boletim da vigilância em saúde · gráfico 1 - mortalidade proporcional por capítulos da cid10...

14
Boletim da Vigilância em Saúde MAIO 2013

Upload: ngobao

Post on 08-Nov-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Boletim da Vigilância em SaúdeMAIO 2013

Belo Horizonte2013

Prefeito MunicipalMarcio Lacerda

Secretário Municipal de SaúdeMarcelo Gouvêa Teixeira

Secretário Municipal Adjunto de SaúdeFabiano Pimenta Júnior

ElaboraçãoAnne Marielle GirodoJaqueline Camilo de Sousa FelícioLenice Harumi IshitaniMaria Tereza da Costa OliveiraSolange Maria Nonato

Projeto GráficoProdução Visual - Gerência de Comunicação SocialSecretaria Municipal de Saúde

Boletim da Vigilância em SaúdeMAIO 2013

2

DOENÇAS E AGRAVOS NÃO TRANSMISSÍVEIS (DANT): ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE MORBIMORTALIDADE

Doenças e agravos não transmissíveis (DANT) representam hoje a principal cau-sa de morbimortalidade no Brasil e no mundo. Este fato assume maior gravida-de diante das estimativas previstas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de aumento de sua magnitude.

Compõem as DANT as doenças cardiovas-culares, neoplasias, doenças respiratórias crô-nicas, diabetes e os acidentes e violências.

Com o objetivo de conhecer o cenário atual das DANT, serão apresentados, a se-

DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS

guir, alguns indicadores de mortalidade e de internação.

Os dados de mortalidade foram obti-dos das bases de dados municipais do Sis-tema de Informação de Mortalidade (SIM) e do Sistema de Internações Hospitalares do SUS (SIH-SUS). Para o cálculo das taxas utilizou-se como denominador a popula-ção censitária dos anos de 2000 e 2010 e as estimativas populacionais intercensitá-rias, disponibilizadas pelo DATASUS/MS.

Seguindo padrão nacional e interna-cional, as doenças crônicas não transmis-síveis, especialmente as doenças cardio-vasculares e neoplasias são, atualmente, a principal causa de óbito e de internação

hospitalar no município. Em 2010, foram responsáveis por 43,9% do total de óbitos e 51,4% das internações no SUS (Gráficos 1, 2 e 3).

Gráfico 1 - Mortalidade proporcional por capítulos da CID10 – Belo Horizonte, 2000-2010

Fonte: SIM-MS/GEEPI/GVSI/SMSA-PBH

3

Gráfico 2 - Taxas de mortalidade (por 100.000 habitantes) por alguns capítulos da CID10 – Belo Horizonte, 2000-2010

Fonte: SIM-MS/GEEEPI/GVSI/SMSA-PBH

Gráfico 3 - Taxas de internação (por 100.000 habitantes) por alguns capítulos da CID10 – Belo Horizonte, 2000-2010

Fonte: SIH-SUS/GEEEPI/GVSI/SMSA-PBH

1 . Doenças cardiovasculares

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

II. Neoplasias (tumores)

IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas

IX. Doenças do aparelho circulatório

X. Doenças do aparelho respiratório

XIV. Doenças do aparelho geniturinário

XIX. Lesões enven e alg out conseq causas externas

As doenças cardiovasculares apre-sentaram uma redução de 17% da taxa

de mortalidade (de 191,5 para 159,1 por 100.000 habitantes) e de 10% na taxa

4

de internação (de 764,0 para 685,3 por 100.000 habitantes). No entanto, esta per-manece sendo a principal causa de morte, seguida das neoplasias e das causas exter-nas (Gráficos 2 e 3). Apesar de o risco de morte ser maior entre os idosos, as altas taxas entre os adultos chamam a atenção, quando comparadas às taxas de países desenvolvidos, representando um eleva-do custo social para o município. Homens apresentaram maior risco de morte, atin-gindo o dobro em relação às mulheres nas faixas etárias de 40-59 e 60-74 anos (Tabela 1). Entretanto, as mulheres apresentaram maiores taxas de internação por esta cau-sa em todas as faixas etárias (Tabela 2).

As principais causas cardiovasculares fo-ram as doenças cerebrovasculares (DCbV) e as isquêmicas do coração (DIC), sendo as taxas mais elevadas entre homens. Deve-se salientar que as taxas entre os indivíduos

de 40 a 59 anos são relevantes, sobretudo se considerarmos a precocidade do óbi-to por eventos potencialmente evitáveis. Comparando-se 2000 e 2010, observa-se diminuição da taxa de mortalidade por DIC, em ambos os sexos. As doenças cere-brovasculares mostraram uma tendência à estabilidade na população geral, mas hou-ve um decréscimo em mulheres.

Diferentemente das mortes, entre as internações, as principais causas de doen-ças cardiovasculares foram as DIC, segui-das das insuficiências cardíacas (IC) e das DCbV, sendo mais elevadas em mulheres. Vale ressaltar a redução importante das internações por doenças hipertensivas e por insuficiência cardíaca entre os anos 2000 e 2010, cujas taxas por 100.000 ha-bitantes foram 69,5 – em 2000 e 14,0 – em 2010 e 203,2 – em 2000 e 92,5 – em 2010, respectivamente.

2 . Neoplasias

Salienta-se o crescimento de 13,8% da mortalidade por neoplasias na última década. Em 2000, as neoplasias foram responsáveis por 16,5% dos óbitos, en-quanto em 2010 representaram 18,8%. As taxas de mortalidade passaram de 92,9 para 125,9 óbitos por 100.000 habitantes nesse período, aumento correspondente a 27,7% (Gráfico 2) e observado em todas as faixas etárias. O acesso ao diagnóstico pode estar relacionado com este aumen-to, assim como o diagnóstico tardio pode explicar uma maior letalidade.

Em homens, as principais neoplasias fo-ram nesta ordem: neoplasia de próstata, de traquéia, brônquios e pulmão e de cólon e reto. Já em mulheres, destacaram-se as ne-

oplasias de mama, de cólon e reto e de tra-quéia, brônquios e pulmão (Tabela 1).

Observa-se oscilação das taxas de mor-talidade por câncer de mama no período, com uma possível tendência de aumento na faixa etária de 70 anos e mais (Gráfico 4) e também um aumento das interna-ções nas faixas etárias de 40 a 59 anos e 70 anos e mais (Gráfico 5).

Em relação às internações, em 2000 as neoplasias representaram 4,5% do total das internações, passando para 6,4% em 2010. As neoplasias malignas tiveram uma queda na taxa de internações (de 166,5 para 122,3 por 100.000 habitantes). No en-tanto, as neoplasias de próstata aumenta-ram de 16,4, em 2000 para 40,7, em 2010.

5

1

Tabe

la 1

- Ta

xas

de m

orta

lidad

e (p

or 1

00.0

00 h

abit

ante

s) p

or d

oenç

as c

rôni

cas

não

tran

smis

síve

is s

elec

iona

das.

Bel

o H

oriz

onte

, 201

0

Caus

a (C

ap C

ID10

) / F

aixa

etá

ria

Tota

l M

ascu

lino

Fem

inin

o

<20

20-

39

40-

59

60-

74

75 e

+ To

tal

<20

20-

39

40-

59

60-

74

75 e

+ To

tal

<20

20-

39

40-5

9 60

-74

75 e

+ To

tal

Cap

02 N

eopl

asia

s (t

umor

es)

5,4

14,7

11

7,1

461,

0 11

45,7

11

8,6

8,2

13,4

13

2,6

604,

0 15

33,8

12

8,2

2,6

16,0

10

4,3

357,

8 94

3,6

110,

2 ...

. Neo

plas

ias

mal

igna

s

5,2

9,4

67,2

27

0,4

651,

4 69

,3

7,8

10,2

89

,3

361,

8 79

3,0

77,6

2,

6 8,

7 49

,0

204,

4 57

7,8

62,0

..

Neo

pl T

raqu

eia,

brô

nqui

os e

Pul

mão

0,

0 0,

4 10

,0

51,5

11

5,5

11,4

0,

0 0,

2 16

,2

77,4

19

8,2

15,4

0,

0 0,

5 4,

9 32

,7

72,4

7,

8 ...

Neo

pl m

alig

n m

ama

0,0

1,9

13,8

32

,5

75,0

9,

8 0,

0 0,

0 0,

4 2,

2 3,

5 0,

4 0,

0 3,

6 24

,9

54,3

11

2,3

18,1

...

Neo

pl m

alig

n co

lo d

o út

ero

0,

0 1,

1 4,

8 7,

4 13

,1

2,7

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

2,1

8,8

12,8

19

,9

5,2

...N

eopl

mal

ign

do ú

tero

, por

ção

NE

0,

0 0,

1 0,

8 0,

9 9,

5 0,

7 0,

0 0,

0 0,

0 0,

0 0,

0 0,

0 0,

0 0,

2 1,

5 1,

6 14

,5

1,3

...N

eopl

de

colo

n e

reto

0,

0 1,

2 10

,1

49,2

81

,0

10,3

0,

0 1,

7 11

,8

60,8

73

,0

10,3

0,

0 0,

7 8,

8 40

,7

85,1

10

,3

...N

eopl

de

pros

tata

0,

0 0,

0 1,

0 32

,0

127,

4 7,

7 0,

0 0,

0 2,

2 76

,3

372,

1 16

,3

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

...N

eopl

de

boca

0,0

0,2

5,8

7,9

27,4

3,

2 0,

0 0,

5 10

,7

15,5

48

,7

5,3

0,0

0,0

1,8

2,4

16,3

1,

4 ...

Neo

pl d

e pe

le

0,

0 0,

1 0,

8 4,

6 14

,3

1,2

0,0

0,2

1,1

5,5

20,9

1,

3 0,

0 0,

0 0,

6 4,

0 10

,9

1,0

Cap

04 D

oenç

as e

ndóc

rina

s nu

tric

iona

is

met

aból

icas

1,

3 3,

6 19

,5

116,

4 36

2,0

29,9

1,

3 4,

7 23

,1

131,

7 38

2,6

28,3

1,

3 2,

5 16

,4

105,

4 35

1,4

31,3

..

Dia

bete

s m

ellit

us

0,2

1,5

14,0

96

,5

273,

9 22

,6

0,3

2,5

18,0

11

0,6

306,

1 22

,3

0,0

0,7

10,6

86

,3

257,

2 22

,8

Cap

09 D

oenç

as d

o ap

arel

ho c

ircu

lató

rio

2,4

11,9

11

2,3

512,

0 22

43,7

15

9,1

1,3

13,1

15

9,4

702,

5 25

35,4

16

6,6

3,5

10,7

73

,3

374,

6 20

91,9

15

2,5

.. D

oenç

as h

iper

tens

ivas

0,

2 2,

3 26

,5

90,9

32

6,3

27,4

0,

0 3,

0 39

,7

125,

0 28

8,7

28,4

0,

3 1,

6 15

,5

66,3

34

5,9

26,5

..

Insu

ficiê

ncia

car

díac

a

0,2

0,2

3,5

23,7

17

5,1

9,3

0,0

0,2

4,8

26,6

17

0,4

7,8

0,3

0,2

2,4

21,6

17

7,5

10,7

..

Doe

nças

isqu

êmic

as d

o co

raçã

o

0,

0 1,

2 24

,1

136,

4 50

1,4

36,6

0,

0 2,

0 37

,5

209,

1 65

7,3

43,8

0,

0 0,

5 13

,1

83,9

42

0,2

30,3

..

Doe

nças

cer

ebro

vasc

ular

es

0,

5 4,

2 33

,1

160,

0 78

9,6

52,4

0,

0 3,

5 43

,3

219,

0 99

1,2

55,2

1,

0 4,

8 24

,6

117,

4 68

4,6

49,9

Ca

p 10

Doe

nças

res

pira

tóri

as

5,

1 4,

9 30

,4

164,

2 11

71,9

67

,1

4,4

7,2

46,7

20

8,0

1422

,5

68,9

5,

7 2,

7 17

,0

132,

6 10

41,4

65

,5

.. D

POC

0,

0 0,

4 5,

2 60

,8

368,

0 20

,0

0,0

0,5

7,0

90,7

58

7,8

24,4

0,

0 0,

2 3,

6 39

,1

253,

6 16

,0

Cap

14 D

oenç

as d

o ap

arel

ho g

enitu

riná

rio

0,

5 0,

7 7,

8 28

,3

245,

3 13

,6

0,3

1,0

9,2

32,1

22

9,5

11,2

0,

6 0,

5 6,

7 25

,6

253,

6 15

,7

.. In

sufic

iênc

ia r

enal

0,3

0,4

4,3

8,3

59,5

4,

2 0,

0 0,

7 5,

9 13

,3

83,5

4,

9 0,

6 0,

0 3,

0 4,

8 47

,1

3,5

Font

e: S

IM-M

S/G

EEPI

/GV

SI/S

MSA

-PB

H

6

Fonte: SIM-MS/GEEPI/GVSI/SMSA-PBH

Gráfico 4 - Taxas de mortalidade por CA mama – Belo Horizonte, 2000-2010

Gráfico 5 – Taxas de internação por CA mama feminina – Belo Horizonte, 2000-2010

Fonte: SIH-SUS/GEEPI/GVSI/SMSA-PBH

7

3 . Doenças respiratórias

Apesar de permanecer estável no perí-odo analisado, observa-se que houve au-mento da mortalidade por DPOC, possivel-mente relacionado à adoção do hábito de fumar que vem aumentando em mulheres.

Em relação às internações, as doenças respiratórias são a segunda maior causa

de internação entre as DCNT. Vale desta-car que houve uma redução da taxa de in-ternação por doenças respiratórias – 2000 – 837,3 por 100.000 e 2010 – 576,7 por 100.000 habitantes, redução também ob-servada nas internações por DPOC (96,1 para 50,4 por 100.000 habitantes).

4 . Diabetes mellitus

Houve aumento de 42,3% da taxa de mortalidade geral por diabetes (de 15,9 para 22,6 por 100.000 habitantes) e uma aparente redução das taxas de interna-ção por essa causa (de 64,9 para 54,4 por 100.000 habitantes). Essa maior variação

ocorreu em idosos. Homens tiveram maior risco de morte por diabetes em todas as faixas etárias (Tabela 1), diferentemente das internações, cujas taxas são superio-res em mulheres (Tabela 2).

5 . Acidentes e violências

A ocorrência de acidentes e violências leva a um significativo número de óbitos e seqüelas, como a invalidez, que trazem graves prejuízos ao indivíduo (familiares, financeiros e de locomoção) e à socieda-de (gastos hospitalares, diminuição da produção e custos previdenciários).

Os acidentes e violências também apre-

sentaram forte crescimento de sua impor-tância relativa como causa de morte em Belo Horizonte (Gráfico 6). Dados de morta-lidade mostraram um aumento do número de óbitos por causas externas que foram responsáveis em 2000 por 12,0% do total de óbitos de residentes no município.

8

2

Tabe

la 2

- Ta

xas

de in

tern

ação

(por

100

.000

hab

itan

tes)

por

doe

nças

crô

nica

s nã

o tr

ansm

issí

veis

sel

ecio

nad

as. B

elo

Hor

izon

te, 2

010

Caus

a (C

ap C

ID10

) / F

aixa

etá

ria

Tota

l M

ascu

lino

Fem

inin

o

<20

20-

39

40-5

9 60

-74

75 e

+ To

tal

<20

20-

39

40-

59

60-7

4 75

e+

Tota

l <2

0 20

-39

40-5

9 60

-74

75 e

+ To

tal

Cap

02 N

eopl

asia

s (t

umor

es)

87,9

11

4,7

551,

6 11

01,6

12

52,9

34

8,0

100,

3 58

,2

320,

3 10

91,1

93

4,5

277,

9 77

,1

178,

3 83

8,1

1132

,5

1335

,6

432,

2 ...

. Neo

plas

ias

mal

igna

s

66,0

42

,0

189,

5 46

8,9

543,

1 14

2,2

77,6

37

,5

169,

3 47

5,2

361,

1 13

9,4

55,4

48

,2

217,

1 46

7,6

614,

4 14

7,6

.. N

eopl

Tra

quei

a, b

rônq

uios

e P

ulm

ão

0,2

0,8

15,6

41

,3

44,1

9,

6 0,

3 0,

2 20

,7

35,2

25

,4

10,2

0,

0 1,

5 9,

6 49

,9

32,6

9,

0 ...

Neo

pl m

alig

n m

ama

0,2

7,2

68,0

74

,2

85,7

29

,6

0,0

0,2

0,9

0,0

0,0

0,3

0,3

14,9

15

0,5

177,

3 25

2,3

63,2

...

Neo

pl m

alig

n co

lo d

o út

ero

0,

2 6,

5 22

,3

27,4

26

,2

11,4

0,

0 0,

0 0,

0 0,

0 0,

0 0,

0 0,

3 14

,2

49,3

65

,4

47,5

24

,6

...N

eopl

mal

ign

do ú

tero

, por

ção

NE

0,

0 1,

1 2,

0 3,

7 6,

0 1,

4 0,

0 0,

0 0,

0 0,

0 0,

0 0,

0 0,

0 2,

2 4,

4 8,

9 3,

0 3,

1 ...

Neo

pl d

e co

lon

e re

to

3,8

4,7

28,3

10

4,4

100,

0 22

,9

4,2

4,3

19,5

10

2,4

83,5

21

,4

3,5

5,2

39,0

10

8,6

121,

7 24

,7

...N

eopl

de

pros

tata

0,

0 0,

1 18

,8

175,

3 19

7,7

27,7

0,

0 0,

2 34

,4

302,

4 30

3,0

52,3

0,

0 0,

0 0,

0 0,

0 0,

0 0,

0 ...

Neo

pl d

e bo

ca

2,

7 2,

8 24

,6

42,7

64

,3

14,1

1,

9 1,

8 30

,8

51,2

45

,4

16,2

3,

5 4,

0 17

,3

31,0

62

,3

11,8

...

Neo

pl d

e pe

le

1,

1 1,

3 5,

3 17

,2

56,0

5,

6 1,

3 1,

1 4,

0 16

,8

34,5

4,

9 0,

9 1,

5 7,

0 19

,9

65,3

6,

7 Ca

p 04

Doe

nças

end

ócri

nas

nutr

icio

nais

m

etab

ólic

as

58,7

39

,1

117,

3 22

9,6

368,

0 93

,0

67,4

36

,5

105,

7 16

8,8

201,

4 82

,6

50,3

42

,2

132,

1 31

5,8

510,

5 10

5,5

.. D

iabe

tes

mel

litus

16

,8

22,9

78

,7

161,

4 20

4,8

54,4

15

,0

27,0

74

,6

116,

8 11

9,8

49,4

18

,6

18,9

84

,3

224,

9 32

6,5

60,6

Ca

p 09

Doe

nças

do

apar

elho

cir

cula

tóri

o

35,

1 24

8,5

1094

,0

2218

,9

3097

,6

685,

3 37

,4

168,

1 86

6,3

1775

,0

1889

,0

552,

4 33

,3

337,

9 13

81,9

28

77,8

43

95,7

84

5,5

.. D

oenç

as h

iper

tens

ivas

1,

1 4,

7 24

,1

38,5

67

,9

14,0

1,

0 2,

7 20

,1

29,6

20

,0

10,2

1,

6 7,

0 29

,1

51,0

11

2,8

18,4

..

Insu

ficiê

ncia

car

díac

a

4,7

11,0

10

6,6

371,

0 75

2,7

92,5

4,

5 9,

1 11

5,1

306,

4 42

6,4

83,4

5,

0 13

,2

98,2

46

7,6

1273

,3

104,

2 ..

Doe

nças

isqu

êmic

as d

o co

raçã

o

0,

2 17

,5

232,

9 57

0,5

499,

0 13

4,6

0,3

27,4

27

9,8

560,

8 32

6,6

152,

5 0,

0 6,

7 17

8,4

598,

4 72

7,2

116,

7 ..

Doe

nças

cer

ebro

vasc

ular

es

3,

3 19

,4

118,

3 33

6,3

675,

3 92

,1

3,5

17,8

11

0,5

295,

2 43

1,9

84,1

3,

1 21

,4

129,

5 40

0,0

926,

0 10

2,9

Cap

10 D

oenç

as r

espi

rató

rias

1209

,7

129,

1 30

0,1

690,

2 19

87,7

57

6,7

1368

,7

141,

1 30

4,2

607,

9 12

28,5

58

2,8

1061 ,7

117,

2 29

9,8

817,

8 25

73,3

57

5,9

.. D

POC

19

,0

4,0

40,9

18

6,0

471,

6 50

,4

19,8

3,

9 32

,9

171,

2 36

1,1

47,6

18

,6

4,2

51,1

20

9,4

483,

8 54

,2

Cap

14 D

oenç

as d

o ap

arel

ho g

enitu

riná

rio

166,

4 25

4,9

481,

4 79

9,6

1145

,7

369,

6 14

3,1

120,

1 25

7,3

660,

7 84

3,8

246,

9 19

0, 3 40

4,2

758,

6 99

7,3

1311

,9

512,

9 ..

Insu

ficiê

ncia

ren

al

7,

4 19

,4

85,0

18

0,4

237,

0 55

,1

7,0

21,2

88

,9

183,

2 21

5,9

59,9

7,

9 17

,4

80,6

17

7,3

234,

5 50

,0

Font

e: S

IH-S

US/

GEE

PI/G

VSI

/ SM

SA-P

BH

9

Gráfico 6 - Taxas de mortalidade por algumas causas externas – Belo Horizonte, 2000-2010

Fonte: SIM-MS/GEEPI/GVSI/SMSA-PBH

As principais causas externas de óbi-to foram agressões, lesões por arma de fogo e acidentes de transporte, todas elas com incremento no período analisado. As agressões apresentaram um aumento até 2007 e aparenta uma tendência de decréscimo a partir de 2008 (Gráfico 6). Já entre as internações, as principais causas externas foram as quedas e os acidentes de transporte.

Homens tiveram risco de maior mor-talidade por essas causas. No caso das agressões este risco atingiu 15,2 (na fai-xa etária de 15 a 29 anos), sendo de 9,6 e 9,8 nas faixas de 30-59 e 60 e mais, res-pectivamente (Tabela 3). Ressalta-se que esta análise inclui violência caracterizada como urbana. Aquelas de ocorrência no ambiente doméstico ou as sexuais têm como fonte o SINAN, objeto de análise no item “Violência doméstica, sexual e/ou

outras violências”, a seguir.Acidentes de transporte apresentaram

maior diferença, entre os sexos, nas faixas etárias produtivas (15-39 e 30-59). Quan-to às quedas, a maior diferença foi na de 30-59 seguida da de 15-29 (Tabela 3). Essa diferença está possivelmente associada à também maior exposição devida à ativi-dade profissional.

Em relação às internações, foi obser-vado um aumento das taxas de causas externas em quase todas as faixas etárias, exceto em menores de 20 anos. Em 2000, as taxas eram de 514,0 por 100.000 habi-tantes e passaram para 608,6 em 2010.

As internações por acidentes de trans-porte, por quedas e por lesões por armas de fogo são bem maiores em homens do que em mulheres, em todas as faixas etá-rias (Tabela 4).

10

3

Ta

be

la 3

- T

ax

as d

e m

ort

alid

ad

e (

po

r 10

0.0

00

ha

bit

an

tes)

po

r c

au

sa

s e

xte

rna

s s

ele

cio

na

da

s.

B

elo

Ho

rizo

nte

, 2

01

0

Ta

xa

s d

e M

ort

ali

da

de

T

ota

l M

asc

ulin

o

Fe

min

ino

Ca

usa

(C

ap

CID

10

) /

Fa

ixa

etá

ria

<

15

1

5-2

9

30

-59

6

0 e

ma

is

To

tal

<1

5

15

-29

3

0-5

9

60

e

ma

is

To

tal

<1

5

15

-2

9

30

-5

9

60

e m

ais

T

ota

l A

cid

en

tes

de

tra

nsp

ort

e

4

,0

22

,8

21

,2

31

,4

19

,7

5,7

3

9,0

3

7,3

5

2,9

3

3,0

2

,3

7,4

7

,5

17

,2

7,9

.. A

tro

pe

lam

en

to

2,4

2

,8

7,1

2

0,0

6

,7

4,0

4

,2

11

,6

33

,6

10

,3

0,9

1

,5

3,4

1

1,1

3

,6

..

Ocu

pa

nte

s d

e b

icic

leta

0,2

0

,6

0,6

0

,3

0,5

0

,4

1,0

1

,3

0,8

1

,0

0,0

0

,3

0,0

0

,0

0,1

.. O

cup

an

tes

de

mo

toci

cle

ta

0,0

8

,4

3,6

0

,7

3,8

0

,0

16

,6

7,4

1

,7

7,8

0

,0

0,6

0

,4

0,0

0

,3

..

Ocu

pa

nte

s d

e v

eíc

ulo

s m

oto

riza

do

s

1,1

7

,9

5,5

7

,0

5,5

1

,3

13

,0

9,4

1

0,1

8

,8

0,9

3

,1

2,2

5

,0

2,6

.. A

cid

en

tes

me

io d

e t

ran

spo

rte

n id

en

t

0,2

2

,8

4,1

3

,0

2,9

0

,0

3,9

7

,2

5,9

4

,7

0,5

1

,8

1,5

1

,1

1,3

Q

ue

da

s

0

,2

1,3

6

,7

39

,7

8,2

0

,4

2,3

1

3,9

5

2,0

1

2,0

0

,0

0,3

0

,6

31

,6

4,8

A

fog

am

en

to e

su

bm

ers

ão

1,1

2

,5

1,2

1

,3

1,6

1

,3

4,9

2

,4

3,4

3

,0

0,9

0

,3

0,2

0

,0

0,3

Q

ue

ima

du

ras

1,6

0

,3

0,7

1

,7

0,9

1

,8

0,3

0

,9

1,7

1

,0

1,4

0

,3

0,6

1

,7

0,8

S

uic

ídio

s

0

,2

4,7

6

,7

4,3

4

,7

0,0

6

,8

10

,9

7,6

7

,2

0,5

2

,8

3,2

2

,2

2,5

A

gre

ssõ

es

4

,0

68

,3

26

,1

5,0

3

0,5

6

,1

13

1,2

5

0,3

1

0,9

5

9,5

1

,8

8,6

5

,2

1,1

4

,9

Ev

en

tos

de

in

ten

ção

in

de

term

ina

da

0,2

4

,4

6,9

2

7,7

7

,6

0,4

7

,8

12

,6

42

,8

12

,0

0,0

1

,2

2,1

1

7,7

3

,7

Lesõ

es

po

r a

rma

de

fo

go

2

,0

62

,0

20

,5

2,7

2

5,8

4

,0

12

1,8

4

0,1

6

,7

51

,7

0,0

5

,2

3,7

0

,0

2,9

To

da

s a

s ca

usa

s 1

2,2

1

06

,3

71

,5

12

1,2

7

5,8

1

7,1

1

95

,2

13

1,4

1

87

,2

13

1,7

7

,2

21

,9

20

,2

77

,6

26

,6

Fo

nte

: S

IM-M

S/G

EE

PI/

GV

SI/

SM

SA

-PB

H

4

Ta

be

la 4

- T

ax

as d

e in

tern

ão

(p

or

10

0.0

00

hab

ita

nte

s)

po

r c

au

sa

s e

xte

rna

s s

ele

cio

na

da

s.

B

elo

Ho

rizo

nte

, 2

01

0

Ta

xa

s d

e I

nte

rna

ção

T

ota

l M

asc

ulin

o

Fe

min

ino

Ca

usa

(C

ap

CID

10

) /

Fa

ixa

etá

ria

<

15

1

5-2

9

30

-59

6

0 e

m

ais

T

ota

l <

15

1

5-2

9

30

-59

6

0 e

m

ais

T

ota

l <

15

1

5-2

9

30

-59

6

0 e

m

ais

T

ota

l

Aci

de

nte

s d

e t

ran

spo

rte

38

,9

15

4,7

9

8,7

6

3,1

9

7,8

5

5,3

2

70

,6

17

2,8

9

4,0

1

67

,4

22

,1

44

,7

35

,1

42

,7

36

,4

..

Atr

op

ela

me

nto

18

,2

16

,9

26

,4

45

,7

24

,8

23

,3

27

,0

41

,8

65

,5

36

,5

13

,1

7,4

1

3,1

3

2,7

1

4,4

.. O

cup

an

tes

de

bic

icle

ta

10

,0

8,4

3

,7

0,7

5

,8

18

,4

16

,2

7,8

1

,7

11

,7

1,4

0

,9

0,2

0

,0

0,6

.. O

cup

an

tes

de

mo

toci

cle

ta

3,3

9

7,7

4

3,6

2

,7

45

,2

4,8

1

77

,0

86

,3

5,0

8

6,0

1

,8

22

,5

6,9

1

,1

9,2

.. O

cup

an

tes

de

ve

ícu

los

mo

tori

zad

os

5,3

2

4,2

1

6,8

6

,7

15

,3

6,1

3

9,0

2

5,1

1

0,1

2

3,4

4

,5

10

,2

9,7

4

,4

8,2

.. A

cid

en

tes

me

io d

e t

ran

spo

rte

n id

en

t

1,8

6

,5

6,9

5

,7

5,7

2

,2

10

,4

9,8

9

,2

8,4

1

,4

2,8

4

,5

3,3

3

,3

Qu

ed

as

9

8,8

1

65

,3

25

5,4

4

00

,2

22

0,0

1

34

,4

27

4,2

3

69

,8

37

0,1

2

95

,3

62

,2

62

,0

15

7,2

4

20

,1

15

3,6

A

cid

en

tes

com

qu

ina

s e

fe

rra

me

nta

s

0,0

4

,6

6,3

3

,0

4,3

0

,0

8,4

1

3,1

5

,9

8,4

0

,0

0,9

0

,6

1,1

0

,6

Afo

ga

me

nto

e s

ub

me

rsã

o

0,4

0

,2

0,3

0

,3

0,3

0

,4

0,3

0

,4

0,0

0

,4

0,5

0

,0

0,2

0

,6

0,2

Q

ue

ima

du

ras

16

,2

4,9

7

,6

5,3

8

,3

26

,8

6,5

9

,6

7,6

1

2,0

5

,4

3,4

6

,0

3,9

4

,9

En

ve

ne

na

me

nto

s e

in

toxi

caçõ

es

aci

de

nta

is

7,3

1

,9

0,7

0

,0

2,2

8

,8

2,9

0

,9

0,0

3

,0

5,9

0

,9

0,6

0

,0

1,5

A

cid

en

tes

ind

ete

rmin

ad

os

3

9,6

1

12

,0

10

3,0

1

59

,6

10

0,5

5

4,0

1

89

,4

16

3,2

2

06

,5

15

2,8

2

4,8

3

8,5

5

1,4

1

28

,6

54

,5

Su

icíd

ios

1

,8

17

,9

16

,7

6,7

1

2,9

0

,9

17

,9

16

,1

8,4

1

2,7

2

,7

17

,9

17

,2

5,5

1

3,2

A

gre

ssõ

es

6

,9

71

,2

46

,9

23

,4

42

,8

9,7

1

31

,9

83

,0

32

,7

76

,2

4,1

1

3,6

1

5,9

1

7,2

1

3,4

E

ve

nto

s d

e i

nte

nçã

o i

nd

ete

rmin

ad

a

8,7

4

7,3

5

5,3

6

5,4

4

5,6

1

2,7

8

2,2

8

9,4

5

9,6

6

8,5

4

,5

14

,2

26

,2

69

,3

25

,4

Lesõ

es

po

r a

rma

de

fo

go

2

,7

37

,3

11

,7

1,0

1

5,5

4

,4

70

,8

22

,7

2,5

3

0,1

0

,9

5,5

2

,2

0,0

2

,5

To

da

s a

s ca

usa

s e

xte

rna

s 2

21

,3

61

6,4

6

02

,3

72

7,4

5

49

,7

30

7,5

1

05

4,1

9

40

,2

78

6,4

8

25

,9

13

2,9

2

01

,0

31

2,4

6

88

,4

30

6,0

F

on

te:

SIH

-SU

S/G

EE

PI/

GV

SI/

SM

SA

-PB

H

11

5 .1 . Violência doméstica, sexual e/ou outras violências

No período de janeiro de 2009 a de-zembro 2012 foram notificados 3553 ca-sos de violência doméstica, sexual e/ou

outras violências, residentes em Belo Ho-rizonte (Gráfico 7).

Gráfico 7 - Total de casos de violência doméstica, sexual e/ou outras, notificadas no período de 2009 a 2012*

Fonte: SINANNET-MS/GEEPI/GVSI/SMSA-PBH*dados preliminares

As mulheres são as principais vítimas da violência doméstica, o que ocorre em todas as fases da sua vida, seja na infância, adolescência, vida adulta ou na velhice - 73,7% das vítimas de violência são do sexo feminino. Em relação à faixa etária, 47,6% das vítimas tinham entre 0 e 19 anos de idade, seguida de adultos jovens, de 20 a 29 anos (21,3%).

Quando levada em consideração a raça-cor, as maiores vítimas eram negras (cor da pele parda e preta), corresponden-do a 43,1% dos atendimentos.

Em relação ao tipo de violência, 43,5% (n=1546) das vítimas sofreram agressão física, seguido da violência sexual (30,9%), psicológica (21,6%) e outra violência (20,7%). Ressalta-se que parte das vítimas sofre mais de um tipo de violência. Boa parte das vítimas (66,9%) sofreu violência dentro de casa. Com relação ao vínculo com o provável agressor, 36% deles eram conhecidos. Quanto ao número de envol-vidos, 12% das vítimas sofreram violência por mais de dois agressores (Tabela 5).

12

Tabela 5 - Caracterização das violências doméstica, sexual e/ou outras de residentes em Belo Horizonte, 2009 a 2012

Característica Número %

SexoMasculino 933 26,3

Feminino 2620 73,7

Tipo de violência

Física 1546 43,5

Sexual 1100 30,9

Psicológica 734 21,6

Outra 993 20,7

Local de ocorrência* Residência 1870 66,9

Relação/vinculo com provável agressor

Conhecidos/amigos 1280 36

Desconhecidos 436 12,3

Número de envolvidos Dois ou mais 424 12

Fonte: SINANNET-MS/GEEPI/GVSI/SMSA-PBH *Excluído local de ocorrência ignorado

Os dados apresentados não refletem a realidade das agressões sofridas por crianças, adolescentes, mulheres e idosos. Há muitos casos não notificados e a maio-

ria não é conhecida pelo serviço de saúde, em decorrência do silêncio das próprias vítimas, familiares e profissionais.

Conclusão

O município de Belo Horizonte, atra-vés da SMSA, tem implementado inicia-tivas que incentivem a atividade física e hábitos saudáveis de vida: Academias da Cidade, Lian Gong, orientação alimentar, o programa de combate ao tabagismo, além de outras atividades por meio das Secretarias de Esporte e Lazer e Adjunta

de Segurança Alimentar e Nutricional. No entanto, estes dados apontam a necessi-dade de incrementar ações de maneira a propiciar um maior estimulo às atividades físicas e maior prevenção à violência apri-morando, simultaneamente e de maneira contínua, a ocupação do espaço urbano.

INFORMAÇÕES: 3277 9535SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE

Av. Afonso Pena 2.336 - Funcionários - CEP: [email protected]