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Revista realizada pelos alunos da disciplina Redação e Edição em Impressos das faculdades Integradas Helio Alonso, campus Méier, no segundo semestre de 2013. Docente: Maracy Guimaraes

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Page 1: Bota pra Fora 2013.2

juventude em rede:jovens dÃo voz À

populaÇÃo com o auxÍlio das redes sociaispor henrique schmidt

quem gosta de assistir uma partida de futebol

no bar?a tÁtica das

empresas do ramo cervejeiro para faturar

na copa do mundo.por daniela araÚjo, por daniela araÚjo, thais ribeiro e

fernanda gismonti

redemoinho de possibilidades:um mergulho

tecnolÓgico no mundo das adaptaÇÕespor paula netto, por paula netto, karyn krauthein, camila gama

bola na mÍdia:o efeito das

transmÍdias no jornalismo esportivo

por geovanne estevesesteves

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Como devia ser a espera dos apaixonados por futebol para saber as notícias do

seu time? Uma notícia bombásti-ca que tivesse ocorrido na parte da noite, só poderia ser ouvida de manhã na rádio ou à tarde na TV, talvez até num jornal, depen-dendo da hora que a notícia fosse divulgada. Velocidade, agilidade e força são as principais caracterís-ticas dos esportes e, para conse-guir acompanhá-lo, o jornalismo precisou fazer o mesmo. De forma simples, as redes sociais se torna-ram o maior instrumento de infor-mação, não só do futebol, mas de todo e qualquer tipo de aconteci-mento. Seu time fechou uma gran-de contratação às três horas da manhã? Pode ter certeza de que o jornalista de plantão vai divulgar em seu “twitter”, onde seus segui-dores poderão ler e “retuitar”, de-pois vai repassar a empresa para colocar no site, e, quem estiver de plantão nas mídias, depois de colocar no site, vai postar na pá-gina do “facebook”, onde, todos que estiverem acordados naquela hora e se sentirem interessados pela informação, irão compartilhar a mensagem fazendo com o que ela chegue de forma quase que instantânea ao público. Hoje, com essas novas tecnologias, a gran-de palavra no jornalismo esporti-vo é velocidade. Quem passar a notícia primeiro é a leva os cré-ditos. Independente de qualidade ou credibilidade, o que importa é informar o fato e depois apurar detalhes e divulgar. Frases como “mais informações em instantes” se tornam cada vez mais frequen-tes nas notícias, mas não influen-ciam no fato da veracidade do está sendo passado. As novas mídias acres-centaram os mesmos atributos do

esporte na notícia. Velocidade na entrega da informação, agilidade de apuração e divulgação, e for-ça na propagação. E isso só faz crescer a importância do jornalis-mo esportivo e mostra quanto o público se interessa pela busca da informação. Para o público, essa é uma ótima maneira de ficar constante-mente informado, como diz Adal-berto Gomes.- É muito bom não ter que espe-rar até o dia seguinte ou um no-ticiário. Gosto de ser informado quando um jogador está a cami-nho do meu time, quando ele está fazendo os exames no clube, etc. O suspense é o mesmo, mas não preciso mais ter aquele desespe-ro de esperar pelos telejornais ou pelo jornal.

Um exemplo dado por Italo Borges, flamenguista, foi a contra-tação de Ronaldinho Gaúcho, na época em que foi contratado pelo seu time.- Todos estavam ansiosos para saber em que time Ronaldinho ia jogar. Várias equipes estavam no pareô e o Flamengo era o que mais corria por fora, quando, de repente, um dos repórteres da Rádio Globo anunciou a contrata-ção via twitter. Alguns jornalistas acabam soltando notícias precipi-tadas e, pra mim, era o que tinha acontecido, mas, logo depois, ou-tras mídias começaram a anun-ciar. Se dependesse só da TV e o do jornal, talvez eu fosse ficar sa-bendo só no dia seguinte, já que a contratação foi concretizada de madrugada.

Geovanne Esteves Peçanha

Twiiter do jornalista esportivo Luiz Penido

No que o uso das redes sociais estão ajudando na evolução do jornalismo esportivo

E pra encerrar a matéria, fizemos um bate-bola com o esta-giário de mídias sociais de um jor-nal de esportes, Marcelo Ricardo, para falar o que ele acha do uso das mídias sociais.

BPF: O que você acha do uso das mídias sociais como meio de infor-mação?

MR: Acho ótimo. É extremamente benéfico para os dois lados, tanto para quem informa quanto para quem é informado.

BPF: E quais são esses benefí-cios?

MR: A velocidade da informação. É você ter, praticamente em tem-po real, as notícias do clube. Uma assinatura de contrato feita altas horas da noite ou quando dirigen-tes vão jantar com algum empre-sário ou com o próprio jogador/técnico parar dar início a negocia-ções. O jornalista que está a fren-te da apuração sempre coloca no twitter que está havendo esse tipo de reunião.

BPF: Qual destas redes sociais

você acha a melhor?

MR: Bom, se tratando de transmí-dia, eu considero os sites de in-formação como uma forma dessa plataforma. Ficaria com os sites. Por mais que demore um pouco mais que meios como twitter, você tem mais espaço para dar a infor-mação de uma forma mais con-creta.

BPF: O uso das redes sociais pode ajudar em alguma parte de divulgação para a Copa do Mundo

de 2014?MR: Sinceramente, acho que não muito. A cobertura por parte da TV vai ser em uma intensidade tão grande que é pouco provável que eles deixem algo passar. Pode ser que ajude caso algum jogador de outra seleção sofra uma lesão durante um treino ou passe mal. Aí o twitter e o facebook podem divulgar mais rapidamente, mas, se tratando da seleção brasileira, creio que a TV vai criar boletins informações quase que a cada minuto.

Facebook do canal SporTV informando possível saída do jogador Everton Ribeiro, do Cruzeiro

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O surgimento do social media e o trabalho de divulgação feito para os artistas

Os meios digitais transformaram a maneira de contar histó-rias. Ouvintes e expectatores já não se contentam só em receber,eles querem conhecer detalhes, se aprofundar, que-

rem até mesmo ajudar a construir a história. Estamos numa era de in-teligência coletiva e existe um novo termo que define esse processo chamado de transmídia. Por natureza a transmídia é um diálogo, ela convida o público a participar, de algum modo, da narrativa, ou seja, pode ser um fórum para o público opinar.

A cantora de funk Anitta, considerada o estouro do momen-to devido ao sucesso da música Show das Poderosas, é um exemplo dessa era transmidiática. O público não se contenta apenas em ouvi-la cantar, eles querem ir além e utilizam as redes sociais como Facebook, Instagram e Twitter para fazer gerar debates e discussões sobre hobbys da cantora, as atividades paralelas que ela exerce, as roupas utilizadas por ela, entre outras coisas. Em contrapartida, os artistas em geral tam-bém utilizam esse interesse e essas mídias para atrair o público e divul-gar mais informações sobre eles. Convidar o fã a participar desse universo é uma das habilidades-chave das narrativas transmidiáticas. Pois, consegue-se desenvolver uni-versos ricos, cheios de becos e camadas pelas quais os fatos podem expandir não apenas por iniciativa dos artistas, mas também por ini-ciativa dos fãs. Imersos nestes universos, os fãs passam a desenrolar discussões sobre múltiplas interpretações de fatos, e descobrir infor-mações que não foram esclarecidas totalmente. Como por exemplo, o episódio em que um homem que as-sistia ao show da cantora tacou uma latinha nela e a mesma o cha-mou de pobre. O fato gerou uma enorme repercussão nas mídias, mas a cantora através do Facebook esclareceu com um longo texto o que realmente de fato aconteceu. Uns mudaram o julgamento em relação a sua atitude, outros permaneceram com a mesma opinião. Neste acon-tecimento, podemos observar que o espaço das mídias digitais permite tanto ao artista se justificar, como ao público opinar, julgar ou criticar e um acaba sendo feedback do outro. A cantora possui 5,4 milhões de fãs no Facebook, 1milhão no Instagram e 5 postagens ao dia em ambas as redes atingindo mais de 25.000 visualizações em cada uma. Depois dos Estados Unidos, o Brasil é o país com mais usuários no Facebook (65 milhões), um dos 5 países mais ativos no Twitter e o segundo em quantidade de usuários no YouTube. Não se trata apenas de números. O compromisso é cada vez mais forte com o uso das redes sociais: enquanto no mundo foi registrada uma diminuição de 2% no tempo médio de usuários conec-tados ao Facebook, no Brasil, a cifra cresceu 208%. Com esse avanço crescente da utilização das redes socias, uma nova profissão surge em meio a essa era da Comunicação, o so-cial media. Sua função abrange basicamente no estudo do relaciona-mento e as interações dessas pessoas que utilizam as redes sociais em suas diversas plataformas, a fim de incluir uma marca ou um produto

no diálogo já estipulado como faz o profissional Renato Andrade que trabalha como social media para a produtora da cantora Anitta divul-gando sua imagem.

Janaína Lima

“Minha função é administrar a imagem dela, mostrar fotos, dizer o que ela tem feito no dia a dia, enfim! Tornar a vida dela mais próxima dos fãs.”Renato diz, que embora o Facebook seja melhor para divulgação, cada rede digital tem a sua vantagem:“O Facebook é forte na divulgação por possuir maior número de usuários mas no Twitter a interação é maior e no Instagram para a pessoa como produto, como é o caso da Anitta, é excelente. Há um tempo postamos uma foto dela com um lenço na cabeça e acabou virando moda entre as adolescentes. “Devido a esse surgimento de espaço nas redes sociais acaba havendo uma maior exposição do artista e/ou produto, mas Renato explica que isso não é desvantagem:“Existe muito mais vantagens com essa exposição, pois passa a existir um feedback entre consumidor e produto, sempre existin-do a possibilidade de melhorar, se reestruturar e reorganizar as estratégias de divulgação.”Ele diz que o único ponto negativo dessa profissão é quando de algu-ma forma o trabalho acaba sendo limitado pelo cliente.“O único aspecto negativo que vejo para o social media, é quando o cliente não compreende o intuito da mensagem a ser passada e limita o nosso trabalho dizendo o que pode e não pode ser feito, pois todas as respostas para os consumidores, ou posts passam por uma aprovação prévia, e isso tira o dinamismo da coisa.”

A tendência é essa expansão desses novos veículos serem cada vez maiores, visto que, a internet é o grande meio que auxilia na comuni-cação e consequente interligação entre os dispositivos, fazendo com que as pessoas consigam trocam facilmente informações entre si, tor-nando-as potenciais de veículos de transmissão de mídias.

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O que tem levado milhares de pessoas a iniciar um projeto de vida baseado em ideias?

Empreender virou uma palavra de ordem nestes últimos tempos, muitas questões podem im-pulsionar alguém a abrir um negócio próprio

ou uma franquia, é que histórias de sucesso motivam jovens e visionários a investir num projeto que lhes dê liberdade e chance de construir sua própria história financeira. Os jovens se destacam nesse meio por es-tarem abertos aos aspectos e mudanças na sociedade que os incentivam a colocar suas ideias em prática e a compreender que empreendedorismo não é simples-mente abrir um negócio; é ter uma ideia inovadora capaz de conquistar e transformar as pessoas ao redor.

Perfil da Geração Y A geração Y nasceu entre a década de 80 e 90, sendo conhecida pela facilidade de aprendizado, criatividade e flexibilidade em administrar várias fun-ções ao mesmo. Essa geração conheceu o mundo na popularização da internet, com demandas mundiais de tecnologias que abriram caminhos para soluções e progressos. Segundo a Secretaria Especial de Ciência e Tecnologia (SECT) as áreas que mais abrem oportu-nidades são justamente as tecnológicas, a que possui uma demanda “ostensiva” é a criação de aplicativos para celulares, como pedidos de serviços e produtos, aplicativos para localizar estacionamentos, contratar serviços de taxi, reservar mesas em restaurantes ge-ram anúncios e retorno aos donos das empresas e ao público, pois visa facilitar a vida da sociedade que não para de crescer, assim se reduz tempo e ganhasse me-nos dinheiro. Os jovens dessa geração hoje têm de 25 a 30 anos e não precisaram de muito para se adaptar as redes e mídias sociais, pois as acompanham não sendo telespectadores, e sim protagonistas. Segundo pesquisa realizada pelo grupo Data Popular especializado em Consultoria de Mercado feito em 2012 para saber quais eram as vantagens de fundar uma empresa, 47% dos empreendedores en-trevistados responderam que é fazer o que gostam, outros 22% responderam que era a chance de ganhar mais, 15 % que acreditam ter liberdade de horário, 12% por não ter chefe e 4% definiu outros motivos ou que não há vantagens. A pesquisa foi realizada pelo instituo Data popular a pedido da empresa Endeavor com jovens de 25 entre 35 anos e foi aplicada nas cin-co regiões do Brasil apresentando o 12% no Norte,

36% no Nordeste e 7% Centro Oeste, 29% Sudeste e 16% no Sul. O resultado mostra que o dinheiro é o tercei-ro motivo pelo qual se pensa em abrir um negócio, a independência e o sonho de se trabalhar com o que gosta é uma das principais razões. O desejo de fazer parte da história ou mudar o curso dela faz com que muitos não se adaptem ao ritmo das empresas mais tradicionais, os novos empreendedores arriscam sem medo, pensam em investimentos mais ousados, e que compensem em lucros.

Empreendedor

Empresas disponibilizam cursos, assessoria e consultoria para novos investidores e firmam par-cerias com faculdades e institutos de educação a fim de incentivar e esclarecer ao público as vantagens de criar, produzir e administrar seu próprio empreendi-mento, além de estimular as universidades a promo-verem a educação corporativa e empreendedora.Empreender não é só apostar em projetos lucrativos, é saber identificar necessidades e oportunidades, em pessoas e ambientes. Significa ter visão à frente, não se limitar as dificuldades, assumir desafios e desejar que sua ideia seja transformadora.

Entre várias qualidades e aptidões humanas para iniciar um grande projeto, como determinação, conhecimento do assunto, planejamento, trabalho em equipe, perseverança e competência; é preciso en-tender que a opção de empreender deve ser encarada como uma decisão muito importante. É certo que falamos acima sobre uma “gera-ção” mais disposta a mudar os velhos hábitos empre-sariais e a maneira de comunicar suas ideias no mun-do corporativo, mas para entender melhor listamos algumas modalidades de empreendedorismo, assim todos podem saber o que mais se encaixa na sua faixa etária de sonhos e expectativas:Financeiro é voltado para o lucro direto, são criados justamente para ampliar serviços e produtos, como quem promove sua própria empresa. Social relacionado às questões sociais, como amparo á instituições de caridade, a promoção de qualidade de vida e qualificação de mão de obra como Geração de Valor.

Ambiental elabora projetos ambientais, de reciclagem, venda de produtos recicláveis ou ainda promove pa-lestras educativas sobre o tema ou organizações que levam plantações as áreas urbanas.Cultural de campo socioeducativo promove eventos que difundem a cultura regional e popular brasileira. Como instituto de danças, ONG’s, artistas, músicos, bailarinos e produções audiovisuais.Esportivo investe em práticas esportivas. O time de futebol Fluminense utilizou o modelo para financiar um livro comemorativo pelos 110 anos do clube. Sites como o ComeçAKI , Catarse e Benfeito-ria e Impulso – todas brasileiras - trabalham a ideia de transformação e empreendedorismo através do mo-delo de Crowdfunding (financiamento coletivo) onde as pessoas que desejam criar ou produzir um projeto temporário ou definitivo, encaminham às instituições que arrecadam através da internet doações ou nego-ciações. O público se torna investidor e ainda ganha “recompensa”, que são premiações e brindes para quem compra uma ideia apresentada pelos sites. Financiamento coletivo -ou Crowdfunding- não é a mesma coisa que compra coletiva, onde pes-soas compram “cupons” para comer, beber ou viajar. O financiamento é ajudar para uma pessoa ou grupo a realizar o seu projeto, as recompensas são uma forma de agradecimento e divulgação, podem ganhar um CD, ou livro autografado. É uma forma de iniciar um negócio ou projeto mesmo sem grana. Desde 2011 a Secretaria de cultura do Rio de Janeiro investe em palestras educativas em torno do assunto, publicou em seu site que “O termo cro-wdfunding pode ser traduzido literalmente como fi-

nanciamento da multidão, ou seja, uma versão 2.0 da antiga “vaquinha”,” a produtora Daniele Ávila decla-rou que “O crowdfunding é uma oportunidade para se desamarrar da burocracia que envolve a produção cultural. Você pode dividir a responsabilidade da via-bilização com todo mundo e o público decide o que quer ver, em vez de deixar isso na mão de poucas em-presas que podem financiar. É uma possibilidade de emancipação.”, pois é; todos podem participar.

Bom Exemplo

Flavio Estevam criou um site Namoro Fake em janeiro deste ano, após ter percebido que as postagens nas redes sociais eram uma forma de exibicionismo e que poderia lucrar com isso. O site arruma namoros de mentira dentro e fora do país além de promovê--los em sites de relacionamento e redes sociais. Flavio disponibiliza relacionamentos falsos, mas com perfis verdadeiros na web para que os seus clientes possam causar ciúmes no seu parceiro, ex-relacionamento ou criar um apenas por “status”. Inicialmente ele investiu apenas R$30,00 para registro do domínio, logo depois – quando chegou o sucesso- teve que investir na área de segurança do site que ficou em torno de R$40.000,00. Hoje ele dispo-nibiliza planos que variam de R$10,00 a R$120,00. O negócio já conta com filiais: já aberta nos E.U.A, e em processo de reabertura na China e Hong Kong .Na in-cubadora está o projeto “Fidelidade de Face” que visa testar os relacionamentos, uma espécie de “teste de fi-delidade” pela internet.

Página do site “NAMORO FAKE”

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A proximidade da Copa do Mundo 2014 no Brasil faz com que empresas passem a investir pesado em campanhas relacionadas ao evento. A cerveja é um produto intima-

mente ligado ao futebol no imaginário do público. A Brahma é um clássico caso de reposicionamento de marca. A empresa, já patrocinadora da Seleção Brasileira, passou a apostar na jogada ensaiada de apoio aos times nacionais. São 35 clubes parceiros, com ajuda para manutenção de estádio, centros de treinamentos e salas de imprensa. Fora toda cobertura do dia a dia das equipes. Inicialmente a Brahma apostou nas principais redes so-ciais para divulgar a parceria com os clubes. Um perfil, para cada

time associado, foi criado no face-book, twitter e youtube. Dos times cariocas foram feitos o: Brahma-Fogo, BrahmaVasco, BrahmaFlu e BrahmaFla. Para uma interação, ainda maior, com o torcedor a Brahma decidiu investir nas la-tinhas de cerveja personalizadas com o escudo de cada clube e na personalização dos bares. De acor-do com Fernando Morani, jorna-

lista responsável pelo BrahmaFogo, as ações de transmídia são pensadas diretamente na interação entre a torcida e a Brahma.- O conteúdo é todo voltado para o torcedor. A transmissão em tempo real tem a intenção de ‘falar’ o que o torcedor está sen-tindo. Lógico, respeitando os adversários e mantendo uma ética profissional - afirmou. O contra-senso deste projeto está na própria regula-mentação das competições. Já que a venda de qualquer bebida alcoólica é proibida dentro e ao redor dos estádios. A medida faz parte do Termo de Adendo ao Protocolo de Intenções, assinado em 2007, contra a violência no esporte.

Com outras ações de responsabilidade social, a Ambev também lançou o “Brahma na Comunidade”, programa que visa usar o futebol como ferramenta para transformações socioeco-nômicas em comunidades de baixa renda. A primeira ação será no Rio de Janeiro, com 154 comunidades inscritas, a Organiza-ção Art Cult da Mangueira foi a vencedora e receberá R$ 200 mil para implementar melhorias ao longo de um ano, nas áreas de empregabilidade e engajamento da comunidade, que contará com oficinas de futebol, cinema comunitário, programa de reci-clagem, desenvolvimento de atividades de lazer e cultura, ações de consumo responsável, reforma na infraestrutura dos campos

Jogada de marketing oficial do futebolPor Daniela Araújo, Thais Bento, Fernanda Gismonti

Latinhas dos times cariocas

De um lado arquibancada do Maracanã vazia, do outro, bar lotado

Ciberativismo : entre o real e o virtual

MANUELA MANTUANOMARIANA REIS

REDAÇÃO E EDIÇÃO EM IMPRESSOS

Ativismo de sofá: a ‘revolução’ será curtida e compartilhada

A internet chegou ao Brasil em meados de 1990 e foi o meio de comunicação escolhi-

do pelas ‘mídias alternativas’, pois as tradicionais não ofereciam – nem oferecem ainda - espaço para que uma parcela da sociedade se manifestasse’. Então, a internet vi-rou um espaço para a livre expres-são do pensamento, conscientiza-ção e propostas de mudanças não só voltadas para uma cidade ou município, mas no âmbito mun-dial. Em pleno século XXI (vinte e um), volta-se para a conscien-tização, mas através da internet, usando abaixo-assinados, textos explicativos e até vídeos, gerando o ciberativismo.

Atualmente, a internet proporciona uma série de canais e ferramentas para quem deseja participar de alguma causa. Eles têm sido utilizados para mobili-zar multidões em todo o mundo, principalmente quando se trata de causas ecológicas e ligadas aos di-

retos humanos. Com essa facilida-de de se engajar em causas sociais sem precisar sair de casa surgiu o termo Slacktivism ou “ativismo de sofá”. Esses termos não são vistos com bons olhos, uma vez que são usados de forma pejorativa para definir ações e campanhas com nenhum resultado prático efetivo, onde a “luta” não vai para a rua, apenas permanece online, como as tradicionais postagens “anti-corrupção” usualmente vistas em redes sociais, consequências efe-tivas. Pessoas que reclamam nas ruas costumam alegar que as par-ticipantes do ativismo na internet se engajam nos protestos apenas para aliviarem a consciência ou culpa, mas se limitam em fazer isso apenas do sofá.

“A internet virou um espaço para a livre expressão do pensamento (...) e propostas de mudanças (...) no âmbito mundial”

Ciberativismo divulga uma determinada luta e torna-a de todos: durante as manifestações populares de junho – cujo foco ini-cial eram os R$ 0,20 de aumento da passagem de ônibus - ativistas de inúmeros estados brasileiros reu-niam-se em redes sociais para divul-garem dias e horários dos protestos, postarem vídeos, fotos e até mesmo denunciarem desmandos promovi-dos pela polícia, mas também faziam um elo com o restante do país. Em plena Avenida Paulista, pessoas entoavam “Fora Cabral!” como se fosse ali perto, com eles também. A internet trouxe a proxi-midade, vide o protesto ocorrido na Turquia, inicialmente contra a des-truição do Parque Taksim Gezi, que incentivou as manifestações

“Os abaixo-assi-nados online são de suma impor-tância para pres-sionar governos e demonstrar a in-satisfação de toda uma população.”

Pierre LévyLogo do projeto “Floresta em pé”

de futebol e oficinas de capacitação profissional. - A Ambev acredita no futebol como um fator de desenvolvi-mento humano nas comunidades. Queremos realizar iniciativas que criem benefícios concretos para o Brasil e para o nosso fute-bol - afirma Marcel Marcondes, Diretor de Negócios do Esporte da Ambev. Porém, a ação, que serve como um esquenta para o evento mundial, parece não surtir grandes efeitos. Neste ano, foi realizada a Copa das Confederações e a reação do público não foi o esperado. Ao invés da tradicional empolgação do país do futebol, o que se viu foi uma onda de protestos em todo ter-ritório nacional. Além disso, o alto preço dos ingressos não tem gera-do comoção para compra no padrão Fifa. Colocando em xeque a forte aposta pelo apelo do país da bola.

Reformulação do projeto Os canais do youtube foram desativados, em 2007, com isso não há mais reportagem nos estádios durante os jogos. Esta foi uma medida para acabar com alguns problemas nos clubes. A rivali-dade das arquibancadas acabou entrando no espírito do canal gerando algumas reclamações por parte dos dirigentes. Já que a empresa patrocina diversos clubes adversários. Fernando afirma que a relação marca e agremiações é extremamente importante para o sucesso da iniciativa:- Trabalhamos em sintonia com os clubes. No meu caso, como a Brahma é patrocinadora do Botafogo, temos cuidado para do-sar o padrão torcedor, pois muitas vezes não podemos expressar todos os sentimentos. Também ajudamos na conversão de sócio--torcedores. A Ambev também incluiu o meio ambiente em seus projetos ligados ao futebol. Em novembro de 2012, estreou uma nova ação ambiental ligada ao esporte. A cervejaria irá plantar 100 árvores para cada gol feito no Campeonato Brasileiro em 2013 e 2014, com a marca Brahma. Em uma parceria com o Ins-tituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), a Ambev reservou um or-çamento de R$ 3 milhões para plantio, conservação de áreas ver-des, geração do trabalho, entre outras iniciativas que compõem o projeto. Esta ação busca minimi-zar os efeitos que a própria produ-ção da bebida gera no ecossistema. São necessários em média 155 litros de água para cada litro de cerveja. Segundo pesquisa realizada pela WWF e pela cervejaria SAB Miller, em 2009, 98,3% do recurso hídrico é consumido na agricultura, setor responsável por 60% dos gastos do Brasil.

Protestos ao redor do Maracanã

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brasileiras e possibilitou que figuras públicas internacionalmente conhecidas declararem apoio a ambos, mas também a mídia internacional traçar paralelos entre os eventos. O jornal turco Takvim chegou a lançar uma capa coligando-os. O ativismo virtual uniu e conti-nua unindo milhares de pessoas ao entorno de causas. De acordo com o filósofo francês Pierre Lévy – idealizador do termo ‘inteligên-cia coletiva’ e escritor de livros sobre a cibercultura desde os anos de 1990 – os abaixo-assina-dos online são de suma impor-tância para pressionar governos e demonstrar a insatisfação de toda uma população. O caso mais famoso de abaixo--assinado que virou lei no Brasil foi o da Ficha Limpa, um projeto de lei que existia desde 1997 e tornou-se de fato uma lei com o apoio da campanha “Combatendo a corrupção eleitoral”. Em 2009, com mais de 1 milhão de assi-naturas populares, tornou-se lei. Contudo, são necessários alguns estágios antes de um projeto tornar-se lei de fato: primeiro, envia-se uma redação que deverá contar com aprovação do Con-gresso, depois, precisa-se encon-trar um político que apoie a ideia e um formulário-padrão que pode ser encontrado na Assem-bleia ou na Câmara, esse formu-lário precisa ser preenchido por 1% da população nacional, por isso muitos idealizadores contam com o apoio de redes sociais, ONGs e páginas específicas para assinar petições, como o Avaaz. Por fim, entrega-se o abaixo--assinado ao órgão competente, dependendo da alçada desejada, o Congresso, a Assembleia ou

a Câmara de Vereadores e um protocolo será atribuído, o qual possibilitará aos cidadãos segui-rem, à distância, o trâmite de sua proposta.O Avaaz tem sede em Nova Iorque e surgiu em 2006 através da união entre o Res Publica, um grupo de advocacia global

focado na sociedade civil e o MoveOn.org, um grupo norte--americano de ativismo online. A proposta do grupo é a mobi-lização mundial de forma que seja impossível ignorar ou abafar o clamor popular. Presente em 16 (dezesseis) línguas, o Avaaz dispõe petições online

Capa do Jornal Takvim correlacionando as manifestações brasileiras e turcas

do mundo inteiro, desde 2012, qualquer pessoa pode criar um abaixo-assinado. Ou seja, atra-vés da criação e assinatura de uma simples petição, é possível impedir que o uso desordena-do de pesticidas matem abelhas europeias e o reconhecimento do Estado da Palestina, deixando

“A internet trou-xe a proximidade, vide o protesto ocorrido na Tur-quia (...) que incen-tivou as manifesta-ções brasileiras.”

em evidência não só o ‘noticiá-vel’, mas tudo, pois pessoas co-muns podem sugerir mudanças para coisas, até então, comuns do dia-a-dia. Segundo Henrique Antoun, pesquisador do futuro da democracia na cibercultu-ra da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o que a grande mídia não quer mostrar, as redes sociais mostram quase que instantaneamente, seja via Facebook, Instagram ou Twitter. O ‘ativista de sofá’ está deixando de ser considerado um acomo-dado, mas tornando-se aliado na divulgação dos acontecimentos em tempo real através de fotos, vídeos e relatos. Sem a internet, parte do clamor popular seria perdido, junto com a organiza-ção das manifestações, dando à grande mídia plenos poderes para manipular dos eventos sem darem maiores explicações. A

cibercultura reduziu a ideia de que a grande mídia está certa e passou a mostrar outros canais, formas de pensar, reduzindo as verdades absolutas. Ou absolu-tistas.

“O ‘ativista de sofá está deixando de ser considerado um acomodado, mas tornando-se aliado na divulga-ção dos aconteci-mentos em tempo real” Henrique Antoun

Foto tirada durante uma das manifestações ocorridas na Av. Presidente Vargas, RJ

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Não é de hoje que o mundo da Cultura Pop e da Arte convivem com as adaptações. É cada vez mais co-mum o espectador esbarrar com um livro que virou

filme ou uma história em quadrinhos que virou série de TV. Exemplo claro disso é Harry Potter. A série escrita pela britânica J. K. Rowling ganhou popularidade logo com o lançamento do primeiro volume, em 1997. Desde então, a obra figura entre as mais vendidas da atualida-de, tendo atingido a marca de mais de 450 milhões de có-pias em todo o mundo. O que antes já era um fenômeno ganhou proporções ainda maiores ao chegar às telonas. Os livros deram origem a oito filmes que se tornaram um sucesso comercial. Segundo a Warner Brothers, estúdio responsável pela produção dos filmes, a saga faturou mais de 7,7 bilhões de dólares somente em bilheteria. Harry Potter é só mais um exemplo de adaptação que ilustra a sua eficácia, dentre tantas outras. Adaptar uma série de livros a diferentes plataformas sejam elas o cinema ou vídeo game, por exemplo, parece, mas não é algo tão inovador assim. Há muito tempo os livros já eram usados como base para peças teatrais e o teatro,

por sua vez, como inspiração para filmes. A diferença é que, atualmente, as adaptações contam com uma va-riedade ainda maior de meios que surgiram junto com a tecnologia, e têm seu conceito atrelado a um fenômeno conhecido como transmídia. Mas de que forma adapta-ções e transmídia se relacionam? Inicialmente, a transmídia foi criada como uma estratégia de marketing para vender um produto em plataformas diferentes da original, criando-se novos re-cursos e atraindo outros tipos de públicos. Para isso, a transmídia cria um conteúdo que desde a sua origem é desenvolvido para que ganhe vida própria em diferentes mídias, seja na televisão, como no caso da série The Walking Dead, oriunda dos quadrinhos, ou em qualquer outro meio. As adaptações são ações transmedia na me-dida em que permitem a divulgação de um produto para um público diferente do inicial e de diversas formas. A síntese entre as duas acontece no momento em que uma obra, originalmente produzida para uma determinada mí-dia, ganha moldes para ser divulgada em outras.

Dos livros ao vídeo game: a saga também é sucesso de venda em jogos

Ao todo foram lançados sete livros que deram origem aos

filmes

* Camila Gama, Karyn Krauthein e Paula Netto

Thiago Borbolla, jornalista, apresentador e edi-tor chefe do site Judão – um dos maiores por-tais de entretenimento e cultura pop do país

especializado em cinema, livros, TV e games – des-de cedo é envolvido com o mundo da internet e as diferentes formas de entretenimento. Veterano no assunto, ele explica que, com o advento das mídias digitais, o número de pessoas conectadas a Internet aumentou consideravelmente e isso foi fator deter-minante para o crescimento do número de adapta-ções:

“Todo mundo hoje tem um computador, um smartpho-ne. Mediante esse cres-cimento, o receptor não só consome o produto em diferentes meios, como re-passa, propagando e disse-minando a informação para outros possíveis receptores ou consumidores. É uma maneira óbvia, mas eficiente de se contar uma his-tória, e assim, conquistar diferentes tipos de públi-cos”, afirmou. “Nesse mundo em que a gente vive, ver um produto ganhar vida em diferentes platafor-mas é nada menos que maravilhoso, principalmente quando são de um universo completamente aberto. Existem jogos que contam uma história diferente da original, depois surgem séries contando outras, fora os livros, sites... Enfim, é maravilhoso”, ressaltou.

Fidelidade: utopia ou realidade?

Uma das maiores contestações em torno do

assunto é a supos-ta falta de fidelidade ao produto original. Barbas esclarece que, antes de tudo, é importante diferen-

ciar uma mídia da outra para entender melhor essa questão: “Televisão e quadrinhos, por exemplo, são duas mí-dias completamente diferentes, com públicos dife-rentes. É impossível exigir fidelidade. É injusto, até. Devemos sim julgar a adaptação, se faz sentido, se honra o material original, se a base é a mesma. Mas se eu quiser ver exatamente o que está nos quadri-nhos, eu leio os quadrinhos”, pontuou Borbolla.

Jefferson Navarim, jornalista e autor de livros e HQs (histó-rias em quadrinhos) acredita que esse tipo de avaliação deve ser feita obser-vando caso a caso. “Todos esses produtos são ca-sos isolados. Game of Thrones, por exemplo, vem de uma série de livros aclamada, virou uma série de TV também aclamada, mas teve até agora três adap-tações péssimas para o vídeo game. The Walking Dead, por outro lado, veio de uma HQ aclamada, virou uma série que divide opiniões, embora seja sucesso de público, mas foi adaptada para dois jo-gos, um deles terrível e outro extraordinário, que venceu até mesmo o premio de Melhor Jogo do Ano de 2012”, disse. “Essas múltiplas plataformas, num contexto geral, não se saem tão bem quanto deveriam porque geralmente não têm o cuidado ne-cessário em sua produção e são vistas apenas como um produto agregado. O maior exemplo disso são os jogos baseados em filmes de Hollywood, que são feitos as pressas para serem lançados junto ou an-tes dos longas e terminam como um trabalho feio, inacabado e insuportável. No caso do vídeo game, a via é contrária. Muitos deles, como Assassin’s Cre-ed e God of War, se transformam em livros. Alguns de Assassin’s Creed, por exemplo, são elogiados pela crítica, embora quase sempre soem desneces-sários, apenas como um produto a mais para vender e ganhar dinheiro”, completou Navarim.

A série, que teve sua origem nas histórias em quadrinhos, foi bem recebida pela crítica, sendo inclusive indicada a diversas

premiações

O sucesso do jogo “God of War” foi levado para a literatura: 3 livros já foram lançados até agora

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Toma lá x Dá cá

Para Raphael Santos, estudante de Odontologia e fã da série “The Walking Dead”, o fenômeno ajuda a criar um universo ficcional, interconec-

tado em diferentes canais de comunicação ou plata-formas:

“Para mim, as adaptações realizadas até hoje são muito positivas. Acredito que o sentido da obra é plenamente alcançado quando o conteúdo é experi-mentado em todo o seu conjunto. É se aproveitando de todas essas possibilidades que o mercado cultu-ral está se expandindo e abrindo novos horizontes”, disse. Já para Eric Gomes, estudante de Comuni-cação Social, a transmídia aplicada a esses tipos de produtos acaba dando aos seus produtores excesso de liberdade para modificar a história, muitas vezes deixando escapar o foco original da obra:

“Não concordo com a maioria das adaptações fei-tas. É muito complicado para o fã que acompanha uma obra e está habituado com determinadas ca-racterísticas que já nasceram com ela ver sua base sendo destruída em novas plataformas, ainda mais sabendo que elas visam somente o lucro”, afirmou Eric.

Jefferson acredita que as opiniões são di-vergentes entre o público porque não fica claro o quanto esses produtos ganham ou perdem com as mudanças feitas. “As alterações são diversas. Basi-camente, apenas os personagens e seus arquétipos são mantidos, isso quando realmente o são de fato. A questão é que isso ajuda a surpreender o público e, apesar de gerar controvérsia entre os fãs mais apegados às obras originais, cria um novo persona-gem que funciona bem para outra parte do público, e garante audiência, sucesso e a atenção da mídia”, disse. “Game of Thrones é um caso de uma série adorada por quase 100% do público, mas que ao mesmo tempo, para muitos que conhecem a série de outras mídias, ela não detêm surpresa ou inova-ção”, finalizou. Como podemos ver, o assunto divide opini-ões a favor e contra. Mas o fato é que o sucesso dos gêneros mostra o quanto essas adaptações es-tão realmente funcionando. E não pára por aí. Ain-da este ano serão lançados mais filmes baseados em roteiros de vídeo games, como Need For Speed, Assassin’s Creed e God Of War (os dois últimos já adaptados para livros anteriormente). Quais serão os novos desdobramentos da arte adaptada e suas múltiplas faces? Aguardemos com ansiedade.

Com apenas um clique tem muita gente dando recado por aí. Com as plataformas virtu-

ais ficou muito fácil reivindicar e protestar. O aumento do valor das passagens de ônibus, anunciado no começo deste ano, foi o pontapé ini-cial. O dia 20 de junho foi o estopim. Pessoas saíram de suas casas e, na rua, manifestaram todo tipo de in-

dignação. Organizadas, a princípio, pelo Movimento Passe Livre (MPL), através das redes sociais, o objetivo era solucionar o aumento dos preços das taxas de transportes. Atos seme-lhantes rapidamente começaram a se proliferar em diversas cidades do Brasil e do exterior em apoio aos protestos, passando a abranger uma grande variedade de temas.

O PODER DAS MULTIDÕES

Relembre os momentos que fizeram as pessoas sairem da internet para protestar nas ruas.

Beatriz Doblas e Taísa Azevedo

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Transmídia

A fuga das ruas: jovens jornalistas saindo do “anonymato”A criação do jornalismo paralelo para dar voz à populaçãoHENRIQUE SCHMIDT

No interior das manifestações que acontecem em todo o país des-de junho, os jovens revelaram um novo modelo

de comunicação que ecoa nasmidias sociais. A informaçãodifundida pelos ativistas tra-zem o ponto de vista de quem vive a notícia. Agem como jornalistas do povo para apro-ximar a sociedade dos protes-tos. Parciais ou não, os jovens criaram um motivo a mais para ir aos movimentos. No relato divulgado nas mídias, muitos jovens demonstravam receio ao postarem sobre a atuação da polícia e a res-posta dos manifestantes. Um onda de boa-

tos sobre a possibilidade de policias estarem procurando na rede manifestantes e intimi-dando-os. No entanto, essas supostas ameaças nunca foram comprovadas por nenhum ato ou ativista. O estudan- te de comunicação Caio Figueroa, de 21 anos, co- meçou a postar textos para falar sobre o abuso de autoridade que ele pre- senciou durante os protes- tos. “Eu fui na primeira manifestação para pedir a diminuição da passagem [nos transportes públi cos].Depois, quando eu vi que os jornais falavam superficialmente do que acontecia lá dentro [do protesto] eu resol-vi escrever sobre o que vi. Algumas pessoas vieram me dizer para parar de postar que eu ia acabar me machucando. Mas eu queria continuar. Eu estou estudando para isso. Se vou me omitir agora, quando poderei falar?”.

Já o universitário Altair Alves, de 23 anos, retirou as postagem por causa da opinião dos amigos e, principalmente dos familiares.“Eu comecei animado. Vi uma oportunidade de falar sobre a realidade das manifestações.Mas uma amiga minha veio di-zer que tinha gente

“Algumas pesso-

as vieram me dizer

para parar de pos-

tar que eu ia acabar

me machucando”

Revista Bota pra Fora Ano 2013

sendo ameaçada por isso. Depois minha irmã veio pedir para eu excluir, porque ela tinha medo que algo acontecesse. Eu respei-tei isso e exclui”.

Um dos casos mais marcantes da ile-galidade por parte da polícia, é um vídeo que mostra um policial militar jogando fogos de artíficios nos pés de um manifestante e o prendendo “em flagrante”. Outros casos de abuso de autoridade são demonstrados no uso excessivo, e sem justificativa, do spray de pimenta nos olhos das pessoas.

As manifestações populares começaram em junho deste ano em diversos estados do Bra-sil. No início, os protestos iam contra o au-mento da tarifa de transporte público sem a melhoria da condição do mesmo. No en-tanto, vendo o que poderia ser conquistado, os manifestantes levantaram outras pautas, como melhora na saúde e educação.

Transmídia

“Uma amiga mi-

nha veio dizer que

tinha gente sendo

ameaçada por isso”

Revista Bota pra Fora Ano 201315 16

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Não é só por 20 centavos. “O Gi-gante Acordou” e

“Vem pra rua” eram as expressões mais citadas pelos mani-

festantes.

20 de junho: As ma-nifestações tomaram

outro caráter, e surgem pautas como as PECs 33 e 37, cura gay, ser-viços públicos e fim da

Cadê o Amarildo?: Ele desapareceu após ser abordado por policiais da UPP da comunidade. Até hoje, seu corpo nunca foi encontra-

do.

“Ocupa Cabral” e “Ocu-pa Leblon” dormiram por mais de um mês em frente ao prédio onde mora o governa-dor, no Leblon, exigin-do a retirada dele do

poder.

Depois de muita luta e conversa com o prefei-to, um novo Plano de

Cargos Salários para a categoria foi aprovado.

Os protestos deram um nó no trânsito. O grupo protesta contra a proibi-ção da circulações em alguns pontos da cidade.

Protesto dos Médi-cos: “Mais médicos para o Brasil” na es-cadaria da Câmara dos Vereadores, na Cinelândia. Eles não apoiam a vinda de médicos estrangei-

ros. Protesto dos pes-cadores: O grupo era contra o Leilão de Libra, a mais importante desco-berta de explora-ção do Pré-Sal no

Brasil.

O POVO GRITA!!

VEM PRA RUA!!

PADRÃO FIFA!

R$0,20

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