capim elefante como uma fonte renovÁvel para produÇÃo de...

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOENERGIA MESTRADO CAPIM ELEFANTE COMO UMA FONTE RENOVÁVEL PARA PRODUÇÃO DE ENERGIA ALEXANDER MITSUYOSHI TANABE TOLEDO PR 2017

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I

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ

CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOENERGIA – MESTRADO

CAPIM ELEFANTE COMO UMA FONTE RENOVÁVEL PARA PRODUÇÃO DE

ENERGIA

ALEXANDER MITSUYOSHI TANABE

TOLEDO – PR

2017

2

ALEXANDER MITSUYOSHI TANABE

CAPIM ELEFANTE COMO UMA FONTE RENOVÁVEL PARA PRODUÇÃO DE

ENERGIA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Bioenergia em cumprimento parcial aos requisitos para obtenção do título de Mestre em Bioenergia, área de concentração em Biocombustíveis. Orientadora: Dra. Tatiana Rodrigues da Silva Baumgartner

TOLEDO – PR

2017

3

4

5

Dedico primordialmente a Deus e aos meus pais e irmãos, por terem me

apoiado a todos os momentos e serem responsáveis pela concretização desta

vitória. Sou grato e devo muito aos esforços que fizeram por mim, amo

infinitamente.

6

AGRADECIMENTOS

Como dizia "Machado de Assis" em uma de suas obras (Quincas Borba),

"Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor as batatas". Mesmo que eu tive que

ter muito esforço, determinação, ousadia, paciência e perseverança para chegar a

mais esta conquista, nada disso conseguiriam se não tivesse o apoio e as ajudas

de meus pais, no instante momento só têm a agradecer por eles terem confiados

em meu potencial.

Agradeço em primeiramente a Deus e a Meishu - Sama, sem esta energia

divina e permissão não teria alcançado a mais esta conquista.

Agradeço aos meus pais que tiveram paciência nas horas em que eu estive

ausente, nos momentos familiares.

Agradeço a minha orientadora Dra. Tatiana Rodrigues da Silva

Baumgartner, pela atenção e paciência que obteve em potencializar e guiar este

trabalho.

Aos amigos e colegas que sempre estiveram dispostos a me ajudarem em

todos os trabalhos, provas e pelas boas companhias nas horas mais difíceis no

decorrer desta conquista.

Por fim a todos que por boa intenção contribuíram para que neste momento

eu pudesse realizar este trabalho.

7

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 Demanda de energia até 2030................................................................. 21

Figura 02 Matriz energética Brasileira...................................................................... 22

Figura 03 Utilização de Biomassa da agricultura em ascensão............................... 23

Figura 04 Oferta interna de Energia no Brasil.......................................................... 24

Figura 05 Oferta interna de Energia Renováveis nos anos de 2016/2017.............. 25

Figura 06 Fotossíntese das Plantas C4................................................................... 28

Figura 07 Estufa para secagem em 105ºC.............................................................. 41

Figura 08 Mufla e o Dessecador.............................................................................. 42

Figura 09 Mufla aberta no período de 30 minutos................................................... 43

Figura 10 Bomba Calorimétrica Utilizada................................................................. 44

Figura 11 Prensa extrusora de pistão mecânico...................................................... 46

Figura 12 Volume do briquete em relação ao volume normal in natura................... 47

Figura 13 Análise de TGA do capim elefante, ponto 1............................................. 56

Figura 14 Análise de TGA do capim elefante, ponto 2............................................. 57

Figura 15 Análise de TGA do capim elefante, ponto 3............................................. 57

Figura 16 Comportamento da energia de ativação em relação à conversão........... 60

8

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Capacidade instalada por fonte de geração.................................... 20

Tabela 02 Operação das usinas energéticas................................................... 25

Tabela 03 Disponibilidade de Resíduos Vegetais............................................ 27

Tabela 04 Propriedades de um Briquete.......................................................... 38

Tabela 05 Custo do cultivo do Capim Elefante para a produção do Briquete.. 48

Tabela 06 Custo do cultivo do Eucalipto para a produção do Briquete............ 49

Tabela 07 Custo de fabricação de um Briquete............................................... 51

Tabela 08 Análise da folha............................................................................... 53

Tabela 09 Análise do Colmo............................................................................ 53

Tabela 10 Parâmetros cinéticos para o capim velho........................................ 59

Tabela 11 Parâmetros cinéticos para o capim novo........................................ 59

Tabela 12 Custo benefício do Eucalipto e do Capim Elefante......................... 61

Tabela 13 Valores energéticos do Eucalipto.................................................... 62

Tabela 14 Energia produzida por ha/ano kcal.................................................. 62

9

LISTA DE ABREVEATURAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica

Ca Cálcio

C Carbono

CO2 Gás Carbônico

C:N Carbono: Nitrogênio

CONAB Companhia Nacional de Abastecimento

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Ea Energia de ativação

EPE Empresa de Pesquisa Energética

FBN Fixação Biológica de Nitrogênio

FDA Fibra em Detergente Ácido

FIPE Fundação Instituto de Pesquisa Econômica

FWO Flynn Wall Ozawa

ha hectare

K Potássio

Kcal Kilocaloria

Kg Quilograma

Kj kilojoule

Kw Kilowatt

Kw/th Kilowatt-hours-thermal

M Massa

IPT Instituto de Pesquisa Tecnológicas

Mpa Mega Pascal

MDL Mecanismo de Desenvolvimento Limpo

MS Matéria Seca

ml Mililitro

N Nitrogênio

NBR Normas Brasileiras Regulamentadoras

O Oxigênio

OIEE Oferta Interna de Energia Elétrica

OIE Oferta Interna de Energia

10

PCS Poder Calorífico Superior

PCI Poder Calorífico Inferior

PCH Pequena Central Hidrelétrica

P Fósforo

TEP Tonelada Equivalente do Petróleo

Ton Toneladas

T Temperatura

S Enxofre

TG Termogravimetria

Tcf Teor de Carbono Fixo

Tc Teor de Cinza

Twh Terawatt-hora

Tu Teor de Umidade

Tv Teor de Voláteis

TGA Termogravimétrica

11

RESUMO TANABE, Alexander. M, Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE, Agosto - 2017. Capim elefante como uma fonte renovável para produção de energia. Orientador: Dra. Tatiana Rodrigues da Silva Baumgartner.

A diversidade em desenvolver novos recursos tecnológicos, visam substituir combustíveis fósseis por uma nova eficiência energética, por demandas energéticas sustentáveis em que a natureza nos disponibiliza através da biomassa. Os resíduos agrícolas possuem um grande potencial de armazenagem energética, disponibilizam o aproveitamento dessa energia através da biomassa, nas agroindústrias, possibilitando a utilização in natura, como a bioenergia. O Capim elefante, muito comum para a nutrição bovina, pode ser utilizado na obtenção direta de energia renovável. Esta energia colabora com a renovação e reutilização das matérias prima, realizando a absorção de CO2, pelas plantas como esta gramínea. O objetivo da pesquisa é analisar o custo benefício, a capacidade de combustão para fonte energética e uma prévia comparação com a biomassa proveniente do Eucalipto. Foi caracterizado análises imediatas como: Teor de Cinza, Teor de umidade, Teor de Voláteis, Carbono Fixo e Poder Calorífico. Foram realizadas em três pontos de coleta das partes da folha e do colmo, em diferente tempo de maturação da planta (nova e velha). A metodologia utilizada foi realizada pelo corte das plantas mais velhas e as mais novas, posteriormente o colmo e as folhas foram trituradas no liquidificador e secadas in natura, na sombra. Após a desidratação do capim elefante, uma amostra foi inserida na estufa e mufla. Assim através das análises verificou se que o capim elefante é uma ótima fonte de energia economicamente viável e em relação ao Eucalipto. O ciclo de maturação do Eucalipto é maior em relação ao do capim elefante. Dentro dessas questões observou-se que o Capim Elefante é de fácil manuseio quando transformado em briquet potencializando ainda mais sua capacidade energética.

Palavras-Chave: Sustentabilidade, Potencial Energético, Biomassa.

12

ABSTRACT

TANABE, Alexander. M.sc., State University of West Paraná - August - 2017. Elephant grass as a renewable source for energy production. Supervisor: Drª Tatiana Rodrigues da Silva Baumgartner. The diversity to develop new technological resources aims to replace fossil fuels into new energy efficiency by other sustainable energy demands being provided for us by the nature from biomass and research incentives. Agricultural waste has a great potential for storage and they are destined to the use of this energy through the biomass in agro-industries, making possible the in natura use, like bioenergy. Elephant grass is very common for bovine nutrition, and it can be used in the direct procurement of renewable energy. This energy collaborates with the renewal and reuse of the raw materials, making the absorption of CO2 by plants like this grassy. This research has as a goal to analyze the cost benefit, the combustion capacity for energy source and a previous comparison with the biomass of Eucalyptus. Some analyzes were characterized: (Gray, Humidity and Volatile), Fixed Carbon and Calorific Power in three collection points with the leaf and the stem, in different plant maturation (new and old). The used methodology was obtained by cutting of the oldest and the youngest plants, later both the stem and the leaves were ground in the blender and dried in natura, in the shade, until the moment that the material was inserted in the oven and muffle. Thus, through the analyzes, it was verified that Elephant grass is a good source of economically viable energy in relation to Eucalyptus due to its maturation. The maturation cycle of Eucalyptus is higher than the Elephant grass. In relation to these issues, it was observed that Elephant Grass is easy to handle when it is transformed into briquet, increasing its energy capacity. Keywords: Sustainability, Energy Potential, Viability.

13

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 15

2 OBJETIVOS......................................................................................................... 19

2.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................... 19

2.1.1 Objetivos Específicos............................................................................................ 19

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................ 20

3.1 MATRIZ ENERGÉTICA DO BRASIL.................................................................... 20

3.1.1 Panorama Energético e Ambiental....................................................................... 23

3.2 RESÍDUOS DA AGRICULTURA.......................................................................... 26

3.3 CAPIM ELEFANTE............................................................................................... 28

3.3.1 Potencial energético do capim elefante................................................................ 29

3.3.2 Eucalipto............................................................................................................... 30

3.4 METABOLISMO FOTOSSINTÉTICO E PRODUÇÃO DE BIOMASSA................ 31

3.4.1 Biomassa.............................................................................................................. 31

3.4.2 Caracterização da Biomassa................................................................................ 33

3.4.2.1 Estrutura da Biomassa.......................................................................................... 34

3.4.2.2 Propriedades Físicas da Biomassa...................................................................... 34

3.4.2.3 Massa Específica.................................................................................................. 34

3.4.2.4 Densidade............................................................................................................. 35

3.4.2.5 Briquetes............................................................................................................... 35

3.4.2.6 Análise Imediata................................................................................................... 36

3.4.2.7 Teor de Umidade.................................................................................................. 36

3.4.2.8 Teor de Voláteis.................................................................................................... 37

3.4.2.9 Teor de Cinzas...................................................................................................... 37

3.5 PODER CALORÍFICO.......................................................................................... 37

3.6 ENERGIA DE ATIVAÇÃO..................................................................................... 39

4 METODOLOGIA................................................................................................... 40

4.1 DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE........................................................ 41

4.2 DETERMINAÇÃO DO TEOR DE VOLÁTEIS....................................................... 41

4.3 DETERMINAÇÃO DO TEOR DE CINZAS........................................................... 42

4.4 DETERMINAÇÃO DO TEOR DE CARBONO FIXO............................................. 43

4.5 PODER CALORÍFICO SUPERIOR...................................................................... 43

14

4.6 QUANTIFICAÇÃO DO PCI (PODER CALORÍFICO INFERIOR).......................... 45

4.7 CONFECÇÃO DOS BRIQUETES........................................................................ 45

4.7.1 Densidade dos briquetes...................................................................................... 46

4.8 QUANTIFICAÇÕES DO CUSTO DE PRODUÇÃO DA BIOMASSA.................... 47

4.9 ANÁLISES TERMOGRAVIMÉTRICA................................................................... 51

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................... 53

5.1 ANÁLISE IMEDIATA DA BIOMASSA IN NATURA.............................................. 53

5.1.1 Determinação do Teor de Umidade...................................................................... 53

5.1.2 Determinação do Teor de Voláteis....................................................................... 54

5.1.3 Teor de Cinza....................................................................................................... 55

5.1.4 Poder Calorífico.................................................................................................... 55

5.1.5 Análise de TGA..................................................................................................... 56

5.2 ANÁLISES CINÉTICA DA AMOSTRA DE CAPIM ELEFANTE............................ 58

5.2.1 Método de Isoconversão Flynn Wall Ozawa (FWO), para cálculo de

parâmetros cinéticos............................................................................................. 58

5.3 COMPARAÇÃO ENERGÉTICA DO CAPIM ELEFANTE E DO EUCALIPTO 60

5.4 VOLUME DO BRIQUETE..................................................................................... 62

6 CONCLUSÃO....................................................................................................... 64

REFERÊNCIAS.................................................................................................... 66

15

1. INTRODUÇÃO

A preocupação da utilização das fontes energéticas finitas, pelo fato destes

combustíveis fósseis e seus derivados proporcionarem grandes implicações ao

meio ambiente, como por exemplo, contribuindo para o aumento do efeito estufa,

no qual ameaça o equilíbrio do clima da Terra, pois com o aumento da poluição, a

temperatura do Planeta também pode aumentar. O Brasil possui fontes de energia

alternativa que substitui os combustíveis fósseis, colaborando com o meio ambiente

e com o desenvolvimento econômico do país. E uma das alternativas está na

utilização da biomassa com o uso de médio e longo prazo no Brasil. Pois o país

demonstra favoravelmente extensão de terras cultiváveis para suprir essa produção

para tal fim energético (GOLDEMBERG, 2009).

Para suprir a demanda energética, a biomassa de várias plantas e

oleaginosas estão sendo utilizadas como matéria prima para a produção de

energia. Entre estas, a biomassa proveniente do Capim elefante (Pennisetum

purpureum), que é uma gramínea originada da África subtropical descoberta em

1905, vem adquirindo importância neste quadro estratégico e tem sido alvo de

estudos para fins energéticos (Rodrigues et al., 2001).

O capim elefante chegou ao Brasil no período de 1920 e adaptou nas cinco

regiões do país (Quéno et al., 2011). Foi inserido para a alimentação bovina,

especialmente para rebanho de gado leiteiro, sendo utilizado com interesse

proteico para o bovino, mas não são mais vistos com tanta riqueza em proteína

para esses animais (Pereira, 1992).

O capim Pennisetum purpureum são ricos também em fibras e lignina de alta

relação carbono: nitrogênio (C:N) e conjuntamente com a alta produção da

biomassa e captação de nitrogênio pelas folhas desta gramínea, favorece na sua

utilização para fins energéticos.

Nas regiões tropicais e subtropicais é direcionado um montante às terras de

baixa fertilidade, para a formação de pastagens, com o desenvolvimento rápido das

gramíneas (Monteiro & Werner, 1989; Deresz, 1999). Já onde apresenta uma

estabilidade da produção de forragem, como na região nordeste do Brasil, pela

péssima distribuição das chuvas, produz um forrageiro com uma baixa qualidade

de nutrientes para alimentação dos animais, comprometendo o processo de

engorda destes. Devido a este déficit nutricional do capim, está sendo utilizado

16

como uma fonte alternativa para um melhor aproveitamento de subprodutos

disponíveis no período crítico e para que o produtor não se prejudique,

aproveitando a gramínea tanto para o consumo animal, como para, a como fonte

energética local.

Com esta premissa, as diversificações das atividades potencializam

rendimento financeiro do produtor rural, a partir de subprodutos do capim elefante

como matéria prima de produção energética, através de biomassa deste vegetal

com pequeno custo e benefício que é favorecido com seu manejo. Por sua grande

produção de matéria seca, o capim elefante vem sendo cultivado em todo o Brasil,

pois resistem a condições climáticas desfavoráveis, como o frio e a seca. Assim

autores como Alberto et al. (1993), Andrade (1993) e Salgado (1992), tem

trabalhado com essa espécie, qualificando sua produtividade, qualidade e por ter

elevada quantidade de fibra, semelhante a cana-de-açúcar.

Segundo Alves & Boddey (2008) o capim elefante por ser uma espécie com

rápido crescimento e alta produção de biomassa vegetal, apresenta potencial para

uso não apenas como fonte alternativa de energia, como também, para a obtenção

de carvão vegetal usado na produção industrial de ferro gusa. Além disso, deve-se

destacar que o capim elefante, por apresentar um sistema radicular bem

desenvolvido, pode contribuir de forma eficiente para aumentar o conteúdo de

matéria orgânica do solo, ou o sequestro de carbono (C) no solo.

A cultura de P. hybridum é altamente eficiente na absorção de CO2 (gás

carbônico) atmosférico durante o processo de fotossíntese para a produção de

biomassa vegetal. Esta característica é típica de gramíneas tropicais que crescem

rapidamente e aperfeiçoam o uso da água do solo e da energia solar para a

produção de biomassa vegetal.

O capim elefante tem sua origem uma grande variabilidade genética, com

características variáveis de rendimento, fotoperíodo, perfilhamento, relação

colmo/folha e qualidade como forragem. O capim elefante híbrido (Pennisetum

hybridum) é o resultado do cruzamento do capim elefante comum (Pennisetum

purpureum) com o milheto (Pennisetum americanum) (HANNA et al.,1984).

O uso de energias renováveis como ao do capim elefante, como uma

alternativa energética, pode contribuir para diminuir a dependência do petróleo

(QUESEDA, 2001).

17

Com a iniciativa do Protocolo de Kyoto em 1997, aos quais os países que

utilizarem energia através de fontes de mecanismos de desenvolvimento limpo

(MDL), serão beneficiados por créditos através de subsídios de carbono da não

emissão deste composto químico na geração de energia e posteriormente mais

recentemente a conferência de Paris 2016, com a participação de 197 países

signatários adquirir ao compromisso de manter conjuntamente o aumento da

temperatura média de elevação média global em menos de 2ºC, (COP21,2016).

Algumas alternativas devem ser estudadas e potencializadas em relação à

adaptação de cada local, pois como espécies de alta eficiência energética como

caso do Capim Elefante, que tem o potencial de acumulação de matéria seca, que

deve ter uma melhor atenção para estudos relacionados para a utilização do

mesmo a fins energéticos para pequenos e médios proprietários.

Segundo Lavezzo (1985), mesmo com limitações de seca e nutriente do

solo, o capim elefante atinge seu ''equilíbrio nutritivo'' com um tempo maior,

demonstrando uma boa produtividade e com alto teor de umidade. Em sua

totalidade o aumento do intervalo de seus cortes proporciona maior produção na

matéria seca.

O capim elefante é tão eficaz em certas regiões do país, pelo qual nos

últimos anos, vem sendo desenvolvidos estudos para a substituição do carvão

mineral, por carvão derivado da massa seca do capim elefante, assim esses

estudos devem ser aprofundados no sentido de verificar a melhor adequação desse

plantio e posteriormente obter um resultado de um melhor carvão obtido desta

gramínea (QUESEDA, 2001).

A biomassa de capim elefante possui a capacidade de produzir até 45

toneladas de matéria seca por hectare ano, sendo que a primeira colheita pode ser

realizada em seis meses, indicando um grande potencial de energia, com alto teor

de lignina e fibras (VILELA, 2009).

As primeiras tentativas de converter capim elefante em energia foram

realizadas na Inglaterra, há 30 anos. Alemanha e Áustria também buscaram, sem

sucesso, transformá-lo em uma alternativa energética economicamente viável. No

Brasil, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) de São Paulo estudou utilizá-lo

como um substituto do carvão vegetal, consumido pela indústria siderúrgica.

Queiroz Filho et al. (2000), potencializam a grande justificativa da utilização,

pela capacidade do capim elefante de produzir a matéria seca (MS) por unidade de

18

área, sendo difundido por todo território brasileiro, por resistir a variáveis condições

climáticas do nosso país, como seca moderada e frio.

Entretanto, o custo de produção de energia através da biomassa do capim

elefante ainda necessita de estudos objetivando a sua viabilidade econômica para

o país (SMEETS; FAJJ, 2009).

Como o Brasil possui um clima favorável ao cultivo do Eucalipto, ele destaca

no cenário mundial no setor da silvicultura, chegando ao patamar de 50 metros

cúbicos (m3) em madeira por hectare por ano, (OLIVEIRA JR, SEIXAS, 2006;

RODRIGUEZ, BUENO, RODRIGUES, 1997).

Desta forma, o objetivo do trabalho foi verificar o potencial energético do

capim elefante, as vantagens da utilização do capim elefante em relação da

biomassa proveniente do eucalipto para produção de energia.

19

2.OBJETIVO

2.1 OBJETIVO GERAL

Verificar a potencialidade energético do capim elefante de forma a favorecer

a sustentabilidade energética de pequenas e grandes indústrias através do cultivo

dessa gramínea.

2.1.1 Objetivos específicos

Analisar as vantagens do cultivo de produção do capim elefante, por ciclo de

crescimento, manejo e o seu custo benefício.

Verificar a capacidade de combustão do capim elefante para atuar como

fonte de energética.

Realizar um estudo comparativo do potencial energético do capim elefante

e do eucalipto;

Verificar a obtenção de energia através do capim elefante na forma

briquetes.

Comparar no capim elefante as partes entre a folha e o colmo, qual é o mais

favorável energeticamente.

20

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 MATRIZ ENERGÉTICA DO BRASIL

O país utiliza os recursos energéticos provenientes do petróleo em sua maior

porcentagem na matriz energética, porém necessita da redução dessa matéria

prima de hidrocarbonetos, pois para obter um menor impacto ao meio ambiente,

conjuntamente na produção, na oferta interna de energia, sem obter prejuízo na

economia Brasileira. O Brasil teve uma estimativa para 2016, em mais de 286

milhões de Toneladas Equivalentes do Petróleo (TEP), mas desta totalidade 43,9%

é proveniente de energias renováveis. Com este percentual indicativo o Brasil

possui a mais limpa matriz energética do mundo. Pois esses dados constam no

Boletim Mensal de Energia em fevereiro de 2016, (PORTAL BRASIL, 2016).

O subconjunto da matriz energética, as estimativas que foram realizadas

para 2016 demonstraram vantagens para as energias renováveis possibilitando a

chegar 79% da participação, um indicador favorável ao restante do mundo, onde

este mesmo levantamento é de 24%.

Já em 2017 essa porcentagem ainda se encontra em 43% da utilização das

energias renováveis, (GOLDEMBERG; NIGRO; COELHO, 2008).

A evolução da capacidade instalada por fonte de geração em (Mega Watts),

relata até 2020 a quantidade das variáveis fontes, como demonstra a Tabela 1

Tabela 1: Capacidade instalada por fonte de geração (Mega Watts).

FONTE 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Hidrelétrica 89.856 94.053 98.946 104.415 109.412 111.624 115.123

Pequena Central Hidrelétrica

4.633 4.957 5.187 5.457 5.737 6.047 6.447

Gás Natural 11.309 11.659 11.695 11.659 11.659 11.659 11.659

Carvão 3.205 3.205 3.205 3.205 3.205 3.205 3.205

Óleo Combustível 8.790 8.790 8.790 8.790 8.790 8.790 8.790

Óleo Diesel 1.471 1.121 1.121 1.121 1.121 1.121 1.121

Gás de Processo 686 686 686 686 686 686 686 Biomassa 7.053 7.353 7.653 8.003 8.333 8.703 9.163

Urânio 2.007 2.007 3.412 3.412 3.412 3.412 3.412

Eólica 6.172 7.022 7.782 8.682 9.532 10.532 11.532

TOTAL 135.182 140.853 148.441 155.430 161.887 165.779 171.138

Fonte: Empresa de Planejamento Energético (EPE) - 2016.

21

O pesquisador Malzoni (2010), relata a quantidade utilizada de energias

renováveis é de aproximado em 50%, da energia consumida no Brasil, ou seja,

derivada de recursos que fazem a ciclagem da matéria prima, favorecendo o seu

ciclo energético renovável. Esta necessidade de alterar a matriz energética

mundial, proporciona diminuir o uso de combustíveis fósseis, por uma energia

renovável com menor índice de poluentes eliminados no meio ambiente.

Conforme o Ministério de Minas e Energia (2011), o clima brasileiro possui

uma grande diversificação e dimensão, que proporciona um conjunto de fontes

mais limpas de energia. A matriz energética brasileira utiliza a energia renovável

em (42%). A estimativa ganha destaque referente a comparação das outras

matrizes mundiais.

Segundo José Goldemberg (2008), físico, ao utilizar as energias

provenientes somente das matérias primas produzidas no Brasil, não deve-se

depender somente da importação de fontes energéticas e nem suscetíveis a crises

e alterações de preços mundiais, porém a falta investimento e de tecnologia e

pesquisa direcionadas aos recursos energéticos, pode alterar o rumo das fontes e

pode ''sujar'' a matriz de fontes energéticas do país gradativamente.

A EPE - Empresa de Pesquisa Energética (2016), prevê um enorme

crescimento da demanda de energia nos próximos 25 anos, obtendo um

crescimento, pois se estima o aumento da renda per capta, consequentemente

neste período ocorrerá um aumento do consumo de energia em 3,4% nos períodos

2010-2030, justificando a demanda nacional, demonstrado na Figura 1.

Figura 1: Demanda de energia até 2030. Fonte: EPE-2015.

22

Com os estudos de Goldemberg (2008), pode-se verificar uma tendência nos

estudos no século XXI a diversificação na matriz energética brasileira. Observa-se

que no Figura 2, em 1970 era utilizado duas fontes de energia, lenha e petróleo,

que respondiam os 78% do consumo, já em meados da década do novo século, já

se obtinha uma terceira fonte, a energia proveniente da hidroeletricidade, que

correspondia 74% do consumo. Cogita-se para 2030 mais fontes de energias

provenientes da cana-de-açúcar e gás natural.

Figura 2: Matriz energética Brasileira Fonte: EPE-2015.

O desenvolvimento tecnológico somado com as condições econômicas e

estruturais do Brasil tem favorecido a agroenergia que está sendo promissor diante

das atividades do agronegócio. Pois tem favorecido as pressões sociais de maior

demanda no emprego, na renda, nos fluxos migratórios e em relação ao meio

ambiente como (mudanças no clima e pelas consequências da poluição),

proporcionando uma tendência cada vez maior na representatividade em busca de

matriz energética sustentável vista na Figura 3, pois o país é favorecido

climaticamente para potencializar a utilização da terra (solo), para favorecer a

agricultura e ao mesmo tempo em fontes de energia (GOLDEMBERG; NIGRO;

COELHO, 2008).

23

Figura 3: Utilização de Biomassa da agricultura em ascensão Fonte: Greenpeace - 2008.

No estudo por fontes renováveis mais eficientes de energia pela utilização

de biomassas, foi realizada uma pesquisa que evidenciou um comparativo da

importância do potencial produtivo do capim elefante e do eucalipto, pois

determinadas espécies do gênero Eucalyptus predominam a favor do crescimento

aéreo acelerado, caracterizando em média de 300 cm por ano (CATHARINO,

2007).

A biomassa entrou no ranking entre as primeiras mais importantes fontes

renováveis geradas no Brasil na Oferta Interna de Energia Elétrica (OIEE), com o

consumo interno de 8,8%, um índice maior que utilizado pelo gás em 8,1% de

potencial utilizado no país, (Ministério de Minas e Energia, 2016).

3.1.1 Panorama Energético e Ambiental

A biomassa no Brasil pode ser utilizada em larga escala, pois é o recurso em

combustível mais disponível e renovável. Por este motivo iniciou a utilização de

uma dessas matérias primas. A lenha foi uma das primeiras a ser coletada nas

áreas desmatadas desde o início da colonização (século XVI), a queima desta

matéria prima foi útil para uma fonte de calor, cozimento de alimentos e para a

produção de carvão vegetal artesanal. Porém naquela época o consumo era de

forma exploratória e predatória, mesmo sendo uma economia de subsistência, o

qual não trazia muitos prejuízos em áreas florestais (Patusco 2011).

24

As análises de Patusco (2011), já no século XX, na década de 40, a fonte de

biomassa permeava cerca de 83% de Oferta Interna de Energia – OIE do Brasil,

dos quais 81% era de lenha e o bagaço de cana era de 2%. Até a década de 40 a

lenha foi utilizada fortemente nas casas e estabelecimentos comerciais e industriais

brasileiras, no transporte ferroviário e marítimo. Com o processo de modernização

na agricultura, favoreceu uma demanda por formas de energia mais eficientes e de

fácil transporte (petróleo), em substituição a biomassa.

Segundo a Empresa de Pesquisa Energética EPE (2016), com a crescente

utilização dos derivados de petróleo e da expansão da hidroeletricidade, a

biomassa ainda possui uma pequena porcentagem em sua oferta na participação

interna de energia no Brasil, como mostra o Balanço Energético Nacional na Figura

4.

Figura 4- Oferta interna de Energia no Brasil. Fonte: BEN (2016).

Segundo os estudos analisados pelo Ministério de Minas e Energia (2017),

o senário da oferta interna de energia proveniente da utilização dos derivados de

petróle teve crescimento até meados da década de 90, porém nas decadas

seguintes a utilização de energias renováveis vem sendo utilizado com maior

frequência como demonstra o Figura 5.

25

Figura 5: Oferta interna de Energia Renováveis nos anos de 2016/2017. Fonte: Ministério de Minas e Energia 2017, BEM (2017).

A utilização da Biomassa é a segunda fonte mais importante na geração de

oferta de energia elétrica (OIEE), para sustentar a economia com o total de 54 Twh

em 2016 e esse número segundo a Figura 5 vem crescendo anualmente.

Mas este quadro necessita obter incentivos do governo, pois à mudanças

nas fontes geradoras, na matriz brasileira ainda possui o uso de combustíveis

fósseis, pois é verificada na Tabela 2 o quanto ainda a matriz energética no Brasil

deve crescer em energias renováveis.

Tabela 2: Operação das usinas energéticas no Brasil.

Tipo de Empreendimento Número de

Usinas Capacidade instalada

(em Megawatts) Participação

1- Hidroelétrico - 871 80.057,6 67,2%

SubTotal 871 80.057,6 67,2%

2- Gás Natural 93 11.050,5 9,3%

De Processo 35 1.291,3 1,1%

SubTotal 128 12.341,8 10,4%

3- Petróleo Óleo Diesel 824 3.992,5 3,3%

Óleo Residual 29 2.523,8 2,1%

SubTotal 853 6.516,3 5,5%

4- Biomassa

Bagaço de Cana 313 6.011,6 5%

Licor Negro 14 1.240,8 1%

Madeira 40 327,8 0,3%

Biogás 9 48,5 0,04%

Casca de Arroz 7 31,4 0,03%

SubTotal 383 7.660,2 6,4%

5- Nuclear - 2 2.007 1,7%

SubTotal 2 2.007 1,7%

6- Carvão Mineral - 9 1.594,1 1,3%

SubTotal 9 1.594,1 1,3%

7- Eólica - 46 835,3 0,7%

SubTotal 46 835,3 0,7%

Total dos empreendimentos domésticos 2.292 111.012,3 93,1%

Importação - 8.170 6,9%

TOTAL GERAL 119.182,3 100%

Fonte: Aneel (2010).

26

As duas fontes mais utilizada conjuntamente com o Petróleo, o gás e o

carvão, juntos atingem 17%, porém essa utilização por ser mais ambundante, elas

são os que mais poluem ao meio ambiente. Já as fontes provenientes da Biomassa,

Nuclear e a Eólica, possui baixa emissão de carbono, há uma expressão diminuta

de aproximadamente 9% e em seguida uma parcela do agrocombustível em 5%.

Como não pode-se armazenar eletricidade em grandes quantidades, exceto em

pequenas unidades como pilhas e baterias. Assim a geração, transmissão,

distribuição e consumo, em grandes quantidades, devem estar em constante

distribuição permanente, pois o seu fornecimento de energia elétrica jamais deve

ser enterrompida, pois em quaisquer situações ela provoca um transtorno nas

sociedade. As instituições responsáveis como a ANEEL e o Sistema Elétrico

Nacional são os administradores que deixam o sistema em funcionamento em

perfeitas condições, (Conab, 2010).

3.2 RESÍDUOS DA AGRICULTURA

Com a Norma Brasileira 10.004 resíduos são aqueles que:

(...) resíduos nos estados sólidos e semi sólidos que resultam da atividade da comunidade de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Considera-se também, resíduo sólido os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornam inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d’água, ou exijam, para isso, soluções técnicas e economicamente inviáveis, em face à melhor tecnologia disponível‖ (ABNT,1987).

Até pouco tempo os resíduos agrícolas não eram utilizados para fins

energéticos, mas verificaram que estes resíduos são hoje um potencial considerado

eficiente para a produção de energia a partir de restos agrícolas e de seu

beneficiamento ou resíduos como: cascas de frutos, os bagaço, palhas, cereais,

casca de arroz, casca de amendoim, os resíduos das podas de pomares e vinhas,

rejeitos de madeireiros, entre outros (SAITER, 2008).

27

A pesquisa de Matos (2005), a geração de resíduos da agricultura é

mesclada, pois depende do cultivo adotado pelo produtor, pois as condições

climáticas, a fertilidade do solo o destino dos produtos, entre outros. Já o conteúdo

dos nutrientes dos resíduos de culturas podem possuir variações, pois os próprios,

como a produção dependem da fertilidade do solo e do tipo de material adotado.

Os dados de Nonhebel (2007) a partir de outros produtos gerados de

material vegetal, estes se originam as biomassas mais significativas com relação

do potencial energético são aquelas adquiridas de culturas que propiciam resíduos

agrícolas.

Segundo os estudos de Ademe (2009) demonstrou uma tabela de biomassa

utilizada para geração de energia na Tabela 3 demonstra a produção agrícola e

suas quantidades de matéria prima gerada como resíduos.

Tabela 3: Disponibilidade de Resíduos Vegetais

REGIÃO/UF

Palha de Soja

Palha de Milho

Rama de Mandioca

Palha de Arroz

Casca de Arroz

Palha de Trigo

Palha de Feijão

Paraná 2.017,05 4.175,50 358,27 80,25 11,46 1.122,5

8 143,31

Santa Catarina

194,66 1.124,49 47,77 489,16 72,61 71,65 23,88

Rio Grande do Sul

1.519,78 1.734,02 119,42 3.233,0 473,87 692,65 23,88

SUL 3.731 7.034 525 3.802 558 1.887 191

Mato Grosso do Sul

2.669,34 1.164,37 74,77 68,79 11,46 23,88 0,00

Mato Grosso

675,93 2.512,66 47,77 324,83 45,86 0,00 23,88

Goiás 1.069,79 1.448,6 23,88 103,18 15,29 23,88 47,77

Distrito Federal

23,17 75,71 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

CENTRO-OESTE

4.438 5.201 119 497 73 48 72

BRASIL 9.848 17.048 2.341 5.281 776 2.006 478

Fonte: Adaptado de EPE 2010.

Conjuntamente com Brás et al. (2007), pode-se inferir que não são todos os

resíduos agrícolas que podem ser utilizados para fins energéticos e devem possuir

as seguintes considerações que potencializam os seguintes itens: devem constar a

redução da dependência energética nacional; maior opção de culturas e redução

de emissão de gases poluentes do efeito estufa.

28

3.3 CAPIM ELEFANTE

O capim elefante é típico de gramíneas tropicais, que são do gênero Atriplex

possui espécies C3 e C4, favorece um estudo mais complexo das plantas C4, na

comparação entre duas vias fotossintéticas, (BJÖRKMAN et al., 1971; PIMENTEL,

1985).

A sintetização da fotossíntese C4 é uma via adaptativa para amenizar as

decorrências do declínio constante do dióxido de carbono (CO2) atmosférico, com

o apoio da fotorrespiração. Esta fixação de carbono é proveniente de duas células:

mesófilo e da bainha, (MARENCO & LOPES, 2009).

Para se obter uma melhor eficiência na captação de carbono em uma planta,

ela deve possuir um excelente potencial fotossintético, pois o capim utiliza o

mecanismo C4 que tem um sistema de afinidade com o dióxido de carbono (CO2)

e este nome está relacionado pelo fato do ácido oxalacético possuir 4 moléculas de

carbono e o mesmo fixar com maior eficiência no aproveitamento de energia solar

pela planta, como demonstra a figura 6.

Figura 6: Fotossíntese das Plantas C4 Fonte:Lehninger,D.N., 2000.

A fotossíntese é o meio biológico importante para sintetizar compostos

carbonados que não formariam sem um input de energia. Essa energia luminosa é

direcionada a síntese de carboidratos com o rompimento do dióxido de carbono e

água com a liberação de oxigênio. Assim a produção de biomassa vegetal é

29

acelerada e a otimização da captação da agua do solo e da energia solar, são

favorecidas conjutamente com este mecanismo C4 o capim elefante possui uma

capacidade de acumular grande quantidade de matéria seca e com elevado teor de

fibras o que gera um potencial energético (SAMSON et al, 2005).

Conjuntamente com a fixação do carbono, o capim elefante obtenha uma

capacidade de matéria seca, ela possui uma fixação biológica de nitrogênio (FBN),

(KIRCHHOF et al.,2005).

Com Morais et al. (2009) a capacidade de fixar nitrogenio esta alencada com

a ajuda de uma bactéria endofídicas diazotróficas do gênero Herbaspirillum estão

em mutualismo com as raízes do capim e nas folhas, potencializando em 50% do

nitrogênio que a planta necessita.

3.3.1 Potencial energético do capim elefante

De acordo com Quéno (2009) a quantidade de fibras que uma planta possui

em seu material vegetativo, distingue o potencial energético, como toda a sua

biomassa. O Capim elefante possui características de um vegetal rico em fibras,

especialmente lignina. Para determinar este teor de fibra, é utilizado um detergente

ácido, com finalidade de solubilizar a célula e a hemicelulose, pois é um resíduo

insolúvel no detergente ácido, caracterizado como fibra em detergente ácido (FDA),

constituido em lignina e celulose (lignocelulose).

Os valores de FDA possuem variação nos intervalos de cada corte e nas

condições ambientais e principalmente na umidade, no período de crescimento das

plantas. Para que o seu FDA seja acima de 50%, o Capim elefante deve ser podada

em períodos de seis em seis meses, favorecendo o potencial energético da

biomassa (QUESADA et al., 2004).

Para calcular o poder energético de uma biomassa é determinado pela

utilização de uma bomba calorimétrica que avalia o Poder Calorífico Superior (PCS)

na unidade de kcal/kg. A quantidade de carbono e hidrogênio nos tecidos é que vão

quantificar a energia potencial em que o Capim elefante acumula em sua biomassa

(QUÉNO, 2009).

30

3.3.2 Eucalipto

Desde 1940 no Brasil, ja era utilizada em 80% de sua energia proveniente

da biomassa florestal (Madeira), com a utilização de outras fontes houve um

pequeno decréscimo na participação da madeira como fonte energética, porém o

consumo não se alterou, demonstrando o potencial no mercado para a sua

utilização como fonte de energia proveniente da biomassa (LIMA & BAJAY, 2000).

Originário da Austrália de grandes maciços florestais de porte arbóreo, foi

inserida no Brasil no início do século atual, por volta de 1905, pelos profissionais

que conheciam muito bem a adaptação dessa espécia, o engenheiro agronômo

Navarro de Andrade, com a finalidade de uma madeira para estradas de ferro no

estado de São Paulo (ANDRADE, 1928).

O eucalipto possui plantas com mais de 600 espécies e seu tronco quase

sempre é retilíneo e cilíndrico, muito lisa e com casca ou muito áspera com sua

copa comumente rala (BERTOLA, 2007).

Nas florestas plantadas por eucalipto indicam estudos científicos,

demonstram à partir da matéria seca por tonelada, são retiradas do ar 1,8 toneladas

de dióxido de carbono (CO2) e liberados 1,3 toneladas de O2 para o ambiente

atmosférico (GUT, 1998).

A biomassa do eucalipto, absorve o carbono atmosférico, produzindo

energia, em até 60 toneladas por hectares no período de um ano e essa produção

em solos com baixa fertilidade e déficit hídrico (OLIVEIRA NETO et al. , 2003).

O reflorestamento com eucalipto proporciona a fertilidade do solo a longo

prazo, (KARSCHON, 1961).

Com as adaptações às condições favoráveis climáticos o eucalipto e mesmo

com a falta de condições hídrico, no decorrer de sua evolução trouxe inúmeras

espécies. O melhoramento genético no Brasil nesses últimos 50 anos, proporcionou

avanços técnicos na silvicultura, alavancou a produtividade de biomassa neste

país. A facilidade do uso da madeira proveniente do eucalipto é utilizada para

indústrias moveleiras e para fins energéticos, (EMBRAPA, 2006).

A produção de eucalipto no clima do brasil é favorece as mais altas taxas de

produtividade na silvicultura, que podem atingir em média 50 m3 de madeira por

hectare anual em relação comparada aos países que possuem climas temperado

(OLIVEIRA JR, SEIXAS, 2006; RODRIGUEZ, BUENO, RODRIGUES, 1997).

31

3.4 METABOLISMO FOTOSSINTÉTICO E PRODUÇÃO DE BIOMASSA

Uma das formas de energia a ser armazenada indiretamente é a biomassa,

pelo sistema fotossintético ocorre a assimilação do CO2 da atmosfera. A energia

acumulada entre as ligações químicas das plantas, podem ser utilizadas de várias

formas (BRITO; BARRICHELO, 1979; TAIZ; ZEIGER, 2016).

3.4.1 Biomassa

A caracterização de biomassa segundo Marcelo Guimarães de Mello:

[…] chama-se energia da biomassa toda energia

derivada das plantas, algumas de elevadíssima

produtividade nos países tropicais, tais como a cana,

capim elefante, mandioca, dendê, florestas de rápido

crescimento, etc., capazes de ser transformadas em

energia líquida, sólida, gasosa ou elétrica

(Vasconcellos apud Mello, 2002, p.11).

No que se diz a citação a cima, pode-se ter a definição mais aproximada e

correta para se definir a biomassa, deve ser inserido como fonte de biomassa os

resíduos encontrados em áreas não agrícolas que são provenientes de indústrias

e de resíduos urbanos. Nas indústrias estão às madeireiras, serrarias, construções

civis e as mobiliárias que geram resíduos por meio do beneficiamento de casca

provenientes das árvores (tora), costaneira, cavaco, pó de serra, maravalha,

pallets, aparas e serrarias, (Vasconcellos, 2002).

Para Ormond (2006) a biomassa é caracterizada pela matéria vegetal

provenientes das florestas ou matéria orgânica não fóssil de origem biológica.

Todo material orgânico é definido como a biomassa proveniente dos

vegetais, ao qual este deriva de uma reação fotossintética com os componentes do

gás carbônico, água e luz solar, no qual acumula fração de energia solar nas

ligações químicas de seus elementos (SOUZA; SORDI; OLIVA, 2002).

Como um resíduo proveniente de várias fontes agrícolas e florestais, pode

ser utilizada para a produção de energia no aquecimento, na geração de

32

eletricidade ou para o combustível de transporte, mais conhecido como

biocombustível, (GREENPEACE, 2010).

Werther et al (2000), materiais com potencial de alta energia interna

acumulada na biomassa são: Resíduos agrícolas com 33% de representação,

como bagaço de cana, casca de arroz e casca de café. Já os resíduos florestais

com representatividade de 65% no país, possui um potencial energético são:

serragem, lascas de madeira e cascas em um todo.

As pesquisas de Mckendry (2002), nas últimas décadas a energia

proveniente da biomassa existem inúmeros fatores como a tecnologia que

facilitaram a conversão da biomassa com menor custo e com a melhor eficiência.

A outra causa é pelo setor agrícola que potencializou a sua produção alimentícia

em quantidades excedentes, proporcionando vários resíduos dessa produção ao

qual pode ser processada a fins energéticos.

Vem sendo desenvolvidas nas últimas décadas uma nova técnica da

substituição do carvão mineral, por carvão derivado de biomassa seca de capim

elefante, está sendo direcionadas as características de se obter da planta para a

produção de carvão (Quesada, 2001).

Surge, então, no contexto atualizado a importância da necessidade de um

novo sistema alternativo energético, proveniente das energias renováveis, vegetais

e limpas no âmbito de readequação ambiental. Assim caracteriza-se de biomassa,

uma energia que está com potencial a ser utilizado e localizado extensivamente

nos trópicos, ao contrário dos combustíveis fósseis (Vasconcellos, 2002, p.17).

Para fins energéticos a utilização da biomassa se faz necessário verificar a

qualidade matéria prima em questão, necessitando o conhecimento da composição

química (elementar e imediata), poder calorífico líquido, poder calorífico superior,

poder calorífico inferior, umidade, teor de cinzas e densidade da biomassa

(CIOLKOSZ, 2010; NOGUEIRA; NOGUEIRA; ROCHA, 2005; SANCHES, 2010).

Os organismos fotossintetizantes armazenam energia solar em dois

processos: fotoquímico no qual ocorre a absorção da intensidade da luz e o

transporte de elétrons, já na fase bioquímico ocorre à captação de gás carbônico e

formação de compostos com carbono e a absorção da energia a partir da luz nas

ligações químicas das moléculas geradas. Assim as formas das plantas

absorverem o CO2 são pelos ciclos C3 e C4 (TAIZ, ZEIGER, 2004).

33

O metabolismo C3 é viabilizado metabolicamente do ciclo de Calvin ou ciclo

redutivo das pentoses fosfato, ou seja, a fixação é realizada no carbono com

composto com mais três carbono, o gliceraldeido-3 fosfato, no estroma dos

cloroplastos. Por serem em um mesmo espaço, as enzimas que fazem parte do

processo fotossintético, na fotorrespiração das células das plantas C3, ocorre uma

competição por sítios proteicos, o que reduz a fixação do CO2, (TAIZ; ZEIGER;

2016).

No ciclo C4 é caracterizado ao metabolismo fotossintético do carbono em

algumas plantas como a espécie do capim elefante Pennnisetum ssp. Pois a

fixação do CO2 ocorre nas células do mesófilo e a sua redução nas células da

bainha do feixe vascular, separadamente favorecendo a sua eficiência na fixação

do CO2. A carboxilação produz um composto com quatro carbonos o oxaloacetato

que se converte em aspartato ou malato (TAIZ; ZEIGER, 2016).

3.4.2 Caracterização da Biomassa

Tudo se inicia a partir da ação da fotossíntese e suas características

secundárias. Assim atrás da transformação energética da radiação solar, elas

armazenam a energia química e ela pode ser liberada por combustão. Esta

transformação pode ser utilizada para qualquer fim de necessidade energética,

(NOGUEIRA; LORA, 2003).

Assim é o processo que verifica a escolha de conversão e as dificuldades

de processamento subsequentes que corresponde a uma série de procedimentos

físico-químicos pelos quais a biomassa é submetida, a fim de se determinar suas

características relevantes para se distinguir o seu potencial no mercado

consumidor. As características que podem ser analisadas como: poder calorífico,

teor de sais minerais, resíduos de evaporação, teor de umidade, teor de voláteis,

teor de cinza, teor de carbono fixo. Mas também se deve verificar o seu conteúdo

energético, a aplicação e as condições de utilização, e o tipo mais adequado de

equipamento a ser utilizado.

34

3.4.2.1 Estrutura da Biomassa

A estrutura é composta pela mistura de hidrocarboneto e oxigênio em sua

composição química molecular e é desigual aos combustíveis derivados do

Petróleo. A presença do átomo de oxigênio favorece a biomassa adquirir menos

oxigênio do ar atmosférico em sua reação, sendo assim menos poluente, porém

esse balanço deve ser equilibrado, pela quantidade em que o mesmo libera é

menor também em relação aos combustíveis fósseis, pois a energia proveniente da

Biomassa é menos poluente e também com menor Poder Calorífico Superior

(NOGUEIRA; RENDEIRO, 2008).

Os principais componentes estruturais da biomassa vegetal são a celulose,

lignina e hemicelulose, sendo que a variação de concentração da celulose é entre

40% à 50% e a lignina é de 25% e a hemicelulose na faixa 20-40%. Com esta

estrutura ela é um vegetal considerado como um resíduo ligno-celulósico

(MARTINI, 2009).

De acordo com Abbasi (2010), mesmo com essas três estruturas variáveis

de celulose, hemicelulose e lignina, a biomassa apresenta ainda outras

quantidades menores de produtos orgânicos e inorgânicos, favorecendo o

desenvolvimento de métodos da geração de combustíveis mais eficientes.

3.4.2.2 Propriedades Físicas da Biomassa

Para se identificar as propriedades físicas da biomassa é necessário verificar

o teor de umidade, a densidade, a massa específica e a porosidade. Pode-se

caracterizar também a quantidade de energia que pode ser gerada (Nogueira,

2007).

3.4.2.3 Massa Específica

Ela possui divisão em suas especificações em que pode ser em massa

específica ou massa específica aparente. Assim a massa específica é a relação

entre a massa contínua de biomassa pelo volume que este mesmo ocupa em todo

o corpo.

35

Os dados de Nogueira (2008), quando a matéria possui uma continuidade,

a mesma representa a massa específica aparente. Mas para certos resíduos esta

consideração não se aplica, pois possui inúmeros pedaços do mesmo material

ocupando o mesmo volume.

É a característica física intensa da matéria, ou seja, independe do tamanho

da porção estudada. Assim é definida como a razão entre a massa de um objeto e

seu volume (VAN WYLEN et al, 2003).

3.4.2.4 Densidade

A correlação direta entre a razão da massa específica da biomassa e da

massa especifica da água, em condições normais de padrão de pressão e

temperatura, (NOGUEIRA, RENDEIRO, 2008).

3.4.2.5 Briquetes

É a utilização da biomassa triturada, em que é compactada em um bloco

cilíndrico de alta densidade composto também por resíduos de madeiras em geral,

como pó de serra, casca de côco, forrageiros em geral, maravalhas, cavacos ou

pedaços de madeira picadas, sem o uso de aglutinantes (GENTIL 2008).

Para obter um maior resultado do aproveitamento dos resíduos

lignocelulósicos o sistema de briquetagem é um processo para aumentar a

densidade da matéria prima e consequentemente aumentar o potencial energético

da biomassa, pois quando a densidade é baixa a qualidade do material para obter

energia é menor, (PROTÁSIO et al., 2012).

É utilizado na queima, para fins energéticos em fornos, caldeiras,

aquecedores, torradores e outros similares, pois seu poder calorífico é três vezes

maior do que a lenha, cavaco ou biomassas diversas. A biomassa adensada a

pressões de 100 Mega Pascal (Mpa) - ou mais - é denominada briquete quando

seu diâmetro for maior que 30mm. E medidas menores, são denominadas pelets

(ALAKANGAS, 2006).

36

3.4.2.6 Análise Imediata

A biomassa possui elementos químicos elementares como: Hidrogênio (H),

Carbono(C), Enxofre(S), Oxigênio (O), Nitrogênio (N), e Cinzas (A) e que este

possui conjuntamente Potássio (K), Fósforo (P) e Cálcio (Ca) (CIOLKOSZ, 2010;

NOGUEIRA; NOGUEIRA; ROCHA, 2005).

Na biomassa podem-se quantificar os teores de umidade, carbono fixo e

voláteis presentes no vegetal. O Teor de Umidade - TU, equiparado em

porcentagem %, é o fator que influencia sobre a combustão, ou seja, na queima de

materiais (SOUZA, 2010).

As transformações de energia a partir da biomassa, pela combustão direta,

visa o desenvolvimento sustentável e menor impacto ao meio ambiente. Assim as

conversões termoquímicas, como a gaseificação, pirólise, a combustão direta,

abrangem por mais de 96% da produção mundial de Bioenergia (DEMIRBAS,

2004).

3.4.2.7 Teor de Umidade

É a quantidade de água presente na biomassa vegetal, sendo assim um

peso relevante para o material recém-colhido, assim ele é em alto grau o material

que compõem efetivamente a quantidade total da biomassa, (ALEXANDRA;

MARIA; BOGDAN, 2010). Porém para que ela seja útil à combustão, deve ser

retirada a água do material, para que o teor de umidade da biomassa torne um

potencial importante para a geração energética da mesma, (QUIRINO et al, 2004;

ALEXANDRA; MARIA; BOGDAN, 2010;).

McKendry (2002), o teor de umidade possui variações em suas formas como:

intrínseca no qual o material não possui influência climática e a umidade extrínseca

já sofre alteração nas condições meteorológicas durante a colheita da biomassa.

Para obter melhor eficiência energética, deve-se analisar o teor de umidade

presente na biomassa, pois ela pode interferir no poder calorífico inferior (PCI), que

está diretamente ligado, pois este diminui com o aumento da umidade (CALEGARI

et al 2005 & NOGUEIRA, 2007).

37

3.4.2.8 Teor de Voláteis

Pode-se concordar com Mckendry (2002), o poder de ignição está

intimamente ligado ao teor de voláteis, onde é a parte da biomassa evapora como

um gás pelo seu aquecimento. O teor de voláteis dimensionado pela fração de

massa que volatiliza durante o aquecimento em atmosfera inerte, atingindo

temperaturas aproximadas de 800ºC. Assim quando a biomassa é retirada da

mufla, só ficam apenas os carbonos fixo e as cinzas (NOGUEIRA, 2007).

3.4.2.9 Teor de Cinzas

A quantificação de substâncias inorgânicas composta na biomassa é o teor

de cinzas. Para que possa determinar o tipo de tratamento dos resíduos, bem como

a manutenção inserida nos equipamentos que são utilizados no sistema e inseridas

na mufla e por diferença de massa quantifica-se o teor de cinza, (GOMEZ et al.,

2000; FEITOSA NETTO et al., 2006;)

3.5 PODER CALORÍFICO

Pode se dizer que a quantidade de calorias liberadas por uma combustão

completa de um material é determinada pela análise do poder calorífico (QUIRINO,

2011).

O poder calorífico subdivide em dois patamares o poder calorífico superior e

o inferior. Quando se diz poder calorífico superior, isto se refere segundo Van Wylen

(1998); Nogueira (2007) e Klautau (2008), ao calor liberado, a quantidade máxima

de energia de um combustível. E essa energia pode ser quantificada por dois

métodos: pela bomba calorimétrica ao qual se insere várias quantidades de

biomassa dentro da bomba, pois através disso é possível relacionar o PCS de uma

biomassa com a quantidade de ligações químicas. Assim verificando a fração

mássica dos componentes da biomassa, é possível calcular o PCS.

Já o Poder Calorífico Inferior (PCI), segundo o Calegari (2005), é

quantificada no calor liberado quando a combustão possui a água no estado de

vapor. O PCI é calculado referente ao resultado do PCS, considerado o teor de

38

umidade que está presente no combustível, esta análise demonstra a qualidade do

combustível.

Com todas essas informações do potencial estimado, para as diversas

formas de quantificar o potencial energético, o Capim Elefante também possui um

aliado na forma de elevar a absorção deste carbono disponível na utilização da

palha seca e na confecção de briquetes.

Pois esse tipo de método de utilizar a biomassa, teve origem no início do

século XX na Europa. Já com a tecnologia, atualmente todos os tipos de biomassa,

podem ser utilizados e reutilizados na cogeração de energia, à partir da

briquetagem, na qual é uma forma de concentrar o seu material energético, pois o

capim elefante que tem pouca densidade, desfavorecendo o custo benefício em

seu transporte. Assim ela pode ser comprimida em alta pressão, aumentando a sua

densidade, assim podendo ser utilizado como uma lenha ecológica e substituir a

utilização do gás, do carvão vegetal e da energia elétrica, bem como outros

combustíveis utilizados em diversas indústrias.

Pode-se verificar qual o rendimento da briquetadeira por extrusão, na qual é

obtida com 5% ou menos de umidade do produto, assim a matéria prima é

introduzida na parte central do equipamento matriz, em que o mesmo sofre intensa

pressão e atrito com temperatura elevada acima de 240ºC, fluidificando este

composto e favorecendo o conjunto a se tornar mais compacto.

No término do processo o material resfria naturalmente, solidificando e

resultando em um briquete. Após esse processo este material torna resistente a

umidade e aumenta a sua resistência mecânica, pois a lignina solidificada

proporciona essa característica final. Assim o briquete pode apresentar as

seguintes propriedades como demostrado na Tabela 4, (Briquetes no Brasil, 1999).

Tabela4: Propriedades de um briquete

PROPRIEDADES DO BRIQUETE

DENSIDADE 1200 à 1400 kg/m3

CONSUMO 50 à65 Kwh/t

PRODUÇÃO 800 à 1250 Kg/h

P.C.I 4900 kcal/kg

VOLÁTEIS 85%

CINZAS Menor que 1%

Fonte: Briquetes no Brasil, 1999

39

Outro potencial similar ao briquete é a fabricação de Pellets, com a mesma

finalidade, porém com granulométrica menor, com formato cilíndrico e dimensões

que vão entre 6 e 8 milímetro de diâmetro e com comprimentos entre 10 á 40 mm.

Diante de toda a condição relatada objetivou-se em relação à utilização da

matéria prima da biomassa para a sustentabilidade na geração de energia

renováveis, pois elas favorecem a diminuição de matérias primas com maior

potencial poluidora. E o custo benefício de utilizar a biomassa dentre outros o capim

elefante oferece maior produtividade em menor área.

3.6 ENERGIA DE ATIVAÇÃO

As análises térmicas e os estudos cinéticos são mais efetivos com a

utilização de programas computacionais para eventos físicos e químicos,

conjuntamente com as técnicas de análise térmica. A velocidade da reação possui

um princípio que determina os parâmetros cinéticos pela Temperatura (T), Tempo

(t), conversão (α), possuindo variáveis modelos matemáticos para a determinação

dos parâmetros cinéticos, na ordem da reação e conversão (Braga et al., 2012).

40

4. METODOLOGIA

O presente estudo foi realizado no Laboratório da Engenharia Química da

Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste, Campus de Toledo-PR.

As análises foram realizadas no laboratório para averiguar as quantificações

do potencial energético da matéria prima proveniente do capim elefante, através de

pesquisas exploratórias, foi realizado um levantamento comparativo da quantidade

de energia gerada do capim elefante como a fonte de energia, como combustível

para gerar energia elétrica previamente cadastrada pela Agência Nacional de

Energia Elétrica (ANEEL).

Visando essa comparação das biomassas, compete ao setor energético,

promover a utilização da matéria prima que seja mais favorável a cada região.

A viabilidade técnica e econômica do Capim Elefante foi efetuado o

levantamento da quantificação do poder de combustão à partir de análises do capim

e em relação ao Eucalipto. Essas análises foram quantificadas por equipamentos

que aferem os seguinte análises imediata como: o poder de combustão, as

propriedades físicas, químicas e térmicas dos materiais lignocelulósicos,

Composição química elementar (Carbono; Hidrogênio e Nitrogênio); Composição

química imediata (Umidade; Materiais voláteis; Carbono fixo e Cinzas), Densidade

desta massa seca do Capim Elefante e a análise Termogravimétrica (TGA).

Foi realizada a coleta do Capim no Sítio Santa Luzia, no município de São

Pedro do Iguaçu – PR., em dias ensolarados, pois facilitou a desidratação da

biomassa do capim elefante, foi estendido no chão e condicionado (exposta ao sol

pleno), fez-se a sua pré - secagem manualmente sem equipamento de apoio, para

fins de preparação de amostras laboratoriais.

Em grandes quantidades ela foi realizada em cortes menor da biomassa,

predispondo-a ao sol pleno, realizou suas posteriores movimentações (viragens),

assim favoreceu as folhas ficarem mais soltas e secas, e sua coleta.

Para a qualificação das análises imediata da biomassa in natura, foi utilizada

a metodologia citado por Nogueira e Rendeiro (2008).

41

4.1 DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE

Ao adquirir as amostras, os mesmos foram inseridos em um cadinho, pesou-

se uma quantidade de capim elefante (M1), que foi inserido em uma estufa Figura

7 na temperatura de 100ºC (+- 10 ºC) até massa constante determinada de M2. O

teor de umidade (TU) é dado pela equação 1.

𝑇𝑢 = 𝑚1 − 𝑚2

𝑚1 . 100 (1)

Onde:

Tu = Teor de Umidade;

m1 = Massa Inicial;

m2 = Massa final;

Figura 7: Estufa para secagem em 105ºC. Fonte: Próprio Autor (2017).

4.2 DETERMINAÇÃO DO TEOR DE VOLÁTEIS

Após realizar as quantificações do teor de umidade, pegou-se a mesma

matéria da amostra do teor de umidade (Tu) e foi colocada em uma mufla à 850±

10ºC por um período de sete minutos dentro da mufla.

42

Após o tempo determinado à biomassa em análise foi resfriado em um

dessecador, como demonstra na Figura 8, ao qual o mesmo foi pesado e obtido

mais uma massa M3. Assim foi quantificado o Teor de Voláteis pela equação 2:

𝑇𝑣 = 𝑚2 − 𝑚3

𝑚2 . 100 (2)

Onde:

Tv = Teor de Voláteis;

m2 = Massa final do teor de umidade;

m3 = Massa final após ter inserido na mufla;

Figura 8: Mufla e o Dessecador. Fonte: Próprio Autor (2017).

4.3. DETERMINAÇÃO DO TEOR DE CINZAS

Com as mesmas amostras dos Tu e Tv, já sem umidade e voláteis, foi

inserida a mesma biomassa na mufla a uma temperatura de 710 ± 10ºC como

demonstra na Figura 9, por um tempo de uma hora, porém subdividida essa hora

em (meia hora com a porta meio aberta e a outra restante meia hora com a porta

da mufla fechada). E foi calculado pela equação 3:

𝑇𝑐 = 𝑚3 − 𝑚4

𝑚4 . 100 (3)

43

Onde:

Tc= Teor de Cinza

m3 = massa inicial;

m4 = Massa após inserido na mufla.

Figura 9: Mufla aberta no período de 30 minutos. Fonte: Próprio Autor (2017).

4.4 DETERMINAÇÃO DO TEOR DE CARBONO FIXO

E para a última análise do Teor de Carbono Fixo, utilizou os seguintes Teores

para a quantificação do mesmo (equação 4):

𝑇𝑐𝑓 = 100 (𝑇𝑣 + 𝑇𝑐) (4)

Onde:

Tcf = Teor de Carbono Fixo;

Tv= Teor de Voláteis;

Tc= Teor de Cinza.

4.5 PODER CALORÍFICO SUPERIOR

Para esta análise, os ensaios forem realizados de acordo coma a norma

ABNT - NBR 8633/84, no laboratório da Universidade Estadual do Oeste do Paraná

– Campus de Cascavel- Pr. Foi utilizada uma bomba calorimétrica do modelo (e2k)

44

no qual quatro gramas (4 g) de amostra foram pesadas, previamente secas, e

dispostas em um cadinho metálico para a determinação do poder calorífico

superior.

A amostra foi inserida em um recipiente de metal e fechada, sob alta pressão

de (30 atm) em atmosfera de oxigênio (Figura 10). O recipiente de metal com

oxigênio foi inserido dentro da bomba calorimétrica com parede dupla e a ignição

realizada com a tampa fechada.

Após esse processo de queima, despressurizou-se a bomba lentamente, e

posteriormente verificou-se no interior da mesma a combustão efetivada. Em

seguida observou-se no painel do equipamento o resultado obtido em (Mj/kg).

Figura 10: Bomba Calorimétrica utilizada. Fonte: Próprio Autor (2017).

45

4.6 QUANTIFICAÇÕES DO PCI (PODER CALORÍFICO INFERIOR)

Refere-se em função da massa obter 0% de umidade, pois calculou à partir

do PCS, sendo determinado pelos cálculos, pois os calorímetros não permitem a

medição simultânea dos vapores.

Os valores utilizados são referentes à massa em base seca, utilizando a

equação 5:

Onde:

𝑃𝐶𝑖 = 𝑃𝐶𝑠 − 600.9. (𝐻

100)

(5)

PCi = poder calorífico inferior (kcal/kg);

PCs = poder calorífico superior (kcal/kg);

H = teor de Hidrogênio (%).

4.7 CONFECÇÕES DOS BRIQUETES

Triturou o capim já seco até uma granulometria de 2 mm e o mesmo foi

inserido na briqueteira continuamente, para que a máquina não sofra sobrecarga,

conjuntamente com a quantidade do volume a ser injetada para cada briquete, pois

deve ser regulado conforme a capacidade da máquina prensa extrusora de pistão

mecânico como na Figura 11, condensando a matéria prima seca, transformando

em um briquete ou pallet, (QUIRINO, 2005; ABREU, 2005).

46

Figura 11: Prensa extrusora de pistão mecânico

Fonte: Próprio autor (2017).

4.7.1 Densidade dos Briquetes

Um dos melhores itens a ser caracterizado é o processo de analisar a sua

densidade relativa aparente por meio do método estequiométrico que consiste em

obter o volume à partir de medições, com o apoio de um paquímetro e uma balança

de precisão em 5 mg e as densidades foram calculadas à partir da massa e das

medidas dos volumes dos briquetes como demonstra a Figura 12 (Tavares e

Santos, 2013).

47

Figura 12: Volume do briquete em relação ao volume normal in natura.

Fonte: Próprio autor (2017).

Os autores Tavares e Santos (2013), após as amostras de capim elefante

seco em campo, foram quantificado certo volume e foi inserido em uma estufa de

circulação forçada a 65⁰C, durante um período de 8 horas. Utilizou uma

briquetadeira industrial com uma capacidade de pressão em 9902 kgf, a uma

temperatura de 120⁰C, por 6 minutos e outro tempo para resfriamento em média de

5 min.

As confecções de briquetes que podem ser realizados à frio, adicionando um

aglomerante, para sua melhor aderência à compressão das partículas. E estes

componentes que favorecem a junção podem ser líquidos, sólidos e insolúveis e

solúveis em água, (CETEM, 2011).

4.8 QUANTIFICAÇÕES DO CUSTO DE PRODUÇÃO DA BIOMASSA

Para colher a biomassa de capim elefante, necessita de um gasto

energético, deve ser quantificado o balanço energético do mesmo.

O cálculo é baseado por hectare e da quantidade de equipamento a ser

adotado para o manejo da extração da matéria prima segundo os trabalhos da

EMBRAPA (YOKOYAMA et al., 1995). O custo foi adotado a taxa de juros selic de

14, 25% (Banco Central do Brasil, 2016), com o valor do combustível de óleo diesel

de (R$ 2,45), dados da Agência Nacional do Petróleo (2015) e a mão de obra foi

48

verificado no Salariômetro, organizado pela FIPE (2016), do piso salarial em

Novembro de 2015 foi de R$ 1.057,00 por mês.

Os valores dos equipamentos foram calculados na metodologia de custo de

produção do cultivo do Capim elefante para a fabricação do briquete na CONAB

(2010), como se pode verificar na Tabela 5.

Tabela 5: Custo do cultivo do capim elefante para a produção do briquete

CUSTO DO BRIQUETE DE CAPIM ELEFANTE

Secagem Solar Secagem Induzida artificial

Equipamento/Usina Custo (R$/ha) (R$) ano (R$) ano

Caminhão caçamba 834.54 139.684,47 172.795,45

Forrageira + Trator 266,99 44.689,06 55.282,21

Ancinho + Trator 28,27 4.732,57 -

Distribuidor de Calcário 25,96 4.345,01 5.374,96

Grade aradora 23,93 4.005,08 4.954,45

Plantadora + trator 299,89 50.195,83 62.094,30

Briquete (Induzida) 802,66 ---- 166.195,88

Briquete (Solar) 384,60 64.380,02 ----

Toletes 6.060,60 144.917,55 179.268,98

Parcial 456.949,59 645.966,22

Fonte: Empresa Biomax Indústria de Máquinas Ltda, 2015.

O custo dos equipamentos deve ser levado em conta pelo processo

realizado do início do plantio à colheita e até o seu produto final.

Insumos Quantidade/ha R$/Kg (R$) ano (R$) ano

Adubo Superfosfato Simples

400 Kg 1,17 11.230,72 13.892,86

Adubo 20,5,20 (N,P,K) 600 kg 1,63 163.813,07 202.643,51

Calcário 1598 kg 0,38 14.328,92 17.725,46

Análise de Solo 1 22,00 526,05 650,75

Parcial 189.898,75 234.912,58

Fonte: Empresa Biomax Indústria de Máquinas Ltda, 2015.

Cada valor final dos insumos são demonstrados pela soma do processo final

de sua secagem.

Aluguel R$/unidade Quantidade (R$) ano (R$) ano

Terra arrendada 850,00 ha --- 142.272,94 175.997,49

Pátio de secagem arrendado

850,00 ha --- 2.550,00 ---

Galpão (Induzida) 252,36 m2 600 --- 151.416,00

Galpão (Solar) 252,36 m2 300 75.708,00 ---

Parcial 220.530,94 327.413,49

Fonte: Empresa Biomax Indústria de Máquinas Ltda, 2015.

49

Energia Quantidade Custo (R$/kWh) (R$) ano (R$) ano

Briquete (Induzido) 120 Kw/th 0,51 ---- 688.555,02

Briquete (Solar) 48,3 Kw/th 0,51 293.845,40 -----

Parcial 293.845,40 688.555,02

TOTAL Secagem Solar Secagem Induzida artificial

Total (R$) 1.161.224,68 1.896.847,31

R$/ton 96,77 167,48

Fonte: Empresa Biomax Indústria de Máquinas Ltda, 2015.

O custo para se produzir os briquetes provenientes do capim elefante e do

eucalipto, observa-se a divergência dos custos segundo a Tabela 6 demonstrada

(MAZZARELLA et al.,2015), assim com o menor custo e impacto ambiental o capim

elefante torna-se vantajoso em relação ao eucalipto.

Tabela 6: Custo do cultivo do Eucalipto para a produção do briquete

Custo do Briquete de Eucalipto

Secagem Solar Secagem Induzida artificial

Equipamento/Usina Custo (R$/ha) (R$) ano (R$) ano

Caminhão caçamba 304,16 92.042,05 113.859,81

Forrageira + Trator 450,48 136.318,43 168.631,952

Ancinho + Trator 15,64 4.732,57 ----

Distribuidor de Calcário 25,96 7.855,39 9.717,44

Grade aradora 23,93 7.240,83 8.917,20

Plantadora + trator 299,89 90.749,9 112.260,85

Briquete (Induzida) 880,60 --- 329.642,25

Briquete (Solar) 469,04 141.873,96 ----

Parcial 480.873,96 743.069,07B

Fonte: Empresa Biomax Indústria de Máquinas Ltda, 2015.

Insumos Quantidade/ha R$/Kg (R$) ano (R$) ano

Adubo 06-30-06 300 1,17 51.921,43 64.228,95

Adubo 19-00-19 250 1,53 38.562,31 47.703,16

Calcário 1500 0,38 56.718,94 70.188,41

Herbicidas 5,5 30,00 16.643,42 20.588,60

Formicidas 11 12,00 13.314,74 16,470,88

Mudas 7334 0,59 436.079,50 539.448,30

Análise de Solo 1 22,00 2.219,12 2.745,15

Parcial 615.479,46 761.373,45

Fonte: Empresa Biomax Indústria de Máquinas Ltda, 2015.

Aluguel R$/unidade Quantidade (R$) ano (R$) ano

Terra arrendada 850,00 --- 257.216,54 318.187,46

Pátio de secagem arrendado

850,00 --- 850,00

Galpão (Induzida) 252,36 600 --- 151.603,46

Galpão (Solar) 252,36 300 75.708,00

Parcial 220.530,94

Fonte: Empresa Biomax Indústria de Máquinas Ltda, 2015.

50

Energia Quantidade Custo (R$/kWh) (R$) ano (R$) ano Briquetagem (Induzida)

120 KW/th 0,51 ----

Briquetagem (Solar) 48,3 KW/th 0,51 293.845,40

Parcial 293.845,40 469.603,46

Total Secagem Solar Secagem Induzida artificial

Total (R$) 1.723.973,36 2.723.815,83

R$/ton 143,66 220,86

Fonte: Empresa Biomax Indústria de Máquinas Ltda, 2015.

Os valores obtidos para a secagem solar e artificial, o capim elefante é

favorável nas duas ações, comparando em relação quando se aplica o mesmo

método de secagem em eucalipto. Verificando também a menos necessidade e

espaço em relação à área de produtividade, valorizando um menor custo logístico

dessa matéria prima.

Para que o produto final obtenha um valor agregado, necessita transformar

a matéria seca em um briquete, necessitando de um triturador de folhagem.

Já a briquetagem possui um custo variável, dependendo da qualidade e do

tipo do capim ao qual será inserido. Uma estimativa de uma empresa quantifica o

custo de se produzir um briquete na Tabela 7.

51

Tabela 7- Custo de fabricação de um briquete

Viabilidade Econômica de Usinas de Briquetagem, considerando uma jornada de 8horas de

trabalho por dia durante 26 dias por mês.

Capacidade produtiva

dos equipamentos 1,1 Toneladas/hora 2,0 Toneladas/hora

Produção Mensal 215 Toneladas 391 Toneladas

Produção estimada em

10 anos 25.809 Toneladas 46.925 Toneladas

Tipo de Resíduo

SERRAGEM

DE MADEIRA

SECA

SERRAGEM DE

MADEIRA ÚMIDA

SERRAGEM DE

MADEIRA SECA

SERRAGEM DE

MADEIRA

ÚMIDA

Equipamentos

necessários

Briquetadeira

B85/210 e

acessórios

Briquetadeira

B85/210,

Secador

B12000 e

acessórios.

Briquetadeira

B95/210R e

acessórios

Briquetadeira

B95/210R,

Secador

B18000 e

acessórios.

Área coberta necessária 6mx15m =

90m2

20mx26m =

520m2 6mx15m = 90m2

20mx30m =

600m2

Funcionários por Turno 2 3 2 3

Potência instalada 53Kw 90Kw 85Kw 134Kw

Potência consumida 39Kw 63Kw 60Kw 94Kw

Custo com depreciação

dos equipamentos

R$

10,32/Ton R$ 31,36 /Ton R$ 6,71/Ton R$ 21,72/Ton

Custo com mão de obra R$

23,25/Ton

R$ 46,50/Ton R$ 12,79/Ton R$ 25,57/Ton

Custos com

manutenção

R$ 8,80/Ton R$ 13,20/Ton R$ 5,08/Ton R$ 7,62/Ton

Custos com Energia

Elétrica

R$

25,30/Ton

R$ 43,91/Ton R$ 22,31/Ton R$ 34,39/Ton

CUSTO TOTAL R$ 67,67/Ton R$ 134,97/Ton R$ 46,89/Ton R$ 89,30/Ton

Em termos de poder calorífico, 1 tonelada de briquetes equivalem a cerca de 5m3 de Lenha.

Fonte: Empresa Biomax Indústria de Maquinas Ltda, 2015.

4.9 ANÁLISES TERMOGRAVIMÉTRICA

Esta análise de Termogravimetria (TG) quantifica a alteração da massa da

amostra em relação à função da temperatura e ou do tempo, (CAVALHEIRO, 2005).

O equipamento possui um forno ao qual tem uma balança que permite a

programação da velocidade de aquecimento, assim o computador quantifica os

dados de perda de massa durante o procedimento de aquecimento. O controle da

temperatura é realizado pelo sistema do forno elétrico, que envolve a plataforma.

Os resultados são apresentados em forma de curvas termogravimétricos, com as

variações de massa em função da temperatura ou tempo (CIENFUEGOS,

VAITSMAN, 2000).

52

Para que não tenha uma decomposição da amostra pela temperatura,

normalmente utiliza-se um gás com vazão conhecida com nitrogênio. Esse gás

possui a funcionalidade de remover os produtos volatilizados durante o

procedimento da análise, garantindo uma atmosfera constante, (VOGEL, 2008).

Fez-se análise termogravimétrica não isotérmica, em 4 taxas de

aquecimento sendo elas de 5, 10, 15 e 20ºC por minuto. Utilizou-se ar sintético

nessa análise, a fim de garantir um ambiente constante durante o experimento

(VOGEL, 2008).

53

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Pelos levantamentos realizados referentes ao assunto, pode-se adquirir

dados sobre Teor de Umidade, Teor de Material Volátil, Teor de Cinza e Teor de

Carbono Fixo das folhas do capim elefante.

Os resultados obtidos devem possuir a seguinte leitura, em primeiramente

para a análise da biomassa in natura; segunda para os componentes já

carbonizados e posteriormente as comparações dos resultados. Os resultados

desses Teores são mostrados na Tabela 8.

5.1 ANÁLISES IMEDIATA DA BIOMASSA IN NATURA

Os resultados obtidos do teor de umidade, do teor de material volátil e do

teor de cinzas, do resíduo foliar do capim elefante e do colmo são apresentados

nas Tabelas 8 e 9.

Tabela 8: Análise da folha

Folha Capim Velho- Ponto 1 Capim Novo Ponto 2

Teor de Umidade (%) 9,1±0,21 10,2 ± 0,36

Teor de Volátil (%) 81,7±2,27 80,43 ± 2,58

Teor de Cinza (%) 27,2±1,13 28,2 ± 1,13

Poder Calorífico (kJ/kg) 15,2 13,6

Teor de Carbono fixo(%) 51,7±0,49 44,5 ± 0,70

Fonte: Próprio autor (2017).

Tabela 9: Análise do Colmo

Colmo Capim Velho- Ponto 1 Capim Novo Ponto 2

Teor de Umidade (%) 8,1 ± 0,63 7,65 ± 1,06

Teor de Volátil (%) 88,05 ± 2,05 88,9 ± 1,48

Teor de Cinza (%) 67,3 ± 5,23 78,2 ± 28,5

Poder Calorífico (kJ/kg) 3,89 3,89

Teor de carbono fixo (%) 79,3 ± 7,2 78,75 ± 15,2

Fonte: Próprio autor (2017).

5.1.1 Determinação do Teor de Umidade

Para o teor de umidade do capim velho e do novo, não demonstraram

diferença nos resultados, porém no tempo de secagem dentro da estufa. Pois na

primeira análise realizada as amostras ficaram 24 horas a 100ºC dentro da estufa,

54

já a segunda análise foi utilizada em um tempo médio de 3 horas, sendo um período

de secagem dentro da estufa foi estipulada a secagem quando a estabilização da

massa era analisada na balança a cada hora até a sua estabilização no seu

pesagem.

O alto teor de umidade na biomassa do capim, o mesmo prejudica na

realização na combustão deste capim, desfavorecendo a queima da biomassa.

Assim este material deve ser preparado para que não haja tanta umidade em sua

matéria seca. Pois caso haja um teor maior na biomassa, o mesmo deve ser

eliminado no ato da queima, porém isto gera um gasto energético, desfavorecendo

a economia de energia gasta para secar e evaporar a água do material, pois o ponto

de fulgor é diretamente proporcional para a ignição da queima do capim. Assim este

material deve ser utilizado bem seco, com teor de umidade.

Conjuntamente com Brand (2011) e Klautau (2008) descrevem que o

acúmulo de umidade prejudica a queima da biomassa, reduzindo o poder calorífico.

Dependendo da alta quantidade de umidade presente no material a ser

queimado, há um aumento na quantidade de material particulado, acelerando a

corrosão na parte onde finaliza o gerador devido ao aumento de fuligens (material

particulado) do processo da péssima combustão (Brand, 2011). Ficou evidente que

a quantidade de umidade é um fator limitante na qualidade da combustão da

biomassa, assim a escolha de materiais a ser utilizado, deve ter valores abaixo de

50% para possuir uma quantidade de calor suficiente liberada (KLAUTAU, 2008).

O colmo onde é a parte que sustenta a planta, por possuir mais fibra, obteve menor

umidade de retenção.

5.1.2 Determinação do Teor de Voláteis

Por aquecimento a biomassa se degrada evaporando um gás com a

umidade, quantificando assim o teor de voláteis, dimensionando por parte de fração

que volatiliza durante esse aquecimento da amostra padronizada e estritamente

seca, (Mckendry, 2002).

Na análise realizada, pode-se observar que a variância indicou que o teor de

material volátil do capim elefante é maior quando o teor de umidade é menor, tanto

para a folha quanto para o colmo, pode-se verificar que esta proporção afeta

diretamente no teor de voláteis. Esta observação poderá verificar no ponto 1A

55

(capim velho) em relação ao ponto 1B (capim novo), pois realizando essa leitura

nos demais pontos pode-se inferir que a quantidade de umidade afeta diretamente

no teor da volatilização.

5.1.3 Teor de Cinza

Na quantificação do teor de cinzas, as análises de variância, não indicaram

uma variação significativa no teor de cinzas com relação às mudanças dos teores

de umidade e da volatilização, o teor de cinza esteve mantido após sua completa

combustão. Entre os pontos 1 (capim velho) e ponto 2 (capim novo), salienta a

idade do capim elefante, observou que independente do idade o mesmo demonstra

que o teor não se alterou, nas folhas, porém no colmo por ser mais fibroso o teor

de cinza obteve uma porcentagem maior após a queima.

5.1.4 Poder Calorífico

Em análise ao poder calórico, não houve diferença significativa da interação

proporcional de variância do capim novo e capim velho, apresentando valores para

o poder calorífico em uma proporção mediana entre as três análises realizadas.

Nos valores de energia produzida, apresentados pela bomba calorimétrica,

simultaneamente com a energia produzida por ha/ano kcal, pode-se verificar o alto

potencial calorífico do capim elefante, assim como seu elevado valor de energia

produzida por área. Característica esta que comprova à viabilidade de um cultivo

como esse no que se diz respeito à alta produtividade e uma taxa de geração de

calor ideal para diversos setores da indústria.

Neste estudo, para o poder calorífico superior da matéria seca do capim-

elefante encontrou-se o valor de 4.200 kcal/kg. Os valores encontrados na literatura

oscilam entre 4.100 kcal/cal (FLORES, 2009) e 4.298 kcal/kg (VILELA, 2009).

Na biomassa do capim elefante como a concentração de carbono é

aproximadamente 42%, de matéria seca. Para uma produção média de biomassa

seca de capim elefante de 40 t/ha/ano, acumularia um total de 16,8 toneladas de

carbono/ha/ano. Estima-se que uma empresa com 100 ha de capim elefante

sequestraria o equivalente a 1.680 toneladas de CO2/ano, (Vilela 1997).

56

5.1.5 Análise de TGA

Esta análise avalia a perda da porcentagem mássica em relação da

temperatura de degeneração e da evasão de voláteis das amostras que foram

estudadas.

A análise termogravimétrica dos resíduos demonstrou a sua variância de

acordo com a elevação da temperatura e a sua proporcionalidade da degradação

de sua massa durante a queima do capim elefante até a sua estabilização da massa

residual como demonstra as Figura 13.

Figura 13: Análise de TGA do capim elefante, ponto 1.

Fonte: Próprio autor.

A degradação da massa no ponto 1, não obteve diferença em relação as

variações estabelecidas, pois o gráfico demonstra que o capim velho possui maior

estabilidade de queima em relação da degradação de sua massa, onde houve uma

equivalência em sua degradação no final massa a 20% em 900ºC.

No ponto 2, o gráfico demonstra uma variação de degradação das massas

em função da variação das temperaturas (Figura 14). Pode-se inferir um menor

alcance de temperatura na degradação da massa total, quando a variação de

temperatura é de 5ºC e nas variações de 15 e 20ºC obteve uma equivalência na

sua degradação de massa e no aproveitamento de queima de temperatura.

57

Figura 14: Análise de TGA do capim elefante, ponto 2

Fonte: Próprio autor.

No ponto 3 (Figura 15) ao qual o capim é mais novo, essas pequenas

variações crescentes de temperaturas por minuto, constatou ser mais efetivo a sua

degradação em 5ºC por minuto em temperaturas que chegavam ao máximo de

740ºC, em relação de quando a variação de 20ºC por minuto, a degradação

completa necessita de temperaturas finais mais altas.

Figura 15: Análise de TGA do capim elefante, ponto 3. Fonte: Próprio autor.

58

Pode-se observar que em capins mais novos a variação de temperatura por

minuto independe para o seu resultado final, porém já em capim mais velhos essa

variação de degradação obteve maior êxito com variações de 5ºC por minuto em

temperatura final com menos gasto energético.

No que se refere à degradação da biomassa, realiza-se uma leitura

minuciosa em relação ao ponto do decaimento significativo em relação à

temperatura, observou a degradação decai quando a temperatura cresce entre

suas temperaturas que variam de 250ºC à 350ºC, nos três pontos coletados.

5.2 ANÁLISES CINÉTICA DA AMOSTRA DE CAPIM ELEFANTE

A pirólise é simulada à partir das determinações dos parâmetro cinético. Esta

quantificação cinética é verificada através da diferença entre a porcentagem total

da amostra e a quantidade de massa em qualquer tempo vinculado, como demostra

a equação 1.

𝛼 = 100 − 𝑀*𝑡 (1)

Onde: 𝛼 = Pirólise;

𝑀= massa ;

𝑡= tempo.

5.2.1 Método de Isoconversão Flynn Wall Ozawa (FWO), para cálculo de

parâmetros cinéticos.

Um método utilizado para definir os parâmetros cinéticos, era o Flynn Wall

Ozawa, inventado em 1996 por Flaynn e Wall e Ozawa em 1965, ao qual utiliza os

dados termogravimétricos, resolvendo as mudanças com maior exatidão dos dados

no meio de reação dos pontos aleatórios e por heterogeneidade.

Para que o método obtenha bons resultados, os experimentos devem

possuir diversas taxas de aquecimento, pode-se aplicar a isoconverção. Nas

análises quantificadas onde as taxas são constantes, o gráfico se comporta em

uma reta de inclinação que permite um cálculo da Energia de Ativação (Ea). Para

que se realizem os cálculos de inclinação da reta, utilizou-se a equação:

59

Inclinação da Reta = - 0,4567 * 𝐸𝑎

𝑅

A tabela exibe os dados dos parâmetros cinéticos adquiridos pelo método

Flynn Wall Ozawa para o capim elefante.

Tabela 10 - Parâmetros cinéticos para o capim velho

PARÂMETROS CINÉTICOS

CONVERSÃO R2 Ea(KJ/ Mol. K)

0,1 0,9821 154,0975

0,2 0,9876 224,7711

0,3 0,9916 238,8068

0,4 0,9806 268,6986

0,5 0,8654 330,813

0,6 0,9992 246,181

0,7 0,9684 358,8109

Média de Ea 260,3656

Fonte: Próprio autor (2017).

Assim ao analisar as conversões apresentou em sua maioria o coeficiente

de correlação maior que 0,9 pode se perceber que para a conversão 0,7 obteve a

maior energia de ativação com 358,8109 kj/molK. Deve inferir que se alcance uma

maior conversão, deve-se possuir uma maior temperatura, para atingir a maior

energia de ativação.

Para uma comparação dos resultados, foram realizados cálculos dos

parâmetros cinéticos do capim novo como demonstra os resultados na Tabela 11.

Tabela11- Parâmetros cinéticos para o capim novo PARÂMETROS CINÉTICOS

CONVERSÃO R2 Ea(KJ/ Mol. K)

0,1 0,6452 66,73592

0,2 0,6913 109,755

0,3 0,7395 130,5354

0,4 0,7805 140,9703

0,5 0,7558 127,7775

0,6 0,7119 84,86215

0,7 0,8480 53,47757

Média de Ea 102,0163

Fonte: Próprio autor (2017).

Ao contrário das análises do capim velho, percebe - se que a diferença nos

valores obtidos no ponto 2, nos coeficientes de correlatos abaixo de 0,85, porém

pode-se analisar o aumento constante da energia de ativação até o momento da

conversão no patamar de 0.4, porém essa conversão houve uma diminuição após

0,5, esse fator que diferencia as energias de ativação é devido as diferenças de

60

componentes químicos das amostras. Pode - ser explicado pela menor quantidade

de lignina e celulose do capim velho do que um capim mais novo (MUNIZ et al,

2015).

Á partir das análises realizadas e comparando as energias de ativação do

ponto 1 e ponto 2, verifica -se que para os capins mais velhos, foi verificado que a

atingem maior energia de ativação, deve-se prolongar o tempo de plantio. Para

melhor visualização das energias de ativações em relação à conversão dos pontos

1 e 2 são verificados na Figura 16.

Figura 16 - Comportamento da energia de ativação em relação à conversão.

Verificando o gráfico, o capim velho, atingiu o maior patamar da energia de

ativação. Assim ressalta o resultado já esperado.

5.3 COMPARAÇÕES ENERGÉTICA DO CAPIM ELEFANTE E DO EUCALIPTO

Devem-se comparar essas duas biomassas por equivalência de potencial

energético, como termos uma noção do volume, densidade, área tempo de colheita

(ciclo). Pois a biomassa é diretamente proporcional o acúmulo de suas energias

estarem ligado a sua capacidade de absorver energia através da densidade. Pois

os volumes da matéria seca em relação ao sua densidade destinam a produção de

energia da biomassa de cada vegetal, (QUÉNO, LAURENT ROGER MARIE, 2009).

Pelas análises levantadas por CLARICE (2008), os valores relatados na

Tabela 12, esclarece o potencial como fonte energética do capim elefante sendo

melhor no quesito custo benefício, comparando com a utilização do eucalipto. Pois

calculando por hectare plantado, pode-se comparar o eucalipto como: a cada 60

61

tonelada por hectare ao ano de massa seca = 92,82 x 106 kcal, portanto 1 t = 1,55

x 106 kcal, para a mesma área de capim elefante tem-se 80 t/ha/ano de massa

seca = 189,0 x 106 kcal, portanto 1 t = 2,36 x 106 kcal.

Assim mesmo que ambas capturam o carbono atmosférico, no entanto a

produção do capim elefante é ainda melhor na fixação de CO2, no decorrer da

fotossíntese. Esta facilidade é quantificada também pela facilidade do crescimento

do capim elefante, obtendo mais ciclos de colheita, em relação ao do eucalipto,

(PAULINO; FERRARI JUNIOR; ANDRADE, 2006; PEREIRA; NOVA; MOREIRA,

2004).

Tabela 12: Custo benefício do Eucalipto e do Capim elefante.

Avaliações financeiras da lenha de Eucalipto e da Biomassa de Capim Elefante

Tratamentos

Lenha de Eucalipto Capim Elefante Custo Total (R$)

Custo Produção

(t)

Custo/t (R$) Consumo (st)

Custo (R$)

Consumo (m)

Custo (R$)

50% Biomassa x 50% Lenha

9,21 396,03 10,80 97,42 493,45 33 14,95

66% Biomassa x 33% Lenha

4,50 193,50 16,90 152,44 345,94 30,66 11,28

100% Biomassa ------ ----- 24,57 221,62 221,62 28 7,92

100% Lenha 10,20 438,60 ----- ----- 438,60 24 18,28

Fonte: Vilela e Cerize (2008).

Conforme a Tabela 12, os valores mencionados em relação a fontes

energéticas, evidencia o uso do capim elefante como uma melhor alternativa em

comparação com eucalipto, (PAULINO; FERRARI JUNIOR; ANDRADE, 2006;

PEREIRA; NOVA; MOREIRA, 2004).

As amostras estudadas do eucalipto pela Pesquisa Florestal Brasileira 2015,

pelo pesquisador Silva 2015, analisou os valores médios das propriedades da

madeira e seus respectivos características energéticas como demonstra a Tabela

13.

Pode-se inferir que o custo benefício do capim elefante é melhor em relação

à utilização do Eucalipto, pois possui um menor valor de custo e o tempo de cultivo

favorece o ciclo de cada colheita.

62

Tabela 13: Valores energéticos do Eucalipto.

Valores médios, desvio padrão e coeficiente de variação das características da madeira de Eucalyptus benthamii.

Característica Média Desvio Padrão

Coeficiente de Variação

Densidade Básica (g cm-3) 0,471 0,032 6,86

Densidade energética (Mcal m-3) 22, 6,9 164,1 7,43

Poder calorífico Superior (kcal kg-1) 4679,7 116,3 2,4

Poder calorífico inferior (kcal kg-1) 4379,1 116,5 2,6

Teor de Carbono fixo (%) 15,78 1,3 8,82

Teor de materiais voláteis (%) 83,98 1,3 1,64

Teor de Cinzas (%) 0,244 0,15 63,96

Nitrogênio (%) 1,63 0,23 0,14

Carbono (%) 46,68 1,40 0,03

Hidrogênio (%) 5,94 0,20 0,03

Enxofre (%) 0,11 0,10 0,89

Oxigênio (%) 45,64 1,49 0,03

Relação carbono/nitrogênio (C/N) 29,63 4,91 0,17

Relação carbono/hidrogênio (C/H) 7,87 0,14 0,02

Estoque de carbono (kg fuste-1) 56,22 14,54 25,87

Produção energética (kcal fuste-1) 560825,8 119964,8 21,39

Fonte: PFB_ Pesquisa Florestal Brasileira- 2015.

O benefício de comparação entre essas biomassas é mais visível quando

demonstrada a quantificação da geração energética que é produzida em meios

análogos de tempo e área de produtividade, como demonstra a Tabela 14.

Tabela 14: Energia produzida por ha/ano kcal.

Fontes de Energia Energia Produzida

Energia Produzida por ha/ano kcal kcal kW

Capim Elefante 4.200 4,88 189.000.000

Capim Brachiaria brizantha 3.900 4,54 97.500.000

Eucalyptus grandis 4.641 5,37 92.820.000

Fonte: Vilela e Cerize (2008).

Verifica-se na Tabela 14 a energia total gerada pelo capim elefante, no

período de 1 ano, ela produz o dobro em relação do capim e ao eucalipto.

5.4 VOLUME DO BRIQUETE

Foi analisada a quantidade de capim após a fase de trituração das folhas, ao

qual em um béquer obtinha um volume de 100 mililitros (mL). Foi realizada a

fabricação do briquete in natura com um aglutinador seco (Fécula de Mandioca) e

outro a líquido (óleo de soja queimado), porém o briquete que obteve melhor

63

aglomeração foi através do método seco sem óleo. O capim foi para prensa à uma

pressão de 8,157728 kgf/cm2, com o aglutinante de Fécula de Mandioca, durante 3

minutos de compressão com a prensa hidráulica, o capim reduziu o seu volume em

4 vezes no mesmo formato do cilindro e esta redução foi de 0,1 litro para 0,002453

Litros, sem que o briquete desmancha-se.

Por esta capacidade de compreensão o briquete aumenta o potencial de

combustão e logística em um todo, favorece sua segregação e transporte.

Com a compactação na forma de briquete o capim elefante aumenta seu

poder de combustão, pois quando se aumenta a sua densidade, maior a quantidade

de massa é inserida em um mesmo volume de capim para realizar a queima da

biomassa, melhorando a eficiência energética do capim elefante.

64

6. CONCLUSÃO

O capim elefante (Pennisetum purpureum) é uma espécie de rápido

crescimento vegetativo e alta geração de biomassa, possui alto potencial

energético, se comparado a outras fontes de energia renováveis, sendo que a sua

produtividade de massa seca por hectare apresenta valores bem maiores, por

exemplo, se comparado ao Eucalipto. Por ser uma fonte de energia vegetal, permite

que o carbono seja sequestrado da atmosfera, sendo uma cultura passível de

geração de créditos de carbono. Os estudos e pesquisas em busca de viabilidade,

otimização do processo e melhoria genética devem continuar, pois esta é mais uma

possibilidade de geração de energia “limpa”, em um país com características

favoráveis como do clima, solo e extensão de território adequado, fazendo com que

esta fonte de energia possibilite mudanças socioeconômicas na região onde for

implantada.

Assim uma das formas para aperfeiçoar a utilização dessa fonte de energia

é direcionar esta matéria prima de biomassa na fabricação de briquetes e ou pellets

o qual tem potencializado na logística e no comércio durante todo o ano, pois a

manutenção de fabricação desses materiais possui uma regularidade ao longo de

todo o ano, com suas características físicas térmicas inalteradas.

Os estudos de MAZZARELLA (2007), diz que as vantagens comparativas do

capim elefante como produtoras de biomassa em relação às demais fontes são:

maior produtividade (45 t MS/ha/ano); menor extensão de áreas para uma dada

produção; menor ciclo produtivo (dois cortes por ano); melhor fluxo de caixa;

possibilidade de mecanização total; energia renovável e maior assimilação de

carbono.

Pelas análises realizadas a campo, o capim velho (folha), apresentou poder

calorífico maior que o capim velho (folha), porém o poder calorífico do colmo obteve

uma porcentagem quatro vezes menor em comparação ao poder calorífico da folha.

Outro dado analisado é o teor de cinza do colmo obteve três vezes maior a

porcentagem em relação ao teor de cinza das folhas.

Pode-se inferir que o capim elefante estudado, possui um melhor

aproveitamento energético nos capins mais maduros e nas folhas, pois possuem

menor porcentagem de teor de cinza, umidade e maior poder calorífico.

65

O capim Elefante possui um grande potencial para ser utilizado como fonte

de energia renovável no Brasil. E as perspectivas futuras da utilização do capim

elefante na forma de obtenção energética deve ser considerado um potencial para

o Brasil, visto que possui uma matriz energética renovável e com grande

diversificação, assim os estudos relacionados à biomassa conquistam um mercado

cada vez maior.

66

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