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VIÇOSA MINAS GERAIS – BRASIL 2005 BERNARDO BELLAVINHA ARAÚJO A MENSURAÇÃO DO TRABALHO NA LOGÍSTICA DE MOVIMENTAÇÃO INTERNA DE MATERIAIS – O CASO DA VOLKSWAGEN NAVARRA S.A. Trabalho apresentado ao Departamento de Engenharia Elétrica e de Produção da Universidade Federal de Viçosa como parte das exigências para a conclusão do curso de Engenharia de Produção. Orientador Prof. José Luís Braga

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VIÇOSA MINAS GERAIS – BRASIL

2005

BERNARDO BELLAVINHA ARAÚJO

A MENSURAÇÃO DO TRABALHO NA LOGÍSTICA DE MOVIMENTAÇÃO INTERNA DE MATERIAIS – O CASO DA VOLKSWAGEN NAVARRA S.A.

Trabalho apresentado ao Departamento de Engenharia Elétrica e de Produção da Universidade Federal de Viçosa como parte das exigências para a conclusão do curso de Engenharia de Produção.

Orientador

Prof. José Luís Braga

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 3

2. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................... 4

3. ASPECTOS METODOLÓGICOS..................................................................... 6

4. RESULTADOS................................................................................................... 11

5. DISCUSSÃO....................................................................................................... 12

6. CONCLUSÃO .................................................................................................... 13

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 15

8. ANEXOS ............................................................................................................. 16

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Fluxo da Metodologia............................................................................................. 7

Figura 2 - Fluxo da Etapa de Levantamento de Dados ........................................................ 9

Figura 3- Planilha Resultado Final....................................................................................... 12

3

1. INTRODUÇÃO

Este trabalho vem a cumprir com as exigências de conclusão do curso de graduação de

Engenharia de Produção da Universidade Federal de Viçosa. Foi iniciado em agosto de 2004

por meio de estágio curricular realizado na fábrica da Volkswagen Navarra S.A. localizada na

cidade de Pamplona, na província de Navarra, na Espanha.

A Volkswagen Navarra S.A. tem como principal atividade a produção do modelo

Volkswagen (VW) Polo. Sua produção diária é de aproximadamente 1235 carros que se

destinam principalmente a mercados dos paises do oeste europeu. A fábrica emprega

diretamente mais de 4500 pessoas, que se dividem nos diversos departamentos

administrativos e pelos cinco setores produtivos: prensa, funilaria, pintura, motores e

montagem.

A VW Navarra não dispunha de um método para calcular a demanda de trabalho dos

seus operadores de empilhadeira responsáveis pela distribuição de materiais em sua planta.

Havia uma pessoa no Departamento de Planificação Industrial (DPI) que era responsável pelo

cálculo desta demanda. Este trabalhador havia se aposentado um ano antes da data de início

deste estágio, deixando alguns resultados considerados desatualizados, pouco precisos e

insuficientes por parte da direção do departamento. Portanto, em conseqüência da situação

contextualizada acima, formulou-se o seguinte problema: quantificar a demanda de

operadores de empilhadeira necessária para a realização da logística interna de distribuição

de materiais na fábrica da VW Navarra.

As políticas da VW Navarra determinam que o DPI deve constantemente monitorar as

cargas de trabalho de seus operários. Como o DPI carecia de resultados satisfatórios para a

demanda de trabalho dos operadores de empilhadeira, este projeto foi considerado prioritário

para o departamento. Além disso, obter dados sobre as cargas de trabalho de seus operários

constitui-se como importante aspecto no controle do seu processo produtivo.

Vale ressaltar que a mão-de-obra, principalmente nos países desenvolvidos, é

responsável por importante parcela nos custos de produção. Além disso, a saturação e a

competitividade no mercado automobilístico mundial são freqüentemente traduzidas em

políticas constantes de otimização do sistema produtivo. Portanto, o dimensionamento e a

minimização do número de trabalhadores para realizar determinada tarefa são aspectos que se

traduzem em vantagem competitiva para as empresas, à medida que reduzem efetivamente

custos de produção.

4

Neste contexto, o DPI demandou a realização do trabalho que objetivou o cálculo do

número de operadores de empilhadeira necessários para realizar a movimentação interna de

materiais em cada um dos setores de produção da VW Navarra. Como objetivos específicos,

solicitou-se a execução utilizando-se do programa Excel, obtendo como resultado uma

planilha de cálculos com interface amigável, de fácil atualização, utilização e manutenção dos

dados, além de layouts para auxiliar a realização e a compreensão do trabalho. Pediu-se que a

planilha permitisse fácil interpretação visual por parte do usuário.Finalizando, os resultados

foram analisados e, posteriormente, apresentados a direção geral da VW Navarra.

2. REVISÃO DE LITERATURA

As bases teóricas que suportam este trabalho têm como origem os trabalhos realizados

por Frederick Winslow Taylor na Midvale Steel Company iniciados no ano de 1881. A

entrada de Taylor na Midvale Steel Company fez com que ele chegasse à conclusão de que o

sistema operacional da fábrica deixava muito a desejar. Logo após tornar-se o mestre geral,

decidiu tentar mudar o estilo de administração de tal modo que “os interesses dos

trabalhadores e os da empresa fossem os mesmos, que não conflitasse”. Mais tarde, afirmou

que “o maior obstáculo para a cooperação harmoniosa entre a empresa e os trabalhadores era

a incapacidade que a administração tinha em estabelecer uma carga de trabalho apropriada e

justa para a mão-de-obra”. Taylor conseguiu a permissão da presidência da Midvale Steel

Company “para gastar algum dinheiro num estudo científico para a determinação do tempo

necessário ao desempenho de vários tipos de trabalho”. Foi a partir de então que pela primeira

vez encarou-se questões do tipo “Qual é a melhor maneira de se executar esta tarefa?” e “Qual

deveria ser a tarefa de trabalho diária de um operário?” (BARNES, 1977).

Contemporâneo e de forma a complementar os estudos de Taylor, destaca-se o

trabalho pioneiro de Frank B. Gilbreth e sua esposa Lillian M. Gilbreth. Enquanto que Taylor

estava ligado principalmente ao estudo de tempo, o casal Gilbreth aperfeiçoava seus trabalhos

juntando-lhes o estudo de movimentos, onde o objetivo era reduzir a fadiga provocada pela

execução de um certo trabalho (FULLMANN, 1975).

O propósito para a realização destas medições era determinar a maneira mais eficiente

de desenvolver uma tarefa específica. Assim, os gerentes podiam comparar os desempenhos

dos trabalhadores para o estabelecimento de padrões. Esses padrões de trabalho, que

determinavam quanto tempo seria necessário para desenvolver um certo conjunto de tarefas,

ainda forneciam a base para verificar os custos de mão-de-obra associados com a manufatura.

Além destes fatores, vale ressaltar que uma parte integral no desenvolvimento de processos

5

operacionais é a determinação das tarefas que devem ser desenvolvidas pelos trabalhadores

(DAVIS et al., 2001).

Analisando-se os trabalhos de Taylor e do casal Gilbreth, percebe-se que há

concordância de objetivos com a tarefa proposta pela VW Navarra de quantificar a demanda

de operadores de empilhadeira necessária para a realização da logística interna de distribuição

de materiais na fábrica. Para se calcular o número de trabalhadores necessários para se

realizar tal atividade torna-se fundamental o estudo do trabalho e conseqüentemente a

mensuração do tempo de realização de suas atividades. Assim, pode-se traçar um paralelo

quanto aos propósitos dos trabalhos realizados pelos precursores do estudo de movimentos e

tempos.

Certamente, o principal propósito da VW Navarra ao realizar este trabalho foi

mensurar através da variável tempo o trabalho dos operadores de empilhadeira, objetivando a

otimização dos custos de produção. Segundo Dias (1993), “os custos de movimentação de

materiais influem sobremaneira no produto afetando diretamente o custo final”. A mão-de-

obra responsável pela movimentação interna de materiais age no sistema através de

produtividade, perícia e eficácia, mas, em contrapartida, eleva os custos na folha de

pagamento (MOURA, 1997).

Ainda que onerosa, a logística de distribuição de materiais ou, simplesmente,

movimentação de materiais é essencial ao processo produtivo. Para que a matéria-prima possa

transformar-se ou ser beneficiada, pelo menos um dos três elementos básicos de produção,

homem, máquina ou material, deve movimentar-se ao longo do processo de agregação de

valor ao produto. Entretanto, na maioria dos processos industriais, o material é o elemento

que se movimenta (DIAS, 1993).

Um sistema de movimentação de materiais em uma fábrica deve atender a uma série

de finalidades básicas dentre as quais se destacam a redução de custos, aumento da

capacidade produtiva, melhores condições de trabalho e melhor distribuição. Através da

melhoria deste sistema, todo o processo produtivo é favorecido propiciando ganhos com a

redução de inventários, aumento da produtividade, redução de custo de mão-de-obra, maior

segurança no trabalho, localização estratégica de almoxarifados, melhoria nos serviços ao

usuário e, por fim, maior disponibilidade de material (DIAS, 1993).

Não se pode gerenciar aquilo que não se pode medir. Esta sentença, de autoria

desconhecida, é capaz de expressar e ao mesmo tempo concluir o anseio do DPI para

realização deste trabalho. De acordo com Rummler & Brache (1992), “a medição é o

instrumento central do gerenciamento e do aperfeiçoamento do desempenho e, como tal,

merece tratamento especial”. Ainda segundo Rummler & Brache (1992), “sem medidas, não

6

se tem o desempenho desejado. Com medidas erradas, subotimiza-se o desempenho da

organização”. Concluindo, como o resultado final de trabalhos que buscam mensurar um

determinado sistema adquire-se a habilidade para gerenciar todas as varáveis deste sistema

que afetam o desempenho da organização.

Segundo Rummler & Brache (1992), “sem as medidas, os gerentes não têm base para”:

•••• Comunicar especificamente as expectativas do desempenho aos subordinados.

•••• Saber o que está acontecendo em suas organizações.

•••• Identificar falhas de desempenho que poderiam ser analisadas e eliminadas.

•••• Fornecer feedback que compare um desempenho a um padrão.

•••• Identificar o desempenho que deve ser recompensado.

•••• Tomar e apoiar efetivamente decisões com relação a recursos, planos, políticas,

esquemas e estruturas.

Obviamente, o resultado deste trabalho permitiu a VW Navarra obter um maior

controle sobre uma importante variável responsável por determinada parcela dos custos de seu

processo produtivo. Sobretudo, possibilitou suporte de decisão gerencial tal como apresentado

acima, além de ajustar mais adequadamente a mão-de-obra disponibilizada para o transporte

interno de materiais, e, conseqüentemente, um melhor ajuste dos custos de produção.

3. ASPECTOS METODOLÓGICOS

A metodologia deste trabalho divide-se em sete etapas principais (Figura 1), sendo:

observação aberta, observação sistemática, levantamento de dados, análise dos dados, revisão

de literatura, elaboração de relatório descritivo do projeto realizado, e, por último,

apresentação do trabalho. Este trabalho se inicia por suas etapas práticas (em campo) e se

finda por meio de levantamento teórico que referencie sua realização. As etapas, como se

apresenta a seguir, obedecem a uma ordem lógica ao desenvolvimento do problema proposto

que objetivou o cálculo do número de operadores de empilhadeira necessários para realizar a

movimentação interna de materiais na VW Navarra.

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Fonte: Elaborado pelo autor Figura 1 - Fluxo da Metodologia

O trabalho iniciou-se através de observação aberta. Nesta fase inicial os cinco setores

produtivos foram percorridos na companhia de um antigo funcionário que procurou

apresentar superficialmente a empresa. Esta etapa caracterizou-se por questionamentos e

Observação Aberta

Observação Sistemática

Levantamento de Dados

Análise de Dados

Revisão Bibliográfica

Elaboração Relatório

Descritivo do Projeto

Apresentação Escrita e

Oral

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explicações superficiais que permitiram ao pesquisador conhecer a empresa e sua atividade

produtiva de forma mais geral.

Na seqüência, iniciou-se uma observação sistemática cujo objetivo foi o

aprofundamento de informações relacionadas à produção e, em especial, à logística interna de

movimentação e suprimento de material. Para isso, diversos trabalhadores relacionados

diretamente ao planejamento ou à execução do transporte interno de materiais foram

entrevistados de maneira informal. Sobretudo, os entrevistados foram o gerente e o supervisor

da gestão de materiais de cada um dos setores produtivos, além dos próprios operadores de

empilhadeira. Esta etapa propiciou um aprofundamento do conhecimento referente ao sistema

produtivo, em destaque, ao trabalho do operador de empilhadeira ao realizar a logística

interna de movimentação e suprimento de material.

A jornada dos operadores de empilhadeira consiste basicamente em fornecer os

materiais à linha de produção. Estes materiais se encontram estocados nos armazéns

localizados nos arredores das instalações da fábrica. O ciclo de trabalho dos operadores de

empilhadeira consiste nos seguintes passos: verificar os pedidos de material nos terminais

localizados junto às instalações, dirigir-se aos armazéns, carregar a empilhadeira com o

material solicitado, dirigir-se ao ponto de consumo, efetuar a troca do container cheio pelo

vazio, verificar novamente, caso necessário, os pedidos de materiais, e reiniciar o ciclo

dirigindo-se ao armazém levando o container vazio consigo.

Uma vez interpretada a jornada de trabalho dos operadores de empilhadeira, iniciou-se

a etapa de levantamento de dados (Figura 2) a fim de se obter todas as informações capazes

de solucionar o problema proposto. Para tanto, os dados foram coletados, primeiramente, por

meio de uma pesquisa em documentação existente na fábrica. Para obtenção de dados não

arquivados, realizou-se uma coleta de dados em chão-de-fábrica auxiliando-se de uma

prancheta para anotações. Utilizou-se também de layouts da planta para facilitar a localização

de materiais e instalações. Ao final, formulou-se um banco de dados compreendidos pelos

seguintes aspectos: produção, materiais e sua localização em armazéns e pontos de consumo,

número de peças montadas por veículo, rotas percorridas por empilhadeiras, tempo pré-

estabelecido de manuseio de material, normas de trabalho e segurança, tipo de container

utilizado, e por último, a jornada de trabalho do operador.

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� Fonte: Elaborado pelo autor Figura 2 - Fluxo da Etapa de Levantamento de Dados

Quanto à produção, foram necessários dados referentes à produção diária, produção

por turno, capacidade máxima produtiva das instalações e o percentual de carros produzidos

de diferentes tipos, como por exemplo, fração de carros de duas ou quatro portas, com ou sem

teto solar, etc. A importância de se obter dados de produção relaciona-se ao fato de que, na

planilha de cálculos, o consumo de peças está relacionado à quantidade de carros produzida

por dias e turnos. A informação da capacidade máxima produtiva das instalações é útil, pois

determina até que nível de produção a planilha de cálculos pode responder às alterações

introduzidas pelo usuário. O percentual de carros de diferentes tipos produzidos permite que o

programa selecione quais peças efetivamente são utilizadas na montagem dos veículos.

Pesquisa em documentação interna.

Coleta de dados em chão-de-fábrica.

Produção: - Diária - Por turno - Capacidade máxima produtiva das instalações - Percentual de carros produzidos de diferentes tipos

Materiais: - Identificação - Localização origem - Localização destino - No de peças utilizadas/carro

Regulamentações: - Caminhos e velocidade permitidos p/ trânsito de empilhadeira - No de container permitidos por viagem

Container: - Tipo - Tempo de manuseio para cada tipo

Jornada de trabalho: - Outras atividades realizadas - Jornada efetiva de trabalho

Elaboração do banco de dados

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Tornou-se necessária a identificação de todos os materiais fornecidos em linha de

produção e montagem, uma vez que o objetivo do trabalho é justamente calcular o tempo

demandado para a movimentação destes materiais. Além disso, adicionaram-se informações

quanto à localização física dos materiais no seu local de origem (armazéns ou almoxarifados)

e local de destino (pontos de consumo ou instalações). Estas informações tornam-se

essenciais porque são capazes de proporcionar a distância dos caminhos percorridos pelas

empilhadeiras. Outra informação obtida referente ao material trata-se da quantidade

individual de peças que são utilizadas em cada um dos tipos de veículos produzidos.

Novamente, assim como os dados de produção, este dado se relaciona diretamente ao

consumo dos materiais.

Uma vez que se definiram os pontos de origem e consumo dos materiais, resta

estabelecer os caminhos percorridos pelas empilhadeiras para se definir as distâncias. Para

tanto, pesquisaram-se as normas de trabalho e segurança que determinam os caminhos nos

quais as empilhadeiras podem transitar. Além disso, outros dois dados foram obtidos por meio

destas normas: a velocidade permitida de deslocamento da empilhadeira e a quantidade de

cada um dos tipos de containers que as empilhadeiras podem transportar em uma só viagem.

Esta última informação possibilitou o cálculo do número de viagens realizadas para o

fornecimento dos diferentes materiais. Já a informação da velocidade permitida de

deslocamento da empilhadeira, juntamente com o caminho percorrido e a distância de

percurso obtidos anteriormente, possibilitou o cálculo de uma importante variável que

compõe a jornada de trabalho dos operadores – os tempos compreendidos pelos

deslocamentos.

A outra variável importante na jornada de trabalho dos operadores de empilhadeira é o

tempo de manuseio do container ao se realizar as reposições. Esses tempos foram pré-

determinados pela empresa. Para cada tipo de container havia um tempo fornecido pela

empresa para se utilizar. Desta forma, foi necessária a identificação dos tipos de container que

armazenavam cada um dos diferentes materiais. De posse desta informação pôde-se aplicar

aos materiais a outra parte do tempo que compõe a jornada do operador – os tempos de

manuseio do material.

Por último, levantaram-se dados relacionados à jornada de trabalho dos operadores de

empilhadeira. O objetivo foi identificar outras tarefas e atividades, que não simplesmente o

fornecimento de material, que demandavam tempo na sua jornada de trabalho. Após o

detalhamento e desconto de todos estes tempos, pôde-se determinar o que se denominou de

jornada efetiva do operário, que nada mais é que o tempo disponível ao fornecimento de

material na jornada total de trabalho dos operadores de empilhadeira.

11

De posse de todas as informações detalhadas acima, transladaram-se os dados ao

computador dando início à etapa de análise de dados. Nesta etapa, utilizou-se o programa

Excel para elaboração de uma planilha de cálculos. Nenhum recurso adicional aos próprios

recursos do programa (fórmulas e combinações de fórmulas) foi utilizado para tratamento dos

dados. Portanto, nesta etapa elaborou-se planilhas de cálculos que organizam os dados

coletados arranjando-os de forma a possibilitar a solução do problema proposto.

Confeccionou-se também layouts que continham as localizações físicas dos materiais

identificando-os por meio de um código auxiliar de localização formado por letras e números.

Estes layouts em conjunto com as planilhas possibilitaram a análise e interpretação dos

resultados obtidos. Esta etapa finalizou a parte prática (em campo) deste trabalho.

Terminado o trabalho na VW Navarra, iniciou-se a revisão bibliográfica com o intuito

de encontrar na literatura teorias capazes de certificar e justificar a importância na realização

deste trabalho. Esta etapa compôs-se de uma pesquisa bibliográfica por temas relacionados,

sobretudo, à mensuração do trabalho, movimentação de materiais e medidas de desempenho.

Esta etapa do trabalho se encontra no item 3 deste relatório.

A etapa seguinte consistiu na elaboração de um relatório descritivo do projeto

executado de forma a cumprir com as exigências das disciplinas Trabalho de Graduação I e

Trabalho de Graduação II do curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal de

Viçosa.

Finalizando, a última etapa trata da apresentação do projeto de forma escrita e oral à

banca examinadora responsável por julgar os trabalhos das disciplinas apresentadas acima.

4. RESULTADOS

Primeiramente, o trabalho atendeu aos objetivos propostos. Os resultados foram

capazes de atingir as expectativas da direção do DPI quanto à realização deste projeto.

Elaborou-se para cada um dos cinco setores produtivos da VW Navarra uma planilha de

cálculos que forneceu como resultado a demanda real pela quantidade de operadores de

empilhadeira necessários para realizar todas as atividades de movimentação e fornecimento

de material. Como conseqüência destes valores, pôde-se estender a análise e efetuando-se

cálculos de saturação da carga de trabalho dos operadores que realizavam estas tarefas.

A Figura 3 ilustra a planilha obtida como o resultado final das planilhas parciais e das

análises de layouts. Um exemplo de uma das planilhas parciais – que esboça tempos

individuais de peças – encontra-se disponível no anexo A. No anexo B pode-se encontrar um

exemplo de layout elaborado. Neste exemplo, adicionaram-se informações referentes à

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localização dos materiais, tipos de materiais e os grupos de trabalho dos operadores de

empilhadeira, à planta que representa as instalações do setor de funilaria.

TOTAL CARGA (horas)

Nº TRABAJADORES

REDONDEOSATURACIÓN

CARGA

MAÑANA 1427,69 3,6 4 90,9%

TARDE 1460,79 3,7 4 93,0%

NOCHE 977,54 2,6 3 85,2%

TOTAL 3866,03 89,7%

Planificación Industrial

CÁLCULO NECESIDAD PLANTILLA

TU

RN

O

Fonte: Elaborado pelo autor Figura 3- Planilha Resultado Final

Este trabalho possibilitou a VW Navarra, sobretudo, deter maior controle sobre uma

variável de seu sistema produtivo. Além disso, permitiu que a empresa pudesse ajustar a sua

real necessidade o número de operadores de empilhadeira disponibilizados na planta,

adequando, assim, uma parcela dos custos de produção. As informações fornecidas por este

trabalho possibilitam a VW Navarra embasamento para a realização de uma série de outros

trabalhos que objetivem a otimização da sua logística de armazenamento, distribuição e

transporte interno de materiais.

5. DISCUSSÃO

Espera-se que este relatório apresente o trabalho desenvolvido e os resultados

encontrados a partir do problema proposto na VW Navarra. Entretanto, considera-se que o

detalhamento referente à elaboração da planilha mencionada não se enquadra no que se

propõe apresentar por meio deste. Desta forma, restringe-se a discutir os resultados obtidos

13

com base no exposto por este relatório. De antemão, pode-se dizer chegou-se a resultados

capazes de atender ao que a empresa esperava e também ao proposto pela teoria.

A VW Navarra almejava controlar (quantificar) uma das variáveis de seu sistema

produtivo para que posteriormente obtivesse subsídios na tomada de decisões que,

principalmente, objetivavam um ajuste dos custos de produção. Seguramente este objetivo foi

alcançado. De forma a complementar, pode-se dizer que o trabalho possibilitou aos tomadores

de decisão, não só valores da demanda de operadores na planta, mas também diversas

informações relacionadas ao tema analisado.

Desde a contribuição de Taylor para a indústria moderna, as empresas preocupam-se

em estudar o trabalho de seus empregados. Os objetivos muitas vezes podem levar a

diferentes estudos que por sua vez se encaminham a diferentes resultados. No caso deste

estudo, buscou-se analisar o trabalho dos operadores de empilhadeira objetivando a

adequação da capacidade e dos custos de produção.

As tarefas de movimentação de material em uma fábrica, e em especial numa indústria

automobilística, desempenham importante papel dentro do sistema produtivo. A

movimentação de material permite o abastecimento das instalações produtivas responsáveis

por beneficiar a matéria, agregando, assim, valor aos produtos. Portanto, a importância desta

atividade é capaz de justificar a atenção da VW Navarrra pela a realização deste trabalho.

Ainda que fundamental, a movimentação interna de materiais gera custos para a

empresa. Este trabalho possibilitou, por meio de uma análise quantitativa, calcular o número

de operadores de empilhadeira necessários à realização desta atividade, contribuindo,

portanto, ao ajuste adequado dos custos advindos destas tarefas.

Por fim, remete-se novamente a frase que diz que não se pode gerenciar aquilo que

não se pode medir. Talvez esta única frase seja capaz de exprimir as razões que sustentam a

realização deste projeto. A VW Navarra por meio deste trabalho pôde dominar (controlar)

uma das variáveis de seu processo produtivo.

6. CONCLUSÃO

Este trabalho é o resultado final de um projeto de duração aproximada de nove meses

que se iniciou em agosto de 2004 na fábrica da VW Navarra localizada na Espanha. Sua fase

inicial foi composta por uma parte prática que se realizou durante cinco meses de estágio

curricular. Sua parte final tem caráter teórico e se desenvolveu ao longo de quatro meses com

o objetivo de atender as exigências de conclusão do curso de Engenharia de Produção.

14

O projeto iniciou-se a partir de uma necessidade específica do Departamento de

Planificação Industrial da VW Navarra. O DPI, dentre outras obrigações, é responsável por

estudar em todos os aspectos as atividades que compõe a jornada de trabalho dos operários da

fábrica. Entretanto, carecia de informações a respeito das atividades que correspondem ao

trabalho dos operadores de empilhadeira. Além disso, o DPI não possuía estudos que

calculassem a real demanda de operários necessários para realizar a movimentação interna de

material. Acerca do exposto acima, desenvolveu-se o trabalho sobre a perspectiva de

quantificar a real demanda destes trabalhadores.

Desta forma, determinou-se o objetivo de desenvolvimento de uma planilha de

cálculos no programa Excel capaz de reunir todos os dados necessários para se obter como

resultado final o número de operadores que a fábrica necessitava para a movimentação interna

de materiais em cada um dos setores produtivos.

Para a confecção desta planilha, foram levantados dados referentes à atividade

realizada pelos operadores de empilhadeira na jornada de trabalho. Após coletadas todas as

informações, elaborou-se a planilha de cálculos em conjunto com a elaboração de layouts que

possibilitaram responder aos objetivos propostos, dentre os quais se destaca a adequação dos

custos de produção.

Foi realizada uma revisão de literatura a fim de se obter o embasamento teórico

necessário para certificar a realização do projeto. A partir de então, iniciou-se a elaboração do

presente relatório.

A execução deste projeto permitiu a VW Navarra obter maior controle do seu processo

de movimentação interna de materiais, e dessa forma alocar recursos e ajustar adequadamente

os custos de produção. Além disso, o trabalho possibilitou um suporte de informações que

facilitou a tomada de decisões no que diz respeito à logística de distribuição interna de

materiais da VW Navarra. Pois, por meio deste, adquiriu-se uma visão geral deste sistema.

Conclui-se, então, com base na literatura consultada e nos resultados práticos alcançados que

o projeto pôde atender aos objetivos propostos, solucionando, portanto o problema

estabelecido pela empresa. Sendo assim, esse trabalho foi de relevada importância e grande

utilidade para a VW Navarra.

15

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARNES, R. M. Estudo de movimentos e de tempos: projeto e medida do trabalho. Tradução 6ª ed. Americana [por] Sérgio Luiz Oliveira Assis, José S. Guedes Azevedo e Arnaldo Pallota, revisão técnica [por] Miguel de Simoni e Ricardo Seidl da Fonseca. São Paulo, Edgard Blücher, 1977. 635p.

FULLMANN, C. Estudo do trabalho. 2ª ed. São Paulo: IMAM, 1975. 187p.

DAVIS, M. M. et al. Fundamentos da administração da produção. Tradução Eduardo

D`Agord Schaan. et al. 3ª ed. Porto Alegre: Bookman Editora, 2001. p. 335 – 357.

DIAS, M. A. P. Administração de materiais: uma abordagem logística. 4ª ed. São Paulo:

Atlas, 1993. 400p.

MOURA, R. A. Manual de logística: armazenagem e distribuição física, volume 2. São

Paulo: IMAM, 1997. 343 p.

RUMMLER, G. A. Melhores desempenhos das empresas. Tradução Kátia Aparecida

Roque; revisão técnica Alan Melo de Abuquerque. São Paulo: Makron Books, 1992. 263 p.

16

8. ANEXOS

ANEXO A

PUNTO CLAVE DENOMINACION CANT./CONT. PIEZ./CONJ. CONSUMO MOVTOS C. / VIAJE ALMACÉN UBICACIÓN DIST. T. IDA T. RECORR. T.MOV.CONT. T. MOVTO TOTAL CONTEN.

1 D16 6Q0809147H LARG. SUPERIOR 800 1,0 227 0,28 1 CONT.EXT. Q18 260 2,60 1,48 1,90 0,54 2,02 VW0001

2 D15 6Y0821141 SOPORTE GUARDAB. 2500 1,0 227 0,09 1 CONT.EXT. Q18 260 2,60 0,47 1,90 0,17 0,65 111820

3 D17 4842071014 HILO 1MM 200 10 0,05 2 CONT.EXT. S21 285 2,85 0,14 1,90 0,05 0,19 BIDON

4 D18 ACCKAA160 HILO 1,6MM 200 40 0,20 1 CONT.EXT. Q21 275 2,75 1,10 1,90 0,38 1,48 BIDON

5 D23 6Y0821142 SOPORTE GUARDAB. 2500 1,0 227 0,09 1 CONT.EXT. R18 265 2,65 0,48 1,90 0,17 0,65 111820

6 D24 6Q0809148H LARGUERO SUP. 800 1,0 227 0,28 1 CONT.EXT. R19 270 2,70 1,53 1,90 0,54 2,07 VW0001

7 D10 6Q3810268 REF. PANEL LAT. 2400 1,0 57 0,02 1 CONT.EXT. O23 275 2,75 0,13 1,90 0,05 0,18 VW0001

8 D12 6Q6810422 FLANCO INT. INF. D. 2000 1,0 224 0,11 1 CONT.EXT. O22 270 2,70 0,60 1,90 0,21 0,82 111940

9 D11 6Q6813228 PROL. PASOR. POST. 2000 1,0 224 0,11 1 CONT.EXT. O23 275 2,75 0,62 1,90 0,21 0,83 VW0001

10 D13 6Q6817111 TECHO CERRADO 10 1,0 107 10,69 2 TECHO O25 145 1,45 15,50 1,90 10,15 25,65 113796

11 D14 6Q0817119A TRAVIESA TECHO 450 1,0 114 0,25 1 TECHO N25 140 1,40 0,71 1,90 0,48 1,19 VW0001

12 D19 4842071014 HILO SOLDAR 200 25 0,13 2 CONT.EXT. M22 260 2,60 0,33 1,90 0,12 0,44 BIDON

13 D25 AMV153W24KT MASILLA 250 5 0,02 2 CONT.EXT. K19 235 2,35 0,05 1,90 0,02 0,07 FASS

14 D20 ACCKAA160 HILO 1,6MM 200 40 0,20 1 CONT.EXT. K22 245 2,45 0,98 1,90 0,38 1,36 BIDON

15 D7 6Q0809438 MONT. A INT.SUP. 900 1,0 224 0,25 1 CONT.EXT. N18 245 2,45 1,22 1,90 0,47 1,69 VW0001

16 D9 6Q3809432B FLANCO INF. SUP. 2000 1,0 56 0,03 1 CONT.EXT. N18 240 2,40 0,13 1,90 0,05 0,19 VW0001

17 D8 6Q4809432B FLANCO INF. SUP. 2500 1,0 168 0,07 1 CONT.EXT. N17 240 2,40 0,32 1,90 0,13 0,45 VW0001

18 D5 6Q0809430A FLANCO INTERIOR 900 1,0 224 0,25 1 CONT.EXT. O16 235 2,35 1,17 1,90 0,47 1,64 111960

19 D6 6Q4809550A REFUERZO 2500 1,0 168 0,07 1 CONT.EXT. O15 235 2,35 0,32 1,90 0,13 0,44 VW0001

20 D21 4842071014 HILO 1MM 200 10 0,05 2 CONT.EXT. K19 220 2,20 0,11 1,90 0,05 0,16 BIDON

21 D3 6Q6813328 ALOJ.PILOT.POST D. 1200 1,0 224 0,19 1 CONT.EXT. K16 220 2,20 0,82 1,90 0,35 1,18 VW0001

22 D4 6Q4817270 REF. TECHO POST. 3200 1,0 168 0,05 1 CONT.EXT. L15 215 2,15 0,23 1,90 0,10 0,33 111902

23 D1 6Q4809606D FLANCO EXT. DCHO 9 1,0 168 18,67 2 LAT.DCH. K15 125 1,88 35,00 1,90 17,73 52,73 113791

24 D2 6Q3809606B FLANCO EXT. DCHO 9 1,0 56 6,22 2 LAT.DCH. K16 140 2,10 13,07 1,90 5,91 18,98 113791

25 D26 AMV167N60PO002 MASILLA VERDE 110 10 0,09 2 CONT.EXT. K19 235 2,35 0,21 1,90 0,09 0,30 FASS

26 D22 4842071014 HILO 1MM 200 40 0,20 2 CONT.EXT. N17 240 2,40 0,48 1,90 0,19 0,67 BIDON

TOTAL 38,66 61,83 77,20 39,15 116,35

Planificación Industrial

TABLA TIEMPO TOTAL SUMINISTRO

LATERAL DERECHO

FÁBRICA 2

TURNO MAÑANA

ANEXO B