevadas, por

tempos prolongados, tornam a maioria dos adsorventes mais ativos. Sílica,

alumínio e terra diatomácea são ativados a 105 – 110 °C por 30 a 60 min. A

celulose não deve ser aquecida por mais de 10 min. a 105°C. As placas podem

ser conservadas, prontas para uso, em ambientes secos como dissecadores ou

caixas semelhantes a estantes fechadas.

5.3- Seleção da Fase Móvel

O solvente ou mistura de solvente a serem utilizados como fase móvel deve ser

escolhida cuidadosamente, pois terão papel fundamental na separação da

mistura. Entende-se que existe uma competição entre as moléculas da fase

móvel e da amostra, pela superfície do adsorvente. Portanto, na escolha da

fase móvel, devem-se considerar a natureza química das substancias a serem

separadas e a polaridade da fase móvel.

Nessa seleção, toma-se como base a ‘serie cluotropica’ dos solventes, na qual

eles são ordenados segundo suas polaridades, as quais estão diretamente

relacionadas com o poder de eluição. Essa serie auxilia muito, porem deve-se

ter em mente que não é raro encontrarem-se nela alterações, em função do

tipo de adsorvente ou da natureza das sustâncias.

Quando uma fase móvel pura não separa bem os componentes de uma

amostra, pode-se utilizar uma mistura. Existem diferentes misturas que

promovem igual separação das amostras/ em geral, observa-se que pequenas

Page 15: Cromatografia Em Camada Delgada (Ccd) (1)

15

variações na composição da fase móvel levam a grandes alterações no

deslocamento das manchas.

Uma maneira bastante pratica de se ter uma idéia do poder eluente da fase

móvel consiste em colocar manchas da amostra sobre uma cromatoplaca e

gotejar sobre cada uma delas, com auxilio de uma micropipeta, diferentes

solvente. Serão observados deslocamentos concêntricos das substancias, o

que permite que, em poucos minutos, se tenha informação a respeito da

capacidade de deslocamento de diferentes solventes.

5.4- Aplicação da Amostras nas Cromatoplacas

As amostras são aplicadas nas cromatoplacas na foram de soluções, em

solventes bastante voláteis, que possa,, ser facilmente eliminados após a

aplicação. Em geral são empregados soluções de 0,1% a 1,0%, devendo-se

sempre ter em mente o limite de detectabilidade do revelador, pois, se ele não

detectar a amostra, deve ser aumentar sua concentração na placa. Soluções

muito diluídas podem exigir a aplicação de um volume grande de amostra e,

conseqüentemente, aumentar muito o diâmetro da mancha.

Para a aplicação da amostra, podem-se utilizar micropipetas ou

microsseringas, que permitem determinar a quantidade de substancia colocada

na placa. Quando não é exigida a precisão na quantidade de amostra, podem

ser utilizados tubos capilares de vidro. A aplicação da amostra também pode

ser feita empregando-se aplicadores automáticos. Esses aplicadores são

sistemas que, movimentando o embolo de uma seringa, permitem tomar um

volume apropriado de amostra do recipiente que a contem e dispensar esse

volume na placa de maneira muito precisa e exata.

As gotas/manchas devem ser aplicadas 1,5 a 2,0 cm acima da borda inferior,

evitando-se que fiquem mergulhadas na fase móvel quando a placa for

colocada na cuba. A distancia entre cada gota/mancha é de aproximadamente

1,0 cm, evitando-se sempre que haja contato entre as gotas/manchas

adjacentes.

Page 16: Cromatografia Em Camada Delgada (Ccd) (1)

16

Em placas preparativas, uma solução concentrada da amostra é aplicada na

forma de faixa ou linha horizontal, cerca de 2 cm acima da borda inferior da

placa. A aplicação pode ser feita à mão, com auxilio de pipetas ou utilizando-se

aplicadores automáticos de amostras, porem sempre de maneira rápida e bem

uniforme. Se a amostra não estiver aplicada como uma faixa horizontal

uniforme, as bandas das substancias também não serão horizontais e o

trabalho estará perdido por má separação.

Nas placas preparativas, após o desenvolvimento e revelação do

cromatograma, a faixa correspondente a substancia desejada é retirada da

placa, com o auxilio de uma espátula ou aspirador apropriado, e a substancia é

extraída do adsorvente com um solvente adequado.

Figura 1: placa de camada fina

Page 17: Cromatografia Em Camada Delgada (Ccd) (1)

17

5.5- Desenvolvimento das placas

Uma cromatografia busca o melhor desenvolvimento possível para obter a

separação dos componentes na amostra. Dentre diferentes formas podemos

destacar o desenvolvimento ascendente, o desenvolvimento horizontal e o

desenvolvimento circular, todos serão descritos ainda neste item.

Na cromatografia ascendente o solvente é colocado no fundo da tinta de

cromatografia e tem um movimento ascendente através do papel

cromatográfico durante o desenvolvimento do cromatograma. Essa técnica

representada na figura (1.0) abaixo:

Page 18: Cromatografia Em Camada Delgada (Ccd) (1)

18

Este é o método mais utilizado e que pode ser como considerado a técnica

básica. O desenvolvimento pode ser unidimensional ascendente, bidimensional

ou ascendente unidimensional com múltiplo desenvolvimento.

Geralmente se inicia em trabalho com o movimento unidimensional

ascendente, com fase móvel e absorvente puro. Neste método, a fase móvel

(ou solvente) deve cobrir todo o fundo da cuba, até uma altura que seja inferior

uma altura àquela das manchas das placas (em geral 0,5-1,0 cm). Logo após

este procedimento, coloca-se a placa na cuba cromatográfica qual a posição

deve ser quase vertical, ou seja, apoiada no fundo da cuba e inclinada em

direção às paredes laterais. Colocam-se fitas de papel de filtro nas paredes da

cuba, mergulhadas no solvente (fase móvel), para garantir que a cuba fique

saturada com vapor de solvente (ilustrado na figura 2.0). Através de forças

capilares o solvente move-se para cima até a distância desejada (usualmente

10 a 15 cm), onde então a corrida é interrompida. Remove-se a placa e marca-

se a posição da frente de solvente com um objeto pontudo. Seca-se a placa em

capela ou em uma estufa. Na secagem, deve-se levar em consideração a

sensibilidade da amostra ao calor e a luz.

FIGURA 3

FIGURA 4

Desenvolvimento da placa

Page 19: Cromatografia Em Camada Delgada (Ccd) (1)

19

Pode-se colocar mais de uma placa em uma cuba; entretanto, deve-se ter

cuidado para que exista um espaçamento não muito estreito entre elas, na qual

a fase móvel não suba por capilaridade entre elas. Algumas cubas retangulares

possuem nas paredes laterais menores, sulcos de encaixe das placas, o que

permite vários desenvolvimentos ao mesmo tempo.

Durante o processo de desenvolvimento existem algumas considerações que

devem ser feitas, pois assim que a cuba é fechada iniciam-se os seguintes

processos:

i) O equilíbrio entre os componentes do solvente de desenvolvimento e

sua fase de vapor; dependendo da pressão de vapor dos componentes

individuais a composição da fase gasosa pode ser significativamente

diferente da composição do solvente de desenvolvimento.

ii) Enquanto a fase estacionária (placa) estiver seca adsorverá moléculas

da fase gasosa. Este processo é também um equilíbrio, chamado

saturação. Particularmente os componentes polares serão removidos da

fase gasosa e carregados para a superfície da fase estacionária.

iii) Simultaneamente, a parte da placa que ainda está úmida com a fase

móvel interage com a fase gasosa. Assim, especialmente o componente

menos polar do líquido é liberado para a fase gasosa.

iv) Durante a migração, os componentes da fase móvel podem ser

separados pela fase estacionária sob certas condições, causando a

formação de fronts secundários.

Em muitos casos, mesmo usando diversas etapas de separação com solventes

diferentes, a separação de misturas por TCL com o desenvolvimento em uma

só direção não permite uma boa resolução dos componentes. Este problema

pode ser superado com o uso da cromatografia em camada fina em duas

dimensões ou cromatografia bidimensional. A técnica pode ser aplicada até

mesmo para compostos estruturalmente muito relacionado. Neste

procedimento, a separação é feita usando-se uma placa de TLC quadrada. A

aplicação da amostra é feita perto de um dos vértices da placa e um primeiro

Page 20: Cromatografia Em Camada Delgada (Ccd) (1)

20

desenvolvimento é feito usando um sistema de solventes. Quando o

desenvolvimento se completa, a placa é retirada da cuba e seca. Gira-se a

placa de modo a fazer com que a coluna de manchas separadas passe a ser a

linha de partida. O cromatograma é desenvolvido novamente usando-se um

segundo sistema de solventes. O resultado é uma separação efetiva que cobre

uma boa área da placa de TLC. Uma das grandes vantagens da cromatografia

em camada fina em duas dimensões é o que é possível se obter separações

semelhantes com placas quadradas de apenas 10 cm X 10 cm. (VOGEL)

Pode-se utilizar ainda a cromatografia ascendente unidimensional com múltiplo

desenvolvimento. Uma vez desenvolvido o cromatograma, a placa é retirada da

cuba e seca, retornando para novo desenvolvimento. Utiliza-se em geral a

mesma fase móvel; uma placa pode sofrer sucessivos desenvolvimentos, até

que se consiga uma boa separação. Este procedimento pode ser encarado

como um aumento da camada de adsorvente, no sentido de desenvolvimento

do cromatograma. (COLINS)

Como mencionado no início deste item, o desenvolvimento horizontal e vertical

também podem ser utilizados na TLC. Essas técnicas também produzem um

bom resultado, porém são menos utilizadas. Nessas duas técnicas as placas

ficam apoiadas na posição horizontal, ilustrado na figura abaixo:

Para o desenvolvimento horizontal, as amostras destacam-se em linha reta em

placa retangular e a fase móvel é colocada em uma das extremidades. Para o

desenvolvimento circular, a amostra fica em um circulo ao redor do centro e,

neste, aplica-se a fase móvel. As manchas aparecem em círculos concêntricos.

O desenvolvimento de um equipamento relativamente simples, porém muito

eficiente, o chromatotron, que é uma cromatografia em camada delgada

FIGURA 5

Page 21: Cromatografia Em Camada Delgada (Ccd) (1)

21

preparativa e acelerada centrifugamente. Foi desenvolvida pelos autores do

Compendium of Organic Synthetic Methods. Trata-se de uma CCD

desenvolvimento circular, em um disco de 24 cm de diâmetro, com uma

camada de adsorvente de espessura variável entre 1 e 4 mm. O processo

cromatográfico desenvolve-se do centro para as bordas, estando o disco na

câmara cromatográfica submetido a um movimento circular de velocidade

controlada. Possui uma grande vantagem, pois há a possibilidade de rápidas

separações preparativas com quantidades variáveis de amostra, que varia de

0,1 a 1,0 g. Além disso, o sistema permite que a separação se processe até

que as manchas separadas atinjam as bordas da placa e possam ser

coletadas, juntamente com a fase móvel, em frascos coletores (representado

na figura 4,0). (COLINS)

Outro equipamento que ser feito o desenvolvimento horizontal são nas

câmaras de desenvolvimento especiais, onde são utilizadas poucas

quantidades de fase móvel.

5.6- Revelação dos cromatogramas

FIGURA 6

Esquema de um equipamento para desenvolvimento circular

Page 22: Cromatografia Em Camada Delgada (Ccd) (1)

22

Os diversos solutos separados no desenvolvimento podem ser detectados por

diferentes métodos. Substâncias coloridas podem ser vistas diretamente sobre

a fase estacionaria e substancias incolores podem torna-se visíveis por meio

de métodos físicos ou químicos. Se tratar de utilização de reações enzimáticas

ou bactericidas, o processo poderá ser biológico.

Substancias incolores podem ser detectadas borrifando-se (uniformemente) a

placa com um reagente apropriado que colore as regiões ocupadas pelas

manchas. Os reagentes de revelação devem ser manipulados em capela. Este

é o método químico.

O método físico consiste na detecção de alguns compostos pela luz

ultravioleta, sem a necessidade de revelação, se esses compostos forem

fluorescentes. Quando as substâncias não são fluorescentes, podem-se utilizar

adsorventes impregnados com reagentes fluorescentes; nesse caso,

observam-se manchas escuras contra um fundo claro. As manchas que foram

deter minadas podem ser marcadas com uma agulha.Os olhos devem ser

protegidos com óculos especiais quando este método for utilizado.

5.7- Documentação

Terminada a migração, os resultados serão observados utilizando diferentes

métodos de revelação, seja desenhado em placas, seja delineando a placa

sobre o papel de seda transparente colocado sobre o adsorvente, ou através

de processos mais sofisticados.

O sucesso da cromatografia em camada delgada depende dos solventes de

desenvolvimento e das afinidades diferentes do soluto pelo adsorvente da

placa. A ordem de separação das substancias depende das combinações de

solventes usadas. Sob condições de constante temperatura, sistema de

solventes e adsorvente, qualquer soluto (uma droga, um corante, um esteróide,

etc.) move-se com uma razão constante em relação à frente de solvente. Esta

razão é conhecida como valor Rf (frente relativa ou fator de retardamento),

onde

Page 23: Cromatografia Em Camada Delgada (Ccd) (1)

23

Rf = dist ância docomposto à linh adeorigem

dist ância da frente de solvente à linhadeorigem

O cálculo produz resultados que são números decimais menores que um. Por

isso, costuma-se usar hRf, um numero inteiro obtido multiplicando-se Rf por

100. (VOGEL)

Este é considerado o parâmetro mais importante da cromatografia em camada

delgada. Os valores ideais para Rf estão entre 0,4 e 0,6.

6.0- ANÁLISES QUANTITATIVAS

A cromatografia em camada delgada pode ser utilizada como métodos

quantitativos de analises de solutos que pode ser dividido em duas categorias.

Nos métodos in situ, mais geralmente usados, a quantificação é baseada na

medida direta da densidade óptica das manchas na placa, de preferência com

o auxílio de um densitômetro. O densitômetro varre as manchas uma por uma,

medindo a reflexão ou a absorção de um feixe de luz. Usualmente, fez-se a

varredura ao longo da linha de desenvolvimento da placa. A diferença de

intensidade do feixe de luz refletindo (ou transmitido) entre o adsorvente e as

manchas de soluto é vista como uma série de picos em um registrador. As

FIGURA 7

Esquematização de um cromatograma obtido por CCD

Page 24: Cromatografia Em Camada Delgada (Ccd) (1)

24

áreas dos picos correspondem às quantidades das substâncias existentes nas

varias manchas. Este tipo de procedimento requer a comparação das manchas

da amostra com manchas obtidas com quantidades conhecidas de padrões

cromatografados na mesma placa. Desenhos melhores de densitômetros

fizeram com que aumentasse a confiança nas determinações quantitativas de

CCD.

Um dos procedimentos mais barato é remover os componentes separados por

raspagem da porção relevante do adsorvente após a visualização com uma

técnica não destrutiva. O componente é então convenientemente extraído

colocando-se o adsorvente em um tubo de centrifuga e adicionando um

solvente adequado para dissolver o soluto. O tubo é então centrifugado e o

líquido supernadante removido e analisado por uma técnica quantitativa

adequada, como a espectrometria no ultravioleta ou no visível, ou a

espectrometria de fluorescência ou, ainda, a cromatografia com fase gasosa.

Um outro procedimento é extrair o soluto por transferência do adsorvente para

uma coluna curta de sílica gel colocada sobre um filtro sintetizado e eluição

com o solvente utilizado no desenvolvimento. Logo depois, o extrato é

analisado por uma técnica quantitativa conveniente. Em cada caso é

necessário obter uma curva de calibração usando quantidades conhecidas do

soluto no solvente usado no desenvolvimento do cromatograma.

Para que os resultados obtidos por estes métodos quantitativos de CCD sejam

de melhor qualidade, as manchas devem ter Rf = 0,3-0,7. Manchas com Rf <

0,3 tendem a estar mito concentradas e manchas com Rf > 0,7 são muito

difusas.(VOGEL)

Outros métodos de emprego direto são a medida de fluorescência e de

radioatividade, para substâncias apresentarem essas características. As

dosagens são feitas através de comparação com padrões.

Page 25: Cromatografia Em Camada Delgada (Ccd) (1)

25

7.0- CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA DE ALTA

EFICIÊNCIA

A CCD, tradicionalmente, é uma técnica simples, rápida e econômica de

analise qualitativa, entretanto, nos últimos anos, vem adquirindo aplicações

mais definidas em análise quantitativa, em razão dos desenvolvimentos na

qualidade e tipos dos adsorventes, na forma de aplicação de amostra e no uso

de densitómetros que permitem a análise quantitativa in situ.

O uso de adsorventes com partículas menores que as convencionais (5 µm)

possibilita a obtenção de separações mais eficientes (manchas mais

compactas) e, conseqüentemente, com maior resolução, tomando a técnica

bem mais atrativa. Esse aumento na eficiência, em relação a CCD usual levou

ao aparecimento da cromatografia em camada delgada de alta eficiência

(CCDAE), denominação emanada da similaridade com a cromatografia liquida de

alta eficiência (CLAE), em razão de as duas técnicas serem muito semelhantes

quanto ao fenômeno físico que as reage, diferindo fundamentalmente no

aspecto pratico.

Na tabela (nº tabela) é apresentada uma comparação entre CCD e CCDAE. A

análise dessa tabela permite verificar que comparativamente, a CCDAE é uma

técnica mais rápida, eficiente, e resulta em menores limites de detecção que a

CCD convencional; pode-se dizer se trata de um seu aperfeiçoamento, com

aplicações indicada quando se pretende efetuar a análise quantitativa.

Page 26: Cromatografia Em Camada Delgada (Ccd) (1)

26

Ás fases estacionárias usadas em CCDAE são sílica e várias fazes que foram

originalmente desenvolvidas para CLAE. Essas fases consistem de sílica

quimicamente modificada com grupos de diferentes polaridades, resultando

fases apolares (por exemplo, C18, sílica quimicamente ligada a uma cadeia

com 18 átomos de carbono), ou de média polaridade ( por exemplo, CN, sílica

quimicamente ligada a um gripo cianopropil)

As fazes mais polares são usadas no modo faze normal com fases móveis de

baixa polaridade e apresentam comportamento semelhante a sílica, ou seja,

maior retenção de compostos polares. No entanto, a seletividade pode ser

diferente. As fases móveis constituídas de um solvente orgânico, por exemplo,

metanol ou acetonitrila, e água, adicionadas ou não de aditivos. Em tais

condições, compostos apolares são mais retidos.

(Nº tabela) Comparação entre cromatografia em camada delgada (CCD) e

cromatografia em camada delgada de alta eficiência (CCDAE)

Parâmetro CCD CCDAE

Tamanho usual da placa 20 x 20 cm 10 x 10 cm

Volume aplicado de cada amostra 1 - 5 µL 0,1 - 0,2 µL

Número de amostras por placa 7 – 10 10 – 20

Diâmetro da mancha 3 – 6 mm 1 mm

Distância de migração do solvente 10 – 15 cm 3 – 6 cm

Tempo de corrida 30 – 200 min 3 – 20 min

Diâmetro médio da partícula de sílica gel 20 µm 5 µm

Limites de detecção

por absorção de luz - 5 ng - 0,5 ng

por fluorescência - 0,1ng - 0,01 ng

Número de pratos até 600 até 5.000

Page 27: Cromatografia Em Camada Delgada (Ccd) (1)

27

8.0- APLICAÇÕES DA CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA

A CCD é mais simples e mais econômica das técnicas cromatográficas,

quando se pretende a separação rápida e a identificação visível. Ela tem

demonstrado ser de valor extraordinário na análise se substancias orgânicas e

inorgânicas, acompanhamento de reações em sínteses e de processos de

purificações. Seria muito difícil relacionar todas as aplicações da CCD; mais

fácil seria mencionar que ela está presente em quase todos os laboratórios de

química ou biologia, em face de fatos como existência de diferentes fases

móveis e estacionárias diferentes técnicas de desenvolvimento e visualização

sua rápida execução, sua repetitividade e o curto não elevado.

Por ser um método simples, rápido, visual e econômico, a CCD é a técnica

predominantemente escolhida para o acompanhamento de reações orgânicas,

sendo também muito utilizada para a purificação de substâncias e para a

identificação de frações coletadas em cromatografia líquida clássica.

Pode ser de aplicação analítica ou preparativa, cuja escala está na

dependência da espessura da camada de adsorvente e da amostra em análise.

Page 28: Cromatografia Em Camada Delgada (Ccd) (1)

28

9.0- CONCLUSÃO

Uma técnica que vem tornando-se indispensável na química analítica e

também em outras áreas é a cromatografia em camada delgada. Este método

vem apresentando ao longo do tempo, uma melhoria no desempenho dos

processos de extração e aprimorando técnicas adequadas para resolver

problemas de análise.

Como mencionado neste trabalho, a cromatografia em camada delgada- CCD

(ou em camada fina) consiste em um processo físico-químico, no qual há a

separação dos componentes de uma mistura através da migração diferencial

sobre uma camada delgada de adsorvente retido sobre uma superfície plana,

existindo uma vasta e importante aplicação na química podendo ser em

laboratório de pesquisas ou em escala industrial.

No desenvolvimento do trabalho, notaram-se diversas vantagens adquiridas ao

utilizarmos este método. Dentre elas podemos destacar sua fácil manipulação,

acessível financeiramente, possui técnicas simples, além de ser de extrema

importância para a separação rápida e analise quantitativa para pequenas

quantidades de material.

Contudo, ao realizarmos essa pesquisa aprofundada sobre a CCD, conclui-se

que esta técnica é uma metodologia muito eficaz, desenvolvida para

determinação dos componentes em uma mistura no qual produz resultados

satisfatórios para essas análises, podendo ser determinados numericamente,

possuindo valores padrões que podem ser consultados em bibliografias

confiáveis.

Page 29: Cromatografia Em Camada Delgada (Ccd) (1)

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10- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Fundamentos de cromatografia/ organizadores: Carol H. Colins, Gilberto L.

Braga e Pierina S. Bonato. – capinas, Sp: editora da UNICAMP, 2006.

PARK, Y.K; KOO, M.H.; IKEGAKI, M.; CONTADO, J.L. Comparison of the

flavonoid aglycone contents of Apis mellifera propolis from various

regions of Brazil. Arq. Biol. Tecnol., v.40, p.97-106, 1997.

PRATT, D.E.; BIRAC, P.M. Source of antioxidant activity of soybeans and

soy products. J. Food Sci., v.44, p.1720-1722, 1979.

VOGEL, A.I., Química Analítica Quantitativa e Qualitativa, EDITORA Mestre

Jou, São Paulo, 1990 e 1991;

HARRIS, D.C., Análise Química quantitativa, 5ª edição, LTC EDITORA, RJ,

2001;

BACCAN, N.,ANDRADE, J.C.,GODINHO, .O.E.S., BARONE, J. S., Química

Analítica Quantitativa Elementar, 3ª edição, EDITORA Edgard Blücher Ltda,

2001;

Iler, R. K., The Chemistry of Silica, John Wiley & Sons, New York, 1979.

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