como mitigar as interferências - abraco · o fantasma da crise só amedronta quem não se comunica...

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ISSN 0100-1485 Ano 12 Nº 59 Out/Dez 2015 como mitigar as intErfErências como mitigar as intErfErências protEçÃo catódica protEçÃo catódica EntrEvista Karine Fragoso, gerente de Petróleo, Gás e Naval do FIRJAN Karine Fragoso, gerente de Petróleo, Gás e Naval do FIRJAN EntrEvista

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Page 1: como mitigar as intErfErências - ABRACO · O fantasma da crise só amedronta quem não se comunica com eficiência. Quando a demanda não cresce, a tendência é conquistar o mercado

ISSN 0100-1485

Ano 12Nº 59Out/Dez 2015

como mitigar asintErfErênciascomo mitigar asintErfErências

protEçÃo catódicaprotEçÃo catódica

EntrEvista

Karine Fragoso, gerente

de Petróleo, Gás e Naval

do FIRJAN

Karine Fragoso, gerente

de Petróleo, Gás e Naval

do FIRJAN

EntrEvista

Capa59:Capa35 12/1/15 9:47 AM Page 1

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Sumário

4Editorial

Quem não é visto não é lembrado

6Entrevista

Soluções guiadas pela inovação

8ABRACO Informa

8Eventos 2016

10Proteção Catódica

Como mitigar as interferências

18Boas-vindas

19Notícias do Mercado

33Cursos 2015

34Opinião

Mobilizando todos no corte de gastosArley Ribeiro

C & P • Outubro/Dezembro • 2015 3

A Revista Corrosão & Proteção é uma publicação oficialda ABRACO – Associação Brasileira de Corrosão, fundadaem17 de outubro de 1968. É editada em parceria com aAporte Editorial com o objetivo de difundir o estudo dacorrosão e seus métodos de proteção e de controle e con-gregar toda a comunidade técnico-empresarial do setor.Tem como foco editorial compartilhar os principaisavanços tecnológicos do setor, tendo como fonte entidadesacadêmicas, tecnológicas e de classe, doutores mestres eprofissionais renomados do Brasil e do exterior.

Av. Venezuela, 27, Cj. 412Rio de Janeiro – RJ – CEP 20081-311Fone: (21) 2516-1962/Fax: (21) 2233-2892www.abraco.org.br

Diretoria Executiva – Biênio 2015/2016PresidenteDra. Denise Souza de Freitas – INT

Vice-presidenteEng. Laerce de Paula Nunes – IEC

DiretoresAécio Castelo Branco Teixeira – química uniãoAna Paula Erthal Moreira – A&Z ANÁLISES QUÍMICASFernando Loureiro Fragata – Consultor/InstrutorM.Sc. Gutemberg de Souza Pimenta – PETROBRASMaria Carolina Rodrigues Silva – EletronuclearEng. Pedro Paulo Barbosa Leite – PetrobrasSegehal Matsumoto – Consultor/Instrutor

Conselho Científico M.Sc. Djalma Ribeiro da Silva – UFRNM.Sc. Elaine Dalledone Kenny – LACTECM.Sc. Hélio Alves de Souza JúniorDra. Idalina Vieira Aoki – USPDra. Iêda Nadja S. Montenegro – NUTECEng. João Hipolito de Lima Oliver –PETROBRÁS/TRANSPETRODr. José Antonio da C. P. Gomes – COPPEDr. Luís Frederico P. Dick – UFRGSM.Sc. Neusvaldo Lira de Almeida – IPTDra. Olga Baptista Ferraz – INTDr. Pedro de Lima Neto – UFCDr. Ricardo Pereira Nogueira – Univ. Grenoble – FrançaDra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQ

Conselho EditorialEng. Aldo Cordeiro Dutra – INMETRODra. Célia A. L. dos Santos – IPTDra. Denise Souza de Freitas – INTDr. Ladimir José de Carvalho – UFRJEng. Laerce de Paula Nunes – IECDra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQDra. Zehbour Panossian – IPT

Revisão TécnicaDra. Zehbour Panossian (Supervisão geral) – IPTDra. Célia A. L. dos Santos (Coordenadora) – IPTM.Sc. Anna Ramus Moreira – IPTM.Sc. Sérgio Eduardo Abud Filho – IPTM.Sc. Sidney Oswaldo Pagotto Jr. – IPT

Redação e PublicidadeAporte Editorial Ltda.Rua Emboaçava, 93São Paulo – SP – 03124-010Fone/Fax: (11) [email protected]

Diretores e EditoresJoão Conte – Denise B. Ribeiro Conte

Projeto Gráfico/EdiçãoIntacta Design – [email protected]

GráficaAr Fernandez

Edição nº 59 de Outubro/Dezembro de 2015ISSN 0100-1485

Circulação nacional – Distribuição gratuita

Esta edição será distribuída em dezembro de 2015.

As opiniões dos artigos assinados não refletem a posição darevista. Fica proibida sob a pena da lei a reprodução total ouparcial das ma térias e imagens publicadas sem a prévia auto -ri zação da editora responsável.

Artigos Técnicos

20Vantagens das tintas anticorrosivas

de secagem rápidaPor Celso Gnecco

26Revestimentos de zinco sobre aços

e suas aplicaçõesPor Célia R. Tomachuk e Isolda Costa

Sumário59:Sumário/Expedient36 12/1/15 10:20 AM Page 1

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m chinês, a palavra crise é composta por dois ideogramas: um significa perigo e o outro,oportunidade”. Esta observação, feita por John F. Kennedy em um de seus discursos, além de curiosa,é extremamente arguta e, se bem compreendida, pode nos inspirar a ver a situação econômica bra si -

leira por um outro prisma e nos levar a conclusões inesperadas.Algumas pessoas, certamente, irão desdenhar essas palavras, carimbando-as de ilusórias e sem ne -

nhum efeito prático. Contudo, esse milenar quebra-cabeça de duas peças é um desafio arisco com oqual todos nós somos confrontados em algum momento de nossas vidas. O fato é que a crise semprese reve la em um clima de incertezas e nos faz sentir impotentes diante de seus caprichos.

Estudos recentes, conduzidos pelos psicólogos Kathleen Vohs da Universidade de Minnesota e RoyBau meister da Universidade do Estado da Flórida nos Estados Unidos, nos mostram que situaçõesestressantes esgotam nossos mecanismos de decisão executiva e nos deixam menos aptos a en xergar asboas oportunida des à nossa frente, induzindo-nos, muitas vezes, a tomar decisões equivocadas.

Em tempos de crise econômica, os executivos corporativos se desdobram na esperança de reduzirtanto quanto possível as despesas das empresas no afã de sobrevi -ver às dificulda des. Tudo que é considerado gordura extra enfrentao bisturi financeiro.

É nessa hora de decisão que a empresa corre o perigo de perderalguns de seus talentos. Considerados supérfluos, muitos profissio -nais são descartados como parte de uma desesperada solução. Alémda mão de obra, a ânsia por economia costuma não perdoar nemo anódino cafezi nho, quanto mais os investimentos que muitosconsideram imponderáveis como aqueles destinados às áreas de

marketing e publicidade.Tudo isso ocorre porque eles se fixam apenas em eliminar aquilo que julgam representar a ameaça

do momento e desconhecem a outra face da crise, onde se concentram as oportunidades de novos ne -gó cios que exigem justamente o contrário: um audacioso investimento em comunicação!

Aqui, vale a pena recordar a máxima do marketing: quem não é visto não é lembrado. As empresasque não são doutrinadas nesse mantra e não se preocupam em construir marcas que inspiram qualidadee confiabilidade perdem o torque logo quando mais precisam, pois, sem comunicação, o melhor de to -dos os produtos apodrece nas prateleiras.

O fantasma da crise só amedronta quem não se comunica com eficiência. Quando a demanda nãocresce, a tendência é conquistar o mercado da concorrência. Neste caso, leva vantagem quem valorizousua marca, induzindo o mercado a dar preferência a seus produtos e serviços.

Como mitigar as interferências – Nesta edição, conheça as mais recentes técnicas desenvolvidas para aproteção catódica de grandes estruturas metálicas e a engenhosidade dos profissionais que estudam comomitigar as inúmeras interferências nos sistemas viários do Brasil. Karine Fragoso, ge rente de Pe tróleo, Gáse Naval do FIRJAN, é nossa entrevistada do mês. Com sua expertise, ela traça um panorama abrangente daatuação do sistema e seus objetivos para o futuro. A revista acompanhou também o Seminário de Pro teçãoCatódica e Mitigação de Interfe rências Elé tricas no Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado deSão Paulo e o Workshop de Pintura An ticorrosiva no Ins tituto Nacional de Tecno logia no Rio de Janeiro.

Boa leitura!

Os editores

Quem não é visto não é lembrado

Carta ao leitor

As oportunidades de novos negócios exigem

um audacioso investimento em marketing,

pois sem comunicação, o melhor de todos

os produtos apodrece nas prateleiras

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Editorial59:Editorial36 12/1/15 10:30 AM Page 1

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Eventos envolvidos

36º Congresso Brasileiro de Corrosão

20º Concurso de Fotografia de Corrosão e Degradação de Materiais

36º Exposição de Tecnologias para Prevenção e Controle da Corrosão

6th International Corrosion Meeting

O maior evento internacional de corrosão que acontece no Brasil!

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Soluções guiadas pela inovação

Com suas cinco organizações (SESI, SENAI, IEL, FIRJAN e CIRJ), o Sistema FIRJANatua em áreas fundamentais, como a competitividade empresarial, a educação

e a qualidade de vida do trabalhador e de seus familiares

Entrevista

conomista com pós-gra du - ação em energia pelaCOP PEAD, Karine Fra -

go so iniciou suas atividades noSistema FIRJAN (Federação dasIndústrias do Estado do Rio deJaneiro) na área de pes quisas eco -nômicas, acompanha mento seto-rial e apoio ao investidor. Depois,na área de infraes tru tura, assesso -rou o Con selho de Ener gia do Sis -tema e o Fórum da Indústria Na -val. Desde o início de 2015, es tá àfrente da Gerência de Pe tróleo,Gás e Naval do FIRJAN, atuandocomo facilitadora nas ne gociaçõesdas empresas por solu ções emino vação e educação e no atendi-mento aos pleitos em presa riais noâmbito institucional.

Para elucidar o complexo deatividades do Sistema FIRJAN,Ka rine foi entrevistada pela Re -vis ta Corro são & Proteção.

Como se compõe o SistemaFIRJAN?Karine Fragoso – Além de 104 sin -dicatos patronais de indústrias ins -taladas no Estado do Rio, o Siste maFIRJAN congrega o Serviço Na cio -nal de Aprendi zagem Indus trial –SENAI; o Serviço Social da In -dústria – SESI; o Instituto Eu valdoLodi – IEL; e o Centro In dus trialdo Rio de Janeiro – CIRJ. OSENAI prepara a força de trabalhoda indústria e presta consultoria pa -ra a melhoria de produtos e proces-

cadeia produtiva, diretamente as -so cia das ao negócio. Esses nú merosmostram uma parcela representa-tiva do mercado. Por outro lado,ainda existem outras empresas quenão fornecem, mas têm potencialpara atuarem em petróleo e gás,fornecendo equi pa mentos, partes epeças, ou prestando serviços, dadaa usabilidade de seus produtos e si -nergia de suas atividades com essemercado. Devemos ressaltar que es -se mercado tem regras e requisitosbem definidos, o que demandades ses fornecedores um esforço con-tínuo no sentido de atingirem con-formidades para atendimento.

Quantos empregos são geradospor essas atividades?Karine – No Brasil, a maior em -presa de petróleo e gás é a Petrobrasque tem mais de 80 mil funcioná -rios diretos e mais de 300 mil ter -cei rizados, segundo dados de 2014.Além disso, há mais de 400 milempregos divididos entre os EPC(Engineering, Procurement andCons truction – Contrato de Cons -trução de Obras de Grande Porte) eos for necedores diretos, além de se -tores re lacionados que atendem àsdemandas do mercado de petróleo,de acordo com dados da ONIP. Es -tima-se que o mercado offshore geremais de um milhão de oportu-nidades de postos de trabalho, so -mente no estado do Rio de Ja nei ro.O potencial é ainda maior quan do

sos por meio de serviços tec nológicos.O IEL trabalha na ca pacitação daalta gestão por meio de cursos, certi-ficações, programas de desenvolvi-mento de car reiras e estágios indus-triais. O SESI atua principalmentecom programas cultu rais e de res -pon sabilidade social. Já o CIRJ foicriado para atender as em presaspres tadoras de serviços as so ciadas àsatividades industriais.

Qual a participação da indús-tria de petróleo, óleo, gás e na -val na produção industrial doRio de Janeiro?Karine – Para a economia do Rio,a estimativa é que o petróleo repre-sente cerca de 30 % do PIB, se -gundo dados do Governo do Esta -do. Considerando os investimentosao longo de sua cadeia produtiva,esse número é ainda maior. É umdesafio dimensionar essa cadeia, jáque nem todas as empresas sãofornecedoras exclusivas do mercadode petróleo e gás. Somente entreoperadoras e em presas do primeiroelo da cadeia produtiva, associadasao Sistema FIRJAN, há cerca de90 indústrias de grande porte noestado do Rio de Janeiro. Existeainda um número significativo deempresas de outros portes tambémassociadas à Federação e que, se -gundo dados da ONIP (Organi -zação Nacional da Indústria doPetróleo), chegam a 810 empresasrepresentando os demais elos da

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Karine Fragoso

Entrevista59:Entrevista36 12/1/15 9:39 AM Page 1

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se considera o efeito renda e os inves-timentos em encomendas fu turaspara o desenvolvimento da pro-dução no país.

Qual o número de trabalhado -res dispensados, no setor, porconta da crise econômica atual?Karine – Os impactos são presenci-ados diretamente na indústria na -val, com a dispensa de milhares detrabalhadores em função da retra -ção das encomendas. O Rio de Ja -neiro é o primeiro estado e o maisafetado pelo cenário atual do país,conjugado com as variáveis exter-nas. Qual quer mudança no ritmode desenvolvimento traz conse-quências não só para o municípiosede, mas também para a capital,cidades vizinhas no estado e foradele, como exemplo os polos de Ma -caé, por conta da Bacia de Cam -pos, e Ita boraí, projeto COM PERJ(Com ple xo Petroquí mi co do Riode Janeiro).

Como as empresas estão reagin-do com a queda da atividadeindustrial atual?Karine – A falta de perspectivas denovas demandas no curto prazo le -va as empresas que atuam nessemercado a buscar a diversificaçãode suas linhas de negócio e a se ade-quarem ao momento de arrocho dopaís. A queda da atividade indus-trial, realidade hoje no Brasil, pre-cisa ser revertida, principalmente,com a manutenção dos contratosvi gentes, mas também com novosprojetos para que o parque fabril eseus empregados sejam preservados.

Como a FIRJAN tem colabora-do para encontrar novos cami -nhos para as empresas do setor?Karine – O Sistema FIRJAN atuajunto às esferas de governos em proldo desenvolvimento da cadeia pro-dutiva, com a elaboração de estudose posicionamentos de desta que, quemostram a representati vidade dessemercado na economia. Presentes co -

mo expositores nos principais eventosnacionais e internacionais, bus ca -mos identificar novos mercados eoportunidades, atrair empresas pa rao mercado fluminense, além de bus-car investimentos externos e fo -mentar parcerias. Além disso, pro -mo ve mos even tos de acesso a mer -cado e disponibilizamos serviços queco laboram para o aumento da pro-dutividade das nossas empresas.

De que forma as empresas da re -gião estão tratando o cenárioatual de investimentos?Karine – Segundo dados recentesdo IBP, o Brasil alcançou a marcade 40 % das descobertas de petró -leo e gás no mundo nos últimosanos. No entanto, o país é destinode apenas 6 % do investimentoglobal nesse mer cado de concorrên-cia internacional. Haja vista oMéxico, que re cen temente abriuseu mercado e as oportunidades nacosta oeste da África. Uma das con-sequências da redução de investi-mentos é o au mento do nú mero defusões e aquisições no mercado. Asgrandes demandantes, as operado-ras, vêm diminuindo o ritmo deseus investimentos para se adequarà realidade dos preços de barril depetróleo. No Brasil, a desaceleraçãodo ritmo de investimentos da Pe -trobras impacta diretamente a ca -deia produtiva e afeta toda a eco -nomia. O cenário é acentuado pelafalta de perspectivas de novas de -mandas no curto prazo e não édiferente para pequenas e médiasempresas que têm me nor fôlego fi -nan ceiro e acabam por sentir maisos impactos da retra ção da econo-mia. Fornece dores e sub forne cedo -res também sofrem com redução noritmo de atividades e necessitambuscar novos mercados.

Que medidas poderiam ser to -ma das para fomentar o cresci-mento do segmento?Karine – Para o mercado de petró -leo e gás, destaca ria a regularidade

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na realização de Leilões de Licitaçãode Blocos Explo ratórios, marco zerodo desenvolvimento dessa indústriaextrativa, que deve permitir previsi-bilidade de demanda para o plane-jamento da indústria. O aperfeiço -amento e a cla reza das medidas deconteúdo local deve ser parte deuma Política Industrial Setorial ro -busta e coordenada, tendo suas me -didas voltadas para aumentar acompetitividade das fornecedoras debens e serviços para a cadeia produ-tiva. E, para uma maior dinamiza-ção do mercado, é importante arevisão da Lei 12.351 de 2010, queinstaurou o regime de partilha noBrasil e obriga a Petrobras a ser aoperadora única para exploração dopré-sal, com o mínimo de 30 % departicipação no consórcio. Somos afavor da abertura do mercado, per-mitindo que a Petrobras tenha aopção de participação e não a obri -gatorieda de, de forma a possibilitara exploração do pré-sal também poroutras oil companies.

Como a FIRJAN colabora noincentivo à inovação do setor?Karine – O Sistema FIRJAN temcomo um de suas metas criar umam biente favorável à inovação dasempresas de forma sustentável, vi -san do à elevação da competitivida deindustrial. Para o mercado do setor,a inovação é um fator cha ve para osucesso exploratório. O Sis tema FIR-JAN desenvolve ações pa ra que asem presas possam parti ci par dasprin cipais linhas de financiamento efo mento. Além disso, ofe rece serviçosde assessoria técnica e orientação em -presarial para seus as so ciados. OSENAI conta com qua tro unidadesdedicadas à inovação, que viabi-lizam soluções de forma transversal,para contribuir com o au mento daprodutividade das em pre sas. São ser -viços de pesquisa aplicada, desenvol -vimento de produtos, con sultoriastec nológicas e análises la bo ratoriaisnas áreas de Bioproces sos, Meio Am -biente, Metalurgia e Si mulação.

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ABRACO Informa

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A ABRACO realizou o Seminário de Pro -teção Catódica e Mitigação de Interfe rênciasElé tricas no dia 12 de novembro no Institutode Pesquisas Tecnológicas do Estado de SãoPaulo (IPT). Durante seis horas, os represen-tantes de empresas ope radoras de dutos, trenseletrificados, sistemas de transmissão de ener-gia elétrica e prestadores de ser viços partici-param ativamente desse sau dável in ter câmbiode experiências e de solu ções que foram apre-sentadas com o intuito de mitigar ou contro-lar interfe rências elétricas.O último seminário de proteção catódica,

promovido pela ABRACO, tinha ocorrido em2007. Apesar do momento adverso da econo-mia, o público interessado compareceu, com -pro vando a relevância dos temas abordados.Além de elucidativas, as palestras serviramtambém para mostrar que as so luções desenvolvidas no Brasil estão bastante alinhadas com as boaspráticas adotadas em outros países.Os organizadores do evento, João Paulo Klausing Gervásio, consultor em proteção catódica da

Petrobras, Gutemberg de Souza Pimenta, diretor financeiro da ABRACO, e Neusvaldo Lira de Al -meida, chefe do Laboratório de Corrosão do IPT, salientaram a preocupação com novos e desafi-adores projetos, como a cons trução das novas linhas de transmissão em corrente contínua vindasda região Norte do Brasil e o projeto do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) no Rio de Janeiro.

Seminário da ABRACO foi coroado com grande sucesso

O público presente assistiu atentamente as palestras

Patrocínio Apoio

Calendário 2016

Mais informações: [email protected]

Eventos Data

Seminário de Técnica de Monitoração 28 de abrilda Corrosão InternaINTERCORR 2016 16 a 20 de maioSeminário de Corrosão Externa deDutos e Equipamentos

18 de agosto

Seminário de Proteção Catódica eMitigação de Interferências Elétricas

13 de outubro

III Seminário Brasileiro de PinturaAnticorrosiva

8 de dezembro

Eventos

AbracoInforma59:AbracoInforma36 12/1/15 9:41 AM Page 1

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O Workshop de Pintura An -ticorrosiva teve como objetivodissiminar, em nível nacio nal,no vas tecnologias de revesti -men tos orgânicos anticorrosivos(poliuréia e tintas polias pár ticas)e de proteção passiva contra fo -go e discutir tecnicamente temasde grande relevância na área depreparação de su perfícies ferro -sas por meio de fer ramentas me -cânicas, em es pe cial aquelas uti-lizadas para a obtenção do graude limpeza SSPC-SP 11.O evento, realizado no Ins -

tituto Nacional de Tecno logia(INT) no Rio de Janeiro.(RJ) no dia 17 de novembro, contou com a participação de profissio nais detodas as áreas de revestimentos orgânicos anticorrosivos, entre químicos formula dores de revestimentos,aplica dores, especificadores, ins -pe to res de pintura e pesqui sa -dores de Instituições Pesquisa.Com o auditório lotado, fo -

ram discutidos quatro temas im -portantes e distintos:1. Proteção passiva contra fogo:Gabriel Zenobi (AkzoNobel);Evandro Rivera (Jotun); He -ron Mendes (Brafer); PriscilaFernandes Pereira (SherwinWilliams) e Cláudia Soares(PPG Industrial do BrasilTin tas e Vernizes);

2. Preparação de superfícies fer-rosas por meio de ferramen-tas mecânicas, grau de limpeza SSPC – SP 11 : Victor Soly mossy (Petrobras); Mauro Ca venaghi (3Mdo Brasil) e Thomas Fink (TecnoFink);

3. Revestimentos de poliuréia : Hamilton Nogueira (Nukote / Tintas Jumbo);4. Tintas poliaspárticas: Fernando Fragata (Consultor/Instrutor) e Fábio Krankel (WEG Tintas).“Tecnicamente, os objetivos foram plenamente alcançados conforme a avaliação feita pelos partici-

pantes ao término do evento. Soma-se a este fato a excelente organização, em todos os aspectos, onde oshorários foram rigorosamente obedecidos e os participantes tiveram total apoio durante a realização doevento”, analisou o consultor e instrutor Fernando Fragata que, juntamente com o Krankel da WEGTintas, coordenou o evento.

Evento de sucesso e profissionalismo

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Patrocínio

Fernando Fragata e Fábio Krankel, coordenadores, e RobertoMariano, moderador

Auditório lotado demonstra interesse pelo evento

AbracoInforma59:AbracoInforma36 12/1/15 9:41 AM Page 2

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Proteção Catódica

primeira tentativa conhecida de tornar uma estrutura me tálicaimune à corrosão por meio de proteção catódica ocorreu em1824, quando Sir Humphry Davy conseguiu proteger o forro

de cobre de um navio da Marinha Britânica contra os efeitos destru-tivos da água do mar, usando para isso anodos de ferro1.Embora essa técnica não tenha sido aplicada imediatamente após

sua descoberta, ela conquistou um lugar de destaque no combate àcorrosão a partir da metade do século XX e tem desempenhado umpapel cada vez mais central sempre que há necessidade de protegerestruturas metálicas enterradas ou submersas.Nesta edição da Revista Proteção & Corrosão, descrevemos, de

forma resumida, os princípios da proteção catódica e a importância deseu papel na manutenção de grandes estruturas metálicas enterradas eimersas, mais especificamente, da malha dutoviária utilizada para otransporte de óleo e gás, que está sujeita a constantes interferênciaselétricas que podem causar processos corrosivos crônicos e agudos, senão forem diagnosticados e solucionados em tempo hábil. No percur-so, abordaremos também outras técnicas que são empregadas parale-lamente para mitigar esse tipo de problema.

ConceituaçãoA proteção catódica é um método em que se imuniza um metal

contra a corrosão fazendo com ele seja forçado a atuar como o catodode uma célula eletroquímica ou eletrolítica criada artificialmente.Como a perda de material ocorre na região anódica, onde se concen-tram as reações de oxidação, o elemento que está ligado à área catódi-ca não sofre danos.“É imprescindível que a peça esteja imersa em um meio aquoso,

não sendo eficaz quando exposta à atmosfera, pois o ar é um dielétri-co e não permite que ocorra o fluxo da corrente contínua, necessáriapara a proteção, entre a área anódica e a catódica”, ensina Laerce dePaula Nunes, gerente da IEC – Instalações e Engenharia de Corrosão,especialista em proteção catódica.Empregada em um amplo espectro de estruturas como cascos de

navio, plataformas de petróleo, dutos enterrados e submersos, permu-tadores de calor e torres de linha de transmissão, a proteção catódicapode ser obtida de duas formas conhecidas como anodos de sacrifícioou galvânica e corrente impressa.

Anodo de sacrifício – A estrutura metálica é protegida mediante osacrifício de outro metal. Esses anodos são feitos com uma liga metáli-ca cujo potencial eletroquímico é mais negativo do que o da estrutu-ra a ser protegida. Após serem consumidos pela oxidação, eles sãodescartados e substituídos. Em geral, eles são constituídos por ligas demagnésio, zinco ou alumínio.

Corrente impressa – Neste caso, a diferença de potencial entre aestrutura metálica a ser protegida e o anodo é obtida por meio de um

Nas últimas décadas, o Brasil foi palco de um vertiginoso desenvolvimento de sua malha viária,

principalmente nos grandes centros urbanos. A complexa interação de todos os sistemas elétricos,

envolvidos nesses serviços, gera interferências que exigem cuidadoso estudo para sua mitigação

Como mitigar as interferências

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gerador de corrente contínua(por exemplo, um retificador).O terminal negativo do geradoré conectado ao metal e o positi-vo a um anodo que, neste caso,pode ser um metal inerte que sir -va apenas de sede para a reaçãoanódica.

Sua utilizaçãoComo qualquer barreira me -

câ nica, o revestimento de gran -des estruturas como oleodutosou ga sodutos pode danificar-sedurante a construção e opera -ção do duto. A proteção catódi-ca é o complemento funda -men tal para garantir a efetivi -da de do revestimento. Em ge -ral, acrescenta-se um sistema deproteção catódica por correnteimpressa, que utiliza retificado -res de corrente que injetamconstantemente corrente elétri-ca contínua na tubulação enter-rada ou submersa, de modo adeixá-la suavemente ener giza -da, com potenciais tais que as pi -lhas de corrosão não funcio nem.A quantidade de cor rente elétricacontínua injetada e sua distri -buição ao longo da tubu la çãopre cisam ser criterio sa mente es -tu dadas e controladas pa ra evi -tar problemas de super pro teção(cor rente demais) ou de subpro-teção (corrente de menos)2.Durante a construção e en -

quanto o sistema de proteção ca -tódica não entra em operação,torna-se necessário proteger pro-visoriamente os tubos enterra-dos, principalmente em regiõessujeitas a correntes de interferên-cia elétrica oriundas de sistemasde tração eletrificada e sistemas

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de proteção catódica de tercei -ros. A atividade de proteçãopro visória consiste em manteruma equipe treinada e munidados instrumentos e dispositivosnecessários para medir perma-nentemente os potenciais emanter a tubulação enterradaenergizada, desde o lançamentodo primeiro tubo até a con-clusão da obra.O sistema de proteção cató -

dica e as atividades de proteçãoprovisória precisam ser planeja-dos durante o projeto e provi-denciados durante a cons truçãoda tubulação.“Podemos afirmar que é rigo -

rosamente impossível construir eoperar dutos enterrados ou sub-mersos, com garantia e seguran -ça, sem a correta aplicação dossistemas de proteção catódica.Esses sistemas, na realidade, via-bilizam a utilização do aço car-bono na construção de estrutu -ras metálicas que precisam ope -rar enterradas ou submersascomo as plataformas de petróleo,

as instalações portuárias, as embarcações e os dutos de um modogeral”, declara Luiz Paulo Gomes, diretor da IEC – Instalações eEngenharia de Corrosão Ltda.

Corrosão em dutos“No contexto da proteção anticorrosiva de dutos, é importante

observar que nos últimos 20 anos houve um enorme progresso naqualidade dos revestimentos aplicados, que reduzem muito a neces-sidade de corrente de proteção catódica. No entanto, este avançotrouxe um efeito colateral, que é o aumento e a concentração deinterferências elétricas. Portanto, é de fundamental importânciaque este problema seja tratado com atenção”, adverte o engenheiroJoão Paulo Klausing Gervásio, consultor em proteção catódica daPetrobrás.Hoje, a proteção catódica de uma malha dutoviária tem de lidar

com três desafios:a. Corrosão das paredes metálicas do duto, causada pelos agentesagressivos do meio ambiente (corrosão externa) e do fluido trans-portado (corrosão interna).

b. Interferências elétricas de corrente contínua, causadas pelasestradas de ferro eletrificadas que cruzam ou se aproximam dotraçado da tubulação e por outras fontes como os sis temas deproteção catódica de dutos de terceiros e ainda as linhas de altatensão em CC.

c. Interferências elétricas de corrente alternada, causadas pelas li -nhas de transmissão elétrica em alta tensão que cruzam ou seaproximam das tubulações, em especial as enterradas.Discorreremos aqui como as interferências elétricas de CA e CC

no sistema de dutos influenciam o processo de corrosão. Foto: A

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jamento, durante a fase de pro-jeto das instalações, e a mitiga -ção, caso se constate algumavio lação provável aos critériosde segurança.Como dissemos, são três os

mecanismos de transferência deenergia entre uma linha de trans-missão de corrente alternada eum duto:

Corrente alternadaA transferência de energia entre linhas de transmissão de cor-

rente alternada em alta tensão e tubulações metálicas vem sendoabordada por especialistas de todo o mundo há muitos anos, mes -mo assim, o tema permanece atual e impõe desafios. No Brasil, aexpansão da malha dutoviária, os investimentos no setor elétrico eos regulamentos ambientais cada vez mais restritivos em relação aouso do espaço vêm tornando cada vez mais frequentes os casos deinterferência3.Um duto metálico, quando exposto aos condutores energizados

de uma linha de transmissão, é sujeito a uma variedade de fenô-menos, que resultam na indução de tensões CA ao longo de seutraçado, decorrentes dos acoplamentos indutivo, condutivo e ca -pacitivo entre as estruturas, em regimes permanente e transitório.Os mecanismos de acoplamento são função direta da geometria dasinstalações, tipo e disposição dos condutores, configuração dos con-trapesos, classe de tensão, níveis de corrente, tipo de revestimentodo duto e resistividade elétrica do solo, dentre outros, e acarretamriscos potenciais à integridade das instalações e das pessoas envolvi-das, principalmente: choque elétrico por tensões de toque ou passo,rup tura do dielétrico do revestimento isolante, danos por im po -sição de corrente ao metal e equipamentos ligados ao duto e cor-rosão CA. Por se tratar da interação de dois sistemas críticos, quedemandam alta disponibilidade e possuem elevadas classificações derisco, a única estratégia viável para lidar com o problema é o plane-

Laerce de Paula Nunes, gerenteda IEC – Instalações eEngenharia de Corrosão

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a. Acoplamento condutivo ouresistivo;

b. Acoplamento eletrostático oucapacitivo;

c. Acoplamento eletromagnéticoou indutivo.O acoplamento resistivo é

par ticularmente crítico duranteo curto-circuito de uma linhade transmissão. O ideal para se

mi nimizar este tipo de situação con siste em aumentar a distânciaentre as torres da linha e o duto, pois o curto eleva o gradiente depotencial do solo. Ge ral mente, quanto maior a tensão da linha,maior precisa ser este afastamento.O acoplamento indutivo é o resultado do campo eletromagnéti-

co, gerado pela passagem de corrente pela linha de transmissão,induzindo uma corrente no duto. Em regime permanente, podecausar choques elétricos em afloramentos do duto e é responsávelpelo processo de corrosão CA. Durante um curto-circuito, a inten-sidade das correntes induzidas aumenta significativamente, exigin-do ações que garantam a integridade física de pessoas que eventual-mente estejam em contato com o duto.A medida mais eficaz para evitar tais situações deve ser tomada

durante a fase de projeto do duto ou da linha de transmissão, nãopermitindo o paralelismo de longos trechos entre ambos. Alémdisso, principalmente em afloramentos de dutos, recomenda-seinstalar aterramentos elétricos, que atuam na proteção das pessoas ereduzem a corrosão CA.Um detalhe sobre os aterramentos é o fato de que eles precisam

ser feitos por meio de um dispositivo, conhe cido com o desaco -plador, para que o sistema de proteção catódica não seja afetado.Já o acoplamento capacitivo é gerado pelo campo elétrico da

linha de transmissão e é muito crítico durante a construção de umduto, não afetando o duto enterrado. A mitigação deste acopla-mento é feita com o aterramento dos tubos.

Foto: A

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Luiz Paulo Gomes, diretor daIEC – Instalações e Engenhariade Corrosão

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ou 2000 A no solo.“As linhas de transmissão em

corrente contínua são raras. Háaté poucos anos, somente a linhaentre Foz do Iguaçu (PR) e Ibi -úna (SP), que transporta energiagerada na hidroelétrica de Itaipu,estava em operação no Brasil.Entretanto, está em andamentono País a implantação de novas

Corrente contínuaO mecanismo de corrosão de interferência de corrente contínua é

baseado na circulação de correntes de fuga, ou seja, correntes que“pegam carona” em dutos próximos a sistemas de trens eletrificados,por exemplo.A intensidade dessa corrente de fuga pode ser muito alta e provo-

car corrosão eletrolítica que, em casos mais críticos, pode chegar a per-furar um duto em questão de horas. A intensidade da corrosão é pro-porcional ao fluxo de corrente, por isso, este tipo de aproximação ébastante crítica e deve ser monitorada com atenção.A interferência causada por linhas de transmissão de corrente con-

tínua é similar à causada por trens. Também conhecida como bipolo,a linha de transmissão de CC é formada por um par de condutoreselétricos aéreos: o polo positivo e o polo negativo. Em condições nor-mais, a energia circula apenas pelos polos positivo e negativo. A inter-ferência elétrica com outras estruturas enterradas ocorre quando parteda corrente circulante é injetada no solo através dos aterramentoslocalizados nos extremos do bipolo.Esta injeção ocorre nas seguintes situações:

• Desbalanceamento dos polos, normalmente são correntes de baixaintensidade;• Manobras no sistema elétrico, usualmente por períodos de curtaduração;• Operações monopolares para manutenções no sistema, as quaispodem durar várias horas, injetando correntes da ordem de 1000 A

João Paulo Klausing Gervásio,consultor em proteção catódica daPetrobrás

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linhas de transmissão em cor-rente contínua para transportara energia das novas hidroelétri-cas da região amazônica – San -to Antônio, Jirau e Belo Monte– para o sudeste brasileiro”, re -lembra Marcos Bartelotti, con -sultor da Gerência de En ge -nharia da TBG.As estruturas metálicas que

sofrem os efeitos com maior in -tensidade são aquelas que se en -contram mais próximas ao ater -

ramento da linha de transmissão. Este tipo de interferência ocorreem duas modalidades diferentes de injeção de corrente no solo, ouseja, a do polo positivo ou a do polo negativo. As duas modalidadestem efeitos opostos no duto e devem ser analisados separadamenteum do outro, pois elas não ocorrem simultaneamente.Para minimizar os seus efeitos é preciso, em primeiro lugar, em

conjunto com o operador da linha de transmissão, realizar um estu-do completo e abrangente, visando estimar a magnitude e extensãodas interferências, identificando-se os locais onde ocorrem a cap-tação e a descarga de corrente. Testes nos sistemas interferentes einterferidos registrando o potencial estrutura-solo e as correntes cir-culantes fornecem os dados fundamentais para o estudo. Com basenos resultados deste estudo se definem as medidas mitigadoras ade-quadas e viáveis.Em geral, são realizadas as seguintes ações, individual ou em

conjunto:• Eliminação do fluxo de corrente através do duto (juntas iso -lantes). De difícil execução, pois de pende de uma interrupção daoperação do duto;• No caso dos sistemas de trens eletrificados, otimização do isola-mento elétrico entre o tri lho e o solo: os sistemas mais atuais pos-suem melhores isolamentos dos trilhos, reduzindo a fuga de cor-rente;• Provisão de um caminho para o re torno da corrente (drenagem).As drenagens são a solução mais usual. Elas forne cem um cami -nho preferencial para a corrente de fuga, sem prejudicar a integri-dade do duto;• Aumento da proteção catódica. Usualmente empregada em con-

Marcos Bartelotti, consultor daGerência de Engenharia daempresa TBG

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rência tem sido percebida identi-ficada em dutos no Brasil, e empaíses vizinhos, especialmenteem situações de dutos de grandeextensão, distantes de fontes deinterferências como ferrovias ele -trificadas e quando o revestimen-to externo é de alta performance(FBE ou Polietileno em TriplaCamada).Como estes dutos requerem

baixas correntes para sua pro-teção catódica, a circulação daspequenas correntes de interfe -rência telúrica são percebidas

junto com drenagens, uma vez que a proteção catódica minimizaos problemas de corrosão eletrolítica. No entanto, nos casos maisgraves, só esta medida pode não ser suficiente.

Interferências telúricasAs assim chamadas correntes telúricas são correntes elétricas

geomagneticamente induzidas no solo e em estruturas metálicas,como dutos, linhas de telecomunicações ou de transmissão de ener-gia, que resultam da interação de partículas solares sobre o campomagnético da Terra. A intensidade percebida destas interferênciasdepende bastante da localização geográfica da estrutura interferida,sendo que em regiões tropicais se manifestam em menor grau quan-do comparada às regiões setentrionais da América do Norte e apenínsula escandinava, onde foram reportados eventos de corrosãocom perda de espessura de parede de dutos. Este tipo de interfe -

Foto: A

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por tanto operam com correntes de proteção mais elevadas, as cor-rentes telúricas acabam passando desapercebidas.No Brasil estas interferências tem como maior inconveniente criar

a dificuldade de se obter registros de potencial tubo-solo OFF livre dequalquer circulação de corrente para a comprovação do atendimentoaos critérios de proteção catódica e para a verificação da não ocorrên-cia de super-proteção, uma vez que não é possível eliminar estas cor-rentes do duto. Nestes casos o uso de cupons de proteção catódica éuma solução viável para o registros do potencial OFF, conforme su -gerido no padrão ANSI/NACE SP-0104 The use of coupons forcathodic protection monitoring applications.

Referências bibliográficas1. Corrosion Engineering: Principles and Practice – Pierre R. Roberge2. Os dez mandamentos para o projeto, a construção e a operação de dutos seguros – LuizPaulo Gomes, Dutra, Aldo C. e Nunes, Laerce P. Proieção Catódica – Técnica deCombate à Corrosão; 5ª Edição, Ed. Interciência, Rio de Janeiro

3. Avaliação de modelos computacionais para simulação do sistema de aterramento de tor-res de transmissão e cálculo da tensão de stress imposta ao revestimento isolante de tubu-lações enterradas – Amauri G. Martins Jr., Antônio Carlos R. Valente e Paulo Césarde O. Teixeira

nos registros de potencial tubo-solo. Quando se tem revesti-mento de menor desempenhoou em regiões sujeitas a inter-ferências de ferrovias e que,

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portação e exportação de matérias-primas manufaturadas em ge ral eprodutos químicos, tintas anticorrosivas, diluentes, emulsificantes,im permeabilizantes para construção civil e rodo vi ária. A partir de1984, passou a produzir e comercializar tintas. É certificada nanorma ISO 9001 – Sistema de Gestão da Qualidade, desde 2004.

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Notícias do Mercado

Jotun inaugura sua primeira fábrica na América do Sul

A Jotun anunciou a inauguração de sua fábricade tintas marítimas e industriais na região deTaboraí (RJ). Com capacidade de produção anualde 10 milhões de litros, foi construída em umaárea de 130 mil metros quadrados e com aporte deinvestimento de mais de 100 milhões de reais.

A Jotun iniciou o fornecimento de tintas marí-timas aos navios que operavam na região em 1998e em 2008 começou a oferecer tintas anticorrosi-vas para instalações de offshore, projetos de energiarenovável e uma grande variedade de projetos deinfraestrutura industrial e civil. Hoje, a empresaoferece uma linha de tintas avançadas.

O Diretor Geral da Jotun no Brasil, Ferran Bu -eno, reconhece que pode levar tempo para a Jotunaumentar os negócios no Brasil, mas está confianteque a nova fábrica auxiliará a empresa a fortalecersua marca – não somente no Brasil, como na Amé -

rica do Sul. “Esta fábrica representa um verdadeiromarco no desenvolvimento da Jotun e outro im -portante passo em nossa notável história de cresci-mento global”, afirma Bueno.

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Nova fábrica da WEG respeita o meio ambiente

A WEG inaugurou uma nova fábrica de tin-tas em Mauá (SP) com capacidade de produzir1,3 mi lhões de litros de tintas líquidas por mêsnesta primeira fase, visando o mercado de repin-tura au tomotiva, frota, autopeças, ro das, vidros,es pe lhos e indústria em geral.

A nova fábrica da WEG foi projetada e cons -truída para uso responsável dos recursos natu-rais, como um sistema de captação de água dechuva para reutilização nos processos industri-ais. Além disso, possui controle de emissões at -mosféricas, sistema preventivo de combate a in -cên dios e práticas de prevenção de poluição ao

meio ambiente, atendendo integralmente à le -gislação ambiental brasileira.

SermaGard® Revestimentos Protetivos

A Praxair Surface Techno lo -gi es lançou o SermaGard®, umsistema com base de alumínio eresina de fluorpolímero, proje-tado para for necer excelentepro teção con tra a corrosão sali-na e resis tência UV para fi xa -dores e componentes expostosaos ambientes de atmosferama rítima (offshore) e submari-nos (subsea).

Entre suas vantagens, des -

ta cam-se a excelente resistênciaà névoa salina,neblina e respin-gos, alta resistência à umidade eà de gra dação por radiação ul -travioleta (UV). Oferece aindaproteção contra corrosão e po -de ser aplicado a uma variedadede subs tratos metálicos. Apre -sen ta resistência a impactos e adesgaste. Além disso, atende vá -rias especificações automotivase de óleo e gás.

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Artigo Técnico

Vantagens das tintas anticorrosivasde secagem rápida

AbstractThe drying time or cure evolu-

tion of the protective coatingsarrived in the current days at theextremely fast drying epoxies. Thiswas possible with well balancedformulas, with developed rawmaterials (resins with kinetic offast polymerization and solventwith greater solubilization powerand greater evaporation tax) andadditives that speed up the cureprocess. The reduction or yet theelimination of the solvent also con-tributed. The drying time andcure are reached when the coatingpasses from the liquid state to solidand the piece or part can be han-dled or be piled up with no dam-ages on the coating. The word“cure” is used in the direction ofthat an external agent promotesthe solidification. “Drying” meansthe evaporation of the solvents.Both depend on the resin, the tem-peratures of the environment andthe surface and the thickness of thecoating layer. The solvent whenevaporates, lowers the temperatureon the surface of the coating andcondensation of humidity mayoccur with consequents defects inthe film. The fast drying coatingsallow the application in a range ofschedule with minus risk of thecure to occur in periods withhumidity above of 85%. The fastdrying and cure of the anticorro-sive coatings provide paintingworks of bigger quality, productiv-ity and economy.

IntroduçãoA secagem das tintas sempre

preocupou, visto que ao aplicaruma camada, o pintor quer saber

depois de quanto tempo podeaplicar outra, quando pode colo-car em serviço o equipamento oua peça sem que o manuseio ouempilhamento possam danificara pintura. Na época das tintas aóleo o tempo de secagem chega-va a levar dias para a sua libe -ração. Uma evolução foi o surgi-mento das tintas alquídicas (pri -mers e esmaltes sintéticos), de se -cagem mais rápida do que as tin-tas a óleo. Depois surgiram astin tas epóxi, de cura lenta, mas jáhouve um avanço no tempo dese cagem. Surgiram então as poli-uretânicas de secagem um poucomais rápida, mas a revoluçãomes mo foi há poucos anos, comas tintas epóxi de secagem ex tre -mamente rápida. Esta evolu çãopode ser observada na Figura 1.Os tempos mostrados na

Tabela 1 (para temperatura de25 °C) foram retirados de fichastécnicas de algumas tintas eservem como exemplos. A últi-ma, (04) Epóxi cura rápida, teveo intervalo entre demãos míni-mo diminuído e surpreendente-mente o intervalo máximo au -mentado. É admirável porque,até pouco tempo atrás, diminuiro tempo mínimo e ao mesmotempo aumentar o máximo eraquase impossível. Este avanço sófoi possível com fórmulas bembalanceadas, matérias primasevo luídas (resinas com cinéticade polimerização rápida e sol-ventes com maior poder de sol -vência e maior taxa de evapora -ção) e aditivos especiais que ace -le ram o processo de cura. O mai -or intervalo entre demãos pro -por ciona maior tempo para apli -

Por CelsoGnecco

ResumoA evolução da secagem ou

cu ra das tintas chegou, nos diasatuais, às epóxi de secagem ex -tremamente rápidas. Isto foipos sível com fórmulas bem ba -lan ceadas, matérias primas evo -lui das como resinas com cinéti-ca de polimerização rápida, sol-ventes com maior poder de sol -vência e maior taxa de evapora -ção e aditivos especiais que ace -leram o processo de cura. A di -minuição do teor de solventesou sua eliminação tambémcon tribuiu.A secagem e cura são alcan -

çadas quando a tinta passa does tado líquido ao sólido e a pe -ça pintada pode ser manuseadaou empilhada sem danos à tin -ta. A palavra cura é usada nosentido de que um agente exter-no promove a solidificação. Se -cagem é a evaporação dos sol-ventes. Ambas dependem da re -sina, das tempe raturas do ambi-ente e da superfície e da espes-sura da camada de tinta.O solvente ao evaporar, a -

bai xa a temperatura na superfí-cie da tinta e, dependendo daumidade do ar no ambiente po -de provocar condensação deágua com consequentes defeitosna película. As tintas de seca -gem rápida permitem a aplica -ção dentro de uma faixa de ho -rário adequado sem o risco dacura ocorrer em períodos comumidade acima de 85 %.A secagem e cura rápidas das

tintas anticorrosivas proporcio -nam trabalhos de pintura demaior qualidade, produtividadee economia.

Advantages of fast drying protective coatings

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car outra demão e isto é favorá velao aplicador, pois nem sempre ascondições climáticas permitemque o tempo máximo possa sercumprido e para a perfeita ade -rência de uma camada sobre aou tra, muitas vezes demanda li -xamento superficial e limpeza dopó gerado que significa gastosnão programados de material emão de obra.A diminuição do teor de sol-

ventes ou sua eliminação das tin-tas também contribuiu para adiminuição do tempo de cura ede secagem.A secagem e cura são alcan -

ça das quando a tinta passa doestado líquido ao sólido e a peçapintada pode ser manuseada ou

em pilhada. A palavra cura éusa da no sentido de que umagente ex terno promove a soli -di ficação. Se cagem é usada nosen tido de que a evaporaçãodos solventes é quem promovea so lidificação. Am bas depen-dem da resina, das tempera -turas do ambiente e da superfí-cie e da espessura da ca mada detinta. As tintas que se cam pelomeca nis mo de evaporação dosolven te são chamadas de lacas.A re sina, como por exem plo aacrílica, se solidifica apenas pelaeva po ração dos solventes.No caso da alquídica, o oxi -

gênio do ar é quem polimeriza aresina ou, em outras palavras, oagente de cura é o oxigênio. No

caso do epóxi ou do poliuretano,o componente base reage comuma resina reativa acondiciona-da em outra embalagem. Estaresina chamada de agente de cu -ra, também é conhecida comoen durecedor, convertidor, agentereticulador ou catalisador. Esteúl timo termo é o mais inadequa-do, pois o componente reativonão é catalisador no sentido quí -mico, mas um reagente (questãode terminologia).Há vários agentes de cura pa -

ra as tintas epóxi, como poliami-da, poliamina, isocianato, fenal -ka mina e amidoamina entre ou -tros. Para os poliuretanos, ocom ponente base pode ser acríli-co polihidroxilado, poliéster po -li hidroxilado ou éster poliaspár-tico e o agente de cura é o iso-cianato que pode ser alifático ouaromático. Cada um destes rea -gen tes confere propriedades e ca -racterísticas específicas à tinta daqual participa. A velocidade emque a cura se processa dependedo tipo de componente base e doagente de cura utilizado e da suaquantidade. O poliuretano poli -as pár tico é um exemplo de tintade cura muito rápida. O polias -pár tico é uma tinta self-priming

Figura 1 – Evolução da secagem ou da cura de tintas anticorrosivas

Figura 2 – Horários adequados e inadequados para aplicação de tintas

TABELA 1 – RESUMO DE ALGUMAS TINTAS E SEUS TEMPOS DE SECAGEM E CURA A 25 °C

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ou seja, é Dupla Função e podeser aplicada em apenas uma de -mão diretamente sobre o aço car-bono (DTM – Direct To Metal).Têm resistência ao intemperis-mo com excelente retenção decor e brilho e não amarelam como tempo.É possível a tinta estar seca

mas não totalmente curada. Ossolventes ao se evaporarem per-mitem que a tinta seja tocada e seapresente seca, mas a cura aindanão alcançou um grau de solidi-ficação que permita que as peçassejam colocadas em serviço semserem danificadas pelo manuseioou ao serem empilhadas.Nas tintas modernas, de cura

rápida, é possível liberar para aaplicação de uma nova demão damesma tinta ou de outra tintaem cerca de três horas. Outra ca -rac terística fantástica é que estatinta pode ser imersa em águaem 24 h. Qualquer outra tintaepóxi teria que esperar sete diaspara a imersão.O intervalo mais curto entre

demãos, do primer para o acaba-mento ou entre demãos da mes -ma tinta é muito importantepois ao aplicar uma tinta é pre-ciso conhecer a sua ficha técnicapara programar a próxima de -mão dentro de uma condiçãoclimática adequada (com umi-dade relativa do ar abaixo de

85 %). Isto pode atrasar a obraou causar falhas de aplicaçãopor que a cura se processou emuma condição desfavorável. NaFigu ra 2, é representado um diade trabalho com seus horáriosadequados e inadequados paraa pin tura.Na Figura 2, por exem plo,

se uma tinta convencional éaplicada por volta das 8 h dama nhã e tem um intervalo en -tre demãos de 12 h, a próximademão só po derá ser aplicadaapós as 20 h. Neste horário aumidade relativa do ar subiumui to e não convém aplicar ou -tra demão. Teremos que aguar -dar a manhã do dia se guinte pa -ra aplicar a nova demão.Na mesma Figura 2, verifi-

camos que uma tinta de curarápida (CR) aplicada no mes -mo horário permite a aplicaçãode outra demão na mesma ma -nhã e esta demão poderá curarem um período favorável. Umgráfico que ilustra a situaçãoapresentada na Figura 2 é mos -trado na Figura 3.A Figura 3 é um caso hipo -

tético e foi baseado em umestudo da Universidade Federal

TABELA 2 – COMPARAÇÃO ENTRE AS PROPRIEDADES DE DUAS TINTAS DE CURA RÁPIDA

Figura 3 – Gráfico de variação da umidade do ar e da temperatura aolongo de um dia

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da Grande Dourados/MS 3, de -pen de da estação do ano, da po -sição geográfica da localidade edá uma ideia de que em tintasconvencionais, o horário ade-quado para o trabalho de apli-cação fica reduzido a poucasho ras (de 10 a 12 horas), porcausa da umidade relativa do are da temperatura do ambienteque pode provocar condensaçãode umidade na tinta.Pelas regras de boa técnica de

aplicação das tintas, se a umida -de relativa do ar estiver acima de85 % e se a temperatura da su -perfície não estiver no mínimo3 °C acima do ponto de orvalho,a condição para a aplicação dapintura e a cura de tintas con-

vencionais é imprópria. As tintassem solvente e as tolerantes aumidade (damp tolerant) se en -qua dram no item 4.9.8.4 danorma Petrobras N-13 K 4 quediz: “As tintas formuladas especi-ficamente para aplicação sobresuperfícies com condensação deumidade, com umidade residualou úmidas, não estão sujeitas àsrestrições do ponto de orvalho ede umidade relativa. Já as tintasconvencionais não devem seraplicadas em condições desfa-voráveis.” Isto pode ser constata-do no item 4.9.8.2 da mesmanorma, que diz: “Não deve seraplicada tinta em superfícies me -tálicas cuja temperatura seja infe-rior à temperatura de ponto de

orvalho + 3 ºC”.O item 4.9.8.3 desta mesma

norma diz: “Não deve ser feitane nhuma aplicação de tinta emtempo de chuva, nevoeiro oubru ma ou quando a umidadere lativa do ar for superior a85 %, nem quando haja expec-tativa des te valor ser alcança-do”. O mo tivo desta restrição éa possi bi li dade de condensaçãode umidade na superfície do fil -me. Na Figura 4, é mostradauma simulação de como a eva -poração do solvente pode abai -xar a tempera tura da tinta e pro -vocar defeitos na película porcondensação de umidade. Noca so da tinta sem solvente, aprobabilidade de condensação émuito baixa, porque não háeva poração de solvente e há atéuma ligeira elevação da tem pe -ratura, pois a reação de cu ra doepóxi é exotérmica.Uma das funções do solvente

nas tintas bicomponentes é a dis-sipação do calor, para com istodiminuir a velocidade de cura eaumentar o pot life. Em uma tin -ta sem solvente esta dissipação édificultada e a reação gera calor ecom o aumento do calor há di -minuição do pot-life.

Figura 4 – Como a tinta epóxi convencional se compara a uma tinta epóxi sem solvente na aplicação

Figura 5 – Falhas provocadas pela presença de solventes e filme íntegrode tinta sem solvente

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Figura 6 - Sistema Airless “plural component” e esquema de funcionamento

TABELA 3 – COMPARAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS DE APLICAÇÃO DAS DUAS TINTAS (EQUIPAMENTOS RECOMENDADOS)

A condensação de umidadepode prejudicar o filme de tintapela formação de canais capilares(pinholes) causados pela fuga des -tes solventes através da tinta ougotículas de água oclusas (blush-ing) prejudicando a proteçãoanticorrosiva, porque não é pos-sível se determinar quanto do fil -me sadio foi afetado pela con-densação da umidade. Na Figura5, são comparados um filme detinta à base de solventes orgâni-cos e outro de uma tinta sem sol-ventes. Muitos canais ficamaber tos e se constituem em falhasque prejudicam a continuidadedo filme. Portanto, menos sol-vente significa maior imperme-abilidade e logicamente secagemmais rápida.

Mais vantagens de umatinta anticorrosiva semsolventes (cura rápida)

Aplicação “Úmida-sobre-Úmida WW (Wet-on-Wet)Com uma tinta sem solvente

e de secagem rápida, há umamaior possibilidade de se aplicaroutra demão sobre a anteriorsem ter que esperar muitas horasou até um dia inteiro. É possívelaplicar sem falhas, entre elas,principalmente o escorrimento,desde que a tinta tenha sido for-mulada para isso. Por exemplo,uma tinta WW pode alcançar500 micrometros em uma só de -mão, com passe e repasse cruza-dos (250 micrometros cada),sem problemas. Este tipo de tin -

ta elimina quase por completo apossibilidade de surgirem canaiscapilares que poderiam atraves-sar a camada toda ou parte dela,prejudicando a proteção anticor-rosiva, o que ocorre com muitafrequência em tintas conven-cionais.

Dois exemplos de tintasde cura rápidaVamos comparar na Tabela 2

os dados de fichas técnicas dedois produtos de cura rápida,uma com agente de cura à basede poliamida e outra com polia -mina. A tinta 2 é mais avançada,pois incorpora mais proprieda -des ou atributos da nova tecno -lo gia de cura rápida.Diferença entre as duas tin-

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tas: a tinta 1 é convencional,moderna, mas não é isenta desol ventes, é de secagem rápida,mas não tanto quanto a 2 que é100 % sólidos, de secagem maisrápida e ecológica, pois tem umVOC <85 g/L. A tinta 2, po -rém, exige a aplicação por meiode equipa mento plural compo-nent por causa do tempo de vi -da útil (pot life) muito curto(se te minutos).

Compostos orgânicosvoláteis (COV)Os solventes usados nas tin-

tas são considerados COV ouVOC (sigla em inglês VolatileOrganic Compounds). O que éCOV? É qualquer compostoorgânico que libera vapores paraa atmosfera, espontaneamentenas condições normais de tem-peratura e pressão e reagem foto-quimicamente com oxigênio eóxidos de nitrogênio do ar at -mos férico em presença da radi-ação UV da luz solar, produzin-do ozônio. É definido como:gramas de solvente por litro detinta segundo a EPA (Environ -mental Protection Agency) 5.

RestriçãoUma restrição de algumas das

tintas de cura rápida é que grandeparte delas tem tempo de vida útil(pot life) curto e, por isso, devemser aplicadas com pis tola pluralcomponent com manifold remoto6. Os componentes A e B são mis-turados no manifold, passam pelomisturador estático onde sãocompletamente homogeneizadose de pois são conduzidas até a pis-tola por uma mangueira flexível(ra bi cho ou chicote) de curta me -tra gem. Desta forma, a tinta mis -turada (A+B) percorre um tre chode mangueira menor, evitando aperda do material misturado eproporcionando maior eco no -mia. Na Figura 6, é mos trado umequipamento airless de pinturaplural component com manifoldremoto.

Este sistema tem valor deaqui sição maior do que as pisto-las convencionais. Porém, siste -ma do tipo airless plural compo-nent, por ser mais produtivo epermitir aplicação das tintas commais qualidade, evitando desper -dícios, sem diluição e em cama -das mais espessas pela própriana tureza da tinta, se torna maiseconômico quando se considerao custo-benefício. O investimen-to retorna em pouco tempo deuso. Portanto, o que parece a pri -meira vista uma desvantagem, éna verdade um grande benefício.Há um exemplo de tinta de

secagem extra-rápida, na litera -tura 7, em que a troca de um sis-tema convencional pelo de curarápida trouxe como vantagem,além das razões de segurança, aantecipação na entrega de umequipamento importante e issopossibilitou iniciar a produçãotrês meses antes do prazo pre-visto. A empresa calculou que aantecipação evitou um grandepre juízo, em outras palavras,per mitiu um ganho econômicoconsiderável.

ConclusãoAs tintas anticorrosivas evo -

luí ram e hoje as pinturas de curarápida oferecem qualidade, pro-dutividade e economia, que nascircunstâncias atuais significammuito. A diminuição da presen -ça de solventes nas tintas, a reati -vidade das resinas com seusagen tes de cura e aditivos comoativadores de reação, são os fato -res que contribuíram para au -men tar a velocidade de cura ousecagem das tintas anticorrosi-vas. Os inconvenientes de algu-mas destas tintas são: vida útilcurta e necessidade de aplicaçãocom sistema airless tipo pluralcomponent, mais caros que pisto-las convencionais. Porém, porserem mais produtivas e permi-tirem aplicação sem diluição eem camadas mais espessas, sãoatrativas se considerarmos o

custo-benefício.A vantagem econômica que

se pode obter das tintas de curaou secagem rápida é a diminui -ção do tempo de obras novas nasindústrias e com isso antecipaçãoda produção, ou diminuição dotempo de interrupção da pro-dução (paradas programadas ounão) no caso de obras de manu -tenção. De uma forma ou de ou -tra, o início ou reinício da pro -du ção antes do previsto conduz aganhos interessantes no lucro.Algumas das tintas de nova

tecnologia de cura rápida sãosem solventes e estas formulaçõesapresentam vantagens como, porexemplo, menor ocorrência defalhas no filme, possibilidade deaplicação em condições climáti-cas desfavoráveis e produtos maisamigos do meio ambiente (maisecológicos).

Referências bibliográficas1. Norma ABNT NBR 15156:2004 –Pintura Industrial – Terminologia

2. Norma ASTM D 1640-03 –Standard Test Methods for Drying,Curing, or Film Formation of OrganicCoatings at Room Temperature

3. www.do.ufgd.edu.br/guilhermebis-caro/arquivos/meteorologia.pdf

4. Norma Petrobras N-13 K – RequisitosTécnicos para Serviços de Pintura

5. www.en.wikipedia.org/.../Environ -mental_impact_of_paint

6. www.graco.com/br/pt.html7. Palestra – A importância da Pinturaem Obras de Grande Porte – Trabalhoapresentado na Coteq 2013 – 12ªEdição (autores: Joaquim P. Quintela,Victor Solymossy, Heberth Souza,João P.Carrijo, Maurício Guimarães eF. Gonçalves da Petrobras).

Celso GneccoEngenheiro, Gerente Treinamento Técnicoda Sherwin-Williams do Brasil –Unidade Sumaré

Contato com o autor:[email protected]

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Artigo Técnico

Revestimentos de zinco sobre açose suas aplicações

tipo de banho eram o seu baixocusto operacional, ciclo curto depreparação da superfície do subs -trato metálico, uniformidade dedepósito, boa ductibilidade mes -mo em camadas espessas, facili-dade de controle do banho e ele-vado rendimento frente a outrostipos de revestimentos.Atualmente os dois princi-

pais processos usados para apli-cação de revestimentos à base dezinco são: imersão a quente eeletrodeposição 2. Outros pro -ces sos menos utilizados são: as -persão térmica (metalização),she rardização e revestimento portinta rica em zinco 3.A escolha do método de apli-

cação de revestimentos de zincoé baseada nos seguintes fatores:es pessura do revestimento, geo -me tria e tamanho da peça, e apa -rên cia decorativa.A imersão a quente é um pro -

cesso em que a peça a ser revesti-da é mergulhada em um banhode zinco fundido a temperaturasentre 420 °C e 460 °C. Ao serretirada do banho fundido, a pe -ça é imersa em água para que areação de formação da camadaintermediária ZnFe cesse. Esteprocesso é também chamado degalvanização a fogo ou zincagempor imersão a fogo 4. Os revesti-mentos obtidos com essa técnicasão relativamente espessos, carac-terizados pelas chamadas “floresde zinco” e não são apropriadospara muitas operações de confor-mação e acabamento final. Sãocompostos por três camadas deintermetálicos Zn-Fe e, na partemais externa, de uma camada dezinco puro. A camada mais in -

ter na é aquela onde predomina ocomposto Fe5Zn21 (fase gama, g)com cerca de 75 % de Zn e 25 %de Fe. Esta camada é seguidapela fase delta (FeZn7 – d) que éa mais espessa, com cerca de90% de Zn e 10% de Fe, a fasezeta (FeZn13 – z) com aproxi-madamente 94 % de Zn e 6 %de Fe e, finalmente, a camadamais externa, constituída dezinco puro, ou fase eta (h) 3.As camadas de intermetálicos

são formadas pela reação entre ozinco do banho e o aço. Esta rea -ção predomina durante a imer-são do aço no banho mas, podetambém continuar após a retira-da do aço se a velocidade de res-friamento for baixa. Já a últimacamada (fase eta, h) é formadapela solidificação do zinco fundi-do que é arrastado do banho eade rido à peça.Nos processos de eletrodepo -

sição, o zinco está presente noba nho em forma de íons. Os re -vestimentos obtidos por esse tipode processo são relativamente fi -nos, com superfície lisa e bri -lhan te que pode ser posterior -men te pintada e conformada.Além disso, as camadas obtidaspor eletrodeposição apresentamsoldabilidade 5. O desempenhofrente à corrosão do sistema açorevestido com camada de zinco,depende de fatores, tais como:es pessura da camada, distribui -ção de metal, velocidade de de -po si ção, estrutura cristalina, den-tre outros.

Eletrodeposição de zincoA eletrodeposição do zinco

sobre o aço é o processo de reves-

Por Célia R.

Tomachuk

ResumoRevestimentos de zinco sobre

aços são utilizados para proteçãodo substrato pelo mecanismo deproteção catódica sacrificial. Aele trodeposição de zinco é umdos processos de aplicação destetipo de revestimento sobre su -per fícies de aço-carbono maisuti lizados industrialmente. Istose deve principalmente ao baixocusto do processo. As proprie da -des das camadas de zinco obtidassão dependentes das característi-cas dos parâmetros do processode eletrodeposição. O presentear tigo apresenta as principais ca -rac terísticas e aplicações destasca madas.

AbstractZinc coatings on steel are used

for protection of the substrate by asacrificial cathodic protectionmechanism. Electrogalvanizationis one of the processes most usedindustrially for coating carbonsteel surfaces mainly due to its fair-ly low cost. The properties of thezinc layers are dependent on theelectrodeposition parameters withemphasis mainly used zinc bathsand of the layers obtained. Besides,the main characteristics andapplications of the zinc layers arepresented.

IntroduçãoO zinco é um metal pouco

nobre que vem sendo utilizadohá mais de 170 anos como reves-timento de sacrifício. As primei -ras patentes datam de 1840 e tra -tam dos banhos cianídricos deou ro, cobre e zinco 1. As razõesque levavam a se optar por este

Zinc coating on steel and their applications

Co-autora:

Isolda Costa

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timento da superfície mais uti-lizado industrialmente, uma vezque a camada obtida apresentabom desempenho à exposição at -mos férica, oferecendo proteçãogal vânica ao substrato de aço emregiões de descontinuidades damesma 6. Adicionalmente, esteti po de processo apresenta com-parativamente baixo custo.Até a década de 70, a maio ria

dos processos de eletrodeposiçãode zinco utilizavam banhos à ba -se de cianetos. A partir de então,em função das crescentes exigên-cias e regulamentações governa-mentais, busca-se alternativas ca -pazes de mitigar os impactos am -bi entais e que apresente as mes-mas propriedades das camadastí picas dos banhos cianídricos 5.Na literatura são encontrados

estudos de eletrólitos alcalinos al -ter nativos para eletrodeposiçãode zinco isento de cianetos, osquais usaram complexantes orgâ -ni cos 7, etanolamina 8, acetatos 9,poliaminas alifáticas quartená -rias 10, trietanolamina 11 e furfu -ral aldeído 12. Comercialmente,os banhos alcalinos isentos decia netos apresentam elevada car -ga de aditivação 13-14 e as se guin -tes características: excelente pe -ne tração e uniformidade de ca -mada, baixo custo de tratamentode efluentes, fácil controle quí -mico do eletrólito e menor custode montagem comparativamen -

te aos processos convencionaiscia nídricos 13. A velocidade dede po sição/eficiência catódicatem si do ajustada com adição depo lí meros no banho alcalinoisento de cianeto 13.A diferença fundamental en -

tre os banhos é que os banhoscianídricos, têm grande tolerân-cia a contaminações orgânicas,mes mo se o pré-tratamento dasu perfíce for inadequado. Omes mo não acontece com ospro cessos ácidos ou alcalinos semcianetos.Os processos ácidos, que uti-

lizam compostos à base de clore-tos e sulfatos, são empregadosexclusivamente para tiras, fitas,chapas, tubos e arames. Apresen -tam alta eficiência catódica(94 % a 98 %), depósito bri -lhante, bom nivelamento e po -dem ser aplicados sob substratode ferro fundido e aços. Estaspropriedades, no entanto, de -pen dem da natureza e concen-trações dos banhos constituintes,os quais são compostos de íonsmetálicos, sais condutores, agen-tes aditivos e tamponantes, co -mo ácido bórico, para manter opH dentro das normas técni-cas 15-16. No entanto, são muitosensíveis às contaminações orgâ -ni cas e metálicas, altamente cor-rosivos e requerem instalaçõesmais sofisticadas 13.Segundo Bradaschia 17, os ba -

nhos de zinco ácido podem serclassificados em:• Banho de sulfato de zinco combaixa acidez que é aplicado pa -ra fins técnicos e apresenta co -loração cinzenta-fosca. Podeser usado para revestir ferro. OpH desses banhos é na faixa de3,8 a 4,5.• Banho de sulfato de zinco comalta acidez que é usado para re -vestir arames em instalaçõesau tomáticas. Opera na faixa dedensidade de corrente de (80 a200) A.dm-2.• Banho de fluorborato de zincoem que é possível aplicar densi-dades de corrente catódica al -tas. A camada depositada apre-senta fina cristalização e boaaparência. O pH é controladopela adição de hidróxido deamônia, óxido ou carbonato dezinco ou com ácido fluorbóri-co, se precisar reduzir o pH.Os aditivos comumente usa-

dos em banhos de eletrodepo -sição são classificados como nive-ladores e abrilhantadores 18-20. Osabrilhantadores são compostosor gânicos geralmente adicionadosaos banhos em pequenas quanti-dades (10 -4mol/L a 10 -2mol/L).Os depósitos obtidos em pre-sença de abrilhantadores apre -sen tam propriedades de refletân-cia e resistência à corrosão 20. Osniveladores são usualmente usa-dos em concentrações relativa-

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Figura 1 – Camadas de zinco obtidas por eletrodeposição em eletrólito alcalino isento de cianeto com densidadede corrente de 2 A.dm-2 durante 30 min. Fonte: Autor

(b) com adição de aditivos (nivelador e abrilhantador)(a) isento de aditivo

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mente uniforme. • excelente aderência a váriossubs tratos ferrosos;• base efetiva para aplicação detintas.A vida útil das camadas de

zinco depende da resistência àcorrosão, que é determinada pelaagressividade do meio. Em at -mosferas rurais e marinhas estascamadas são relativamente resis -tentes 32. Em meios aquosos, ataxa de corrosão é determinadapelo pH, presença de sais dis-solvidos e temperatura 5, 32, 34, 35.Devido ao seu caráter anfótero,as camadas de zinco apresentamaltas taxas de corrosão em meiosácidos e alcalinos, e baixas à tem-peratura ambiente e em pHsentre 7 e 12 36.Muitas indústrias nos últi-

mos 40 anos, especialmente aautomobilística e a de constru -ção, começaram a procurar ca -madas alternativas às de zincode vido às novas exigências deperíodo de garantia aumentadodas indústrias automobilísticas.O resultado foi o desenvolvi-mento de sistemas de ligas dezin co com metais do oitavo gru -po, tais como: ZnNi, ZnCo,ZnFe 37-42 e, ultimamente, com-binações ternárias, como as ligasZnCoCr e ZnFeMn 43. Estas li -gas apresentam propriedades su -periores de resistência à corrosão,resistência mecânica e elétricas,além de custo adequado 44. Es -for ços também foram feitos como objetivo de melhorar as carac-terísticas dos revestimentos dezinco por meio de pós-tratamen-tos, tais como os tratamentos deconversão 35, 45-47.Outra demanda de desen-

volvimento tecnológico de ca -ma das de ligas de zinco rela-ciona-se à substituição do cád-mio devido a sua elevada toxici-dade 48,49. Os produtos revestidoscom cádmio estão proibidos naEuropa desde junho de 1995,em equipamentos e máquinaspa ra produção de tecidos e ves-

A principal vantagem dosrevestimentos de zinco é sua pro-priedade de proteção contra acorrosão 1,28. Segundo Panossi -an 29, em atmosferas não poluí-das e em presença de oxigênio,CO2 e água, o produto de cor-rosão do zinco formado inicial-mente é o hidróxido de zincoque se transforma em carbonatosbásicos de zinco. Se a atmosferafor contaminada com SO2, ohidróxido de zinco é convertidoem sulfato básico de zinco, e se acontaminação for com cloretos,o hidróxido de zinco é conver-tido em cloretos básicos de zin -co. Todos estes produtos de cor-rosão do zinco, como carbonatosbásicos, cloretos básicos e sulfa -tos básicos, são insolúveis e for-mam uma barreira que protegecontra a continuação da corrosãodo zinco. Todavia, em atmosferasaltamente poluídas com SO2, apelícula de água na superfície dometal torna-se ácida e o produtoformado, sulfato de zinco, é so -lúvel em água e, portanto, nãoconfere proteção contra a cor-rosão. Em atmosferas com altoteor de cloretos, a película deágua estará saturada com este salhigroscópico, o que resultará nomolhamento contínuo da super-fície metálica, além de poderocorrer a formação de cloreto dezinco, que é bastante solúvel enão proporciona proteção à su -per fície metálica 29.Camadas de zinco eletrode-

positadas têm sido largamenteuti lizadas pelas indústrias auto-mobilísticas por apresentarem asseguintes propriedades 30,31:• excelente proteção do substrato(aço);• excelente razão custo/proteção;• possibilidade de uso de váriostra tamentos de conversão pa -ra me lhorar a resistência àcor rosão;• formação de eletrodepósitosdensos, de granulação fina ecom excelente ductibilidade;• espessura de camada relativa-

mente altas, cerca de 10 -2mol/L,e deixam a superfície do depósi-to mais lisa 20. Os surfactantesrefinam o tamanho de grão dode pósito, melhorando o poder depenetração e a solubilidade dosabrilhantadores nos banhos 21-23.Alguns aditivos atuam simul -

tâ nea mente como abrilhantado -res e niveladores. Na maioria doscasos, combinações de diferentesaditivos produzem depósitos sa -tisfatórios. A combinação ade-quada de dois ou mais aditivosmelhora o aspecto e a resistênciaà corrosão do depósito, a pene-tração e eficiência de corrente dobanho em comparação com adi-tivos únicos 19, 22,24, conformeilus tra a Figura 1.Os efeitos mais importantes

dos aditivos na eletrodeposição dezinco são o refino do grão 18, 20,formação de estrutura de grãosori entados 25 e alterações na rela -ção entre potencial e densidade decorrente de deposição. Algunstra balhos consideram a intera -ção si nér gica entre os aditivospara ex plicar a produção de de -pó sitos bri lhantes e de boa qua -lidade 19, 21, 25,26.Recentemente, Nayana e

Ven ka tesha 27 obtiveram depósi-to liso, brilhante e uniforme dezinco sobre aço-carbono a partirde banho de sulfato com a com-binação de diferentes aditivos. Ainteração entre os aditivos foi in -dicada pelo menor coeficiente dedifusão dos íons de zinco e maiorsobretensão. A maior sobreten-são levou à formação de planosmais orientados devido à adsor -ção preferencial de aditivos. Oaumento da taxa de nucleação ea redução da taxa de crescimentoem presença dos aditivos produ -ziu um depósito brilhante, liso ede grãos finos.Uma das principais caracte -

rísticas dos revestimentos eletro -de po sitados é que estes podemser trabalhados pois não apresen-tam trincas quando dobrados ouconformados.

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banho contendo NH4Cl, ne -nhum aumento na corrente par-cial da redução de hidrogênio foiobservada a valores de potenciaisa partir do qual se inicia a code-posição anômala; esse fato, maisa formação do complexo de zin -co amoniacal, excluem a precipi-tação do hidróxido de zinco nasuperfície do eletrodo. Tais re -sultados foram confirmadospor Mathias e colaborado -res 64,65. Es tes usaram banhoRoehl (pH 1,6) e obtiveram co -depósito anômalo de ZnNi,embora a corrente de hidrogênionão tenha sido suficientementealta para causar o aumento dopH interfacial acima do pH dasolução, como é necessário paraformação do hidróxido de zinco.Esses autores 64,65 calcularam quea densidade de corrente de trocado zinco é quatro ordens degran deza superior à do níquel eatribuíram a codeposição anô-mala à cinética intrinsicamentelenta do níquel.Gómes e Vallés 66 estudaram

os efeitos da variação do pH(pH 2 a 5) e da agitação dobanho na eletrodeposição da ligaZnCo utilizando um banho à ba -se de cloretos. Mostraram que acomposição da liga depende dascondições de deposição estu-dadas: pH alto e tempo de de -posição longo favorecem a code-posição normal enquanto que aagitação favorece a codeposiçãoanômala. O esgotamento do íonzinco próximo ao eletrodo é umfator essencial na transição da co -deposição anômala para normal.Yan e colaboradores 67 estu-

daram a eletrodeposição da ligaZnCo em banho ácido à base desulfato e propuseram um mode-lo em que a eletrodeposição daliga ZnCo se dá a partir da for-mação de uma camada de hi -dróxido de zinco intermediária etransiente, ao invés de constante,como foi assumido anterior-mente por Higashi 54. Eles con-sideraram que em um determi-

resistência para o transporte dosíons Co2+. Ao contrário, hidróxi -do de cobalto não é formadoporque o pH não alcança um va -lor crítico para sua precipitação.Nos últimos anos, a teoria de

Dahms e Croll foi confirmadapor Hall 55 e Fukushima 56 paraeletrodeposição da liga ZnNi epor Alcala para a liga ZnCo 57.Ao mesmo tempo, porém, ou -tros autores propuseram expli-cações diversas.Nicol e Philip 58 estudaram a

eletrodeposição do sistema NiFee sugeriram que a deposição éba seada no que é conhecido co -mo underpotential deposition(UPD). Esse consiste na eletro -deposição de um metal em umpotencial menos negativo que opotencial de equilíbrio para aredução deste metal. Acredita-seque esse fenômeno deva-se à for -te interação entre o metal que es -tá se depositando e o substratosobre o qual se deposita.Swathirajan 59 concluiu que

a inibição da codeposição do ní -quel, na eletrodeposição da ligaZnNi, é devido a uma sub-mo -nocamada de zinco depositadoem potenciais mais positivosque o do equilíbrio. Essa code-posição é causada principal-mente por dois fatores: o efeitodo potencial de eletrodo nadeposição da fase a e g da ligaZnNi a partir de um mesmoeletrólito e, a influência dozinco depositado na polarizaçãopara eletrodeposição do níquel.Felloni 60 e Fratesi 61,62, apesar

de diferentes condições de ba -nho, enfatizaram a importânciados parâmetros cinéticos na rea -ção catódica da codeposiçãoanô mala das ligas ZnNi 60, 62 eZnCo 61. Os metais do grupo doferro são geralmente caracteriza-dos por baixa densidade de cor-rente de troca 63 e o zinco, aocon trário, apresenta alta densi-dade de corrente de troca.Estudando a eletrodeposição daliga ZnNi 60 a partir de um

tuários, em materiais para cons -trução de residências, equipa-mentos e produtos relacionadosà agricultura e veículos. Aplica -ções de camadas com cádmio nasindústrias aeroespacial, nuclear,de contatos elétricos, offshore,mi neração e dispositivos de segu-rança, também serão proibidas,mas, somente quando se identi-ficar material adequado parasubstituir o cádmio 49.

Codeposição anômalaA eletrodeposição das ligas de

zinco com metais do oitavo gru -po da tabela periódica (ZnNi,ZnCo e ZnFe) é, geralmente, dotipo anômala. Essa consiste nadeposição preferencial do metalmenos nobre, segundo a classifi-cação de Brenner 1. No cátodo, ometal menos nobre é preferen-cialmente reduzido, neste caso, ozinco. Existem, no entanto, con -dições experimentais, como den-sidade de corrente muito baixa ealtas temperaturas, nas quais acodeposição se torna normal,com grande aumento no conteú-do do metal mais nobre (Ni, Coe Fe) 50. Sobre o mecanismo quedetermina a codeposição anô-mala, não existe concordânciaentre os pesquisadores.Dahms e Croll 51 estudaram a

eletrodeposição anômala da ligaFeNi com eletrodo rotatório.Con cluíram que a deposição doníquel é impedida devido à for-mação de hidróxido ferroso nasuperfície do eletrodo, causadapelo aumento do pH local emconsequência da reação de evo -lução de hidrogênio.Os pesquisadores Mindo -

wicz, Yunus, Higashi e colabo-radores propuseram o mesmome canismo de formação de hi -dróxido (hidroxide suppressionmechanism) para explicar a code-posição anômala da liga ZnCoem banho de sulfatos 52-54. Acodeposição de cobalto é impe-dida devido à formação de umfilme de hidróxido que oferece

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nado potencial crítico o processode eletrodeposição se dá deforma cíclica, ou seja, formandoe decompondo a camada de hi -dróxido de zinco próximo à su -perfície catódica, a qual produzcamadas de Zn-ZnO no code-pósito. Descobriram que o co -balto enriquece a interface Zn-ZnO. Esse modelo é sustentadopor evidências obtidas por medi-das eletroquímicas e observaçõesde microscopia eletrônica detransmissão.

Revestimentos funcionaiscompósitosA técnica de codeposição ele -

troquímica consiste em incorpo-rar partículas condutoras, semi-condutoras ou não-condutoras(adicionadas intencionalmenteao eletrólito) à matriz metálicadurante o processo de eletrode-posição. É a mais utilizada paraobtenção de revestimentos fun-cionais compósitos 68-70. O de sa -fio é manter as partículas em sus-pensão durante todo o processode deposição 71,72.O modelo de Gugliemi e co -

laboradores 71 leva em considera -ção a lei de adsorção sobre as su -perfícies ativas e desconsidera ana tureza e tamanho das partícu-las, constituintes do banho, pH etemperatura. A primeira etapa,es sencialmente física, correspon -de a adsorção fraca das partículassobre a superfície catódica, en -quan to a segunda, de naturezaele troquímica, corresponde a ad -sorção irreversível das partículas.O modelo apresentado por

Celis 72 é mais completo edescreve o mecanismo de incor-poração de partículas em cincoetapas. Na primeira etapa ocorrea adsorção de íons e moléculasna superfície das partículas emsuspensão no eletrólito. Na se -gunda, as partículas são transferi-das até a fronteira hidrodinâmicapor convecção. Na terceira, há adifusão das partículas pela cama-da de difusão do catodo. Na

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de apresentarem baixo impactoambiental ao meio ambiente epara o operador 6,30,33,34. Alémdisso, é possível obter camadauniforme em toda a extensão dapeça, dúctil e com boa adesão àscamadas de conversão.Os banhos ácidos têm como

maior benefício a habilidade dedepositar sobre ferro fundido, etambém em peças que sofreramtratamento térmico.As ligas ZnCo, ZnNi e ZnFe

oferecem propriedades superi-ores no que diz respeito a re sis -tência à corrosão e propriedadeselétricas, além de custo adequa-do quando comparada com ozinco puro 43,44. A codeposição égeralmente anômala, porém emdeterminadas condições, comoteor do metal no banho e tem-peratura, é possível obter code-posição normal 50.O comportamento anômalo

do zinco é resultado da cinéticade deposição dos íons Co ou Ni,sendo que esta é afetada pela pre-sença de zinco dentro de ummecanismo mais complexo 1.Nanopartículas incorporadas

em revestimento de zinco me -lhoram as propriedades mecâni-cas e de resistência à corrosão.

AgradecimentosOs autores agradecem à Fa -

pesp (Fundação de Amparo à Pes -quisa do Estado de São Paulo) –Processo 2015/09952-0.

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quarta, as partículas adsorvem-sena superfície do revestimento ena quinta, ocorre o aprisiona-mento das partículas no revesti-mento pela redução dos íonsadsorvidos na superfície das mes-mas e pelo crescimento da matrizmetálica.Revestimentos compósitos

são obtidos a partir de uma sus-pensão contendo sais de zinco epartículas cerâmicas ou polimé -ricas dispersas, além de aditi -vos 73-75. Apresentam proprie da -des como resistência ao desgastee corrosão. No entanto, essaspro priedades dependem, princi -pal mente, dos parâmetros eletro-químicos, tais como: densidadede corrente, potencial de eletro -de po sição, pH e temperatura 73.Praveen e colaboradores 74

obtiveram revestimentos de zin -co com incorporação de nano -par tí cu las de TiO2 e observaramaumento da resistência ao des-gaste e à corrosão em relação aorevestimento de zinco puro. Issofoi atribuído ao fato de as nano -partículas formarem uma bar-reira física e ocuparem as micro -fissuras ou defeitos presentes nasuperfície do revestimento.Em outro trabalho, Prave -

en 75 avaliou revestimento dezinco com incorporação de na -no tubos de carbono. Os resulta-dos sugeriram maior resistência àcorrosão do compósito de zinco-nanotubos em relação ao zincopuro, o que foi atribuído ao fatodas nanopartículas preencheremos defeitos do revestimento.O efeito da incorporação de

CeO2 em revestimentos de zin -co obtidos por imersão a quen -te foi estudado por Shibili 76 eos resultados indicaram um au -mento na resistência à corrosãoem comparação ao revestimen-to de zinco puro.

ConclusãoOs banhos alcalinos sem cia -

netos apresentam vantagens emrelação aos cianídricos pelo fato

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Institute of Science and Technology, noCorrosion and Protection Centre(UMIST). Pesquisadora na area decorrosao no Centro de Ciencias eTecnologia de Materiais do Instituto dePesquisas Energeticas e Nucleares(IPEN/CNEN-SP).

Contato com a autora:[email protected]

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Celia R. TomachukDoutora na area de Materiais e processosde fabricacao pela UNICAMP com posdoutorado realizado na UNICAMP,Universita degli Studi di Napoli,“Federico II”, e no IPEN. ProfessorDoutor no Departamento de CienciasBasicas e Ambientais da Escola deEngenharia de Lorena da USP,Lorena, SP.

Isolda Costa Doutora pela University of Manchester

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Calendário 2015 – de Julho a Dezembro

1 Curso Intensivo (para alunos não aprovados no cursoregular ou como revisão para prova de qualificação)

Mais informações: [email protected][email protected]

Cursos horas Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

Pintura IndustrialInspetor N1 – Macaé / RJ 88 23/11 a 4/12Inspetor N1 – São Paulo / SP 88 30/11 a 11/12Inspetor N1 – Rio de Janeiro / RJ 1 40 9 a 13

Pintura IndustrialInspetor N2 – Rio de Janeiro / RJ 40 7 a 11

Pintor e Encarregado de Pintura Ind.Curso – Macaé / RJ 40 7 a 11

Atenção: Calendário sujeito a alterações

Cursos

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Opinião

m amigo meu dos tem-pos de faculdade assum-iu a Ge rência Geral de

uma em presa de pequeno portedo seg mento atacadista. A em -pre sa ti nha cerca de 50 funcio -ná rios, era bem estruturada,mas não es tava obtendo lucro.

Meu amigo é um executivode resultados, que aplica soluçõessimples para resolver qualquerproblema. Para colocar a empre-sa no azul, ele iniciou somenteduas ações: aumentar as vendas eabaixar os custos.

Em relação a aumentar o fa -turamento, ele trocou o Gerentede Vendas, iniciou um novo pro -cesso de premiação na área com-ercial, desenvolveu um Departa -men to de Telemarketing etc. Emtrês meses, a empresa começou avender mais, e no mês passadoatin giu um crescimento acumu -la do da ordem de 10 %. Nadamau para um trabalho que co -me çou em janeiro.

Para reduzir os custos, elecha mou todos os gerentes e su -pervisores, elaboraram um planode redução de gastos em todas asáreas, fizeram planilhas de acom-panhamento, negociaram comfornecedores e… nada. Os custosnão desciam.

Foi então que ele resolveucon vocar toda a empresa parauma reunião sobre corte de gas-tos. Em um final de tarde desexta-feira, reuniu os 50 funcio -nários e falaram sobre a impor -tância de economizar, dos re -sul tados que a empresa deveriaatingir, em redução de custosetc. Na primeira fila, estavam

Arley Ribeiro

Mobilizando todos no corte de gastosSe quiser cortar os custos, pergunte às pessoas mais humildes de sua estrutura o que tem de ser feito,e execute tudo o que eles disserem. A qualidade do serviço não vai cair, e a economia será enorme!

Arley RibeiroExecutivo e Engenheiro Químico.Con ta to: LinkedIn: Arley Grieco Ribeiro

os supervisores e gerentes, que concordavam com a cabeça comtudo que o chefe dizia. E, na última, bem tímidas, estavam as se -nhoras da limpeza, da cozinha e o pessoal que trabalhava no galpãodespachando as mercadorias.

Na segunda feira, meu amigo chegou um pouco depois das 10 hna companhia, pois havia passado antes em um cliente. Ao chegar,foi abordado pela senhora da limpeza, que abriu um sorriso decumplicidade e disse: “Seu chefe, hoje vou economizar bastantedetergente. O pessoal desperdiça muito para lavar as mãos, eucheguei e falei pra todo mundo que tem um frasco só no banheiropara hoje. Se acabar, eles vão ficar sem. O “sinhô” vai ver que nemvai precisar comprar mais no fim do mês”.

Ele agradeceu e ao entrar no escritório, a recepcionista pediupara que ele deixasse a porta aberta. “Vou deixar aberta até às 10 h”,ela dis se, “pois assim não ligo o ar condicionado. Quando o caloraumentar, eu ligo o ar; depois das 15 h, volto a desligar e abro aporta novamente”.

Os trabalhadores do galpão pediram a ele para que algumas telhasfossem trocadas por outras transparentes. Assim, eles poderiam traba -lhar o dia inteiro sem utilizar a iluminação. O investimento total foi deR$ 10.000,00 em telhas, e o custo de energia elétrica caiu simples-mente pela metade…

E foi assim que os custos despencaram quase 20 % em apenas60 dias. A mensagem de redução foi finalmente dada a quem temmais condições de controlar os gastos, que são as pessoas maishumildes. Elas estão acostumadas a fazer isso em suas casas, já pas-saram por momentos difíceis e, mesmo sem planilhas ou plano demetas, conseguem se mobilizar para reduzir gastos que parecemimpossíveis de diminuir.

Assim, se você quiser aumentar suas vendas, busque no merca-do pessoas bem preparadas, motivadas, analíticas, com forte poderde persuasão e, de vez em quando, traga um palestrante com PhDem Harvard para explicar as mais modernas técnicas para aumentode vendas e lucros.

Mas, se quiser cortar os custos, esqueça o PhD de Harvard e pe -ça ao seu pessoal de vendas para levá-lo a uma churrascaria. En -quanto isso, você se senta e escuta as pessoas mais humildes de suaestrutura. Pergunte a eles o que tem de ser feito, e execute tudo oque eles disserem. A qualidade do serviço não vai cair, e a economiaserá enorme!

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