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Bibliotecas Medievais Conservação e ControleTRANSCRIPT
Fundamentos em Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação PROFA. IVETE PIERUCCINI CBD/ECA/USP 2015
Bloco I - Conceitos e contextos de origem das áreas 23 de março – Bibliotecas medievais: um modelo bibliotecário de conservação e controle do conhecimento
Texto: MARTINS, Wilson. As bibliotecas na An6guidade e na Idade Média. In: _______. A palavra escrita: história do livro, da imprensa e da biblioteca. 2.ed. São Paulo : Á6ca, 1996. p.82-‐92.
O Nome da Rosa
Discussão do filme, tendo como foco a ordem da biblioteca.
Entende-‐se por ordem o conjunto de elementos que, ar6culados, definem as r e l a ç õe s c om o c onhe c imen to (PIERUCCINI, 2004).
Reconstruindo a narra6va do filme.
Contextos do modelo de biblioteca de conservação e controle
A fundação de um quadro mental unificador, através da recolha das heranças do conhecimento an6go, como forma de estruturar uma sociedade arrasada territorialmente e culturalmente debilitada.
Homens medievais: necessidade de desenvolver formas, ins6tuições, que assegurassem a busca, a guarda, a manutenção e a mul6plicação desse bem precioso -‐ o saber.
Contextos do modelo de biblioteca de conservação e controle
Durante a Idade Média, a cultura teve um forte caráter religioso devido ao domínio que exerceu a Igreja sobre todos os aspectos da vida co6diana no mundo europeu, a par6r do desaparecimento do Império no Ocidente e a consolidação do poder pon6_cio.
O uso de livros e a preservação de registros do conhecimento tornaram-‐se frequentes e imprescindíveis nas ocasiões em que a Igreja precisou cons6tuir parte de leituras do An6go e do Novo Testamento, de instrução Cristã e de edificação.
Deste modo, toda a igreja que foi fundada se tornou o núcleo de uma biblioteca.
Contextos do modelo de biblioteca de conservação e controle
Neste contexto, os mosteiros, na Alta Idade Média, subs6tuíram as ins6tuições imperiais na preservação e difusão de cultura escrita.
Ins6tuições: os Mosteiros, onde a custódia do saber era confiada aos Monges que 6nham como obrigação cul6var a leitura da Bíblia e a oração, negando os textos pagãos; a ordem de copiar os textos sagrados e clássicos, educar os filhos da nobreza, enterrar os mortos, cul6var as terras incultas e nelas construir edi_cios.
Para que pudesse haver leitura con6nuada nos mosteiros, era preciso haver bibliotecas, e para isso, desde o começo, os monges começaram a colecionar manuscritos e fazer cópias de livros, trocando-‐os e pedindo-‐os emprestados a outros mosteiros.
Bibliotecas medievais
Bibliotecas monás6cas/eclesiás6cas
Bibliotecas das universidades Bibliotecas par6culares
Bibliotecas monásticas: funcionamento
Coleções u6litárias, formadas visando às cerimônias litúrgicas organizadas por monges e clérigos, tendo em vista o programa de ensino das escolas monás6cas e episcopais.
Estas escolas obedecem a regras de leitura: leitura de livros sagrados, razão que faz mul6plicar as bibliotecas nos mosteiros e os ateliês de copistas (scriptorium).
Os sentidos do termo bibliotheca
Na perspec6va de uma história monás6ca (cultura e modo de espiritualidade marcante e predominante na Idade Média), seria possível dis6nguirmos dois sen6dos para palavra bibliotheca: “depósito de livros” e “corpus dos livros da Escritura Sagrada ou a Bíblia”. Na Idade Média, um mosteiro não estava completo sem bibliotecas: claustrum sine armario sicut castrum sine arnamentario (mosteiro sem biblioteca é semelhante a uma fortaleza sem armas).
Scriptorium Como repositório da cultura intelectual, o scriptorium foi o espaço des6nado à cópia de livros manuscritos. Os scriptoria e as coleções de livros 6veram caracterís6cas padronizadas nos primeiros mosteiros medievais. O bibliotecário (armarius) 6nha sob sua responsabilidade o scriptorium e o cuidado com os manuscritos. No início da Idade Média se deu um processo de transformação na estrutura e forma das obras escritas, que culminou no predomínio do códice. A cópia de livros no contexto monás6co foi mais que um trabalho: considerado como exercício espiritual e capaz de aprimorar as virtudes, serviu de verdadeiro alimento à alma.
Scriptorium e copistas
O Scriptorium de Echternach.
Miniatura de um códice. Brema. Staatsbibliothek,
ms. B 21.
Moralia in Job -‐ 1111 (Cistercience)
!Fonte: hkp://www.paradoxplace.com/Insights/Cistercians/Cistercians.htm
Livro de Horas. Inglaterra: meados do século XV.
http://special.lib.gla.ac.uk/images/englangmss/H268_0037rwf.jpg
Letra Capitular “R”
!http://avellarte.blogspot.com.br/
http://utriusquecosmi.blogspot.com/2010/04/o-codice-gigas-biblia-do-diabo.html
Códice Giga (Séc. XIII): “Com um dorso de aproximadamente 90 cm trançado a mão, 50 cm de largura, 22 cm de grossura, foram necessárias as peles de cerca de 160 jumentos para fabricar suas 600 folhas. Sua capa é de madeira recoberta com couro animal e possui ornamentos em metal, cuidadosamente elaborados. Com um peso de 75 kg, são precisas duas pessoas para carregá-‐lo”.
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/90/Monk_tasting_wine_from_a_barrel.jpg
A degustação de vinhos do despenseiro-‐monge. Vê-‐se um barril enquanto enche um jarro. De Li Livres dou Santé por Aldobrandino de Sena (França, final Séc. XIII).
Biblioteca da Abadia de Melk -‐ Áustria
!
Bibliotecas monás6cas: caracterís6cas e organização Quanto às suas caracterís6cas gerais e composições _sicas, as bibliotecas monás6cas possuíam aspectos bastante peculiares e comuns, tais como: -‐ forma do livro: códices de pergaminho, que exigiam muito mais espaço em comparação ao papiro; -‐ localização das bibliotecas: os manuscritos e códices de cada mosteiro eram guardados em lugares seguros. Quando a coleção era pequena, bastava um ou dois gavetões ou armários; -‐ disposição interna: livros protegidos dentro dos templos ou em suas imediações; [
Bibliotecas monás6cas: caracterís6cas e organização
-‐ tamanho: número reduzido de volumes; -‐ divisão da coleção: "coleção interna” e uma “coleção externa”, reservada para o uso da escola; -‐ emprésJmo de livros: muitas bibliotecas proibiam o emprés6mo de livros. No entanto, em alguns mosteiros o emprés6mo era feito aos monges. -‐ catálogos: os catálogos de muitas bibliotecas monás6cas revelaram certa uniformidade no agrupamento dos códices.
Bibliotecas monás6cas: caracterís6cas e organização
Este manuscrito de Roman de Troie, escrito na Itália, no fim do Século XIV, ilustra o armário para se guardar os livros. Ms. Fr. 782, fol. 2
v. detalhe. Biblioteca Nacional, Paris.
O bibliotecário monástico: um guardião do livro
A biblioteca monás6ca era, em geral, essencialmente local de depósito/estocagem: o livro acompanha o leitor.
O bibliotecário tornou-‐se, durante todo o período medieval, o responsável pela ortodoxia e a integridade material das coleções, ainda limitadas, porque o manuscrito era raro e di_cil de fabricar.
O trabalho do bibliotecário é executar inventários da coleção e registrar os emprésJmos. Às vezes, aplicava-‐se a regra (Benoit) que mandava distribuir, no início da Quaresma, um livro a cada monge, que deveria lê-‐lo do começo ao fim e devolvê-‐lo no final do ano. Às vezes o monge pegava o livro diretamente do armário.
O bibliotecário monástico: um guardião do livro
No convento de Bobbio (norte da Itália), um ar6go determina que o bibliotecário terá tanto a guarda dos livros como a chefia dos escribas. Estes importantes personagens nas crescentes instalações de bibliotecas na Europa são responsáveis por fazerem chegar à posteridade os originais de obras seculares únicas.
A figura do bibliotecário, porém, não impede o vandalismo: por exemplo a prá6ca, por economia, de raspar documentos para neles serem transcritos novos textos. Assim, dentre outros, Plauto e Eneida, da biblioteca Ambrosiana, foram apagados para aí ser transcrito o livro dos Reis e textos árabes. >>>> Palimpsestos.
Há uma vasta literatura a respeito do papel da leitura monásJca, sobretudo no período medieval. Destaque para o código que foi uma das maiores forças para organização da vida espiritual
nos mosteiros medievais:
Regra de São Bento (Séc. VI)
!
O livro e a leitura na Idade Média
Codex de Oxford. Bodleian Library 48 (700/710 d.C.)
Regra de São Bento
“A ociosidade é inimiga da alma; por isso em certas horas devem ocupar-‐se os irmãos com o trabalho manual, e em outras horas com a leitura espiritual. [...] Nos dias de Quaresma, porém, de manhã até o fim da hora terceira, entreguem-‐se às suas leituras [...]. Nesses dias de Quaresma, recebam todos respec6vamente livros da biblioteca e leiam-‐nos pela ordem e por inteiro [...]. Antes de tudo, porém, designem-‐se um ou dois dos mais velhos, os quais circulem no mosteiro nas horas em que os irmãos se entreguem à leitura e verão se não há, por acaso, algum irmão [...] que se entrega ao ócio ou às conversas, e que não está aplicado à leitura [...]. Se um tal for encontrado, o que não aconteça, seja cas6gado primeira e segunda vez: se não se emendar, seja subme6do à correção regular de tal modo que os demais temam”.
O livro e a leitura na Idade Média: Regra de São Bento, Cap. 48
Cada um dos sen6dos promove um Jpo de mediação: “depósito de livros” è contato entre o monge (leitor) e o codex (livro). “corpus dos livros da Escritura Sagrada” è biblioteca como um livro em si mesma. Nebulosidade na Jpologia de leitura
O livro e a leitura na Idade Média: Regra de São Bento
Capítulo 48 da Regra: a leitura monás6ca segue um ritmo, uma vez que os livros devem ser lidos pela ordem e por inteiro. Há uma temporalidade na ação e na gestualidade do leitor, pois este não pode pular nenhuma página. A ordem e vigilância sobre a leitura ganham ênfase quando São Bento aponta que a ociosidade é inimiga da alma. Uma das formas de evitá-‐la é justamente pela prá6ca de leitura, de modo que seja supervisionada pelo monge mais velho.
Leitura e mediação na Regra de São Bento
Leitura è alimento espiritual. Regra de São Bento è sinais de leituras individuais e voltadas a si mesmo, que deveriam ser inspecionadas.
A leitura silenciosa entre os monges na Idade Média era uma prá6ca predominante, embora ler em voz alta tenha sido bastante comum. Como aponta Alberto Manguel (1997), o silêncio no momento da leitura e a falta de resposta da audiência eram necessários não só para garanJr a concentração, mas também para impedir qualquer vesVgio de comentário par6cular sobre os livros lidos.
Leitura em voz alta x leitura silenciosa
Mutações da leitura Mundo an6go è a leitura x uso da voz. An6guidade tardia è uma série de medidas passaram a ser tomadas para facilitar a leitura e memorização do texto, tais como o melhor emprego da ortografia e o conhecimento daquilo que se transcrevia. Para Guglielmo Cavallo (2003), ao criar uma verdadeira escola monás6ca, Cassiodoro (Séc. V) definiu de modo completo a arte de escrever. Mostrou que no momento em que o monge se entrega à significação do texto fica ultrapassada a dimensão técnica e manual do texto, próprio da transcrição.
“a significação do texto vai remeter ao mundo interior e não só à técnica de copiar”
Isso que na An6guidade tardia e Alta Idade Média determinou “[...] a úlJma e a mais radical das mudanças nos modos de produção e na apresentação da página escrita é a subsJtuição da leitura em voz alta pela silenciosa ou murmurada” (CAVALLO, 2003). Alguns fatores: -‐ os livros eram lidos para se conhecer Deus e para edificação do espírito; -‐ a 6pologia do livro da época, o codex, permi6a uma leitura atenta e meditada; -‐ a própria vida comunitária dos meios religiosos determinava uma leitura em voz baixa.
Mutações da leitura
Paul Saenger (1990) è as origens da leitura silenciosa estariam: -‐ no abandono da escrita conVnua; -‐ nas separações das palavras e na uJlização de ponto, vírgula e letras maiúsculas, de modo que com a adoção de recursos gráficos a voz não seria mais necessária para dar senJdo à escrita.
Razões da mutação seriam mais complexas ê ê ê
Mutações da leitura
“desaparecimento” da leitura em voz alta estaria ligada a uma
mudança cultural
taciturnidade dos homens
O desaparecimento da leitura em voz alta: uma nova ordem de leitura
O desaparecimento da leitura em voz alta foi uma mudança cultural ligada à taciturnidade dos
homens.
O desaparecimento da leitura em voz alta: uma nova ordem de leitura cio
São Bento
Reflexões sobre o livro, a leitura e as bibliotecas na Idade Média
Na forma manuscrita, o livro configurou-‐se como um objeto distante, mas ao mesmo tempo sempre presente: havia uma interligação da sabedoria espiritual alimentada pelos livros das bibliotecas com a própria vida monás6ca. Por outro lado, há uma preocupação na Idade Média com a circulação da informação, pois se deseja evangelizar. Havia uma preocupação com o conteúdo e não necessariamente com o livro. Tal questão ocorre justamente nos dias de hoje no universo da informação / conhecimento. A ênfase das bibliotecas neste período foi acima de tudo a conservação de suas coleções.
Surgimento das universidades
A melhoria das condições de vida das populações, a par6r do século XII: transformações de ordem social, econômica e cultural determinaram alterações significa6vas da estrutura da sociedade.
A fer6lização das terras e os desenvolvimentos agrícolas: excedentes, novo florescimento das cidades e a gradual urbanização da sociedade
A transformação do quadro social se obje6va na ascensão de uma nova classe social -‐ a burguesia: novos comerciantes que financiam e fazem florescer a racionalidade que determinará o designado “Renascimento”, a par6r dos finais do século XIV.
Nascem as grandes universidades (monastérios e catedrais deixam de ser os únicos centros da vida cultural).
Surgimento das universidades Na Baixa Idade Média, com o aparecimento das universidades (Sorbonne, Oxford, Bolonha...) e as necessidades de se impor aJvidades estudanJs, as bibliotecas começaram a aparecer em número cada vez maior em prédios não religiosos como universidades e cortes (cons6tuídas por reis e grandes senhores/par6culares), entre outras, em oposição a Alta Idade Média onde prevaleceram aquelas de caráter monás6co. Um traço dominante do novo período, que começou com o início do Séc. XIII, foi que os mosteiros não foram mais os únicos produtores de livros. Os centros da vida intelectual deslocaram-‐se, e foi justamente nas universidades que os eruditos, os professores e os estudantes organizaram juntamente com artesãos especializados, um aJvo comércio de livros.
A nova ordem e as bibliotecas Em consequência: maior desenvolvimento das bibliotecas e de laboratórios laicos de copistas. O ensino repousa sobre a leitura comentada de algumas obras e a disputa (leitura e ques6onamento) torna o livro necessário aos estudantes, cada vez mais numerosos. Se não mais tão raro, o manuscrito ainda é muito caro/custoso, donde a criação de bibliotecas comunitárias. Elas se formam nos colégios, primeiro estágio das universidades. A criação de bibliotecas da universidade é atestada a par6r do Sec. XV (Orleans, Caen, Avignon) e, no final desse século, são as mais ricas. Em Oxford, o colégio de Merton dispõe de 1 200 manuscritos; em Praga, o colégio da nação Bohème possui 1 500. Em 1338, o colégio da Sorbonne tem 1720 manuscritos.
Bibliotecas universitárias medievais: funcionamento
Nas universidades, aparece um outro 6po de biblioteca: a biblioteca de referência, magna libraria ou libraria communis, sala silenciosa e clara.
No final do século XIII, na biblioteca da Sorbonne, 300 itens são acorrentados a 28 carteiras. Esta solução, atestada desde 1289, permite o livre acesso sem riscos. Juntamente, mantém-‐se a parva libraria, cofres e armários onde se encontram mais de 1000 volumes, as cópias, as obras raramente consultadas e os manuscritos des6nados ao emprés6mo.
Na Inglaterra, o exemplo mais an6go da “biblioteca acorrentada” data de 1320, em Oxford.
Bibliotecas universitárias medievais: funcionamento A Biblioteca acorrentada – uma mutação -‐ a6ngiu rapidamente o Ocidente (Itália, Holanda...).
Na França (Cluny), há manuscritos que foram conservados com fragmentos de correntes, bem como carteiras. Nos séculos XIV e XV, essas carteiras acorrentadas condicionam o plano e as disposições das bibliotecas, impondo uma nova arquitetura que contemplasse a acomodação e a funcionalidade dos usos dos livros e mobiliários.
Dentre esses, enquanto os livros estavam sobre as carteiras no centro do ambiente, os muros das bibliotecas medievais eram disponíveis para receber decoração. Ficaram poucos exemplos disso. Um deles, foi o da biblioteca do capítulo (lugar em que se reúnem os religiosos, assembléia) de Puy, onde estão representadas as Artes Liberais: gramá6ca, dialé6ca, retórica, música.
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Kettenbuch_2.JPG?uselang=sv
Liber catenatus
Tipografia: uma “revolução” para as bibliotecas
Invenção e expansão do uso do papel (sec. XIII-‐XIV) tornou o manuscrito menos caro.
Invenção da prensa de 6pos móveis de Gutenberg (sec. XV) permi6u a reprodu6bilidade da informação.
Aumenta a quan6dade de leitores.
A realeza recria ins6tuições eruditas (clássicas): a academia/escola e a biblioteca.
O estudo das fontes –um racionalismo novo-‐ subs6tui os estudos cristãos.
No século XVI, expandem-‐se diferentes 6pos de bibliotecas, já existentes anteriormente: bibliotecas dos humanistas, bibliotecas da realeza, bibliotecas religiosas.
Tipografia: uma “revolução” para as bibliotecas Um período de transição:
Coleções medievais: servem às exigências precisas de uma ins6tuição ou de alguém em par6cular.
Bibliotecas do Renascimento (período posterior): afirmam um novo modelo, o da biblioteca universal, base às pesquisas eruditas, propostas desde o século XIV na Itália.
Renascimento, Reforma e Contra-Reforma Contribuíram para a mudança de tamanho, usos e organização das bibliotecas. Em todas as bibliotecas (Va6cana, Ambrosiana, Veneziana, etc...) crescem as estantes pelas paredes ou armários que passam a abrigar as volumosas coleções de livros.
Assim:
Na Idade Média: galerias de proporções modestas, livros dispostos sobre “carteiras”, com 2 ou 3 prateleiras sob elas
No novo quadro: acervos mul6plicados → necessidade de organizar diferentemente os edi_cios, as classificações, o acesso.
A prática bibliotecária no Renascimento
Século XVII: época de mudanças significa6vas na ordem do pensamento vigente que se fez refle6r principalmente no plano cien�fico. O homem busca explicações racionais para os fenômenos do universo.
Bibliotecários renascenJstas: são grandes caçadores de livros, astutos e tenazes. A catalogação não é, assim, urgente. Mais importante: a aquisição, a produção de livros (ORTEGA Y GASSET, 1967, p. 7).
Bibliotecas do Renascimento: um novo modo de funcionamento Bibliotecas abertas a um público cada vez mais diverso e cobrindo outras disciplinas (não mais acervos litúrgicos e ascé6cos) necessitavam de outras ferramentas de trabalho: catálogos acessíveis, desenvolvimento de codificação, classificação sistemáJca, catálogos coleJvos.
Na nova ordem informacional pós-‐imprensa (Séc. XV), para para pôr ordem no domínio dos livros, seriam necessários (...não somente) filósofos-‐bibliotecários ou bibliotecários-‐filósofos (como fora comum)
Com a organização das universidades e da mul6plicação dos livros (“há tantos livros que nem há tempo de ler seus �tulos”), que se seguiu à invenção da 6pografia, as bibliotecas devem ser reclassificadas, em razão de que mais do que uma ordem dos livros, percebia-‐se a “desordem dos livros”.
Biblioteca da Universidade de Leiden, 1610
Em Escorial/Espanha Aparece uma nova concepção de edi_cio para abrigar os livros, muito numerosos: estantes murais em uma grande nave de 65m de comprimento por 11m de largura e 12m de altura (modelo que se imporá grada6vamente às grandes bibliotecas, a par6r de 1775 a 1850).
A sala de leitura parece uma loja, graças às grandes paredes forradas de livros até o teto. Eram necessárias escadas para alcançar os livros, muitas vezes colocados em filas duplas.