bokar porta sentido definitivo

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  • 7/30/2019 Bokar Porta Sentido Definitivo

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    Bokar Rimpoche

    A Porta do Senso Definitivo ( A porta da Verdade Absoluta)Traduo em Francs de Tcheuky Sngue

    Traduo em Portugues de Migiur ChdronReviso do texto de Tibetano para Portugus de Naljorpa Karma

    Zopa Norbu

    A Natureza que emana do sansara e do nirvana:A Clara Luz OSanto Lama mostra o modo de ser : A Clara Luz. Possam os

    afortunados que praticam o Mahamudra Clara Luz setornarem Budas de corao elevado:

    Bokar Rimpoch

    ApresentaoBokar Rimpoche, nasceu no Tibet ocidental em 1940, considerado por seus pares um dos grandes mestresatuais de meditao, e comps para seus discpulos um breve texto que apresentamos aqui sobre o ttulo deA porta do senso definitivo.Breve e denso, a obra se apresenta como um condensado de uma obra do 9O. Karmapa chamado, Ooceano do senso definitivo.Os Karmapas so conhecidos no Tibet como os Dalai Lamas; formam uma linhagem de mestresreencarnados, encabeando a ordem dos Karma Kagyupa do Budismo Tibetano depois do sculo XII. Eles

    so os herdeiros diretos de Tilopa, Naropa, Marpa e Milarepa.O 9 Karmapa, Wangchouk Dorj ( 1556-1603 ) comps muitos tratados de meditao e o mais completo eo mais famoso foi O oceano do senso definitivo (Ngdeun Gyamtso). Este texto volumoso, que noexiste traduo para os ocidentais no presente momento, na ordem Kagyupa, um grande clssico; estetratado utilizado pelos Lamas professores de meditao.O termo senso definitivo, (ou verdade absoluta) contem dentro do ttulo das obras que ns apresentamos,designado para a compreenso direta, para experincia, da natureza absoluta da mente, alm do psquico ede suas flutuaes, alm dos conceitos e das emoes, alm do nascimento e da morte, do espao e dotempo. Ele utilizado em paralelo com o termo senso pedaggico ( ou verdade pedaggica) que se refereaos mtodos utilizados, dentro do psquico e do conceitual, para favorecer a aproximao do sensodefinitivo.

    O senso definitivo deu lugar verdade absoluta e ao conhecimento, assim como o sentimento pedaggicodeu lugar verdade relativa e a outros meios.O senso definitivo ainda equivalente ao Mahamudra, nome snscrito que significa grande senso ou grande smbolo.

    Bokar Rimpoche introduziu estes termos.O sujeito de nosso estudo o Mahamudra. O Mahamudra tambm o esprito.

    Ns chamamos de esprito o que conhecemos, o que sentimos e o que produzimos: a dor, a felicidade, ospensamentos, as sensaes, os sentimentos, etc. este esprito que vamos estudar e sobre ele vamostrabalhar.

    No devemos olhar o Mahamudra como uma outra realidade, como qualquer coisa de superior, mas como

    algo que teremos como base.O Mahamudra no est no cu, pois estamos sobre a terra.O Mahamudra no alheio, ns nunca estamos separados dele.

    No entanto, ns no o reconheceramos.

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    As instrues sobre o Mahamudra no tm como funo levar-nos a qualquer coisa nova, mas deintroduzir-nos ao que j temos.Quanto meditao do Mahamudra, ela nos permite habituar-nos interiormente, ao que devemos descobrir,sobre as instrues e a maneira que podemos desenvolver-nos continuamente.O nome tibetano tchagya tchnpo, significa Mahamudra, definido como designar a natureza do esprito,clara luz e vacuidade, que engloba todos os fenmenos do sansara e do nirvana.O texto de Bokar Rimpoche bem conciso, e sua leitura, por um novo leitor, deixa uma forte impresso degrande obscuridade. A funo da porta do senso definitivo no por efeito, de propor osdesenvolvimentos e os esclarecimentos sobre a meditao e sobre o desenrolar do Mahamudra, mas, bemcedo, de servir de ajuda memria para aqueles que j foram engajados sobre este caminho.Redigida em verso, a obra se presta de ajudar os voluntrios recitao ou memorizao. Ele dirigidoaos discpulos (para responder todas as duvidas e perguntas que Bokar Rimpoche a compoz , permitindofacilmente de se rememorar os diferentes aspectos da vida, mostrando-lhes o lugar exato de cada elemento,os convidando a progredir e para os aprofundar em sua compreenso.A traduo do texto foi feita a pedido e com a ajuda de Bokar Rimpoche. Principalmente destinado aosdiscpulos que seguem os seminrios de aprendizagem de meditao que Bokar Rimpoch organizouregularmente na ndia (veja a apresentao dos seminrios no final desta obra), ela interessa igualmente atodos que esto engajados sobre o profundo caminho do budismo assim como os estudantes da lnguatibetana.A traduo que ns propomos se esfora de chegar o mais prximo possvel do texto tibetano. Quando hnecessidade, ns optamos para efeito de traduo de termos tcnicos por equivalente literrio, evitando asinterpretaes.Estes termos no so explicados aqui e o leitor pode se familiarizar com eles se reportando s explicaesdo Petit Lexique Claire Lumire du Bouddhisme Tibetain ( edio Claire Lumire).

    Apesar de todos os cuidados que ns temos com as tradues, no impossvel que possamos escorregarem alguns erros dentro de nossa traduo. Ns agradecemos antecipadamente todas as pessoas que osdetectaram, aqui ou ali, ns gostaramos de ouvir as observaes.

    Tcheuky Sngu - ( Franois Jacquemart)

    A ABERTURA DA PORTA DO SENSO DEFINITIVO.Apresentado sobre uma forma fcil de utilizar Uma verso concisa que resume o senso do Oceano doMahamudra Senso definitivo.

    Nomes agradveis, sentido profundo, alta filosofia: No enfraqueam nem vossos corpos nem vossosespritos para tentar obter O Dharma. Os ensinamentos que vocs receberam de acordo com vossacapacidade, ajuda a confiar em vs mesmos e pratic-los:isto ser bem aventurado para vosso esprito.Bokar Rimpoch

    A abertura da porta do senso definitivo Apresentada de forma fcil para utilizar Uma verso concisa queresume o senso do O Oceano de Mahamudra- senso definitivo

    Preliminares

    I Preliminares ComunsPreciosa existncia humana / Morte e impermanencia / Lei da causa e do efeito / Natureza defeituosa dosansara

    II Preliminares especficas

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    Refugio e bodhichita / Vajrasatva / Oferenda de mandala / Guru yoga

    III Preliminares ParticularesFator causal , Fator principal . O Mestre pessoa humana / O Mestre Palavra Elevada / O Mestre aparnciassimblicas / O Mestre ele mesmo absoluto / Fator objeto / Fator imediato

    Corpo Da Pratica - I PacificaoPrincpios Gerais / Postura fsica fundamental / Atitude fundamental do esprito / Mtodos particulares1- Fixar o esprito no fixoCom objeto / exterior / impuro / puro2 interiorSem objeto / Sobre a respirao

    2 Estabilizar o esprito fixoA Ligar o esprito / 1 a cima / 2 a baixo / 3 A pratica da alternnciaB As nove maneiras de estabilizar o esprito.

    3 - Enriquecer a estabilidade - II Viso Superior1 Olhar o modo de ser da mente 2 Resolver a indeciso 3 Chegar concluso da vacuidade daconscincia

    A - Introduo a partir do movimento - B - Introduo a partir das aparnciasa - As aparncias do esprito - b - O esprito vacuidade - c - A vacuidade auto existente - d - A auto -

    liberao auto existncia

    Ps Pratica - I Enriquecimento1 Eliminao das 5 idias falsasafastar as idias falsas sobre os objetos / afastar as idias falsas sobre o tempo / afastar as idias falsassobre a essncia / afastar as idias falsas sobre a natureza / afastar as idias falsas sobre o conhecimento

    2 Exercitar as trs habilidadesser hbil para comear a meditar / ser hbil para fazer a meditao / ser hbil para preservar a meditao

    3 Eliminar os erros e os extravios

    A- Os errosO erro sobre a vacuidade / O erro sobre o ( selo) / O erro sobre o antdoto / O erro sobre o caminhoB Os engajamentos

    4 A liberao dos 3 atalhos perigososA vacuidade se elevando como um inimigo / A compaixo se elevando como inimigo / A causa seelevando como inimiga do resultado

    II Eliminao dos Impedimentos1 As doenas 2 Os espritos malignos 3 Dentro da meditao

    III A Progresso1 Ateno nica 2 No produo 3 nico saber 4 - No meditao

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    Correspondncia entre as 4 yogas e os caminhos

    IV Atualizao dos resultadosOm Soti.O Lama, as divindades e nosso prprio esprito indissolveis esto num estado natural. Em todosos tempos, me prsto, eu me coloco inteiramente sobre vossa proteo.Dentro do esprito de ajudar aos que desejam seguir o mahamudra concomitante aplicadoque oOceano do senso definitivo, ns extramos a estrutura do texto e, para o facilitar a aproximao assimcomo a progresso meditativa que lhe apresentada, ns compusemos aqui um verso conciso resumindo ossenso, que tambm uma combinao da recitao e de meditao, ditos em um resumo claro.Ele se divideem trs partes: as preliminares, o corpo da pratica e as ps pratica.

    PRELIMINARES - Preliminares Comuns

    1 A liberdade, as qualificaes e a dificuldade de obter a Existncia Humana.Namo Gourou Bya. Aquele que quer praticar corretamente o Santo Dharma deve abandonar as distraes ea partir de ento meditar assim: o suporte excelente, proveniente das oito liberdades e das dez aquisies,difcil de se obter, extremamente til, e possui o mesmo valor que o jogo que escuta os desejos. Maisraro ainda o corpo-vajra e os seis elementos que, graas ao vajrayana, produz possvel realizao de seElevar em uma s vida. A dificuldade de se obter a existncia humana explicada pelas coisas, ascomparaes e os nomes. Quando bem mesmo a obtemos, ela facilmente destruda; isto porque, desdehoje, ns no nos fazemos consagrar nossos esforos unicamente para a pratica do Dharma.

    2 A Morte e a ImpermannciaTodos os fenmenos compostos, exteriores e interiores, receptculo e seiva, como o mostram os quatro

    resultados, no permanecem mesmo um instante. A vida dos seres, muito particularmente, igual a umachama exposta ao vento ou bem a uma bolha sobre a gua. Temos certeza que vamos morrer; porem que omomento em si incerto, eu morrerei muito breve. As causas da morte so nobres e, bem que eu nodeseje, eu morrerei. Ningum tem o poder de repelir a morte. O momento da morte experimentado deintolervel sofrimento; no existe agora outro refgio que o Santo Dharma. Por conseqncia,contemporizar, engendrar o desencantamento. Pensemos que o tempo curto e consagremo-nosardentemente virtude.

    3 A Lei da Causa e do EfeitoUma vez morto, parecemos um lampio cujo leo se acabou. Onde para retomar o nascimento, no ofazemos livremente, mas certo que, sem poder exercer o controle, estaremos entrando na lei do Karma.

    dito que, de uma maneira geral, as diversas manifestaes, alegres ou dolorosas, so frutos dos atospositivos e negativos. Do cumprimento dos dez atos positivos vem o nascimento nos mundos afortunados edos dez atos negativos, cumprindo suas influncias dos fatores pertubadores, vm os nascimentos nosmundos infortunados. Refletiremos de maneira detalhada a estes processos. Em breve, j que nsexperimentaremos um dia, sem que isto se apague, o resultado da maturidade karmica do que nsdeveramos cumprir, examinaremos minuciosamente a cincia de nossa prpria conscincia a fim deaplicar corretamente uma perfeita discriminao entre os atos positivos e negativos.

    4 A Natureza Defeituosa do Samsara.J que nascemos dentro dos seis mundos cclicos das trs esferas, estamos continuamente atormentados

    pelas trs sortes de sofrimentos. Sofrimentos atrozes e muito longos dos infernos quentes e frios, dos

    espritos vidos suportando a fome e a sede, dos animais se entre devorando. Os homens sublimando ossofrimentos da nascimento, da velhice, da doena, da morte e de outros, dos semi deuses questionadores edos deuses da transmigrao e da queda. Refletiremos de uma maneira, j que os sofrimentos soexperimentados, de maneira a rejeitar como um alimento embebido de veneno, as felicidades e os bens

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    insignificantes do vir a ser. O sansara parecido a um braseiro: estejamos determinados no dia de hoje, deaplicar um mtodo que, de maneira certa, nos libere.

    Preliminares Especficas: Dentro das quatro preliminares especficas temos:- a explicao da prece do refugio e da gerao do esprito elevado, so que fazem de nossa conscincia umreceptculo adequado, ou ainda plasmado, de todos os atos, sobre a via da liberao;- a meditao e a recitao do mantra de Vajrasatwa que nos purifica dos atos negativos e dos vus;- a mandala que conclui as duas acumulaes;- a explicao do Guru Yoga que faz com que recebamos rapidamente a graa.

    1- A Prece do Refugio e a Gerao do Esprito Elevado.No procuramos outro refugio do que as Trs Jias para nos proteger do sofrimento do samsara. Quando,em companhia de todos os seres do universo, tomamos refugio, ns fazemos a visualizao seguinte:Diante de ns no espao, aparece a Nobre rvore do Desejo que se divide em cinco braos. Sobre o braocentral est sentado, sobre um trono de lees, um lotus e a lua, o Lama Raiz, o soberano Vajradhara,

    possuidor perfeito de todas as marcas e sinais psquicos, radiante e resplandecente. Acima dele, os Lamasda linhagem esto dispostos, um do lado do outro; a seguir, em cima, a direita, a trs, e a esquerda, seencontram respectivamente os Yidans, os Budas, o Dharma, e a Sangha, como um amontoado de nuvens.

    Ns mesmos e todos os seres, desde que ns procuramos a perfeita Elevao, ns tomamos refgio Neles ens engendramos o sublime esprito elevado. Por fim, o lugar do refgio, reabsorvido em luz, que sefundem nas trs portas; ficamos agora dentro da essncia do estado natural.

    2 Meditao e recitao do mantra de VajrasattvaTodos os atos negativos e todos erros dos vus, os quais foram acumulados depois de tempos sem comeo,so neutralizados pelas quatro foras. Sublimado ento, com a fora diligente, como um completo antdoto a meditao de Vajrasattva acompanhada da recitao de seu mantra. Para no acompanhar, ficando emnossa forma ordinria, ns imaginamos que, acima de nossa cabea est o lama Vajrasattva, de cor branca,tendo na sua mo direita, ao nvel do corao, um vajra de cinco pontas, na sua mo esquerda, colocadasobre o colo, um sino; Ele est sentado na postura de bodhisattva. Ns visualizaremos seu corpo comodesprovido de sua natureza prpria, bem como de sua aparncia.Dentro de seu corao, sobre um disco lunar, as cem slabas esto dispostas em crculo em volta da letraHOUNG. De l escorre um nctar que entra em ns pelo orifcio de Bhrama; ele nos purificacompletamente dos erros e dos vus. Depois nos endereamos de novo aos ps de Vajrasattva e com ele

    nos regozijemos, dizendo: Vs sois puro de todos os erros e de todos os vus. Assim, ele nos revigora.Ele se dissolve em seguida em luz e se funde a ns.Ns nos tornamos um com este trs Vajra.

    3 Oferenda de MandalaGraas ao mtodo sublime de oferenda do universo so acompanhados das duas acumulaes de mrito ede sabedoria. Para isso, preciso uma mandala seja acompanhada de um material precioso que no possuanenhum defeito; visualizemos como estando num palcio inestimvel dotado de todas as caractersticas.Noseu centro esto os Lamas Razes da linhagem, nas quatro direes os Yidam, os Budas, o Dharma e aSangha assim como os dakas, as dakinis e os protetores de sabedoria. Os visualizamos perfeitamente, nssomos ns mesmos em face a Eles; tendo a mandala de oferenda, ns oferecemos, os feitos que aparecemem nosso esprito, as mirades do Monte Meru, os continentes e os sub-continentes, nosso corpo, nossos

    bens, nossa acumulao positiva, tudo isto , sem exceo, ns imaginamos assim com todos os seres douniverso. Pelo poder dessa oferenda, as acumulaes sero aperfeioadas. As divindades que se regozijam,se enchem de luz e se fundem em ns: ns no somos mais dois.

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    4 Guru YogaEmbora os fundamentos de todas as qualidades e, particularmente, embora os mtodos sublimes pararealizar a verdade ultima, o Mahamudhra, no existe outra que a graa de um Lama glorioso. por isto, afim de completar seu yoga, ns nos visualizamos ns mesmos sobre a forma do Yidam. Acima de nossacabea est o Lama raiz, o soberano Vajradhara. Acima dele esto os Lamas da linhagem dispostos emdegraus. Ele envolto agora pelos yidans, os Budas e os Bodhisattvas, os dakas e as dakinis e os protetoresde sabedoria. Ns lhes ofertamos com as oferendas e ns rezamos com muito fervor. Por esta fora, ocrculo se funde na figura principal e aqui se forma a unio de todos os lugares do refugio. Ns pedimosento que nos seja conferida as iniciaes e obtemos assim essas iniciaes. Ns somos purificados dosquatro vus e a graa dos quatro Corpos colocada sobre ns. Depois, o Lama, regozija, se dissolve em luze se funde em ns. Permanecemos estveis dentro do estado de Mahamudhra.

    Preliminares Particulares1 O Fator CausalDominando perfeitamente nossa corrente de conscincia, inclinando nossos pensamentos ao desinteressedeste mundo e o desejo da liberao, ainda cortando todo apego e todo vnculo, ns permanecemossozinhos num lugar extremamente retirado e ns renunciaremos a todas as atividades, sem distrao,exteriores ou interiores.

    2 O Fator PrincipalMesmo sabendo que o caminho espiritual que permite realizar o Mahamudhra depende de um lama s,

    preciso ser dirigido por um amigo espiritual autntico. Este Mestre precisa ter quatro aspectosa ) O mestre pessoa humana se inscreve dentro de uma linhagem.

    um lama pertencente a uma linhagem perfeitamente pura, desde Vajradhara at o nosso Lama raiz, setransmitindo, sem interrupo, a continuidade da graa, das instrues diretas, etc..

    b ) O mestre da Palavra ElevadaJ que se formou dentro de nosso esprito uma certeza sobre o que ensinado pelo Lama e que nasce umaexperincia de que estes ensinamentos no so, eles mesmos, contraditrios com a Palavra de Buda, todosos discursos de Buda, nos elevem o mesmo que as instrues diretas.

    c) O mestre dentro das aparncias simblicas

    Sabendo que todos os fenmenos materiais do sansara e do nirvana, exteriores e interiores, sejam estes oselementos ou as transformaes sadas destes elementos, que nos mostram, pelos smbolos e pelasmetforas, os aspectos do caminho, que nada mais que o prprio lama.

    d) O Mestre ele mesmo absolutoPela viso direta, a realizao e a certeza da compreenso, sem erros, do modo de ser do nosso prprioesprito, tal como estamos sendo instrudos por um lama glorioso, ns chegaremos realizao delemesmo e de todos os fenmenos.

    3 O Fator ObjetoSem entrar dentro das consideraes psicolgicas budistas ou no budistas, sem ser sujado pelos conceitos,

    preciso praticar somente o que a essncia do esprito de modo do ser primordial, o jogo dos trs Corpos.

    4 O Fator Imediato

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    Logo que ns realizamos o corpo da pratica, sem conceber, nem meditar, nem meditando, sem aceitao,nem rejeio, sem temor, sem fabricaes mentais, nos manteremos unicamente a essncia da conscinciaordinria.

    CORPO DA PRATICA PacificaoI Princpios Gerais / 1 Postura Fsica FundamentalA postura fsica fundamental compreende os sete pontos de Vairochana:1)- As pernas cruzadas em Vajra,2)- As mos no mudra da meditao,3)- Os ombros colocados como as asas de um vampiro,4)- a garganta dobrada com um colchete,5)- a coluna vertebral reta como uma flecha,6)- os olhos fixos no espao a quatro dedos da ponta do nariz,7)- os lbios e os dentes repousando naturalmente, a lngua colocada no cu da boca.

    Nos colocamos sobre um assento confortvel.

    2 Atitude Fundamental do EspritoA atitude fundamental do esprito expressada nos termos: No reflita, no pense, no medite, noanalise; esteja com voc mesmo. Livre de bloqueio e de criao, de refugo ou de aceitao, de esperanaou de temor, de apego e sem se agarrar uma realidade, a conscincia ordinria instantnea. Dentro daessncia dela, sem distrao, com uma ateno nica, dentro de uma claridade e uma vacuidade semtamanho, dentro do no-fazer, permanecemos descontrados.

    II Mtodos Particulares

    1 Fixar o esprito no fixo

    A Fixar o esprito utilizando um objeto1)- Exteriorfixar o esprito sobre um objeto impuroAdotamos perfeitamente a maneira de olhar e a postura fsica fundamental. Assim que colocamos umobjeto diante de ns, dirigimos nossa ateno para ele, um pilar, um muro ou uma outra forma de grandetamanho; sem se deixar distrair por outra coisa, nos demoramos, colocando nossa ateno num nico

    ponto. Da mesma maneira, fixamos nosso esprito sem distrao sobre uma forma pequena como umpedao de madeira ou um cascalho colocado diante de ns. Ou ainda, pegamos uma vela ou uma pequenabolinha branca, do tamanho de um ponto fixo entre as sobrancelhas, como suportes de meditao, e

    fixamos nosso esprito neste ponto.

    Fixar o esprito sobre um objeto puroImaginamos bem claramente diante de ns o perfeito Buda Bhagavan, com sua cor, suas vestes, as marcase os sinais fsicos, com f e respeito. Colocamos a ateno em um nico ponto puro e fixamos o espritoneste ponto.

    2) Fixar o esprito no interiorDentro de nosso corao, sobre um ltus de oito ptalas, ns engendramos a imagem de um yidam,qualquer que seja, ou bem meditemos sobre um lama, ou ainda visualizamos uma bolha de luz que suaessncia. Para l o esprito fixado.

    Assim, permanecemos sem distrao sobre o suporte da ateno, guardando a posio do olhar, livre dedefeitos e de tenses e de relaxamento, sem ao, sem sair da viglia, no estado natural, sem rejeio nemaceitao, sem esperana nem temor, permanecendo nesse estado, com doura, com flexibilidade.

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    B Fixar o esprito sem objetoFixamos o esprito ou de chofre sobre a grande vacuidade de todos os fenmenos materiais exteriores ouinteriores, ou bem, sobre a reabsoro dos fenmenos, uns dentro dos outros, permanecemos dentro dagrande vacuidade clara luz.

    C Fixar o esprito sobre a respiraoPara fixar o esprito na respirao, nos concentramos sobre a respirao, ou seja, contando cada respirao,uma por uma num ciclo de respirao, inspirao-expirao, nos fixando sobre a contagem dos nmerosat 21 ou mais. Sem distrao, com clareza, vivacidade e vigor, exercitando em curtas sesses.Assim, pela fora do desencadear da meditao, seguindo estas instrues, se produziro gradativamenteos trs estgios da estabilizao:- o primeiro, comparvel a uma torrente de uma montanha assassina.- o segundo, a um rio tranqilo,- o ultimo, a um mar sem movimento.

    2 Estabilizar o esprito fixoA Ligar o esprito / Ligar o esprito acimaDentro de nosso corao, no centro de um ltus de quatro ptalas, encontra-se uma bolinha branca que setorna do tamanho de um tigl (gro de ervilha). Fixamos nosso esprito retendo a respirao. Ao mesmotempo em que enviamos o ar para o exterior, o tigl sai pelo orifcio de Brahma e se dissolve no espao.Pensando nisto que fizemos, e conservando a posio fsica e o olhar, conservamos nosso esprito, gerandoentusiasmo e, reforando a conscincia, meditemos longo tempo.

    2 Ligar o esprito abaixo

    Pela segunda maneira de ligar o esprito, dentro de nosso corao, se encontra um ltus negro de quatroptalas, virado para baixo e, no seu meio, um tigl preto, do tamanho de um gro de ervilha. Dali sedesenrrola como um fio de aranha e sai pelo lugar secreto, lentamente, sobre o aspecto pesado atraindo nobres lugares. Nos estabilisemos assim, com o esprito fixo numa ateno nica. preciso apertar o

    posterior. Abaixando a postura fsica nos olhamos, meditemos.

    3 A pratica da alternnciaSe, em relao justa medida, o esprito se elevar rpido demais, o abaixamos ; Se ele desce rpido, odirigimos para cima. Continuamente, como uma flutuao de um rio, nos exercitamos assim dentro dayoga da alternncia destas duas visualizaes.

    B As nove maneiras de estabilizar o esprito1 colocar 2 colocar completamente 3 colocar certamente 4 colocar inteiramente 5 disciplinar6 apaziguar 7 apaziguar inteiramente 8 estabelecer a continuidade 9 permanecer na postura

    Explicao de cada um dessas maneiras:1 Colocar-se: ter uma ateno nica em um objeto seja ele qual for.2 Colocar-se completamente: preservar a estabilidade precedentemente por longo tempo.3 Colocar-se certamente: se os pensamentos aparecem, eles so identificados pela vigilncia e nos

    permanecemos colocados.4 Colocar-se inteiramente: O esprito, ele mesmo, permanece colocado, produz claridade em maishavendo estabilidade interiormente e permanecendo na postura.

    5 Disciplinar-se: lembrar-se perfeitamente das qualidades do esprito estabilizado, engendrando aalegria e nos demorando neste estado.6 Apaziguar: A causa da produo dos pensamentos qualquer que seja: La Voici! ( Eis aqui) . Certa dehaver descoberto , os afastamos de sua atrao.

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    7 Apaziguar interiormente: As causas da distrao e a essncia do estado de no contentamento, etc, soidentificados; sua auto liberao se produz e nos mantemos estveis.8 Estabelecer a continuidade: Ficar com a ateno em um objeto, pelo poder de uma meditao feitaassim, sem considerao do esforo, tem o poder de demorar a estabilidade.9 Permanecer na postura: enfim, ser livre de toda as distraes, permanecendo na postura (em meditao)ou quando no permanecemos nela.

    3 Enriquecer a estabilidadeDirigimos esta conscincia para as formas que aparecem tanto para os objetos visuais, depois para o som,etc..; as utilizamos sucessivamente como suportes da ateno e colocamos o esprito atravs de umaateno nica. De maneira, que qualquer que seja o pensamento que aparea, no os olhamos como umdefeito , mais, instantaneamente, colocamos nosso esprito sobre eles.. Para afastarto bem a tenso quanto o relaxamento e , bem particularmente , para eliminar os impedimentos eenriquecer a pratica, a melhor maneira de pedir a beno do Lama e, para a devoo, misturar nossoesprito ao Dele.

    VISO SUPERIOR1 Olhar o modo de Ser, a essncia do esprito.Veja como enxergar o Modo de Ser, a essncia do esprito.Colocamos nosso esprito em uma maneira natural, no fazemos nada, apaziguamos e guardamos.Olhemos agora o volume, etc. ? Si perguntamos qual esta essncia do esprito estvel, ele deve ser claro,

    presente, e n. Logo, procuramos a estabilidade onde no a achamos, agora preciso deixar ir a produo (dos pensamentos ) e examinar.

    2 Resolver a indecisoEsta a maneira de resolver a indeciso.Se, se logo que a procuro no a acho, quem que est a procurando? Qual a origem, a localizao e adesapario deste esprito? Examinado perfeitamente, preciso achar continuidade.Eis aqui os onze colocados:1 A procura completa e a analise,2 O exame separado, 3 A analise detalhada,4 A pacificaomental,5 A viso superior, 6 A unio das duas,7 A claridade,8 O no pensar,9 A equanimidade,10 A no interrupo,11 A no distrao.

    Eis aqui a explicao de cada um destes pontos:1 O esprito existente ou no existente? Qual a sua essncia Procuremos dentro da corrente do esprito

    o que a continuidade.2 Em particular, eliminemos as duvidas sobre sua cor, sua forma, etc., sobre sua origem, sua localizaoe seu desaparecimento.3 A procura de achar at o fim quem a procura.4 Para tornar a procurar, devemos realizar que o esprito sem natureza prpria, a fim de chegarigualmente a uma concluso sobre o modo de ser dos fenmenos, o esprito permanece estvel

    perfeitamente dentro de um senso profundo.5 Procurando como precedentemente a essncia do esprito que permanece estvel, realizamoscompletamente sua prpria face.6 Os dois precedentes no so diferentes, nem so dissociados.7 suponhamos que, pelo torpor, a obscuridade se produz, produzindo as causas da agitao, revigoramos

    o esprito.8 Se aparece a produo da agitao, apliquemos os mtodos que a apazigua.9 Quando demoramos em um estado de torpor e de agitao, preciso demorar dentro da essncia do quea procura, examine e analise.

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    10 No seja separado desta yoga.11 O esprito permanecendo perfeitamente dentro desta yoga, no h possibilidade de aparecer ocasiode distrao.Assim, pelos canais destes 11 colocados, apliquemos continuamente os mtodos que resolvem asindecises.

    3 Introduo concluso que a conscincia vacuidade.Eis aqui como ns introduzimos a concluso que a conscincia vacuidade. Primeiro colocamos o espritoapaziguado dentro de sua prpria natureza. Olhamos sua nudez, a essncia de seu esprito apaziguado.Mantemos a continuidade de uma vigilncia simplesmente no distrada. Quaisquer pensamentos que seelevam, no os rejeitemos , aceitemos intencionalmente, no faremos nenhuma criao mental, mas

    permanecemos dentro da conscincia ordinria, dentro de um instante, dentro da claridade vaziadesprovida de identificao, de maneira viva e aberta.

    Outras maneiras de proceder esta introduo

    1 Introduo a partir do movimentoEis aqui, por outro lado, como a introduzimos ( natureza pura da mente ) a partir de um movimento.Coloquemos de pronto a conscincia de maneira apaziguada dentro de sua prpria natureza; dentro desteestado, olhemos sua prpria essncia.Depois induzimos um movimento: qual agora a diferena entre oesprito que mexe e o esprito estvel. Qual a diferena entre este esprito em movimento e o esprito queo observa? Observando assim, o movimento se libera dele mesmo. Dentro deste estado, permanecemossem distrao, com uma ateno nica.

    2 Introduo a partir das aparnciasa introduo s aparncias do espritoAssim que examinamos se as formas e os outros suportes de percepo objetiva so um com o esprito ouse eles so diferentes, se realizarmos que todos os objetos que aparecem exteriormente no tem existnciaoutra que a dinmica prpria, aparecem exteriormente no tem existncia prpria do esprito, permanecerneste estado, sem segurar, de maneira constante.

    b introduo ao esprito vacuidadeO esprito em si, no existe de modo nenhum, vacuidade. Ele no pode ser ilustrado por nada. Eleacompanha a palavra, o pensamento e a descrio como o espao. Permanecemos neste estado, semfabricao, sem forar.

    c introduo vacuidade auto-existenteTudo no se move no domnio da vacuidade, a dinmica, o esplendor, a no obstruo, se eleva naadversidade. preciso compreender que no h nada de fora da vacuidade, que todas as aparncias, todosos fenmenos do sansara e do nirvana so a indissociabilidade auto existente da aparncia e do vazio.

    d introduo auto-liberao auto existenteAssim, aparncias, conscincia e vacuidade so, de maneira primordial, a unio da claridade auto-existente; sem que seja necessrio os antdotos que rejeitam, pegam, afastam ou estabilizam, esta a autoliberao da realidade, o Mahamudra.

    Ps Pratica

  • 7/30/2019 Bokar Porta Sentido Definitivo

    11/11

    Uma vez que ns conseguimos ver a experincia de nossa prpria essncia, aquela que o Lama nosintroduziu, aqui est a maneira de devolver ( esta experincia ) mais flexvel e mais rica, jogando fora osimpedimentos, de percorrer os caminhos e de atualizar os resultados.

    1 Enriquecimento1 Enriquecimento pela eliminao das cinco idias falsasa Como jogar fora as idias falsas sobre os objetosSem agarrar qualquer coisa de real dentro da noo do sansara que deve ser abandonada, nem do nirvanaque deve ser atualizado, mais permanecendo dentro de um nico saber da infinita conscincia primordial (que conhecemos ) a no dualidade de todos os fenmenos reagrupados em par, tal que virtude e erros,eliminem as idias sobre os objetos.

    b Como eliminar as idias falsas sobre o tempoBem que a realidade dos trs tempos no foi estabelecida em verdade, ns pensamos de um modo obscuro

    pela diviso em trs tempos. Por conseqncia, realizamos uma igualdade que no estabelece trs temposdistintos, afastando as idias falsas sobre o tempo.

    c Como eliminar as idias falsas sobre a essnciaNs temos o desejo errado de abandonar o esprito presente para obter uma conscincia primordialexterior. Reconheamos que nosso prprio esprito originalmente da natureza das cinco sabedorias,eliminemos as idias falsas sobre a essncia.