conceito de fotografia publicitária

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1 CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO PUBLICIDADE E PROPAGANDA BRUNO PIMENTEL DANIELLE LOSCHIAVO DÉBORA PARREIRAS DIONE PETTERSON GABRIELA BARBOSA LORRAN COELHO MARKELLEN BONATO PEDRO GODOY FOTOGRAFIA PUBLICITÁRIA: O conceito da fotografia publicitária Belo Horizonte 2011

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Trabalho Acadêmico com abordagem em conceitos de fotografias publicitárias.

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1

CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

CURSO PUBLICIDADE E PROPAGANDA

BRUNO PIMENTEL

DANIELLE LOSCHIAVO

DÉBORA PARREIRAS

DIONE PETTERSON

GABRIELA BARBOSA

LORRAN COELHO

MARKELLEN BONATO

PEDRO GODOY

FOTOGRAFIA PUBLICITÁRIA: O conceito da fotografia publicitária

Belo Horizonte

2011

2

BRUNO PIMENTEL

DANIELLE LOSCHIAVO

DÉBORA PARREIRAS

DIONE PETTERSON

GABRIELA BARBOSA

LORRAN COELHO

MARKELLEN BONATO

PEDRO GODOY

FOTOGRAFIA PUBLICITÁRIA: O conceito da fotografia publicitária

Relatório apresentado ao curso de Publicidade e

Propaganda, da Faculdade de Ciências Sociais

Aplicadas, do Centro Universitário Newton Paiva,

5º período, do turno matutino, correspondente a 2ª

etapa do trabalho sobre conceito de fotografia

publicitária.

Orientado: Professor Guto Muniz.

Belo Horizonte

2011

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SUMÁRIO

1. O CONCEITO DA FOTOGRAFIA PUBLICITÁRIA ................................................................ 4

1.1 Principal objetivo: ................................................................................................................. 4

2. FOTOGRAFIA PUBLICITÁRIA................................................................................................. 4

2.1. O bom e o ótimo trabalho de fotografia publicitária ..................................................... 5

2.2. Péssimos trabalhos fotográficos .................................................................................... 10

2.3. Excelente fotografia inadequada ..................................................................................... 12

2.4 O ruim pode ser bom. ......................................................................................................... 13

2.5. Elementos Plásticos ........................................................................................................... 16

2.6 Texto-Imagem ....................................................................................................................... 20

2.7 Os apelos da fotografia atual ........................................................................................... 24

3. REFERÊNCIAS ......................................................................................................................... 27

4

1. O CONCEITO DA FOTOGRAFIA PUBLICITÁRIA

1.1 PRINCIPAL OBJETIVO:

Possibilitar, através da análise de peças gráficas recentes, o levantamento de

aspectos e características capazes de conceituar positiva ou negativamente um

trabalho fotográfico no âmbito da publicidade.

2. FOTOGRAFIA PUBLICITÁRIA

A fotografia publicitária é responsável por atribuir importância ao tema trabalhado, ou

seja, é preciso que o fotógrafo conheça o assunto para registrar as principais

características do produto. Ter conhecimento técnico, saber quais as ferramentas e

equipamentos que estão a sua disposição são fatores que agregam valor ao

trabalho.

O trabalho do fotógrafo consiste em dar visão para o observador. Este conduz o

entendimento da mensagem, que juntamente ao repertório do observador/leitor irá

realizar a percepção, a identificação e a interpretação daquilo que a foto quer dizer.

Se para um bom resultado é preciso seguir tais caminhos mencionados acima, qual

a diferença de um ótimo e um bom trabalho? Para tal pergunta há inúmeras

respostas e discussões.

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2.1. O BOM E O ÓTIMO TRABALHO DE FOTOGRAFIA

PUBLICITÁRIA

Bom para dicionário Houaiss (2008) quer dizer, “aquilo que apresenta as qualidades

esperadas.” Ou seja, fazer o que se pede. Produzir somente o que foi relatado pela

empresa, para que a agência produza. Podendo usar dos melhores recursos,

suportes, câmeras, estruturas, artistas, etc. Mas se esquecendo da criatividade e

dos approach emocionais. Os exemplos que seguem apresentam peças que

possuem boas estruturas, mas não podem ser considerados perfeitos e excelentes.

Segundo o site Dicas de fotografia (2009) “um equipamento bom só vai dar mais

recursos para quem está fotografando. A composição e o momento certo só podem

ser percebidos por quem está o operando.” Não se pode pensar pequeno, as boas

fotos são produzidas com pouca criatividade, e preciso estar sempre atento com as

mudanças do mundo.

FIGURA 1: Volkswagen Trucks

Fonte: < http://adsoftheworld.com/taxonomy/country/brazil?. Acesso em 16 de mar. de 2011. Ás

17:00h.>

6

A foto é boa, a mensagem passada é legal, mas falta algo. A foto boa é complica de

definir por isso, os atributos técnicos são bons, mas é algo que poderia ser melhor

trabalhado. A criatividade é um forte atributo para se produzir um ótimo trabalho e

neste caso fez falta.

FIGURA 2: AACD

Fonte: <http://adsoftheworld.com/taxonomy/country/brazil?. Acesso em 16 de mar. de 2011. Ás

17:33h.>

A foto é bonita, é um belo trabalho, mas não contribui para a mensagem principal:

“Você não pode imaginar o quão maravilhoso subir alguns degraus pode ser para

alguém que possa voltar a andar.” Ela não surpreende. E para essa campanha

poderia ter abusado do approach emocional.

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Em relação ao ótimo trabalho fotográfico, o dicionário Houaiss (2008) explica que

ótimo significa: “o que é melhor possível; excelente, que tem aprovação”. Aquilo que

pode surpreender, ir além do esperado. Buscar caminhos que o senso comum não

buscaria. RIBEIRO (2009) afirma que:

“Quando a realidade muda, passa a ser regida por novas leis.

Não perceber isso faz a empresa perder a competitividade.

Aperfeiçoar procedimentos e técnicas anteriores é inútil – pelo

simples fato de que as leis que os legitimavam não existem

mais. Foram revogadas pela nova realidade.”

Por tanto para se ter um ótimo trabalho não pode ficar preso a convenções, a

padrões pré-estabelecidos. Como explica PERSICHETTI (2002) que uma boa

fotografia publicitária é simplesmente seguir o briefing. Assim possivelmente você

estará fazendo releitura de releituras, repetição de imagens já presentes no

imaginário do público. Produzir cópia da cópia não significa produz uma ótima foto.

Ela pode até ser boa, corresponder ao esperado, mas não será ótima, não irá além

do se pede. Veja este exemplo de um ótimo trabalho de fotografia publicitária.

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FIGURA 3: Itaú

Fonte: < DBZ, agência. Revista VEJA . Editora Abril .Edição 2.205 – ano 44 nº8. 23 de fev. de

2011.>

Esta fotografia é considerada ótima, não apenas, pelos atributos de técnica,

iluminação, etc. Mas por surpreender o leitor da revista. A empresa Itaú

aproveitando de uma situacionalidade, encomendou este trabalho, para promover

um serviço oferecido. No caso acima, o mundo se despedia de Ronaldo, o

fenômeno, a sua aposentadoria era o assunto principal mundialmente discutido. Mas

o que surpreende na foto, é que o fotografo não usou cenas comuns para falar de

futebol. Não foi ao obvio, como chuteiras dependuradas, mas foi a uma cena de

descanso, com elemento do futebol para referenciar o momento. Não utilizando uma

imagem corriqueira.

FIGURA 4: UNIMED

Fonte: <http://adsoftheworld.com/taxonomy/country/brazil?. Acesso em 16 de mar. de 2011. as

17:16h.>

9

A ótima foto pode ser qualquer fotografia utilizada no lugar e na hora certa. O

trabalho busca um forte apelo emocional, e para falar de um assunto que vem sendo

discutido há vários anos. Para não cair no óbvio, e passar despercebido aos olhos

do público, a opção foi “causar”.

FIGURA 5: Segmento Comunicação

Fonte: <http://adsoftheworld.com/taxonomy/country/brazil?. Acesso em 16 de mar. de 2011. as

17:26h.>

A Segmento Comunicação para falar de um tema que está em alta, sendo discutido

ao todo momento, preservação do meio ambiente. Representou da melhor maneira

possível a ligação do homem e da natureza. Sem grandes efeitos. Foi do simples

para chamar a atenção de um público que esta sendo bombardeado com

informações de preservação. Para não ser mais um no meio de vários anúncios.

10

A diferença entre ÓTIMO e BOM é que o primeiro surpreende e outro corresponde.

A ótima foto pode ser qualquer fotografia utilizada no lugar e na hora certa. Além de

utilizar de fotografias que talvez não pudesse esta ali naquele momento, mas esta e

cumpre o seu papel, atinge o público e o envolve. Ela extrapola os limites do

esperado, da linguagem visual.

2.2. PÉSSIMOS TRABALHOS FOTOGRÁFICOS

O que torna uma foto publicitária de má qualidade, caracterizando um péssimo

trabalho, é aquela em que o profissional não usa dos atributos da fotografía para

qualificar o produto ou serviço que ele esteja registrando.

"A fotografia é uma arte "pouco segura", já que ninguém

interpreta uma fotografia do mesmo modo que outra pessoa.

Algumas fotografias deixam-nos a pensar, a refletir sobre

elas, enquanto que outras, pura e simplesmente, não nos

afetam, passam-nos ao lado." (BARTHES, 1998)

Segundo BARTHES (1998) na fotografia publicitária nada é feito ao acaso. Pelo

contrário, é tudo preparado e previamente estudado. De fato, apesar da criatividade

que se lhe reconhece, o fotógrafo publicitário trabalha por uma ideia pré concebida

que está representada num esquema.

Se uma fotografia é julgada como um péssimo exemplo publicitário em uma peça, é

porque não houve um entendimento da mensagem. Então a imagem tem que captar

junto ao produto o que realmente quer dizer. A análise do briefing é extremamente

importante, pois ali contém as informações necessárias para a qualidade da foto.

Sendo assim, do que se trata a foto, os recursos, técnicas, equipamentos que

podem ser utilizados, qual o melhor ambiente, que tipo de modelo harmoniza com o

produto. Caso a foto não esteja passando um bom entendimento, ou a modelo, o

11

cenário não encaixam bem para determinada peça, a foto não vai passar a

mensagem correta do produto, portanto não contribuirá para o raciocínio do

consumidor.

"A imagem é destinada a agradar seu espectador, a oferecer-

lhe sensações especifícas [...] essa função da imagem é hoje

indissociável, ou quase, da noção de arte, a ponto de se

confundirem as duas, e a ponto de uma imagem que visa

obter um efeito estético poder se passar por imagem

artística." (AUMONT, 2001)

Contudo, é importante frisar, que por fatores como estes, ocorrerão erros para que

essa fotografia publicitária seja um péssimo exemplo. O referencial fundamentado é

todo um conjunto e a harmonia com que a imagem vai ser representada, fazendo

com que o entendimento aconteça entre a direção do fotógrafo, o desempenho da

modelo, e a competência da produção. O produto ou serviço que está sendo

anunciado deve agir como estimulante para levar o consumidor a consumir.

12

FIGURA 6: Via Marte

Fonte: <http://adsoftheworld.com/taxonomy/country/brazil?. Acesso em 16 de mar. de 2011. as

17:26h.>

2.3. EXCELENTE FOTOGRAFIA INADEQUADA

Uma “Excelente Fotografia” pode vir a ser classificada como um exemplo

inadequado de publicidade quando a mesma não cria um vinculo com o consumidor

ou não afeta de forma moral. Uma Excelente fotografia publicitária antes de ser

tirada, tudo é preparado e pensado ao por menor, desde a pose até ao cenário

escolhido, passando por outros factores como o enquadramento, a luz ou a escolha

do ator publicitário.

E aquela que alavanca as vendas, cresce o número de consumidores e constrói uma

ligação forte com seu público, fazendo com que seja lembrada por épocas

diferentes.

“A boa fotografia publicitária nem sempre é aquela premiada,

mas é a que gira o produto na gôndola, que constrói marcas,

que tem relevância e gera impacto. O resto é bobagem”.

(LOWNDES, Chico)

Segundo (Rosely, 2001) A fotografia boa em qualquer situação não é apenas uma

boa foto. Ela vai ser uma daquelas imagens-ícones do nosso acervo de referências,

sobre a qual ninguém mais pergunta onde, quando e como foi feita. Ela passa a ser

uma excelente imagem. Então, ela “extrapola a própria fotografia como instrumento

de linguagem”.

A Fotografia inadequada no cenário publicitário é aquela que causa nenhum retorno

a seu anunciante, tornando um investimento mal-gasto e de forma errada. Boas

Fotografias causam impacto, desejo e até mesmo repercussão de forma positiva,

conhecido como “Buzz” quando estão falando de sua marca, seja no “boca-a-boca”

13

ou pela mídia, mas isso só pode ser considerado como boa fotografia se causar um

impacto positivo.

FIGURA 7: ABRAMET

Fonte: <http://adsoftheworld.com/media/print/abramet_drinking_and_driving_2>. Acesso em 28 de

fev. de 2011. as 17h17m.>

2.4 O ruim pode ser bom.

Quando se sujeita uma fotografia a julgamento popular, o principal ou até mesmo o

único quesito que poderá ser avaliado, é o da beleza. Para maioria, uma bela foto

corresponde àquela que está bem enquadrada, sem desfocagem, com condições de

luz ideias a ponto de a imagem não ficar escura...

“Falar somente em estética também é perigoso. Não existe

um conceito universal do que é ou não estético. Para piorar,

temos o terrível hábito de ligar estética somente à beleza

(Qual beleza? Quem define o que é belo?) e, além disso, a

algo sem conteúdo, como se estética não tivesse

intencionalidade, mensagem e discurso, nem – o que é mais

sério – ideologia.” (PERSICHETTI, 2002)

14

A modernidade corresponde ao lado efêmero da beleza, pois rompe com os

conceitos anteriores. A fotografia é vista como meio de reprodução do real. Não

daquilo que somente é belo. Deve-se pensar no lado concreto, de que forma a

beleza vai se manifestar. O que muitas vezes acontece numa fotografia publicitária,

é que ela se sujeita ao conceito. É esse que vai dar todo o fundamento para que a

foto tenha sido feita daquela determinada maneira e seja interpretada a partir de um

ponto de vista que vai muito além do que aparenta ser óbvio.

FIGURA 8: Healt & Beauty

Fonte: <http://adsoftheworld.com/media/print/el_pais_newspaper_health_beauty_sedentary>

Acesso em 13 de mar. de 2011. As 15h00m.>

Um leigo no assunto, por exemplo, poderia questionar o fato de a foto da peça acima

apresentar somente a cintura da modelo e não seu rosto. Há os que partem do

princípio de que uma boa foto não pode “cortar” a cabeça da pessoa a ser

fotografada.

Mas, para o conceito da peça que tem por frase-tema “Estilo de vida sedentário: Um

problema Solúvel” basta apenas mostrar a imagem de uma cintura esbelta. Expor o

rosto da modelo seria inútil para a aplicação do contexto da peça, que visa mostrar a

parte que realmente interessa para sustentar a campanha.

15

Outro exemplo ocorre com a propaganda abaixo. Apesar de a foto estar bem

iluminada e enquadrada, há quem questione o fato de estar aparecendo apenas o

braço do primeiro chef à esquerda e não o mesmo de corpo todo.

FIGURA 9: Festival Paladar

Fonte: <http://adsoftheworld.com/media/print/paladar_gastronomy_festival_exchange_1>

Acesso em 16 de mar. de 2011. As 18h35m.>

Se não tivesse apenas o braço do chef, remeteria a ideia de que há apenas três

pessoas inseridas no festival de gastronomia. Ou se ele estivesse de corpo inteiro,

quatro pessoas. A proposta de aparecer apenas uma parte do corpo, faz com o

receptor pense em um número muito maior de pessoas no festival. Nem três, nem

quatro... O objetivo da foto na peça é demonstrar infinidade.

Por fatores como esses é que em peças publicitárias fundamentadas e com

conceitos, não existem fotografias que podem ser julgadas como ruins. Se uma

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fotografia estiver “ruim” em uma peça, é porque não houve uma compreensão da

mensagem ou porque a propaganda é ruim a ponto de não conseguir conceituar e

dar sentido a foto.

2.5. Elementos Plásticos

Elementos plásticos sempre estiveram presentes em qualquer fotografia. Contudo, o

que faz com que uma fotografia seja realmente eficaz em uma mensagem

publicitária é a maneira como tais elementos são utilizados. Uma comparação pode

ser feita com o trabalho de um fotógrafo amador e de um fotógrafo profissional. O

primeiro tenta, intuitivamente, chamar a atenção do observador apenas para algum

detalhe de sua imagem. É possível também que ele capture uma imagem para ser

observado ao todo. Entretanto, o segundo, deve entender que em uma mensagem

publicitária é necessário direcionar o olhar de quem observa para que se tenha um

resultado eficaz. Para mostrar igualdade entre um indivíduo retratado na imagem

utilizada e o observador pode ser usado um ângulo de tomada frontal, em linha reta

(Figura. 10). Para representar suavidade da imagem, as linhas são mais

arredondadas (Figura. 11). As cores escolhidas podem dar um tom mais alegre ou

mais sofisticado à peça (Figura. 12). Acredito que é possível perceber uma maior

preocupação no suporte que será utilizado e no modo como esses elementos serão

usados.

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FIGURA 10: Verizon

Fonte: <http://adsoftheworld.com/media/print/verizon_domestic_violence>

Acesso em 14 de fev. de 2011. As 19h27m.>

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FIGURA 11: Magnum

Fonte: < http://adsoftheworld.com/media/print/magnum_sin>

Acesso em 14 de fev. de 2011. As 19h31m.>

19

FIGURA 12: Skol

Fonte: < http://adsoftheworld.com/media/print/skol_fountain>

Acesso em 14 de fev. de 2011. As 19h35m.>

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2.6 Texto-Imagem

A fotografia, muita das vezes, transmite uma mensagem ou significado a alguém

sem que seja necessário um texto acompanhando-a. É importante lembrar que essa

percepção varia de lugar para lugar, de cultura para cultura. Ela pode transmitir uma

mensagem para determinado público, e algo completamente diferente para outro

tipo de público, mas mesmo assim ela continua transmitindo seu significado apenas

por aquilo que apresenta.

De acordo com o dicionário da língua portuguesa Houaiss, imagem é a

“representação visível de um ser ou objeto por meios artísticos ou técnicos”. Ela por

si própria é facilmente entendida por quem a vê. Em muitas situações ela já traz no

seu próprio enredo o que quer passar para quem a observa.

Há também casos em que uma imagem, não só a publicitária, mas as fotografias no

geral precisam vir acompanhadas de um elemento textual, seja ela uma legenda, um

texto publicitário etc., para que haja esclarecimento do que está sendo mostrado,

para que haja a interpretação correta, o mesmo sentido que o responsável pela peça

teve ao criar aquela imagem.

Sendo assim, há três maneiras de fazer essa relação TEXTO X IMAGEM. A primeira

relação denomina-se 1+1=1. É a associação mais simples entre as três: a imagem

apresenta a mesma mensagem trazida no texto e/ou título da peça. Portanto, essa

primeira relação tem como principal característica a redundância, o que de fato pode

tornar a peça até desinteressante, pela falta de originalidade. O leitor recebe duas

mensagens, mas absorve apenas um conteúdo.

21

FIGURA 13: Guanabara

Fonte: MACIEIRA, Daniel. Aula Texto e Imagem. Belo Horizonte. Centro Universitário Newton Paiva,

2010. Apresentação do conteúdo da disciplina de Redação para Mídia Impressa. Informação verbal e

visual com apresentação de slides.>

22

A segunda relação de TEXTO X IMAGEM é conhecida como 1+1=2 ou

Complementar, sendo que o título traz uma informação complementada pela

imagem. Textos e imagens apresentam conteúdos diferentes. É preciso ver os dois

modos para que se entendam as idéias principais. Assim, eles são percebidos como

partes de um todo. Em função dessa característica, o anúncio apresenta equilíbrio

entre originalidade e redundância, pois os apelos verbais e visuais interagem-se,

enriquecendo a ideia proposta. Ao contrário da primeira, essa é uma relação que

desperta o interesse do público.

FIGURA 14: DentSIM

Fonte: MACIEIRA, Daniel. Aula Texto e Imagem. Belo Horizonte. Centro Universitário Newton Paiva,

2010. Apresentação do conteúdo da disciplina de Redação para Mídia Impressa. Informação verbal e

visual com apresentação de slides.>

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Por fim, a terceira e última relação TEXTO X IMAGEM, 1+1=3. Nela, o título traz

uma ideia, a imagem traz outra e a combinação das duas gera uma interpretação

coerente com a mensagem. Texto e imagem são componentes independentes na

peça, mas o entendimento só é obtido pela ação conjunta das duas. Quase não há

redundância nesse tipo de anúncio, uma vez que texto e imagem são itens

completamente diferentes, tornando a peça extremamente original, surpreendendo

os leitores.

FIGURA 15: Fon∙Fon

Fonte: MACIEIRA, Daniel. Aula Texto e Imagem. Belo Horizonte. Centro Universitário Newton Paiva,

2010. Apresentação do conteúdo da disciplina de Redação para Mídia Impressa. Informação verbal e

visual com apresentação de slides.>

24

A partir desses conceitos, foi possível verificar nas peças analisadas que os

recursos mais utilizados foram o segundo e o terceiro. Grandes partes dos anúncios

publicitários apostam na segunda técnica: usar o texto como um complemento da

imagem para entendimento da peça, sendo um recurso bastante criativo, mas ainda

redundante em alguns aspectos. Outra parte dos anúncios publicitários arrisca, de

forma positiva, em ousar na composição de suas peças e utilizam a terceira técnica.

Apresentam texto e layout independentes, mas que apenas a combinação deles

gera a interpretação da mensagem, o que torna os anúncios ainda mais criativos,

despertando ainda mais a atenção dos leitores, e consequentemente o sucesso

daquilo que está sendo vendido ou apresentado na peça em questão. Porém,

algumas delas exigem certo raciocínio para entendimento; outras já se relacionam

com a cultura do seu público alvo em função da pouca redundância existente na

relação TEXTO X IMAGEM. Valem ressaltar que são essas peças as consideradas

“ótimas fotografias publicitárias”, em função da sua criatividade e ousadia na criação.

2.7 OS APELOS DA FOTOGRAFIA ATUAL

É notada uma presença forte de conotações sexuais na atual fotografia publicitária

brasileira. Não apenas em campanhas relacionadas ao vestuário, mas também em

outros setores. O corpo feminino sempre foi explorado como tema para as pinturas a

óleo na Europa; esse tema foi repassado para a fotografia e, como objeto de

contemplação, permanece na publicidade. É comum ver a figura feminina ilustrando

campanhas de desodorante masculino e cerveja com roupas e posições

provocantes, para despertar o desejo dos homens. Mas, atualmente, algumas

campanhas se utilizam da sensualidade feminina para chamar a atenção de

mulheres que querem virar aquelas que aparecem na propaganda. Marcas de

calçados e roupas femininas são exemplos, assim como na campanha da Grendene

para um de seus segmentos: Contos de Melissa.

Para chamar a atenção do público mais jovem, a agência NovaS/B reposicionou o

produto Fruittella e o tornou mais provocante, mostrando uma cena na qual uma

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moça está num clima quente com a bala. A agência entendeu que, para focar no

público jovem, o melhor é se utilizar da conotação sexual, por este ser um assunto

muito discutido e debatido nessa faixa etária.

FIGURA: Melissa

Fonte: < http://adsoftheworld.com/media/print/melissa_rapunzel>

Acesso em 17 de fev. de 2011. As 13h34m.>

26

FIGURA: Fruittella

Fonte: < http://www.fruittella.com.br/fruittella/campanhas/campanhas.asp>

Acesso em 17 de fev. de 2011. As 13h57m.>

27

3. REFERÊNCIAS

AUMONT, Jacques. A Imagem. Tradução de Estela dos Santos Abreu e Claudio C.

Santoro. 6 ed. Campinas, SP: Papirus, 2001.

BARTHES, Roland, A Câmara Clara. Lisboa, Edições 70, Colecção Arte e

Comunicação, 1998. Disponivém em :< http://www.bocc.ubi.pt/pag/cordeiro-ricardo-

fotografia-publicitaria.pdf>

HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello.

Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008. 917 p.

PERSICHETTI, Simonetta. O que é uma boa foto? Revista Referência

Fotográfica. São Paulo, nº 3, p. 3-8, janeiro/fevereiro/março de 2002

MUNIZ, Guto. Aula de Fotografia e a Publicidade. Belo Horizonte. Centro

Universitário Newton Paiva, 08 fev. 2011. Apresentação do conteúdo da disciplina de

fotografia publicitária. Informação verbal e visual com apresentação de slides.

NEVES, Martas. Estética e Arte. Belo Horizonte. Centro Universitário Newton Paiva,

2010. Apresentação do conteúdo da matéria O Belo. Informação verbal e visual com

apresentação de slides.

RIBEIRO,Júlio. Fazer acontecer.com.br: o livro de propaganda mais vendido do

Brasil. São Paulo: Saraiva: Virgula, 2009. 293 p.

PERSICHETTI, Simonetta. O que é uma boa foto? Revista Referência Fotográfica.

São Paulo, nº 3, jan/fev/mar. 2002. p. 5-8.

MACIEIRA, Daniel. Aula Texto e Imagem. Belo Horizonte. Centro Universitário

Newton Paiva, 2010. Apresentação do conteúdo da disciplina de Redação para

Mídia Impressa. Informação verbal e visual com apresentação de slides.

IMASTERS. Relação texto/imagem. Disponível em:

<http://imasters.com.br/noticia/42/teoria-do-design/relacao-texto-imagem/>. Acesso

em 13 março 2011.