boletim da vigilância em saúde · gráfico 1 - mortalidade proporcional por capítulos da cid10...
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Belo Horizonte2013
Prefeito MunicipalMarcio Lacerda
Secretário Municipal de SaúdeMarcelo Gouvêa Teixeira
Secretário Municipal Adjunto de SaúdeFabiano Pimenta Júnior
ElaboraçãoAnne Marielle GirodoJaqueline Camilo de Sousa FelícioLenice Harumi IshitaniMaria Tereza da Costa OliveiraSolange Maria Nonato
Projeto GráficoProdução Visual - Gerência de Comunicação SocialSecretaria Municipal de Saúde
Boletim da Vigilância em SaúdeMAIO 2013
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DOENÇAS E AGRAVOS NÃO TRANSMISSÍVEIS (DANT): ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE MORBIMORTALIDADE
Doenças e agravos não transmissíveis (DANT) representam hoje a principal cau-sa de morbimortalidade no Brasil e no mundo. Este fato assume maior gravida-de diante das estimativas previstas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de aumento de sua magnitude.
Compõem as DANT as doenças cardiovas-culares, neoplasias, doenças respiratórias crô-nicas, diabetes e os acidentes e violências.
Com o objetivo de conhecer o cenário atual das DANT, serão apresentados, a se-
DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS
guir, alguns indicadores de mortalidade e de internação.
Os dados de mortalidade foram obti-dos das bases de dados municipais do Sis-tema de Informação de Mortalidade (SIM) e do Sistema de Internações Hospitalares do SUS (SIH-SUS). Para o cálculo das taxas utilizou-se como denominador a popula-ção censitária dos anos de 2000 e 2010 e as estimativas populacionais intercensitá-rias, disponibilizadas pelo DATASUS/MS.
Seguindo padrão nacional e interna-cional, as doenças crônicas não transmis-síveis, especialmente as doenças cardio-vasculares e neoplasias são, atualmente, a principal causa de óbito e de internação
hospitalar no município. Em 2010, foram responsáveis por 43,9% do total de óbitos e 51,4% das internações no SUS (Gráficos 1, 2 e 3).
Gráfico 1 - Mortalidade proporcional por capítulos da CID10 – Belo Horizonte, 2000-2010
Fonte: SIM-MS/GEEPI/GVSI/SMSA-PBH
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Gráfico 2 - Taxas de mortalidade (por 100.000 habitantes) por alguns capítulos da CID10 – Belo Horizonte, 2000-2010
Fonte: SIM-MS/GEEEPI/GVSI/SMSA-PBH
Gráfico 3 - Taxas de internação (por 100.000 habitantes) por alguns capítulos da CID10 – Belo Horizonte, 2000-2010
Fonte: SIH-SUS/GEEEPI/GVSI/SMSA-PBH
1 . Doenças cardiovasculares
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II. Neoplasias (tumores)
IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas
IX. Doenças do aparelho circulatório
X. Doenças do aparelho respiratório
XIV. Doenças do aparelho geniturinário
XIX. Lesões enven e alg out conseq causas externas
As doenças cardiovasculares apre-sentaram uma redução de 17% da taxa
de mortalidade (de 191,5 para 159,1 por 100.000 habitantes) e de 10% na taxa
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de internação (de 764,0 para 685,3 por 100.000 habitantes). No entanto, esta per-manece sendo a principal causa de morte, seguida das neoplasias e das causas exter-nas (Gráficos 2 e 3). Apesar de o risco de morte ser maior entre os idosos, as altas taxas entre os adultos chamam a atenção, quando comparadas às taxas de países desenvolvidos, representando um eleva-do custo social para o município. Homens apresentaram maior risco de morte, atin-gindo o dobro em relação às mulheres nas faixas etárias de 40-59 e 60-74 anos (Tabela 1). Entretanto, as mulheres apresentaram maiores taxas de internação por esta cau-sa em todas as faixas etárias (Tabela 2).
As principais causas cardiovasculares fo-ram as doenças cerebrovasculares (DCbV) e as isquêmicas do coração (DIC), sendo as taxas mais elevadas entre homens. Deve-se salientar que as taxas entre os indivíduos
de 40 a 59 anos são relevantes, sobretudo se considerarmos a precocidade do óbi-to por eventos potencialmente evitáveis. Comparando-se 2000 e 2010, observa-se diminuição da taxa de mortalidade por DIC, em ambos os sexos. As doenças cere-brovasculares mostraram uma tendência à estabilidade na população geral, mas hou-ve um decréscimo em mulheres.
Diferentemente das mortes, entre as internações, as principais causas de doen-ças cardiovasculares foram as DIC, segui-das das insuficiências cardíacas (IC) e das DCbV, sendo mais elevadas em mulheres. Vale ressaltar a redução importante das internações por doenças hipertensivas e por insuficiência cardíaca entre os anos 2000 e 2010, cujas taxas por 100.000 ha-bitantes foram 69,5 – em 2000 e 14,0 – em 2010 e 203,2 – em 2000 e 92,5 – em 2010, respectivamente.
2 . Neoplasias
Salienta-se o crescimento de 13,8% da mortalidade por neoplasias na última década. Em 2000, as neoplasias foram responsáveis por 16,5% dos óbitos, en-quanto em 2010 representaram 18,8%. As taxas de mortalidade passaram de 92,9 para 125,9 óbitos por 100.000 habitantes nesse período, aumento correspondente a 27,7% (Gráfico 2) e observado em todas as faixas etárias. O acesso ao diagnóstico pode estar relacionado com este aumen-to, assim como o diagnóstico tardio pode explicar uma maior letalidade.
Em homens, as principais neoplasias fo-ram nesta ordem: neoplasia de próstata, de traquéia, brônquios e pulmão e de cólon e reto. Já em mulheres, destacaram-se as ne-
oplasias de mama, de cólon e reto e de tra-quéia, brônquios e pulmão (Tabela 1).
Observa-se oscilação das taxas de mor-talidade por câncer de mama no período, com uma possível tendência de aumento na faixa etária de 70 anos e mais (Gráfico 4) e também um aumento das interna-ções nas faixas etárias de 40 a 59 anos e 70 anos e mais (Gráfico 5).
Em relação às internações, em 2000 as neoplasias representaram 4,5% do total das internações, passando para 6,4% em 2010. As neoplasias malignas tiveram uma queda na taxa de internações (de 166,5 para 122,3 por 100.000 habitantes). No en-tanto, as neoplasias de próstata aumenta-ram de 16,4, em 2000 para 40,7, em 2010.
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Fonte: SIM-MS/GEEPI/GVSI/SMSA-PBH
Gráfico 4 - Taxas de mortalidade por CA mama – Belo Horizonte, 2000-2010
Gráfico 5 – Taxas de internação por CA mama feminina – Belo Horizonte, 2000-2010
Fonte: SIH-SUS/GEEPI/GVSI/SMSA-PBH
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3 . Doenças respiratórias
Apesar de permanecer estável no perí-odo analisado, observa-se que houve au-mento da mortalidade por DPOC, possivel-mente relacionado à adoção do hábito de fumar que vem aumentando em mulheres.
Em relação às internações, as doenças respiratórias são a segunda maior causa
de internação entre as DCNT. Vale desta-car que houve uma redução da taxa de in-ternação por doenças respiratórias – 2000 – 837,3 por 100.000 e 2010 – 576,7 por 100.000 habitantes, redução também ob-servada nas internações por DPOC (96,1 para 50,4 por 100.000 habitantes).
4 . Diabetes mellitus
Houve aumento de 42,3% da taxa de mortalidade geral por diabetes (de 15,9 para 22,6 por 100.000 habitantes) e uma aparente redução das taxas de interna-ção por essa causa (de 64,9 para 54,4 por 100.000 habitantes). Essa maior variação
ocorreu em idosos. Homens tiveram maior risco de morte por diabetes em todas as faixas etárias (Tabela 1), diferentemente das internações, cujas taxas são superio-res em mulheres (Tabela 2).
5 . Acidentes e violências
A ocorrência de acidentes e violências leva a um significativo número de óbitos e seqüelas, como a invalidez, que trazem graves prejuízos ao indivíduo (familiares, financeiros e de locomoção) e à socieda-de (gastos hospitalares, diminuição da produção e custos previdenciários).
Os acidentes e violências também apre-
sentaram forte crescimento de sua impor-tância relativa como causa de morte em Belo Horizonte (Gráfico 6). Dados de morta-lidade mostraram um aumento do número de óbitos por causas externas que foram responsáveis em 2000 por 12,0% do total de óbitos de residentes no município.
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Gráfico 6 - Taxas de mortalidade por algumas causas externas – Belo Horizonte, 2000-2010
Fonte: SIM-MS/GEEPI/GVSI/SMSA-PBH
As principais causas externas de óbi-to foram agressões, lesões por arma de fogo e acidentes de transporte, todas elas com incremento no período analisado. As agressões apresentaram um aumento até 2007 e aparenta uma tendência de decréscimo a partir de 2008 (Gráfico 6). Já entre as internações, as principais causas externas foram as quedas e os acidentes de transporte.
Homens tiveram risco de maior mor-talidade por essas causas. No caso das agressões este risco atingiu 15,2 (na fai-xa etária de 15 a 29 anos), sendo de 9,6 e 9,8 nas faixas de 30-59 e 60 e mais, res-pectivamente (Tabela 3). Ressalta-se que esta análise inclui violência caracterizada como urbana. Aquelas de ocorrência no ambiente doméstico ou as sexuais têm como fonte o SINAN, objeto de análise no item “Violência doméstica, sexual e/ou
outras violências”, a seguir.Acidentes de transporte apresentaram
maior diferença, entre os sexos, nas faixas etárias produtivas (15-39 e 30-59). Quan-to às quedas, a maior diferença foi na de 30-59 seguida da de 15-29 (Tabela 3). Essa diferença está possivelmente associada à também maior exposição devida à ativi-dade profissional.
Em relação às internações, foi obser-vado um aumento das taxas de causas externas em quase todas as faixas etárias, exceto em menores de 20 anos. Em 2000, as taxas eram de 514,0 por 100.000 habi-tantes e passaram para 608,6 em 2010.
As internações por acidentes de trans-porte, por quedas e por lesões por armas de fogo são bem maiores em homens do que em mulheres, em todas as faixas etá-rias (Tabela 4).
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5 .1 . Violência doméstica, sexual e/ou outras violências
No período de janeiro de 2009 a de-zembro 2012 foram notificados 3553 ca-sos de violência doméstica, sexual e/ou
outras violências, residentes em Belo Ho-rizonte (Gráfico 7).
Gráfico 7 - Total de casos de violência doméstica, sexual e/ou outras, notificadas no período de 2009 a 2012*
Fonte: SINANNET-MS/GEEPI/GVSI/SMSA-PBH*dados preliminares
As mulheres são as principais vítimas da violência doméstica, o que ocorre em todas as fases da sua vida, seja na infância, adolescência, vida adulta ou na velhice - 73,7% das vítimas de violência são do sexo feminino. Em relação à faixa etária, 47,6% das vítimas tinham entre 0 e 19 anos de idade, seguida de adultos jovens, de 20 a 29 anos (21,3%).
Quando levada em consideração a raça-cor, as maiores vítimas eram negras (cor da pele parda e preta), corresponden-do a 43,1% dos atendimentos.
Em relação ao tipo de violência, 43,5% (n=1546) das vítimas sofreram agressão física, seguido da violência sexual (30,9%), psicológica (21,6%) e outra violência (20,7%). Ressalta-se que parte das vítimas sofre mais de um tipo de violência. Boa parte das vítimas (66,9%) sofreu violência dentro de casa. Com relação ao vínculo com o provável agressor, 36% deles eram conhecidos. Quanto ao número de envol-vidos, 12% das vítimas sofreram violência por mais de dois agressores (Tabela 5).
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Tabela 5 - Caracterização das violências doméstica, sexual e/ou outras de residentes em Belo Horizonte, 2009 a 2012
Característica Número %
SexoMasculino 933 26,3
Feminino 2620 73,7
Tipo de violência
Física 1546 43,5
Sexual 1100 30,9
Psicológica 734 21,6
Outra 993 20,7
Local de ocorrência* Residência 1870 66,9
Relação/vinculo com provável agressor
Conhecidos/amigos 1280 36
Desconhecidos 436 12,3
Número de envolvidos Dois ou mais 424 12
Fonte: SINANNET-MS/GEEPI/GVSI/SMSA-PBH *Excluído local de ocorrência ignorado
Os dados apresentados não refletem a realidade das agressões sofridas por crianças, adolescentes, mulheres e idosos. Há muitos casos não notificados e a maio-
ria não é conhecida pelo serviço de saúde, em decorrência do silêncio das próprias vítimas, familiares e profissionais.
Conclusão
O município de Belo Horizonte, atra-vés da SMSA, tem implementado inicia-tivas que incentivem a atividade física e hábitos saudáveis de vida: Academias da Cidade, Lian Gong, orientação alimentar, o programa de combate ao tabagismo, além de outras atividades por meio das Secretarias de Esporte e Lazer e Adjunta
de Segurança Alimentar e Nutricional. No entanto, estes dados apontam a necessi-dade de incrementar ações de maneira a propiciar um maior estimulo às atividades físicas e maior prevenção à violência apri-morando, simultaneamente e de maneira contínua, a ocupação do espaço urbano.
INFORMAÇÕES: 3277 9535SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE
Av. Afonso Pena 2.336 - Funcionários - CEP: [email protected]