boletim Água quente - número 10

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São Carlos, março de 2009 Informativo n o 10 Í N D I C E 2 Editorial 3 Comunicados 4 Pequi 5 Plantio Agroflorestal 6 Carnaval 7 Saúde Bucal 8 Mobilização e Rede 9 Dia Internacional das Mulheres 10 Rede Social SENAC 11 INCOOP 12 e 13 Seção Escola 14 Software Livre 15 Divirta-se 16 Fala-Povo Ações de Mobilização movem o Projeto Água Quente Com foco na gestão integrada da Bacia do Água Quente, o Projeto dá continuidade a formação de espaços de articulação e ampliação dos canais de participação dos grupos e da população local. Saiba o que aconteceu no I Fórum da Bacia e o que esta para vir nos próximos meses! (Página 8) Participantes do I Fórum da Bacia. Plantios Agroflorestais – revitalizando o ambiente! Nos últimos plantios realizados em conjunto com a comunidade próxima a Área de Intervenção Direta, na antiga pista do motocross, o Projeto Água Quente contou com a contribuição de moradores, grupos, estudantes, agentes comunitários, entre outros, que estiveram juntos na luta pela revitalização da área que fará parte do futuro Parque Florestal Urbano, assim como, contribuíram para a requalificação do ambiente. (Página 5) Comunidade envolvida na requalificação da Bacia. Comunidade de Aprendizagem A Escola Janete Lia conta como se transfor- mou em uma Comunidade de Aprendizagem e como a ajuda de voluntários tem aproximado a comunidade e a escola com atividades para crianças e adultos. Saiba mais sobre o projeto e como participar como voluntário. Todos te- mos algo a ensinar. (Página 12) Comunidade e Escola juntos.

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Boletim Água Quente - Número 10

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Page 1: Boletim Água Quente - Número 10

São Carlos, março de 2009Informativo no 10

Í N D I C E

2 Editorial

3 Comunicados

4 Pequi

5Plantio Agroflorestal

6 Carnaval

7 Saúde Bucal

8Mobilização e Rede

9Dia Internacional das Mulheres

10Rede Social SENAC

11 INCOOP

12 e 13 Seção Escola

14 Software Livre

15 Divirta-se

16 Fala-Povo

Ações de Mobilização movem o Projeto Água QuenteCom foco na gestão integrada da Bacia do Água Quente, o Projeto dá continuidade a formação de espaços de articulação e ampliação dos canais de participação dos grupos e da população local. Saiba o que aconteceu no I Fórum da Bacia e o que esta para vir nos próximos meses! (Página 8)

Participantes do I Fórum da Bacia.

Plantios Agroflorestais – revitalizando o ambiente!Nos últimos plantios realizados em conjunto com a comunidade próxima a Área de Intervenção Direta, na antiga pista do motocross, o Projeto Água Quente contou com a contribuição de moradores, grupos, estudantes, agentes comunitários, entre outros, que estiveram juntos na luta pela revitalização da área que fará parte do futuro Parque Florestal Urbano, assim como, contribuíram para a requalificação do ambiente. (Página 5)

Comunidade envolvida na requalificação da Bacia.

Comunidade de Aprendizagem A Escola Janete Lia conta como se transfor-mou em uma Comunidade de Aprendizagem e como a ajuda de voluntários tem aproximado a comunidade e a escola com atividades para crianças e adultos. Saiba mais sobre o projeto e como participar como voluntário. Todos te-mos algo a ensinar. (Página 12)

Comunidade e Escola juntos.

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Boletim Água Quente no 10

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Editorial

O Décimo Boletim do Projeto Água Quente soma novos

parceiros para escrever matérias e novos grupos para compor a Rede que vem se constituindo a fim de discutir e fomentar ações socio-ambientais para a região do Água Quente.

Um dos novos parceiros é a IN-COOP, Incubadora Regional de

Cooperativas Populares, da Uni-versidade Federal de São Carlos, que escreve um artigo contando um pouco sobre o Projeto de Po-líticas Públicas que vem sendo de-senvolvido na região do Gonzaga e Monte Carlo. Outra instituição é o Senac pela Rede Social que tam-bém escreve uma matéria sobre o Projeto de Desenvolvimento Lo-cal que vem sendo desenvolvido no Bairro Antenor Garcia. Além desses dois grupos, continuam re-

latando suas experiências as esco-las Natalino Deriggi e Janete Lia, contando como elas vêm atuando em benefício das comunidades onde estão inseridas.

Além das matérias dos grupos parceiros, o Boletim também relata as ações que o Projeto Água Quen-te desenvolveu neste trimestre.

Nesse sentido, o Projeto encer-rou mais uma etapa de plantios na Área de Intervenção Direta envol-vendo os moradores próximos da região, Agentes Comunitários e o grupo da Rede. Outra ação descri-ta foi o I Fórum da Bacia e seus des-dobramentos no sentido da mobi-

lização comunitária. A sessão Fala Povo desta edição fala justamente da importância da articulação e do trabalho em Rede que vem sendo desenvolvido localmente.

Em tempos de Carnaval, o Bo-letim fala um pouco sobre este evento tão marcante em nossa cultura, além de falar também so-bre cultura e inclusão digital.

Esperamos que todos aprovei-tem os conteúdos das matérias deste 10º Boletim e ressaltamos mais uma vez que este é um espa-ço aberto para quem quiser enviar dúvidas, sugestões, matérias, opi-niões etc.

PROJETO ÁGUA QUENTEEquipe ExecutoraCoordenadoresRenata Bovo PeresThais Troncon Rosa

EstagiáriosGabriela B. BoariniNelson Sakakibara

EducadoresAna Laura HerreraAudrey FernandesCristiano CunhaMagaly MarquesSara Monise de Oliveira

ParceirosProjeto BrotarProjeto CESCAR

PatrocínioPetrobras

COMDEMA São CarlosPrefeitura Municipal de São Carlos

ContatosSite do Projeto: http://aguaquente.teia.org.br e-mail do Projeto:[email protected]

TEIA - Casa de Criaçãowww.teia.org.brFone/fax: (16) 3376-3110Rua Rui Barbosa, 1950, Cep 13560-330Vila Elizabete - São Carlos/SP

Organizações ParticipantesGrupo de Mães Aprendiz D. Rosa, Catequese Madre Cabrini, Coopercook, Cooperlimp, Coral Rosa Mística, CEMEI Octávio de Moura, Grupo de Coroi-nhas da Igreja São Francisco de Assis, Grupo de Oração da Capela Santa Luzia, Pastoral da Criança, Projeto Social Dona Marízia.

Boletim Água QuenteElaboração/textos: Ana Laura Herrera, Audrey Fer-nandes, Gabriel De Santis Feltran, Magaly Marques, Marina Poema, Renata Bovo Peres e Sara Monise Oliveira.Edição: Audrey Fernandes eRenata Bovo Peres.Imagens: Audrey Fernandes eMarina PoemaProdução gráfica e diagramação:Diagrama Design [email protected]:8.000 exemplares

Reality showTenho 28 anos, já fui usuária

de droga, tem uns quatro mês que eu não ponho droga na boca, porque eu estraguei a minha vida por causa de droga. Eu fui presa, fiquei 1 ano e 8 meses presa e é muito ruim dentro de uma cadeia. Eu achava que cadeia de homem era pior, mas cadeia de mulher é pior... muito ruim. A GOE [Gru-po de Operações Especiais da Polícia Militar] entrava qualquer hora; debaixo de chuva ou não, tinha que sentar no pátio. Tinha dia, de madrugada, duas, três ho-ras da manhã a GOE entrava pra dar blitz, a gente tinha que sentar no pátio molhado só de calcinha e sutiã.

(...) Eu estava na colônia no Bu-tantã. Depois de dois meses eu tive minha primeira ‘saidinha’. Che-guei aqui em casa, minha mãe es-tava em cima da cama, sem comer, sem tomar banho, tudo fechado, casa suja. Aí eu comecei a cui-dar dela. [Não retornou à cadeia, como deveria pela lei]. Depois de um mês e pouco eu... tem uma menina aqui na rua que é usuária de droga e eu saí da casa da minha mãe porque aqui é perigoso, eles [a Busca e Apreensão] têm o en-dereço e eles vêm atrás, eles têm o

endereço daqui. Eu mudei pra um quarto aqui, perto de casa. Foi um dia de sábado, essa menina foi pra minha casa e me ofereceu para usar droga, e eu usei. Passei rou-pa do meu filho na droga, roupa minha, sapato meu na droga. No outro dia eu sentei com o meu irmão e comecei a chorar e falei para ele o que aconteceu, ele me ajudou a pegar as coisas que eu tinha vendido. Depois desse dia eu falei que nunca mais ia usar e por droga na minha boca. E não uso mais. Hoje tem quatro meses que eu não uso, mas eu não sinto nenhuma vontade de usar, eu já senti cheiro, já me ofereceram, eu não peguei, não sinto mais von-tade de usar a pedra, o crack. Eu não uso mais e hoje eu estou aqui, correndo o risco da polícia me pe-gar de novo. [Marcela, em 2005 – atualmente vive entre Sapopemba e a crackolândia do centro de São Paulo, depois de ter passado mais duas temporadas na prisão]

Esta coluna traz, a cada número do Boletim Água Quente, um trecho de narrativas contemporâneas das pe-riferias das cidades obtidas por Ga-briel de Santis Feltran, pesquisador em ciências sociais. Contato: [email protected]

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Março de 2009

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Comunicados

O SENAC está investindo em duas capacitações para a área Social, com carga horária de 160 horas e TOTALMENTE GRATUITO. São 30 vagas para o curso Empreendedor em Pequenos Negócios e para o Gestor de Projetos. As aulas começam em março.Para maiores informações e inscrições, os interessados devem compa-recer no SENAC, que fica na Rua Episcopal, ou através do 16 2107-1055 ou 2107-1080.

SENAC abre vagas para cursos GRATUITOS!

No dia 14 de março, sábado, à partir das 8h da manhã, Grupos da Região do Córrego Água Quente, estarão realizando uma atividade de revitalização e limpeza no Campinho da Rua 13. Todos estão con-vidados a participar. O campinho fica na Rua 13, esquina com a Rua João Paulo, em frente a Igreja dos Mormons, no bairro Cidade Aracy I.

Projeto Água Quente Convida:

A ONG Ramudá – ramos que brotam em tempos de mudanças, esta com inscrições abertas para os cursos de Audiovisual, Yoga e Teatro. O curso de Audiovisual começa agora no mês de março, os demais em abril. Entre em contato para obter maiores informações sobre horários e valores. Telefone 16 3371-9791. E-mail: [email protected] Site: www.ramuda.org

Ramudá abre cursos para estudantes e comunidade

À partir de março todos poderão conferir, no canal da EPTV e da TVE, o vídeo institucional do Projeto Água Quente.Esperamos que todos se sintam parte da construção.

“Pense grande, pense junto, mude o jeito de viver no mundo!”

Mande um e-mail para o Projeto Água Quente!

Mande sua opinião, dúvida ou sugestão.

E-mail: [email protected]

Acesse nosso site, sempre atualizado esperando por sua visita.

Site: http://aguaquente.teia.org.br

No dia 08 de março, comemoramos o Dia Internacional da Mulher. A comemoração é para a celebração dos feitos econômicos, políticos e sociais alcançados por elas.

Parabéns a todas!

Dia das MulheresCultivando hortas em pequenos espaços

Alunos colhendo os alimentos.

Ação desenvolvida com os alunos da Cemei Octávio de Moura e as agentes do Projeto Água Quente Elza dos Santos, Leonilda M. Skuar-zini e Sônia M. de Paula, em 2008.

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Boletim Água Quente no 10

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Pequio segredo está no jeito de comer!

Curiosidades do Pequi• OpequiésímbolodaculturadoestadodeGoiás;• Altamentecalóricoeperfumado;• Suapolpacontémumaboaquantidadedeóleocomestível,ricaem

vitamina A e proteínas;• Opequiématéria-primaparaumdosmaisapreciadoslicoresde-

Goiás, que além do sabor, tem como atrativo cristais que se formam na garrafa que, dizem, são afrodisíacos;

• Jamais atireos caroçosao chão: eles secamrápidoeos espinhospodem se soltar.

O pequi é uma fruta nativa do cerrado brasileiro muito

conhecido nas cozinhas nordes-tinas, do centro-oeste e do norte de Minas Gerais, onde é comum encontrá-lo. O fruto pode ser de-gustado das mais variadas formas, como cozido, no arroz, no frango, com macarrão, carnes, peixe, no leite e puro. É um fruto com sa-bor e aroma marcante e peculiar. Na antiga Vila Boa e na Vila Meia Ponte, hoje conhecida como Pi-renópolis, ainda no início do sé-culo XVIII, começaram a utilizar o pequi na culinária de Goiás. E em algumas regiões, o pequi era utilizado tão somente para a fabricação do sabão de pequi, com propriedades terapêuticas. Sua polpa macia e saborosa deve ser comida com cuidado, uma vez que a mesma recobre uma camada de terríveis espinhos, que, se mordidos fincam-se na língua e no céu da boca, provo-cando dores. Risco este que dei-xa de existir, uma vez assimilada a técnica de degustação que é de fácil aprendizado: deve ser comi-do apenas com as mãos, jamais com talheres. Deve ser levado a boca para então ser “raspado” - cuidadosamente - com os dentes,

até que a parte amarela comece a ficar esbranquiçada e parar antes que os espinhos possam ser vistos. Árvore da família das cariocáceas pode também ser encontrada em toda a região Centro-Oeste e nos estados de Rondônia, Minas Ge-rais, Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí, Bahia e Ceará. Em Goiás podem ser encontradas todas as espécies, cuja frutificação ocorre entre os meses de setembro e feve-reiro. Geralmente, chega a 10 me-tros de altura com tronco de casca áspera e rugosa com grandes flo-res amarelas e vistosas. Madeira de alta resistência e durabilidade. Do pequi aproveita-se tudo, até o caroço. A amêndoa é utiliza-da na indústria de cosméticos para a produção de sabonetes e cremes. A castanha existente dentro do caroço é muito sabo-rosa; para comê-la, basta dei-xar os caroços secarem por uns dois dias e depois torrá-los. Alguns pesquisadores da Univer-sidade de Brasília (UnB), levanta-ram uma pesquisa em que mostra que o fruto possui propriedades que amenizam a ação degene-rativa de drogas no tratamento contra o câncer e, ainda, para o retardamento da velhice.

A flor do pequi.

O fruto do pequi.

O Pequizeiro.

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Março de 2009

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Plantios Agroflorestais qualidade de vida e revitalização ambiental

Desde 2005, o Projeto Água Quente, coordenado pela

Teia – casa de criação e patroci-nado pelo Programa Petrobras Ambiental, vem desenvolvendo ações de requalificação socioam-biental na Bacia do Córrego Água Quente. Dentre as diversas ações, o Projeto vem realizando plan-tios agroflorestais com o objetivo de contribuir com a melhoria da qualidade de vida da região revi-talizando parte da área do futuro Parque Florestal Urbano.

Em fevereiro, o Projeto Água Quente realizou mais dois mutirões

de plantio na área do antigo moto-cross, localizada no bairro Cidade Aracy II na Bacia do Água Quente. A mobilização da comunidade para a ação se deu com o apoio de edu-cadores e agentes comunitários do projeto que percorreram as casas dos moradores vizinhos à área do plantio convidando todos a partici-parem. Os eventos contaram com grande participação da comunidade, grupos e instituições locais, além de universitários e outros participantes interessados que se dedicaram in-tensamente para contribuir com a melhoria do ambiente local.

O que é um plantio agroflorestal?Plantio agroflorestal é uma forma de associar a recuperação de

uma mata nativa, com o aproveitamento de recursos naturais para o ser humano. Geralmente uma agrofloresta mistura árvores nativas com cultivos de ciclo curto, como mandioca, milho e feijão, visando atender tanto a necessidade de produção de agricultores como a me-lhoria da qualidade ambiental. Dessa forma, aproveita-se o terreno para produção agrícola e ao mesmo tempo essas culturas ajudam a enriquecer o solo dando proteção para as mudas.

No caso dos plantios agroflorestais do Projeto Água Quente, a pro-dução agrícola não é visada, pois o solo da área em que atuamos ain-da está muito empobrecido, já que foi uma pista de motocross no passado. Como essa área deve se tornar um Parque Florestal Urbano, buscamos plantar mudas nativas da região, dando prioridade aquelas que são frutíferas ou que tenham um potencial paisagístico. Dessa forma, para proteger as mudas e melhorar a terra, utilizamos os adu-bos verdes como feijão de porco e feijão guandú e algumas plantas que ajudam a controlar as formigas cortadeiras, como o gergelim.

Um agrofloresta depois de plantada necessita de muita manuten-ção e cuidado, por isso convidamos toda a comunidade a continuar participando das ações na área do Plantio.

O que é a proposta do Parque Florestal Urbano?

No Plano Diretor do Município de São Carlos é indicado que uma parte da área verde às margens do Córrego Água Quente e nas en-costas do Vale seja destinada para a conservação da biodiversidade, para educação ambiental e lazer da comunidade, contribuindo para a qualidade de vida tanto da população, quanto dos animais e plantas dessa região.

O Projeto Água Quente apóia a proposta do Parque Florestal Urba-no e a luta das comunidades por Espaços Públicos Verdes e de Lazer nos bairros.

Maiores informações com Cristiano ou Sara no 16 3376-3110, [email protected]

Agente Comunitária do Projeto participa no plantio de mudas. Participantes contribuem com a revitalização da área.

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Boletim Água Quente no 10

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Carnaval música e folia!

Em fevereiro deste ano feste-jamos o Carnaval, o feriado

mais longo do nosso calendário. O Carnaval é um período de fes-tas regidas pelo ano lunar no Cris-tianismo da Idade Média, quando o período era marcado pela idéia de afastamento dos prazeres da carne, o “adeus à carne” ou “car-ne vale”, que deu origem a palavra

“Carnaval”. Em outras palavras, a festa carnavalesca surgiu a partir da implantação, no século XI, da Semana Santa pela Igreja Católi-ca, antecedida por quarenta dias de jejum, a Quaresma (tempo de penitência e privação). Esse longo período de privações acabaria por incentivar a reunião de diversas festividades nos dias que antece-diam a Quarta-feira de Cinzas, o primeiro dia da Quaresma.

Durante este período havia uma grande concentração de fes-tejos populares. Cada cidade brin-

cava a seu modo, de acordo com seus costumes. A cidade de Paris foi o principal modelo exportador da festa carnavalesca para o mun-do, o que inspirou outras cidades, como o Rio de Janeiro. Ainda, no período do Renascimento, as festas de Carnaval eram os então bailes de máscaras. Já os desfiles e fantasias do Carnaval moderno, são produtos da sociedade vito-riana do século XIX.

Com duração de três dias, o Carnaval é comemorado nos dias em que antecedem a Quarta-feira de Cinzas, são os dias “gor-dos”, especialmente a Terça-feira

“Gorda”, que é o último dia antes da Quaresma.

Como saber quando será o carnaval?

Com exceção do Natal, os fe-riados eclesiásticos são calculados

a partir da data da Páscoa. O Do-mingo de Páscoa é sempre o pri-meiro domingo após a primeira lua cheia que se verificar a partir do equinócio da primavera (no hemisfério norte) ou do equinó-cio do outono (no hemisfério sul), e a Sexta-feira da Paixão é a que antecede o Domingo de Páscoa, então a Terça-feira de Carnaval ocorre 47 dias antes da Páscoa. O domingo de carnaval cairá sem-pre no 7º domingo que antecede ao Domingo de Páscoa.

E as marchinhas?

As marchinhas tiveram origem no carnaval carioca em 1920 cria-das à partir da mistura dos ritmos da polca ao one-step e ao rag-time norte-americanos. Caracteriza-se por ser uma modalidade de fundo de brejeiro, fácil de reter e dançar, e por prestar-se à crítica, à sáti-

Plumas e Paetês: elementos essenciais nas fantasias.

Você sabia? • Na França mardi gras signi-

fica gordo, nos Estados Uni-dos é sinônimo de Carnaval;

• Amaiorfestaderuadomun-do é o Carnaval de Salvador;

• Portugal carrega grande tra-dição carnavalesca, nomeada Carnavais da Ilha da Madei-ra;

• Da Ilha da Madeira saíramos imigrantes que haveriam de trazer a tradição do Car-naval para o Brasil.

ra, à galhofa. Diferente do samba que é romântico e sentimental. Muitas marchas carnavalescas pro-duzidas por cariocas, são conside-radas como clássicos da música popular brasileira, ela é sim, car-navalesca, pois em outros perío-dos do ano são tocadas raramente.

Crianças no carnaval em São Carlos. Foto: Manoel Virginio

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Março de 2009

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Saúde Bucal

Escove os dentes no mínimo 3 vezes ao dia.

Cada pedacinho do nosso corpo é único e essencial, e

por isso precisam do maior cui-dado possível. Quando falamos em Saúde Bucal pensamos logo nos nossos dentes.

ERRADO! Saúde Bucal não se trata so-

mente dos dentes, e sim da gen-giva e das bochechas também. Os grandes problemas bucais são: cáries, gengivite, entre ou-tros. A placa bacteriana é a gran-de razão para que os dentes fi-quem cariados, é uma película invisível que fica sobre os dentes e, quando em contato com ali-mentos, causa problemas como a cárie e a gengivite.

Normalmente, a cárie começa com uma mancha branca e, se não cuidar pode furar o dente, se detectado logo terá solução, mas em alguns casos podemos

até mesmo perder o dente. Já a gengivite é quando a gengiva fica inflamada, e um dos cuidados principais para prevenção é es-covar bem os dentes. A higiene bucal além de prevenir doenças na boca e nos dentes ajuda a pre-venir o mau hálito.

Dentes saudáveis são limpos e com pouco ou nenhum depósi-to de placa bacteriana. Gengivas saudáveis são rosas e firmes. Você pode prevenir essas e outras do-enças tomando alguns cuidados básicos com seus dentes como: escová-los após as refeições (pre-venindo placas e tártaros) e, se possível usar pasta dental com flúor, no mínimo duas vezes por dia, de preferência sempre depois das refeições e antes de dormir; usar fio dental ou fita dental pelo menos uma vez por dia; comer doces e beber refrigerante mode-radamente e, se possível, escovar os dentes logo em seguida; beber

Segure o fio dental entre o po-legar e o indicador deixando de 3 a 5 cm do fio entre eles. Use o polegar e indicador para guiá-lo. Mantenha o fio esticado e dirija suavemente pelo ponto de contato entre os dentes. Contorne com o fio ao redor da face do dente e faça

movimentos para cima e para baixo contra a superfície do dente e sob a linha da gengiva. Use uma seção nova de fio dental para cada dente. Não se esqueça de limpar a face atrás dos últimos dentes de cada hemi-arcada.

Posicionar as cerdas na hori-zontal ao longo da linha da gengi-va. Execute movimentos suaves de “pentear”, no sentido gengiva-dente em ambas as faces. Faça a escova-ção da arcada superior do lado di-reito para o esquerdo e da arcada inferior do esquerdo para o direito.

Nas faces oclusais dos dentes posteriores posicionar as cerdas contra a superfície de mastigação fazendo movimentos para frente e para trás.

bastante água durante o dia, pois é importante para a manutenção do fluxo salivar, que tem função de limpeza fisiológica da boca e, através de sua capacidade tam-pão, do equilíbrio do ph bucal; não deixe de ir a um dentista, ele pode estar orientando sobre as técnicas de escovação e uso do fio dental e realizando uma limpeza regular dos dentes. O interessan-te é que procure por um de seis

em seis meses no mínimo. É de-ver do governo promover a saúde da população, portanto, procure informações nos Postos de Saúde ou nas Unidades de Saúde mais perto da sua casa. Lá estarão in-dicando quais os procedimentos. Lembre-se, boca saudável é sem doenças, sem mau hálito, com boa mastigação, deglutição e co-municação, pois ela é nosso car-tão de visitas.

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Boletim Água Quente no 10

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*Maiores informações com Ana Laura ou Magaly no 16 3376-3110.

I Fórum Água Quente e Ações de Mobilização

4a Oficina de Grupos.

Participantes observam Exposição Fotográfica durante o evento.

Roda de Conversa durante o I Fórum da Bacia.

Em novembro de 2008, o Pro-jeto Água Quente realizou o I

Fórum da Bacia do Córrego Água Quente, que direcionou para a construção de um espaço de am-pliação do debate sobre as questões socioambientais locais. O evento reuniu diversos grupos e parceiros, locais e municipais, constituindo-se efetivamente como um espaço de articulação e ampliação dos canais de participação dos grupos e da po-pulação local, visando à gestão inte-grada da Bacia.

Os palestrantes convidados abordaram diferentes aspectos so-bre “Áreas Verdes Públicas”, tema escolhido para o evento, como: A importância dos espaços verdes na cidade; Lazer, Educação Ambiental e Usos Sociais das Áreas Verdes Ur-banas da Cidade de São Carlos; Ges-tão e planejamento das áreas verdes urbanas: o papel do poder público.

Após as apresentações, promo-veu-se um debate coletivo a partir dos questionamentos despertados pelas mesmas, abordando questões como a situação dos espaços verdes da Bacia, as semelhanças e diferen-ças entre estes espaços e os localiza-dos em outros bairros da cidade, as dificuldades de manutenção e fisca-lização dos espaços verdes públicos pela prefeitura municipal, os pro-blemas de planejamento relativos a estas áreas e à arborização urbana da cidade, entre outras questões.

Desta maneira, a perspectiva de trabalho desenvolvida com a reali-zação do I Fórum, esteve mais vol-tada à discussão e reflexão sobre a problemática dos espaços verdes públicos. Em maio de 2009, o Pro-jeto Água Quente irá realizar o II Fórum da Bacia, com a pretensão de aprofundar a elaboração de dire-trizes, prioridades e possíveis ações de transformação socioambiental na Bacia, criação de um novo espa-ço de participação social e articu-lação política, inclusive, para além dos limites da Bacia.

Continuando as Atividades

Dando seguimento a este proces-so de mobilização e articulação para a formação de uma rede de trabalho, que permita potencializar discus-sões e ações direcionadas à melho-ria da qualidade de vida e das condi-ções socioambientais da região, em janeiro foi realizada a 4ª. Oficina de Grupos da Bacia do Córrego Água Quente que teve por objetivo reto-mar as ações do projeto junto aos grupos atuantes da Bacia, avaliar o I Fórum da Bacia, planejar a próxima atividade “mão-na-massa” e estabe-lecer um calendário de ações para o primeiro semestre de 2009. As ofi-cinas contam com a participação de grupos atuantes na bacia, pessoas e grupos que participaram do I Fó-rum e vizinhos interessados em de-

senvolver alguma ação na região.Esta Oficina fez parte do tripé,

Oficinas – Encontros – Fóruns, es-truturado pelo Eixo de Mobilização do Projeto Água Quente para a ar-ticulação política e a mobilização de organizações locais, sendo as Oficinas de Grupos atividades pre-paratórias para encontros e fóruns, espaços de produção conjunta de grupos parceiros, momentos de discussão em grupo, encaminhar decisões e planejar ações conjuntas.

Atividade Mão Na Massa

No dia 14 de março, os grupos que compõem a rede de trabalho até o momento, Agentes Comunitários da ECO (Jd. Gonzaga e Monte Car-lo), Igreja Nossa Senhora de Gua-dalupe (Aracy I), Núcleo de Incen-

tivo à Cultura e ao Conhecimento (Aracy II), Escola Afonso Fioca Vi-talli (CAIC) e o Projeto Água Quen-te, realizarão uma atividade de cará-ter prático de intervenção em uma área verde pública da região.

O objetivo da atividade é a re-flexão, do grupo participante e da comunidade local, sobre a impor-tância dos cuidados desses espaços verdes, sensibilizando desde uma questão simbólica, como um plan-tio, um mutirão de limpeza, entre outras atividades para o uso e cui-dado das mesmas.

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Março de 2009

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Painel homenageando Maria da Penha.Mulheres que fizeram diferença.

Dia Internacional da Mulher celebração dos feitos econômicos, políticos e sociais alcançados pela mulher

No mês de março lembramos sempre das lutas femininas,

das conquistas, participação polí-tica e o papel da mulher na socie-dade.

Em 08 de março de 1857, operá-rias de uma fábrica de tecidos de Nova Iorque, nos Estados Unidos, ocuparam a fábrica realizando uma grande greve para reivindi-car melhores condições de traba-lho como a redução na carga diá-ria de trabalho, a equiparação de salários com os homens e o trata-mento digno dentro do ambiente de trabalho.

Porém, a manifestação foi re-primida com total violência, as mulheres trancadas dentro da fa-brica, que foi incendiada. Aproxi-madamente 130 tecelãs morreram

carbonizadas num ato totalmente desumano.

A homenagem

No ano de 1910, em homena-gem as mulheres que morreram na fábrica, ficou decidido que o dia 8 de março seria o “Dia Inter-nacional da Mulher”. Mas, somen-te em 1975, através de um decreto, a ONU (Organização das Nações Unidas), oficializou a data.

A data, não é apenas para co-memorações, é uma data em que o mundo inteiro realiza conferên-cias, debates e outros encontros com o objetivo de discutir o pa-pel da mulher na sociedade atual. Mesmo com a maioria da popula-ção mundial sendo de mulheres,

ainda sofrem com o preconceito e a desvalorização. Salários bai-xos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvanta-gens na carreira profissional. Hoje, podemos verificar que muito já se foi conquistado, mas ainda se tem muito o que modificar.

No Brasil

No Brasil, uma das maiores conquistas das mulheres brasilei-ras aconteceu em 24 de fevereiro de 1932, quando foi instituído o voto feminino, ou seja, o direito ao voto, assim como, se candida-tarem para cargos no executivo e legislativo.

Em defesa da mulher, em agosto de 2006, foi decretado pelo Con-gresso Nacional e sancionada pelo Presidente Lula, a lei número 11.340, conhecida como Lei Maria da Pe-nha. A Lei promove o aumento no rigor das punições das agressões contra a mulher quando ocorridas no âmbito doméstico ou familiar.

A farmacêutica Maria da Penha, que dá nome à lei, foi agredida

pelo marido durante 6 anos, que tentou assassiná-la duas vezes. Da primeira, com ajuda de uma arma de fogo, deixou-a paraplégica, e na segunda por eletrocução e afo-gamento. Somente 19 anos após o julgamento foi punido, e preso em regime fechado, por apenas dois anos.

Maria da Penha, juntamente com o Centro pela Justiça pelo Direito Internacional (CEJIL) e o Comitê latino Americano de Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM), diante deste fato, formalizaram uma denúncia à Comissão Interamericana de Di-reitos Humanos da OEA, orgão internacional responsável pelo ar-quivamento de comunicações de-correntes de violação de acordos internacionais.

A lei alterou o Código Penal Brasileiro e possibilitou que agres-sores de mulheres no âmbito do-méstico ou familiar sejam presos em flagrante ou tenham sua pri-são preventiva decretada, e não poderão mais ser punidos com penas alternativas.

Page 10: Boletim Água Quente - Número 10

Boletim Água Quente no 10

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Rede Social realiza processo de Desenvolvimento Local no bairro Antenor Garcia

A Rede Social São Carlos foi criada em janeiro de 2006,

com o fomento do SENAC São Paulo e com o objetivo de ser um espaço comum para debater, planejar e executar projetos que possam contribuir para o desen-volvimento social de São Carlos. Em 2009, a Rede Social, iniciou o processo de Desenvolvimento Local no bairro Antenor Garcia. O programa de Desenvolvimen-to Local, visa, através dos ativos da própria comunidade, criar um futuro para o bairro envolven-do aspectos ambientais, sociais, econômicos (geração de renda), de segurança, saúde e educação. Dentro do processo algumas eta-pas são realizadas, entre elas, foi construída a Governança Local da seguinte forma: as lideranças do bairro, Marta Aquino e Maria Rosa Fernandes (Agente Comu-nitária do Projeto Água Quente), após participarem do Programa Empreender para Desenvolver no SENAC, desenvolveram um Plano de Negócios para a for-mação de uma cooperativa de costura e, após capacitação re-alizada em 2008 – Oficina de Corte e Costura, mobilizaram-se naturalmente e começaram a convidar outras pessoas para iniciar o processo de Desenvol-vimento Local. Após a primeira reunião, no bairro se juntaram à elas, na Governança Local, Josa-na Freitas, Mercedes dos Santos e as diretoras da creche Estrela da Manhã, Leda Carmassi e Mi-rian Picon.

O grupo também já desen-volveu a Visão de Futuro para

os próximos 10 anos no bairro e sintetizaram em uma única fra-se:

“O Bairro Antenor Garcia será reconhecido como um bairro va-lorizado, que cresce e se moder-niza constantemente com a força da comunidade, através de for-mação de parcerias para projetos sociais e de geração de renda, for-talecendo o cooperativismo. Terá uma infra-estrutura adequada aos moradores, preservando o meio ambiente local até o ano de 2019”.

O próximo passo do processo será a realização do Diagnóstico Participativo, uma forma como as pessoas da comunidade reco-nhecem e apreendem mais sobre os seus recursos, talentos e equi-pamentos, ativos de forma geral. O que tem a oferecer em termos de saúde, educação, economia, cultura, lazer e meio ambien-te para a população. Após isso, estarão aptas a desenvolverem projetos no bairro, exercendo a cidadania e protagonismo local. Um dos principais projetos será o da Cooperativa de Costura Es-trela da Manhã, que mobilizará 25 mulheres no bairro.

O processo está aberto para toda comunidade e parceiros do bairro Antenor Garcia. Para mais informações, entrar em contato com Eduardo Cunha, pelo tele-fone (16) 2107-1055 ou por e-mail: [email protected]

*Texto encaminhado por Eduar-do Cunha moderador da Rede Social SENAC SC

1a reunião no bairro.

Integrando todos.

Bairro Antenor Garcia.

Capacitação: Oficina de Corte e Costura.

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Texto produzido pela Equipe da INCOOP. Mais informações: 16 [email protected] - www.incoop.ufscar.br

INCOOP inclusão e inserção de novos parceiros

Atuando desde 1999, a Incuba-dora Regional de Cooperati-

vas Populares (INCOOP) é um Programa de Extensão e está vin-culada à Pró-Reitoria de Extensão (ProEx) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Atua com comunidades rurais e urba-nas, promovendo a incubação de empreendimentos econômicos autogestionários, aliando produ-ção de conhecimento, intervenção e formação de profissionais.

Atualmente, desenvolve essas atividades com a perspectiva de desenvolvimento territorial, am-pliando, consolidando e forman-do redes de empreendimentos e iniciativas de Economia Solidá-ria. Constitui objetivo prioritário dessas Redes o atendimento às necessidades da população local, de forma sustentada e sustentável, visando à geração de renda por meio de trabalho coletivo. Duas áreas no estado de São Paulo são territórios-alvo dos projetos em desenvolvimento pela INCOOP:

uma urbana, envolvendo os bair-ros Jardim Gonzaga e Jardim Mon-te Carlo, em São Carlos, e uma rural, no Assentamento Fazenda Pirituba, em Itapeva. A estratégia de desenvolvimento desses proje-tos é partir dos empreendimentos solidários já existentes nessas áre-as, tornando-os protagonistas do processo, identificando necessi-dades, recursos e potencialidades para a criação de novos empreen-dimentos e iniciativas, bem como para ações de melhoria da quali-dade de vida no território.

Identificação e articulação de outros atores sociais com interesse e possibilidade de serem parceiros nesses projetos, bem como obten-ção e sistematização de informa-ções sobre o território foram as principais atividades realizadas até o momento. A incubação e o apoio para a organização de novas iniciativas, já identificadas como possíveis e desejáveis nessa etapa inicial, serão as atividades primor-diais no próximo período de im-

plementação do projeto, incluin-do a continuidade de inserção de novos parceiros. Que cada família moradora nos territórios-alvo dos projetos tenha, pelo menos, um de

seus membros participando, com renda, de uma iniciativa do Eco-nomia Solidária é a meta proposta para os próximos dois anos.

Feira de Troca ACIEPE.Assembléia Cooperlimp.

Seminário FAPESP.

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Boletim Água Quente no 10

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Seção Escola

É hora de planejar!Olá! Salve 2009!

Mais um ano se inicia e nós, da EMEB Artur Natalino

Deriggi, estamos prontos para uma nova etapa de boas realiza-ções em nossa escola. Em 2008 tivemos muitos motivos para co-memorar: projetos interessantes foram desenvolvidos, parcerias realizadas, tratamos bem o nos-so meio ambiente, falamos sobre diversidade cultural, sobre saúde, cuidamos da nossa horta escolar, conversamos sobre os recursos naturais, realizamos a Conferên-cia do Meio Ambiente, escreve-mos matérias para este Boletim... ufa! Quanta coisa!

Vamos relembrar alguns fatos marcantes do nosso ano letivo re-lativos às questões socioambien-tais?

Nas aulas de Ciências, por exem-plo, os alunos tiveram a oportuni-

Cuide bem da natureza

Hoje acordei cedo, contemplei mais uma vez a natureza.A chuva fina chegava de mansinho.

O encanto e aroma matinal traziam um ar de reflexão. Enquanto isso, o meio ambiente pedia socorro.

Era o homem construindo e destruindo a sua casa. Poluição, fome e desperdício deixam o mundo frágil e degradado.

Dias mais quentes aquecem o “planeta água”.Tenha um instante com a paz e a harmonia.

Reflita e preserve para uma consciência coletiva.Ainda há tempo, cuide bem da natureza.

(Gleidson Mel, texto disponível em http://www.pensador.info)

Texto produzido pela Profa. Sa-brina Amorim, Coordenadora Pedagógica da Escola.

dade de aprender brincando como o jogo “Água e Qualidade de Vida”. Junto com a professora Pietra Mori os estudantes se reuniram em grupos e tiveram que respon-der perguntas de múltipla escolha referentes à relação da água com a qualidade de vida das pessoas, le-vantando placas indicando as al-ternativas que julgavam corretas. A cada acerto o grupo movia uma peça num tabuleiro, sendo vence-dores os que realizaram primei-ro o trajeto completo sobre este mesmo tabuleiro. E tudo isso feito após uma criteriosa reflexão sobre a temática. Legal, não é?

A professora Pietra e o profes-sor Alexandre Monte, de Língua Portuguesa, também orienta-ram um debate sobre queimadas, efeito estufa e outros problemas socioambientais numa interes-

sante roda de conversa que re-sultou na produção de um texto publicado aqui, neste Boletim! Mais no final do ano, em outubro, realizamos um dos mais bem su-cedidos projetos de nossa escola: a Feira de Ciência & Tecnologia. Num grande evento envolvendo toda a equipe escolar foi elabora-do pelos alunos uma série de tra-balhos de diferentes temas, sendo que, mais uma vez, lá estava nossa preocupação com natureza e qua-lidade de vida exposta num stand sobre as plantas e os chás que tra-zem benefícios à nossa saúde, tra-balho este orientado pela profes-sora Juciara Nodare Éler, também de Língua Portuguesa.

Com essa retrospectiva de al-gumas das atividades realizadas em nossa escola esperamos que vocês estejam ansiosos em saber o

que vem por aí, neste ano de 2009. Toda a equipe escolar tem se reu-nido e discutido os caminhos a se-rem trilhados no intuito de fazer da unidade escolar um espaço de aprendizado, reflexão e ações que visem melhorar a qualidade de vida e as condições socioambien-tais aqui na nossa região. Agora, portanto, é hora de planejar!

Para “aquecer nossos motores”, sugiro a leitura do poema a seguir, de Gleidson Mel.

Encontramo-nos na próxima “Seção Escola” com as novidades que estamos planejando.

Até breve!

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Seção Escola

Venha ser um (a) voluntário (a) você também!! Ligue para 3375-2626 e fale com Juliana ou Da-nielle.

A proposta de transformar a EMEB Janete Maria Martinelli

Lia em uma Comunidade de Apren-dizagem surgiu em 2005, com o ob-jetivo de aproximar a comunidade e a escola e desenvolver aprendizagem de máxima qualidade para todas as pessoas que estudam nela e para as pessoas do bairro. Desde então, te-mos desenvolvido atividades para favorecer a aprendizagem e a convi-vência respeitosa entre todas as pes-soas da escola e do bairro, contando com a ajuda de voluntários/as e to-mando como base os princípios da aprendizagem dialógica:DIÁLOGO IGUALITÁRIO: Entendemos que todas as pessoas têm coisas importantes a dizer, por isso merecem ser ouvidas e respei-tadas.INTELIGÊNCIA CULTURAL: Cada pessoa já sabe e conhece mui-tas coisas e é capaz de aprender tudo o que quiser.DIMENSÃO INSTRUMENTAL: Saber ler e escrever muito bem, co-nhecer a matemática, a informática e tantas outras coisas, é fundamen-

tal para se viver no mundo hoje e a escola não pode se esquecer disso.SOLIDARIEDADE: Para construir a escola que quere-mos, vamos ter que trabalhar jun-tos.TRANSFORMAÇÃO: Quando nos propomos a fazer todas essas modificações, não transforma-mos somente a escola ou o bairro mas também nossa vida.

Atividades desenvol-vidas na escola:

GRUPOS INTERATIVOS:São uma forma de organização da aula, que implica a divisão da tur-ma em pequenos grupos, os quais serão acompanhados por colabora-dores voluntários. O professor da sala prepara as atividades e orienta os voluntários. A atividade ocorre uma vez por semana e dura uma hora e meia. Funciona com um grupo de 4 ou 5 pessoas voluntárias que auxiliam o professor nas ativi-dades por ele elaboradas. Divide-se

Em comunidades de aprendiza-gem, muitas outras atividades po-dem ser realizadas na escola, não só para as criancas mas também para as pessoas adultas do bairro. Só precisamos sonhar e juntar for-ças para realizar nossos sonhos!

Comunidades de Aprendizagemescola é bairro e bairro é escola

Grupo Interativo.

a sala em 4 ou 5 grupos de crianças e cada grupo recebe o apoio de uma pessoa voluntária. Essa pessoa esti-mula os alunos a resolverem as ati-vidades por um determinado tempo. Finalizado o período, o aluno troca de grupo e de atividade. Aqui na es-cola muitas salas já desenvolvem os grupos interativos e muitas outras esperam por voluntários para dar início a esse trabalho.INTELIGÊNCIA CULTURAL: BIBLIOTECA TUTORADA: Todas as segundas-feiras, das 17h 30min às 19h, a biblioteca fica aber-ta para atender crianças, familiares, alunos da EJA, adolescentes e pes-soas do bairro que precisam estu-dar, fazer pesquisas e realizar tare-fas escolares. Há também a hora da leitura ou do conto que tem como objetivo estimular a aprendizagem de todas as pessoas. Para isso, con-tamos com a ajuda de pessoas vo-luntárias para o atendimento. Atu-almente, a Biblioteca Tutorada da Escola Janete Lia conta com a ajuda de duas colaboradoras, mas está aberta a receber novos voluntários.Todas as pessoas são diferentes e têm o direito de serem respeitadas em suas diferenças.CRIAÇÃO DE SENTIDO: As transformações dão um novo sentido às pessoas que trabalham na escola, às crianças e às pessoas adultas que compartilham do mes-mo ambiente.IGUALDADE NAS DIFERENÇAS: Todas as pessoas são diferentes e têm o direito de serem respeitadas em suas diferenças.

O que faz o (a) voluntário (a)?Quem se propõe a ser voluntá-

rio em Comunidades de Apren-dizagem pode se oferecer para trabalhar em atividades que já acontecem na escola, como os Grupos Interativos e a Bibliote-ca Tutorada, ou para uma outra atividade de que tenha conheci-mento e queira ensinar a outras pessoas, como inglês, informá-tica, artesanato, culinária, artes (dança, canto etc.), esportes etc.

Quem quer ser voluntário não precisa participar em todas ou diversas atividades, mas somen-te naquelas em que se propuser a realizar e se tiver disponibilidade! Se, no decorrer do ano, não puder, por qualquer motivo, continuar o trabalho, basta avisar a escola para que ela se organize na busca de outras pessoas.

Enquanto estiver trabalhando conosco, é importante lembrar:• de avisar a professora ou al-

guém da escola com antece-dência se precisar faltar algum dia da atividade, pois isso nos ajuda a buscar substitutos, evi-tando, assim, o cancelamento do trabalho;

• de chegar no horário das ati-vidades para não atrapalhar a rotina da escola e das pessoas que esperam pela atividade;

• de cuidar das relações comtodas as crianças e pessoas da escola, garantindo uma convi-vência respeitosa entre todos e todas.

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Boletim Água Quente no 10

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D I V I R T A - S E !Software Livre: o que e para que?Software livre é qualquer pro-

grama de computador que pos-sa ser modificado sem nenhuma restrição, pois sua licença permite esse uso devido ao seu modelo de desenvolvimento, onde qualquer pessoa tem acesso ao seu código-fonte (linguagem de programação de que são constituídos). Os sof-twares livres são analisados por milhares de pessoas ao redor do mundo, de modo que erros e bre-chas de segurança são detectados muito mais rapidamente, e corri-gidos num espaço de tempo mui-to menor, uma vez que qualquer pessoa pode corrigir o problema e publicar na internet a solução. Além disso, esses códigos podem ser alterados para quaisquer ou-tros usos, como adaptá-los para um trabalho específico.

O conceito de software livre se opõe ao do software proprietário, que tem cópia, distribuição e mo-dificação proibidas pelo seu autor e/ou distribuidor, como o Windo-ws, o Microsoft Office, entre ou-tros. Não seguir quaisquer uma

destas proibições implica em in-fringir à Lei de Direitos Autorais e ser devidamente penalizado por isso.

As licenças dos softwares livres se baseiam no direito que cada criador tem de disponibilizar sua obra, neste caso, um programa de computador, para que outras pes-soas tenham acesso a ela (o acesso é seu código fonte) sem ter que pa-gar nada por isso, contribuindo as-sim para a produção e a democra-tização do acesso a bens culturais.

Software livre não implica necessariamente em ser gratui-to, pois pessoas gastam tempo e energia em sua elaboração, e nada mais justo que, se desejarem, se-jam remuneradas por este traba-lho. Isso significa que se você tem um software de licença livre pode instalá-lo em quantos computa-dores quiser e se você modifica esse software, adaptando-o para outras necessidades, por exemplo, pode distribuí-lo, ou ainda vendê-lo sem infringir qualquer lei.

A informática tem assumido

Pontão de Cultura Digital: Nós DigitaisA Teia - casa de criação, a partir da sua própria experiên-

cia de migração de softwares proprietários para softwares li-vres, elaborou um projeto para concorrer ao edital do Minis-tério da Cultura destinado à criação de Pontões de Cultura Digital. Este projeto foi classificado entre os mais bem pontua-dos e foi contemplado na segunda chamada para conveniamentos. O Pontão de Cultura Digital Nós Digitais tem como objetivo central capacitar até 50 Pontos de Cultura do estado de São Paulo, para que administrem e gerenciem sua próprias redes de software livre. O Pon-tão também realizará um mapeamento da utilização de software livre nos pontos capacitados, além de um Encontro Estadual de Conheci-mentos Livres na cidade de São Carlos.

O pingüim Tux, mascote do software livre Linux.Richard Matthew Stallman, introdutor dos conceitos de software livre.

um papel cada vez mais impor-tante em nossas vidas, e pensar em inclusão digital e na demo-cratização do acesso fica inviável quando pensamos em softwares proprietários. O uso de softwares

livres além de baratear custos, já que softwares proprietários tem onerosas licenças, contribui para a diminuição da pirataria e incen-tiva o desenvolvimento tecnológi-co local.

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D I V I R T A - S E !

m o d o d e p r e p a r oAmasse as bananas e misture todos os ingredientes, fazendo uma massa consistente. Unte a frigideira com o óleo e, com o auxilio de uma colher, divida a massa em porções, em formato arredondado, dou-rando dos dois lados. Sirva com açúcar polvilhado.

Dica: se desejar, acrescente canela em pó.

Rendimento: 8 porçõesTempo de Preparo: 30 minutos

*Receita retirada do Programa Alimente-se Bem do SESI

Você sabia?A banana é a fruta mais popular do Brasil. Tem alto valor nutritivo, rica em açúcar e sais minerais e vitaminas. Fácil de digerir, pode ser consumida por crianças à partir de 6 meses de idade. Fica gostosa em: salada de frutas, bolos, tortas, vitaminas, mingaus, farofas, etc.

i n g r e d i e n t e s

3 bananas nanica ✓ 9 colheres (sopa) de farinha de trigo ✓1 ovo ✓ 1 colher (chá) de fermento em pó ✓meia xícara (chá) de leite ✓ 1 colher (sopa) de óleo ✓6 colheres (sopa) de açúcar ✓ 1 colher (sopa) de açúcar para polvilhar ✓

Crepe de banana

P A L A V R A S C R U Z A D A S 1. Eixo do Projeto Água Quente que mobiliza pessoas para atuação.2. Indispensável à vida.3. Grupo de indivíduos que vivem em comum ou têm os mesmos interes-ses e ideais políticos, religiosos etc.4. Parte da laranja usada para fazer chá.5. Lixo no (?).6. Ciência que estuda o meio ambiente.7. Local onde vivemos no universo.8. Árvore que aparece nessa edição do boletim.9. Empresa brasileira que patrocina projetos em diversas áreas.10. Preparar a terra para o Plantio.11. (?) Global.

*respostas na próxima edição

Visite: http://borgescartoon.blogspot.com/

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Boletim Água Quente no 10

Patrocínio:

F A L A P O V O

Elton NascimentoNICC – Núcleo de Incentivo a Cultura e ao Conhecimento

“Em todas as áreas é fundamen-tal o trabalho em rede, facilita que o trabalho siga no mesmo caminho e objetivo. Somar for-ças e valores, entre os que estão na rede e os que estão fora dela mas que represen-tam a comunidade, é fundamental para que o pro-duto final do trabalho seja mais coerente e tenha uma eficácia maior. Sozinho você pode achar que não consegue tomar a frente, mas quando se soma forças se trabalha com potencialidades. O trabalho em rede uni pessoas, bairro, escola, ONGs e insti-tuições.”

Israel R. AlmeidaNICC – Núcleo de Incentivo a Cultura e ao Conhecimento

“A importância do trabalho em rede é a procura por idéias e a formação de uma opinião geral. É difundir melhor a idéia do eco-lógico, da necessidade de intervir em grupo, conscientizar a população em volta. Em um trabalho em rede não se pode deixar acontecer a manipulação de idéias, ninguém fica esperando ninguém fazer. A idéia em si é melhor trabalhada, se você esta em grupo você tem como intervir me-lhor... é como uma teia... um vai puxando o outro. Voce procura soluções, para e pensa no que todos pensam, deixando a idéia coesa.”

Jeyse MacedoParóquia Nossa Senhora de Guadalupe

“Eu acredito que este trabalho em conjunto possibilita bastante conhecimento, troca de infor-mações e valores. Gera uma in-

tegração legal. Se ficamos no bairro, fechados, sem nenhuma mobilização de grupos, ficamos sem pos-sibilidades de mostrar o que fazemos e o que quere-mos. O elo que se desenvolve e se cria com as entida-des também é muito importante para apresentar os resultados de cada uma.”

Magaly MarquesProjeto Água Quente

“A principal questão do trabalho em rede é a possibilidade que temos de estabelecer parcerias para ampliar nossas ações. Tro-cando experiências podemos aprender com outros grupos e

também somar esforços para atingir nossos obje-tivos.”

Ana Laura HererraProjeto Água Quente

“Trabalhar em rede é reunir-se com pessoas ou grupos, trocar e socializar informação, conheci-mento e interesses em comum. É importante, pois permite conhe-cer outras experiências de traba-

lho, aprender com outros e juntar forças e energias numa ação conjunta para transformar uma realida-de e/ou mudar uma determinada situação.”

Pedro C. Teixeira de SouzaONG Espaço Cidadão

“Com relação ao trabalho em rede é muito importante, é como uma colméia onde cada um faz a sua parte objetivando um todo. É importante as entidades esta-rem se entrelaçando umas com as outras, na interação, na troca de informações, no intercâmbio com relação a problemas específi-cos principalmente.”

*Todos os entrevistados representam a Rede que esta sendo formada na Bacia do Água Quente.

Porque trabalhar em Rede?Já existem muitas pesquisas de empresas afir-

mando que quanto mais pessoas um indivíduo mantiver contato, mais chances de sucesso ele terá em sua carreira ou em seus negócios. Esses conta-tos de uma pessoa formam sua rede.

Uma grande mudança na visão sobre a socieda-de vem ocorrendo nos últimos anos com o cres-cimento do trabalho em rede, principalmente o que constrói redes sociais. As redes sociais são surpreendentes. Surpreendem e até chocam quan-do dizemos que a rede social não é nada mais do que a sociedade: você, eu, o comerciante, o em-presário, o professor, as escolas, os gestores públi-cos e todos os outros agentes, como instituições do terceiro setor, pais, filhos, todos que desejam participar e participam. Trabalhar em rede signi-fica sempre ter algo a melhorar, é ação o tempo todo, realizadas a partir das demandas que sur-gem, com gentileza e dedicação.

Em geral, as pessoas “entram na onda” das redes porque acham que descobriram um novo modo de chamar a atenção para si próprias, para suas idéias ou para seus produtos e se frustram. Toda essa curiosidade é legítima, mas a questão está na atitude de cada um. Cada membro da rede é um participante único, insubstituível, totalmente personalizado, que deve ser tratado sempre pelo nome, valorizado pelo que tem de peculiar, inclu-ído pelo reconhecimento de suas potencialidades distintivas. Então, as pessoas devem estabelecer comunicações pessoais entre si, uma a uma. As re-des sociais convertem competição em cooperação, são possibilidades de exercício da democracia.

O Projeto Água Quente fomenta o fortaleci-mento e o crescimento da rede social dos morado-res da Bacia do Água Quente. Vêm desenvolven-do diversas experiências buscando criar amplos espaços educativos, estruturados por uma rede que una toda a comunidade, amplie as possibili-dades de aprendizagem e melhore a qualidade de vida urbana.

“Ter sempre presente que, fazer rede é fazer ami-gos. Tão simples assim.” Augusto de Franco