boletim clg 04

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CONEPE aprova reprogramação do calendário acadêmico P. 04 Docentes realizaram Dia em Defesa da Educação Pública P. 05 Categorias debatem cortes federais e Estatuinte P. 07 Negociação avança nos benefícios, mas MPOG mantém parcelamento do reajuste P. 08 BOLETIM CLG Nº4 JULHO/2015 Reivindicação Mobilização Debate Reivindicação

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CONEPE aprova reprogramação do calendário acadêmico

P. 04

Docentes realizaram Dia em Defesa da Educação Pública

P. 05

Categorias debatem cortes federais e Estatuinte

P. 07

Negociação avança nos benefícios, mas MPOG mantém parcelamento do reajuste

P. 08

BOLETIM CLGNº4 JULHO/2015

Reivindicação

Mobilização Debate Reivindicação

Nos últimos dias, tivemos o fortalecimento das greves dos Servidores Públicos Federais (SPF) em resposta à política de ajuste fiscal do governo federal. Entidades (FENAJUFE, FENASPS, SINASEFE e ASFOC) entraram em greve e outras estão em processo de mobilização, com indicativos para deflagração já aprovados. A partir do dia 13 de julho, com a entrada do SINASEFE, ficou caracterizada a greve das entidades da educação federal, visto que ANDES-SN e FASUBRA estão em greve desde 28 de maio. O Governo Dilma aprofunda as po l í t i cas , sus ten tadas no receituário neoliberal, de cortes nos investimentos sociais para garantir os compromissos internacionais com os credores, de um lado, e seguir a linha imposta pelos organismos financeiros multilaterais, de outro. Em regra, o governo implementa reformas estruturais de desmonte do serviço público, o que pode ser observado com a continuidade da contrarreforma da previdência e a tentativa de modificação da indexação do salário mínimo. Ademais, o objetivo do ajuste fiscal e de outras medidas de política econômica é justamente limitar o montante de recursos das políticas sociais, em especial nas áreas de saúde, educação e seguridade social, em razão das metas estabelecidas pelo FMI de limitação do percentual dos “gastos sociais” em relação ao PIB. Estamos diante de uma política econômica estruturada para consolidar o desmonte e privatização do serviço público, no sentido de que o esforço fiscal garanta a crescente destinação de recursos públicos para o pagamento de juros e amortização da dívida pública. Assim, não se pode pensar a crise na universidade separada das próprias contradições

dos interesses sociais antagônicos ordenadas nos planos da política e da economia. A crise pela qual passa a universidade é resultado de um sistemático conjunto de políticas n e o l i b e r a i s a d o t a d a s p e l o s sucessivos governos, que procuram modificar a função social e a estrutura b á s i c a d e o r g a n i z a ç ã o d a universidade, ao mesmo tempo em que subtraem a centralidade do financiamento público da educação pública. O governo, de maneira autoritária, insiste em sustentar que os recursos para a manutenção das universidades e para a continuidade de seus programas estão garantidos. Na prática, as atividades acadêmicas estão comprometidas pela política governamental. O impacto dessa política na pesquisa e pós-graduação foi anunciado, de forma impositiva, nos últimos dias com a divulgação de cortes de até 75% da verba PROAP ( P r o g r a m a d e A p o i o à P ó s -Graduação) e PROEX (Programa de Apoio aos Programas de Excelência), bem como os cortes sobre outras fontes de financiamento da CAPES. O ajuste fiscal combina uma política econômica que impossibilita o f u n c i o n a m e n t o m í n i m o d a s universidades, mediante sucessivos cortes nas contas de custeio e capital, e leva parte significativa dos reitores a terem sua ação política e institucional reduzida à mobilidade no varejo do “pires nas mãos”. É parte desse processo o papel desempenhado por alguns reitores que combatem nossa greve, com medidas administrativas e judiciais de cunho autoritário. Essa postura reduz o papel desses dirigentes a gestores de uma política, definida de forma centralizada, que se sustenta no projeto de educação do capital. Isso compromete, por sua vez, a própria autonomia universitária e leva reitorias a agirem na forma de

blindagem política do governo. Essas reitorias adotam uma política nociva de omissão na divulgação do real impacto do ajuste nas universidades e tomando partido, salientam um otimismo que não se sustenta na realidade da política do ajuste fiscal. É fundamental que o conjunto dos reitores se posiciona a respeito dos cortes nas IFE. Esconder o que está ruim é fazer com que fique pior! No dia 10/07/2015, mais uma v e z e n c a m i n h a m o s a o M E C documento solicitando audiência para tratar da nossa pauta específica. Com 50 dias em greve não obtivemos até o momento respostas às nossas reivindicações, o que evidencia a intransigência do governo em não negociar. Cabe destacar que o ministro Janine, não participou de nenhuma reunião com o ANDES-SN, se esconde da categoria e legitima, ao silenciar-se, a política econômica de cortes no orçamento da educação pública. Mais uma vez o MEC submete as ações da pol í t ica e d u c a c i o n a l a o s i n t e r e s s e s econômicos vigentes, expressos na política de ajuste fiscal do governo federal. A postura de Janine – esconder os impactos do corte de R$ 9,4 bilhões na educação federal – demonstra seu aval ao projeto neoliberal que induz à privatização da educação. Esconder-se e esconder o que está ruim é fazer com que fique pior! Prec isamos in tens ificar nossa mobilização para reverter os cortes no orçamento da educação pública e pressionar o ministro da educação a nos receber e negociar. Diante desse quadro, a greve nacional dos docentes das IFE é reafirmada como fundamental.

Avaliação do CNG-ANDES Sindicato Nacional

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Esconder o que está ruim é fazer com que fique pior!

Editorial

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Resultado da pressão da categoria docente, a reitoria se comprometeu a convocar o Conselho do Ensino, da Pesquisa e da Extensão da UFS (CONEPE) para discutir a suspensão do calendário acadêmico, no dia 17/07. A maioria dos docentes está há quase dois meses com as atividades paralisadas e não há previsão de retorno das aulas. O compromisso em convocar o CONEPE ocorreu na segunda reunião entre o Comando Local de Greve (CLG) e o reitor, prof. Angelo Antoniolli, junto com sua equipe de pró-reitores, que aconteceu na tarde do dia 10/07, na sala de reuniões do gabinete do reitor. O primeiro eixo da pauta de reivindicações debatido na mesa de negociação foi a suspensão do calendário acadêmico. No início da reunião, a professora Vera Núbia citou o caso de ou t ras un ivers idades que suspenderam o calendário, como a U F A L e a U F M S , o u q u e estabeleceram um acordo com a categoria em greve de reprogramar o calendário, a exemplo da UFRJ. Em ambos os casos, ficou garantida aos estudantes a reposição das aulas não dadas durante o período da greve Um ponto enfatizado pelos professores foi a definição da suspensão do calendário: significa paralisação temporária das aulas seguida de reposição assim que terminar a greve. Há boatos pela un ivers idade de que a greve

implicaria cancelamento do período, e os membros do comando estão empenhados em esclarecer o assunto para evitar interpretações equivocadas. A suspensão é uma maneira de fortalecer a luta e proteger os d i re i tos dos es tudantes . “Os estudantes são a razão de ser da universidade”, disse o professor A i r t o n P a u l a . “ N a U F S , o s funcionários estão em greve, o Resun e a Bicen fechados, e mesmo assim há professores dando aula em locais indevidos e coagindo os estudantes a comparecer. Por isso a reunião no CONEPE é importantíssima”. “O CONEPE é o espaço adequado para debater a questão da suspensão do calendário”, disse a professora Christ iane Soares. “Nessa reunião, haverá espaço para docentes, técnicos e estudantes

debaterem, por isso o CLG solicitou que fosse convocado”. O reitor aceitou a solicitação, porém, a reunião do CONEPE vem em momento tardio. Em maio, os docentes encaminharam à reitoria um ofício sobre a deflagração da greve. Na visão do CLG, se nesse momento a reitoria estivesse aberta a tratar com a categoria a questão da suspensão do calendário, não estariam acontecendo os problemas atuais de alunos que continuam recebendo aula, mesmo sem haver condições para isso. “A suspensão não pode ser encarada como uma imposição, p o r q u e f o i u m a d e c i s ã o d e assembleia. Há falta de condição e de estrutura em nossos campi”, disse a professora Sônia Meire. “A s u s p e n s ã o é u m a a t i t u d e democrática e os estudantes têm direito a reposição de aula”. Há casos de cursos que, mesmo com a greve, continuam o período letivo, o que traz uma série de prejuízos principalmente para os discentes, podendo inclusive gerar problemas judiciais, como explicou a professora Brancilene. “Com o fim da greve, pode acontecer de ter estudante pleiteando reposição de aula e o professor se recusando a fazer isso. Esse estudante vai ter que levar o problema à justiça”. O C L G e n f a t i z o u a importância da presença do reitor na reunião do CONEPE. O reitor Angelo consentiu e irá mediar a sessão. Ele também garantiu o direito de voz do CLG durante a sessão.

Reivindicação

Docentes pressionam e reitoria convoca CONEPE para discutir suspensão do calendário

Boletim CLG

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CONEPE aprova reprogramação do calendário acadêmico

Convocada a par t i r da mobilização da categoria, ocorreu na manhã do dia 17/07 a reunião do Conselho do Ensino, da Pesquisa e da Extensão da UFS (CONEPE), na sala dos conselhos da reitoria. Durantes mais de 3 horas de reunião, os conselheiros discutiram o tema suspensão do calendário acadêmico.Membros do Comando Local de Greve (CLG) compareceram à reunião e tiveram espaço para fazer intervenções a fim de esclarecer aos conselheiros a necessidade da suspensão do calendário. O CLG inseriu na pauta do CONEPE uma minuta de resolução onde constavam os pontos: “ A r t . 1 º : S u s p e n d e r o Calendário Acadêmico da graduação e pós-graduação do período 2015/01 na Universidade Federal de Sergipe, a partir do dia 28 de maio de 2015, enquanto perdurar a greve; Art. 2º: Suspender o funcionamento do Sistema Integrado de Gestão das Atividades Acadêmicas - SIGAA, durante a vigência desta decisão; Art. 3º: Garantir aos estudantes, após o término da greve, o direito à avaliação e à reposição/revisão de conteúdos e adequação do calendário para o cumprimento dos procedimentos acadêmico-administrativos na UFS”. Os estudantes também marcaram presença, carregando faixas com dizeres “E a bolsa?”, “Estatuinte Já!”, “Reitor, suspenda o calendário acadêmico Já!”. Os pontos levantados pelo CLG levam em consideração a situação dos estudantes que foram coagidos a assistir as aulas, mesmo em locais irregulares, por professores que continuaram as atividades, apesar da greve legítima.

A greve deflagrada no dia 28 de maio suspendeu o acesso dos estudantes a serviços básicos da instituição, como a Biblioteca e o Restaurante Universitário. Além d i s s o , a l g u m a s p r e f e i t u r a s suspenderam o transporte aos estudantes que residem no interior, inviabilizando a participação deles nessas aulas. D u r a n t e a s e s s ã o , o conselheiro Pedro Leite propôs que o calendário não fosse suspenso, mas sim reprogramado após o final da greve, continuando o período letivo de onde parou. Em sua proposta, as situações conflituosas, como as a u l a s d a d a s c o m o i l e g a i s , receberiam a garantia de que seriam analisadas pelo CONEPE. Apesar da intervenção do CLG e da mobilização estudantil no s e n t i d o d e c o n s c i e n t i z a r o s conselheiros sobre a necessidade da suspensão do calendário, diante de um quadro em que o corpo discente v e m s e n d o p r e j u d i c a d o , o s conselheiros aprovaram a proposta de Pedro Leite, após debates que tomaram a manhã inteira e uma

votação às pressas por conta do horário avançado. “Eu percebi que, apesar de ter uma ampla discussão durante o espaço, ao final a proposta foi confusa”, disse a estudante de Serviço Social, Líria Regina, que estava presente na reunião. “Alguns professores não estavam certos sobre o que estavam votando, e isso ficou registrado na filmagem”. Segundo Líria, a decisão pela não suspensão do calendário acadêmico não contempla os estudantes. “A gente sabe que tem um monte de estudante vindo pra U F S s e n d o c o a g i d o p e l o s pro fessores , e com o SIGAA f u n c i o n a n d o a s a u l a s s ã o registradas. Com a suspensão do calendário acadêmico, a gente entende que isso seria dificultado, garantindo o direito do estudante de não ter aula nesse momento de greve”. A professora Sônia Meire disse que o debate foi importante para enfatizar a responsabilidade dos conselheiros e da administração da universidade com a comunidade acadêmica. Para Sônia, a resolução aprovada contempla em parte o direito dos estudantes. “ H á p r o f e s s o r e s q u e encerraram o diário, ou vão encerrar, s e m q u e o e s t u d a n t e t e n h a participado das aulas ou feito a avaliação porque estava mobilizado. O CONEPE garantiu que eles terão dire i to às aulas e fazer suas avaliações, e nós esperamos que isso seja cumprido”, afirmou. Outro ponto não recebeu atenção durante a votação, que foi a n e c e s s i d a d e d e o s c u r s o s começarem o próximo período na mesma data, pois como o calendário não foi suspenso, alguns professores podem querer dar início ao segundo semestre de 2015, mesmo com a universidade em greve. “Nós vamos continuar nossa atuação política. A greve não é dos c a m p i , é d a U F S , e m u i t o s conselheiros não são favoráveis a ela, mas isso é uma questão da defesa de direitos”, finalizou Sônia. Os conselheiros também aprovaram na reunião a moção de apoio à greve dos professores e técnicos-administrativos da UFS.

ReivindicaçãoNº04

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Mobilização

Docentes realizaram Dia em Defesa da Educação Pública

Docentes ocuparam no dia 07/07 o espaço da Praça General Valadão para realizar o Dia em Defesa da Educação Pública. Houve aulas públicas, avaliação nutricional, entrega de informativos e diálogo com a sociedade para expor a situação das universidades federais e a necessidade de lutar por melhores condições de estudo e ensino. O movimento aconteceu nacionalmente. Em Brasília, ocorreu uma Caravana Nacional em Defesa d a E d u c a ç ã o P ú b l i c a , c o m part icipação do presidente da ADUFS, prof. Jailton Costa e os professores Marcos Pedroso e Carlos Sá. O Ato na Praça teve um cunho político e artístico. A ideia foi aproximar a população dos motivos da greve através de atividades dinâmicas e lúdicas, a começar pela aula de capoeira com o professor

Benedito Carlos, de Educação Física, uma das primeiras atividades do evento. Durante a tarde, ocorreu também a leitura dos cordeis “Cordel da Peleja de Marco Regulatório e Conceição Pública na Terra sem Leis dos Coronéis Eletrônicos”, do escritor pernambucano Ivan Morais Filho, e o cordel “O Dia que Jesus virou Professor”, do professor da UFS Elyson Carvalho, ambos lidos pelo estudante de Comunicação Social da UFS, Allan Jonnes. D a s 1 4 h à s 1 7 h , aconteceram as aulas públicas, intituladas: "Democratização da comunicação" pelo Observatório de E c o n o m i a e C o m u n i c a ç ã o (OBSCOM), "Corpo como política", com a professora de Teatro Márcia Baltazar, e "Plano nacional da educação e pátria educadora", com a professora Sônia Meire. A o l o n g o d a t a r d e , estudantes do curso de Nutrição, sob orientação das professoras Ana Mara e Liliane Viana, realizaram avaliação física e nutricional dos presentes, informando sobre al imentação saudável, o novo guia alimentar para população brasileira e maiores esclarecimentos sobre doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e colesterol. Um banner criativo informava o percentual de açúcar, ó l e o e s ó d i o e m a l i m e n t o s industrializados, como biscoito recheado, suco de caixinha, pipoca de micro-ondas, etc, tirando a dúvida da população. “A gente veio fortalecer o movimento da ADUFS e fazer um atendimento com a população de Aracaju”, disse o estudante de Nutrição, Luis Ícaro. “As pessoas estão procurando ter qualidade de

vida e ficam curiosas sobre a alimentação. Além disso, é muito bom pro aluno vir colocar em prática seu conhecimento e mostrar que a alimentação saudável não é tão difícil”. A professora Verlane Aragão, do Departamento de Economia da UFS, explicou a gravidade da situação em que os servidores se encontram. “A gente v ive um momento de grave crise no pais. Como acontece historicamente, qualquer consequência da crise é repartida de maneira desigual, e a população mais pobre sofre. Hoje, o serviço público, os professores e aqueles que estão dentro das universidades têm vivenciado isso de maneira muito mais intensa do que talvez em outros momentos”, disse. Para Verlane, as causas para deflagração da greve existem há mais tempo, porém, o momento agora é critico. “É um processo que vem desde 2012, só que o anúncio dos cortes mais recentes torna a vida dentro da universidade quase impossível. É urgente qualquer luta que garanta o caráter público e a qualidade da educação superior no país, para que as três instâncias da universidade: ensino, pesquisa e extensão, funcionem de maneira adequada. As questões salariais se agregam hoje aos fortes cortes do governo, o que ocasiona numa completa precarização das nossas condições de trabalho. Por isso a greve”.

Boletim CLG

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Sindicato Nacional

Entidades realizaram Ato Nacional em Defesa da Educação Pública no dia 7

Mais de cinco mil pessoas o c u p a r a m a E s p l a n a d a d o s Ministérios, na capital federal no dia 07/07, e protagonizaram um grande ato em defesa da Educação Pública. Docentes, técnicos e estudantes se reuniram em frente ao Museu da R e p ú b l i c a m a r c h a r a m a t é o Ministério da Educação, para exigir uma audiência do ministro Renato Janine e cobrar a reversão dos cortes

no orçamento da Educação Federal e mais investimentos na área. Em seguida, a caravana s e g u i u a t é o M i n i s t é r i o d o Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), onde, às 16h, os servidores federais tiveram mais uma reunião p a r a d i s c u t i r s u a p a u t a d e reivindicações. O ato foi organizado pelo ANDES-SN, Fasubra, Sinasefe, Anel, Oposição de Esquerda da Une

Nº04

Carlos Sá, professor integrante do CLG

A man i fes tação fo i bas tan te grandiosa, muita gente. Quando começou a marcha pela Avenida Monumental fiquei bastante emocionado, eu fico sempre assim quando há uma manifestação em que participo. Nos dirigimos ao MEC, não fomos recebidos, e na tarde fomos ao MPOG. No MPOG houve uma at i tude bastante desagradável do governo, pelo fato que queria incluir na reunião do Fórum dos SPFs outras entidades que não tinham pauta, misturar toda a discussão. O ANDES e os outros integrantes do Fórum disseram não, e então por esse motivo a reunião foi adiada para depois. A reunião começou só às 17h e a intenção clara foi desmobilizar as pessoas. Muita gente ficou lá até o final, eu fiquei até o fim, até sair o Paulo Rizzo e ouvir diretamente dele como tinha sido a reunião com o governo. A manifestação do dia 07 mostrou por parte do governo uma desconsideração com os servidores públicos e suas pautas. É notório que um governo do Partido dos Tr a b a l h a d o r e s q u a n d o t e m 3 m i l trabalhadores ou mais na porta, com pautas, querendo falar com o ministro, não nos recebem, que foi o que aconteceu no MEC. “Ah, não tem reunião marcada”, eles dizem, uma justificação que eu acho insuficiente. Ou, quando recebem, como foi o caso do MPOG, não tem nada de novo a apresentar, querem que os próprios trabalhadores assumam os cortes nas universidades, os cortes de direitos, era essa a sensação que dava.

Lucas Gama, presidente do SINTUFS

“A caravana das bases da Fasubra superou as expectativas. Nós tivemos lá em torno de 2.000 técnicos administrativos de todos os setores do país e houve uma grande manifestação em conjunto com os docentes, com os estudantes, com os companheiros também das antigas escolas técnicas, manifestação essa que

contou com aproximadamente 5.000 pessoas. Foi uma prova interessante de como está a mobilização dos trabalhadores e dos estudantes, e cumpriu seu papel de pressionar o governo. No segundo dia, houve uma atividade específica da Fasubra, que fez uma plenária com as delegações que foram para Brasília. Foi uma plenária interessante pra gente socializar o andamento da negociação com os servidores públicos e com a própria Fasubra, que dispõe de uma pauta específica, e um momento de a gente também afinar o discurso para que a greve possa continuar radicalizada nas bases. A gente entende que essa greve é uma das maiores da história da Fasubra, e talvez a maior da história dos últimos 10 anos. Em tão pouco tempo, a gente conquistou a quase totalidade das entidades filiadas à Fasubra. Já são 66 instituições federais do ensino superior com o trabalho do técnico paralisado.

Levi José, estudante do 3º período do curso de Relações Internacionais da UFS

“O Ato contou com a presença de diversos movimentos sociais, adesão de alguns sindicatos que até então não estavam mobilizados. Na Plenária do Movimento Estudantil, a gente teve participação de cerca de 300 a 400 estudantes. Foi ótima, mesmo sentindo que não houve muitas deliberações a partir dos estudantes, mas foi muito positiva pra gente futuramente estar pautando

algumas deliberações acerca dos problemas no âmbito geral das universidades públicas do país. Em relação aos técnicos e dos professores, eles estão em uma mobilização boa, só que o governo federal não quer negociar com eles. A gente fez o Ato na porta do MEC, mas disseram que não iam receber nenhum representante dos técnicos, nem dos professores, muito menos dos estudantes, e fecharam a porta pra gente. Os professores e técnicos conseguiram que um grupo entrasse e negociasse no MPOG, onde chegaram a negociar, mas eles continuam a greve porque mesmo a negociação andando ela não atende as demandas das categorias”.

e Fenet – entidades representantes dos três segmentos da Educação Federal. A A D U F S e n v i o u s u a representação para esse ato e colaborou com as despesas de envio de um grupo de estudantes da UFS para o evento. Confira alguns depoimentos de quem compareceu:

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Debate

Categorias debatem cortes federais e Estatuinte Os t rês segmentos da universidade: professores, técnicos e estudantes, participaram no dia 14/07 do Debate “Cortes Federais e Estatuinte”, no auditório da reitoria. O reitor da UFS, prof. Angelo Antoniolli, foi convidado a participar, p o r é m , a u s e n t o u - s e s o b a justificativa de que não apresenta dados suficientes sobre os cortes que ocorrerão na UFS. A mesa foi composta pelas professoras Brancilene Araújo, secretária geral da ADUFS, Sônia Meire, integrante do Comando Local de Greve (CLG), os técnicos-administ rat ivos Lucas Gama, presidente do Sintufs, Elayne Crist ina, vice-presidente, e o estudante Leonardo Fagundes, do Comando de Mobilização estudantil. No início do debate, Sônia Meire fez a leitura do ofício enviado pelo reitor informando sua ausência no evento, justificada pela carência de informação sobre os cortes que ocorrerão na UFS. Na visão dos componentes da mesa, o reitor não compareceu deliberadamente no debate para que as categorias não sejam atuantes no processo e não interfiram na tomada das decisões. Lucas Gama relatou como está o processo de negociação da sua categoria. Segundo ele, os técnicos só se reuniram com o reitor após 40 dias de greve, e mesmo assim foi preciso que o Ministério Público Federal (MPF) intercedesse. N a o c a s i ã o , o s t é c n i c o s questionaram sobre a jornada de 30 horas, uma conquista da greve de 2014 que, um ano depois, ainda não foi aplicada na universidade. “É i n a d m i s s í v e l q u e h a j a e s s a resistência por parte da reitoria”, afirmou. Após a reunião, o reitor se comprometeu a iniciar o processo das 30h. Lucas abordou também a questão da EBSERH no Hospital Universitário (HU). “O HU foi cedido para a EBSERH por 20 anos, e a UFS não se preocupa com a situação dos servidores lá. Há 410 servidores em Regime Jurídico Ún ico (RJU) que não fo ram oficialmente cedidos à empresa, não podem progredir, tirar férias, e nesse ponto não houve nenhum avanço nas negociações”. Em sua fala, o estudante

Leonardo relatou como ocorre o processo de negociação na UFS. “Quem está de fora não percebe essas manobras da reitoria ao desmarcar reunião, não definir prazos para os acordos. Prometem, mas na prática nada. O objetivo é esvaziar o espaço de debate e diminuir a força da greve”, afirmou. Sobre a falta de informações em relação a como serão os cortes na UFS, o professor Romero Venâncio disse: “A reitoria está a s s u m i n d o o c a m i n h o d a n e b u l o s i d a d e , e n ã o d a transparência. É um momento de confusão de dados, e se a reitoria esconde, assume a culpa”. Venâncio citou o caso do reitor da UFBA, que recentemente abriu as contas da u n i v e r s i d a d e à c o m u n i d a d e acadêmica e explicou o que estava acontecendo. “Uma atitude sensata, q u e n ã o t r a z i n i m i z a d e desnecessária”, opinou.

Encaminhamentos Durante o debate foram aprovados dois encaminhamentos. O primeiro foi uma moção de repúdio à ausência do reitor no debate e o

segundo a exigência que o reitor faça um documento a ser entregue em um prazo de 10 dias com as informações sobre os cortes que ocorrerão na universidade.

Cortes federais Os cortes vão impactar diretamente a UFS não apenas na graduação, mas também na pós-graduação, que se transformou no alvo principal do governo. Está havendo corte de verba do programa Ciência sem Fronteiras e a Capes perdeu sozinha 750 milhões de reais, o que implica no corte de bolsas de fomento à pesquisa. A previsão de corte na UFS é de 47% no capital e 10% no custeio, mas não se sabe ainda em quais setores eles ocorrerão. A informação que o reitor passou na primeira reunião com o CLG, no dia 03/07, foi de que as obras da universidade que estão até 3 0 % d e s e n v o l v i d a s s e r ã o paralisadas; obras entre 30% e 70% de desenvolvimento terão custos reduz idos , e obras a té 70% desenvolvidas serão terminadas.

Boletim CLG

Império das calçadasOuviram das calçadas um clamorOdores, trapos e dor se misturamAos raios da liberdade

Carros, espigões e supersônicos adorados Enebriam os transeuntes apressados

O espetáculo da miséria: velhos, crianças e adultos abandonadosMendigam as migalhas de uma South AmericanDolarizada

Oh! Mãe amada, adota os teus filhos senisE salva os teus filhos juvenisDeitados nas calçadas sob as marquises

Negros, índios, aleijados e meretrizesAssustam e enfeiam o design avançado

Consumidores crônicos e alienadosPassam pela vida e dormem acordadosEncantados pelos manequins, shoppings e importados

Metrópoles modernas pululam nos cartões postaisCrias das capitanias e herdeiras de uma política A-ética e sombria

Oh! Pai gentil, Liberta o teu povo da fúria mercantil

Rosangela Marques DSS/UFS

Reivindicação

Negociação avança nos benefícios, mas MPOG mantém parcelamento do reajuste

Em reunião com o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (SPF) no dia 21/07, a Secretaria de Relações do T r a b a l h o d o M i n i s t é r i o d e Planejamento, Orçamento e Gestão (SRT/Mpog) manteve a proposta de reajuste salarial de 21,3%, parcelado em quatro anos. Mas, apesar da falta de avanço no índice de reposição do poder de compra dos SPF, a força da mobilização das categorias do funcionalismo pressionou o governo a apresentar resposta a outros itens da pauta como a revisão dos benefícios, de acordo com a inflação acumulada no período, incluindo o ano de 2015. Para os auxílios alimentação e saúde, sem reajuste há três anos, o governo propôs correção de 22,8%, o primeiro passaria a ser R$ 458 e o último proporcional por faixa etária, sendo o mínimo R$ 101 e o máximo R$ 205. Já o auxílio creche, desde 1995 sem correção inflacionária, o acúmulo representa um reajuste de 317%, variando de acordo com os

valores praticados em cada estado. Segundo Pau lo R izzo , presidente do ANDES-SN, um dos pontos de discussão na mesa foi o fato do governo apresentar uma proposta que inclui a inflação do ano de 2015 para os benefícios, mas não aplicar a mesma lógica para reajuste dos salários. “A proposta que ele mantém na mesa, de 21,3%, dividido em quatro anos, não repõe nem a inflação do período”, criticou. O presidente do ANDES-SN contou que a única novidade em relação à reposição das perdas salariais foi a sinalização por parte do governo da possibilidade do acordo conter uma cláusula de renegociação em 2017, caso a inflação atinja um determinado patamar, o qual não foi definido ainda. “A reunião demorou porque as en t idades ped i ram vár ios esclarecimentos em relação a essas contradições e reafirmaram que o governo tem que rever essa proposta, pois, numa negociação salarial, o mínimo a ser apresentado é a inflação período. Todas as

entidades reafirmaram a posição de que não aceitam o reajuste parcelado em quatro anos, porque isso significa corroborar, previamente, com o confisco dos salários e a perda do poder aquisitivo dos servidores”, disse. De acordo com Rizzo, um dos momentos de maior tensão na negociação, foi quando o secretário da SRT/Mpog, Sérgio Mendonça, afirmou que o acordo era um pacote, vinculando a os reajustes nos b e n e f í c i o s à a c e i t a ç ã o d o parcelamento da reposição salarial. Os servidores cobraram também resposta aos outros itens da pauta unificada de reivindicações, como a negociação coletiva, liberação de dirigentes para atividade sindical, entre outros. Du ran te es ta semana , deverá ocorrer uma rodada de reuniões setoriais entre as diferentes categorias do funcionalismo e o Mpog para tratar das pautas específicas.

Fonte: ANDES-SN

Em mesa setorial da Educação Federal, governo mantém reajuste parcelado em quatro anos e não avança na negociação

Em reunião com entidades representantes dos docentes da Educação Federal na tarde da quarta-feira (22), a Secretaria de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SRT/Mpog) reafirmou a proposta já apresentada ao Fórum das Ent idades Nacionais dos Servidores Públicos Federais de reajuste de 21,3%, parcelado em quatro anos. A proposta já foi rechaçada pelo Fórum, do qual fazem partes ANDES-SN, Sinasefe e Proifes, presentes na audiência setorial, da qual participaram também representantes da Secretaria de Educação Superior e da Secretaria de Educação Técnica e Tecnológica do Ministério da Educação. O Secretário da SRT/Mpog, Sérgio Mendonça, sinalizou que o percentual poderia ser aplicado para a reestruturação da carreira do professor federal ou aplicado de forma linear. Diante de nova recusa das entidades presentes, frente à proposta, foi apontada uma nova

reunião ainda no mês de julho, para que os representantes do governo apontem onde é possível avançar e quais propostas efetivas têm em relação às pautas apresentadas. “O que o governo colocou nessa reunião foi a reafirmação do que já havia apresentado para o Fórum, que é o reajuste de 21,3% em quatro anos, e sinalizou que isso p o d e r i a s e r a p l i c a d o n a reestruturação da carreira. As entidades foram unânimes em dizer que com isso não têm como fazer qualquer alteração na carreira”, disse Paulo Rizzo, presidente do ANDES-SN. De acordo com Rizzo, o secretário da Sesu/MEC, Jesualdo Fa r i as , adm i t e os co r t es no orçamento e que existem situações difíceis. “Mas ao mesmo tempo, ele assume que as universidades têm que continuar pedindo dinheiro para o MEC para pagar suas contas e joga nas costas dos reitores a gestão da c r i s e e q u e o s a t r a s o s n o s p a g a m e n t o s d e c o n t a s é

r esponsab i l i dade i nd i v i dua l ” , completou. Durante a reunião, Farias afirmou que os reitores têm que escolher quais contas vão pagar, pois o orçamento destinado para as un ivers idades federa is não é suficiente para honrar todas as despesas mensais. “É assim na crise, mas já era assim antes dela”, afirmou, lembrando seus anos enquanto reitor da Universidade Federal do Ceará. Na manhã do mesmo dia, aconteceu a Marcha dos Servidores Públicos, contando com mais de seis mil manifestantes, de diversas categorias do funcionalismo público. A ADUFS participou diretamente do ato, com a participação do Presidente da ADUFS, Prof. Jailton Costa, do Diretor Administrativo e Financeiro, Prof. Júlio Gandarela, do Prof. do Campus de Lagarto, Marlos Noronha, além do delegado da ADUFS no CNG, Prof. Airton Souza.

Com informações do ANDES-SN