ceará sporting club 1972 parte (4)

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EDMAR o CRAQUE DACASA

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Revista que conta a história do Ceará no ano de 1972.

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EDMAR

oCRAQUEDACASA

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Em 1970, Edmar fo; Supercampeaopelo Ferroviario, conhecido pela torcidae imprensa esportiva do Ceara como Fer·rim, jogando ao lade de Aloisio (Que foragoleiro do Ceara); Louro (atualmente noSanta Cruz, de Recife, mas Que ja haviajogado pelo Corfntians), Esteves, Gomese Eldo; Edmar (ele mesmo), Coca-Cola eSimplicio; Hamilton Mello, Paulo VelosoI) Aloisio.

- Esse time foi muito born. Logo de·pois da conQuista do titulo cearense, metransferi para 0 Ceara. Meu passecustou50 mil cruzeiros e estou muito satisfeitoem Porangabu~u.

Edmar Oliveira Araujonasceu em For-taleza mesmo e tem apenas 25 anos_Joga como medio-apoiador e come~o!J notutebol em 63, na escolinha do Ferrovia-rio, com 0 Raimundo, homem Que desco-bria a garotada para 0 Ferrim.Em finsde 60, Ivonisio Mosca, ainda no Ferro-via rio, escalou-o numa partida entre ostitulares. Foi 0 suficiente para Que naosaisse mais do time.

Vindo para 0 Ceara, venceu 0 campeo·nato de 71, mas no Campeonato Nacionaldo mesmo ano, num lance casual comAfonsinho, na epoca jogando pelo Vascoda Gama, contundiu-se e passou bom tem-po afastado dos treinamentos, dos jogos,

. cpenas comparecia ao clube para ser me-dicado. E depois voltava para casa, ondeticava estudando, conversando, ouvindomusica e pensando na volta ao futebol:

- AQuilo me deixava muito abatido,po is fiQuei ate 0 fim do primeiro turnodo Campeonato Cearense de 72 sem po·der jogar. Sabia Que seu Ivonisio podiaestar precisando de mim. E eu, contun·dido, nao podia ajudil·lo. AQuilo me ma·tava.

Edmar aprendeu a gostar muito do Cea-ra, antes mesmo de come~ar a jogar peloFerrim.t Que seu irmao, Edilson, um bomlateral-esQuerdo, jogava nos titulares doalvinegro - e todos em casa, natural-mente, vibravam com 0 sucesso dele. 0amor pelo Ceara come~ou.

- Gra~as a Deus voltei bem ao time eme firmei novamente na posi~ao. S6 ficotriste Quando vejo a torcida reclamar quenao fa~o mais gols. Acontece Que, noFerroviario, a gente jogava mais abertoe eu podia ir tentar um chutezinho lana frente, com mais freQuencia. AQui, seuIvonisio acha - e eu concordo - Quedevo ficar mais atras, destruindo. Essee 0 meu papel atualmente no Ceara. Ea torcida precisa compreender.

Casado, pai de uma garotinha chamada£ricll, Edmar disse Que gosta muito dojogo de Dirceu Lopes, Que "considero 0melhor na posi~ao em todo 0 Brasil"Nao pretende jogar no Sui, ao lado deDirceu ou de outros jogadores mais co-nhecidos nacionalmente. Acha Que devecontinuar em Fortaleza, onde "tenhomeus amigos, familiares e, enfim, ondefui criado".

Com 0 futebol, ja conseguiu comprarum carro (Volkswagem, de duas ponas)e uma casa pr6pria. Ganha, mensalmente,1.500 cruzeiros e recebeu de luvas ("nacpoca estava contundido e nao podia pe-dir lTh3is") 11.000 cruzeiros.

- Os treinadores dos times Que vemjogar contra 0 Ceara, aqui no EstadioPresiderite Vargas, dizem que 0 nossomeio·de-campo e muito bom. Eu tambemc.proveito para elogiar 0 meu companhei-ro, Joaozinho, que e realmente um cra·que. Com Joaozinho na meia, armando asjogadas, e uma garantia pro Ceara.

MENSAGEM

Aliamo-nos ascomemorac;oes delanc;amento daedic;ao alvinegra darevista GRANDESCLUBESBRASILEIROS,quando distingue 0CEARASPORTINGCLUB, entre osmaiores do Brasil.

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As nossas homenagensnatalinas a toda a torcidaAlvinegra dePorangabuc;u, com votosde Bons Anos,extensivas tambem aosnossos clientes e amigos!

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Fortaleza - Ceara

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o JOCO-...DA EXPERIEMCIA

- Nagel, quantos anos voce tem?- Tenho a mesma idade do Nado.Durante as concentra~oes, Ivonfsio Mos-

ca sabe que pode contar com ele. Apa·recendo qualquer problema, Dor menor'ou maior que seja, la esta Nagel conver-sando com os companheiros, resolvendotudo. Nunca foi um jogador brilhante (eele sabe bem disso), mas viajou muito,correu os campos do Brasil, do mundo.

- Agora, se' Qeus quiser, termino mi·nha carreira no Ceara Sporting mesmo evou tentar ser treinador, se possivel, dosnossos juvenis, ajudando 0 Carlito.

Em 58, antes ate do Estadio do Arrudaser construido, Nagel ja jogava no timeprincipal do Santa Cruz, que acabou reovelando muita gente famosa: Gildo, ponta-cireita do Palmeiras e Flamengo, ail§m deZequinha, medio-aooiador da Sele~ao Bra·sileira de 62, reserva de lito, Aldemar,quarto-zagueiro tambern do Palmeiras eda Sele~ao Brasileira, considerado 0 me·Ihor marcador brasileiro que Pele ja en-controu Dela frente, e Geo, um ponta-es-querda agressivo, mas que nao chegoua se firmar no Palmeiras.

Do pessoal do Santa Cruz que se trans-feriu para 0 futebol do Sui, naquela epo-ca, somente Nagel nao passou pelo Pal-meiras. Foi levado oara 0 Botafogo, masnut1ca se firmou, pois, como zagueiro-cen-tral e quarto-zagueiro, encontrou um NiI-ton Santos em fim de carreira, em 62

(quando se transferiu para General Se-veriano), mas titular absoluto. Tinha 0le Maria, de central, um jogador parecidocom Moises, do Vasco, que fora comprado .ao Canto do Rio, de Niteroi. Depois, saiu,porem Nagel continuou de fora: le Car-los, dos juvenis, ganhou a posi~ao.

- Nao esquentei a cabe~a, ficava nareserva e nem me incomodava, achavaque mais cedo ou mais' tarde acabavatendo uma boa oportunidade. Na hora emque ela aparecesse, nao deixaria 0 timenunca mais.

Mas os tecnicos que passaram pelo'Botafogo naquela epoca nao acreditarammuito no seu jogo pesado, durao, distri-buindo valentia, lembrando outro conter·raneo seu: Tomires. Nas excursoes queo Botafogo fazia pelo exterior, ai esca·lavam Nagel como titular. £ que precisa·vam do seu vigor; entretanto, quando vol·tava ao Rio ja estava outra vez entre osreservas.

- Em 64, tive uma contusao muito se-ria nos meniscos. Quando melhorei, pedipra ser emprestado, af me mandaram proDemocrata, de Governador Valadares, emMinas Gerais. De la, entrei no Uniao deMadalena, da Colombia, em 65, jogandoao lado de dois ex-companheiros do Bo-tafogo: Quarentinha, aquele que tinha urnchutao, e do £dson, meia-esquerda.

Em 66, Nagel foi para 0 Rio rAela ul·tima vez, contratado pelo Madureira', mas

o papa com Ivonisio Moscano ana seguinte transferiu·se para 0

Remo, de Belem. Em 68, estava no exte-rior novamente: no Alianza, de Lima, trei-r.ado pelo brasileiro Jayme de Almeida,ex-zagueiro . do Flamengo. Nos dois anosseguintes, tornou a jogar no Remo.

- Daf vim pro Ceara Sporting, em 71,e chega de rodar time, ne? Me firmeicomo titular e fui bicampeao cearense.

Agora, no Nacional de 72, com Mauro,Odelio, Dimas e Artur, disputando 0 mio10 da nossa defesa, oassei os ultimosjogos de fora. Mas, como quero ajudar(J Ceara em qualquer setor, comecei ('funcionar como uma especie de auxiliar·tecnico de seu Ivonisio Mosca. Ele enten·de muito de futebol e, Dor isso mesmo,nao complica. Sabe que a rapaziada, err'campo, vai dar tudo para ganhar. Confi,nos seus comandados.

Nos treinos, Nagel e um dos mais apli·cados e sempre recebe elogios do profes-sor Toni, 0 preparador fisico, apesar de(star com 34 anos, idade que, normal·mente, 0 jogador ja deixou 0 jogo hamuito tempo:

- Mas para quem sempre levou umavida regrada, com disciplina, como eu,da para jogar ate os 34.

Outra coisa: quem conhece pessoal·mente Nagel nem de longe dara a suaverdadeira idade. Tem jeito de garoto, emagro. E meio encabulado.

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NAGEL

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MADO·

0' .EQUILfBRIO· ..

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• Em 66, quando Vicente Feola resolveuformar a Sele~ao do Brasil para disputara Copa do Mundo da Inglaterra - e ten-tar 0 tricampeonato mundial - chamou46 jogadores. Para cada posi~ao, queriaquatro. Na ponta dire ita, por exemplo,disputavam as duas vagas Jairzinho, Gar-rincha, Paulo Borges, que tinna side reve-

'Iado por Tim, no Bangu, e um pernambu-cano, desconhecido da torcida carioca:Nado, do Nautico, do Recife.-0 pessoal falou na epoca que eu s6

tinha side chamado porque a CBO queriaficar bem com 0 futebolnordestino, prin-cipalmente com 0 Presidente da Federa-~ao Pernambucana, seu Rubem' Moreira.,Isso, no come~o, me deixou chateado,mas depois compreendi que ~ coisa naoera bem essa, pois 0 Tostao, do Cruzeiro,e 0 Alcindo, do Gremio, que tambem di-,ziam que eram convocados politicos, aca·baram titulares e se consagraram.

Nado, agora com 34 ,anos de idade,come~ou bem cedo a sua carreira profis-siona!. Oepois de ter jogado no time ju-venil do Nautico,em 58, no ana seguinteja era titular, ficando ate 66, quando foiconvocado para a Sele~ao Brasileira e,'emseguida, comprado pelo Vasco da Gama.

- Fiz ate bons treinos na Sele~ao. Es-tava bem, corria, lutava muito, queria~encer, jogar na Inglaterra. Mas, semfazer nenhuma 'critica aos homens daCBD, que sempre tiveram a maior e amelhor aten~ao comigo,o Garrincha, que'ainda era um grande nome, e 0 Jairzinho,aisparando no Botafogo, nao podiam ficarde fora. Entao, eu e 0 Paulo Borges aca-bamos ficando de, fora. A prova de quea coisa nao era politica foi que, em 68,quando seu Aimore Moreira formou umasele~ao para jogar contra a Alemanha e

Aos 34 anos, arilesma dedica~ao de sempre

Jugoslavia, no Maracana, fui convocadooutra vez e entrei com a lugoslavia, Eempatamos de 2 a 2, alias, os dois jogosterminaram com 0 mesmo escore.

Alem de Nado, em 68, mais quatrojogadores vascainos foram convocados:Eberval, Brito, Valfrido e Fontana. Nessemesmo ano, Nado sofreu a sua maiordecep~ao como jogador:

- Foi contra 0 Botafogo, na partidafinal do Campeonato Carioca, e perdemosde ,4 a O. A gente tinha quase certezade que tudo estava a nosso favor e que\>encerfamosfacil. Perelemose quase naoacreditei, durante muitos dias, naquele,Iesultado... /

Mesmo assim, Nado continuou por maisdais anos, no Vasco. No inicio de 70,transfeiiu-se para 0 OIaria e foi titulardo famoso ataque que conseguiu muitosgols - e veneer - ,contra times gran-lles, chegando no final do campeonatocom uma Otima coloca~ao. No final de'70 mesmo, dona Iraides Lasalvia, sua mu-Iher - e cearense de Fortaleza -, pediu

para que ele fosse jogar na "minha terra,ja que, quando voce era do Nautico, fi-quei muito tempo no Recife". Ele topoue aceitou, tambem, uma proposta para setransferir para 0 Fortaleza, tradicional ri-val do Ce'ara Sporting. Foi e jogou ate 0come~o do Campeonato Nacional de 72,sendo contratado imediatamente peloCeara.

- E no Ceara, se Deus quiser,pre-tendo encerrar a minha carreira. Sempregostei do ,Ceara. Acho que os seus joga-dores, em campo, vibram muito, lutamcom muito ardor e time que tem isso; I

realmente tem tudo. Oai, acho que acampanha nossa, no Nacional de 72, foifruto dessa empolga~ao dos meus com-panheiros - e de mim tambem, e claro-, alem do excelente trabalho de seuIvonfsio Mosca.

Nildo acha que 0 ataque atual do Cea-ra Sporting lembra muito, em ritmo dejogo e entrosamente, aquele do Nautico,onde chegou a ser tricampeao pernambu-cano (63, 64 e 65): ele, Bita, Nino e Lala.

- Naquele tempo, 0 Nautico detinhaa supremacia do futebol do Norte e Nor-deste, passando agora para 0 Ceara. Amelhor prova disso, as boas vit6rias con-seguidas contra times do Rio e de SaoPaulo. '

Nado e pernambucano de Olinda e 0seu nome todo e Jose Rinaldo Tasso La-salvia. Teve dois irmaos tambem conhe-cidos no Nordeste: Bita e Celso, do SportClub do Recife. Agora, pretende jogarmais alguns anos no Ceara e depois, con-

. forme sempre demonstra, quer ajudarCarlito, tambem um ex-jogador, na es-colinha do Ceara. E ninguem duvida queNado se torne um bom mestre da ga-rotada. .

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~u~

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SAUOA 0

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HELlO

Ita, em 59, tomou definitivamente aposi~ao de Moacir Barbosa - titular daSele~ao Brasileira de 50 -, no Vasco daGama, por ser urn goleiro jovem, dispos-to e que sabia sair muito bem nos lancesde cruzamentos para sua area ou mesmonuma penetra~ao mais perigosa de urnatacante adversario. Ita, com tanta dis-posi~ao, acabou tirando ate os sonhosque 0 paraibano Miguel, que jogou 0 Su-per-Supercampeonato de 58 (e ganhou 0tftulo) alimentava ao deixar Joao Pessoa.

Urn dia, uns dois anos depois de terc.onseguido 0 lugar de titular no Vasco,Ita perdeu a posi~ao para outro goleironovo, que 0 Vasco descobrira no SaoCrist6vao, Humberto, hoje Presidente daFUGAP,na Guanabara. Ai, passou por va·rios times e acabou no Ceara Sporting,onde conseguiu repetir suas boas atua·~oes do inlcio da decada passada e ga-nhar, mais uma vez, os aplausos de umatorcida exigente - como a do Ceara, porexemplo.

- Olha, seu mo~o, 0 cara que me en·sinou alguma coisa em futebol foi Ita.

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Ele passava as conversando comigo,me explicando os segredos da profissao,como a ge e tern que sair do goL -Mefalava que jogar no Sui era born, mas quetinha sempre dois ou mais reservas dispu-tando com muita disposi9aO a posi980que podia ser ocasionalmente nossa. Fa·lou, sabe, de tudo. Dos segredos, prin-cipalmente.

Esse e Helio, goleiro titular do Ceara.(' urn dos maiores idolos da sua torcida,Que gosta sempre de lembrar dos seusprimeiros anos no time de Porangabu9u,onde estagiou tres anos ate conseguirjogar no time de juvenis. Veio em 67,com 18 anos (agora tern 23), disposto aaprender com os seus idolos da arqui-bancada:

- Uma ~oisa e certa: sempre torci proCeara.

Em 70, Ita ja tinha ido embora, 0 titu·lar era Pedrinho, mas Helio ja conseguia,uma vez ou outra, uma vaga entre os ti-tulares, princijpalm~nte nos jogos semmuita responsabilidade. Ficava todo satis·feito com a ideia de poder ser titular. Dai,

UMCiOLEIRO

DISPOSTOpegava, pegava, fazia tudo pra nao sairmais. Pedrinho, porem, era mais tarim·bado. Tinha jogado em outros times dePernambuco, Bahia eate em Sao Paulo,no interior.

-- Fui ficando na reserva, louco devontade pra entrar.

Ai, no Campeonato Nacional de 71, emCuritiba, Ivonfsio Mosca deu mais umacportunidade, botando Helio, de saida,contra 0 Coritiba, no Estadio Belfort Duar-te. Ele pegou tanto naquele dia que, mes-mo tendo perdido por 2 a 1, nunca maissaiu do time titular. Foi bicam.oeao cea·rense e foi considerado urn dos bons go-leiros de todo 0 Nacional de 72.

- Ita sabia jogar, ntJ, seu m090?Ainda em 71, quando se firmou no

time, Helio viveu a sua maior em098o.Foi contra 0 Santos, no Estadio Presiden-te Vargas. Pele estava sem marcar ne-nhum gol em todo campeonato. E aim·prensa vivia cobrando seus gols.

- Por isso, Pele chegou no Ceara comuma vontade danada de desencabular. Pe-lejou, pelejou, se me.tia em todas, mas na:

da dava certo. Numa hora la, 0 Negao dri-blou Morais, nosso zagueiro, entrou sozi-nho, pela direita para fazer 0 gol. Corripra cima dele e ele tentou me dar urn'en~o';.ora que, seu m090? Consegui botara bola para escanteio e ele veio furioso eme disse: "Ate voce, garoto, nao quer queeu fa9a gol?". Nao disse nada, nao, masfiquei todo sati'sfeito ...

Dutro que elogiou muito Helio foi 0treinador Zizinho, quando estava treinan·do 0 America, do Rio, em 7I. Depois. deurn jogo contra 0 Ceara, onde Edu perdeumuitos gols por causa do goleiro do Cea-ra, 0 ex-jogador fez questao de dizer emtodas as emissoras de radio de Fortale-za que "0 America ganhou de 1 a 0, querodizer, America 1, Helio 0."

Helio e cearense de Fortaleza, do bair-ro de Sao Joao do Tauape, e s6 nao con·segue esconder uma coisa: que "0 Cearaf: 0 melhor time do Norte/Nordeste".Tambem fica meio sem jeito, pois torcepalo Ceara, mas termina admitindo quetern vontade de jogar no Rio: "no Ftu, depreferencia."

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J"':~ENISII.

i'l BEBAI

o'JOGONASCEAQUI

~Chines, a revela~ao de Carlito.

AlOi Cesar, Geraldo, Ira e Joel; Chinese Oletti; Antonio Carlos, Paulinho, Iva-r.i1do e Mario vao entrar em campo. 0Estadio Presidente Vargas ainda esta va-lio. 0 sole forte e 0 adversario naochega a preocupar Carlito, 0 tecnico dosjuvenis do Ceara.

- Eu gosto muito de Iidar com a ga-rotada. £ bom a gente saber que est~ajudando a alguem a subir na vida, a lu-tar para chegar a alcan~ar 0 sonho decrian~a.

No banco de reservas, Carlito fica quie-ta, quase impassive I diante da partida.Mas, de repente, explode. Levanta-se,ajeita a camisa, vai ate a beirada docampo e come~a a gritar:

- 0, Chines, marca mais em cima. Ei,voce af, s'eu Ivonildo, precisamos entrarmais na area dos homens.

Pequeno, rosto queimado pelo sol dePorangabu~u, Carlito, aos 33 anos de ida-de, e um dos ex-jogadores do Ceara maislembrado pelos torcedores. Ninguem seesquece dos seus dribles, das suas es-ticadas ate a linha de fun do, pela ponta

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dire ita. Dize a e que depois de C~rlito,o Ceara nunca mais conseguiu urn ponta·dire ita a altura:

- ~ que 0 pessoal gosta muito demim ... Nada disso. Jogava com vontade,e natural, mas nao fui urn jogador forado comum.

Carlos Alberto Bassalo das Neves -au simplesmente a Carlito - nasceu emTeresina, 110 Piau!, e em 1955, com 14 ou15 anos, ja jogava entre os titulares doRiver, urn dos melhores times de la. Fi·cou ate 58, quando veio para 0 Ceara.Jogou no alvinegro 10 anos, encerrandosua carreira em 68, quando passou a tra·balhar na parte administrativa do clube.

- Em 70, fui chamado para dirigir osjuvenis e aceitei imediatamente. 0 meugrande sonho sempre foi poder trabalharcom a garotada.

No juvenil, conseguiu 0 titulo de cam·peao do Ceara, em 70, e dois vices: 71e 72. Sempre que esta perto do infcio demais urn campeonato, Carlita organiza aspeneiras, dando oportunidade a qualquergaroto que quiserser testado. As vezes,

aparecem mais de oito times, mas elenem se preocupa. Atende a todos com amesma aten~ao e dedica~ao. Os titularestreinam pela manha e os juvenis, a tarde.

- A nledia de idade da garotada e de18 anos. E todos SaD amadores, ninguemrecebe salario. 0 que 0 clube as vezesda e urn lanche, urn dinheirinho para 0transporte. Esse tipo de ajuda.

Dos juvenis - para 0 elenco atual -,safram Artur, 0 goleiro Helio e 0 apoia·dor Magela. 0 sonho de Carlito e conse·guir formar urn juvenil tao born que aCeara nao tenha necessidade, dentro demais algum tempo, de comprar jogadoresde outros cl ubes.

- Eu s6 nao gosto e de juvenil indis-ciplinado. A esse, a gente da conselho. Senao aceitar, vai embora. Acho tambemque 0 juvenil nao deve deixar de estu·dar. Os diretores ate ja me disseram quefarao urn colegio em Porangabu~u paraque os garotos possam estudar. 0 seuGerardo Brito, 0 Diretor de ~utebol, meajuda bastante.

Em 60 jogos disputados pelos juvenis,

i'lpenas tres derrotas. No mes de dezem·bro de 72, 0 Ceara joga em Sao Paulo,pelo V Campeonato de Juvenis da Cida-de de S. Paulo, contra 0 Figueirense, deSanta Catarina, e 0 Guarani, de Campinas.

- Jogamos muito pelo interior do Cea·ra, constantemente estamos nos apresen·tando em Crate us, Aracati, Ubarajara, en·tre outras. Isso e bom porque os garotosse acostumam a jogar contra rapazesmais velhos, mais tarimbados.

A grande revela~ao da escolinha doCarlito e Ivonildo, urn centro-avante de19 anos, artilheiro do time ha tres anosseguidos. Acha que, assim que ele tiverLma oportunidade entre os titulares, setirman\ e nunca mais d'eixara 0 time.Carlito e quem conta:

- lvonildo e urn artilheiro nato. Bastaapenas urn pouco mais de experiencia.Depois, crescera muito e chegara a serurn dos melhores jogadores do Norte/Nordeste.

Carlito ganha 500 cruzeiros por mes eesta muito satisfeito: "estou trabalhandono clube do meu cora~ao".

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ATLETISMO

Ele acorda as seis horas da manha. En-gole urn cafe e sai correndo para a. Es-cola Industrial, em Fortaleza. Treina ateperto das 10 horas, quando troca de roupae sai percorrendo a cidade, de bicicleta,fazendo as cobran~as de uma grande lojade crediario. Treina sozinho, semtecnico{l sem nenhum cronometro.

- Eu sou 0 Jose de Freitas de Almeida,mas 0 pessoal s6 me chama de Freitas.Sou 0 unico corredor do Ceara Sportinge sempre entro nas competi~oes com acamisa do clube. Nao ganho nada doCeara. Nem podia: sou torcedor e, acimade tudo, um atleta amador.

Freitas esta ha 30 anos em Fortalezae se considera um cearense, po is deixoua cidade de Sao Bento, no Rio Grande do

Norte, onde' nasceu, com do is anos deidade. Quando estava servindo ao Exer-cito, come~ou a se iriteressar por atle·tismo.

- De la pra ca ja se vao 13 anos. Gac

nhei muitos tftulos. 0 maior, todo mundoaqui no Ceara sabe, foi 0 35.0 lugar naCorrida de Sao Silvestre, de 67, em SaoPaulo.

Ate 63, Freitas correu por diversos clu·bes de Fortaleza. Ai, aceitou urn convitee passou a pertencer ao Ceara. Ficou ate66, quando deixou por quatro anos 0c1ube e correu por algumas empresas.Voltou em ~O. Ficou e ja recusou urn con-vite do Corfntians, em Sao Paulo. Porque?

- Estou muito bem em Fortaleza e

quero continuar correndo pelo Ceara, on·de todos sac meus amigos e vibram mui:to com as minhas vit6rias. Em Sao Paulo,cidade maior, nao sei se conseguiria amesma coisa.

Freitas e hexacampeao da Corrida daFogueira (de 63 a 68), no mes de julho,em Fortaleza, fazendo 0 percurso do Ae·roporto Pinto Martins ate 0 Canal 2, pertodo tradicional bairro da Aldeota. Foi tam·bem hexacampeiio (de 63 a 68) das eli-minat6rias, no Ceara, para a corrida deSao Silvestre. Tetra da Corrida da Fo·gueira, no Recife (de 63 a 67), pois em65 nao houve.

- Em 68, ganhei, na pista do Pacaem·bu, em Sao Paulo, 0 1.0 Campeonato Bra·sileiro de Atletismo, concorrendo com ad·

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versarios de outros Estados. Ja venci cor·rendo po~ este Norte·Nordeste inteiro.

Freitas foi recordista, quando estavano Exercito, dos 1.500 metros, em cor-rida de pista, com 0 tempo de 4 minutose 4 decimos. Foi um grande recorde reogional. Mora no bairro do Jardim Americae 0 seu sahlrio de cobrador nao passa deCr$ 350,00 mensa is. Mas a dedica~ao esempre a mesma. Como se alimenta Frei·tas? Mel de abelha, verduras, frutas e,"0 principal", 0 feijao. Ele acha que, sehouvesse mais pistas nos Estados nor-destinos, 0 atletismo na regiao seria bemmelhor. E tem uma boa explica~ao paraisso: "Os melhores corredores que co-nheci no Sui vieram do Nordeste: daBahia, do Ceara".

FREITAS,UM

CAMPEAo

~.'••

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FUTEBOL DE SALlo

ALEGRIATAMBEM

MAS QUADRASDodo (Francisco Alberto Botelho),· 32

anos de idade, funcionario publico e pro·fessor de Estudos Sociais - e formadoem Filosofia pela Universidade do Ceara-, come~ou jogando futebol de campo,como goleiro, nos juvenis do Ceara Spor·ting, onde foi tricampeao em 55, 56 e 57.Em 58, transferiu·se para 0 America, ain·da. como atleta amador, mas para jogarpelos titulares. Ficou ate 60.

- Foi a partir daf que me dediquei in·teiramente ao futebol de salao, jogandono gol do Francisco Lorna e no America.No America fui hexacampeao cearense,de 64a 69... Em 70, 0 America terminou 0 seu De·partamento de Futebol de Salao, e Dod6,como treinador, transferiu·se para 0 Cea·ra, que acabava de introduzir 0 futebolde salao no clube. Na sua volta paraPorangabu~u, trouxe os melhores do Ame·rica: Ricoberto, Placido, considerado 0melhor goleiro de futebol de salao doBrasil, Fernando, Estevildo, entre outros.

- A estreia do Ceara no Campeonato

Cearense foi sensacional, quando aplica·mos a goleada de 8 a 4 contra 0 IPECEA.

A media de idade do elenco atual doCeara e de 21 anos e a maioria dos ra·pazes e estudante e bancario: 0 unicotftulo conquistado foi o· campeonato dejuvenis de 71, formando 0 time assim:Paulo Antonio; Luciano e Antonio Mano(ou Paulinho); Geraldinho e Reginaldo.

- Nos campeonatos de adultos, tira·mos apenas dois terceiros lugares, em70 e 71, e estamos na terceira coloca~ao

.no campeonato de 72.Os adversarios do Ceara, no futebol de

salao, pelo campeonato ·regional, sao:AABB, SUMOV, CREP, Nacionalinos, Ge·neral Sampaio e Piedade. 0 mais diffcilr 0 Quadro do SUMOV,Que e 0 campeaobrasileiro de 72 e sul-americano.

o atual elenco do time adulto: loaoCesar, Paulo Antonio, Fernando, AntonioMario, Paulinho, Estenio, China, Marcos,Geraldinho, Estevildo, Baica e Deda. Osjuvenis: Edinardo, Clodoaldo, Roberto,Carlinhos, Oliveira, Luciano e £dson.

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Os campeoes juvenis de 71, empe, da esquerda para direita:Dod6,Paulo Antonio, Estenio, Ze Carlos, Geraldino e J030 Cesar. Agachados,

na n1esmaordem: Estevildo, Newton, Luciano e Antonio Marinho.

Em 69, jogando pela Sele~ao Cearense,que representava 0 Brasil - e que atua·va com 0 uniforme oficial da CBO -,Dod6, como goleiro titular, foi campeaoSul·Americano de, Futebol de Salao, dispu·tad,o em Assun~ao, no Paraguai, jogando- e vencendo - contra a Argentina(5 a 1), Uruguai (3 a 1), Bolivia (17 a 1)e, na partida final', Paraguai (1 a 0). Do

'time titular em Assun~ao (Dodo ou Pia·cido; Ze Milton e Ricoberto ou Fernando;Caca e Estevildo), dois jogam pelo CearaSporting atualmente: Fernando e Estevildo.

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° POVO IUICA PERDEUUM CAMPEONATO.

E urna boa ramo para nossa lideranqa e para 0 nosso sucesso no Ceara.Ternos a rnaior e rnais fiel torcida do Estado. Milhares de leitores que, diariarnenteprocurarn avidarnente 0 POVO nas ruas. Urna torcida que sabe onde encontrara rnelhor cobertura esportiva. 0 jornal que ha 44 anos nao perde urn carnpeonato.Alias, urna pesquisa. Mania de cearense.

o POVO ~ OI~ •• I••• m.m••••

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o QUEELESPENSAMDO CEARA

"0 Ceara foi, ao meu ver, 0 unico exem·plo bem sucedido de uma das principais fi-nalidades do Campeonato Nacional: colo-car centros menos evoluidos, futebolisti-camente, em contato com os principais ti-mes brasileiros, para que, com esse inter-cambio, houvesse uma possibilidade dese estabelecer urn born nrvel, tecnica-mente, em todo 0 pais. E foi 0 que aeon- .

teceu com 0 Ceara. Em 71, esteve mal efez uma pessima campanha. Mas, em 72,chegou as semifinais. Conseguiu armarurn time na base da experiencia· de al-guns veteranos - Nado e Dimas, porexemplo -, a~em de contar sempre comas boa~ revela~oes da terra."

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"0 Ceara ja foi razao de ciumes, ljuan-do 0 torcedor exagera no seu amor porele: "Ou eu ou 0 Ceara". Falar do Ceara,portahto, e facil demais. Ou talvez dificil,0,uando temos que faze-Io num espa~o

curto, t um clube que congrega a massacabe~a-chata - e que tem dado, nosultimos anos, mostra de um sentido deprogresso impressionante, a ponto de hojeatrair a aten~ao dos jogadores do Sui do

'!A verdadeira dimensao do Ceara naose tem pelos seus quase 00 anos de exis-tencia. Nem pelas sucis memoraveis con-quistas. Ele representa principal mente -e acima de tudo - uma expressao popu-lar, que se transmite de gera~ao a gera-~ao, tornando-se sempre a mais forteatraves dos tempos. Se 0 Ceara vence, acidade vibra, 0 povo canta. Se perde, seutorcedor nao se entrega. Pode viver a re-volta da derrota, rasgando carteirinhasde. socios. Pode chorar. Pode rasgar, nodesencanto do momento, ate a bandeiraque levou para 0 Presidente Vargas. Pode.Ceara-Povo: duas palavras, um unico sig-nificado, for~a que ninguem tem. E quejamais sera destruida."

(Carlos Alberto Farias/ Correia do Ceara)

Pais, pela sua condi~ao de tranqiiilidadeGJdministrativa e equilibrio financeiro. En-fim, 0 Ceara e 0 Ceara. Autentico. Comoso ele 0 e."

(Alberto Damasceno/Unitario)

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PEPOIMENTOS

"0 Ceara, como 0 Flamengo representaem termos de Guanabara, e a maior for-~a popular do futebol cearense. Tendona sua torcida 0 seu sustentaculo, sabeusar esse seu poderio. Tem sido, no de-correr dos seus 58 anos de existencia.

um verdadeiro colecionador de gl6rias. detftulos. E a coisa maisimpressionante:<l for~a da sua torcida, que faz qualquercoisa pelo time. 0 Ceara e a torcida,grandes for~as do futebol brasileiro."

(Paulino Rocha/Tribuna do Ceara)

"Acho uma equipe muito aguerrida, quesempre lutou muito contra times nordes·tinos. Para mim, 0 Ceara foi 0 adversa'rio, inclusive, mais diffcil que 0 Bahiaencontrou pela frente, na primeira Ta~aBrasil, quando sagrou-se campeao, em59, apesar de ter passado pelo Santos,Vasco da Gama e Sport Clube do Recife,entre outros. A grande chance do Ceara,entretanto, a meu ver, e jogar sempre emcasa, no Campeonato Nacional de 72. Fezapenas poucas partida$ fora decasa -e sempre contra clubes pequenos, pelomenos, considerados pequenos".

(Genesio Ramos/A Tarde)

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Quando 0 Ceara ataca, a torcida selevanta. Isso 13 0 tempo tode. Ninguempara. A charanga fica sempre atras do goladversario. E aquela correria louca, solta,pelo Presidente Vargas, com Jorge Costadisparando, Da Costa reclamando e en-fiando mais gols. E a torcida explodindo.Alberto Damasceno comentando. 0 timea'parecendo nacionalmente. Em Poranga-bu~u, um estadio, uma estatua erguidaem homenagem 11 torcida. 0 Dia do Tor-eedor. Nenhum time do Brasil tem isso.As cores alvinegras. 0 programa da emis·sora de: radio, onde s6 entram as noticiasboas""': e publicaveis. Um programa par·cial, tao eoerente - e sin~ero- comoL:matorcida, um torcedor. Ivonisio Mosca,falando baixo, olhando deseonfiado, ga-

nhando tftulos. 0 dono do time, segundoalguns cronistas cearenses. 0 melhor tee-nico que passou pelo clube, segundo Edel·berto G6is, 0 dirigente, mais antigo (evivo) do clube. 28, um jogador que atehoje manca da perna direita, amor aoCeara. Por dedica~ao, sei la, nem ele sabep-xplicar. S6 sabe dizer Que nao conse·gue deixar Porangabu~u. £ feiti~o. Umacampanha excelente no Campeonato Na·cional de 72, sem jogadores caros, usan·do apenas ~ experiencia de alguns (Nagel,Nado, Erandi, por exemplo), 0 entusiasmode Helio, Edmar, os Di Costa. Um timeda correria. Um time do povo, com todoo misticismo cearense no grito, nas ca-misas, no suor, pingando de volta ao ves·tiario.

REDACAOEditor: Joao Antonio.Reportagem e texto: Albino Castro Filho,Marcos Ribas de Faria e Joao Maximo.Arte: Carlos Mesquita, Agildo Costa eJose Olfmpio de Salles.Diretor·Superintendente: Roberto I. Ma·rinho.Diretor: Djalma Sampaio. Gerente Comer·cial: Fernando Italo. Gerente Industrial:Luiz Antonio S. Brandiio. Gerente Finan-ceiro: Manoel de Souza Machado. Depar-tamento de Publicidade: Carlos Mejia.Departamento de Promo~ao: Felipe lan·

'der e Rui C. da Cunha. Departamento deCircula~ao: Paulo Cesar de Almeida. Tra-1ego Publicidade: Juberto Garcia. Pu-blicidade: Rio: Rua Itapiru, 1209tel.: 234-2000 (ramal 20). Representantes:Vania Carvalho e Chaja Wajnperlach. Pu·blicidade: Sao Paulo: Rua General Jardim,482 - 6.0 andar - tel.: 257·3843 (redeinte·rna). Representantes: Amerieo Guzzi eLucia Manini. Belo Horizonte: REPRENAES.Av. Amazonas, 314" conj. 907 - tel.:22·1471. Salvador: REPRENAES.Av. Setede Setembro, 29, conj. 505/8 - tel.:3-7148. Porto Alegre: M. A. Galvao. Av.Oetavio Rocha, 22 s/405 - tel.: 25·1276.Curitiba: M. A. Galvao. Rua Barao do RioBranco, 63, 13.0 andar - tel.: 22-9395.Recife: M. A. Galvao. Av. Cruz Cabuga,525 Santo Amaro - tel.: 22-1615. Pre·~o: 'Cr$ 3,00. Numero atrasado: Cr$ 3,70.Pre~o para Acre, Amazonas, Roraima eSantarem: Cr$ 3,90. Distribui~ao: Rio: AI·fredo Tedeschini Distribuidora de Revis-tas Ltda. Rua do Senado, 320·A - tels.:232·6153 e 222·7100. Sao Paulo: Dijorec- Comercial e Distribuidora de Jornaise Revistas Ltda. Rua Casper Libero, 116a 126 - tels.: 236-4457 e 234-8477.

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Osmelhoresdecada

dia

Mario Vianna -Waldir Amaral - JorgeCuri - J080 Saldanha- Luiz Mendes

A sequencia maximado esporte no radiobrasileiro.

Que con segue levaro ouvinte, pelo som, avero jogo - nos campos deesporte do Brasil e domundo.

Eles real mente fizeramuma escola. Saocatedraticos na descriQaodos lances, no comentariotecn ico, na criticaimparcial e na observaQaointeligente.

Sao os 5 Homens doEsporte ·da sua

Radio Goboi.18OKHz'

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sabor de vit6riaUlMUWtk

SAD JDAD DA BARRA

Aq elaron;a

deseja para 0seu time ...~ '.'

~oJoAn DA BARRA .. .