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Como três equipes interdisciplinares integraram tecnologia à sua prática pedagógica Dra. Betina von Staa [email protected] Ivone Nonato Sotelo [email protected] Síntese O presente trabalho descreve quatro projetos interdisciplinares de três equipes do Colégio Visconde de Porto Seguro que envolveram a utilização de ferramentas de produção on-line do Portal Educacional. Apresentamos os motivos pelos quais as ferramentas foram selecionadas, como ocorreu a organização de cada trabalho, o que os alunos aprenderam e as sugestões que surgiram para a realização de novos projetos com ferramentas deste tipo. A descrição destes trabalhos revela como a integração da tecnologia à educação é viabilizada quando as escolas dispõem de recursos e de apoio ao professor. Será a integração da tecnologia à educação um sonho? Teoricamente, não existem mais dúvidas de que a tecnologia tem de fazer parte do cotidiano escolar. Os motivos para tanto também parecem estar chegando a um consenso entre os especialistas em tecnologia educacional. De um lado, são apresentados motivos práticos: se a tecnologia está disponível no mundo, quem não dominá-la será considerado um excluído digital. A escola não pode se furtar ao seu papel de democratizar o acesso e o conhecimento das novas tecnologias de informação e comunicação (ver: OECD, 2005; Pretto, 2003; Faria, 2002). De outro ponto de vista, também são apresentados motivos pedagógicos para se defender a integração da tecnologia à educação: já é praticamente um consenso de que professores que utilizam as NTIC com seus alunos tendem a desenvolver práticas pedagógicas mais variadas que colocam o aluno no centro do processo de aprendizagem. Esses professores tendem a desenvolver mais o papel de facilitador e de orientador e menos o papel de transmissor do conhecimento. Essa abordagem pedagógica parece mais adequada às necessidades do cidadão do século XIX, que precisa, cada vez mais, desenvolver as habilidades de pesquisa, trabalho coletivo e de produção de conhecimento. (ver: Ramal, 2000; Bracewell et alii., 1998; Riel e Becker, 2000; Barbosa et alii., 2002; Morais, 2000, Kenski, 2003) Um ponto, no entanto, em que ainda pairam muitas dúvidas é a respeito de como proceder para promover essa integração da tecnologia com o cotidiano escolar. É certo que é necessário formar professores e equipar as escolas. Mas as perguntas permanecem: que formação oferecer? Como equipar as escolas? Chega-se a perguntar se é possível oferecer os recursos e a formação necessários para atingir as necessidades educacionais do novo milênio. Como afirma Ramal (2000): “Podemos ter certas dúvidas sobre a possibilidade de, no contexto social brasileiro, encontrarmos os recursos necessários para, além de dotar as escolas de computadores, formar professores capazes de fazer um uso crítico dos meios de comunicação e da tecnologia, passando de simples usuários para ‘estrategistas do conhecimento’, sabendo como e quando usar a informática para aprimorar ou desenvolver as capacidades cognitivas do alunado.” 16

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Como três equipes interdisciplinares integraram tecnologia à sua prática pedagógica

Dra. Betina von Staa [email protected] Nonato Sotelo

[email protected]

Síntese

O presente trabalho descreve quatro projetos interdisciplinares de três equipes do Colégio Visconde de Porto Seguro que envolveram a utilização de ferramentas de produção on-line do Portal Educacional. Apresentamos os motivos pelos quais as ferramentas foram selecionadas, como ocorreu a organização de cada trabalho, o que os alunos aprenderam e as sugestões que surgiram para a realização de novos projetos com ferramentas deste tipo. A descrição destes trabalhos revela como a integração da tecnologia à educação é viabilizada quando as escolas dispõem de recursos e de apoio ao professor.

Será a integração da tecnologia à educação um sonho? Teoricamente, não existem mais dúvidas de que a tecnologia tem de fazer parte do cotidiano escolar. Os motivos para tanto também parecem estar chegando a um consenso entre os especialistas em tecnologia educacional. De um lado, são apresentados motivos práticos: se a tecnologia está disponível no mundo, quem não dominá-la será considerado um excluído digital. A escola não pode se furtar ao seu papel de democratizar o acesso e o conhecimento das novas tecnologias de informação e comunicação (ver: OECD, 2005; Pretto, 2003; Faria, 2002).

De outro ponto de vista, também são apresentados motivos pedagógicos para se defender a integração da tecnologia à educação: já é praticamente um consenso de que professores que utilizam as NTIC com seus alunos tendem a desenvolver práticas pedagógicas mais variadas que colocam o aluno no centro do processo de aprendizagem. Esses professores tendem a desenvolver mais o papel de facilitador e de orientador e menos o papel de transmissor do conhecimento. Essa abordagem pedagógica parece mais adequada às necessidades do cidadão do século XIX, que precisa, cada vez mais, desenvolver as habilidades de pesquisa, trabalho coletivo e de produção de conhecimento. (ver: Ramal, 2000; Bracewell et alii., 1998; Riel e Becker, 2000; Barbosa et alii., 2002; Morais, 2000, Kenski, 2003)

Um ponto, no entanto, em que ainda pairam muitas dúvidas é a respeito de como proceder para promover essa integração da tecnologia com o cotidiano escolar. É certo que é necessário formar professores e equipar as escolas. Mas as perguntas permanecem: que formação oferecer? Como equipar as escolas? Chega-se a perguntar se é possível oferecer os recursos e a formação necessários para atingir as necessidades educacionais do novo milênio. Como afirma Ramal (2000):

“Podemos ter certas dúvidas sobre a possibilidade de, no contexto social brasileiro, encontrarmos os recursos necessários para, além de dotar as escolas de computadores, formar professores capazes de fazer um uso crítico dos meios de comunicação e da tecnologia, passando de simples usuários para ‘estrategistas do conhecimento’, sabendo como e quando usar a informática para aprimorar ou desenvolver as capacidades cognitivas do alunado.”

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São muitos os autores, como Faria (2002), que defendem que a escola tem de se reinventar. É verdade que a escola tem muito a se desenvolver e que os processos de mudança em um contexto escolar são, aparentemente, bastante lentos (Barbosa et alii, 2002). No entanto, reinventar-se é muito difícil. Ao ler uma proposta tão ampla como esta muitos professores e diretores devem se perguntar Por onde começo a me reinventar?.

O que percebemos, no entanto, seis anos após a apresentação da dúvida a respeito da possibilidade de se integrar tecnologia à educação no contexto brasileiro, é que podemos, sim, oferecer os recursos e a formação necessários para que professores e alunos utilizem tecnologias de informação e comunicação de maneira crítica e significativa. Como demonstram os outros casos do presente livro e Assumpção et alii (2006), escolas de educação infantil, de ensino fundamental e de ensino médio já têm algumas boas notícias a oferecer nesse quesito.

Entendemos que, ao oferecer acesso a recursos tecnológicos dos mais variados e apoio ao professor a respeito de como utilizar tais recursos, muitas escolas estão conseguindo desenvolver suas práticas pedagógicas rumo à integração da tecnologia à educação sem que seja necessário se reinventar completamente. Os professores vão conhecendo os recursos, descobrem como eles podem ser úteis e desenvolvem suas práticas de um ano para o outro, baseados no conhecimento que já têm sobre o que é ensinar e aprender.

Também observamos na prática que, quando uma escola tem um portal educacional com ferramentas de pesquisa e de produção próprias para o uso escolar, os professores entendem que estas ferramentas são suas e passam a desenvolver os mais variados trabalhos com elas.1 Os exemplos que descrevemos a seguir mostram, inclusive, que os trabalhos desenvolvidos pelos professores são realizados de forma crítica e significativa. Deste modo, a existência do portal na escola passa a ser um fortíssimo fator motivador para a integração das novas tecnologias ao cotidiano escolar em larga escala e com qualidade, como atestam os projetos que descrevemos aqui.

Objetivo do trabalho Neste trabalho, apresentamos os projetos interdisciplinares de três equipes de professores, que utilizaram o Tablóide, o Construtor de Páginas e a Linha do Tempo do Portal Educacional com os seus alunos. Nosso objetivo é mostrar por que esses professores optaram por utilizar essas ferramentas, como ocorreu a organização do trabalho, o que os alunos aprenderam, as sugestões que surgiram para a realização de novos projetos com ferramentas deste tipo e quais foram os elementos-chave que viabilizaram o desenvolvimento desses trabalhos no Colégio. Os projetos analisados aqui são os seguintes: • Conhecendo São Paulo: Projeto realizado em 2006 pelas equipes de História,

Geografia e Português da Unidade I, com o 2º ano do EM, utilizando o Tablóide. • Alimentação Saudável: Projeto realizado em 2005 pelas equipes de Química,

Geografia, Espanhol e Inglês da Unidade II, com a 8ª serie, utilizando o Tablóide.

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• Memória Paulistana: Projeto realizado em 2005 e 2006 pelas equipes de Ciências, História e Geografia da Unidade III, com a 8ª série, utilizando o Construtor de Páginas.

• Século XX: Projeto realizado em 2005 pelas equipes de Ciências, História e Geografia da Unidade III, com a 8ª série, utilizando a ferramenta Linha do Tempo.

A quantidade de projetos desenvolvidos no Colégio Visconde de Porto Seguro com as ferramentas do seu portal é imensa. No entanto, optamos por nos ater aos trabalhos interdisciplinares por eles exigirem maior coordenação entre equipes diferentes e por possibilitarem observar a aplicação das ferramentas em contextos mais amplos do que os de uma disciplina específica. Com isso, conseguimos delimitar o nosso estudo para tornar viáveis as observações detalhadas do trabalho dos alunos e professores.

Nossas observações foram realizadas com base em entrevistas com os coordenadores das diferentes disciplinas envolvidas nos projetos, observação direta dos trabalhos dos alunos e, no caso do projeto “Conhecendo São Paulo”, também tivemos a oportunidade de conversar com os próprios alunos. Como as autoras deste estudo de caso são a coordenadora do Centro de Tecnologias Aplicadas2 e uma das consultoras em tecnologia educacional do Portal Educacional no Colégio Visconde de Porto Seguro, também utilizamos dados da nossa experiência para descrevê-lo.

As ferramentas escolhidas pelos professores A seguir, caracterizamos as diferentes ferramentas selecionadas pelos professores para a realização de seus projetos interdisciplinares.

O Tablóide O Tablóide é uma ferramenta que permite a cada turma criar de um a três jornais coletivos. Cada jornal tem 8 páginas A4 e é impresso em gráfica depois de pronto. Os professores da turma têm acesso à produção dos alunos com o seu próprio login. São eles que fazem a inscrição, que alteram os nomes das seções dos jornais e que gerenciam quais alunos farão cada parte de cada Tablóide. O expediente, que apresenta o nome completo de cada aluno que participou da elaboração do jornal, é impresso automaticamente. Os alunos podem escolher se desejam uma coluna do Jairo Bouer, do Marcelo Duarte ou uma coluna própria na página 2 do seu Tablóide e há um espaço reservado para o editorial. Somente os Tablóides considerados completos pelo sistema (mais de 80% escrito) são impressos. De 2002 a 2006, foram produzidos aproximadamente 4500 exemplares do Tablóide no Colégio Visconde de Porto Seguro.

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Ilustração 1: Página de entrada do Tablóide 2006 (visão do professor, com links para o

gerenciador, para as orientações e para o boneco, além do link “escrever”, que os alunos também acessam).

O Construtor de Páginas O Construtor de Páginas permite que cada aluno, ou cada grupo de alunos, crie um site com muita facilidade, com os modelos do Portal. Ele também permite que os alunos importem suas páginas criadas no seu editor de html predileto. Deste modo, trata-se de uma ferramenta que permite a usuários inexperientes criarem e publicarem suas páginas, e também oferece liberdade de criação para usuários mais experientes. Os sites criados no Construtor de Páginas do Portal Educacional vêm com assinatura automática, o que garante à escola sempre saber quem criou cada página que é publicada através do Construtor. Os endereços são padronizados: sempre iniciam com http://pessoal.educacional.com.br/. Após a barra vem o login do usuário. Essa característica facilita o acesso às páginas: basta saber o login do usuário, e é possível acessar o seu trabalho. Além disso, os professores têm acesso aos trabalhos dos alunos através do portfólio da turma, onde vêem, com o próprio login, as produções de cada um dos seus alunos, sem precisar saber o seu endereço ou login. De 2001 a junho de 2006 foram criados 5509 sites de alunos e professores no Colégio Visconde de Porto Seguro.

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Ilustração 2: Parte superior da página de entrada do Construtor de Páginas, que remete

aos modelos do Portal.

A Linha do Tempo A ferramenta Linha do Tempo possibilita a alunos e professores criarem linhas do tempo on-line com textos, imagens e até sons. Nesta linha, primeiramente o usuário cria seus eventos, ícones e títulos, já os associando a uma data. Criados os eventos, basta solicitar a criação da linha e ela é gerada automaticamente. O usuário é informado do seu URL e pode escolher se deseja criar uma senha de acesso ao seu trabalho. O professor também tem acesso às produções dos seus alunos pelo portfólio da turma, no link das produções de cada aluno.

Desde 2005, quando foi criada a ferramenta, até junho de 2006, já foram criadas mais de 1700 linhas do tempo no Colégio Visconde de Porto Seguro.

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Ilustração 3: Página do “Criador de Eventos” da Linha do Tempo, com espaço para inserir data, título, ícone e conteúdo. (visão do professor, com link para as orientações;

de resto, a visão do aluno é idêntica).

Por que os professores escolhem ferramentas do Portal Educacional do Colégio Visconde de Porto Seguro? A primeira pergunta que fizemos aos coordenadores envolvidos nesses projetos interdisciplinares com utilização de recursos tecnológicos do Portal Educacional foi a respeito do motivo pelo qual optaram por utilizar determinada ferramenta. As respostas dos coordenadores revelaram que os motivos variavam bastante. O que fica claro quando observamos por que os coordenadores escolhem determinado recurso tecnológico para seu projeto é que nenhum apresentou o mesmo motivo que o outro, mas, certamente, os fatores disponibilidade de ferramentas, necessidade de formar alunos para o uso da tecnologia, segurança, incentivo ao uso e apoio técnico, em algum momento, fizeram parte da tomada de decisão dos professores e coordenadores. Esses componentes estão presentes no Colégio Visconde de Porto Seguro. Vejamos esses pontos em detalhes:

Disponibilidade e motivação dos alunos Alguns coordenadores disseram que escolheram a ferramenta pelo simples motivo que a escola a oferece à sua comunidade. Sendo assim, entendem que ela deve ser considerada e utilizada quando isso faz sentido. E faz sentido. Afinal, como afirma uma coordenadora, as ferramentas permitem usar linguagem escrita, imagens, movimento e som.

Está claro que o fator da disponibilidade interferiu na tomada de decisão dos coordenadores e professores, mas não foi só isso. Os professores também avaliam que a utilização de ferramentas tecnológicas motiva os alunos por variar a dinâmica da aula e por se tratar de um recurso que agrada aos alunos. São ferramentas que desenvolvem a curiosidade, a criatividade e diferentes linguagens. Elas permitem a alunos e professores sair do convencional. “Em um ambiente interativo, como o laboratório de informática, os alunos têm mais liberdade para desenvolver sua criatividade”, afirma uma coordenadora.

Necessidade de preparar alunos para o uso da tecnologia Para uma das coordenadoras entrevistadas, o motivo para utilizar recursos da Internet no seu projeto é que ela considera obrigação da escola preparar os alunos para utilizar essas novas tecnologias de informação e comunicação: nossos alunos têm que estar preparados para mostrar resultados e competência em informática. Ela sabe que esta é uma condição para que se consigam muitos empregos, além de já ser rotina haver avaliações on-line nos mais diferentes contextos. Integrando essas ferramentas à sua prática pedagógica, ela acredita estar oferecendo aos alunos a oportunidade de ter essa formação tecnológica.

Segurança Para os coordenadores menos experientes com tecnologia, o fato das ferramentas estarem no Portal da escola oferecia uma segurança a mais para se

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aventurarem em um terreno ainda pouco conhecido para alguns deles. Eles sabem que a tecnologia pode falhar, mas, se a ferramenta é do Portal da escola, existem caminhos para solucionar os eventuais problemas e pessoas prontas para ajudar. Essas pessoas são a equipe do Centro de Tecnologias Aplicadas (CTA), a equipe de TI da própria escola e os consultores do Portal Educacional que atendem o Colégio presencialmente. Com esse apoio e segurança, os professores aceitam utilizar tecnologia com os seus alunos, mesmo sem dominá-la completamente, o que também não é a sua obrigação. Deste modo, projetos que envolvem muitos professores com diferentes níveis de conhecimento da tecnologia são viabilizados. Uma questão que deixa os professores em dúvida no momento da escolha da ferramenta é a reclamação de alguns alunos de que elas sejam limitadas. O Construtor, com seus modelos prontos, e o Tablóide, que é pré-diagramado, parecem muito simples aos olhos de alguns alunos. Por outro lado, dão segurança ao professor e facilitam o trabalho de pesquisa, seleção e elaboração de imagens e produção de textos, pois os alunos podem dedicar todo o seu empenho a estas tarefas e menos ao acabamento final do seu trabalho. No projeto “Memória Paulistana”, os alunos podiam escolher se utilizariam o Construtor de Páginas ou qualquer outro recurso para criar as suas páginas. A maioria dos alunos acabou escolhendo o Construtor, pela simplicidade no manuseio da ferramenta e pela segurança. Os alunos que quiseram ter mais liberdade de escolher a sua ferramenta não se sentiram tolhidos.

Incentivo ao uso O Colégio Visconde de Porto Seguro tem parceria com o Portal Educacional desde 2001. Regularmente, os coordenadores são convidados a conhecer diferentes ferramentas em diferentes modelos de atendimento, que podem ocorrer em pequenos grupos ou individualmente, em seções únicas ou múltiplas. Essas seções são coordenadas pelos consultores do Portal Educacional ou pela própria equipe do CTA, dependendo de disponibilidade e interesse na divulgação de determinadas ferramentas em determinadas épocas do ano nas diferentes Unidades do Colégio.

Com isso, em 2006, também temos professores que estão utilizando determinado recurso pela primeira vez e outros que já têm experiência com ele. O papel multiplicador dos professores que já tiveram boas experiências com o uso de ferramentas do Portal anteriormente é muito evidente. Deste modo, houve coordenadores que decidiram participar de um projeto só porque foram convidados por algum colega e porque acreditam na interdisciplinaridade, mesmo sem que tenham passado por alguma seção formal de capacitação para o uso de determinada ferramenta. Devido ao seu interesse, esses professores descobrem com os colegas o que desejam saber e contam com o apoio constante do CTA e dos consultores do Portal para tirar as dúvidas que surgirem durante o processo.

A organização dos diferentes projetos A seguir, apresentamos como as diferentes equipes interdisciplinares, que eram compostas por 8 professores em média, se organizaram para a realização dos seus projetos.

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Planejamento Todos os trabalhos descritos aqui envolveram um longo período de planejamento, organização entre as equipes de professores e diferentes atividades dos alunos. Nenhum trabalho se limitou à simples produção dos alunos com uso do recurso tecnológico.

Para elaborar o Tablóide da Alimentação Saudável, em 2005, os alunos sabiam do projeto desde o início do ano. De fevereiro a agosto tiveram a tarefa de ir reunindo o material para o seu jornal, além de fazer pesquisa em língua materna e estrangeira. O jornal foi escrito somente em setembro. A essa altura do ano letivo, os alunos já tinham muito conteúdo para apresentar ali. Foi criado um Tablóide por turma. Suas oito páginas foram divididas entre as áreas que participaram do projeto. Sendo assim, cada professor era responsável pela produção de um número determinado de páginas com os seus alunos.

Em conversas entre a equipe de atendimento e a equipe de produção do Portal Educacional, observamos que a prática de dividir as páginas do jornal entre diferentes professores era muito comum nas escolas, apesar de não corresponderem ao modo como são feitos os jornais de verdade. Sendo assim, em 2006, o Portal optou por oferecer o recurso “Saiba como funciona a redação de um jornal”, com uma animação que descreve a função do editor, repórter, redator e outros profissionais da imprensa. Com base nesta animação, os Tablóides de 2006 foram organizados de outra forma: muitos professores ou equipes, ao invés de dividir as páginas do jornal entre as disciplinas, passaram a sugerir que os alunos distribuíssem as funções de maneira semelhante a uma redação de jornal para elaborar o seu trabalho, sem a necessidade de fragmentar o produto final. Em 2006, os professores do projeto Conhecendo São Paulo optaram por dividir a turma em três grupos (o máximo permitido pela ferramenta), e cada grupo teria de fazer um jornal inteiro, distribuindo as funções de uma redação entre seus diferentes membros. O projeto envolveu uma ida dos alunos ao Centro de São Paulo, produção de relatórios, pesquisa, fotografia, estudo de gêneros jornalísticos e análise de textos sobre São Paulo, além da produção do Tablóide em si. O projeto ocorreu de fevereiro a agosto e foram criados três Tablóides por turma. O projeto Memória Paulistana envolveu estudo do meio, fotografia e produção de textos antes da elaboração dos sites. O projeto ocorreu de junho a agosto. O projeto Século XX foi elaborado de outubro a dezembro de 2005 e também envolveu investigações variadas sobre aspectos científicos, históricos, geográficos e culturais do século passado.

Apresentação do recurso tecnológico aos alunos Outro elemento que todos os projetos tiveram em comum foi o momento da apresentação da ferramenta para os alunos. Como sempre havia uma ferramenta da escola para realizar o trabalho, independentemente se o seu uso era opcional ou obrigatório, era possível levar os alunos ao laboratório para conhecer o seu funcionamento. Com isso, os professores tinham a segurança de que todos os alunos teriam os conhecimentos técnicos mínimos necessários para realizar o seu trabalho. Em alguns casos, os próprios professores apresentaram as ferramentas aos alunos; em outros, pediram que a equipe do CTA fizesse essa demonstração. Essa apresentação da ferramenta aos alunos sempre teve a duração de uma aula.

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É necessário mostrar as ferramentas aos alunos por diferentes motivos, apontados pelos coordenadores. Não são todos os alunos, mesmo em escolas particulares, que dominam a tecnologia como se imagina para conseguirem produzir sites de maneira independente, por exemplo. Deste modo, é necessário garantir que os alunos menos experientes não sejam prejudicados em um trabalho interdisciplinar pela falta de conhecimento técnico. Oferecer apoio ao aluno nesse sentido é reconhecido como tarefa da escola, principalmente quando existe a recomendação de que utilizem uma ferramenta do portal da própria escola.

Uso do laboratório de informática Dependendo da disponibilidade de laboratório e de aulas em cada uma das disciplinas participantes dos projetos, eles foram finalizados na escola ou em casa. O Tablóide da Alimentação Saudável foi todo produzido pelos alunos na escola. Foram necessárias 5 aulas de laboratório com cada turma. Os professores consideraram o período de 45 dias que tinham para produzir o Tablóide em 2005 muito curto, visto que era necessário agendar tantas aulas em um curto período de tempo no laboratório. Em 2006, o Portal Educacional já ofereceu a possibilidade dos usuários do Tablóide produzirem seus jornais a qualquer momento, de fevereiro da setembro. No caso do Conhecendo São Paulo, os alunos redigiram seus textos na sala de aula normal ou em casa, e só foram ao laboratório durante uma aula de 45 minutos para digitar o texto, todos os alunos simultaneamente. Para concretizar os projetos Memória Paulistana e Século XX cada turma passou de duas a três aulas no laboratório, e os alunos finalizaram seus trabalhos em casa ou no Centro Multimídia da escola, que fica disponível aos alunos no turno em que não estão tendo aulas.

Avaliação dos trabalhos finais A avaliação dos trabalhos finais contou com um facilitador comum a todos os projetos: os trabalhos estavam disponíveis on-line e os professores podiam acessá-los no momento que fosse mais conveniente, sem ter que esperar o colega terminar de ver e sem ter que correr para passar o trabalho para o próximo avaliador. As equipes criaram planilhas com critérios a serem observados em cada trabalho e, após todas as observações, os dados das planilhas eram reunidos. A equipe do projeto Conhecendo São Paulo deu aos alunos a oportunidade de redistribuírem os pontos do trabalho entre os diferentes membros grupo, de modo a contemplar os alunos que haviam se destacado com notas mais altas e a revelar os que haviam se dedicado menos. Com algumas exceções, os alunos souberam como distribuir os pontos de maneira justa. Eles afirmam que foi interessante terem tido funções de editor, repórter, redator e assim por diante para elaborar seus jornais, mas que, no final, não foi possível ficarem presos a essas funções, pois o jornal não ficaria pronto em tempo hábil. Todos os alunos acabaram exercendo mais de uma função. De qualquer modo, os jornais formavam um todo indistinto ao final do projeto. Esta mesma equipe teve alguma dificuldade para avaliar os trabalhos dos alunos porque exatamente no segundo semestre de 2006 estava havendo um desajuste entre o número de caracteres que apareciam no jornal impresso e no modo de visualização da ferramenta, impedindo, por vezes, a visualização on-line dos finais dos textos dos alunos, que, mais tarde chegaram corretamente impressos na escola.

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Essa questão já foi levada ao Portal Educacional para ser ajustada, mas quem finalizou seus trabalhos naquele período, de fato, teve essa dificuldade. Quanto à equipe que coordenou os projetos Memória Paulistana, os professores constataram que a maioria dos problemas técnicos com páginas que não abriam ocorreu com alunos que optaram por não usar o Construtor de Páginas. Seja por inabilidade com a ferramenta escolhida, ou por escolherem recursos que não abrem em qualquer máquina, vários desses alunos acabaram tendo que migrar seus trabalhos para o Construtor para que os professores tivessem acesso a eles.

Divulgação Em termos de divulgação dos trabalhos finais, que também é esperado quando se trabalha com projetos (Barbosa, 2002), ela ocorreu da seguinte maneira: Os Tablóides do Conhecendo São Paulo foram distribuídos em classe e os alunos dos 3 diferentes grupos de cada classe leram os trabalhos uns dos outros. Depois, os Tablóides ficaram expostos na Mostra Cultural da Unidade. Os Tablóides do Alimentação Saudável chegaram à escola bem no final do período letivo. Foram entregues aos alunos junto com o certificado da 8ª série, sendo mais um registro de conclusão do ano e indo diretamente para as mãos das famílias, que puderam apreciar o trabalho dos seus filhos. A equipe do Memória Paulistana selecionou os melhores trabalhos, que foram reunidos pela equipe do CTA em um arquivo digital que foi projetado na Mostra Cultural da Unidade. Já as linhas do tempo do projeto Século XX não foram expostas ou partilhadas. Elas ainda podem ser acessadas, mas é o próprio aluno que pode mostrá-la para quem quiser. De qualquer modo, para que fosse possível divulgar os resultados dos trabalhos dos alunos neste estudo, foram criados os sites http://pessoal.educacional.com.br/memoria, para o projeto Memória Paulistana e o site http://pessoal.educacional.com.br/linhadotempo, para o projeto Século XX. Eles contém links para os trabalhos dos alunos, para que seja possível observar o que eles produziram. Por serem impressos, os Tablóides não estão disponíveis on-line. Para disponibilizar os trabalhos on-line dos seus alunos, os professores devem criar seu próprio site e montar links para os trabalhos dos alunos. Não é um processo difícil, mas pode levar tempo e exige que a equipe de apoio ao professor mostre como realizar este procedimento. No ano que vem, pretendemos realizar essa capacitação e sugerir que o Portal Educacional crie maneiras mais automáticas para os professores divulgarem os trabalhos dos seus alunos.

O que os alunos aprenderam Em termos das disciplinas, muitos dos coordenadores ficaram empolgados ao observar como os alunos aprenderam de maneira mais contextualizada nos projetos interdisciplinares. Para produzir o Tablóide do projeto Alimentação Saudável, por exemplo, os alunos aprenderam que Química não envolve só cálculo, mas também escrita. Com isso, descobriram como a escrita também é importante para a ciência. Também descobriram que era necessário consultar um Atlas ou os apontamentos de

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Geografia para produzir as notícias da seção de Química. O conhecimento deixou de ser compartimentado nessas áreas.

Ilustração 4: Parte superior da primeira página do Tablóide do projeto Alimentação

Saudável da turma 1-8ma3 (Observar o nome e o slogan do jornal, variedade de notícias e possibilidade de inserção de imagens. O logo da escola aparece na versão impressa).

Ao pesquisar e escrever em língua estrangeira, os alunos também obtiveram uma visão mais global do tema alimentação. Até os alunos iniciantes em espanhol tiveram de utilizar o léxico referente a alimentos, tiveram de utilizar linguagem em 3ª pessoa mais formal do que os diálogos da sala de aula e ainda aprenderam o passado dos verbos antes do planejado. É por isso que a coordenadora de Espanhol afirma que Todos os trabalhos que envolvem interdisciplinaridade ajudam os alunos a aprender mais. Já no projeto Conhecendo São Paulo, os alunos desenvolveram uma visão global da sua cidade. O jornal tinha diferentes seções, tais como Sociedade, Cultura, Meio-Ambiente, e os alunos tinham de compreender a sua cidade segundo esses diferentes aspectos. Devido às visitas ao Centro da Cidade que fizeram parte desse projeto, a coordenadora de História defende que os alunos educaram o seu olhar: viram a realidade e estão contrapondo o antigo e o novo. Para a disciplina de Português, fazer um Tablóide significou conhecer melhor as seções de um jornal. Os alunos aprenderam a encontrar um editorial em um jornal e perceberam, na prática, a diferença entre este gênero, uma notícia e uma reportagem, por exemplo. Também tiveram de exercitar a síntese de modo autêntico, pois havia limitação de espaço nos campos de texto do Tablóide.

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Ilustração 5: Parte superior da primeira página do jornal da turma 2-2ma2, do projeto “Conhecendo São Paulo”.

Ilustração 6: Charge feita por alunos do Jornal Direto, da turma 2-1mb1, para o projeto “Conhecendo São Paulo”.

Nos projetos Século XX e Memória Paulistana, os coordenadores observaram que os alunos sistematizaram mais os conhecimentos das disciplinas envolvidas, por terem tido que organizar grandes quantidades de informação, que envolviam diferentes linguagens. Como a história de São Paulo envolve sempre ocupação de espaço, os alunos acabaram compreendendo de uma maneira mais lúdica e interativa que os conceitos de História e Geografia não são distintos uns dos outros.

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Ilustração 7: Página do projeto Memória Paulistana, criada no modelo “Tema Livre D”,

pelo grupo de Camila Oliveira Dantas.

Ilustração 8: Página principal padrão do projeto “Memória Paulistana”, do grupo de Alexandre Weiss Bueno. Os links são gerados automaticamente pelo Construtor de

Páginas do Portal Educacional.

Especificamente no projeto Século XX, os professores ficaram muito bem impressionados com a qualidade das descobertas dos alunos durante a pesquisa. Algumas delas eram desconhecidas até pelos professores, que tiveram muito prazer

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em, eles mesmos, fazerem suas pesquisas para confirmar a veracidade das descobertas dos alunos.

Ilustração 9: Linha do Tempo “Geopolítica dos Séculos XX e XXI” de Priscila Simões

Tchorbadjian, da turma 1-8MA4, de 2005, com pop-up do evento “Primeiro Computador Digital”.

De qualquer modo, todos os coordenadores entrevistados têm certeza de que

os alunos aprenderam muitas habilidades e competências que iam além das disciplinas. Os alunos tiveram de aprender a usar as ferramentas, que, de um modo ou de outro, eram novas para a maioria deles; tiveram de se organizar para dividir as tarefas envolvidas com o trabalho; tiveram de selecionar grandes quantidades de dados. Além disso, era necessário exercer autonomia, responsabilidade e resolução de conflitos para garantir a conclusão do trabalho. Essa questão ficou visível principalmente nos trabalhos que envolveram o Tablóide, visto que ele só é impresso

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se estiver completo. Portanto, se um membro do grupo falhasse, poderia comprometer a conclusão do trabalho de todo o grupo.

Diante desses resultados, todos os professores que participaram de projetos interdisciplinares com as ferramentas descritas aqui pretendem realizar um novo projeto no próximo ano, de preferência envolvendo mais professores. A conquista de novos parceiros para trabalhos desse tipo parece cada vez mais fácil: Agora são os meus colegas que vêm me procurar pedindo para participar do projeto, afirma uma coordenadora muito satisfeita.

O que nós todos aprendemos O que os trabalhos descritos aqui revelam é que, para promover a integração da tecnologia à educação é necessário disponibilizar ferramentas apropriadas para o uso na escola, incentivar o seu uso e oferecer apoio constante ao professor. Há muitos professores que buscam novas práticas pedagógicas, que já experimentaram abordagens pedagógicas interessantíssimas sem o uso de tecnologia. Eles precisam simplesmente de incentivo e segurança para desbravar novas áreas, como afirmaram os coordenadores entrevistados aqui. É claro que também existem professores que se enveredariam por descobrir a funcionalidade da tecnologia para o exercício da sua profissão por conta própria, mas estes são minoria. E, de qualquer modo, teriam de ter acesso a recursos tecnológicos para colocar seus sonhos em prática. Uma parceria entre o colégio e o Portal Educacional certamente promove uma aceleração do uso de ferramentas tecnológicas no cotidiano escolar, como atestam os números expressivos de trabalhos feitos com estes recursos no Colégio Visconde de Porto Seguro. Os professores têm consciência de que a ferramenta é deles e que os funcionários da escola e a consultora do Portal estão ali para ajudar. Mais do que isso: como podem acessar os recursos de casa, chegam a explorar as ferramentas por conta própria, com incentivo dos próprios colegas, sem que haja necessidade de momentos específicos de formação para a sua utilização. De qualquer modo, é importante promover esses momentos de formação de maneira rotineira, mesmo que seja com poucos professores, para ir lhes apresentando novas possibilidades de trabalho. Depois, um professor vai chamando o outro. Também observamos que é muito importante estabelecer troca de informações entre os professores que utilizam as ferramentas e a equipe de produção do Portal. Foi devido a essa comunicação constante que os prazos de produção do Tablóide foram alterados em 2006 e é assim que o Portal Educacional vai ajustar a quantidade de caracteres no modo de visualização do Tablóide. Também foi devido a conversas entre a equipe de atendimento e de produção que foi criada a seção Saiba como funciona a redação de um jornal que incentivou novas abordagens pedagógicas com a ferramenta. Por fim, também observamos que é necessário acompanhar os trabalhos dos professores para descobrir que tipo de formação tecnológica é necessário para que aprimorem ainda mais os seus projetos. Com esta avaliação, percebemos que é o momento de apresentar a modalidade páginas criadas do meu jeito do Construtor de páginas para as equipes que já estão à vontade com os modelos do Portal e para qualquer outro professor que esteja ouvindo reclamações dos alunos de que os modelos são muito limitados. Afinal, a opção de fazer upload das próprias páginas no Construtor garante a segurança da assinatura do aluno na página sem limitar os recursos que ele pode utilizar para criar o seu trabalho. Também observamos que é o momento de apresentar recursos tecnológicos de divulgação dos trabalhos dos alunos

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aos professores que realizam projetos com ferramentas on-line ou até de criar ferramentas que tornem essa divulgação mais automática. Sendo assim, está claro que a integração da tecnologia à educação se desenvolve ano a ano no Colégio Visconde de Porto Seguro. A cada ano letivo, observamos que os projetos realizados no colégio se desenvolvem qualitativamente, envolvem mais professores, ficam ainda mais organizados. As equipes de apoio ao professor também vão descobrindo as necessidades do seu público e desenvolvendo novas estratégias de formação para o uso da tecnologia. As ferramentas do Portal Educacional “ouvem” o professor e evoluem. É passo a passo, com recursos e apoio ao professor, que uma escola se reinventa.

Bibliografia: ASSUMPÇÃO, CRISTIANA MATTOS, ABBONDATI, MÁRIO e MARCHETO, SILVIA FERREIRA VAMPRÉ. Distance Learning in the K-12 Environment. In: Distance Learning in Brazil: Best Practices 2006. 2006. BARBOSA, EDUARDO FERNANDES, MOURA, DÁCIO GUIMARÃES E NAGEM, RONALDO LUIZ. Contribuição do método de projetos para inclusão das tecnologias da informação na escola. Tecnologia Educacional, 30 (156), jan/mar 2002. BRACEWELL, R. et al. The emerging contribution of online resources and tools to classroom learning and teaching. TeleLearning Network Inc., 1998. Acesso em: 30 ago. 2004. FARIA, ELÍSIO VIEIRA DE. O Computador na escola: desafios à prática educacional em tempos de globalização. Tecnologia Educacional, 30 (156), jan./mar 2002. KENSKI, VANI MOREIRA. (2003) Em direção a uma ação docente mediada pelas tecnologias digitais. In: Barreto et allii, Tecnologias educacionais e educação à distância. 2ª ed. Quartet, Rio de Janeiro. MORAIS, GELCIVÂNICA MOTA SILVA. As tecnologias no contexto escolar: dois quadros e um desafio. Tecnologia Educacional, 29 (149) abr./mai/jun. 2000.

OECD. Are Students Ready for a Technology-Rich World? What Pisa Studies Tell Us. 2005. Acesso em: 9 mar. 2006. PRETTO, NELSON DE LUCA. (2003) Desafios para a educação na era da informação: o presencial, à distância, as mesmas políticas e o de sempre. In: Barreto et allii, Tecnologias educacionais e educação à distância. 2ª ed. Quartet, Rio de Janeiro. RAMAL, ANDREA CECÍLIA. Contemporaneidade, novas tecnologias e formação do professor a partir de três abordagens que se complementam. Tecnologia Educacional, 29 (148), jan./fev./mar, 2000. RIEL & BECKER. The Beliefs, Practices, and Computer Use of Teacher Leaders. Paper apresentado na América Educational Research Association. 2000. Acesso em: 1 mai. 2005.

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Notas: Nota 1: Ver capítulo Eleições na Floresta: motivando professores e alunos a agir através da rede, de Betina von Staa, neste mesmo livro. Nota 2: Ver capítulo Transformações e Autonomia: aprendizagem facilitada pela tecnologia, de Ivone Nonato Sotelo, neste mesmo livro.

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