controlador universal de trânsito de energia com conversor ... · controlador universal de...

95
Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso João Filipe Gaspar Ferreira Dissertação para obtenção do grau de mestre em Engenharia Electrotécnica e de Computadores Júri Presidente: Prof. Doutor Gil Domingos Marques Orientador: Prof. Doutora Sónia Maria Nunes dos Santos Paulo Ferreira Pinto Vogais: Prof. Doutor José Fernando Alves da Silva Setembro de 2007

Upload: others

Post on 04-Aug-2020

3 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso

João Filipe Gaspar Ferreira

Dissertação para obtenção do grau de mestre em

Engenharia Electrotécnica e de Computadores

Júri

Presidente: Prof. Doutor Gil Domingos Marques

Orientador: Prof. Doutora Sónia Maria Nunes dos Santos Paulo Ferreira Pinto

Vogais: Prof. Doutor José Fernando Alves da Silva

Setembro de 2007

Page 2: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

1

Agradecimentos

O meu mais sincero agradecimento à Professora Doutora Sónia Pinto, não só pela orientação

deste trabalho, como pela confiança em mim depositada para a sua concretização e pelo entusiasmo

e disponibilidade que sempre me dispensou.

De maneira especial, quero também agradecer à Ana pelo incentivo, apoio e amizade

demonstrados ao longo deste trabalho.

Aos meus pais agradeço todo o apoio e paciência que me permitiram abraçar esta tese de

forma mais exigente e dedicada.

A todos, os meus mais profundos agradecimentos, nunca esquecendo que a ajuda por vós

prestada foi imprescindível para alcançar o sucesso neste trabalho.

Page 3: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

2

Resumo

Neste trabalho é realizado um estudo do Conversor Matricial Esparso, comprovando-se

posteriormente a sua utilização para controlo das potências activa e reactiva, na realização de um

Controlador Universal do Trânsito de Energia (UPFC). O Conversor Matricial Esparso permite uma

funcionalidade idêntica ao Conversor Matricial Clássico, utilizando menos três semicondutores que

este último. O controlo do conversor é realizado recorrendo ao método de controlo por modo de

deslizamento, associado à representação dos vectores espaciais dos estados do sistema, garantindo

um controlo robusto com tempos de resposta reduzidos. Os resultados das simulações são

apresentados e discutidos.

Palavras-chave: Conversor Matricial Clássico; Conversor Matricial Indirecto; Conversor

Matricial Esparso; Controlo por Modo de Deslizamento; Controlador Universal de Trânsito de Energia.

Page 4: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

3

Abstract

Sparse Matrix Converters are presented, and their use on active and reactive power controllers

as Unified Power Flow Controllers (UPFC) is exploited. Sparse Matrix Converters allow functionality

identical to the Conventional Matrix Converters; however they need less three IGBTs. In this paper

their control is guaranteed using the Sliding Mode Control Method, associated to the state-space

vectors representation. As a result robustness and fast response times are assured. Simulation results

are presented and discussed.

Keywords: Conventional Matrix Converter; Indirect Matrix Converter; Sparse Matrix Converter;

Sliding Mode Control; Unified Power Flow Controller.

Page 5: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

4

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 10 2. CONVERSORES MATRICIAIS ...................................................................................................... 13

2.1. Conversor Matricial Clássico ................................................................................................... 13 2.1.1. Modelo do Conversor Matricial Clássico ideal .................................................................. 13 2.1.2. Determinação dos vectores espaciais do Conversor Matricial Clássico ........................... 16

2.2. Conversor Matricial Indirecto ................................................................................................... 18 2.2.1. Modelo do Rectificador ideal ............................................................................................ 19 2.2.2. Modelo do Inversor ideal .................................................................................................. 21 2.2.3. Modelo do Conversor Matricial Indirecto ideal .................................................................. 24 2.2.4. Topologia do Conversor Matricial Indirecto ...................................................................... 28

2.3. Conversor Matricial Esparso.................................................................................................... 28 2.3.1. Topologia do Conversor Matricial Esparso ....................................................................... 29 2.3.2. Obtenção dos vectores espaciais das tensões simples de saída do Conversor Matricial Esparso...................................................................................................................................... 32

2.4. Filtro de Ligação à Rede Eléctrica ........................................................................................... 32 3. CONTROLO DO CONVERSOR MATRICIAL ESPARSO .............................................................. 34

3.1. Controlo das Correntes de Saída ............................................................................................ 34 3.2. Controlo do Factor de Potência de Entrada............................................................................. 38

4. SISTEMA DE CONTROLO DO TRÂNSITO DE ENERGIA ............................................................ 44 5. SIMULAÇÕES EM MATLAB/SIMULINK ....................................................................................... 48

5.1. Simulação do Conversor Matricial Esparso ............................................................................. 48 5.2. Simulação do UPFC com Conversor Matricial Esparso........................................................... 54

5.2.1. Introdução ........................................................................................................................ 54 5.2.2. Resultados de simulação ................................................................................................. 56

6. CONCLUSÃO................................................................................................................................. 60 BIBLIOGRAFIA.................................................................................................................................. 61 A. LOCALIZAÇÃO DOS VECTORES DE TENSÃO SIMPLES DE SAÍDA........................................ 63 B. LOCALIZAÇÃO DOS VECTORES DE CORRENTE DE ENTRADA. ............................................ 65 C. LOCALIZAÇÃO DOS EIXOS dq REFERENTES À ZONA I1 DE CORRENTE.............................. 67 D. COMBINAÇÕES DOS ESTADOS DO RECTIFICADOR E DO INVERSOR.................................. 68 E. SIMULAÇÃO DO CONVERSOR MATRICIAL ESPARSO............................................................. 69

E.1. Solução 1 ................................................................................................................................ 69 E.1.1. Bloco Rede ...................................................................................................................... 70 E.1.2. Bloco Filtro....................................................................................................................... 71 E.1.3. Bloco Carga ..................................................................................................................... 73 E.1.4. Bloco Conversor Matricial Esparso .................................................................................. 75 E.1.4.1. Bloco Rectificador ......................................................................................................... 76 E.1.4.2. Bloco Inversor ............................................................................................................... 77 E.1.5. Bloco Controlo ................................................................................................................. 78 E.1.5.1. Bloco Detector de Zona de Tensão............................................................................... 79 E.1.5.2. Bloco Detector de Zona de Corrente............................................................................. 80 E.1.5.3. Bloco Transformada de Concordia de Correntes .......................................................... 81 E.1.5.4. Bloco Transformada de Blondel-Park............................................................................ 82 E.1.5.5. Bloco Determinação do Erro das Correntes de Saída................................................... 83 E.1.5.6. Bloco Determinação do Erro das Correntes de Entrada................................................ 84 E.1.5.7. Bloco Gerador das Correntes de Referência ................................................................ 84 E.1.5.8. Bloco Tabela de Estados .............................................................................................. 85

E.2. Solução 2 ............................................................................................................................... 86 E.2.1. Bloco Rede ...................................................................................................................... 87 E.2.2. Bloco Carga ..................................................................................................................... 87 E.1.3. Bloco Conversor Matricial Esparso .................................................................................. 88

E.3. Solução 3 ............................................................................................................................... 89 E.3.1. Bloco Filtro....................................................................................................................... 90

Page 6: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

5

E.3.2. Bloco Conversor Matricial Esparso .................................................................................. 90 F. SIMULAÇÃO DO UPFC ................................................................................................................. 92

Page 7: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

6

LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 – Topologias de conversão matricial existentes. ............................................................... 12 Figura 2.1 – Esquema do Conversor Matricial Clássico (CMC). ........................................................ 13 Figura 2.2 – Interruptor Bidireccional Sij. ............................................................................................ 14 Figura 2.3 – Esquema do Conversor Matricial Indirecto..................................................................... 19 Figura 2.4 – Representação espacial no plano αβ dos vectores correspondentes às correntes de entrada do Rectificador: a) iDC > 0; b) iDC < 0. ...................................................................................... 21 Figura 2.5 – Representação espacial no plano α e β dos vectores correspondentes às tensões compostas de saída do Inversor: a) vDC > 0; b) vDC < 0. ...................................................................... 24 Figura 2.6 – Topologia do Conversor Matricial Indirecto (IMC). ......................................................... 28 Figura 2.7 – Circulação da corrente ia com polaridade positiva num dos braços do rectificador do IMC, considerando que a corrente iDC pode ser positiva ou negativa: a) ia = iDC ; b) ia = -iDC........................ 29 Figura 2.8 – Circulação da corrente ia com polaridade negativa num dos braços do rectificador do IMC: a) ia = iDC ; b) ia = -iDC .................................................................................................................. 30 Figura 2.9 – Circulação da corrente ia com polaridade positiva num dos braços do rectificador do SMC: a) ia = iDC ; b) ia = -iDC ................................................................................................................. 30 Figura 2.10 – Circulação da corrente ia com polaridade negativa num dos braços do rectificador do SMC: a) ia = iDC ; b) ia = -iDC ................................................................................................................. 31 Figura 2.11 – Topologia do Conversor Matricial Esparso (SMC). ...................................................... 31 Figura 2.12 – Esquema do filtro de entrada do Conversor Matricial Esparso..................................... 32 Figura 3.1 – Representação temporal e respectiva divisão por zonas das tensões compostas de entrada. .............................................................................................................................................. 36 Figura 3.2 – Representação espacial dos vectores correspondentes da tensão simples de saída referentes às zonas 1 e 12 das tensões compostas de entrada. ........................................................ 36 Figura 3.3 – Representação temporal e respectiva divisão por zonas das correntes de saída. ......... 40 Figura 3.4 – Representação espacial dos vectores da corrente de entrada referentes às zonas 1 e 12 das correntes de saída e possíveis localizações dos eixos d e q para a zona V1 de tensão............... 41 Figura 4.1 – Esquema de implementação do UPFC com uma associação de dois conversores. ...... 44 Figura 4.2 – Princípio de compensação do trânsito de energia numa linha de transmissão. ............. 45 Figura 4.3 – Diagrama vectorial representativo das tensões das tensões do circuito eléctrico equivalente do sistema de controlo do trânsito de energia. ................................................................ 46 Figura 4.4 – Esquema de implementação do UPFC com um Conversor Matricial Esparso. .............. 47 Figura 5.1 – Esquema do sistema a implementar constituída pela Rede, Conversor Matricial Esparso, Carga, e respectivo controlo. .............................................................................................................. 48 Figura 5.2 – Correntes de referência à saída do conversor. .............................................................. 49 Figura 5.3 – Correntes à saída do conversor: a) Solução 1; b) Solução 2; c) Solução 3.................... 50 Figura 5.4 – Tensão no andar intermédio “DC” do conversor: a) Solução 1; b) Solução 2; c) Solução 3. ........................................................................................................................................................ 51 Figura 5.5 – Tensão e corrente na fase “a” de entrada: a) Modo 1; b) Modo 2; c) Modo 3. ............... 53 Figura 5.6 – Esquema do sistema a implementar na realização do UPFC com um Conversor Matricial Esparso. ............................................................................................................................................. 54 Figura 5.7 – Potências de referência na linha eléctrica: a) Potência activa; b) Potência reactiva. ..... 56 Figura 5.8 – Correntes de referência na linha, geradas para controlo do trânsito de potências. ........ 57 Figura 5.9 – Correntes impostas na linha para o controlo do trânsito de potências. .......................... 57 Figura 5.10 – a) Tensão e corrente na fase “a” à entrada do filtro do conversor; b) Tensão no andar intermédio “DC” do conversor. ............................................................................................................ 58 Figura 5.11 – Potências na linha eléctrica: a) Activa; b) Reactiva...................................................... 59 Figura E.1 – Dados Utilizados nas Simulações do Conversor Matricial Esparso. .............................. 69 Figura E.2 – Modelo da Simulação do Conversor Matricial Esparso Referentes à Solução 1............ 70 Figura E.3 – Modelo do bloco Rede................................................................................................... 71 Figura E.4 – Modelo do bloco Filtro. .................................................................................................. 72 Figura E.5 – Carga associada à saída do conversor.......................................................................... 73 Figura E.6 – Modelo do bloco Carga.................................................................................................. 74 Figura E.7 – Modelo do bloco Conversor Matricial Esparso............................................................... 75

Page 8: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

7

Figura E.8 – Modelo do bloco Rectificador......................................................................................... 76 Figura E.9 – Modelo do bloco Inversor. ............................................................................................. 77 Figura E.10 – Modelo do bloco Controlo. ........................................................................................... 78 Figura E.11 – Modelo do bloco Detector de Zona de Tensão. ........................................................... 79 Figura E.12 – Modelo do bloco Controlo. ........................................................................................... 80 Figura E.13 – Modelo do bloco Transformada de Concordia de Correntes........................................ 81 Figura E.14 – Modelo do bloco Transformada de Blondel-Park. ........................................................ 82 Figura E.15 – Modelo do bloco Determinação do erro das correntes de saída. ................................. 83 Figura E.16 – Modelo do bloco Determinação do Erro das Correntes de Entrada. ............................ 84 Figura E.17 – Modelo do bloco Gerador das Correntes de Referência. ............................................. 84 Figura E.18 – Modelo do bloco Controlador dos interruptores. .......................................................... 85 Figura E.19 – Modelo da Simulação do Conversor Matricial Esparso Referente à Solução 2. .......... 86 Figura E.20 – Modelo do bloco Rede................................................................................................. 87 Figura E.21 – Modelo do bloco Carga................................................................................................ 88 Figura E.22 – Modelo do bloco Conversor Matricial Esparso............................................................. 88 Figura E.23 – Modelo da Simulação do Conversor Matricial Esparso Referente à Solução 3. .......... 89 Figura E.24 – Modelo do bloco Filtro. ................................................................................................ 90 Figura E.25 – Modelo do blco Conversor Matricial Esparso............................................................... 91 Figura F.1 – Dados utilizados nas simulações do UPFC. .................................................................. 92 Figura F.2 – Modelo de simulação do UPFC. .................................................................................... 93 Figura F.3 – Modelo do bloco Gerador das Correntes de Referência. ............................................... 94

Page 9: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

8

LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 – Combinações de estados dos interruptores e relações entre entradas e saídas do Conversor Matricial Clássico. ............................................................................................................. 16 Tabela 2.2 – Vectores de estado das tensões compostas de saída e das correntes de entrada do Conversor Matricial Clássico. ............................................................................................................. 18 Tabela 2.3 – Combinações de estados dos interruptores e relações entre entradas e saídas do Rectificador......................................................................................................................................... 20 Tabela 2.4 – Combinações de estados dos interruptores e relações entre entradas e saídas do Inversor............................................................................................................................................... 23 Tabela 2.5 – Combinações de estados dos interruptores e relações entre entradas e saídas do Conversor Matricial Indirecto .............................................................................................................. 26 Tabela 2.6 – Vectores de estados do Conversor Matricial Indirecto. .................................................. 27 Tabela 2.7 – Vectores de estado das tensões simples de saída do Conversor Matricial Esparso...... 33 Tabela 3.1 – Vectores seleccionados para as várias zonas de tensão, consoante os resultados das funções de comutação........................................................................................................................ 37 Tabela 3.2 – Estados a aplicar consoante os resultados das funções de comutação, para as várias zonas de tensão. ................................................................................................................................ 38 Tabela 3.3 – Combinações de estados entre rectificador e inversor, a aplicar consoante os resultados das funções de comutação, para as várias zonas de tensão.............................................................. 38 Tabela 3.4 – Vectores a aplicar no controlo das correntes de saída e do factor de potência à entrada do Conversor Matricial Esparso, consoante as zonas de tensão e corrente....................................... 42 Tabela 3.5 – Estados a aplicar no controlo das correntes de saída e do factor de potência à entrada, do Conversor Matricial Esparso, consoante as zonas de tensão e corrente em causa....................... 43 Tabela D.1 – Estados do Rectificador e Inversor a aplicar no controlo das correntes de saída e do factor de potência à entrada, do Conversor Matricial Esparso, consoante as zonas de tensão e corrente em causa. ............................................................................................................................. 68

Page 10: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

9

LISTA DE ABREVIAÇÕES

UPFC Controlador Universal de Trânsito de Energia CMC Conversor Matricial Clássico IMC Conversor Matricial Indirecto SMC Conversor Matricial Esparso VSMC Conversor Matricial Muito Esparso USMC Conversor Matricial Ultra Esparso IGBT Insulated Gate Bipolar Transistor

Page 11: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

10

1. INTRODUÇÃO

A liberalização do sector energético e a generalização da geração descentralizada têm

colocado crescentes dificuldades ao transporte de energia eléctrica. Problemas como a regulação de

tensão e o carregamento de linhas paralelas de diferentes impedâncias, motivaram estudos, na

tentativa de se descobrirem novas técnicas que proporcionem o controlo rápido e eficaz do trânsito de

energia em linhas de transmissão (Watanabe, Aredes, 1998).

Com o objectivo de resolver estes problemas, Lazlo Gyugyi, no início dos anos 90, propôs um

compensador versátil, utilizando conversores electrónicos de potência, capaz de controlar o trânsito

de energia, actuando de forma rápida e dinâmica sobre determinados parâmetros da rede eléctrica,

tais como a tensão e o ângulo de fase (Gyugyi, 1992). Este compensador, conhecido por UPFC

(Unified Power Flow Controller ou Controlador Universal de Trânsito de Energia), é constituído pela

associação de dois conversores electrónicos comutados, realizando a conversão AC/DC – DC/AC,

sendo estes ligados pelo andar intermédio “DC” através de um banco de condensadores. No entanto,

a existência deste banco de condensadores dá origem a perdas adicionais, aumento de peso, custo e

volume do conversor e limita também o seu tempo de vida útil. Por esse motivo, nas últimas décadas

surgiu um crescente interesse num novo tipo de conversores, que permita a realização da conversão

AC/AC, praticamente sem recorrer a componentes armazenadores de energia.

Em 1976 Lazlo Gyugyi e Brian Pelly deram a conhecer um novo tipo conversor AC/AC,

habitualmente designado por Cicloconversor (Gyugyi, Pelly, 1976). Uma das suas principais

vantagens era a não utilização de qualquer malha intermédia de componentes armazenadores de

energia reactiva, realizando a conversão directa AC/AC.

Posteriormente, Alesina e Venturini, apresentaram uma primeira estratégia de modulação por

largura de impulso (Pulse With Modulation – PWM), realizada com comutação a alta frequência

(Alesina, Venturini, 1981). O conversor AC/AC utilizado, designado Conversor Matricial, passou a ser

construído recorrendo a semicondutores comandados à condução e ao corte, permitindo a obtenção

de reduzidos conteúdos harmónicos nas variáveis de entrada e de saída (Alesina, Venturini, 1981).

Inicialmente, a estratégia de modulação proposta por Alesina e Venturini não permitia obter

ganhos da relação entrada saída superiores a 0,5 (Alesina, Venturini, 1981). Posteriormente, os

mesmos autores conseguiram maximizar a relação de ganho do Conversor Matricial, para 0,866

(Alesina, Venturini, 1989). Porém, o cálculo dos índices de modulação torna necessária a introdução

de uma terceira harmónica da frequência de entrada e uma terceira harmónica da frequência de

saída, com diferentes pesos (Alesina, Venturini, 1989).

O aparecimento da modulação utilizando a representação dos estados do sistema através de

vectores espaciais (Space Vector Modulation – SVM), veio permitir garantir o ganho máximo do

Page 12: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

11

conversor de 0,866 (Huber, Borojevic, Burany, 1992), evitando a adição de terceiras harmónicas e

colocando nas suas entradas uma corrente praticamente sinusoidal; à excepção das harmónicas

resultantes da elevada frequência de comutação imposta. Esta estratégia de modulação permite

ainda uma simplificação do algoritmo de controlo, bem como a garantia de que a rede veja a carga,

independentemente das suas características, como se de resistiva pura se tratasse, assegurando

assim, um factor de potência quase unitário na entrada do conversor.

Todavia, o Conversor Matricial ou CMC (Conventional Matrix Converter) apresenta algumas

desvantagens, nomeadamente o elevado número de semicondutores que constituem os interruptores

(habitualmente 36 semicondutores - 18 semicondutores comandados à condução e ao corte e 18

díodos) e o facto de estar mais vulnerável a perturbações vindas da rede, devido à quase ausência

de elementos reactivos (Menino, Antunes, 2002).

No sentido de reduzir o número de semicondutores, nos últimos anos têm surgido novas

topologias de conversores AC/AC. O Conversor Matricial Indirecto (Indirect Matrix Converter - IMC)

(Kolar, Baumann, Schafmeister, Ertl, 2002), construído com base na associação Rectificador –

Inversor, mas sem componentes armazenadores de energia reactiva no andar intermédio “DC”, surge

como a primeira alternativa ao CMC, contemplando ambos, idênticos esforços de realização.

Os mesmos autores (Kolar, Baumann, Schafmeister, Ertl, 2002) concluíram que a conversão

pode ser igualmente garantida com a redução do número de semicondutores, sem que, com isso,

haja qualquer perda de funcionalidade. Deste modo, surge o Conversor Matricial Esparso (Sparse

Matrix Converter - SMC), que permite realizar a conversão AC/AC, utilizando menos três

semicondutores comandados à condução e ao corte, do que os habitualmente utilizados no

Conversor Matricial Clássico. Ainda com o objectivo de reduzir o número de semicondutores na

conversão indirecta AC/AC, surgiram o Conversor Matricial Muito Esparso (Very Sparse Matrix

Converter - VSMC) e o Conversor Matricial Ultra Esparso (Ultra Sparse Matrix Converter - USMC)

(Kolar, Baumann, Schafmeister, Ertl, 2002).

De uma forma genérica, as topologias de conversão matricial actualmente existentes podem

dividir-se em dois grupos (Figura 1.1): o grupo de conversão directa e o grupo de conversão indirecta.

Nos últimos anos, o sistemático desenvolvimento da electrónica de potência, que permitiu a

integração de semicondutores de potência e o desenvolvimento de novas estratégias de comutação e

de controlo, tem tornado muito mais atractiva a utilização de conversores matriciais, nomeadamente

em aplicações relacionadas com a melhoria da qualidade de energia (UPFC) (Strzelecki, Noculak,

Tunia, Sozannski, Fedyczak, 2001), em substituição da clássica associação Rectificador - Inversor

com andar intermédio de armazenamento de energia.

Page 13: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

12

Figura 1.1 – Topologias de conversão matricial existentes.

Este trabalho tem como objectivo realizar um estudo teórico do Conversor Matricial Esparso,

comprovando-se, posteriormente, por meio de simulação em Matlab/Simulink, as suas características,

bem como o seu desempenho sobre a rede eléctrica, em funcionamento como UPFC.

Nesse sentido, ir-se-á começar por estudar o Conversor Matricial Clássico. Posteriormente, o

Conversor Matricial Esparso será controlado utilizando uma abordagem semelhante à do Conversor

Matricial Clássico. Para garantir o controlo robusto do sistema e obter tempos de resposta reduzidos

às variações das referências, opta-se pelo uso do controlo por modo de deslizamento, associado à

representação dos vectores espaciais.

No capítulo 2 é elaborado o estudo teórico do Conversor Matricial Esparso, partindo da análise

do Conversor Matricial Clássico. Este capítulo tem como objectivo evidenciar as vantagens desta

nova topologia. Ainda no mesmo capítulo (secção 2.4), é apresentado o filtro de entrada do

conversor.

Posteriormente, no capítulo 3 é apresentado o controlo por modo de deslizamento do

conversor. Nas duas secções existentes neste capítulo são explicados respectivamente, o controlo

das correntes na saída do conversor (secção 3.1) e o controlo do factor de potência na entrada do

filtro (secção 3.2).

No quarto capítulo é elaborado o estudo do Controlador Universal de Trânsito de Energia

(UPFC), composto por um Conversor Matricial Esparso, partindo do estudo do UPFC clássico

proposto por Lazlo Gyugyi.

O capítulo 5 é dedicado às simulações em Matlab/Simulink. Na primeira secção (secção 5.1)

são tratadas três soluções para a simulação do Conversor Matricial Esparso, sendo realizada uma

introdução e apresentados os resultados e respectivas análises. A secção 5.2, é dedicada à

simulação do UPFC, composto por um Conversor Matricial Esparso, sendo também efectuada uma

introdução (subsecção 5.2.1) e apresentados os resultados obtidos e respectivas análises (subsecção

5.2.2).

As conclusões do trabalho encontram-se presentes no último capítulo (capítulo 6).

Page 14: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

13

2. CONVERSORES MATRICIAIS

2.1. Conversor Matricial Clássico

Este capítulo começa por apresentar o Conversor Matricial Clássico. O Conversor Matricial

Esparso será analisado utilizando uma abordagem semelhante.

2.1.1. Modelo do Conversor Matricial Clássico ideal

O Conversor Matricial Clássico (CMC), cujo esquema se encontra representado na figura 2.1,

apresenta nove interruptores bidireccionais em tensão e em corrente (garantindo o funcionamento

nos quatro quadrantes), que possibilitam que cada fase de saída possa, em qualquer instante, ser

ligada a uma das três fases de entrada, de acordo com determinadas restrições topológicas.

Figura 2.1 – Esquema do Conversor Matricial Clássico (CMC).

Por norma, cada interruptor do CMC é constituído por dois semicondutores comandados à

condução e ao corte, utilizando-se geralmente transístores bipolares de porta isolada (Insulated Gate

Bipolar Transistor - IGBT), com díodos em antiparalelo (figura 2.2). Por esse motivo, o CMC

habitualmente é formado por dezoito semicondutores comandados à condução e ao corte e por

dezoito díodos.

A bidireccionalidade dos interruptores fornece ao conversor uma característica regenerativa,

permitindo o trânsito de energia, quer da fonte para a carga, quer da carga para a fonte.

Page 15: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

14

Figura 2.2 – Interruptor Bidireccional Sij.

Ignorando qualquer tipo de perdas, e assumindo que os interruptores são ideais, o estado dos

interruptores do conversor pode ser representado pela variável Sij (i e j representam a posição do

interruptor no conversor), apresentando esta o valor lógico “1” para o estado de condução (“ON”) e o

valor lógico “0” para o estado de corte (“OFF”) (2.1).

1 ( )

i,j 1,2,30 ( )

ij

ij

S Condução

S Corte

=⎧⎪ ∈⎨ =⎪⎩ (2.1)

Esta representação, permite caracterizar os estados dos interruptores do CMC por intermédio

da matriz SD, definida em (2.2). No entanto, há que considerar restrições para o correcto

funcionamento do conversor. O facto de se assumir que a carga tem características de fonte de

corrente, deverá implicar sempre a existência de um caminho que possibilite a respectiva circulação,

de modo a ser garantida a continuidade da mesma. Desta forma, impõe-se que, pelo menos um

interruptor em cada linha de SD deva estar no estado de condução. Por outro lado, com o intuito de se

evitar curto-circuitos entre as fases da rede, para cada linha de SD, só um interruptor deverá estar no

estado de condução. Deste modo, a condição definida em (2.3) terá de ser garantida.

11 12 13

21 22 23

31 32 33

S S SS S SS S S

⎡ ⎤⎢ ⎥= ⎢ ⎥⎢ ⎥⎣ ⎦

DS (2.2)

∑=

=3

1

1j

ijS i 1, 2,3∈ (2.3)

Com estas restrições de ordem topológica, os estados possíveis do CMC reduzem-se a 33 = 27

(tabela 2.1) e não a 29 = 512, como se poderia inicialmente prever.

Recorrendo à matriz (2.2) torna-se possível estabelecer relações entre as tensões de entrada e

de saída, assim como entre as correntes de entrada e de saída, do Conversor Matricial.

Representando as variáveis de entrada por índices de letra minúscula (“a”, “b” e “c”) e as

variáveis de saída por índices de letra maiúscula (“A”, “B” e “C”), através da equação (2.4), são

relacionadas as tensões simples de saída com as tensões simples de entrada, em função dos

estados dos interruptores do CMC.

Page 16: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

15

A a

B b

C c

v vv vv v

⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎢ ⎥ ⎢ ⎥=⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎣ ⎦ ⎣ ⎦

DS (2.4)

Por outro lado, a transposta da matriz (2.2), permite estabelecer a relação entre as correntes

de entrada e as correntes de saída (2.5).

a A

b B

c C

i ii ii i

⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎢ ⎥ ⎢ ⎥=⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎣ ⎦ ⎣ ⎦

TDS (2.5)

Recorrendo à matriz SDC (2.6), determinada com base na matriz (2.2), é também possível

relacionar as tensões compostas de saída com as tensões simples de entrada.

11 21 12 22 13 23

21 31 22 32 23 33

31 11 32 12 33 13

S S S S S SS S S S S SS S S S S S

− − −⎡ ⎤⎢ ⎥= − − −⎢ ⎥⎢ ⎥− − −⎣ ⎦

DCS (2.6)

Essa relação é dada pela equação matricial (2.7).

AB a

BC b

CA c

v vv vv v

⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎢ ⎥ ⎢ ⎥=⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎣ ⎦ ⎣ ⎦

DCS (2.7)

Na tabela 2.1 encontram-se representadas as 27 combinações possíveis de ligação dos

interruptores, juntamente com as tensões simples de saída que resultam de (2.4), as correntes de

entrada que resultam de (2.5) e as tensões compostas de saída calculadas a partir de (2.7).

Verifica-se a existência de três grupos de combinações de ligação dos interruptores: 1) nas

seis primeiras combinações (estados 1 a 6) as três fases de saída estão ligadas a três fases distintas

de entrada; 2) nas dezoito combinações seguintes (estados 7 a 24), as três fases de saída estão

ligadas a duas fases de entrada (uma das fases de entrada encontra-se em aberto); 3) nas últimas

combinações da tabela (estados 25 a 27), as três fases de saída encontram-se ligadas à mesma fase

de entrada.

Page 17: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

16

Tabela 2.1 – Combinações de estados dos interruptores e relações entre entradas e saídas do Conversor Matricial Clássico.

Estados S11 S12 S13 S21 S22 S23 S31 S32 S33 vA vB vC vAB vBC vCA ia ib ic

1 1 0 0 0 1 0 0 0 1 va vb vc vab vbc vca iA iB iC 2 1 0 0 0 0 1 0 1 0 va vc vb -vca -vbc -vab iA iC iB 3 0 1 0 1 0 0 0 0 1 vb va vc -vab -vca -vbc iB iA iC 4 0 1 0 0 0 1 1 0 0 vb vc va vbc vca vab iC iA iB 5 0 0 1 1 0 0 0 1 0 vc va vb vca vab vbc iB iC iA 6 0 0 1 0 1 0 1 0 0 vc vb va -vbc -vab -vca iC iB iA 7 1 0 0 0 1 0 0 1 0 va vb vb vab 0 -vab iA -iA 0 8 0 1 0 1 0 0 1 0 0 vb va va -vab 0 vab -iA iA 0 9 0 1 0 0 0 1 0 0 1 vb vc vc vbc 0 -vbc 0 iA -iA

10 0 0 1 0 1 0 0 1 0 vc vb vb -vbc 0 vbc 0 -iA iA 11 0 0 1 1 0 0 1 0 0 vc va va vca 0 -vca -iA 0 iA 12 1 0 0 0 0 1 0 0 1 va vc vc -vca 0 vca iA 0 -iA

13 0 1 0 1 0 0 0 1 0 vb va vb -vab vab 0 iB -iB 0 14 1 0 0 0 1 0 1 0 0 va vb va vab -vab 0 -iB iB 0 15 0 0 1 0 1 0 0 0 1 vc vb vc -vbc vbc 0 0 iB -iB16 0 1 0 0 0 1 0 1 0 vb vc vb vbc -vbc 0 0 -iB iB 17 1 0 0 0 0 1 1 0 0 va vc va -vca vca 0 -iB 0 iB 18 0 0 1 1 0 0 0 0 1 vc va vc vca -vca 0 iB 0 -iB

19 0 1 0 0 1 0 1 0 0 vb vb va 0 -vab vab iC -iC 0 20 1 0 0 1 0 0 0 1 0 va va vb 0 vab -vab -iC iC 0 21 0 0 1 0 0 1 0 1 0 vc vc vb 0 -vbc vbc 0 iC -iC22 0 1 0 0 1 0 0 0 1 vb vb vc 0 vbc -vbc 0 -iC iC 23 1 0 0 1 0 0 0 0 1 va va vc 0 -vca vca -iC 0 iC 24 0 0 1 0 0 1 1 0 0 vc vc va 0 vca -vca iC 0 -iC

25 1 0 0 1 0 0 1 0 0 va va va 0 0 0 0 0 0 26 0 1 0 0 1 0 0 1 0 vb vb vb 0 0 0 0 0 0 27 0 0 1 0 0 1 0 0 1 vc vc vc 0 0 0 0 0 0

2.1.2. Determinação dos vectores espaciais do Conversor Matricial Clássico

Considerando um sistema de tensões trifásico equilibrado (2.8), sem neutro acessível, e

ligando à saída do conversor uma carga igualmente trifásica e equilibrada, a soma das grandezas

eléctricas (tensões e correntes) à entrada e à saída do CMC irá ser sempre nula.

2V cos( t)22V cos( t )3

22V cos( t )3

a

b

c

v

v

v

⎧⎪ = ω⎪

π⎪ = ω −⎨⎪

π⎪= ω +⎪⎩

(2.8)

Page 18: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

17

A aplicação da transformação de Concordia (2.9) às tensões compostas de saída e às

correntes de entrada que resultam de cada um dos 27 estados do conversor matricial, torna possível

representar através de vectores no plano αβ (o valor da componente homopolar resultante da

transformação é sempre nulo), respectivamente, os vectores espaciais de tensão composta e os

vectores espaciais de corrente.

Esta representação é uma ferramenta útil para o efectuar o controlo do conversor por

modulação vectorial.

11 02

2 1 3 13 2 2 2

1 3 12 2 2

⎡ ⎤⎢ ⎥⎢ ⎥⎢ ⎥−⎢ ⎥⎢ ⎥⎢ ⎥⎢ ⎥− −⎢ ⎥⎣ ⎦

C = (2.9)

Os vectores espaciais de tensão composta (2.10) determinam-se aplicando a transposta da

matriz de Concordia às tensões compostas de saída, procedendo-se, desta forma, à passagem de

um sistema de coordenadas “abc” para o sistema “αβ0”

AB

BC

CA0

v vv vv v

α

β

⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎢ ⎥ ⎢ ⎥=⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎣ ⎦ ⎣ ⎦

TC (2.10)

Da mesma forma, aplicando às correntes de entrada do CMC a transposta da matriz de

Concordia (2.11), obtêm-se os vectores espaciais de corrente.

a

b

c0

i ii ii i

α

β

⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎢ ⎥ ⎢ ⎥=⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎣ ⎦ ⎣ ⎦

TC (2.11)

Os resultados obtidos para cada um dos 27 estados possíveis do CMC são apresentados na

tabela 2.2, sendo os vectores espaciais representados pelo respectivo módulo e argumento.

Na tabela 2.2 verifica-se a existência de três grupos de vectores: seis vectores girantes, dezoito

vectores pulsantes e três vectores nulos. Os seis primeiros, vectores girantes, têm amplitude fixa mas

fase variável – não apresentam direcção definida no plano αβ e o seu argumento depende da fase

das tensões da rede. Os dezoito vectores seguintes, vectores pulsantes, apresentam um argumento

fixo, mas uma amplitude variável. Os três vectores nulos apresentam amplitude nula.

Page 19: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

18

Tabela 2.2 – Vectores de estado das tensões compostas de saída e das correntes de entrada do Conversor Matricial Clássico.

Grupo Estados Identificação V0 δ0 Ii µi

1 1g vi δi i0 µ0 2 2g -vi -δi+4π/3 i0 -µ0 3 3g -vi -δi i0 -µ0+2π/3 4 4g vi δi+4π/3 i0 µ0+2π/3 5 5g vi δi+2π/3 i0 µ0+4π/3

Vectores Girantes

6 6g -vi -δi+2π/3 i0 -µ0+4π/3 7 +1 2 vab π/6 2 iA -π/6 8 -1 - 2 vab π/6 - 2 iA -π/6 9 +2 2 vbc π/6 2 iA π/2 10 -2 - 2 vbc π/6 - 2 iA π/2 11 +3 2 vca π/6 2 iA 7π/6 12 -3 - 2 vca π/6 - 2 iA 7π/6 13 +4 2 vab 5π/6 2 iB -π/6 14 -4 - 2 vab 5π/6 - 2 iB -π/6 15 +5 2 vbc 5π/6 2 iB π/2 16 -5 - 2 vbc 5π/6 - 2 iB π/2 17 +6 2 vca 5π/6 2 iB 7π/6 18 -6 - 2 vca 5π/6 - 2 iB 7π/6 19 +7 2 vab 3π/2 2 iC -π/6 20 -7 - 2 vab 3π/2 - 2 iC -π/6 21 +8 2 vbc 3π/2 2 iC π/2 22 -8 - 2 vbc 3π/2 - 2 iC π/2 23 +9 2 vca 3π/2 2 iC 7π/6

Vectores Pulsantes

24 -9 - 2 vca 3π/2 - 2 iC 7π/6 25 0 0 - 0 - 26 0 0 - 0 -

Vectores Nulos

27 0 0 - 0 -

2.2. Conversor Matricial Indirecto

As topologias de conversão matricial indirecta apresentam como base a associação

Rectificador – Inversor (figura 2.3) (Kolar, Baumann, Schafmeister, Ertl, 2002). Para estudar a

associação destes dois conversores será elaborada uma análise individual de cada um deles, de

modo a caracterizar os seus aspectos mais relevantes, facilitando o estudo do Conversor Matricial

Indirecto (IMC) e a posterior introdução e análise do Conversor Matricial Esparso (SMC).

Page 20: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

19

Figura 2.3 – Esquema do Conversor Matricial Indirecto (IMC).

2.2.1. Modelo do Rectificador ideal

À semelhança do CMC, as relações entre as variáveis de entrada e de saída do Rectificador

podem também ser descritas sob a forma de equações matriciais (Holmes, Lipo, 1992). Assume-se

que o Rectificador é constituído por interruptores ideais, representados pela variável Sij (i e j

representam a posição do interruptor no conversor), que pode tomar o valor lógico “1” para o estado

de condução (“ON”) e o valor lógico “0” para o estado de corte (“OFF”) (2.1).

Os estados deste conversor são definidos de forma a prevenir curto-circuitos nas fases da

rede, salvaguardando a continuidade da corrente na carga (saída do Inversor). Deste modo, em cada

uma das linhas da matriz (2.12) só deverá haver um interruptor ligado (2.13).

11 21 31

12 22 32

S S SS S S⎡ ⎤

= ⎢ ⎥⎣ ⎦

RS (2.12)

3

iji 1

S 1 j 1, 2=

= ∈∑ (2.13)

As tensões no andar de saída do Rectificador (2.14) relacionam-se com as tensões simples de

entrada em função da matriz dos estados dos interruptores (2.12).

a

Db

Cc

vv

vv

v

⎡ ⎤⎡ ⎤ ⎢ ⎥=⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎣ ⎦ ⎢ ⎥⎣ ⎦

RS (2.14)

Page 21: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

20

De (2.12) e (2.14) é ainda possível definir a matriz (2.15):

11 12 21 22 31 32S S S S S S= − − −⎡ ⎤⎣ ⎦RcS (2.15)

Partindo de (2.15) é possível determinar a dependência da tensão composta no andar

intermédio em função das tensões de entrada (2.16).

a

DC b

c

vv v

v

⎡ ⎤⎢ ⎥= ⎢ ⎥⎢ ⎥⎣ ⎦

RcS (2.16)

As correntes de entrada do Rectificador também podem ser determinadas (2.17), em função da

corrente no andar intermédio, utilizando a matriz (2.15).

a

Tb DC

c

ii ii

⎡ ⎤⎢ ⎥ =⎢ ⎥⎢ ⎥⎣ ⎦

RcS (2.17)

Na tabela 2.3 estão representadas as correntes de entrada e as tensões no andar intermédio

“DC”, para todas as combinações possíveis de ligação dos interruptores do Rectificador. São também

apresentados os vectores espaciais de corrente, que são obtidos aplicando a transformação de

Concordia (2.9) (2.11) às correntes de entrada.

Tabela 2.3 – Combinações de estados dos interruptores e relações entre entradas e saídas do Rectificador.

Estados S11 S12 S21 S22 S31 S32 vD vC vDC ia ib ic |I| µ

R1 1 0 0 0 0 1 va vc -vca iDC 0 -iDC - 2 iDC 7π/6 R2 0 0 1 0 0 1 vb vc vbc 0 iDC -iDC 2 iDC π/2 R3 0 1 1 0 0 0 vb va -vab -iDC iDC 0 - 2 iDC -π/6 R4 0 1 0 0 1 0 vc va vca -iDC 0 iDC 2 iDC 7π/6 R5 0 0 0 1 1 0 vc vb -vbc 0 -iDC iDC - 2 iDC π/2 R6 1 0 0 1 0 0 va vb vab iDC -iDC 0 2 iDC -π/6 R7 1 1 0 0 0 0 va va 0 0 0 0 - - R8 0 0 1 1 0 0 vb vb 0 0 0 0 - - R9 0 0 0 0 1 1 vc vc 0 0 0 0 - -

Os vectores espaciais apresentados nesta tabela irão ser utilizados para controlar o factor de

potência de entrada do conversor. A sua representação no plano αβ, encontra-se na figura 2.4, para

os casos em que a corrente iDC apresenta polaridade positiva (figura 2.4 a) e negativa (figura 2.4 b).

Page 22: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

21

a) b)

Figura 2.4 – Representação espacial no plano αβ dos vectores correspondentes às correntes de entrada do Rectificador: a) iDC > 0; b) iDC < 0.

2.2.2. Modelo do Inversor ideal

Tal como foi efectuado para o Rectificador, também as relações entre as variáveis de entrada e

de saída do Inversor podem ser descritas sob a forma de equações matriciais. Assume-se que o

Inversor é constituído por interruptores ideais, representados pela variável Gij (i e j representam a

posição do interruptor no conversor), que pode tomar o valor lógico “1” quando os interruptores

estiverem no estado de condução (“ON”) e o valor lógico “0” quando os interruptores estiverem no

estado de corte (“OFF”) (2.1).

Desta forma, as combinações dos estados dos interruptores do Inversor devem ser obtidas de

modo a evitar não só curto-circuitos das fases da rede, como também garantir a continuidade da

corrente que circula na carga. Consequentemente, em cada uma das linhas da matriz (2.18) só

deverá haver um interruptor ligado (2.19).

11 12

21 22

31 32

G GG GG G

⎡ ⎤⎢ ⎥= ⎢ ⎥⎢ ⎥⎣ ⎦

IS (2.18)

2

ijj 1

G 1 i 1, 2,3=

= ∈∑ (2.19)

Estas restrições permitem que os estados dos interruptores do Inversor possam ser

representados apenas pelas variáveis γ1, γ2 e γ3, tomando estas os valores lógicos “1” quando os

interruptores ligados ao ponto “D” do andar de entrada estão no estado de condução (“ON”), e o valor

lógico “0” quando os interruptores ligados ao ponto “C” estão no estado de corte (“OFF”).

Page 23: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

22

Assim, γ1 define-se segundo (2.20).

1 11 12

1 11 12

1 (G ) (G )0 (G ) (G )

Condução CorteCorte Condução

= → ∧ →⎧⎨ = → ∧ →⎩

γγ

(2.20)

No segundo braço do inversor, os estados de G21 e G22 definem o valor de γ2 (2.21).

2 21 22

2 21 22

1 (G ) (G )0 (G ) (G )

Condução CorteCorte Condução

= → ∧ →⎧⎨ = → ∧ →⎩

γγ

(2.21)

O mesmo se passa no terceiro braço, sendo o valor de γ3 definido consoante os estados dos

interruptores G31 e G32 (2.22).

3 31 32

3 31 32

1 (G ) (G )0 (G ) (G )

Condução CorteCorte Condução

= → ∧ →⎧⎨ = → ∧ →⎩

γγ

(2.22)

Considerando (2.20), (2.21) e (2.22), a matriz de interruptores do Inversor (2.18) também pode

ser definida por (2.23).

1 1

2 2

3 3

111

γ − γ⎡ ⎤⎢ ⎥= γ − γ⎢ ⎥⎢ ⎥γ − γ⎣ ⎦

IS (2.23)

Com base na matriz (2.18) ou (2.23), é possível representar a relação entre as tensões de

saída e as tensões vD e vC no andar de entrada do Inversor (2.24):

A

DB

CC

vv

vv

v

⎡ ⎤⎡ ⎤⎢ ⎥ = ⎢ ⎥⎢ ⎥⎣ ⎦⎢ ⎥⎣ ⎦

IS (2.24)

Da matriz (2.18) ou (2.23) é ainda possível, à semelhança do que foi feito no Conversor

Matricial, obter uma nova matriz (2.25) com a qual se possam calcular as tensões compostas de

saída:

( )( )( )

11 21 12 22 1 2 1 2

21 31 22 32 2 3 2 3

31 11 32 12 3 1 3 1

G G G GG G G GG G G G

⎡ ⎤− − γ − γ − γ − γ⎡ ⎤⎢ ⎥⎢ ⎥= − − = γ − γ − γ − γ⎢ ⎥⎢ ⎥⎢ ⎥⎢ ⎥− − γ − γ − γ − γ⎣ ⎦ ⎣ ⎦

IcS (2.25)

Com base na matriz anterior, as tensões compostas de saída serão dadas por (2.26).

AB

DBC

CCA

vv

vv

v

⎡ ⎤⎡ ⎤⎢ ⎥

= ⎢ ⎥⎢ ⎥⎣ ⎦⎢ ⎥

⎣ ⎦

IcS (2.26)

Page 24: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

23

Reescrevendo (2.26) em função da tensão vDC obtém-se (2.27).

AB 1 2

BC 2 3 DC

CA 3 1

v

v vv

⎡ ⎤ γ − γ⎡ ⎤⎢ ⎥ ⎢ ⎥= γ − γ⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎢ ⎥ ⎢ ⎥γ − γ⎣ ⎦⎣ ⎦

(2.27)

As correntes que circulam no andar “DC” de entrada (2.28) podem ser obtidas com base nas

correntes de saída do Inversor recorrendo à transposta da matriz (2.23).

A

DCB

DCC

ii

ii

i

⎡ ⎤⎡ ⎤ ⎢ ⎥=⎢ ⎥ ⎢ ⎥−⎣ ⎦ ⎢ ⎥⎣ ⎦

TIS (2.28)

De (2.28) a corrente no andar “DC” de entrada será dada por (2.29).

DC 1 A 2 B 3 Ci i i i= γ + γ + γ (2.29)

Na tabela 2.4, encontram-se representadas as 8 combinações possíveis de ligação dos

interruptores do Inversor. Para cada um desses estados, apresentam-se as tensões simples e

compostas de saída e a corrente no andar “DC” de entrada, resultantes, respectivamente, das

equações (2.24), (2.27) e (2.29). Na mesma tabela são também obtidos os vectores espaciais de

tensão composta, que resultam da aplicação da transformação de Concordia às tensões compostas

de saída.

Tabela 2.4 – Combinações de estados dos interruptores e relações entre entradas e saídas do

Inversor.

Estados γ1 γ2 γ3 vA vB vC vAB vBC vCA iDC |V| δ

I1 1 0 0 vD vC vC vDC 0 -vDC iA 2 vDC π/6 I2 1 1 0 vD vD vC 0 vDC -vDC -iC - 2 vDC 3π/2 I3 0 1 0 vC vD vC -vDC vDC 0 iB 2 vDC 5π/6 I4 0 1 1 vC vD vD -vDC 0 vDC -iA - 2 vDC π/6 I5 0 0 1 vC vC vD 0 -vDC vDC iC 2 vDC 3π/2 I6 1 0 1 vD vC vD vDC -vDC 0 -iB - 2 vDC 5π/6 I7 0 0 0 vC vC vC 0 0 0 0 - - I8 1 1 1 vD vD vD 0 0 0 0 - -

A representação dos vectores de tensão composta no plano αβ, encontra-se na figura 2.5, para

os casos em que a tensão vDC apresenta polaridade positiva (figura 2.5 a) e negativa (figura 2.5 b).

Estes vectores permitem o controlo das tensões compostas, na saída do Inversor.

Page 25: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

24

α

I1

I6

I5

I4

I3

I2

0

β

a) b)

Figura 2.5 – Representação espacial no plano α e β dos vectores correspondentes às tensões

compostas de saída do Inversor: a) vDC > 0; b) vDC < 0.

A associação do Rectificador e do Inversor permite obter o Conversor Matricial Indirecto. Os

estados possíveis do conversor resultam da combinação dos estados do Rectificador e do Inversor.

2.2.3. Modelo do Conversor Matricial Indirecto ideal

A combinação das equações matriciais do Rectificador e do Inversor permite obter a matriz

SIMC (2.30), possibilitando relacionar directamente tensões e correntes de entrada do Rectificador com

as tensões e correntes de saída do Inversor em função dos estados dos interruptores do IMC.

( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )

1 111 21 31

IMC I R 2 212 22 32

3 3

1 11 1 12 1 21 1 22 1 31 1 32

2 11 2 12 2 21 2 22 2 31 2 32

3 11 3 12 3 21 3 22 3 31 3 32

1S S S

S S S 1S S S

1

S 1 S S 1 S S 1 SS 1 S S 1 S S 1 SS 1 S S 1 S S 1 S

γ − γ⎡ ⎤⎡ ⎤⎢ ⎥= ⋅ = γ − γ =⎢ ⎥⎢ ⎥ ⎣ ⎦⎢ ⎥γ − γ⎣ ⎦

⎡ ⎤γ + − γ γ + − γ γ + − γ⎢ ⎥= γ + − γ γ + − γ γ + − γ⎢ ⎥⎢ ⎥γ + − γ γ + − γ γ + − γ⎣ ⎦

(2.30)

Assim, as tensões simples de saída relacionam-se com as tensões simples de entrada (2.31)

através de (2.30).

⎥⎥⎥

⎢⎢⎢

⎡=

⎥⎥⎥

⎢⎢⎢

c

b

a

C

B

A

vvv

vvv

IMCS (2.31)

Page 26: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

25

A transposta de SIMC permite representar as dependências das correntes de entrada do IMC

em função das correntes de saída (2.32).

⎥⎥⎥

⎢⎢⎢

⎡=

⎥⎥⎥

⎢⎢⎢

C

B

A

c

b

a

iii

iii

TIMCS (2.32)

Através da matriz SIMC obtém-se a matriz SIC (2.33).

1 2 11 2 1 12 1 2 21 2 1 22 1 2 31 2 1 32

IC 2 3 11 3 2 12 2 1 21 1 2 22 2 3 31 3 2 32

3 1 11 1 3 12 3 1 21 1 3 22 3 1 31 1 3 32

( )S ( )S ( )S ( )S ( )S ( )SS ( )S ( )S ( )S ( )S ( )S ( )S

( )S ( )S ( )S ( )S ( )S ( )S

γ − γ + γ − γ γ − γ + γ − γ γ − γ − γ − γ⎡ ⎤⎢= γ − γ + γ − γ γ − γ + γ − γ γ − γ + γ − γ⎢⎢ γ − γ + γ − γ γ − γ + γ − γ γ − γ + γ − γ⎣ ⎦

⎥⎥⎥

(2.33)

A matriz SIC, permite relacionar as tensões compostas de saída do IMC em função das

respectivas tensões simples de entrada (2.34).

AB a

BC b

CA c

v vv vv v

⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎢ ⎥ ⎢ ⎥=⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎣ ⎦ ⎣ ⎦

ICS (2.34)

Na tabela 2.5 encontram-se representados os 72 estados possíveis de ligação dos

interruptores do Conversor Matricial Indirecto, assim como as tensões de saída, as correntes de

entrada e a tensão no andar intermédio que daí resultam.

Comparando esta tabela com a obtida para o Conversor Matricial Clássico (tabela 2.1), é

possível verificar que, na conversão indirecta, não se conseguem obter estados em que as tensões

de saída dependam simultaneamente das três tensões de entrada, bem como estados em que as

correntes de entrada dependam simultaneamente das três correntes de saída. No entanto, esta

limitação do Conversor Matricial Indirecto face ao Conversor Matricial Clássico não representa uma

grande desvantagem uma vez que, para não aumentar a complexidade da estratégia de comando, os

vectores que resultam destas combinações de ligação dos interruptores não são utilizadas pela

maioria dos autores (estes vectores não apresentam argumento fixo, sendo necessário localizar as

suas posições no plano αβ, em cada instante de tempo).

Os restantes estados encontram equivalência em ambos os conversores, destacando-se a

existência de estados, conseguidos com diferentes combinações de ligação dos interruptores do IMC,

que conduzem a idênticas tensões compostas de saída e correntes de entrada.

Page 27: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

26

Tabela 2.5 – Combinações de estados dos interruptores e relações entre entradas e saídas do Conversor Matricial Indirecto

Est

ados

S11 S12 S21 S22 S31 S32

Est

ado

do

Rec

tific

ador

γ1 γ2 γ3

Est

ado

do

Inve

rsor

VDC vA vB vC vAB vBC vCA ia ib ic

1 1 0 0 1 0 0 R6 1 0 0 I1 vab va vb vb vab 0 -vab iA -iA 0 2 0 1 1 0 0 0 R3 0 1 1 I4 -vab va vb vb vab 0 -vab iA -iA 0 3 1 0 0 1 0 0 R6 0 1 1 I4 vab vb va va -vab 0 vab -iA iA 0 4 0 1 1 0 0 0 R3 1 0 0 I1 -vab vb va va -vab 0 vab -iA iA 0 5 0 0 1 0 0 1 R2 1 0 0 I1 vbc vb vc vc vbc 0 -vbc 0 iA -iA 6 0 0 0 1 1 0 R5 0 1 1 I4 -vbc vb vc vc vbc 0 -vbc 0 iA -iA 7 0 0 1 0 0 1 R2 0 1 1 I4 vbc vc vb vb -vbc 0 vbc 0 -iA iA 8 0 0 0 1 1 0 R5 1 0 0 I1 -vbc vc vb vb -vbc 0 vbc 0 -iA iA 9 1 0 0 0 0 1 R1 0 1 1 I4 -vca vc va va vca 0 -vca -iA 0 iA 10 0 1 0 0 1 0 R4 1 0 0 I1 vca vc va va vca 0 -vca -iA 0 iA 11 1 0 0 0 0 1 R1 1 0 0 I1 -vca va vc vc -vca 0 vca iA 0 -iA 12 0 1 0 0 1 0 R4 0 1 1 I4 vca va vc vc -vca 0 vca iA 0 -iA 13 1 0 0 1 0 0 R6 0 1 0 I3 vab vb va vb -vab vab 0 iB -iB 0 14 0 1 1 0 0 0 R3 1 0 1 I6 -vab vb va vb -vab vab 0 iB -iB 0 15 1 0 0 1 0 0 R6 1 0 1 I6 vab va vb va vab -vab 0 -iB iB 0 16 0 1 1 0 0 0 R3 0 1 0 I3 -vab va vb va vab -vab 0 -iB iB 0 17 0 0 1 0 0 1 R2 0 1 0 I3 vbc vc vb vc -vbc vbc 0 0 iB -iB 18 0 0 0 1 1 0 R5 1 0 1 I6 -vbc vc vb vc -vbc vbc 0 0 iB -iB 19 0 0 1 0 0 1 R2 1 0 1 I6 vbc vb vc vb vbc -vbc 0 0 -iB iB 20 0 0 0 1 1 0 R5 0 1 0 I3 -vbc vb vc vb vbc -vbc 0 0 -iB iB 21 1 0 0 0 0 1 R1 1 0 1 I6 -vca va vc va -vca vca 0 -iB 0 iB 22 0 1 0 0 1 0 R4 0 1 0 I3 vca va vc va -vca vca 0 -iB 0 iB 23 1 0 0 0 0 1 R1 0 1 0 I3 -vca vc va vc vca -vca 0 iB 0 -iB 24 0 1 0 0 1 0 R4 1 0 1 I6 vca vc va vc vca -vca 0 iB 0 -iB 25 1 0 0 1 0 0 R6 0 0 1 I5 vab vb vb va 0 -vab vab iC -iC 0 26 0 1 1 0 0 0 R3 1 1 0 I2 -vab vb vb va 0 -vab vab iC -iC 0 27 1 0 0 1 0 0 R6 1 1 0 I2 vab va va vb 0 vab -vab -iC iC 0 28 0 1 1 0 0 0 R3 0 0 1 I5 -vab va va vb 0 vab -vab -iC iC 0 29 0 0 1 0 0 1 R2 0 0 1 I5 vbc vc vc vb 0 -vbc vbc 0 iC -iC 30 0 0 0 1 1 0 R5 1 1 0 I2 -vbc vc vc vb 0 -vbc vbc 0 iC -iC 31 0 0 1 0 0 1 R2 1 1 0 I2 vbc vb vb vc 0 vbc -vbc 0 -iC iC 32 0 0 0 1 1 0 R5 0 0 1 I5 -vbc vb vb vc 0 vbc -vbc 0 -iC iC 33 1 0 0 0 0 1 R1 1 1 0 I2 -vca va va vc 0 -vca vca -iC 0 iC 34 0 1 0 0 1 0 R4 0 0 1 I5 vca va va vc 0 -vca vca -iC 0 iC 35 1 0 0 0 0 1 R1 0 0 1 I5 -vca vc vc va 0 vca -vca iC 0 -iC 36 0 1 0 0 1 0 R4 1 1 0 I2 vca vc vc va 0 vca -vca iC 0 -iC 37 1 0 0 1 0 0 R6 1 1 1 I8 vab va va va 0 0 0 0 0 0 38 0 1 1 0 0 0 R3 1 1 1 I8 -vab vb vb vb 0 0 0 0 0 0 39 1 0 0 1 0 0 R6 0 0 0 I7 vab vb vb vb 0 0 0 0 0 0 40 0 1 1 0 0 0 R3 0 0 0 I7 -vab va va va 0 0 0 0 0 0 41 0 0 1 0 0 1 R2 1 1 1 I8 vbc vb vb vb 0 0 0 0 0 0 42 0 0 0 1 1 0 R5 1 1 1 I8 -vbc vc vc vc 0 0 0 0 0 0 43 0 0 1 0 0 1 R2 0 0 0 I7 vbc vc vc vc 0 0 0 0 0 0 44 0 0 0 1 1 0 R5 0 0 0 I7 -vbc vb vb vb 0 0 0 0 0 0 45 1 0 0 0 0 1 R1 1 1 1 I8 -vca va va va 0 0 0 0 0 0 46 0 1 0 0 1 0 R4 1 1 1 I8 vca vc vc vc 0 0 0 0 0 0 47 1 0 0 0 0 1 R1 0 0 0 I7 -vca vc vc vc 0 0 0 0 0 0 48 0 1 0 0 1 0 R4 0 0 0 I7 vca va va va 0 0 0 0 0 0 49 1 1 0 0 0 0 R7 1 0 0 I1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 50 1 1 0 0 0 0 R7 1 1 0 I2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 51 1 1 0 0 0 0 R7 0 1 0 I3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 52 1 1 0 0 0 0 R7 0 1 1 I4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 53 1 1 0 0 0 0 R7 0 0 1 I5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 54 1 1 0 0 0 0 R7 1 0 1 I6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 55 1 1 0 0 0 0 R7 0 0 0 I7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 56 1 1 0 0 0 0 R7 1 1 1 I8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 57 0 0 1 1 0 0 R8 1 0 0 I1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 58 0 0 1 1 0 0 R8 1 1 0 I2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 59 0 0 1 1 0 0 R8 0 1 0 I3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 60 0 0 1 1 0 0 R8 0 1 1 I4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 61 0 0 1 1 0 0 R8 0 0 1 I5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 62 0 0 1 1 0 0 R8 1 0 1 I6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 63 0 0 1 1 0 0 R8 0 0 0 I7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 64 0 0 1 1 0 0 R8 1 1 1 I8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 65 0 0 0 0 1 1 R9 1 0 0 I1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 66 0 0 0 0 1 1 R9 1 1 0 I2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 67 0 0 0 0 1 1 R9 0 1 0 I3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 68 0 0 0 0 1 1 R9 0 1 1 I4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 69 0 0 0 0 1 1 R9 0 0 1 I5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 70 0 0 0 0 1 1 R9 1 0 1 I6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 71 0 0 0 0 1 1 R9 0 0 0 I7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 72 0 0 0 0 1 1 R9 1 1 1 I8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Page 28: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

27

Na tabela 2.6 apresentam-se os vectores espaciais de tensão composta e de corrente, que

resultam da aplicação da transformação de Concordia às tensões de saída (2.10) e às correntes de

entrada (2.11), para os vários estados do IMC. Verifica-se que, ao contrário do Conversor Matricial

Clássico, no conversor Matricial Indirecto só existem vectores pulsantes e nulos.

Tabela 2.6 – Vectores de estados do Conversor Matricial Indirecto.

Gru

po

Est

ados

Iden

tific

ação

VDC V0 δ0 Ii µi

Gru

po

Est

ados

Iden

tific

ação

VDC V0 δ0 Ii µi

1 +1 vab 2 vab π/6 2 iA -π/6 37 0 vab 0 - 0 - 2 +1 -vab 2 vab π/6 2 iA -π/6 38 0 -vab 0 - 0 - 3 -1 vab - 2 vab π/6 - 2 iA -π/6 39 0 vab 0 - 0 - 4 -1 -vab - 2 vab π/6 - 2 iA -π/6 40 0 -vab 0 - 0 - 5 +2 vbc 2 vbc π/6 2 iA π/2 41 0 vbc 0 - 0 - 6 +2 -vbc 2 vbc π/6 2 iA π/2 42 0 -vbc 0 - 0 - 7 -2 vbc - 2 vbc π/6 - 2 iA π/2 43 0 vbc 0 - 0 - 8 -2 -vbc - 2 vbc π/6 - 2 iA π/2 44 0 -vbc 0 - 0 - 9 +3 -vca 2 vca π/6 2 iA 7π/6 45 0 -vca 0 - 0 - 10 +3 vca 2 vca π/6 2 iA 7π/6 46 0 vca 0 - 0 - 11 -3 -vca - 2 vca π/6 - 2 iA 7π/6 47 0 -vca 0 - 0 - 12 -3 vca - 2 vca π/6 - 2 iA 7π/6 48 0 vca 0 - 0 - 13 +4 vab 2 vab 5π/6 2 iB -π/6 49 0 0 0 - 0 - 14 +4 -vab 2 vab 5π/6 2 iB -π/6 50 0 0 0 - 0 - 15 -4 vab - 2 vab 5π/6 - 2 iB -π/6 51 0 0 0 - 0 - 16 -4 -vab - 2 vab 5π/6 - 2 iB -π/6 52 0 0 0 - 0 - 17 +5 vbc 2 vbc 5π/6 2 iB π/2 53 0 0 0 - 0 - 18 +5 -vbc 2 vbc 5π/6 2 iB π/2 54 0 0 0 - 0 - 19 -5 vbc - 2 vbc 5π/6 - 2 iB π/2 55 0 0 0 - 0 - 20 -5 -vbc - 2 vbc 5π/6 - 2 iB π/2 56 0 0 0 - 0 - 21 +6 -vca 2 vca 5π/6 2 iB 7π/6 57 0 0 0 - 0 - 22 +6 vca 2 vca 5π/6 2 iB 7π/6 58 0 0 0 - 0 - 23 -6 -vca - 2 vca 5π/6 - 2 iB 7π/6 59 0 0 0 - 0 - 24 -6 vca - 2 vca 5π/6 - 2 iB 7π/6 60 0 0 0 - 0 - 25 +7 vab 2 vab 3π/2 2 iC -π/6 61 0 0 0 - 0 - 26 +7 -vab 2 vab 3π/2 2 iC -π/6 62 0 0 0 - 0 - 27 -7 vab - 2 vab 3π/2 - 2 iC -π/6 63 0 0 0 - 0 - 28 -7 -vab - 2 vab 3π/2 - 2 iC -π/6 64 0 0 0 - 0 - 29 +8 vbc 2 vbc 3π/2 2 iC π/2 65 0 0 0 - 0 - 30 +8 -vbc 2 vbc 3π/2 2 iC π/2 66 0 0 0 - 0 - 31 -8 vbc - 2 vbc 3π/2 - 2 iC π/2 67 0 0 0 - 0 - 32 -8 -vbc - 2 vbc 3π/2 - 2 iC π/2 68 0 0 0 - 0 - 33 +9 -vca 2 vca 3π/2 2 iC 7π/6 69 0 0 0 - 0 - 34 +9 vca 2 vca 3π/2 2 iC 7π/6 70 0 0 0 - 0 - 35 -9 -vca - 2 vca 3π/2 - 2 iC 7π/6 71 0 0 0 - 0 -

Vec

tore

s Pul

sant

es

36 -9 vca - 2 vca 3π/2 - 2 iC 7π/6

Vec

tore

s Nul

os

72 0 0 0 - 0 -

Page 29: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

28

2.2.4. Topologia do Conversor Matricial Indirecto

Para garantir o controlo das variáveis de entrada e de saída possibilitando, simultaneamente, a

bidireccionalidade do trânsito de energia, a estrutura do IMC apresenta dois tipos de interruptores: os

Sij do Rectificador, idênticos aos interruptores do CMC, e os interruptores Gij do Inversor, constituídos

por apenas um semicondutor comandado à condução e ao corte (também aqui o IGBT é o mais

utilizado) com um díodo em antiparalelo. Esta topologia (figura 2.6), implica necessariamente uma

tensão com polaridade fixa no andar intermédio “DC” (Kolar, Baumann, Schafmeister, Ertl, 2002).

Figura 2.6 – Topologia do Conversor Matricial Indirecto (IMC).

Nestas condições, o Conversor Matricial Indirecto é habitualmente formado por dezoito

semicondutores comandados à condução e ao corte e dezoito díodos, característica que lhe confere

um esforço de realização idêntico e, como tal, nenhuma vantagem face ao Conversor Matricial

Clássico.

2.3. Conversor Matricial Esparso

Depois de terem sido efectuadas as comparações entre o Conversor Matricial Clássico e o

Conversor Matricial Indirecto, nesta secção será apresentado o Conversor Matricial Esparso, com

funcionalidade idêntica à do Conversor Matricial Indirecto, mas com um menor número de

semicondutores.

Page 30: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

29

2.3.1. Topologia do Conversor Matricial Esparso

Nas figuras 2.7 e 2.8 estão representadas, respectivamente, as possíveis circulações da

corrente ia com polaridade positiva e negativa, num braço do Rectificador, considerando que o sentido

da corrente iDC no andar intermédio também pode variar.

a) b)

Figura 2.7 – Circulação da corrente ia com polaridade positiva num dos braços do rectificador do IMC, considerando que a corrente iDC pode ser positiva ou negativa: a) ia = iDC ; b) ia = -iDC

Analisando as figuras 2.7 a) e 2.7 b), é possível verificar que quando ia apresenta polaridade

positiva, tanto no caso de ia = iDC (figura 2.7 a) em que é necessário o bloqueio de tensão por parte do

semicondutor SaC se a tensão vDC (tensão no andar intermédio “DC”) tiver polaridade positiva, como

no caso ia = -iDC (figura 2.7 b), a utilização do semicondutor SCa é perfeitamente dispensável.

Situação idêntica ocorre para o semicondutor SaD quando a polaridade da corrente ia é negativa

(figura 2.8), verificando-se que a utilização deste em nada influencia qualquer uma das situações (ia =

iDC e ia = -iDC) de circulação de corrente, se a tensão vDC apresentar igualmente polaridade positiva.

Page 31: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

30

Va

iDC

ia

iDC

SDa

SaC

SCa

SaD

D

C

Va

iDC

ia

iDC

SDa

SaC

SCa

SaD

D

C

a) b)

Figura 2.8 – Circulação da corrente ia com polaridade negativa num dos braços do rectificador

do IMC: a) ia = iDC ; b) ia = -iDC

Considerando as situações anteriores, verifica-se que quando a tensão no andar intermédio

apresenta polaridade positiva, é possível combinar as funcionalidades dos semicondutores SCa e SaD

num só (semicondutor Sa), sendo este activado para ambas as polaridades de corrente, como se

mostra nas figuras 2.9 e 2.10.

Va

iDC

ia

iDC

SDa

SaC

Sa

D

C

Va

iDC

ia

iDC

SDa

SaC

Sa

D

C

a) b)

Figura 2.9 – Circulação da corrente ia com polaridade positiva num dos braços do rectificador do SMC: a) ia = iDC ; b) ia = -iDC

Page 32: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

31

Va

iDC

ia

iDC

SDa

SaC

Sa

D

C

Va

iDC

ia

iDC

SDa

SaC

Sa

D

C

a) b)

Figura 2.10 – Circulação da corrente ia com polaridade negativa num dos braços do rectificador do SMC: a) ia = iDC ; b) ia = -iDC

Utilizando três braços iguais aos apresentados nas figuras 2.9 e 2.10, associados a um

Inversor trifásico idêntico ao utilizado no IMC, obtém-se o conversor indirecto AC/AC representado na

figura 2.11, designado na literatura por Conversor Matricial Esparso (SMC – Sparse Matrix Converter)

(Kolar, Baumann, Schafmeister, Ertl, 2002).

Com esta simplificação, consegue-se reduzir em três o número de semicondutores sem que,

para isso, haja qualquer perda de funcionalidade relativamente ao Conversor Matricial Indirecto

(IMC).

Figura 2.11 – Topologia do Conversor Matricial Esparso (SMC).

Page 33: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

32

2.3.2. Obtenção dos vectores espaciais das tensões simples de saída do Conversor Matricial Esparso

Devido às suas características funcionais, os vectores espaciais do Conversor Matricial

Esparso são idênticos ao do Conversor Matricial Indirecto. No entanto, uma vez que se irá realizar o

controlo em corrente do conversor, é de toda a conveniência determinar os vectores espaciais das

tensões simples, uma vez que estes permitem estabelecer uma relação mais directa com as

correntes nas fases de saída do conversor.

Conhecendo as relações existentes entre as tensões simples e as tensões compostas (2.35), é

possível, a partir da tabela 2.6, determinar os vectores de tensão simples de saída (tabela 2.7).

AB CAA

BC ABB

C A B

3

3

v vv

v vv

v v v

−⎧=⎪

⎪−⎪ =⎨

⎪= − −⎪

⎪⎩

(2.35)

2.4. Filtro de Ligação à Rede Eléctrica

Devido ao processo de comutação a alta frequência do conversor matricial, é fundamental a

introdução de um filtro, entre o conversor e a rede eléctrica, de modo a eliminar o conteúdo

harmónico de alta frequência presente nas correntes de entrada do conversor. Deste modo,

consegue-se dotar o Conversor Matricial Esparso com característica praticamente não poluente da

rede eléctrica.

Uma das topologias de filtro mais utilizadas é o filtro trifásico LC de segunda ordem com uma

resistência em paralelo com uma bobina, representado na figura 2.12 (Pinto, 2003).

Figura 2.12 – Esquema do filtro de entrada do Conversor Matricial Esparso.

Page 34: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

33

Este filtro, definido pelas equações determinadas em (Pinto, 2003), será posteriormente

utilizado nas simulações do conversor.

Tabela 2.7 – Vectores de estado das tensões simples de saída do Conversor Matricial Esparso.

Gru

po

Est

ados

Iden

tific

ação

VDC V0s δ0s

Gru

po

Est

ados

Iden

tific

ação

VDC V0s δ0s

1 +1 vab 2 / 3 vab 0 37 0 vab 0 - 2 +1 -vab 2 / 3 vab 0 38 0 -vab 0 - 3 -1 vab - 2 / 3 vab 0 39 0 vab 0 - 4 -1 -vab - 2 / 3 vab 0 40 0 -vab 0 - 5 +2 vbc 2 / 3 vbc 0 41 0 vbc 0 - 6 +2 -vbc 2 / 3 vbc 0 42 0 -vbc 0 - 7 -2 vbc - 2 / 3 vbc 0 43 0 vbc 0 - 8 -2 -vbc - 2 / 3 vbc 0 44 0 -vbc 0 - 9 +3 -vca 2 / 3 vca 0 45 0 -vca 0 - 10 +3 vca 2 / 3 vca 0 46 0 vca 0 - 11 -3 -vca - 2 / 3 vca 0 47 0 -vca 0 - 12 -3 vca - 2 / 3 vca 0 48 0 vca 0 - 13 +4 vab 2 / 3 vab 4π/6 49 0 0 0 - 14 +4 -vab 2 / 3 vab 4π/6 50 0 0 0 - 15 -4 vab - 2 / 3 vab 4π/6 51 0 0 0 - 16 -4 -vab - 2 / 3 vab 4π/6 52 0 0 0 - 17 +5 vbc 2 / 3 vbc 4π/6 53 0 0 0 - 18 +5 -vbc 2 / 3 vbc 4π/6 54 0 0 0 - 19 -5 vbc - 2 / 3 vbc 4π/6 55 0 0 0 - 20 -5 -vbc - 2 / 3 vbc 4π/6 56 0 0 0 - 21 +6 -vca 2 / 3 vca 4π/6 57 0 0 0 - 22 +6 vca 2 / 3 vca 4π/6 58 0 0 0 - 23 -6 -vca - 2 / 3 vca 4π/6 59 0 0 0 - 24 -6 vca - 2 / 3 vca 4π/6 60 0 0 0 - 25 +7 vab 2 / 3 vab 4π/3 61 0 0 0 - 26 +7 -vab 2 / 3 vab 4π/3 62 0 0 0 - 27 -7 vab - 2 / 3 vab 4π/3 63 0 0 0 - 28 -7 -vab - 2 / 3 vab 4π/3 64 0 0 0 - 29 +8 vbc 2 / 3 vbc 4π/3 65 0 0 0 - 30 +8 -vbc 2 / 3 vbc 4π/3 66 0 0 0 - 31 -8 vbc - 2 / 3 vbc 4π/3 67 0 0 0 - 32 -8 -vbc - 2 / 3 vbc 4π/3 68 0 0 0 - 33 +9 -vca 2 / 3 vca 4π/3 69 0 0 0 - 34 +9 vca 2 / 3 vca 4π/3 70 0 0 0 - 35 -9 -vca - 2 / 3 vca 4π/3 71 0 0 0 -

Puls

ante

s

36 -9 vca - 2 / 3 vca 4π/3

Nul

os

72 0 0 0 -

Page 35: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

34

3. CONTROLO DO CONVERSOR MATRICIAL ESPARSO

O controlo do Conversor Matricial Esparso (SMC) será efectuado utilizando a técnica de

controlo por modo de deslizamento (Utkin, 1987), (Hung, Gao, 1993).

Este tipo de controlo não linear, associado à representação dos vectores espaciais dos estados

do conversor, permite reduzir a ordem do sistema, bem como aumentar a robustez face a variações

de parâmetros e condições de operação, aumentando assim o desempenho dos conversores

electrónicos de potência. Estas vantagens compensam largamente a necessidade de se obter maior

informação sobre o sistema e a dificuldade em projectar filtros devido à forte variação da frequência

de comutação (Silva, Pires, Pinto, Barros, 2003).

No controlo por modo de deslizamento os interruptores do conversor são comutados a alta

frequência, de acordo com os vectores espaciais seleccionados, que melhor garantem que a

grandeza a controlar segue a referência imposta ao sistema.

Neste trabalho optou-se pelo controlo das correntes de saída do conversor, controlando-se

simultaneamente o factor de potência à entrada do filtro.

3.1. Controlo das Correntes de Saída

Assumindo que o conversor se encontra ligado a um receptor de carácter indutivo (carga RL),

as derivadas das correntes (3.1) relacionam-se com a própria corrente e com a tensão simples de

saída do conversor, que depende directamente dos estados dos interruptores.

di v R + idt L Ldi v R + idt L L

α αα

β ββ

⎧=⎪⎪

⎨⎪ =⎪⎩

(3.1)

Deste modo, uma vez que as derivadas das correntes dependem directamente das variáveis

de comando (os estados do interruptores), as funções de comutação Sα(e,t) e Sβ(e,t) (3.2) (kα>0,

kβ>0) que estabelecem as superfícies de deslizamento (Silva, Pires, Pinto, Barros, 2003) serão de

ordem inferior e, como tal, dependerão unicamente das correntes iα e iβ.

ref

ref

(e, t) ( ) e

(e, t) ( ) e

S = k i i = k

S = k i i = kα α α α α α

β β β β β β

−⎧⎪⎨ −⎪⎩

(3.2)

Page 36: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

35

As funções de comutação não podem, no entanto, ter valor sempre nulo, uma vez que a

frequência da comutação não é infinita, porque se encontra limitada pelos tempos de comutação dos

semicondutores. Deste modo, às funções de comutação são associados comparadores de histerese

que dão origem a uma determinada banda de erro em torno dos valores de referência, permitindo

quantificar, não o valor exacto do erro, mas sim a banda ou nível lógico em que este se encontra.

A introdução de três níveis lógicos para cada uma das funções de comutação (“-1” sempre que

a variável a controlar seja superior ao valor de referência, “+1” quando a variável a controlar for

inferior ao valor de referência e “0” sempre que o valor da variável a controlar for sensivelmente igual

à referência) permite obter nove combinações de erro. Uma vez que existem sempre vectores em

sete localizações distintas no plano αβ (incluindo os vectores nulos), com estas nove combinações de

erro é possível garantir a selecção de todos os vectores.

Para que o sistema se encontre em modo de deslizamento é necessário garantir a condição de

estabilidade (3.3) (Silva, 1998):

(e, t)(e, t) 0

(e, t)(e, t) 0

dSS

dtdS

Sdt

αα

ββ

⎧<⎪⎪

⎨⎪ <⎪⎩

(3.3)

De acordo com (3.2) e (3.3) conclui-se que:

a) No caso de a função de comutação Sα(e,t) apresentar valores positivos, isso significa

que o valor da componente “α” das correntes na saída do conversor, se encontra

abaixo do valor da referência (Sα(e,t) > 0 → iα ref > iα). Deste modo, o sistema deverá

reagir de maneira a fazer decrescer Sα(e,t) devendo, para isso, o valor da derivada da

função de comutação ser negativo ((e, t)

0dS

dtα < ) para contrariar o erro.

b) Se a função de comutação Sα(e,t) for negativa, o valor da componente “α” das

correntes na saída do conversor é superior ao da referência (Sα < 0 → iα ref < iα). Neste

caso, a reacção do sistema deverá ser de modo a fazer aumentar o valor da função

de comutação, devendo a derivada desta ser positiva ((e, t)

0dS

dtα > ) para contrariar o

erro.

A mesma análise é válida para a função de comutação Sβ (e,t).

Definidos os vectores (tabela 2.7), é possível seleccionar, para os vários valores lógicos das

funções de comutação, os que melhor desempenho garantem no controlo das correntes de saída do

Conversor Matricial Esparso. No entanto, deve ser considerada a variação no tempo da amplitude

Page 37: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

36

dos vectores pulsantes, pelo que deverá ser feita a divisão do período das tensões compostas de

entrada em 12 zonas distintas, como mostra a figura 3.1.

Figura 3.1 – Representação temporal e respectiva divisão por zonas das tensões compostas de entrada.

Na figura 3.2, representam-se os vectores das tensões simples de saída, referentes às zonas 1

e 12, constando no anexo A as representações dos vectores para as restantes zonas.

a) Zona 1 (0 < Фu < π/6) b) Zona 12 (11π/6 < Фu < 2π)

Figura 3.2 – Representação espacial dos vectores correspondentes da tensão simples de saída referentes às zonas 1 e 12 das tensões compostas de entrada.

Page 38: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

37

Assim, como exemplo, se as saídas dos comparadores de histerese associados às funções de

comutação Sα(e,t) e Sβ(e,t), apresentarem ambos o valor lógico “+1”, os vectores a escolher seriam o

“+9” ou “-7” tanto para a zona 1 como para a zona 12. Note-se que é fundamental esta hipótese de

escolha de dois vectores, porque sem este grau de liberdade não seria possível controlar também o

factor de potência à entrada do filtro do conversor.

Considerando todas as outras combinações possíveis de erro das correntes de saída e de

localização das tensões de entrada, construiu-se a tabela 3.1. Nesta tabela, uma vez que os vectores

de amplitude máxima são os mesmos na zona 1 e 12, estas duas zonas foram agrupadas numa só,

definida como Zona V1. O mesmo se fez para as zonas “2 e 3”, “4 e 5”, “6 e 7”, “8 e 9” e “10 e 11”, que

se agruparam, respectivamente, nas zonas “V2”, “V3”, “V4”, “V5” e “V6” de tensão (tabela 3.1).

Tabela 3.1 – Vectores seleccionados para as várias zonas de tensão, consoante os resultados

das funções de comutação.

Sα Sβ Zona V1 Zona V2 Zona V3 Zona V4 Zona V5 Zona V6

-1 -1 -9; +7 -9; +8 +8; -7 -7; +9 +9; -8 -8; +7 -1 0 +3; -1 +3; -2 -2; +1 +1; -3 -3; +2 +2; -1 -1 +1 -6; +4 -6; +5 +5; -4 -4; +6 +6; -5 -5; +4 0 -1 +6; -4; -9; +7 +6; -5; -9; +8 -5; +4; +8; -7 +4; -6; -7; +9 -6; +5; +9; -8 +5; -4; -8; +70 0 0 0 0 0 0 0 0 +1 +9; -7; -6; +4 +9; -8; -6; +5 -8; +7; +5; -4 +7; -9; -4; +6 -9; +8; +6; -5 +8; -7; -5; +4

+1 -1 +6; -4 +6; -5 -5; +4 +4; -6 -6; +5 +5; -4 +1 0 -3; +1 -3; +2 +2; -1 -1; +3 +3; -2 -2; +1 +1 +1 +9; -7 +9; -8 -8; +7 +7; -9 -9; +8 +8; -7

Seleccionados os vectores, importa descobrir que estados deverão ser colocados em

funcionamento, uma vez que existem vectores equivalentes mas que correspondem a estados

diferentes. A escolha terá como objectivo, não só garantir uma polaridade fixa (positiva) no andar

intermédio “DC”, indispensável ao correcto funcionamento do SMC, como também tentar garantir os

valores máximos para essa tensão.

Na tabela 3.2 são apresentados os estados do SMC seleccionados da tabela 2.7. Na tabela 3.3

encontra-se as correspondências com os vectores espaciais da associação Rectificador e Inversor.

As tabelas 2.7 e 3.1 permitem seleccionar os vectores que, de acordo com os resultados das

funções de comutação, possibilitam controlar as correntes de saída (do lado inversor) do Conversor

Matricial Esparso. No entanto, não garantem o controlo do factor de potência de entrada (do lado

rectificador).

Page 39: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

38

Tabela 3.2 – Estados a aplicar consoante os resultados das funções de comutação, para as várias zonas de tensão.

Sα Sβ Zona V1 Zona V2 Zona V3 Zona V4 Zona V5 Zona V6 -1 -1 35; 25 35; 29 29; 28 28; 34 34; 32 32; 25 -1 0 9; 3 9; 7 7; 2 2; 12 12; 6 6; 3 -1 +1 23; 13 23; 17 17; 16 16; 22 22; 20 20; 13 0 -1 21; 15; 35; 25 21; 19; 35; 29 19; 14; 29; 28 14; 24; 28; 34 24; 18; 34; 32 18; 15; 32; 250 0 37; 39; 45; 47 41; 43; 45; 47 38; 40; 41; 43 38; 40; 46; 48 42; 44; 46; 48 37; 39; 42; 440 +1 33; 27; 23; 13 33; 31; 23; 17 31; 26; 17; 16 26; 36; 16; 22 36; 30; 22; 20 30; 27; 20; 13

+1 -1 21; 15 21; 19 19; 14 14; 24 24; 18 18; 15 +1 0 11; 1 11; 5 5; 4 4; 10 +3; -2 8; 1 +1 +1 33; 27 33; 31 31; 26 26; 36 36; 30 30; 27

Tabela 3.3 – Combinações de estados entre rectificador e inversor, a aplicar consoante os resultados das funções de comutação, para as várias zonas de tensão.

Sα Sβ Zona V1 Zona V2 Zona V3 Zona V4 Zona V5 Zona V6 -1 -1 R1I5; R6I5 R1I5; R2I5 R2I5; R3I5 R3I5; R4I5 R4I5; R5I5 R5I5; R6I5 -1 0 R1I4; R6I4 R1I4; R2I4 R2I4; R3I4 R3I4; R4I4 R4I4; R5I4 R5I4; R6I4 -1 +1 R1I3; R6I3 R1I3; R2I3 R2I3; R3I3 R3I3; R4I3 R4I3; R5I3 R5I3; R6I3

0 -1 R1I6; R6I6; R1I5; R6I5

R1I6; R2I6; R1I5; R2I5

R2I6; R3I6; R2I5; R3I5

R3I6; R4I6; R3I5; R4I5

R4I6; R5I6; R4I5; R5I5

R5I6; R6I6; R5I5; R6I6

0 0 R6I8; R6I7; R1I8; R1I7

R2I8; R2I7; R1I8; R1I7

R3I8; R3I7; R2I8; R2I7

R3I8; R3I7; R4I8; R4I7

R5I8; R5I7; R4I8; R4I7

R6I8; R6I7; R5I8; R5I7

0 +1 R1I2; R6I2; R1I3; R6I3

R1I2; R2I2; R1I3; R2I3

R2I2; R3I2; R2I3; R3I3

R3I2; R4I2; R3I3; R4I3

R4I2; R5I2; R4I3; R5I3

R5I2; R6I2; R5I3; R6I3

+1 -1 R1I6; R6I6 R1I6; R2I6 R2I6; R3I6 R3I6; R4I6 R4I6; R5I6 R5I6; R6I6 +1 0 R1I1; R6I1 R1I1; R2I1 R2I1; R3I1 R3I1; R4I1 R4I1; R5I1 R5I1; R6I1 +1 +1 R1I2; R6I2 R1I2; R2I2 R2I2; R3I2 R3I2; R4I2 R4I2; R5I2 R5I2; R6I2

3.2. Controlo do Factor de Potência de Entrada

Aplicando a transformação de Concordia (2.9) ao sistema de tensões simples (2.8) de entrada

do filtro do conversor, [viα viβ vi0]T=CT[va vb vc]T obtém-se (3.4).

3V cos( t)

3Vsin( t)

00

v

v

v

α

β

⎧ = ω⎪⎪ = ω⎨⎪ =⎪⎩

(3.4)

Recorrendo à transformação de Blondel-Park (3.5), em que se considera θ = ωt.

Page 40: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

39

cos sin 0sin cos 00 0 1

θ θ⎡ ⎤⎢ ⎥= − θ θ⎢ ⎥⎢ ⎥⎣ ⎦

BP (3.5)

Procede-se à transformação do sistema de coordenadas de “αβ0” (3.4) para “dq0” [vd vq

v0]T=PBT[viα viβ vi0]T, obtendo-se (3.6).

d

q

0

3V0

0

vv

v

⎧ =⎪

=⎨⎪ =⎩

(3.6)

De (3.6) conclui-se, que para que as correntes de entrada estejam em fase com as respectivas

tensões é necessário garantir que a componente “q “ das correntes, seja também nula.

À semelhança do que se fez para as correntes de saída, em que se definiu um erro de

seguimento, também para a corrente iq, que se vai controlar, se define o erro de seguimento

relativamente à referência (3.7).

q refi q qe i i= − (3.7)

Devido à existência do filtro de entrada, as correntes consumidas ou injectadas na rede

eléctrica não dependem directamente dos estados dos interruptores. De acordo com (Pinto, 2003), a

função de comutação que permite controlar o factor de potência (3.8) dependerá directamente do erro

das correntes (Pinto, 2003).

q ref qq i q q q i(e, t) ( ) eS = k i i = k − (3.8)

Uma vez que só se pode escolher um de dois vectores (que são os que garantem,

simultaneamente, o controlo das correntes de saída), à função de comutação do controlo do factor de

potência, é suficiente a aplicação de um comparador de histerese de dois níveis, “-1” e “+1”. De

acordo com (3.7) considera-se que o valor lógico “-1” representa a situação em que é necessário

diminuir o valor de iq e que o valor “+1” representa a situação em que é necessário aumentar o valor

de iq.

O grau de liberdade apresentado no controlo das correntes à saída do SMC, concede sempre a

hipótese de escolha entre dois vectores, apresentando um deles componente “q” positiva e o outro

componente “q” negativa, seleccionando-se aquele que melhor se adeqúe ao controlo da fase das

correntes de entrada.

À semelhança dos vectores representativos das tensões simples de saída do conversor,

também a amplitude dos vectores pulsantes das correntes de entrada no plano αβ (tabela 2.6) varia

Page 41: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

40

no tempo, neste caso em função das correntes da saída. Na figura 3.3, encontram-se a

representação temporal e respectiva divisão por 12 zonas das correntes de saída.

Os vectores das correntes de entrada referentes às zonas 1 e 12 das correntes de saída são

apresentados na figura 3.4, constando no anexo B os vectores relativos a todas as outras zonas.

Outro aspecto a considerar é o facto, de ao contrário do sistema αβ, os eixos “d” e “q” não têm

uma posição fixa, girando no plano αβ consoante a fase apresentada pela fase “a” de entrada.

Encontra-se igualmente representado na figura 3.4, a posição ocupada pelos eixos “d” e “q”, alusivos

à zona V1 de tensão, podendo o eixo “d” ocupar qualquer posição da área delimitada pelos traços a

amarelo (-π/6 < Фu < π/6). No anexo C encontram-se representadas todas as possíveis posições

ocupadas pelos eixos “d” e “q”, consoante as zonas de tensão, para a zona 1 das correntes de saída.

Figura 3.3 – Representação temporal e respectiva divisão por zonas das correntes de saída.

Tomando como referência o exemplo já apresentado, em que ambas as funções de comutação

Sα(e,t) e Sβ(e,t) associadas aos comparadores de histerese, apresentam o valor lógico “+1”, os

vectores seleccionados para o controlo das correntes à saída do SMC, seriam o “+9” ou “-7” para a

zona V1 de tensão.

Observando as figuras 3.4 a) e 3.4 b), verifica-se que para ambas, o vector “+9”, tem

componente “q” positiva e o “-7”, componente negativa. Desta forma, caso o valor lógico apresentado

à saída do comparador de histerese associado a Sq(e,t) seja “+1”, a escolha recairá sobre o vector

“+9”, caso o valor lógico apresentado à saída do comparador de histerese associado a Sq(e,t) seja “-

1”, deverá ser escolhido o vector “-7”.

Page 42: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

41

a) Zona 1 (0 < Фi < π/6) b) Zona 12 (11π/6 < Фi < 2π)

Figura 3.4 – Representação espacial dos vectores da corrente de entrada referentes às zonas 1 e 12 das correntes de saída e possíveis localizações dos eixos d e q para a zona V1 de tensão.

Verifica-se que, para as duas zonas consideradas na figura 3.4, os mesmos vectores

apresentam componentes “q” com igual sinal, diferindo apenas no valor da sua amplitude. Uma vez

que o objectivo é verificar se as componentes segundo o eixo “q” são positivas ou negativas, estas

duas zonas de corrente, podem ser agrupadas numa só, definindo-se a Zona I1 de corrente. O

mesmo acontece em relação às zonas “2 e 3”, “4 e 5”, “6 e 7”, “8 e 9” e “10 e 11”, que se agrupam

respectivamente nas zonas “I2”, “I3”, “I4”, “I5” e “I6” de corrente.

Visto não ser possível prever qual o tipo de carga que irá ser ligada à saída do conversor, é

importante que sejam salvaguardadas todas as combinações entre zonas de corrente e de tensão,

representando-se na tabela 3.4, todas as possíveis escolhas de vectores, no controlo das correntes à

saída do SMC e do factor de potência de entrada.

Seleccionados os vectores, o próximo passo será a escolha dos estados que irão ser postos

em funcionamento, de modo a garantir polaridade positiva e os valores máximos da tensão no andar

intermédio. Na tabela 3.5 encontram-se essas escolhas, estando no anexo D as correspondentes

combinações entre Rectificador e Inversor.

Page 43: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

42

Tabela 3.4 – Vectores a aplicar no controlo das correntes de saída e do factor de potência à entrada do Conversor Matricial Esparso, consoante as zonas de tensão e corrente

Sα; Sβ -1; -1 -1; 0 -1; +1 0; -1 0; 0 0; +1 +1; -1 +1; 0 +1; +1

Sq Sq Sq Sq Sq Sq Sq Sq Sq Z

ona

T

ensã

o

Zon

a C

orre

nte

-1 +1 -1 +1 -1 +1 -1 +1 -1 +1 -1 +1 -1 +1 -1 +1 -1 +1

V1 I1 -9 +7 +3 -1 -6 +4 -9 +7 0 0 -7 +9 -4 +6 +1 -3 -7 +9 V1 I2 -9 +7 +3 -1 +4 -6 -9 +7 0 0 -7 +9 +6 -4 +1 -3 -7 +9 V1 I3 -9 +7 -1 +3 +4 -6 -9 +7 0 0 -7 +9 +6 -4 -3 +1 -7 +9 V1 I4 +7 -9 -1 +3 +4 -6 +7 -9 0 0 +9 -7 +6 -4 -3 +1 +9 -7 V1 I5 +7 -9 -1 +3 -6 +4 +7 -9 0 0 +9 -7 -4 +6 -3 +1 +9 -7 V1 I6 +7 -9 +3 -1 -6 +4 +7 -9 0 0 +9 -7 -4 +6 +1 -3 +9 -7

V2 I1 +8 -9 -2 +3 +5 -6 +8 -9 0 0 +9 -8 +6 -5 -3 +2 +9 -8 V2 I2 +8 -9 -2 +3 -6 +5 +8 -9 0 0 +9 -8 -5 +6 -3 +2 +9 -8 V2 I3 +8 -9 +3 -2 -6 +5 +8 -9 0 0 +9 -8 -5 +6 +2 -3 +9 -8 V2 I4 -9 +8 +3 -2 -6 +5 -9 +8 0 0 -8 +9 -5 +6 +2 -3 -8 +9 V2 I5 -9 +8 +3 -2 +5 -6 -9 +8 0 0 -8 +9 +6 -5 +2 -3 -8 +9 V2 I6 -9 +8 -2 +3 +5 -6 -9 +8 0 0 -8 +9 +6 -5 -3 +2 -8 +9

V3 I1 -7 +8 +1 -2 -4 +5 -7 +8 0 0 -8 +7 -5 +4 +2 -1 -8 26 V3 I2 -7 +8 +1 -2 +5 -4 -7 +8 0 0 -8 +7 +4 -5 +2 -1 -8 26 V3 I3 -7 +8 -2 +1 +5 -4 -7 +8 0 0 -8 +7 +4 -5 -1 +2 -8 26 V3 I4 +8 -7 -2 +1 +5 -4 +8 -7 0 0 +7 -8 +4 -5 -1 +2 26 -8 V3 I5 +8 -7 -2 +1 -4 +5 +8 -7 0 0 +7 -8 -5 +4 -1 +2 26 -8 V3 I6 +8 -7 +1 -2 -4 +5 +8 -7 0 0 +7 -8 -5 +4 +2 -1 26 -8

V4 I1 +9 -7 -3 +1 +6 -4 +9 -7 0 0 +7 -9 +4 -6 -1 +3 +7 -9 V4 I2 +9 -7 -3 +1 -4 +6 +9 -7 0 0 +7 -9 -6 +4 -1 +3 +7 -9 V4 I3 +9 -7 +1 -3 -4 +6 +9 -7 0 0 +7 -9 -6 +4 +3 -1 +7 -9 V4 I4 -7 +9 +1 -3 -4 +6 -7 +9 0 0 -9 +7 -6 +4 +3 -1 -9 +7 V4 I5 -7 +9 +1 -3 +6 -4 -7 +9 0 0 -9 +7 +4 -6 +3 -1 -9 +7 V4 I6 -7 +9 -3 +1 +6 -4 -7 +9 0 0 -9 +7 +4 -6 -1 +3 -9 +7

V5 I1 -8 +9 +2 -3 -5 +6 -8 +9 0 0 -9 +8 -6 +5 +3 -2 -9 +8 V5 I2 -8 +9 +2 -3 +6 -5 -8 +9 0 0 -9 +8 +5 -6 +3 -2 -9 +8 V5 I3 -8 +9 -3 +2 +6 -5 -8 +9 0 0 -9 +8 +5 -6 -2 +3 -9 +8 V5 I4 +9 -8 -3 +2 +6 -5 +9 -8 0 0 +8 -9 +5 -6 -2 +3 +8 -9 V5 I5 +9 -8 -3 +2 -5 +6 +9 -8 0 0 +8 -9 -6 +5 -2 +3 +8 -9 V5 I6 +9 -8 +2 -3 -5 +6 +9 -8 0 0 +8 -9 -6 +5 +3 -2 +8 -9

V6 I1 +7 -8 -1 +2 +4 -5 +7 -8 0 0 +8 -7 +5 -4 -2 +1 +8 -7 V6 I2 +7 -8 -1 +2 -5 +4 +7 -8 0 0 +8 -7 -4 +5 -2 +1 +8 -7 V6 I3 +7 -8 +2 -1 -5 +4 +7 -8 0 0 +8 -7 -4 +5 +1 -2 +8 -7 V6 I4 -8 +7 +2 -1 -5 +4 -8 +7 0 0 -7 +8 -4 +5 +1 -2 -7 +8 V6 I5 -8 +7 +2 -1 +4 -5 -8 +7 0 0 -7 +8 +5 -4 +1 -2 -7 +8 V6 I6 -8 +7 -1 +2 +4 -5 -8 +7 0 0 -7 +8 +5 -4 -2 +1 -7 +8

Page 44: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

43

Tabela 3.5 – Estados a aplicar no controlo das correntes de saída e do factor de potência à entrada, do Conversor Matricial Esparso, consoante as zonas de tensão e corrente em causa.

Sα; Sβ -1; -1 -1; 0 -1; +1 0; -1 0; 0 0; +1 +1; -1 +1; 0 +1; +1

Sq Sq Sq Sq Sq Sq Sq Sq Sq Z

ona

T

ensã

o

Zon

a C

orre

nte

-1 +1 -1 +1 -1 +1 -1 +1 -1 +1 -1 +1 -1 +1 -1 +1 -1 +1

V1 I1 35 25 9 3 23 13 35 25 45 45 27 33 15 21 1 11 27 33 V1 I2 35 25 9 3 13 23 35 25 45 45 27 33 21 15 1 11 27 33 V1 I3 35 25 3 9 13 23 35 25 45 45 27 33 21 15 11 1 27 33 V1 I4 25 35 3 9 13 23 25 35 45 45 33 27 21 15 11 1 33 27 V1 I5 25 35 3 9 23 13 25 35 45 45 33 27 15 21 11 1 33 27 V1 I6 25 35 9 3 23 13 25 35 45 45 33 27 15 21 1 11 33 27

V2 I1 29 35 7 9 17 23 29 35 41 41 33 31 21 19 11 5 33 31 V2 I2 29 35 7 9 23 17 29 35 41 41 33 31 19 21 11 5 33 31 V2 I3 29 35 9 7 23 17 29 35 41 41 33 31 19 21 5 11 33 31 V2 I4 35 29 9 7 23 17 35 29 41 41 31 33 19 21 5 11 31 33 V2 I5 35 29 9 7 17 23 35 29 41 41 31 33 21 19 5 11 31 33 V2 I6 35 29 7 9 17 23 35 29 41 41 31 33 21 19 11 5 31 33

V3 I1 28 29 2 7 16 17 28 29 38 38 31 26 19 14 5 4 31 26 V3 I2 28 29 2 7 17 16 28 29 38 38 31 26 14 19 5 4 31 26 V3 I3 28 29 7 2 17 16 28 29 38 38 31 26 14 19 4 5 31 26 V3 I4 29 28 7 2 17 16 29 28 38 38 26 31 14 19 4 5 26 31 V3 I5 29 28 7 2 16 17 29 28 38 38 26 31 19 14 4 5 26 31 V3 I6 29 28 2 7 16 17 29 28 38 38 26 31 19 14 5 4 26 31

V4 I1 34 28 12 2 22 16 34 28 46 46 26 36 14 24 4 10 26 36 V4 I2 34 28 12 2 16 22 34 28 46 46 26 36 24 14 4 10 26 36 V4 I3 34 28 2 12 16 22 34 28 46 46 26 36 24 14 10 4 26 36 V4 I4 28 34 2 12 16 22 28 34 46 46 36 26 24 14 10 4 36 26 V4 I5 28 34 2 12 22 16 28 34 46 46 36 26 14 24 10 4 36 26 V4 I6 28 34 12 2 22 16 28 34 46 46 36 26 14 24 4 10 36 26

V5 I1 32 34 6 12 20 22 32 34 42 42 36 30 24 18 10 8 36 30 V5 I2 32 34 6 12 22 20 32 34 42 42 36 30 18 24 10 8 36 30 V5 I3 32 34 12 6 22 20 32 34 42 42 36 30 18 24 8 10 36 30 V5 I4 34 32 12 6 22 20 34 32 42 42 30 36 18 24 8 10 30 36 V5 I5 34 32 12 6 20 22 34 32 42 42 30 36 24 18 8 10 30 36 V5 I6 34 32 6 12 20 22 34 32 42 42 30 36 24 18 10 8 30 36

V6 I1 25 32 3 6 13 20 25 32 37 37 30 27 18 15 8 1 30 27 V6 I2 25 32 3 6 20 13 25 32 37 37 30 27 15 18 8 1 30 27 V6 I3 25 32 6 3 20 13 25 32 37 37 30 27 15 18 1 8 30 27 V6 I4 32 25 6 3 20 13 32 25 37 37 27 30 15 18 1 8 27 30 V6 I5 32 25 6 3 13 20 32 25 37 37 27 30 18 15 1 8 27 30 V6 I6 32 25 3 6 13 20 32 25 37 37 27 30 18 15 8 1 27 30

Page 45: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

44

4. SISTEMA DE CONTROLO DO TRÂNSITO DE ENERGIA

O Controlador Universal de Trânsito de Energia (Unified Power Flow Controller, UPFC)

proposto por Lazlo Gyugyi, constituído por dois conversores electrónicos comutados, ligados pelo

andar intermédio “DC” (associação Rectificado – Inversor) por meio de armazenadores de energia

(banco de condensadores), encontra-se representado na figura 4.1.

O objectivo do UPFC, consiste em garantir o nível de potência activa e reactiva desejados

numa linha, inserindo em série com esta uma tensão alternada controlada (EC), de forma a criar uma

compensação dinâmica do sistema que permita ajustar a corrente “I” (figura 4.1).

Figura 4.1 – Esquema de implementação do UPFC com uma associação de dois conversores.

O Conversor 1, ligado em paralelo com a rede, tem como objectivo fornecer ou absorver a

potência activa necessária ao barramento de tensão contínua, de modo a dotar o conversor 2 com

capacidade de colocar em série na linha uma tensão alternada com amplitude e fase controladas.

A ligação dos conversores à rede é feita por intermédio de transformadores, que garantem o

isolamento galvânico e permitem fazer a adaptação aos níveis de tensão dos conversores.

Na figura 4.2 encontra-se o circuito monofásico equivalente do sistema de controlo do trânsito

de potências (Madeira, Silva, 2003), composto por duas fontes de tensão alternadas sinusoidais (E1 e

E2) e por uma outra fonte (EC) com amplitude e fase controláveis representativa do UPFC, inserida

em série com o esquema equivalente de uma linha de transmissão curta.

As impedâncias das fontes são desprezadas face à impedância da linha, e tanto conversor

como transformadores (relação de transformação unitária) são vistos como ideais.

Page 46: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

45

I

U1E1 E2

XEC

Figura 4.2 – Princípio de compensação do trânsito de energia numa linha de transmissão.

A corrente do circuito equivalente em função das restantes grandezas é representada em (4.1).

1 C 2E E EI

X =

j+ − (4.1)

A potência complexa do lado da fonte “E1” é dada por (4.2).

*

1S E I= (4.2)

Introduzindo (4.1) na expressão da potência complexa (4.2), obtém-se (4.3):

**

C1 21 1

EE ES E E

X X =

j j⎛ ⎞⎛ ⎞−

+ ⎜ ⎟⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎝ ⎠ ⎝ ⎠

(4.3)

Assume-se que a fase na origem da tensão E1 é nula:

1 1E E= (4.4)

A tensão E2 é definida de acordo com (4.5).

2 2E E e j− δ= (4.5)

A tensão Ec imposta pelo UPFC é definida de acordo com (4.6)

C CE E e jρ= (4.6)

Na figura 4.3 encontra-se o diagrama vectorial representativo das tensões do circuito eléctrico

equivalente.

Page 47: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

46

Figura 4.3 – Diagrama vectorial representativo das tensões das tensões do circuito eléctrico equivalente do sistema de controlo do trânsito de energia.

Introduzindo (4.4), (4.5) e (4.6) na potência complexa dada por (4.3), obtém-se uma nova

expressão para a potência complexa, expressa por (4.7).

2

1 C 1 C1 2 1 1 2E E E E cosE E E E E cosS sin sin

X X X X = j

⎛ ⎞ρ− δδ + ρ+ +⎜ ⎟⎜ ⎟

⎝ ⎠ (4.7)

A equação anterior pode ser escrita segundo (4.8).

( )0 C 0 CS P P Q Q = j+ + + (4.8)

Onde P0 e Q0 (4.9) representam, respectivamente, a potência activa e reactiva na linha não

compensada.

1 20

21 1 2

0

E EP sin

XE E E cos

QX

= ⎧ δ⎪⎪⎨

− δ⎪ =⎪⎩

(4.9)

Os valores de PC e QC (4.10) somados respectivamente a P0 e Q0, permitem ajustar as

potências aos níveis desejados. O controlo da potência complexa é assim conseguido à custa das

variações do valor eficaz “EC” e da desfasagem “ρ”.

1 CC

1 CC

E EP sin

XE E

Q cosX

=⎧ρ⎪⎪

⎨⎪ = ρ⎪⎩

(4.10)

A existência do Conversor Matricial Esparso (SMC) como alternativa à topologia utilizada no

UPFC clássico proposto por Lazlo Gyugyi, motiva o estudo do desempenho do SMC sobre a rede de

energia eléctrica.

Page 48: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

47

Na figura 4.4, encontra-se representada uma rede, semelhante à utilizada na simulação, e na

qual se pretende estudar a implementação de um UPFC.

A tensão “EC” irá ser gerada através da saída do SMC, de modo a compensar a queda de

tensão na linha de transmissão de energia e assim regular o trânsito de energia. Associada à linha,

encontra-se uma carga “Z0”, a qual se considera ser resistiva de modo a absorver potência vinda da

rede.

O conversor encontra-se ligado à rede eléctrica, por intermédio de transformadores, adaptados

aos níveis de tensão utilizados.

Figura 4.4 – Esquema de implementação do UPFC com um Conversor Matricial Esparso.

No capítulo seguinte (secção 5.2) apresentam-se as simulações do UPFC, realizadas com

base no esquema representado na figura 4.4.

Page 49: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

48

5. SIMULAÇÕES EM MATLAB/SIMULINK

Neste capítulo são apresentadas as simulações e os respectivos resultados referentes ao

conversor matricial esparso e ao UPFC.

5.1. Simulação do Conversor Matricial Esparso

Nesta secção pretende dar-se continuidade ao estudo do Conversor Matricial Esparso, com a

sua simulação no programa Matlab/Simulink. O esquema a implementar encontra-se representado na

figura 5.1.

Figura 5.1 – Esquema do sistema a implementar constituída pela Rede, Conversor Matricial

Esparso, Carga, e respectivo controlo.

Page 50: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

49

A entrada do conversor encontra-se ligada à rede eléctrica de baixa tensão, através do filtro

apresentado na secção 2.4. Na saída do conversor é ligada uma carga trifásica equilibrada RL, onde

se pretende ver impostas as formas de onda das correntes de referência apresentadas na figura 5.2,

controlando-se simultaneamente o factor de potência de entrada.

Todos os modelos utilizados na simulação são apresentados e explicados no anexo E.

Figura 5.2 – Correntes de referência à saída do conversor.

De maneira a conferir uma maior compreensão dos vários aspectos relacionados com o

funcionamento do conversor, a simulação é efectuada utilizando três abordagens diferentes:

Solução 1 – Neste modo, todos os modelos são implementados através de blocos de Simulink,

sendo efectuada uma análise ideal de todo sistema, não se considerando, por isso, as perdas de

condução e de comutação dos semicondutores bem como o ruído produzido pela comutação.

Solução 2 – Utilizando os mesmos blocos de controlo utilizados na solução 1, implementam-se

os módulos da rede, conversor e carga, com recurso a blocos da toolbox “PowerSystems”. O

conversor é simulado recorrendo a interruptores não ideais, de modo a conseguir-se uma simulação

mais próxima da realidade.

Solução 3 – Neste modo simula-se o Conversor Matricial Esparso, com todos os

semicondutores (transistores IGBT e díodos) que o constituem. Esta simulação é também realizada

com recurso a blocos da “Power Systems” toolbox.

Page 51: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

50

Nas figuras 5.3 a), 5.3 b) e 5.3 c) apresentam-se as formas de onda das correntes, obtidas nas

três fases de saída do conversor, para as três abordagens de simulação do conversor utilizadas.

a) b)

c)

Figura 5.3 – Correntes à saída do conversor: a) Solução 1; b) Solução 2; c) Solução 3.

Page 52: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

51

É possível verificar que as correntes à saída do conversor formam um sistema trifásico

equilibrado com característica quase perfeitamente sinusoidal. Estas exibem amplitudes e

frequências iguais às das referências, não se visualizando praticamente nenhum ruído resultante da

elevada frequência de comutação dos interruptores ideais.

a) b)

c)

Figura 5.4 – Tensão no andar intermédio “DC” do conversor: a) Solução 1; b) Solução 2; c) Solução 3.

Page 53: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

52

As formas de onda das tensões no andar intermédio são representadas nas figuras 5.4 a) 5.4

b) e 5.4 c). A análise da solução 1 (figura 5.4 a) e da solução 2 (figura 5.4 b), permitem concluir que o

controlo do sistema garante não só polaridade positiva da tensão no andar intermédio “DC”, como

também garante a utilização das máximas tensões de entrada em cada instante de tempo.

Já a tensão vDC correspondente à solução 3 (figura 5.4 c) apresenta um comportamento

bastante irregular, existindo picos de tensão, alguns deles apresentando valor negativo, o que sugere

a ocorrência de estados não previstos teoricamente e, eventualmente, curto-circuitos não desejados.

Este comportamento deve-se, em grande parte, ao facto de não ter sido tomada nenhuma precaução

específica no processo de comutação dos semicondutores. Para não sobrecarregar ainda mais a

simulação (dando origem a problemas de convergência), não foram tomadas nenhumas precauções

no processo de comutação dos semicondutores, dando origem à indesejada condução simultânea de

alguns deles.

Ainda nesta última abordagem (solução 3), a presença de semicondutores da toolbox

“PowerSystems”, torna necessária a utilização de um método de passo de cálculo variável para

resolução das equações do sistema. Este facto faz aumentar em muito o tempo de simulação (várias

horas de simulação), exigindo uma maior disponibilidade de memória por parte do computador.

Nas figuras 5.5 a) e 5.5 c) representam-se as formas onda da tensão afectada de um ganho de

1/50 (curva a vermelho) juntamente com a corrente (curva a azul), obtidas na fase “a” à entrada do

filtro.

Na figura 5.5 b) são representadas as formas de onda da tensão de entrada e da corrente,

obtidas directamente na fase “a” à entrada do conversor, para a solução 2. Nesta solução, o conteúdo

harmónico de alta-frequência das correntes de entrada é atenuado graças à utilização de um filtro

externo.

Facilmente se observa que, para todas as soluções apresentadas, a corrente de entrada se

encontra em fase com a tensão, garantindo, por conseguinte, um factor de potência praticamente

unitário. Verifica-se, assim, o controlo da fase das correntes de entrada, o que permite fornecer ao

conversor uma característica não poluente da rede eléctrica.

Contrariamente às formas de onda da corrente de entrada obtidas nas soluções 1 e 2, que

revelam comportamentos praticamente sinusoidais, a forma de onda referente à solução 3, não só

apresenta maior valor de amplitude, como também exibe maior distorção aquando da passagem por

esses mesmos máximos de amplitude. De salientar que a causa para este comportamento se deve,

muito provavelmente, à distorção da tensão no andar intermédio “DC”.

Page 54: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

53

a) b)

c)

Figura 5.5 – Tensão e corrente na fase “a” de entrada: a) Modo 1; b) Modo 2; c) Modo 3.

Os resultados apresentados para as três soluções testadas permitem verificar que o controlo

do sistema é efectivamente realizado do modo correcto, pois para além de se obterem as correntes

de saída desejadas, é também garantida alguma estabilidade da tensão vDC com polaridade positiva,

e é ainda garantido o controlo das fases das correntes de entrada. Os tempos de simulação são

totalmente díspares para as três soluções apresentadas, sendo a solução 1 a mais rápida (poucos

segundos de simulação) e a solução 3 a mais lenta e mais pesada (várias horas de simulação).

Para evitar problemas de convergência, na simulação do UPFC utilizou-se a solução 1.

Page 55: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

54

5.2. Simulação do UPFC com Conversor Matricial Esparso

5.2.1. Introdução

Na simulação do UPFC, desenvolvida nesta secção, a implementação do Conversor Matricial

Esparso e o seu controlo, são feitos tal como na solução 1 apresentada na secção anterior, não se

contabilizando quaisquer tipos de perdas relacionadas com a operacionalidade dos semicondutores

bem como ao ruído produzido pela comutação.

De maneira a obter resultados mais próximos da realidade, a implementação dos elementos

constituintes da rede eléctrica (Fontes, linha, carga, transformadores), foi conseguida com o recurso a

blocos da toolbox “PowerSystems”.

O esquema ilustrativo da simulação encontra-se na figura 5.6.

Figura 5.6 – Esquema do sistema a implementar na realização do UPFC com um Conversor Matricial Esparso.

Page 56: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

55

A ideia implementada para o controlo do trânsito de potências é em tudo muito semelhante às

simulações já desenvolvias desenvolvidas, onde se pretendeu controlar a corrente numa carga RL à

saída do SMC. Neste caso a carga será o primário do transformador T2 e a corrente que nele

circulará irá impor no secundário, que se encontra em série com a linha, uma corrente proporcional

(dependente da relação de transformação) e a consequente tensão EC, de forma a garantir o trânsito

de potências desejado.

A dependência da potência activa e reactiva com as tensões e correntes em coordenadas dq é

expressa pelas equações definidas em (5.1).

d d q q

d q q d

P

Q

v i v i

v i v i

= +⎧⎪⎨ = −⎪⎩

(5.1)

Conhecidas as tensões da fonte E1 e as potências a impor, facilmente se retiram as correntes

(5.2) que deverão circular na linha, de forma a conseguir alcançar os objectivos propostos.

ref

ref

ref ref2 2

ref ref2 2

P Q

P Q

d qd

d q

q dq

d q

v vi

v v

v vi

v v

−⎧=⎪

+⎪⎨ +⎪ =⎪ +⎩

(5.2)

A adaptação ao controlo já existente é feita recorrendo à transformação inversa de Blondel-

Park, como mostra a equação matricial (5.3), obtendo-se assim as correntes de referência na linha

em coordenadas αβ.

cos sinsin cos

ref

ref

d

q

i iii

α

β

⎡ ⎤ ⎡ ⎤θ − θ⎡ ⎤⎢ ⎥ = ⎢ ⎥⎢ ⎥θ θ⎢ ⎥ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦⎣ ⎦

(5.3)

Para os parâmetros da linha, foram tomados os valores de 150 kV para a tensão composta das

fases das fontes e 100MVA para potência de base da linha com resistência e reactância

respectivamente de 4,3429Ω e 11,4362Ω, referentes à linha LRAED 1 da REN, SA (Madeira, 2003). A

impedância ligada à rede, apresenta apenas comportamento resistivo com o valor de 1kΩ.

A adaptação das tensões da rede ao conversor foi conseguida através da relação 1:10 dos

transformadores.

No anexo F estão patentes a apresentação e descrição dos modelos utilizados na simulação.

Page 57: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

56

5.2.2. Resultados de simulação

Para facilitar a análise dos resultados apresentados, utilizaram-se como unidades das

grandezas eléctricas valores por unidade (pu).

As referências das potências impostas ao sistema são apresentadas na figura 5.7 a) (potência

activa) e figura 5.7 b) (potência reactiva).

A simulação começa por impor os valores de 0,75 pu e 0.1 pu, respectivamente para a

potência activa e reactiva. No instante t=0,03s, aplicou-se uma variação de 0,75 pu para 0,9 pu da

potência activa permanecendo igual o valor da potência reactiva. No instante t=0,05s é provocada

uma variação na referência da potência reactiva de 0,1 pu para 0,2 pu.

a) b)

Figura 5.7 – Potências de referência na linha eléctrica: a) Potência activa; b) Potência reactiva.

As correspondentes formas de onda das correntes de referência na linha encontram-se

representadas na figura 5.8 (as formas de onda de referência na saída do conversor são iguais em

valores pu).

Page 58: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

57

Figura 5.8 – Correntes de referência na linha, geradas para controlo do trânsito de potências.

A figura 5.9 mostra as formas de onda (afectadas pelas naturais oscilações de frequência

elevada) das correntes controladas obtidas na linha, constatando-se que seguem invariavelmente as

referências. Na mesma figura, é ainda possível observar, as alterações das correntes quando

ocorrem variações das potências, verificando-se que em t=0,03s (variação da potência activa) ocorre

um aumento mais acentuado das correntes, comparativamente com o registado em t=0,05s (variação

da potência reactiva) em que alteração praticamente não é visível.

Figura 5.9 – Correntes impostas na linha para o controlo do trânsito de potências.

Page 59: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

58

As figuras 5.10 a) e 5.10 b) apresentam de acordo com a ordem enunciada, as formas de onda

da tensão juntamente com corrente na fase “a” à entrada do filtro e a tensão vDC no andar intermédio

do conversor, comprovando-se deste modo o controlo global do sistema, uma vez controladas as

correntes e garantido um factor de potência unitário na entrada, juntamente com a utilização das

máximas tensões de entrada, garantindo a polaridade positiva da tensão vDC. É ainda possível

observar, ligeiros picos nas formas de onda da corrente de entrada do filtro e na tensão no andar

intermédio, a quando da variação da potência reactiva (t=0,03s) não se observando praticamente

nenhuma alteração a quando da variação da potência reactiva (t=0,05s).

a) b)

Figura 5.10 – a) Tensão e corrente na fase “a” à entrada do filtro do conversor; b) Tensão no

andar intermédio “DC” do conversor.

As formas de onda das potências activa e reactiva na linha (afectadas pelas naturais

oscilações de frequência elevada) são apresentadas respectivamente na figura 5.11 a) e 5.11 b),

comprovando-se o controlo do trânsito de potências, uma vez que tanto a potência activa como a

potência reactiva seguem as referências impostas, sendo a resposta do sistema extremamente

rápida.

Page 60: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

59

a) b)

Figura 5.11 – Potências na linha eléctrica: a) Activa; b) Reactiva.

Page 61: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

60

6. CONCLUSÃO

Neste trabalho foi, numa primeira fase estudada, a topologia do Conversor Matricial Esparso

(SMC), como alternativa aos conversores matriciais já existentes.

O estudo desenvolvido, permitiu verificar que a conversão indirecta AC/AC pode ser garantida,

sem qualquer perda de funcionalidade, reduzindo-se o número de semicondutores comandados à

condução a ao corte utilizados, para 15, comparativamente aos 18 que constituem tanto o Conversor

Matricial Clássico (CMC) como o Conversor Matricial Indirecto (IMC).

Na segunda parte do trabalho, foi estudada a aplicação do SMC no controlo da potência activa

e reactiva de uma rede eléctrica, em alternativa à topologia utilizada no UPFC clássico proposto por

Lazlo Gyugyi.

O UPFC constituído por este tipo de conversor, permite obter, para além das vantagens já

conhecidas dos conversores matriciais devido à ausência de qualquer malha intermédia de

armazenadores de energia reactiva, um esforço de realização menor no controlo do trânsito de

energia.

Na implementação do UPFC, foi necessária a introdução de um transformador na entrada e

outro na saída do conversor, de maneira a adaptar os valores de tensão apresentados, aos níveis de

tensão exigidos pelo conversor para o seu correcto funcionamento.

A utilização do controlo por modo de deslizamento associado à representação dos vectores

espaciais, revelou-se uma óptima opção, no controlo das correntes à saída e no controlo do factor de

potência de entrada do conversor, conduzindo a respostas extremamente rápidas e eficazes por parte

do sistema.

Para futuros trabalhos, fica a sugestão de se desenvolver o estudo económico dos conversores

apresentados ao longo deste trabalho, de maneira a possibilitar um conhecimento mais aprofundado

das situações que melhor se coadunam às suas utilizações.

Page 62: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

61

BIBLIOGRAFIA

Alesina, A.; Venturini, M.; “Solid State Power Conversion: A Fourier Analysis Approach to

Generalized Transformer Synthesis”; IEEE Transactions on Circuits and Systems,

Vol. CAS-28, No 4, April 1981, pp. 319-330.

Alesina, A.; Venturini, M.; “Analysis and Design of Optimum-Amplitude Nine-Switch Direct AC-AC

Converters”; IEEE Transactions on Power Electronics, Vol. 4, No 1, January 1989,

pp. 101-112.

Hung, J.; Gao, W.; “Variable Structure Control: A Survey”; IEEE Transactions on Industrial

Electronics, Vol. 40, No 1, February 1993, pp. 2-22.

Gyugyi, L.; Pelly, B.; “Static Power Frequency Changers – Theory, Performance & Application”, John

Wiley & Sons, 1976, ISBN 0-471-67800-7.

Gyugyi, L.; “Unified Power Flow Control Concept for Flexible AC Transmission Systems” IEE

PROCEEDINGS-C, Vol. 139, Nº 4, July 1992.

Holmes, D. G.; Lipo, T. A.; “Implemation of a Controlled Rectifier Using AC-AC Matrix Converter

Theory”; IEEE Transactions on Power Electronics, Vol. 7, Nº 1, January 1992, pp.

240-250.

Huber, L.; Borojevic, D.; Burany, N.; “Analysis, Design and Implementation of the Space-Vector

Modulator for Forced-Commutated Cycloconverters”; IEE Proceedings-B Electric

Power Applications, Vol.139, No 2, March 1992, pp. 103-113.

Kolar, J. W.; Baumann, M.; Schafmeister, F.; Ertl, H.; “Novel Three-Phase AC-DC-AC Sparse

Matrix Converter”; Proc. IEEE Conference APEC’2002, Volume 2, pp 777-791,

2002.

Madeira, B.; Silva, J.; “Conversores multinível na optimização da capacidade de transporte de redes

de energia eléctrica”; LEEC Projecto Final de Curso 2002/2003, 3º Prémio REN

2003.

Menino, A.; Antunes, J.; “Processamento Electricamente não Poluente de Energia Eléctrica:

Conversor Matricial Trifásico”, Projecto Final de Curso da Licenciatura em

Engenharia Electrotécnica e de Computadores, Instituto Superior Técnico,

Universidade Técnica de Lisboa, Portugal, Julho 2002.

Page 63: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

62

Pinto, S.; “Conversores Matriciais Trifásicos: Generalização do Comando Vectorial Directo”; Tese de

Doutoramento, Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa,

Portugal, Julho 2003.

Silva, J. F.; “Electrónica Industrial”; Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal, 1998.

Silva, J.; Pires, V.; Pinto, S.; Barros, J.; “Advanced Control Methods for Power Electronics

Systems”; Mathematics and Computers in Simulation, IMACS, Elsevier, Vol. 63 3-

5, pp.281-295, November 2003.

Strzelecki, R.; Noculak, A.; Tunia, H.; Sozannski, K.; Fedyczak, Z.; “UPFC with Matrix Converter”;

Proc. Conference EPE 2001, Graz, Austria, September 2001.

Utkin, V.; “Discontinuous Control Systems: State of Art in Theory and Applications”; Proc. IFAC,

Munich, July 1987, pp.75 – 94.

Watanabe, E. ; Aredes, M.; “Teoria de potência ativa e reativa instantânea e aplicações – filtros

ativos e FACTS”; CBA 98 – XII Conferência Brasileira de Automática, volume 1,

pages 81-122, Uberlândia, Brasil, 1998.

Page 64: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

63

A. LOCALIZAÇÃO DOS VECTORES DE TENSÃO SIMPLES DE SAÍDA

a) Zona 1 (0 < Фu < π/6) b) Zona 2 (π/6 < Фu < π/3)

c) Zona 3 (2π/6 < Фu < π/2) d) Zona 4 (3π/6 < Фu < 2π/3)

e) Zona 5 (2π/3 < Фu < 5π/6) f) Zona 6 (5π/6 < Фu < π)

Page 65: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

64

g) Zona 7 (π < Фu < 7π/6) h) Zona 8 (7π/6 < Фu < 4π/3)

i) Zona 9 (4π/3 < Фu < 3π/2) j) Zona 10 (3π/2 < Фu < 5π/3)

k) Zona 11 (5π/3 < Фu < 11π/6) l) Zona 12 (11π/6 < Фu < 2π)

Page 66: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

65

B. LOCALIZAÇÃO DOS VECTORES DE CORRENTE DE ENTRADA.

a) Zona 1 (0 < Фi < π/6) b) Zona 2 (π/6 < Фi < π/3)

c) Zona 3 (π/3 < Фi < π/2) d) Zona 4 (π/2 < Фi < 2π/3)

e) Zona 5 (2π/3 < Фi < 5π/6) f) Zona 6 (5π/6 < Фi < π)

Page 67: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

66

g) Zona 7 (π < Фi < 7π/6) h) Zona 8 (7π/6 < Фi < 4π/3)

i) Zona 9 (4π/3 < Фi < 3π/2) j) Zona 10 (3π/2 < Фi < 5π/3)

k) Zona 11 (5π/3 < Фi < 11π/6) l) Zona 12 (11π/6 < Фi < 2π)

Page 68: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

67

C. LOCALIZAÇÃO DOS EIXOS dq REFERENTES À ZONA I1 DE CORRENTE.

a) Zona V1 tensão (-π/6 < Фu < π/6) b) Zona V2 tensão (π/6 < Фu < π/2)

c) Zona V3 tensão (2π/3 < Фu < 5π/6) d) Zona V4 tensão (5π/6 < Фu < 7π/6)

e) Zona V5 tensão (7π/6 < Фu < 3π/2) f) Zona V6 tensão (3π/2 < Фu < 11π/6)

Page 69: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

68

D. COMBINAÇÕES DOS ESTADOS DO RECTIFICADOR E DO INVERSOR

Tabela D.1 – Estados do Rectificador e Inversor a aplicar no controlo das correntes de saída e do factor de potência à entrada, do Conversor Matricial Esparso, consoante as zonas de

tensão e corrente em causa.

Sα; Sβ -1; -1 -1; 0 -1; +1 0; -1 0; 0 0; +1 +1; -1 +1; 0 +1; +1

Sq Sq Sq Sq Sq Sq Sq Sq Sq

Zona

T

ensã

o

Zona

C

orre

nte

-1 +1 -1 +1 -1 +1 -1 +1 -1 +1 -1 +1 -1 +1 -1 +1 -1 +1

V1 I1 R1I5 R6I5 R1I4 R6I4 R1I3 R6I3 R1I5 R6I5 R1I8 R1I8 R6I2 R1I2 R6I6 R1I6 R6I1 R1I1 R6I2 R1I2

V1 I2 R1I5 R6I5 R1I4 R6I4 R6I3 R1I3 R1I5 R6I5 R1I8 R1I8 R6I2 R1I2 R1I6 R6I6 R6I1 R1I1 R6I2 R1I2 V1 I3 R1I5 R6I5 R6I4 R1I4 R6I3 R1I3 R1I5 R6I5 R1I8 R1I8 R6I2 R1I2 R1I6 R6I6 R1I1 R6I1 R6I2 R1I2 V1 I4 R6I5 R1I5 R6I4 R1I4 R6I3 R1I3 R6I5 R1I5 R1I8 R1I8 R1I2 R6I2 R1I6 R6I6 R1I1 R6I1 R1I2 R6I2 V1 I5 R6I5 R1I5 R6I4 R1I4 R1I3 R6I3 R6I5 R1I5 R1I8 R1I8 R1I2 R6I2 R6I6 R1I6 R1I1 R6I1 R1I2 R6I2 V1 I6 R6I5 R1I5 R1I4 R6I4 R1I3 R6I3 R6I5 R1I5 R1I8 R1I8 R1I2 R6I2 R6I6 R1I6 R6I1 R1I1 R1I2 R6I2 V2 I1 R2I5 R1I5 R2I4 R1I4 R2I3 R1I3 R2I5 R1I5 R2I8 R2I8 R1I2 R2I2 R1I6 R2I6 R1I1 R2I1 R1I2 R2I2 V2 I2 R2I5 R1I5 R2I4 R1I4 R1I3 R2I3 R2I5 R1I5 R2I8 R2I8 R1I2 R2I2 R2I6 R1I6 R1I1 R2I1 R1I2 R2I2 V2 I3 R2I5 R1I5 R1I4 R2I4 R1I3 R2I3 R2I5 R1I5 R2I8 R2I8 R1I2 R2I2 R2I6 R1I6 R2I1 R1I1 R1I2 R2I2 V2 I4 R1I5 R2I5 R1I4 R2I4 R1I3 R2I3 R1I5 R2I5 R2I8 R2I8 R2I2 R1I2 R2I6 R1I6 R2I1 R1I1 R2I2 R1I2 V2 I5 R1I5 R2I5 R1I4 R2I4 R2I3 R1I3 R1I5 R2I5 R2I8 R2I8 R2I2 R1I2 R1I6 R2I6 R2I1 R1I1 R2I2 R1I2 V2 I6 R1I5 R2I5 R2I4 R1I4 R2I3 R1I3 R1I5 R2I5 R2I8 R2I8 R2I2 R1I2 R1I6 R2I6 R1I1 R2I1 R2I2 R1I2 V3 I1 R3I5 R2I5 R3I4 R2I4 R3I3 R2I3 R3I5 R2I5 R3I8 R3I8 R2I2 R3I2 R2I6 R3I6 R2I1 R3I1 R2I2 R3I2

V3 I2 R3I5 R2I5 R3I4 R2I4 R2I3 R3I3 R3I5 R2I5 R3I8 R3I8 R2I2 R3I2 R3I6 R2I6 R2I1 R3I1 R2I2 R3I2 V3 I3 R3I5 R2I5 R2I4 R3I4 R2I3 R3I3 R3I5 R2I5 R3I8 R3I8 R2I2 R3I2 R3I6 R2I6 R3I1 R2I1 R2I2 R3I2 V3 I4 R2I5 R3I5 R2I4 R3I4 R2I3 R3I3 R2I5 R3I5 R3I8 R3I8 R3I2 R2I2 R3I6 R2I6 R3I1 R2I1 R3I2 R2I2 V3 I5 R2I5 R3I5 R2I4 R3I4 R3I3 R2I3 R2I5 R3I5 R3I8 R3I8 R3I2 R2I2 R2I6 R3I6 R3I1 R2I1 R3I2 R2I2 V3 I6 R2I5 R3I5 R3I4 R2I4 R3I3 R2I3 R2I5 R3I5 R3I8 R3I8 R3I2 R2I2 R2I6 R3I6 R2I1 R3I1 R3I2 R2I2 V4 I1 R4I5 R3I5 R4I4 R3I4 R4I3 R3I3 R4I5 R3I5 R4I8 R4I8 R3I2 R4I2 R3I6 R4I6 R3I1 R4I1 R3I2 R4I2 V4 I2 R4I5 R3I5 R4I4 R3I4 R3I3 R4I3 R4I5 R3I5 R4I8 R4I8 R3I2 R4I2 R4I6 R3I6 R3I1 R4I1 R3I2 R4I2 V4 I3 R4I5 R3I5 R3I4 R4I4 R3I3 R4I3 R4I5 R3I5 R4I8 R4I8 R3I2 R4I2 R4I6 R3I6 R4I1 R3I1 R3I2 R4I2 V4 I4 R3I5 R4I5 R3I4 R4I4 R3I3 R4I3 R3I5 R4I5 R4I8 R4I8 R4I2 R3I2 R4I6 R3I6 R4I1 R3I1 R4I2 R3I2 V4 I5 R3I5 R4I5 R3I4 R4I4 R4I3 R3I3 R3I5 R4I5 R4I8 R4I8 R4I2 R3I2 R3I6 R4I6 R4I1 R3I1 R4I2 R3I2 V4 I6 R3I5 R4I5 R4I4 R3I4 R4I3 R3I3 R3I5 R4I5 R4I8 R4I8 R4I2 R3I2 R3I6 R4I6 R3I1 R4I1 R4I2 R3I2 V5 I1 R5I5 R4I5 R5I4 R4I4 R5I3 R4I3 R5I5 R4I5 R5I8 R5I8 R4I2 R5I2 R4I6 R5I6 R4I1 R5I1 R4I2 R5I2 V5 I2 R5I5 R4I5 R5I4 R4I4 R4I3 R5I3 R5I5 R4I5 R5I8 R5I8 R4I2 R5I2 R5I6 R4I6 R4I1 R5I1 R4I2 R5I2 V5 I3 R5I5 R4I5 R4I4 R5I4 R4I3 R5I3 R5I5 R4I5 R5I8 R5I8 R4I2 R5I2 R5I6 R4I6 R5I1 R4I1 R4I2 R5I2 V5 I4 R4I5 R5I5 R4I4 R5I4 R4I3 R5I3 R4I5 R5I5 R5I8 R5I8 R5I2 R4I2 R5I6 R4I6 R5I1 R4I1 R5I2 R4I2 V5 I5 R4I5 R5I5 R4I4 R5I4 R5I3 R4I3 R4I5 R5I5 R5I8 R5I8 R5I2 R4I2 R4I6 R5I6 R5I1 R4I1 R5I2 R4I2 V5 I6 R4I5 R5I5 R5I4 R4I4 R5I3 R4I3 R4I5 R5I5 R5I8 R5I8 R5I2 R4I2 R4I6 R5I6 R4I1 R5I1 R5I2 R4I2 V6 I1 R6I5 R5I5 R6I4 R5I4 R6I3 R5I3 R6I5 R5I5 R6I8 R6I8 R5I2 R6I2 R5I6 R6I6 R5I1 R6I1 R5I2 R6I2 V6 I2 R6I5 R5I5 R6I4 R5I4 R5I3 R6I3 R6I5 R5I5 R6I8 R6I8 R5I2 R6I2 R6I6 R5I6 R5I1 R6I1 R5I2 R6I2 V6 I3 R6I5 R5I5 R5I4 R6I4 R5I3 R6I3 R6I5 R5I5 R6I8 R6I8 R5I2 R6I2 R6I6 R5I6 R6I1 R5I1 R5I2 R6I2 V6 I4 R5I5 R6I5 R5I4 R6I4 R5I3 R6I3 R5I5 R6I5 R6I8 R6I8 R6I2 R5I2 R6I6 R5I6 R6I1 R5I1 R6I2 R5I2 V6 I5 R5I5 R6I5 R5I4 R6I4 R6I3 R5I3 R5I5 R6I5 R6I8 R6I8 R6I2 R5I2 R5I6 R6I6 R6I1 R5I1 R6I2 R5I2 V6 I6 R5I5 R6I5 R6I4 R5I4 R6I3 R5I3 R5I5 R6I5 R6I8 R6I8 R6I2 R5I2 R5I6 R6I6 R5I1 R6I1 R6I2 R5I2

Page 70: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

69

E. SIMULAÇÃO DO CONVERSOR MATRICIAL ESPARSO

Neste anexo são explicados os modelos utilizados nas simulações do Conversor Matricial

Esparso, referentes às três soluções apresentadas na secção 5.1.

O ficheiro de dados (Dados_Matricial.m) utilizado nas simulações encontra-se representado na

figura E.1.

Figura E.1 – Dados Utilizados nas Simulações do Conversor Matricial Esparso.

E.1. Solução 1

O modelo global da simulação (Matricial1.mdl) referente à solução 1 é representado na figura

E.2, sendo este constituído pelos blocos Rede, Filtro, Carga, Conversor Matricial Esparso e Controlo.

Page 71: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

70

Figura E.2 – Modelo da Simulação do Conversor Matricial Esparso Referentes à Solução 1.

E.1.1. Bloco Rede

O modelo do bloco Rede, ilustrado na figura E.3, simula a rede eléctrica de baixa tensão. Este

sistema fornece na sua saída três tensões sinusoidais (via, vib e vic), que formam um sistema trifásico

equilibrado semelhante ao apresentado em (2.8).

Entradas: Não tem ;

Saídas: via, vib e vic.

Page 72: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

71

Figura E.3 – Modelo do bloco Rede.

E.1.2. Bloco Filtro

O bloco de filtro simula o filtro que é colocado na entrada do Conversor Matricial Esparso,

apresentado na secção 2.4.

Visto estarmos na presença de sistemas eléctricos trifásicos e equilibrados, apenas serão

tratadas duas variáveis linearmente independentes para as tensões (vc = - va - vb) e correntes (ic = - ia -

ib). O bloco recebe nas suas entradas, as tensões da rede (via e vib) e as correntes de entrada do

Conversor Matricial Esparso (ia e ib), fornecendo como resultado as tensões de saída (va, vb e vc) e as

correntes na entrada (iia, iib e iic), do filtro.

Do estudo desenvolvido por (Pinto, 2003), são retiradas as equações que permitem criar o

modelo representado na figura E.4.

As correntes que circulam nas bobinas do filtro (ila e ilb) são conseguidas através das equações:

T

la bc ca ia0T

lb bc ca ib0

1 2 1( )3 3

2 1 1( )3 3

i v v v dtl l l

i v v v dtl l l

⎧⎪ = + +⎪⎪⎨⎪

= − − +⎪⎪⎩

∫ (E.1)

Através de (E.1) é possível obter as correntes que circulam nas resistências (ira e irb) que se

encontram em paralelo com as bobinas:

lara bc ca ia

lbrb bc ca ib

1 2 1( )3 3

2 1 1( )3 3

dil li v v vr dt r l l l

dil li v v vr dt r l l l

⎧ = = + +⎪⎪⎨⎪ = = − − +⎪⎩

(E.2)

Page 73: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

72

Somando as correntes das bobinas (E.1) com as correntes nas resistências do filtro (E.2),

obtêm-se as correntes de entrada do filtro:

ia la ra

ib lb rb

ic ia ib

i i ii i ii i i

= +⎧⎪ = +⎨⎪ = − −⎩

(E.3)

Figura E.4 – Modelo do bloco Filtro.

As tensões compostas à saída do filtro são dadas por:

T

bc la lb bc a b0T

ca la lb ca a b0

1 2 1 1 2( )3 3 3 3

2 1 1 2 1( )3 3 3 3

v i i v i i dtc c 3cr c c

v i i v i i dtc c 3cr c c

⎧⎪ = + − − −⎪⎪⎨⎪

= − − − + +⎪⎪⎩

∫ (E.4)

Através de (E.4) são retiradas as tensões simples de saída (E.5).

Page 74: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

73

a bc ca

b bc ca

c a b

1 ( 2 )31 (2 )3

v v v

v v v

v v v

⎧ = − −⎪⎪⎪ = +⎨⎪

= − −⎪⎪⎩

(E.5)

Entradas: via, vib, ia e ib ;

Saídas: va , vb , vc , iia , iib e iic .

E.1.3. Bloco Carga

Este bloco simula a carga trifásica equilibrada RL (figura E.5), que é associada à saída do

conversor. O modelo apresentado na figura E.6, recebe como entradas as tensões de saída do

Conversor Matricial Esparso (vA, vB e vC), fornecendo como resultado as respectivas correntes que

circulam na carga (iA, iB e iC).

Seguidamente são apresentadas as equações representativas do modelo.

Figura E.5 – Carga associada à saída do conversor.

Aplicando a lei das malhas ao circuito da carga, obtêm-se as equações (E.6).

A BAB A B

B CBC B C

C ACA C A

( )R( ) L

( )R( ) L

( )R( ) L

d i iv i i

dtd i i

v i idt

d i iv i i

dt

−⎧ = − +⎪⎪

−⎪ = − +⎨⎪

−⎪= − +⎪

(E.6)

Page 75: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

74

Considerando:

AB A B

BC B C

CA C A

i i ii i ii i i

= −⎧⎪ = −⎨⎪ = −⎩

(E.7)

obtêm-se as equações apresentadas em (E.8).

T

AB A B AB AB0T

BC B C BC BC0T

CA C A CA CA0

1 R (0)L

1 R (0)L

1 R (0)L

i v v i dt i

i v v i dt i

i v v i dt i

⎧⎪ = − − +⎪⎪⎪⎪ = − − +⎨⎪⎪⎪

= − − +⎪⎪⎩

(E.8)

Tratando-se de uma carga trifásica equilibrada: A B C A B C0i i i i i i+ + = ⇔ = − − , as correntes

na saída do conversor são dadas por:

AB CAA

BC ABB

C A B

3

3

i ii

i ii

i i i

−⎧ =⎪⎪

−⎪ =⎨⎪

= − −⎪⎪⎩

(E.9)

Figura E.6 – Modelo do bloco Carga.

Page 76: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

75

Entradas: vA , vB e vC ;

Saídas: iA , iB e iC .

E.1.4. Bloco Conversor Matricial Esparso

Este bloco simula o Conversor Matricial Esparso, através das relações de tensões e de

correntes entre as entradas e saídas, em função dos estados dos interruptores do rectificador e do

inversor. Deste modo o modelo ilustrado na figura E.7, é formado pelo bloco Rectificador e pelo bloco

Inversor.

O modelo recebe como entradas as tensões à saída do filtro (va, vb e vc), as correntes que

circulam na carga (iA, iB e iC) e os estados dos interruptores do Rectificador (S11, S21, S31, S12, S22 e

S32) e do Inversor (γ1, γ2 e γ3). Como resultado, são fornecidas as correntes de entrada (ia e ib) e as

tensões de saída (vA, vB e vC), do conversor.

Figura E.7 – Modelo do bloco Conversor Matricial Esparso.

Entradas: va , vb , vc , iA , iB , iC , S11 , S21 , S31 , S12 , S22 , S32 , γ1 , γ2 e γ3 ;

Saídas: ia , ib , vA , vB e vC .

Page 77: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

76

E.1.4.1. Bloco Rectificador

O modelo do bloco Rectificador ilustrado na figura E.8, implementa as equações matriciais

(2.16) e (2.17). Este recebe como entradas, para além dos estados dos interruptores do rectificador

(S11, S21, S31, S12, S22 e S32), as tensões de saída do filtro (va, vb e vc) e a corrente no andar intermédio

“DC” (iDC), fornecendo como resultado a tensão vDC (tensão no andar intermédio “DC”) dada pela

equação matricial (2.16) e as correntes de entrada do Conversor Matricial Esparso (ia e ib) como

resultado da equação (2.17).

Figura E.8 – Modelo do bloco Rectificador.

Entradas: va , vb , vc , iDC , iB , iC , S11 , S21, S31, S12 , S22 e S32 ;

Saídas: ia, ib e vDC ;

Page 78: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

77

E.1.4.2. Bloco Inversor

O modelo do bloco Inversor presente na figura E.9, implementa a equação matricial (2.20) e as

equações definidas em (E.10), obtidas através da equação (2.24), que relacionam as tensões simples

de saída e a tensão vDC.

A DC 1 2 3

B DC 1 2 3

C DC 1 2 3

2 1 1( )3 3 3

1 2 1( )3 3 31 1 2( )3 3 3

v v

v v

v v

⎧ = γ − γ − γ⎪⎪⎪ = − γ + γ − γ⎨⎪⎪

= − γ − γ + γ⎪⎩

(E.10)

O bloco recebe como entradas os estados dos interruptores (γ1, γ2 e γ3), as correntes na carga

(iA, iB, iC) e a tensão a tensão vDC (tensão no andar intermédio “DC”), fornecendo como resultado a

corrente iDC (corrente no andar intermédio “DC”) dada por (2.20) e as tensões de saída do conversor

(vA, vB e vC) dadas por (E.10)

Figura E.9 – Modelo do bloco Inversor.

Entradas: vDC , iA, iB, iC, γ1, γ2 e γ3 ;

Saídas: iDC, vA , vB e vC .

Page 79: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

78

E.1.5. Bloco Controlo

Este bloco executa o controlo total do conversor, permitindo obter as correntes de saída,

polaridade da tensão vDC e factor de potência de entrada desejados. Com o objectivo de facilitar a sua

compreensão, o modelo global do bloco Controlo apresentado na figura E.10, é constituído pelos

blocos: Detector de Zona de Tensão, Detector de Zona de Corrente, Transformada de Concordia de

Correntes, Transformada de Blondel-Park, Determinação do Erro das Correntes de Saída,

Determinação do erro das correntes de entrada, Gerador das correntes de referência e Tabela de

Estados.

Este bloco recebe como entradas as tensões da rede (vla, vlb e vlc), as correntes na entrada do

filtro (iia, iib e iic) e as correntes de saída do conversor matricial esparso (iA, iB e iC), activando os

interruptores do conversor (S11, S21, S31, S12, S22, S32, γ1, γ2 e γ3) consoante os estados seleccionados.

Entradas: vla , vlb, vlc, iia, iib, iic, iA, iB e iC ;

Saídas: S11, S21, S31, S12, S22, S32, γ1, γ2 e γ3.

Figura E.10 – Modelo do bloco Controlo.

Page 80: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

79

E.1.5.1. Bloco Detector de Zona de Tensão

O modelo representado na figura E.11, executa uma leitura das tensões à entrada do filtro (vla,

vlb e vlc) e calcula as respectivas tensões compostas, fornecendo como resultado, o agrupamento de

zonas de tensão (“V1”, “V2”, “V3”, “V4”, “V5” e “V6”) apresentadas na secção 3.1, em que estas se

inserem.

Os possíveis resultados à saída são:

→ 1 (Zona V1 de tensão) ;

→ 2 (Zona V2 de tensão) ;

→ 3 (Zona V3 de tensão) ;

→ 4 (Zona V4 de tensão) ;

→ 5 (Zona V5 de tensão) ;

→ 6 (Zona V6 de tensão) .

Figura E.11 – Modelo do bloco Detector de Zona de Tensão.

Page 81: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

80

Entradas: vla, vlb e vlc ;

Saídas: Zona_V .

E.1.5.2. Bloco Detector de Zona de Corrente

O modelo do bloco Detector de Zona de corrente apresentado na figura E.12, recebe como

entradas as correntes à saída do conversor (iA, iB e iC), fornecendo como resultado o agrupamento de

zonas de corrente (“I1”, “I2”, “I3”, “I4”, “I5” e “I6”) apresentadas na secção 3.2, em que estas estão

inseridas.

Figura E.12 – Modelo do bloco Controlo.

Os possíveis resultados de saída são:

→ 1 (Zona I1 de corrente) ;

→ 2 (Zona I2 de corrente) ;

Page 82: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

81

→ 3 (Zona I3 de corrente) ;

→ 4 (Zona I4 de corrente) ;

→ 5 (Zona I5 de corrente) ;

→ 6 (Zona I6 de corrente) .

Entradas: iA, iB e iC ;

Saídas: Zona_I .

E.1.5.3. Bloco Transformada de Concordia de Correntes

O bloco Transformada de Concordia de Correntes, tal como o nome indica, aplica a

transformação de Concordia às correntes que são colocadas nas suas entradas, procedendo à

transformação de um sistema de coordenadas “abc” para o sistema “αβ”. Deste modo, o modelo, que

se encontra representado na figura E.13, implementa a equação (2.11).

Este bloco é aplicado às: correntes de entrada do filtro; correntes de saída do conversor e

correntes que servirão de referência ao controlo.

Figura E.13 – Modelo do bloco Transformada de Concordia de Correntes.

Page 83: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

82

Entradas: i1, i2 e i3 ;

Saídas: i1α e i1β.

E.1.5.4. Bloco Transformada de Blondel-Park

Este bloco permite obter a componente “q” das correntes (iq), resultante da aplicação da

transformada de Blondel-Park caracterizada em (E.11), às correntes de entrada do filtro em

coordenadas “αβ” (iα e iβ), permitindo deste modo o controlo do factor de potência de entrada.

d

q

cos( t) sin( t)sin( t) cos( t)

i ii i

α

β

⎡ ⎤ ⎡ ⎤ω ω⎡ ⎤=⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎢ ⎥− ω ω⎣ ⎦ ⎣ ⎦⎣ ⎦

(E.11)

O modelo encontra-se representado na figura E.14.

Figura E.14 – Modelo do bloco Transformada de Blondel-Park.

Entradas: iα e iβ ;

Saídas: iq .

Page 84: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

83

E.1.5.5. Bloco Determinação do Erro das Correntes de Saída

O modelo que se encontra representado na figura E.15, Bloco Determinação do Erro das

Correntes de Saída, recebe como entradas as correntes de saída do Conversor Matricial Esparso (iα e

iβ) juntamente com as respectivas referências (iα ref e iβ ref), determinando o resultado das funções de

comutação Sα(e,t) e Sβ(e,t) apresentadas em (3.3), associadas a comparadores de histerese de três

níveis.

Tratando-se de comparadores de três níveis, a sua implementação foi conseguida, colocando

em paralelo dois comparadores de histerese de dois níveis, tendo um deles uma janela de erro 1,5

vezes superior à janela de erro do outro.

Entradas: iα ref , iβ ref , iα e iβ ;

Saídas: Sα e Sβ .

Figura E.15 – Modelo do bloco Determinação do erro das correntes de saída.

Page 85: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

84

E.1.5.6. Bloco Determinação do Erro das Correntes de Entrada

O modelo presente na figura E.16, recebe como entrada a componente iq, resultante da

aplicação da transformação de Blondel-Park às correntes de entrada do filtro em coordenadas αβ.

Esta é comparada com o valor de referência (0), obtendo-se o valor da função de comutação Sq

apresentada em (3.9), associada com um comparador de histerese de dois níveis.

Figura E.16 – Modelo do bloco Determinação do Erro das Correntes de Entrada.

Entradas: iq ;

Saídas: Sq .

E.1.5.7. Bloco Gerador das Correntes de Referência

Figura E.17 – Modelo do bloco Gerador das Correntes de Referência.

Page 86: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

85

Para gerar as correntes (iα ref e iβ ref) em coordenadas αβ, que servirão de referência ao controlo

das correntes de saída do conversor utilizou-se o modelo cuja representação consta na figura E.17.

Entradas: Não tem ;

Saídas: iα ref e iβ ref .

E.1.5.8. Bloco Tabela de Estados

O bloco Tabela de Estados, coloca os interruptores do Conversor Matricial Esparso à condução

e ao corte consoante os estados seleccionados. O Modelo representado na figura E.18, recebe as

entradas da tabela 3.6 (Zona_V , Zona_I , Sα , Sβ e Sq), fornecendo o correspondente resultado e

activando os respectivos interruptores.

Entradas: Zona_V , Zona_I , Sα , Sβ e Sq ;

Saídas: S11, S21, S31, S12, S22, S32, γ1, γ2 e γ3.

Figura E.18 – Modelo do bloco Controlador dos interruptores.

Page 87: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

86

E.2. Solução 2

O modelo global da simulação (Matricial2.mdl) referente à solução 2, encontra-se representado

na figura E.2. Este é constituído pelos blocos Rede, Carga, Conversor Matricial Esparso cujos

modelos são implementados com recurso a blocos da toolbox “PowerSystems”. O bloco Controlo,

também constituinte do modelo, é igual ao apresentado na secção E.5.1, do anexo E.

O filtro utilizado nesta simulação, apenas tem a função de permitir a leitura da corrente na fase

“a” na entrada do conversor sem conteúdo harmónico de alta frequência. A sua função de

transferência é dada por (E.12) (Menino, Antunes, 2002).

rede SMC2

1( ) ( )

1

L sRi s i s

LLCs sR

+=

+ + (E.12)

Figura E.19 – Modelo da Simulação do Conversor Matricial Esparso Referente à Solução 2.

Page 88: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

87

E.2.1. Bloco Rede

Este bloco, à semelhança com o bloco apresentado na subsecção E.1.1, simula também a rede

eléctrica de baixa tensão, fornecendo nas suas saídas um sistema de tensões trifásico equilibrado (va,

vb e vc) semelhante ao apresentado em (2.8) e as correspondentes correntes fornecidas (ia , ib e ic).

Entradas: Não tem ;

Saídas: ia , ib , ic , va, vb e vc .

Figura E.20 – Modelo do bloco Rede.

E.2.2. Bloco Carga

O modelo do bloco carga utilizado na implementação da solução 2, encontra-se presente na

figura E.21. Este bloco simula igualmente a carga equilibrada de carácter indutivo apresentada na

figura E.5, recebendo como entradas as tensões de saída do Conversor Matricial Esparso (vA, vB e

vC), fornecendo como resultado as correntes que nela circulam (iA, iB e iC).

Entradas: vA, vB e vC ;

Saídas: iA, iB e iC .

Page 89: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

88

Figura E.21 – Modelo do bloco Carga.

E.1.3. Bloco Conversor Matricial Esparso

Este bloco simula o Conversor Matricial Esparso, implementando a associação Rectificador –

Inversor, com todos os interruptores constituídos por blocos de interruptores ideais.

Figura E.22 – Modelo do bloco Conversor Matricial Esparso.

Page 90: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

89

O modelo, apresentado na figura E.22, recebe como entradas as tensões da rede (va, vb e vc) e

os estados dos interruptores do rectificador (S11, S21, S31, S12, S22 e S32) e do inversor (γ1, γ2 e γ3),

fornecendo como resultado as tensões de saída (vA, vB e vC).

Entradas: va, vb, vc, S11, S21, S31, S12, S22, S32, γ1, γ2 e γ3 ;

Saídas: vA, vB e vC .

E.3. Solução 3

Relativamente à solução 2, apresentada na secção E.2, o modelo global da simulação

(Matricial3.mdl) referente à solução 3 (figura E.23), apenas difere no bloco Conversor Matricial

Esparso utilizado e na introdução do bloco Filtro.

i_ABC

V_ic

V_ib

V_ia ; i_ia

V_ia

i_ia

i_ib

i_ic

V_ia

V_ib

V_ic

Rede

-K-

V_ia

V_ib

V_ic

Va

Vb

Vc

Filtro

S11

S21

S31

S12

S22

S32

Gama1

Gama2

Gama3

Va

Vb

Vc

VA

VB

VC

ConversorMatricial Esparso

iA

iB

iC

VA

VB

VC

Carga

iA

iB

iC

V_ia

V_ib

V_ic

i_ia

i_ib

i_ic

S11

S21

S31

S12

S22

S32

Gama1

Gama2

Gama3

Bloco de Controlo

Figura E.23 – Modelo da Simulação do Conversor Matricial Esparso Referente à Solução 3.

Page 91: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

90

E.3.1. Bloco Filtro

O bloco filtro representado na figura E.24 implementa a topologia do filtro de entrada do

Conversor Matricial Esparso apresentada na secção 2.4. O modelo recebe como entradas as tensões

da rede (via, vib e vic) fornecendo como resultado as tensões à saída do filtro (va, vb e vc).

6

V_ic

5

Vc

4

V_ib

3

Vb

2

V_ia

1

Va

rc

rb

ra

lc

lb

la

CcaCbc

Cab

Figura E.24 – Modelo do bloco Filtro.

Entradas: via, vib e vic ;

Saídas: va, vb e vc .

E.3.2. Bloco Conversor Matricial Esparso

Este bloco, cujo modelo se encontra representado na figura E.25, simula a topologia do

Conversor Matricial Esparso apresentada na subsecção 2.3.1, com todos os semicondutores que

constituem os seus interruptores. O modelo recebe como entradas as tensões à saída do filtro (va, vb

e vc) fornecendo como resultado as tensões de saída do conversor matricial esparso (vA, vB e vC).

Entradas: va, vb, vc, S11, S21, S31, S12, S22, S32, γ1, γ2 e γ3 ;

Saídas: vA, vB e vC .

Page 92: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

91

6

VC

5

VB

4

VA

3

Vc

2

Vb1

Va

V_DC

v+-

gm

CE

gm

CE

gm

CE

gm

CE

gm

CE

gm

CE

gm

CE

gm

CE

gm

CE

gm

CE

gm

CE

gm

CE

gm

CE

gm

CE

gm

CE

111

9Gama3

8Gama2

7Gama1

6S32

5S22

4S12

3S31

2S21

1S11

Figura E.25 – Modelo do bloco Conversor Matricial Esparso.

Page 93: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

92

F. SIMULAÇÃO DO UPFC

Neste anexo são apresentados e explicados os modelos utilizados na simulação do UPFC

apresentado na secção 5.2.

O ficheiro de dados (Dados_UPFC.m) utilizado encontra-se representado na figura F.1.

Figura F.1 – Dados utilizados nas simulações do UPFC.

Page 94: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

93

O modelo global da simulação (UPFC.mdl) explicado na subsecção 5.2.1, encontra-se

representado na figura F.2.

Os blocos Filtro e Conversor Matricial Esparso utilizados, são idênticos aos apresentados,

respectivamente, nas subsecções E.1.2 e E.1.4, do anexo E. O bloco Controlo é igualmente

semelhante ao também apresentado na subsecção E.1.5 (anexo E), diferindo apenas, no bloco

Gerador das Correntes que servirão de referência ao controlo das correntes de saída do conversor.

Figura F.2 – Modelo de simulação do UPFC.

Page 95: Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor ... · Controlador Universal de Trânsito de Energia com Conversor Matricial Esparso ... a com polaridade positiva num

94

O modelo que gera as correntes de referência à saída do conversor, encontra-se representado

na figura F.3. Este implementa as equações (5.2) e (5.3), obtendo as correntes de referência na linha

em coordenadas αβ, uma vez conhecidas que são as tensões da fonte E1 e as potências a impor. As

correntes de referência na saída do conversor são 10 vezes superiores às da linha, dada a relação

dos transformadores utilizada, ser de 1:10.

Entradas: Não tem;

Saídas: iα ref e iβ ref.

Figura F.3 – Modelo do bloco Gerador das Correntes de Referência.