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Avaliação da implantação do Sistema de Controle Logístico de Medicamentos/aids: O caso do Distrito Federal por Karim Midori Sakita Dissertação apresentada com vistas à obtenção do título de Mestre Modalidade Profissional em Saúde Pública. Orientador: Prof. Dr. André de Faria Pereira Neto Assistente do orientador: Prof. Thiago Botelho Azeredo Rio de Janeiro, maio de 2012.

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Avaliação da implantação do Sistema de Controle Logístico de

Medicamentos/aids: O caso do Distrito Federal

por

Karim Midori Sakita

Dissertação apresentada com vistas à obtenção do título de Mestre Modalidade

Profissional em Saúde Pública.

Orientador: Prof. Dr. André de Faria Pereira Neto

Assistente do orientador: Prof. Thiago Botelho Azeredo

Rio de Janeiro, maio de 2012.

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I

Esta dissertação, intitulada

Avaliação da implantação do Sistema de Controle Logístico de

Medicamentos/aids: O caso do Distrito Federal

apresentada por

Karim Midori Sakita

foi avaliada pela Banca Examinadora composta pelos seguintes membros:

Prof.ª Dr.ª Ana Lúcia Ribeiro de Vasconcelos

Prof.ª Dr.ª Vera Lucia Luiza

Prof. Dr. André de Faria Pereira Neto – Orientador

Dissertação defendida e aprovada em 29 de maio de 2012.

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II

Catalogação na fonte

Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica

Biblioteca de Saúde Pública

S158 Sakita, Karim Midori

Avaliação da implantação do Sistema de Controle Logístico de

Medicamentos/aids: O caso do Distrito Federal. / Karim Midori

Sakita. -- 2012.

xiii, 87 f. : tab. ; graf. ; mapas

Orientador: Pereira Neto, André de Faria

Azeredo, Thiago Botelho

Dissertação (Mestrado) – Escola Nacional de Saúde Pública

Sergio Arouca, Rio de Janeiro, 2012

1. Avaliação. 2. Implementação. 3. Sistemas de Informação.

4. Síndrome de Imunodeficiência Adquirida. 5. Logística. 6. Anti-Retrovirais. I. Título.

CDD - 22.ed. – 616.9792

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III

Dedico este trabalho: a meus pais que, com exemplo

de esforço e perseverança, me ensinaram o real valor

da Vida.

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IV

Agradecimentos

A Deus pela vida e pelas contínuas oportunidades do aprendizado.

À minha família e amigos pelo incentivo e compreensão diante da minha ausência e por

renovar minhas energias para prosseguir na dedicação aos estudos.

Ao Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais pela oportunidade e motivação para a

realização deste mestrado, com vistas ao aprimoramento de conhecimentos.

Ao meu orientador, André Pereira Neto, pela paciência, tranquilidade e confiança em mim

depositada. Ao assistente de orientação, Thiago Azeredo, pela contribuição na construção de

indicadores e das estratégias metodológicas.

À Elizabeth Moreira e Marly Cruz pela dedicação e profissionalismo na condução do curso e

sempre acreditaram e me incentivaram a perseverar.

Aos professores do curso pelo compartilhamento de ensinamentos e experiências e aos

colegas de curso, pelo convívio e troca de experiências.

Às colegas Walquíria, Leidjany e Marta Duval que também trouxeram importantes

contribuições ao estudo. Em especial, sou grata à Marta que, de forma altruísta, ofertou

prestimoso e importante auxílio e incentivo neste projeto, me fortalecendo a caminhada,

acreditando que seria possível.

A Aristides Barbosa Júnior por quem sinto admiração e respeito, que prima pelo

aperfeiçoamento e crescimento profissional.

A Rogério Scapini por sua dinâmica, companheirismo e colaboração durante o estudo e com

quem aprendi muito.

A Juliana Monteiro pelo auxílio e levantamento dos dados do sistema.

A Liliana Ribeiro que participou da construção inicial desse projeto e com carinho renovava

as minhas forças para continuar e seguir adiante.

A Elisa Sudo por sua colaboração na formação de ideias chave e sempre estar por perto, com

paciência e com a sua arte de ouvir e ensinar.

A Walter Menon que, de maneira simples, me fez compreender que existe um propósito maior

na realização deste mestrado.

Aos colegas de trabalho da Central de Monitoramento e Avaliação e do Núcleo de Logística

de Insumos Estratégicos pela motivação, apoio e contribuição prestados.

À equipe LASER pela atenção e orientações ao longo do curso.

Aos profissionais e gerentes dos serviços pela disposição em participar e contribuir neste

estudo.

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V

Apresentação

Trabalho há quinze anos no Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, do

Ministério da Saúde, dos quais doze anos na logística de medicamentos — atualmente área

intitulada como ―Núcleo de Logística de Insumos Estratégicos‖. Nesse período, pude

acompanhar o SICLOM desde sua concepção (processo de desenvolvimento, testes de

funcionalidades, projeto piloto), sua implantação e a evolução do seu uso.

A oportunidade que se apresentou com o Mestrado Profissionalizante, no período em

que desenvolvi atividades relacionadas ao monitoramento e avaliação, contribuiu para o

entendimento dos fatores que norteiam o uso pleno do SICLOM.

Partindo-se dessa premissa, o primeiro capítulo aborda contexto da epidemia da aids

em termos mundiais e nacionais, a política brasileira de controle do HIV/aids, a assistência

farmacêutica dos antirretrovirais e a relação da informação, os sistemas de informação na

tomada de decisão.

O segundo capítulo apresenta o Sistema de Controle Logístico de Medicamentos/aids

– SICLOM, sua estrutura racional de funcionamento por meio da construção do Modelo

Lógico (ML), bem como, o detalhamento das funcionalidades de cadastramento, dispensação

e controle de estoques do sistema. Adicionalmente aborda o contexto externo e

organizacional.

O capítulo três apresenta os objetivos geral e específico que o estudo pretende

alcançar. A seguir, no quarto capítulo, ao elaborar o Modelo Teórico da Avaliação (MTA)

identificou-se as dimensões de conformidade (disponibilidade, qualidade técnico-científica e

oportunidade) e aceitabilidade (utilidade, facilidade de uso e adequação entre tarefa e

tecnologia) para responder as perguntas avaliativas propostas na pesquisa. Como estratégia

metodológica optou-se por um estudo de caso no Distrito Federal, mencionando-se os

procedimentos e instrumentos para o levantamento de evidências, os limites do estudo e os

aspectos éticos necessários sua realização.

O quinto capítulo trata os resultados e discussões do estudo, por meio da

caracterização da rede de serviços no Distrito Federal, o grau de implantação alcançado no

estudo e os aspectos positivos e negativos relacionados ao uso do SICLOM.

Por fim, são sugeridas recomendações de aprimoramentos em termos de estrutura e

processo. São tecidas, ainda, algumas reflexões advindas dos achados desta avaliação, na

expectativa de o mesmo possa abrir novas frentes de estudos para subsidiar o aprimoramento

do SICLOM e sua plena utilização.

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VI

RESUMO

O presente estudo tem por objetivo de avaliar a implantação do Sistema de Controle Logístico

de Medicamentos/aids (SICLOM) no Distrito Federal (DF), a partir da perspectiva dos

gestores e profissionais que utilizam o sistema. Buscou-se ainda entender a influência do

contexto organizacional na implantação desse sistema. Para o desenho metodológico, optou-

se pela realização de um estudo de caso único nas Unidades Dispensadoras (UDM) do

Distrito Federal. O levantamento de evidências foi realizado por meio de análise documental,

da base de dados do SICLOM, observação direta das atividades e entrevista semiestruturada

com gestores e profissionais que realizam o manejo do SICLOM nas UDM. Com base na

utilização e construção do Modelo Lógico do Programa (MLP) e do Modelo Teórico da

Avaliação (MTA), identificou-se que as dimensões de conformidade (disponibilidade,

qualidade técnico-científica e oportunidade) e aceitabilidade (utilidade, facilidade de uso e

adequação entre tarefa e tecnologia) responderiam as perguntas avaliativas propostas no

estudo. Os achados do estudo apontam que o SICLOM está parcialmente implantado no DF.

A dimensão aceitabilidade obteve a maior pontuação proporcional e a dimensão conformidade

apresenta mais deficiências, com necessidades de melhorias e aprimoramentos em alguns

componentes de estrutura e processo. Recomenda-se que sejam envidados esforços em termos

de acessibilidade, capacitação dos recursos humanos e melhorias no ambiente de trabalho. Os

achados permitem uma reflexão para ampliação deste estudo para um número maior de casos

ou mesmo em âmbito nacional que possa, também, aprofundar e investigar possíveis ajustes

nas funcionalidades do SICLOM. Entende-se que seja importante o compartilhamento desses

resultados junto aos gestores e profissionais que utilizam o sistema, tendo em vista que a

implantação do SICLOM no Brasil proporcionou avanços no gerenciamento e controle de

informações que permeiam a política de acesso universal à terapia antirretroviral no país, mas

ainda restam alguns desafios a serem conquistados para o seu aprimoramento.

Palavras-chave: Avaliação, Implementação, Sistemas de informação, Aids, Logística,

Antirretrovirais.

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VII

ABSTRACT

The purpose of this study is to evaluate the implantation of the AIDS Medication Logistics

Control System (Sistema de Controle Logístico de Medicamentos/aids - SICLOM) in the

Federal District (FD), from the viewpoint of the health service managers and health workers

who use the system. The study also sought to achieve an understanding of the influence of the

organizational context on the implantation of the system. The method chosen was that of a

single case study conducted in the Federal District’s Medication Dispensing Units (MDU).

Evidence was obtained by means of document analysis, analysis of the SICLOM system

database, direct observation of the activities and a semi-structured interview with health

service managers and health workers who handle the SICLOM system in the MDUs. Based on

the use and construction of the Programme Logic Model (PLM) and the Theoretical

Evaluation Model (TEM), it was identified that conformity (availability, technical and

scientific quality and opportunity) and acceptability (utility, user friendliness and adequacy in

terms of task versus technology) would answer the evaluative questions proposed by the

study. The findings indicate that the SICLOM system is partially implanted in the FD.

Acceptability obtained a higher proportional rating whereas conformity has more

shortcomings and requires improvements and enhancements in some structure and process

components. It is recommended that efforts be expended in terms of accessibility, human

resource training and improvements to the working environment. The findings permit a

reflection as to increasing the scope of this study to a national level so as to go further into

and investigate possible adjustments to the SICLOM system functionalities. Sharing these

results with the health service managers and professionals who use the system is understood

to be important given that the implantation of the SICLOM system (Medication Logistics

Control System) in Brazil has enabled progress in the management and control of information

relevant to the country’s policy of universal access to antiretroviral therapy. There do remain,

however, some challenges to be overcome in order for it to be enhanced.

Keywords: Evaluation, Implementation, Information Systems, AIDS, Logistics, Anti-

retroviral.

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VIII

SUMÁRIO Pág.

Lista de abreviaturas e siglas .................................................................................................. X

Lista de Figuras .................................................................................................................... XII

Lista de Tabelas .................................................................................................................... XII

Lista de Quadros ................................................................................................................... XII

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1 1.1 Aids – Uma visão global ............................................................................................ 1

1.2 Política de medicamentos de aids no Brasil ............................................................. 2

1.3 Assistência Farmacêutica dos ARV .......................................................................... 4 1.4 Informação, sistema de informação e tomada de decisão ...................................... 7

2 SISTEMA DE CONTROLE LOGÍSTICO DE MEDICAMENTOS – SICLOM ...... 9 2.1 Do projeto piloto à remodelação ............................................................................... 9 2.2 Problema identificado no SICLOM ....................................................................... 12

2.3 Modelo Lógico do SICLOM .................................................................................... 13

2.4 Funcionalidades do SICLOM ................................................................................. 15 2.4.1 Cadastramento de Pacientes ............................................................................ 15 2.4.2 Dispensação de Medicamentos ........................................................................ 16

2.4.3 Controle de Estoque ......................................................................................... 18

2.5 Contexto organizacional .......................................................................................... 19 2.6 Contexto externo ...................................................................................................... 21

3 OBJETIVOS ................................................................................................................... 24 3.1 Objetivo Geral .......................................................................................................... 24 3.2 Objetivos Específicos ............................................................................................... 24

4 MODELO TEÓRICO DA AVALIAÇÃO .................................................................... 25 4.1 Perguntas avaliativas ............................................................................................... 26 4.2 Abordagem e foco da avaliação .............................................................................. 27

4.3 Desenho da avaliação ............................................................................................... 29 4.3.1 O estudo de caso ................................................................................................ 30

4.3.2 Estratégia metodológica ................................................................................... 31 4.3.3 Área do estudo .................................................................................................. 40 4.3.4 Instrumentos de coleta de dados ..................................................................... 40

4.4 Limites do estudo ..................................................................................................... 41

4.5 Aspectos éticos da avaliação .................................................................................... 42 4.6 Divulgação dos achados no estudo ......................................................................... 43

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................... 44 5.1 Caracterização da rede de serviços de HIV/aids do Distrito Federal ................. 44

5.1.1 Perfil das UDM ................................................................................................. 44

5.1.2 Perfil dos gerentes das UDM visitadas no Distrito Federal .......................... 45 5.1.3 Perfil dos profissionais ..................................................................................... 45

5.2 Grau de implantação do SICLOM no Distrito Federal ....................................... 48 5.2.1 Dimensão Conformidade ................................................................................. 48 5.2.2 Dimensão Aceitabilidade .................................................................................. 54

5.3 Aspectos favoráveis e desfavoráveis ao uso do SICLOM ..................................... 58

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES............................................... 61

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IX

ANEXOS ................................................................................................................................. 69

APÊNDICES ........................................................................................................................... 75

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X

Lista de abreviaturas e siglas

ADT Atendimento domiciliar terapêutico

ARV Antirretroviral

AZT Zidovudina

CDC Centers for Disease Control and Prevention

CEP Comitê de Ética em Pesquisa

CONJUR Consultoria Jurídica

DAF Departamento de Assistência Farmacêutica

D-DST-AIDS-HV Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis, Aids e Hepatites Virais

DF Distrito Federal

DIVAL Diretoria de Vigilância Ambiental

DIVEP Diretoria de Vigilância Epidemiológica

DIVISA Diretoria de Vigilância Sanitária

DLOG Departamento de Logística

DRS Diretorias Regionais de Saúde

DST Doenças Sexualmente Transmissíveis

ENSP Escola Nacional de Saúde Pública

HAART Highly Active Antiretroviral Therapy

HC Hospital Convencional

HD Hospital-Dia

HIV Human Immunodeficiency Virus

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

LACEN Laboratório Central

MAT/URE Maternidade e Unidade de Referência

MLP Modelo Lógico do Programa

MS Ministério da Saúde

MTA Modelo Teórico da Avaliação

ONG Organização não governamental

PDR Plano Diretor de Regionalização

PVHA Pessoas que vivem com HIV e aids

RA Região Administrativa

SADM Serviço de Armazenamento e Distribuição de Medicamentos

SAE Serviço de atendimento especializado

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XI

SCTIE Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos

SE Secretaria Executiva

SES Secretaria de Estado da Saúde

SICLOM Sistema de Controle Logístico de Medicamentos

SIM Sistema de Mortalidade

SINAN Sistema de Informação de Agravos de Notificação

SISCEL Sistema de Controle de Exames Laboratoriais

SUS Sistema Único de Saúde

TAM Modelo de Aceitação de Tecnologia

TARV Terapia antirretroviral

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TTF Modelo de adequação entre tarefa e tecnologia

UDM Unidade Dispensadora de Medicamento

UNAIDS Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS

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XII

Lista de Figuras

Figura 1. Ciclo da Assistência Farmacêutica ............................................................................ 4 Figura 2: Fluxo de aquisição, distribuição e informação sobre os medicamentos/aids ............ 5 Figura 3: Organograma do Ministério da Saúde ....................................................................... 6

Figura 4. Distribuição das Unidades Dispensadoras de Medicamentos para HIV/aids no

Brasil ........................................................................................................................................... 7 Figura 5. Distribuição do número de UDM utilizando o módulo operacional do SICLOM.

Brasil, 1998 a 2011. .................................................................................................................. 10 Figura 6. Modelo Lógico do Sistema de Controle Logístico de Medicamentos – SICLOM .. 14

Figura 7: Organograma da Subsecretaria de Vigilância à Saúde / SES / DF .......................... 20

Figura 8: Mapa do Distrito Federal e municípios circunvizinhos ........................................... 22

Figura 9: Mapa das Regiões de Saúde do Distrito Federal ..................................................... 23 Figura 10: Esquematização da análise do nível de implantação do SICLOM no Distrito

Federal. ..................................................................................................................................... 25 Figura 11: Modelo de aceitação da tecnologia (TAM) ........................................................... 32 Figura 12: Combinação do modelo TAM e do modelo TTF................................................... 33

Lista de Tabelas

Tabela 1: Distribuição de Usuários SUS em uso de ARV, por UDM. Distrito Federal, 2011.

.................................................................................................................................................. 21 Tabela 2: Distribuição das UDM incluídas na avaliação, segundo número médio de

dispensações registradas por mês. Distrito Federal, 2011 ........................................................ 44

Tabela 3: Distribuição dos profissionais entrevistados, segundo UDM incluídas no estudo.

Distrito Federal, 2011 ............................................................................................................... 46

Tabela 4: Distribuição dos profissionais entrevistados nas UDM incluídas no estudo, segundo

faixa etária e sexo. Distrito Federal, 2011. ............................................................................... 46 Tabela 5: Distribuição dos profissionais entrevistados nas UDM incluídas no estudo, por sexo

e segundo tempo de uso do SICLOM. Distrito Federal, 2011 ................................................. 47 Tabela 6: Distribuição dos profissionais entrevistados nas UDM incluídas no estudo, por sexo

e segundo tempo de dispensação de medicamentos para aids. Distrito Federal, 2011............. 47

Lista de Quadros

Quadro 1: Regiões Administrativas e Diretorias Regionais de Saúde nas Regiões de Saúde

do Distrito Federal. ................................................................................................................... 22 Quadro 2: Análise dos usuários potenciais na avaliação. ....................................................... 28

Quadro 3: Dimensões da análise de implantação do SICLOM. ............................................. 31 Quadro 4: Matriz de relevância - Componente estrutural insumos ........................................ 34

Quadro 5: Matriz de relevância - Componente estrutural atividades...................................... 34 Quadro 6: Matriz de Análise e Julgamento do grau de implantação do SICLOM no DF:

Disponibilidade ....................................................................................................................... 36

Quadro 7: Matriz de Análise e Julgamento do grau de implantação do SICLOM no DF:

Qualidade técnico-científica................................................................................................... 37

Quadro 8: Matriz de Análise e Julgamento do grau de implantação do SICLOM no DF:

Oportunidade .......................................................................................................................... 38 Quadro 9: Matriz de Análise e Julgamento do grau de implantação do SICLOM no DF:

Utilidade .................................................................................................................................. 38

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XIII

Quadro 10: Matriz de Análise e Julgamento do grau de implantação do SICLOM no DF:

Facilidade de uso ..................................................................................................................... 38 Quadro 11: Matriz de Análise e Julgamento do grau de implantação do SICLOM no DF:

Adequação entre tarefa e tecnologia ..................................................................................... 39 Quadro 12: Parâmetros para o grau de implantação. .............................................................. 39 Quadro 13: Matriz de análise e julgamento preenchida:Disponibilidade .............................. 48

Quadro 14: Matriz de análise e julgamento preenchida: Qualidade técnico-científica ........ 50 Quadro 15: Matriz de análise e julgamento preenchida: Oportunidade ............................... 53 Quadro 16: Matriz de análise e julgamento preenchida: Utilidade ........................................ 54 Quadro 17: Matriz de análise e julgamento preenchida: Facilidade de uso .......................... 55 Quadro 18: Matriz de análise e julgamento preenchida: Adequação entre a tarefa e

tecnologia ................................................................................................................................. 56 Quadro 19: Grau de implantação do SICLOM no Distrito Federal, 2011. ............................. 58

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1

1 INTRODUÇÃO

1.1 Aids – Uma visão global

As taxas de novas infecções pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)

estabilizaram ou diminuíram significativamente, em pelo menos 56 países. Em termos

globais, as estimativas afirmam que ao final de 2009, cerca de 33,3 milhões [31,4 – 35,3

milhões] de pessoas se infectaram com o HIV. Esse número representa pequeno aumento ao

ser comparado às estimativas de 32,8 milhões de pessoas infectadas, em 2008. Parte desse

fato se deve ao aumento da sobrevida decorrente do acesso à terapia antirretroviral (UNAIDS,

2010).

Ainda que o número de novas infecções pelo HIV venha diminuindo, para cada pessoa

diagnosticada que inicia o tratamento, segundo as estimativas ocorrem duas novas infecções

pelo vírus para cada pessoa infectada. Dados apontam para uma melhoria nas ações de

prevenção e tratamento, em especial, quanto ao acesso aos medicamentos antirretrovirais

(ARV) e da atenção dispensada às pessoas com o HIV (UNAIDS, 2010).

A ampliação do acesso ao tratamento tem produzido reflexos positivos na qualidade de

vida das pessoas que vivem com o HIV/aids (PVHA) e redução do número de óbitos

relacionados à aids. Por outro lado, o relatório da UNAIDS (2010) refere que a quantidade de

pessoas aguardando para receber tratamento quase dobrou, chegando a 10 milhões.

No cenário internacional, o Brasil ocupa lugar de destaque por sua resposta no

combate à aids. O País apresenta uma epidemia concentrada, com uma taxa de prevalência

estabilizada na população de 15 a 49 anos, em torno de 0,6% desde o ano 2000 (Szwarcwald

& Souza-Junior, 2004). Atualmente, estima-se que cerca de 630 mil pessoas vivem com o

HIV/aids (Brasil, 2010). De 1980 a 2009 foram registrados em torno de 229 mil óbitos por

aids no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) (Brasil, 2010).

Em 1980 surgiu o primeiro caso de aids no Brasil, que foi notificado somente em

1982. Nessa fase inicial, surgiram as primeiras organizações não-governamentais (ONG)

voltadas para a prevenção da aids. Em 1985 foi criado o Programa de DST e Aids do

Ministério da Saúde (MS). De 1987 a 1989, esse programa se consolidou por meio da

centralização das ações de prevenção para o controle da infecção pelo HIV. A partir de 1993

iniciou-se uma fase marcada por acordos internacionais financiadores das ações

programáticas de enfrentamento da epidemia. Firmou-se o primeiro acordo de empréstimo

com o Banco Mundial, com o objetivo de reduzir a transmissão do HIV e outras doenças

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2

sexualmente transmissíveis (DST) e, consequentemente, a incidência dessas doenças,

fortalecendo-se para isso, a parceria com instituições públicas e privadas para as ações de

controle (Marques, 2002).

Assim, a política brasileira para controle da epidemia da aids resultou de uma

construção coletiva tendo como principais atores os representantes da sociedade civil e

segmentos institucionais (Loyola, 2008). Essa política inicia-se colocando em prática os

princípios do SUS, ou seja, a descentralização, integralidade das ações, controle social e

universalidade de acesso a serviços de saúde e a terapia antirretroviral (TARV) (Brasil, 2002).

Com vistas à redução da transmissão do HIV e à promoção da qualidade de vida dos

pacientes, o MS realiza campanhas de testagem e prevenção, com ampliação ao acesso aos

insumos que permitem práticas seguras e se compromete com a disponibilização de

medicamentos antirretrovirais a todos os soropositivos com indicação de uso dessa terapia

segundo as recomendações do documento de consenso terapêutico do MS.

1.2 Política de medicamentos de aids no Brasil

Uma das características do HIV é a sua capacidade de replicação e mutação. Por essa

razão, várias frentes de pesquisa foram desenvolvidas e muitas indústrias farmacêuticas

passaram a produzir medicamentos ARV específicos para inibir a ação do vírus em diferentes

estágios (Fauci, 2006).

O início desse processo foi marcado com a descoberta da zidovudina (AZT) em 1987

que inibia a replicação do HIV por meio do bloqueio da transcriptase reversa do vírus.

A distribuição mais ampla de medicamentos ARV no sistema público de saúde

brasileiro iniciou em 1991. Nos anos subsequentes, foram ampliadas as opções de tratamento

para os pacientes adultos e foi iniciado o tratamento das crianças com a disponibilização da

didanosina e do AZT pediátrico. Em 1996, teve início o uso do tríplice esquema de ARV,

com a introdução de uma nova classe de medicamentos, os inibidores da protease, em

combinação com inibidores de transcriptase reversa (Brasil, 2002). Essa combinação de

medicamentos era denominada terapia antirretroviral altamente potente (HAART, em inglês).

Esse período contou com intensa participação da sociedade civil visando atenção

médica e o fornecimento de medicamento. Diante do avanço do agravo, o governo brasileiro

instituiu a Lei 9.313/96, garantindo que as PVHA deveriam receber os medicamentos que

necessitassem ao tratamento, contanto que atendessem aos critérios técnicos do MS (Brasil,

1996). Esses critérios foram definidos no documento de consenso, elaborado por um comitê

de especialistas em HIV/aids instituído pela, nesta ocasião denominada, Coordenação

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3

Nacional de DST e Aids, à época. Desde então, as recomendações para terapia antirretroviral

são atualizadas de modo a acompanhar a evolução dos conhecimentos e disponibilidade das

terapias antiretrovirais e o desenvolvimento de novos medicamentos (Loyola, 2008).

Estudos apontam os resultados positivos com o uso do HAART, como a queda na

mortalidade (Saraceni et al, 2005) e o aumento da sobrevida das pessoas vivendo com

HIV/aids (Reis et al, 2007). De 1996 a 1999 o risco de óbito por aids diminuiu de 9,6 por

100000 habitantes, para 6,4/100.000 habitantes e essa taxa se manteve estável ao longo dos

demais anos (Reis et al, 2007). Estudo encomendado pelo MS aponta que o tempo médio de

vida das pessoas que vivem com aids nas regiões Sul e Sudeste passou de 58 meses para mais

de 108 meses entre 1995 e 2007 (Guibu et al., 2011).

O governo brasileiro tem demonstrado esforço em procurar garantir a sustentabilidade

das ações para o acesso universal aos medicamentos antirretrovirais, tendo em vista sua

contribuição para melhora da qualidade de vida das PVHA. Verifica-se a produção nacional

de medicamentos ARV fortalecendo, assim, a capacidade produtiva dos laboratórios públicos

(Loyola, 2008); foram realizados processos de negociação de preços com os laboratórios

multinacionais, resultando em preços mais baixos (Portela & Lotrowska, 2006) e, em 2007,

houve o licenciamento compulsório do medicamento efavirenz, que começou a ser produzido

no Brasil, no início de 2009, por laboratórios públicos (Brasil, 2009).

A manutenção dessas ações representa um importante desafio a ser constantemente

superado. Apesar do licenciamento compulsório, em 2009, em torno de 73% dos gastos com a

aquisição dos medicamentos foi destinado à compra das drogas protegidas por patentes. Além

disso, a produção pública de ARV no Brasil, ainda possui uma dependência da importação de

matéria-prima. Verifica-se, ainda, um crescimento do número de doentes de aids no País em

uso de ARV. No final de 2010, em torno de 201 mil pessoas que vivem com HIV/aids

estavam em TARV na rede pública de saúde (Brasil, 2011).

A partir da instituição da política de acesso universal e tendo em vista a dinâmica e

complexidade que permeia o tratamento com ARV, o fortalecimento da assistência

farmacêutica tornou-se cada vez mais fundamental. Na atualidade, o MS disponibiliza

―gratuitamente‖ 19 medicamentos ARV, dos quais 10 antirretrovirais são produzidos no

Brasil, por laboratórios públicos e um privado (Brasil, 2011a).

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4

1.3 Assistência Farmacêutica dos ARV

A assistência farmacêutica envolve atividades de caráter abrangente, multiprofissional

e intersetorial, com a finalidade de promover o acesso a medicamentos de qualidade e seu uso

racional. Seu objeto de trabalho é a organização das ações e serviços relacionados ao

medicamento (Marin et al., 2003).

Para esses autores, o ciclo da assistência farmacêutica envolve etapas fundamentais

como a seleção, programação, aquisição, armazenamento, distribuição e utilização, ou seja,

desde a prescrição até a dispensação dos medicamentos (Figura 1). Essas etapas, para

funcionarem harmonicamente, dependem do financiamento, gerenciamento, recursos

humanos, sistemas de informação, controle e avaliação.

Figura 1. Ciclo da Assistência Farmacêutica

Gerenciamento

Financiamento

Recursos Humanos

Sistemas de Informação

Controle e Avaliação

Utilização: Prescrição e

Dispensação

Distribuição

Armazenamento

Seleção

Aquisição

Programação

Fonte: Marin, N; Luiza, VL, Osorio de Castro, CGS, 2003

Nesse ciclo, o processo de seleção visa definir o elenco de medicamentos que deverão

estar disponíveis e os principais critérios do seu fornecimento (no caso dos antirretrovirais

para aids, tem-se conforme dito, o documento de consenso do MS), atuando como eixo

norteador para as demais etapas desse processo. A programação, com base em informações

que visam estimar as necessidades (tem-se, no SICLOM – Sistema de Controle Logístico de

Medicamentos de Aids –, o sistema de informações de uso dos ARV), tem como finalidade

determinar as quantidades necessárias para a aquisição, seguindo um calendário que atenda as

demandas da rede de serviços de saúde, para um determinado período de tempo, objetivando

o alcance da cobertura desejada. Os componentes de armazenamento e distribuição visam

assegurar a qualidade dos medicamentos nas Unidades Dispensadoras de Medicamentos ARV

(UDM). Para tanto, utilizam-se de condições adequadas de armazenamento e controle de

estoque eficaz, de forma a garantir a disponibilidade para utilização desses produtos nos

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5

serviços de saúde que prestam atendimento ao usuário, garantida sua qualidade desde o

recebimento até a entrega ao usuário.

Com base no Ciclo da Assistência Farmacêutica supracitado, no âmbito do

planejamento das necessidades e demandas para implementação da política de medicamentos,

o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais (D-DST-AIDS-HV), é responsável pela

seleção dos medicamentos e as definições técnicas de estimativa de necessidades de cada

item. Esse processo é centralizado e realizado anualmente, com base no histórico de consumo

de cada medicamento e seus estoques, para garantir uma cobertura estimada de 15 meses.

Esse processo pode ser melhor analisado na Figura 2.

Figura 2: Fluxo de aquisição, distribuição e informação sobre os medicamentos/aids

Outras instâncias do Ministério da Saúde – DLOG – CONJUR

Secretaria de Vigilância em Saúde Departamento de Assistência Farmacêutica Laboratórios Públicos e Privados

Departamento DST, Aids e HVAlmoxarifado Central do Ministério

da Saúde

Coordenação Estadual de DST e

AidsAlmoxarifado Central do Estado

Coordenação Municipal de DST e

AidsAlmoxarifado Central do Município

Unidade Dispensadora de Medicamentos

PACIENTE EM TERAPIA ANTIRRETROVIRAL

Fluxo para aquisição de

medicamentos/aids

Fluxo para distribuição dos

medicamentos/aids

Fluxo de informações sobre

uso dos medicamentos/aids

Fonte: D-DST-AIDS-HV

Legenda: DLOG = Departamento de Logística; CONJUR = Consultoria Jurídica.

A programação para aquisição é elaborada pelo D-DST-AIDS-HV e é encaminhada à

Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS), a qual está subordinada. Esta, por sua vez, após

análise e anuência, direciona esta programação ao Departamento de Assistência Farmacêutica,

da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (DAF/SCTIE) do Ministério da

Saúde – órgão responsável pela gestão dos contratos e convênios firmados. Além desse,

outros departamentos são envolvidos nos processos de compra, como o Departamento de

Logística, da Secretaria Executiva – (DLOG/SE), que define as modalidades de compra e

realiza a execução dessas aquisições e a Consultoria Jurídica (CONJUR/MS) que faz

apreciação jurídica dos contratos e convênios a serem celebrados.

Page 20: Avaliação da implantação do Sistema de Controle Logístico ... · implantação do SICLOM no Brasil proporcionou avanços no gerenciamento e controle de informações que permeiam

6

Ao Programa Nacional de DST e Aids foram incorporadas as ações de controle das

hepatites virais. Atualmente, está designado como Departamento de Vigilância, Prevenção e

Controle das DST, Aids e Hepatites Virais (D-DST-AIDS-HV), subordinado à Secretaria de

Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, conforme organograma apresentado na Figura

3.

Figura 3: Organograma do Ministério da Saúde

MINISTRO DA

SAÚDE

Secretaria-Executiva

do Conselho

Nacional de Saúde

Gabinete do Ministro

Secretaria

Executiva

Consultoria Jurídica

Secretaria de Atenção

à Saúde

Secretaria de Gestão

do trabalho e da

Educação na Saúde

Secretaria de Gestão

Estratégica e

Participativa

Secretaria de

Vigilância em Saúde

Secretaria de Ciência,

Tecnologia e Insumos

Estratégicos

Secretaria Especial de

Saúde Indígena

1. Departamento de Vigilância Epidemiológica

2. Departamento de Análise de Situação de Saúde

3. Distritos de Apoio à Gestão de Vigilância em Saúde

4. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle

das DST, Aids e Hepatites Virais

5. Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e

Saúde do Trabalhador

6. Instituto Evandro Chagas

FUNDAÇÕES PÚBLICAS

Fundação Nacional de Saúde

Fundação Oswaldo Cruz

AUTARQUIAS

Agência Nacional de Vigilância

Sanitária

Agência Nacional de Saúde

Suplementar

EMPRESA PÚBLICA

Empresa Brasileira de

Hemoderivados e Biotecnologia

SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA

Hospital N. S. da Conceição S/A

Hospital Fêmina S/A

Hospital Cristo Redentor S/A

Subordinação

Vinculação

ÓRGÃOS COLEGIADOS

Conselho Nacional de Saúde

Conselho de Saúde

Suplementar

Fonte: Ministério da Saúde

Em relação à logística de distribuição, os ARV adquiridos são encaminhados para os

almoxarifados centrais dos Estados, basicamente, por meio do Serviço de Armazenamento e

Distribuição de Medicamentos do MS – SADM e/ou pelos laboratórios farmacêuticos

nacionais produtores de ARV. Nos estados, o fluxo obedece à sua organização local e o

medicamento pode seguir para as Regionais de Saúde ou Municípios e desses para as

―Unidades Dispensadoras de Medicamentos‖ - UDM.

Em geral, a rede de serviços para assistência às PVHA está organizada por meio de

hospitais convencionais (HC), hospitais-dia (HD), serviços de atendimento especializado

(SAE), atendimento domiciliar terapêutico (ADT) e UDM. Essas Unidades são

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7

estabelecimentos integrantes de serviço de saúde que realizam controle de estoque local e

dispensação de medicamentos para o atendimento dos usuários com HIV/aids em TARV.

Os portadores de HIV que necessitam iniciar tratamento ARV, são encaminhados para

essas UDM, onde são cadastrados para a retirada periódica dos medicamentos que lhes são

prescritos. Dessa forma, essas Unidades são responsáveis pelo fornecimento dos principais

dados primários do ciclo da assistência farmacêutica dos ARV: demanda e estoque de cada

medicamento.

A definição, estruturação, organização e implementação das UDM é de

responsabilidade do gestor ou responsável no nível local, quer seja do estado ou município,

ficando a este vinculado hierarquicamente. Existe no D-DST-AIDS-HV, a proposta de uma

portaria contendo o regulamento técnico para funcionamento de uma UDM.

Em 2011, em torno de 695 UDM, distribuídas nas Unidades Federadas do País,

estavam cadastradas no SICLOM, conforme demonstra a Figura 4.

Figura 4. Distribuição das Unidades Dispensadoras de Medicamentos para HIV/aids

no Brasil

Fonte: SICLOM, 2011

1.4 Informação, sistema de informação e tomada de decisão

A informação é um recurso de suma importância nas análises situacionais de saúde

pública, em todas as esferas governamentais. Ela serve como subsídios para o planejamento, a

organização e gestão dos serviços, o monitoramento, avaliação e o replanejamento.

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8

Cada vez mais, o crescente número de informações a serem analisadas antes da

tomada de decisão, requer a organização e sistematização por meio de sistemas de

informação, de forma a melhorar o seu uso nas atividades gerenciais (O´brien, 2004).

Um sistema de informação pode ser definido como um conjunto de componentes

relacionados entre si, que permitem sistematizar a coleta de dados relevantes, seu

processamento, armazenamento e distribuição de informação nas organizações. É um sistema

no qual a entrada principal são os dados, que, por diversas maneiras, são transformados em

informação para as pessoas da organização. (Laudon & Laudon, 1999)

Segundo Benito & Licheski (2009), os sistemas de informação representam

importantes instrumentos de apoio à gestão do trabalho em saúde, seja para as ações

administrativo-burocráticas, seja para as atividades baseadas em conhecimentos técnico-

científicos, especialmente as que dependem de informações atualizadas. Os autores apontam

como resultados o aprimoramento do profissional, com ampliação da sua capacidade de

mudar a realidade, bem como a inovação nos processos de saúde que potencializam as

competências pessoais e uma melhoria na resposta do serviço.

Segundo Luiza (2006), o funcionamento adequado e consistente do ―Ciclo de

Assistência Farmacêutica‖, apresentado anteriormente, requer o aporte de mecanismos

apropriados de gerenciamento que garantam o planejamento, recursos e infraestrutura

necessários, baseados em um sistema de informações adequado e confiável.

Assim, o D-DST-AIDS-HV desenvolveu em 1997 e implementou entre esse ano e

1999 o ―Sistema de Controle Logístico de Medicamentos de Aids‖ — SICLOM que visava

atender à necessidade de controle consistente e apropriado desses dados.

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9

2 SISTEMA DE CONTROLE LOGÍSTICO DE MEDICAMENTOS – SICLOM

A complexidade da rede de serviços, o aumento do número de indivíduos em terapia

ARV e, consequentemente, de medicamentos para compor o tratamento tornou cada vez mais

necessário a utilização da tecnologia de informação para administração das atividades

logísticas, particularmente na gestão da informação.

O SICLOM foi criado com o objetivo de gerenciamento logístico das informações

sobre os medicamentos ARV. Para tanto, construiu-se um cadastro nacional de pacientes com

HIV em atendimento no sistema público de saúde; um histórico dos esquemas terapêuticos

utilizados e suas eficácias; um conjunto de estatísticas relacionadas aos tratamentos e aos

pacientes e, por fim, o controle dos estoques locais de ARV com vistas a garantir o pronto e

correto atendimento nas farmácias das UDM de serviços públicos de saúde (em conformidade

com as ―Recomendações para Terapia Antirretroviral‖).

2.1 Do projeto piloto à remodelação

O projeto piloto do SICLOM foi implantado no Distrito Federal, Minas Gerais, Rio de

Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, entre 1997 e 1999. Na época, foram necessárias

diversas correções e adaptações desse sistema. . Mesmo assim, permanecia um sistema

robusto e pesado, com processamento moroso e, consequentemente, com baixa adesão quanto

à sua utilização.

Por isso, a área de informática da então Coordenação Nacional de DST/Aids realizou

em 2004 um levantamento das principais dificuldades para a implantação desse sistema.

Constataram-se dentre outros, problemas técnicos relacionados à funcionalidade do sistema,

falta de cumprimento na hierarquia do repasse de informações, falta de infraestrutura

necessária para manutenção do sistema, falta de informação sobre situação das UDM, além da

escassez e/ou alta rotatividade de recursos humanos (Brasil, 2005).

A partir desse diagnóstico situacional, a primeira versão desse aplicativo passou por

um processo de remodelação. Ainda em 2004, foi instituído um grupo técnico interno para

reestruturar esse processo, com foco na simplificação da estrutura de informações clínicas,

gerenciamento por meio de módulos hierarquizados via internet, melhoria na interface do

sistema para facilitar e agilizar o uso e disponibilização de relatórios técnicos e gerenciais.

Como resultado dessa reformulação, essa ferramenta traz por objetivos: (Brasil, 2006):

Melhorar a capacidade de resposta da área de logística de medicamentos ARV do

Departamento de DST/aids e Hepatites Virais e das Unidades Federadas e Locais;

Ampliar a capacidade de planejamento das aquisições dos medicamentos ARV;

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10

Aprimorar a qualidade das informações geradas no controle logístico de medicamentos

ARV;

Otimizar o fluxo das atividades desenvolvidas no processo logístico, nas diversas

esferas de gerenciamento do SICLOM;

Possibilitar a ampliação de ações para promoção da adesão à terapia ARV;

Controlar o estoque mensal de cada medicamento ARV nas diversas esferas de

gerenciamento, obtendo uma estimativa do estoque disponível na rede de serviços.

Possibilitar a ampliação do controle local dos medicamentos utilizados para as

manifestações associadas a aids ou doenças sexualmente transmissíveis;

Monitorar os tratamentos para DST/aids e manifestações associadas a aids, nas

diferentes categorias de usuários;

Permitir a avaliação da qualidade da assistência aos doentes com aids, gestantes e

crianças expostas ao HIV.

O sistema pressupõe três funcionalidades básicas, em relação aos ARV, que são: o

cadastramento dos pacientes em tratamento, o controle da dispensação dos medicamentos e o

controle de estoque. Os procedimentos necessários para a realização dessas atividades no

SICLOM poderão ser melhor compreendidos a partir da construção do seu modelo lógico,

apresentado mais adiante.

Pode-se observar na Figura 5, a evolução do uso desse sistema ao longo de sua

implantação, verificando-se que houve, a partir da remodelação do sistema, em 2005, verifica-

se um incremento considerável no número de UDM que realizaram pelo menos uma dispensa

utilizando o SICLOM.

Figura 5. Distribuição do número de UDM utilizando o módulo operacional do SICLOM. Brasil,

1998 a 2011.

Fonte: D-DST/AIDS/HV, 2011

Versão 1.0

Versão 2.0

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11

Por outro lado, embora a estratégia de desenvolvimento de um sistema informatizado

para administração e consolidação das informações sobre os ARV no País demonstre

resultados otimistas, tem-se constatado que essas informações não são alimentadas de forma

regular. E, os dados provenientes das UDM merecem ressalva na sua interpretação. É possível

realizar o acompanhamento das UDM em termos de: quantidades de unidades cadastradas;

cadastro de pacientes; dados de dispensação e estoque. A visualização dessas informações

pode ser feita por meio do site do sistema, no seguinte endereço:

http://azt.aids.gov.br/gerencial/.

Assim, em ―Acompanhamento atual da UDM‖ supracitado, pode-se verificar o último

lançamento realizado pela UDM, para cada uma das funcionalidades mencionadas. Nesse

sentido, como exercício, será analisado o estado A que é apresentado da seguinte forma:

dispõe de 17 unidades cadastradas e sete realizando dispensação pelo SICLOM. Porém, ao se

analisarem as datas dos últimos lançamentos, constata-se que uma UDM fez o último

lançamento em 2008, duas em 2009, e as demais em 2012. Ou seja, o mais coerente é dizer

que quatro das sete UDM realizam dispensação de medicamentos pelo SICLOM.

Mesmo com a reformulação do sistema, essa irregularidade na alimentação dos

principais dados no SICLOM não atendia aos objetivos de gerenciamento logístico do

sistema. O Departamento necessitava de informações mensais de estoque, consumo e número

de pacientes para o adequado planejamento e reposição dos estoques dos medicamentos.

Portanto, em 2007, foi implementado o SICLOM Gerencial, cujo principal objetivo desse

módulo era estabelecer um mecanismo de envio mensal dos dados consolidados de todas as

dispensações e movimentação de estoque realizada. Este é um módulo simplificado, por meio

do qual as UDM preenchem os dados consolidados mensalmente em dois relatórios

gerenciais. O Boletim para uso de medicamentos/aids traz o número de usuários SUS em uso

de ARV e consumo de cada medicamento no mês e o Mapa de movimento mensal de

medicamentos/aids, traz os dados de entradas, saídas e estoque final de cada medicamento no

referido mês.

Ainda, sob o ponto de vista do gerenciamento logístico de medicamentos, foi

desenvolvido em 2009 um terceiro módulo do sistema, denominado Programação

Ascendente, que visa um maior compartilhamento da responsabilidade no suprimento das

necessidades de medicamentos ARV entre as estruturas participantes da cadeia logística de

insumos estratégicos em DST/Aids.

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12

Convém ressaltar que a breve descrição do módulo Gerencial e da Programação

Ascendente servirá apenas para contextualização do sistema como um todo, não fazendo esses

recursos parte do objeto deste trabalho.

Arquitetura do SICLOM

SICLOM OPERACIONAL (1997)

Controle do histórico dos esquemas terapêuticos utilizados.

Gerenciamento logístico das informações sobre os medicamentos ARV

SICLOM GERENCIAL (2007)

Envio de dados consolidados do consumo e número de usuários SUS em uso de ARV

Envio da consolidação dos dados de movimentação dos estoques dos ARV

PROGRAMAÇÃO ASCENDENTE (2009)

Gestão compartilhada do processo de abastecimento / ressuprimento dos ARV, desde a

UDM ao Departamento.

2.2 Problema identificado no SICLOM

Desde a remodelação e simplificação do SICLOM — em 2005, é aparente o aumento

no uso do sistema. Todavia, conforme apresentado anteriormente, o sistema não é alimentado

de forma regular, sendo que atualmente, cerca de 10% das UDM não utilizam plenamente o

sistema, comprometendo a qualificação das informações necessárias à tomada de decisão.

Por outro lado, cumpre ressaltar os inúmeros investimentos aplicados no

desenvolvimento e implementação desse sistema em todos os serviços de dispensação de

medicamentos de aids no país. Tais investimentos são relativos a equipamentos, recursos

financeiros e capitais humanos e intelectuais.

Assim, diante de um compromisso político e social e da importância da informação

gerada pelo sistema para os tomadores de decisão, bem como para a organização do serviço,

entende-se que a investigação da implantação do SICLOM no nas UDM do Distrito Federal

trará contribuições para melhoria do processo.

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13

2.3 Modelo Lógico do SICLOM

O Modelo Lógico do Programa (MLP) é um esquema visual que delineia como um

programa deve ser implementado, com uma racionalidade implícita que permita analisar a sua

relação com os efeitos esperados (Medina et al. 2005).

O modelo lógico objetiva sintetizar a descrição da intervenção a ser realizada. Ele

compreende identificar a relação entre o problema abordado e as ações de controle a serem

utilizadas. O modelo utilizado neste estudo foi adaptado do Centers for Disease Control and

Prevention – CDC (1999), que visa descrever os componentes do Programa e sua forma de

funcionamento, com vistas a estabelecer as relações entre a intervenção e os efeitos esperados.

Assim, o Modelo Lógico do SICLOM estabelece uma relação entre os recursos

disponíveis para operacionalizar o sistema, as atividades desenvolvidas e os efeitos esperados

dessa intervenção, a curto, médio e longo prazos, segundo os componentes técnicos de

assistência e de vigilância. Esses componentes técnicos consideram o monitoramento dos

tratamentos com ARV, os estoques desses medicamentos (Assistência) e os dados cadastrais

dos Usuários SUS para fins de identificação de casos de aids (Vigilância Epidemiológica).

Cabe destacar que o SICLOM não foi delineado para a vigilância epidemiológica da

aids no Brasil. No entanto, desde 2004, juntamente com o Sistema de Controle de Exames

Laboratoriais – SISCEL, o sistema vem sendo utilizado no relacionamento dos dados com o

SINAN/AIDS, em especial, pela esfera federal com a finalidade de identificar casos de aids

(Paz, 2008). A adoção dessa alternativa estratégica tem sido estimulada pelo Departamento

nos níveis estadual e municipal.

Os principais resultados esperados com a implantação do SICLOM são a melhoria do

monitoramento do número de Usuários SUS em uso de ARV; o consumo e o controle de

estoques desses medicamentos; a disponibilidade contínua dos ARV; o aperfeiçoamento do

fluxo logístico de ARV nas diversas esferas de governo; a qualificação da dispensação dos

medicamentos/aids; qualificação das informações geradas pelo sistema; aumento da adesão ao

tratamento ARV; aumento da sobrevida, além da melhoria na identificação dos pacientes

com HIV/ AIDS.

Em conjunto com outras ações de controle, a implantação desse sistema visa

contribuir, em longo prazo, a diminuição da morbidade e mortalidade por aids no País. Cabe

informar que a construção do modelo lógico do SICLOM levou em consideração documentos

oficiais sobre o sistema e contou com a contribuição de alguns atores chave do Departamento

de DST, Aids e Hepatites Virais.

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Figura 6. Modelo Lógico do Sistema de Controle Logístico de Medicamentos – SICLOM

Situação problema: O uso irregular do módulo operacional do Sistema de Controle Logístico de Medicamentos – SICLOM –, tem acarretado

cobertura inadequada dos dados e comprometido a qualidade de análise dos esquemas terapêuticos; o acompanhamento da adesão dos pacientes;

bem como, a qualidade de importantes indicadores de resposta nacional ao enfrentamento da epidemia..

Insumos Resultados Impactos

Aperfeiçoamento

do fluxo logístico

de medicamentos

nas diversas

esferas de

gerenciamento

Qualificação da

dispensa dos

medicamentos de

aids

Aprimoramento da

qualidade das

informações geradas

pelo SICLOM

Nº de Form. de sol. de medic. digitados

no SICLOM; Fechamento mensal dos

dados de dispensa realizado no

SICLOM

Diminuição da

morbidade e

mortalidade

relacionada ao HIV

Cadastramento de Usuário SUS;

Cadastramento de médico; Registro de

inativação/óbito de Usuário SUS

Entrada dos dados do Form. de Solic. de

medicamentos no SICLOM;

Consolidação e envio mensal dos dados

de dipensa pelo SICLOM

Nº de cadastramentos de Usuário SUS

realizados; Nº de médicos cadastrados

no SICLOM; Nº de cadastros de

Usuários SUS inativados ou óbitos de

Usuários SUS em TARV registrados no

SICLOM

Melhoria dos

cadastramentos no

SICLOM

Medicamentos ARV

Entrada dos medicamentos no SICLOM;

Registro das saídas de medicamentos no

SICLOM; Consolidação e envio mensal

dos dados de movimentação de estoque

no SICLOM

Nº de entradas de medicamentos

registradas no SICLOM; Nº de saídas

de medicamentos registradas no

SICLOM; Fechamento mensal dos

dados de movimento de estoque

realizado no SICLOM

COMPONENTE ESTRUTURAL

Atividades Produtos

Capacitação de RH para manejo do

SICLOM

Nº de RH capacitados no manejo do

SICLOM

Disponibilidade de

regular de

medicamentos aos

Usuários SUSFormulários de solicitação de

medicamentos/aids

Formulários de cadastro de

Usuário SUS

Formulários de transferência

de Usuário SUS

Recursos Humanos

Cadastramento do profissional para

manejo no SICLOM (login e senha)

Nº de profissionais cadastrados para

manejo do SICLOM

Melhoria no

controle de

estoques dos

medicamentos

ARV

Aumento da adesão

ao tratamento

Melhoria do

monitoramento do

número de

Usuários SUS em

TARV e do

consumo dos ARV

Aumento da

sobrevida

Estrutura Física

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15

2.4 Funcionalidades do SICLOM

As atividades relativas às funcionalidades básicas do sistema são: cadastramento,

dispensação e controle de estoques dos medicamentos de aids. Esses procedimentos

operacionais foram descritos no Protocolo de Assistência Farmacêutica em DST/HIV/AIDS

do Ministério da Saúde, publicado em 2010, e nos manuais de referência do SICLOM.

2.4.1 Cadastramento de Pacientes

Todos os portadores de HIV, usuários SUS, com indicação de uso contínuo de

medicamentos ARV devem ser cadastrados no SICLOM. Cada usuário pode cadastrar-se em

apenas uma UDM, ficando a escolha da UDM segundo seu critério de conveniência.

Assim, para ser cadastrado, o Usuário SUS deve preencher o Formulário de

Cadastramento de Usuário SUS (Anexo A) e apresentá-lo, devidamente preenchido e

assinado, com um documento de identificação com foto. Em caso de menores de idades ou

aqueles considerados incapazes, faz-se necessária a apresentação de documento do

responsável legal. No formulário, são campos obrigatórios: nome do usuário SUS; nome da

mãe do usuário SUS; cidade de nascimento/ UF; data de nascimento; sexo; raça/cor; cidade de

residência/ UF; acompanhamento médico, se público ou privado; ação cautelar; ano de início

do tratamento; assinatura do responsável pelo preenchimento e assinatura do usuário SUS.

Podem ocorrer situações de transferência de um Usuário SUS quer seja proveniente de

outra UDM ou que esteja cadastrado no SISCEL (Sistema de Controle de Exames

Laboratoriais). No caso do Usuário SUS proveniente de outra UDM, é necessário o

preenchimento do Formulário de Transferência (Anexo B), documento de identificação com

foto e relatório médico contendo histórico clínico terapêutico.

O SISCEL é o sistema de acompanhamento dos exames de contagem de linfócitos T-

CD4+/CD8+ e Carga Viral dos Usuários SUS. Nesse caso, quando há indicação de início de

tratamento para um Usuário em acompanhamento nesse sistema, os dados de cadastro podem

ser migrados para o SICLOM, sendo identificado no sistema como ―Paciente SISCEL‖.

Uma das premissas dessa funcionalidade é manter a base de dados atualizada. Nesse

sentido, é imprescindível que o profissional de saúde esteja atento às necessidades de registro

de óbitos de Usuários SUS que estavam em uso de ARV e de inativação de cadastro. Essa

inativação pode ser por abandono de tratamento, duplicidade de registro, transferência de

UDM, fim de gestação, interrupção de tratamento ou cadastro indevido.

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16

Os médicos que assistem a esses Usuários SUS, por sua vez, também devem estar

cadastrados no SICLOM. No sistema só é permitido o registro do Conselho Regional de

Medicina (CRM) pertencente à Unidade Federada da UDM. Assim, caso o usuário esteja com

receituário de outro estado, necessitará passar por consulta médica na UDM em que se

apresentou para efetivação da dispensação.

2.4.2 Dispensação de Medicamentos

A dispensação de ARV é realizada para Usuário SUS devidamente cadastrado e com

indicação de uso contínuo desses medicamentos (pacientes crônicos). É permitido ao Usuário

SUS, no caso de sua impossibilidade, indicar para o cadastro pessoa de sua confiança, que

assim ficará autorizada a retirar seus medicamentos.

Além dos pacientes crônicos, a dispensação de ARV pode ocorrer em situações

específicas, como profilaxia de exposição ocupacional ou não-ocupacional, em que a situação

de exposição represente risco de transmissão do HIV; para gestantes com HIV, que deverão

receber medicamentos prescritos para o momento do parto, como profilaxia da transmissão

vertical HIV e recém-nascidos expostos ao HIV; casais soro-discordantes; e outros (Brasil,

2008). Essas situações pontuais não requerem o cadastro prévio desses Usuários SUS.

Por outro lado, para qualquer categoria de usuário, para a dispensação de ARV, é

exigida a apresentação do Formulário de Solicitação de Medicamentos (Anexo C) e o

Receituário de Controle Especial (Anexo D) devidamente preenchido e assinado pelo médico

(Brasil, 1999). No momento da dispensação, o usuário assina atestando o recebimento e o

farmacêutico responsável confirmando a entrega. Note que a designação de ―usuário‖ será

daqui para diante utilizada em substituição ―a pessoa vivendo com HIV/Aids em uso de

ARV‖.

O Formulário de Solicitação de Medicamentos é composto por: (1) identificação do

usuário; (2) categoria do usuário (adulto, criança, gestante, parturiente, recém-nascido exposto

ao HIV e pessoa vitima de exposição ocupacional e não ocupacional ao HIV); (3) motivo da

mudança da terapia, caso isso tenha ocorrido; (4) se o usuário for gestante, informar a semana

de gestação; se o usuário for criança exposta, informar a data de nascimento e os dados de

identificação da mãe ou mulher com HIV que a amamentou; se o usuário for pessoa vitima de

exposição ao HIV, informar a data da exposição; (5) data de início do tratamento; (6)

informar se foi realizado exame de genotipagem; (7) informar se o formulário é válido para

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17

uma, duas ou três dispensas e, nesses casos, informar a justificativa para essa dispensação; e,

(8) a identificação dos medicamentos que foram dispensados para o(a) usuário(a).

A prescrição deve ser conferida e escriturada pelo profissional farmacêutico.

Conforme estabelecido no Protocolo de Assistência farmacêutica em DST/HIV/AIDS (Brasil,

2010a), a dispensação de medicamentos ARV pressupõe a execução dos seguintes

procedimentos: (a) Proceder a leitura e análise dos dados contidos no Formulário de

Solicitação de Medicamentos e Prescrição Médica; (b) Verificar se a retirada dos

medicamentos está dentro do prazo estabelecido pelo MS, bem como se o formulário é válido

para uma ou duas dispensações; (c) Separar/armazenar os ARV, adotando medidas que visem

sempre que possível à dispensação do medicamento de menor prazo de validade; (d) Proceder

à entrada de dados do Formulário de Solicitação de Medicamentos no SICLOM; (e) Ao salvar

a dispensação no SICLOM, observar se houve alguma crítica clínica pelo sistema. Em caso de

crítica impeditiva de dispensação, o farmacêutico da Unidade deverá entrar em contato com o

médico assistente e procurar esclarecer ao mesmo os motivos que levaram à impossibilidade

de dispensação dos medicamentos. Caso a crítica não seja impeditiva, fica a cargo do

farmacêutico, em conjunto com o médico assistente, elucidar a melhor conduta a ser tomada;

(f) Conferir todos os medicamentos dispensados em conjunto com o Usuário SUS e realizar

orientações mínimas, verificando previamente o que já foi informado pelo médico prescritor e

o que o paciente já sabe; (g) Requerer a assinatura do paciente, ou de seu representante

cadastrado, referente ao recebimento dos medicamentos dispensados; (h) Arquivar a primeira

via da Prescrição médica e do Formulário de Solicitação de medicamentos.

Em geral, as prescrições de medicamentos devem seguir as regras preconizadas nas

recomendações técnicas para terapia antirretroviral. Trata-se de documento de consenso do D-

DST-AIDS-HV, que estabelece as diretrizes para dispensação de medicamentos, contendo os

principais esquemas terapêuticos com ARV, permitidos para cada quadro clínico apresentado.

Ou seja, essas regras são inseridas no SICLOM para garantir esse procedimento e evitar o uso

de esquemas terapêuticos danosos à saúde dos usuários. Assim, o aplicativo informa ao

dispensador se a prescrição registrada no sistema está ou não de acordo com as

recomendações do MS. Em situações danosas ao usuário, a dispensação é impedida.

Preconiza-se que o registro de cada dispensação seja realizado no momento em que o

usuário se apresenta para a retirada dos medicamentos. O registro em tempo real permite a

análise do esquema anteriormente retirado ou se a retirada está no prazo preconizado (mínimo

de 22 dias após a última retirada).

Page 32: Avaliação da implantação do Sistema de Controle Logístico ... · implantação do SICLOM no Brasil proporcionou avanços no gerenciamento e controle de informações que permeiam

18

Ao final do mês todas as dispensações devem estar registradas no SICLOM. Após

conferência é necessário que se faça o fechamento desses dados por meio do módulo

Gerencial, no Boletim Mensal para Avaliação do Uso de Medicamentos (Anexo E).

2.4.3 Controle de Estoque

O controle de estoque dos ARV é relativo a toda movimentação realizada dentro do

mês, ou seja, dados de entrada e saída dos medicamentos.

Por tratar-se de medicamentos sob controle especial, todas as entradas dos ARV

deverão ser devidamente registradas. As entradas previstas são os recebimentos mensais

provenientes do respectivo município ou de outras unidades dispensadoras por meio de um

remanejamento. O controle das entradas desses medicamentos é feito considerando sua forma

farmacêutica, embalagem e validade, com controle dos respectivos lotes.

Desde 2009 esse procedimento é realizado no módulo de Programação Ascendente,

que não será abordada no escopo deste trabalho. Todavia, os dados de movimentação de

estoque serão utilizados nas análises de alguns indicadores.

Similarmente às entradas, todas as saídas também devem ser devidamente registradas.

Em geral, as saídas dos medicamentos são condizentes com as dispensações realizadas no

período. As saídas por consumo são automaticamente debitadas do estoque no momento da

entrega. Estão previstas ainda, saídas por remanejamento, devolução, perdas, entre outros.

Nos mesmos moldes da entrada, o controle das saídas desses medicamentos considera sua

forma farmacêutica, embalagem e validade e número de lote. Outros tipos de saída são

possíveis de serem registrados no sistema:

Os remanejamentos podem ser realizados entre UDM do mesmo estado ou de uma

UDM para o Almoxarifado municipal/estadual ao qual está vinculado.

A devolução de medicamentos é um procedimento que somente pode ser feito para o

Almoxarifado ao qual a UDM está vinculada. Nos casos em que a UDM faz parte de um

hospital, pode ser necessário a saída de medicamentos para paciente internado, que não esteja

de posse dos seus medicamentos. Nessa situação, procede-se a esse tipo de registro de saída

no SICLOM.

As maternidades e Unidades de Referência (MAT/URE) para atendimento aos casos

de exposição ocupacional/não ocupacional não fazem uso do módulo do SICLOM

Operacional. Esses serviços devem estar vinculados a uma UDM, por meio da qual recebe os

medicamentos para profilaxia da transmissão vertical do HIV e/ou para profilaxia de outras

Page 33: Avaliação da implantação do Sistema de Controle Logístico ... · implantação do SICLOM no Brasil proporcionou avanços no gerenciamento e controle de informações que permeiam

19

formas de exposição ao HIV. As saídas dos medicamentos são, então, registradas por meio do

dispositivo ―Saída para MAT/URE vinculada‖.

Podem ocorrer, ainda, perdas dos medicamentos por expiração do prazo de

vencimento, roubo ou danificação, que devem ser registrados no sistema, com o motivo da

ocorrência.

Por fim, para que essa funcionalidade esteja adequada é fundamental que seja

realizada a conferência entre o estoque físico e aquele registrado no SICLOM. Esse

procedimento viabiliza, de forma adequada, a elaboração das estimativas de ressuprimento da

UDM.

Recomenda-se que seja realizado no primeiro dia útil do mês subsequente, antes do

registro da primeira dispensação do referido mês. Nesse momento, se houver necessidade, é

possível que se façam ajustes para regularização dos dados. A partir de então, efetua-se o

fechamentos das informações permitindo que se importem os dados para o Mapa de

Movimento Mensal de medicamentos (Anexo F) no SICLOM Gerencial.

2.5 Contexto organizacional

No Distrito Federal, a Subsecretaria de Vigilância à Saúde trabalha para corroborar as

diretrizes e protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde, bem como valorizar a análise

de dados como fator determinante para o aperfeiçoamento do SUS. Para isso, conta com o

apoio das diretorias de Vigilância Epidemiológica/DIVEP, Vigilância Ambiental/DIVAL

e Vigilância Sanitária/DIVISA e o Laboratório Central/LACEN.

A DIVEP é o órgão responsável pelas ações de vigilância epidemiológica na

Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal. Em sua estrutura administrativa, que

abrange quatro Gerências, está a Gerência de Doenças Sexualmente Transmissíveis, que

engloba, dentre outros, o Núcleo de Controle da aids (Figura 7).

Page 34: Avaliação da implantação do Sistema de Controle Logístico ... · implantação do SICLOM no Brasil proporcionou avanços no gerenciamento e controle de informações que permeiam

20

Figura 7: Organograma da Subsecretaria de Vigilância à Saúde / SES / DF

DIVEP

Diretoria de Vigilância Epidemiológica

GEDST

Gerência de Doenças

Sexualmente

Transmissíveis

GEDCAT GEDANT

NCDST

Núcleo de Controle

das DST

NCAIDS

Núcleo de Controle

da Aids

NCDTV

Núvelo de Controle

das Doenças de

Transm Vertical

NCHV

Núcleo de Controle

das Hepatites Virais

NPS

NDS

NCEDTE

NVEDT

NPACE

NIRF

NCDIA

NATH

NIRF

GEVEI

Fonte: Secretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal (http://www.saude.df.gov.br, em 19/1/2012, às

20h15min)

Nas regionais de saúde, a rede de assistência aos pacientes infectados pelo HIV está

estruturada, entre hospitais convencionais, hospital universitário, hospital-dia, serviços de

atendimento especializado e outros. As unidades dispensadoras de medicamentos – UDM, que

realizam atendimento e dispensação de medicamentos às pessoas vivendo com HIV/Aids,

estão vinculadas a um desses serviços.

No Distrito Federal, os Centros de Saúde estão aptos para o atendimento de pessoas

com DST e para a testagem para o HIV, a sífilis e as hepatites B e C.

Para a assistência e tratamento aos portadores de HIV/Aids e Hepatites Virais, existem

centros de referência específicos, vinculados à seis regionais de saúde, que serão apresentadas

na seção seguinte.

O Secretário de Estado da Saúde do DF, por meio da Portaria nº 73, de 18/5/10,

instituiu os Programas de DST, aids e hepatites virais e seus coordenadores, vinculando-os a

cada regional e não ao centro de saúde. No âmbito da assistência ao tratamento dos pacientes

com HIV/Aids, o Distrito Federal dispunha de oito UDM nessa ocasião (Tabela 1). Em

novembro de 2011 houve a implementação de mais uma UDM, não sendo incluída neste

estudo.

Page 35: Avaliação da implantação do Sistema de Controle Logístico ... · implantação do SICLOM no Brasil proporcionou avanços no gerenciamento e controle de informações que permeiam

21

Tabela 1: Distribuição de Usuários SUS em uso de ARV, por UDM. Distrito Federal, 2011.

UDM Nº de Usuários SUS

em uso de ARV*

01 282

02 123

03 148

04 169

05 551

06 279

07 2.269

08 681

Total 4.502

Fonte: SICLOM

Nota: * Dados referentes a Junho de 2011.

As oito UDM pré-existentes foram treinadas pelo Departamento de DST, Aids e HV,

realizam cadastro de pacientes, cadastro de estoque e todas elas registraram pelo menos uma

dispensação diretamente pelo sistema, ao longo dos últimos seis meses. Em uma das

unidades, cujo levantamento havia sido iniciado, houve necessidade de interrupção da coleta

de dados, por questões éticas. Por essa razão, o presente estudo, foi realizado em sete das oito

UDM. Considerando tratar-se de um estudo de caso, a pesquisadora entende que esse fato não

trará maiores prejuízos aos achados da pesquisa.

2.6 Contexto externo

O Distrito Federal (DF) possui uma população estimada em cerca de 2.570.160

habitantes (IBGE, 2010), tendo como área territorial total 5.787,784 km², o que representa

densidade populacional de aproximadamente 444,07 hab./km². O DF é um semi-enclave de

Goiás, sendo praticamente circundado por esse estado, exceto na ponta sudeste que faz divisa

com Minas Gerais

Page 36: Avaliação da implantação do Sistema de Controle Logístico ... · implantação do SICLOM no Brasil proporcionou avanços no gerenciamento e controle de informações que permeiam

22

Figura 8: Mapa do Distrito Federal e municípios circunvizinhos

Fonte: Companhia de Planejamento do Distrito Federal (CODEPLAN)

A Constituição de 1988, em seu Art. 32, veda expressamente a divisão do DF em

municípios. Conforme Art. 10, da Lei Orgânica do Distrito Federal, promulgada em junho de

1993, o DF organiza-se em Regiões Administrativas (RA), visando a descentralização

administrativa, o uso racional dos recursos para o desenvolvimento socioeconômico e a

melhoria da qualidade de vida. Atualmente, o território é dividido em 31 RA, das quais 12 RA

ainda não possuem as poligonais definida, ou seja, apenas 19 RA são reconhecida pelo IBGE.

Cabe destacar que o mapa (Figura 9) também não contém essa nova regionalização.

A seguir, no Quadro 1, se tem a divisão territorial do DF segundo Regiões

Administrativas (RA), Diretorias Regionais de Saúde (DRS) e Regiões de Saúde.

Quadro 1: Regiões Administrativas e Diretorias Regionais de Saúde nas Regiões de Saúde

do Distrito Federal.

Denominação Regiões Administrativas

(RA)

Diretorias Regionais de

Saúde (DRS) Regiões de Saúde

RA I Brasília (Asa Sul) DRS Asa Sul

Módulo I REGIÃO

CENTRO

SUL

RA XVI Lago Sul

RA XVII Riacho Fundo

DRS Núcleo Bandeirante RA XIX Candangolândia

RA VIII Núcleo Bandeirante

RA X Guará DRS Guará Módulo II

RA I Brasília (Asa Norte)

DRS Asa Norte Módulo I

REGIÃO

CENTRO

NORTE RA XVIII Lago Norte

RA XI Cruzeiro

RA IX Ceilândia DRS Ceilândia Módulo I REGIÃO

OESTE RA IV Brazlândia DRS Brazlândia Módulo II

RA III Taguatinga DRS Taguatinga Módulo I REGIÃO

Page 37: Avaliação da implantação do Sistema de Controle Logístico ... · implantação do SICLOM no Brasil proporcionou avanços no gerenciamento e controle de informações que permeiam

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RA XII Samambaia DRS Samambaia Módulo II

SUDOESTE

RA XV Recanto das Emas DRS Recanto das Emas

RA V Sobradinho DRS Sobradinho Módulo I REGIÃO

NORTE RA VI Planaltina DRS Planaltina Módulo II

RA VII Paranoá DRS Paranoá Módulo I

REGIÃO

LESTE RA XIV São Sebastião DRS São Sebastião

RA II Gama DRS Gama Módulo I

REGIÃO

SUL RA XIII Santa Maria DRS Santa Maria

Fonte: PDR, 2007 Nota: Observa-se, no contexto das Diretorias regionais de saúde, que no primeiro processo de regionalização algumas regiões

administrativas são aglutinadas (vide DRS Núcleo Bandeirante), havendo, também, a cisão de outra RA em duas regionais de

saúde (vide Brasília - Asa Sul e Asa Norte). No segundo processo de regionalização essas DRS são reagrupadas em 7 (sete)

regiões de saúde, de acordo com o elenco mínimo de serviços a serem ofertados por módulo / região.

Na Figura 9 abaixo, é possível visualizar melhor a divisão das Regiões de Saúde

supracitada.

Figura 9: Mapa das Regiões de Saúde do Distrito Federal

Fonte: PDR, 2007.

Page 38: Avaliação da implantação do Sistema de Controle Logístico ... · implantação do SICLOM no Brasil proporcionou avanços no gerenciamento e controle de informações que permeiam

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3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Avaliar o grau de implantação do Sistema de Controle Logístico de Medicamentos de

aids — SICLOM no Distrito Federal.

3.2 Objetivos Específicos

Estabelecer parâmetros ou critérios de referência como categorias de avaliação e

verificar se a utilização do SICLOM no Distrito Federal está em conformidade com as

funcionalidades de cadastramento de pacientes, controle de estoque e controle da

dispensação dos medicamentos; e,

Caracterizar e analisar a influência do contexto organizacional na implementação do

SICLOM no Distrito Federal.

Page 39: Avaliação da implantação do Sistema de Controle Logístico ... · implantação do SICLOM no Brasil proporcionou avanços no gerenciamento e controle de informações que permeiam

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4 MODELO TEÓRICO DA AVALIAÇÃO

A elaboração do Modelo Teórico de Avaliação (MTA) contribui para a identificação

do problema a ser investigado, as perguntas avaliativas, as dimensões do estudo e os

indicadores que respondam aos objetivos propostos, o contexto e componentes da intervenção

para atingir os efeitos desejáveis (Hartz, 1997).

Para Medina et al. (2005), seria uma complementação de informações sobre o

funcionamento do programa e suas relações causais. São incluídas especificações do

problema, a população-alvo, questões do contexto e os fatores na produção dos resultados

esperados.

Assim, de forma a expressar a racionalidade, a lógica das ações de controle e o

problema a ser controlado, Cruz (2006) aponta para a necessidade de estruturação de matrizes

específicas, para: (a) descrição do programa, que contenha a forma como o programa foi

delineado e como ele é executado; (b) o estabelecimento de parâmetros ou critérios de

referência que descrevam as normas de boas práticas, como categorias de avaliação e; (c)

julgamento que possa identificar e explicar o grau de implantação alcançado, por meio de

análise dos critérios estabelecidos.

Para o presente estudo foram consideradas, para estimar o grau de implantação do

SICLOM no Distrito Federal, as dimensões de conformidade e aceitabilidade desse sistema

informatizado. Ademais, buscou-se analisar quais fatores do contexto organizacional

interferem na implantação do referido sistema.

Na Figura 10 é possível a visualização dos contextos, dimensões e efeitos que

permeiam a análise da implantação do SICLOM.

Figura 10: Esquematização da análise do nível de implantação do SICLOM no Distrito

Federal.

Contexto

Organizacional

Nível de

implantaçãoEfeitos

Autonomia política, financeira e

administrativa

Gestão descentralizada

Conformidade (disponibilidade,

qualidade técnico-científica e

oportunidade)

Aceitabilidade (facilidade de

uso, utilidade e adequação entre

tarefa e tecnologia)

Melhoria da adesão

Melhoria da qualidade de vida

das PVHA

Redução da morbi-mortalidade

em aids

Contexto Externo

Vulnerabilidade sociocultural

Condições sócioeconômicas

Fonte: Adaptado de Hartz (1997)

Page 40: Avaliação da implantação do Sistema de Controle Logístico ... · implantação do SICLOM no Brasil proporcionou avanços no gerenciamento e controle de informações que permeiam

26

Ao se considerar que um sistema de informação é compreendido por cinco recursos

principais – pessoas, hardware, software, dados e redes (O´brien, 2004), o delineamento das

dimensões buscou seguir essa concepção.

No contexto organizacional, considera-se que o gerenciamento representa as

atividades gerenciais como o planejamento, o monitoramento e a motivação da equipe (Prado

e Takaoka, 2007). Os fatores políticos representam o apoio da alta administração ao projeto,

que pode ser influenciado pelas mudanças no quadro da alta administração, ou alterações nos

objetivos e estratégias da organização (Albertin, 2001).

A base principal da análise do presente estudo está no contexto interno, onde a

conformidade é definida como a disponibilidade de insumos e as boas práticas de manejo do

SICLOM, estabelecidas nos protocolos e fluxogramas do D-DST-AIDS-HV (relacionadas,

portanto, ao contexto mais interno). Essa dimensão pretende verificar a consonância da

intervenção com as normas e recomendações, sob o ponto de vista de disponibilidade,

qualidade técnica e oportunidade.

A aceitabilidade se insere no estudo como um recurso que visa identificar as

percepções dos profissionais que utilizam esse sistema informatizado quanto à sua aceitação,

à luz de modelos validados anteriormente.

4.1 Perguntas avaliativas

Foram consideradas para esta avaliação de implantação, as seguintes perguntas

avaliativas:

1. Qual o grau de implantação do SICLOM no Distrito Federal?

2. No Distrito Federal, o SICLOM é utilizado em conformidade com as suas funcionalidades

previstas de cadastramento de pacientes, controle da dispensação e controle de estoque

dos medicamentos antirretrovirais?

3. Quais fatores do contexto organizacional interferem na implantação desse sistema no

Distrito Federal?

4. Qual o posicionamento dos profissionais que fazem uso e alimentam esse sistema no

Distrito Federal quanto à aceitação do SICLOM, nas atividades de rotina?

A resposta a estas perguntas requer uma descrição da intervenção a ser avaliada.

Assim, optou-se pelo uso do Modelo Lógico (Figura 4) como instrumento que concretiza a

realização dessa tarefa.

Page 41: Avaliação da implantação do Sistema de Controle Logístico ... · implantação do SICLOM no Brasil proporcionou avanços no gerenciamento e controle de informações que permeiam

27

4.2 Abordagem e foco da avaliação

Dentre uma diversidade de conceitos de avaliação, destaca-se o de Contandriopoulos

et al (1997), para os quais, significa a emissão de julgamento, tendo por base a utilização de

métodos científicos. Propõem realizar análises consistentes que permeiam a relação entre a

intervenção, o contexto em que ela se localiza e os efeitos esperados, com vistas a contribuir

no processo de tomada de decisão.

Uma análise de implantação mede a influência que pode ter a variação no grau de

implantação de uma intervenção sobre os seus efeitos esperados, em diferentes contextos,

bem como busca identificar os fatores desse contexto que influenciam nos resultados da

implementação da intervenção em si. Esse tipo de avaliação permite, ainda, analisar a

robustez dos efeitos da intervenção e o grau de mudança por ela produzido (Denis &

Champagne, 1997).

No presente estudo, a implantação do sistema informatizado é analisada pelos aspectos

de disponibilidade de recursos e de processo, em especial, quanto à estrutura existente, à

organização do serviço, ao fluxo de atividades desenvolvidas, à capacitação dos profissionais

para manejo do sistema, à aceitação da tecnologia e o efetivo uso do sistema. Acredita-se que

os achados deste estudo permitam tomada de decisão, com vistas à melhoria do programa.

A análise de implantação proposta neste estudo tem um caráter normativo em seus

componentes de estrutura e processo relacionados, estabelecendo uma relação entre o contexto

de implantação, a intervenção e os efeitos observados (Hartz e Vieira da Silva, 2005).

Considera-se uma avaliação interna, por ter sido foi realizada por um colaborador do

MS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. A participação de um avaliador interno

possui como aspecto positivo o amplo conhecimento do mesmo acerca da intervenção

proposta. Por outro lado, pode ser prejudicial se não houver objetividade, como aponta

Worthen & Sanders (2004). Para tanto se torna fundamental a participação e discussão com os

usuários potenciais da avaliação (stakeholders) envolvidos nesse processo. Sendo assim, as

pactuações foram fundamentais na etapa de construção do modelo teórico da avaliação.

Foram identificados como interessados nesta avaliação: alguns colaboradores

estratégicos do MS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais; os gestores da Gerência

de DST/Aids e HV do Distrito Federal; e, os gerentes e profissionais de saúde das Unidades

Dispensadoras de Medicamentos. As interlocuções com esses atores foram realizadas por

meio de documentos formais, contatos telefônicos e presenciais.

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28

No MS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, identificou-se como usuários

estratégicos: a Diretoria; a Gerência do Processo de Acesso Universal à Medicamentos,

Preservativos e Insumos Estratégicos; a Assessoria de Informática; e a Central de

Monitoramento e Avaliação. Foi relevante o papel desses atores como apoio e motivação na

condução deste estudo.

A participação da Gerência de DST, Aids e HV do Distrito Federal assumiu grande

importância, no apoio e como articulador no desenvolvimento do trabalho de campo.

Os gestores e profissionais das UDM tiveram papel relevante na operacionalização do

estudo, bem como, foram peças-chaves na disseminação e implementação dos achados.

Resume-se no Quadro 2, abaixo, por usuários potenciais, seus interesses,

responsabilidades e papel na utilização dos achados desta avaliação.

Quadro 2: Análise dos usuários potenciais na avaliação.

Usuários

potenciais

Interesse na avaliação Responsabilidade na

avaliação

Papel na utilização dos

achados

Diretoria do

Departamento de

DST, AIDS e

Hepatites Virais do

MS.

Analisar os achados do estudo

para tomada de decisão quanto

à viabilidade de novos

investimentos de

aprimoramento da ferramenta e

investimentos junto aos

estados.

- Promover interface

política;

- Prover recursos para

realização do estudo.

- Divulgação dos

resultados obtidos;

- Dar suporte na

promoção das

recomendações

propostas.

Gerência do

Processo de Acesso

Universal à

Medicamentos,

Preservativos e

Insumos

Estratégicos do

MS.

Identificar fatores que

influenciam a implementação

do sistema, para melhoria do

mesmo;

- Utilizar o sistema como

ferramenta de gestão.

Articular com os

atores, de forma a

promover a realização

do trabalho de campo;

- Conduzir o estudo;

- Divulgar os achados

da pesquisa.

- Implementação das

atividades de

planejamento

relacionadas a área de

logística;

- Divulgação dos

resultados obtidos para

os usuários do SICLOM;

- Incorporação das

recomendações

propostas.

Central de

Monitoramento e

Avaliação do MS/

D-DST-AIDS-HV.

Analisar os achados do estudo

e contribuir para sua

disseminação, assim como

para estudos complementares.

- Colaborar na análise

dos dados;

- Divulgar os

resultados obtidos.

Divulgação dos

resultados obtidos para

os usuários do SICLOM.

Page 43: Avaliação da implantação do Sistema de Controle Logístico ... · implantação do SICLOM no Brasil proporcionou avanços no gerenciamento e controle de informações que permeiam

29

Assessoria de

Informática do

MS/D-DST-AIDS-

HV.

Identificar fatores que

influenciam a implementação

do sistema.

- Colaborar no

levantamento dos

dados secundários e

análise documental;

- Divulgar os

resultados obtidos.

Incorporação das

recomendações

propostas.

Gerência de

DST/Aids e HV do

DF

- Analisar os fatores que

influenciam a implementação

do sistema na realidade local,

para aprimorar os processos de

trabalho;

- Aprimorar a política de

acesso universal aos

medicamentos de aids, em

nível local.

Articular com

Gerentes e

profissionais de saúde

das UDM do DF.

- Divulgação dos

resultados obtidos para

os usuários do SICLOM

no DF;

- Organização e

implementação das ações

no DF.

Gerentes das UDM

do DF.

Identificar fatores que

influenciam a implementação

do sistema no DF.

Articulação com

profissionais e

usuários do SICLOM

no DF.

Organização e

implementação das ações

no DF;

Incorporação das

recomendações

propostas.

Farmacêuticos e

outros usuários do

SICLOM nas UDM

do DF.

- Otimizar o uso do sistema no

DF;

- Melhorar as atividades de

rotina da assistência

farmacêutica no DF.

Fornecer informações

fidedignas.

Organização e

implementação das ações

no DF;

Incorporação das

recomendações

propostas.

4.3 Desenho da avaliação

O desenho da avaliação permite identificar o plano e estrutura do trabalho

investigativo utilizado para responder às questões propostas. Nele são apresentadas as etapas

realizadas e os procedimentos metodológicos adotados, definindo as características básicas do

estudo.

Uma análise de implantação pode ser conduzida por meio de diversos métodos, sendo

uma das estratégias, o estudo de caso (Denis & Champagne, 1997). De forma similar, para

esse tipo de análise, Hartz (1997) aponta que o estudo de caso é a estratégia metodológica

mais apropriada, ao possibilitar uma análise em profundidade de um fenômeno em um só

meio.

Page 44: Avaliação da implantação do Sistema de Controle Logístico ... · implantação do SICLOM no Brasil proporcionou avanços no gerenciamento e controle de informações que permeiam

30

Portanto, para o presente trabalho optou-se pela realização de um estudo de caso, por

tratar-se de uma intervenção em curso e cujos resultados podem contribuir para modificá-la.

Será um estudo de caso único com múltiplas unidades de análise.

4.3.1 O estudo de caso

Segundo Yin (2001), o estudo de caso é uma investigação empírica de fenômenos

contemporâneos que dificilmente podem ser dissociados ou isolados do seu contexto e o

pesquisador tem pouco controle sobre os eventos. Objetiva responder perguntas do tipo

―como‖ e ―por que‖, permitindo a compreensão de fenômenos individuais, organizacionais,

sociais e políticos.

Esse autor aponta ainda, que a definição da unidade de análise é relevante para o

desenvolvimento do estudo de caso, pois está relacionada à forma como as questões iniciais

da pesquisa foram definidas.

Uma pesquisa deve apresentar uma lógica direta entre as questões iniciais do projeto e

os dados coletados e as conclusões a serem alcançadas. Em termos de qualidade do estudo,

Yin (2001) aponta quatro aspectos a serem considerados: a validade do construto, a validade

interna e externa e a sua confiabilidade.

A validade interna de um estudo de caso depende da qualidade e da complexidade da

articulação teórica subjacente ao estudo e da adequação entre o modo de análise eleito e o

modelo teórico (Yin, 2001). Assim, o uso de mais de uma fonte de dados para medir um

mesmo conceito, pode contribuir para o aumento da validade do estudo e desenvolver, ainda,

uma cadeia de evidências ao longo da coleta de dados (Denis & Champagne, 1997).

No que tange à validade externa, ou seja, a capacidade de generalização dos

resultados, para Denis & Champagne (1997) apontam que o estudo de caso objetiva, em

especial, a generalização analítica.

A confiabilidade de um estudo se expressa a partir do momento em que, se outro

pesquisador adotar os mesmos procedimentos do estudo base, alcance os mesmos achados e

conclusões.

Assim, nesta análise de implantação do SICLOM foi conduzido um estudo de caso

único incorporado ou imbricado.

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31

4.3.2 Estratégia metodológica

Para avaliar a implantação do SICLOM no Distrito Federal, considerou-se as seguintes

dimensões e subdimensões de estudo, apresentadas de forma resumida no Quadro 3.

Quadro 3: Dimensões da análise de implantação do SICLOM.

Dimensão Subdimensão Perguntas

Co

nfo

rmid

ad

e

Disponibilidade

Os recursos necessários estão disponíveis e em

volume necessário para o desenvolvimento das

atividades?

Qualidade técnico-científica

O uso do SICLOM está ocorrendo de acordo com o

conhecimento e tecnologia disponível, tendo como

padrão o cumprimento das funcionalidades

previstas no sistema?

Oportunidade

A ação técnica está sendo identificada e realizada

no momento em que se é requerida para que não

resulte em oportunidade perdida?

Ace

itab

ilid

ad

e Utilidade percebida

Os profissionais consideram que o SICLOM ajuda

a melhorar o desenvolvimento das suas atividades

de rotina?

Facilidade de uso percebida Os profissionais consideram o SICLOM fácil de

ser utilizado?

Adequação entre a tarefa e a

tecnologia

Os profissionais consideram que o SICLOM os

auxiliam a desempenhar suas tarefas?

A dimensão conformidade é definida, neste estudo, como a consonância da

intervenção com as normas e recomendações, sob o ponto de vista de disponibilidade,

qualidade técnica e oportunidade.

Portanto, a disponibilidade refere-se à relação entre o volume e tipo de recursos e

atividades existentes e o volume e tipo de necessidades dos clientes. (Penchansky e Thomas,

1981). A qualidade técnico-científica, por sua vez, refere-se à adequação dos recursos e das

ações ao público-alvo da intervenção e ao conhecimento técnico e científico vigente. (Cruz,

2006). E, a oportunidade diz respeito à realização da ação no momento tecnicamente

recomendado (Cruz, 2006).

A dimensão aceitabilidade foi incorporada neste estudo por se considerar o caráter

sociotécnico de um sistema de informações. Ou seja, entende-se que a sua análise de

implantação requer o entendimento do grau de aceitação desse sistema frente às atividades de

rotina desenvolvidas pelo profissional que o utiliza. Sendo assim, o conceito de aceitabilidade

utilizado, baseou-se no estudo ―Antecedentes do desempenho individual de usuários de

sistemas de informação: Estudo empírico aplicado no setor saúde‖, de Tolentino (2006). Esse

Page 46: Avaliação da implantação do Sistema de Controle Logístico ... · implantação do SICLOM no Brasil proporcionou avanços no gerenciamento e controle de informações que permeiam

32

estudo traz como fundamentos dois modelos validados, o Modelo de Aceitação de Tecnologia

(TAM) e o Modelo de Adequação entre Tarefa e Tecnologia (TTF).

A teoria do TAM, ilustrada na Figura 11, aborda que uma intenção comportamental do

indivíduo para usar um sistema é determinada por duas crenças, facilidade de uso percebida

de uso e utilidade percebida, sendo que ambas mediam completamente os efeitos das

variáveis externas, como características do sistema, processo de desenvolvimento,

treinamento, na intenção de uso (Davis, 1989).

Figura 11: Modelo de aceitação da tecnologia (TAM)

Utilidade

Intenção de Uso

Facilidade de Uso

Uso real

Fonte: Davis, 1989

O referido autor aponta que as pessoas tendem a usar ou não uma tecnologia a

depende de quanto elas acreditam que isso irá melhorar o seu desempenho no trabalho. Esse é

o conceito de utilidade percebida. Por outro lado, ainda que os usuários entendam que essa

tecnologia seja útil, eles podem acreditar que ela seja difícil e que não compense o esforço em

utilizá-la. Isso representa o conceito de facilidade de uso percebida.

Segundo Goodhue e Thompson (1995), salientam a importância da adequação entre

tarefa e tecnologia (TTF). Trata-se da correspondência entre as características da tarefa, as

habilidades individuais e a funcionalidade da tecnologia. Em outras palavras, seria o

entendimento se a tecnologia ajuda o individuo a desempenhar suas tarefas.

Ambos os modelos considerados mensuram aspectos que influenciam o uso do sistema

de informação. Assim, Tolentino (2006) apresenta uma combinação de ambos os modelos,

conforme Figura 12.

Page 47: Avaliação da implantação do Sistema de Controle Logístico ... · implantação do SICLOM no Brasil proporcionou avanços no gerenciamento e controle de informações que permeiam

33

Figura 12: Combinação do modelo TAM e do modelo TTF.

Utilidade

Intenção de UsoFacilidade de Uso Uso real

Adequação entre

a tarefa e a

tecnologia

Fonte: Tolentino, 2006

A partir do estudo dessa autora, buscou-se identificar e adaptar, de forma simplificada,

alguns dos construtos validados, cujo entendimento melhor se aproximava do uso do

SICLOM. Cabe ressaltar, que a decisão de ajuste considerando a dimensão aceitabilidade tem

um caráter complementar aos resultados da dimensão conformidade, não sendo, portanto, o

principal objetivo deste trabalho. Por isso, essa etapa não seguiu o rigor de todas as variáveis

e construtos utilizados nos modelos apresentados pelos autores.

Definidas as dimensões a serem abordadas no estudo, e, conforme mencionado

anteriormente, se fez necessária a construção de duas matrizes fundamentais para o

desenvolvimento de uma avaliação: a Matriz de Relevância e a Matriz de Analise e

Julgamento.

A Matriz de Relevância possibilita visualizar os aspectos relativos à avaliação da

intervenção e a dimensão estratégica em que se insere. Assim, a Matriz de Relevância

explicitada nos Quadros 4 e 5 tem sob consideração, respectivamente, os componentes

estruturais de insumos e atividades, reconhecidos como relevantes na implantação do

SICLOM, e com qual dimensão estão relacionados.

A construção dessa matriz contou com a colaboração de profissionais interessados

neste estudo e foi categorizada em muito relevante (RRR), relevante (RR) e pouco relevante

(R), de maneira a definir que atributo é mais estratégico em cada dimensão da avaliação. Para

efeito de cálculo, atribuiu-se a essas categorias os valores 3, 2 e 1, respectivamente. Essa

categorização permitiu a identificação dos componentes estruturais a serem priorizados na

elaboração da Matriz de Análise e Julgamento.

Page 48: Avaliação da implantação do Sistema de Controle Logístico ... · implantação do SICLOM no Brasil proporcionou avanços no gerenciamento e controle de informações que permeiam

34

Quadro 4: Matriz de relevância - Componente estrutural insumos

Componente estrutural: insumos

Subdimensão da Avaliação

Fonte de verificação

Disp

on

ibili-

da

de

Qu

alid

ad

e

técn

ico-

científica

Op

ortu

ni-

da

de

Utilid

ad

e

Fa

cilida

de

de u

so

Ad

equ

açã

o

entre

tare

fa

e tecn

olo

gia

Recursos Humanos RR RRR - RRR RR RRR

Entrevista com gestor

local;

Observação direta.

Estrutura física RR - - - - - Observação direta.

Formulário de cadastramento e

transferência de Usuário SUS RR - - - - -

Observação direta;

Formulários

arquivados.

Formulário de solicitação de

medicamentos ARV RR - - - - - Observação direta.

Medicamentos ARV RR - - - - - Observação direta.

Quadro 5: Matriz de relevância - Componente estrutural atividades

Componente estrutural:

atividades

Subdimensão da Avaliação

Fonte de verificação

Disp

on

i-

bilid

ad

e

Qu

alid

ad

e

técn

ico-

científica

Op

ortu

-

nid

ad

e

Utilid

ad

e

Fa

cilida

de

de u

so

Ad

equ

açã

o

entre

tare

fa

e tecn

olo

gia

Capacitação de recursos humanos - RRR - RRR RR RRR

Lista de presença em

capacitações realizadas;

Entrevistas com gestor e

profissional; SICLOM.

Cadastramento do profissional para

manejo do SICLOM - RRR - - - -

Entrevista com profissio-

nal; SICLOM.

Cadastramento de Usuário SUS no

SICLOM - RRR - - - -

Entrevistas; SICLOM;

Formulários arquivados.

Registro de inativação de Usuário

SUS no SICLOM - RRR - - - -

Entrevista com profissio-

nal; SICLOM.

Cadastro de médico no SICLOM - RRR - - - - SICLOM.

Entrada dos dados do Formulário de

Solicitação de Medicamentos no

SICLOM

- RRR R - - - Entrevistas; SICLOM;

Formulários arquivados.

Fechamento mensal dos dados de

dispensação no SICLOM - RRR R - - -

Entrevista com profissio-

nal; SICLOM.

Registro de entrada do medicamento

no SICLOM - RRR - - - - SICLOM.

Registro de saídas dos medica-

mentos no SICLOM - RRR - - - -

Entrevista com profissio-

nal; SICLOM.

Fechamento mensal dos dados de

controle de estoque no SICLOM - RRR R - - -

Entrevista com profissio-

nal; SICLOM.

Page 49: Avaliação da implantação do Sistema de Controle Logístico ... · implantação do SICLOM no Brasil proporcionou avanços no gerenciamento e controle de informações que permeiam

35

A matriz de análise e julgamento permite apresentar critérios/indicadores e parâmetros

a serem utilizados, assim como as fontes de evidências necessárias para sua obtenção (Medina

et al., 2005).

Para identificar o grau de implantação do SICLOM no Distrito Federal, a matriz de

análise e julgamento foi elaborada para cada dimensão avaliada, ou seja, conformidade e

aceitabilidade, das sete UDM estudadas.

A matriz de análise e julgamento agrega às dimensões e subdimensões os

critérios/indicadores, parâmetros, pontuação esperada e fontes de verificação, conforme se

pode observar nos Quadros 6 a 11.

A definição dos critérios e indicadores foi realizada pela pesquisadora a partir do

Modelo Lógico do Programa, com contribuição e validação de profissionais experientes

(Figura 4). Assim, os padrões foram definidos pela técnica de consenso. Participaram desse

processo, representantes do MS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais;

representantes egressos do curso de Avaliação em Saúde; e, representante da Gerência de

DST/Aids do Distrito Federal. Essa permuta de experiências possibilitou a construção

conjunta dessa etapa do estudo.

Para estimar o grau de implantação, foram atribuídos valores individuais para cada

critério/indicador. A partir do conjunto de critérios ou indicadores de determinada categoria

foi possível mensurar a pontuação máxima de cada dimensão e subdimensão.

Foi atribuído maior peso à dimensão conformidade, considerando que se trata de uma

avaliação normativa, em que se busca identificar se os procedimentos utilizados no manejo do

SICLOM estão sendo realizados de acordo com o recomendado (Contandriopoulos et al,

1997). O somatório dos pontos de cada dimensão determina o grau de implantação. Assim, a

pontuação máxima esperada é 71 pontos.

Page 50: Avaliação da implantação do Sistema de Controle Logístico ... · implantação do SICLOM no Brasil proporcionou avanços no gerenciamento e controle de informações que permeiam

36

Quadro 6: Matriz de Análise e Julgamento do grau de implantação do SICLOM no DF:

Disponibilidade

Comp.

Estrutural Critério/Indicador Parâmetro

Fonte de

informação PM

Insu

mo

Existência de profissionais para

manejo do SICLOM Sim - 1 Não - 0 (zero)

Entrevista com

gestor local;

Observação direta. 2

Número de horas dos profissionais

para dispensação de

medicamentos/aids/total de horas

previstas*100

>75% - Satisfatório: 01 ponto;

50-75% - Parc. Satisfat: 0,5

pontos; 25-49% - Crítico: 0,25

pontos; < 25% - Não Satisfatório:

0 pontos

Entrevista com

gestor local. 2

Existência de computador ou Thin

client com acesso a Internet Explorer

para manejo do SICLOM

Sim - 1 Não - 0 (zero) Observação direta. 2

Existência de contrato de

manutenção técnica de computadores Sim - 1 Não - 0 (zero)

Entrevista com

gestor local. 2

Existência de acesso à internet banda

larga e ponto de rede Sim - 1 Não - 0 (zero) Observação direta. 2

Existência de espaço físico com rede

elétrica, telefone com linha externa,

móvel para computador e armário

para arquivo

Sim - 1 Não - 0 (zero) Observação direta. 2

Existência de impressora, papel para

impressão e cartucho

Últimos 6 meses - 1; No último

mês - 0,5; No momento da

pesquisa - 0,25; Não - 0 (zero) Observação direta. 2

Existência de formulários de

cadastramento e transferência

preenchidos e assinados pelo

responsável técnico e pelo Usuário

SUS

Sim - 1 Não - 0 (zero)

Observação direta;

formulários

arquivados. 2

Existência de formulários de

solicitação de medicamentos ARV

disponível aos médicos que atendem

PVHA da UDM

Sim - 1 Não - 0 (zero) Observação direta 2

Existência de medicamentos ARV

para serem dispensados aos usuários

SUS em tratamento

100% ARV- 1 ponto;

95 a 99% - 0,5 ponto;

<95% - 0 ponto Observação direta 2

Atividade

Número de profissionais capacitados

que manejam o SICLOM/ total de

profissionais que manejam o

sistema*100

>75% - Satisfatório: 01 ponto;

50-75% - Parc. Satisfat: 0,5

pontos; 25-49% - Crítico: 0,25

pontos; < 25% - Não Satisfatório:

0 pontos

Lista de presença

de capacitações

realizadas;

Entrevista com

profissional.

2

Pontuação máxima da subdimensão Disponibilidade 22

PM – Pontuação máxima esperada

Page 51: Avaliação da implantação do Sistema de Controle Logístico ... · implantação do SICLOM no Brasil proporcionou avanços no gerenciamento e controle de informações que permeiam

37

Quadro 7: Matriz de Análise e Julgamento do grau de implantação do SICLOM no DF:

Qualidade técnico-científica

Comp.

Estrutural Critério/Indicador Parâmetro

Fonte de

informação PM

Ati

vid

ad

e

Número de cadastramento de novos

Usuários SUS registrados no

SICLOM /Total de formulários de

cadastramento e transferência de

usuário SUS preenchidos e assinados

pelo responsável técnico e pelo

Usuário SUS*100

>75% - Satisfatório: 01 ponto;

50-75% - Parc. Satisfat: 0,5

pontos; 25-49% - Crítico: 0,25

pontos; < 25% - Não Satisfatório:

0 pontos

SICLOM;

Formulários

arquivados. 3

Nº de procedimentos de cadastro e

transferência que os profissionais

declaram realizar no SICLOM e que

estão condizentes com as

normatizações estabelecidas / Total

de procedimentos de cadastro e

transferência normatizados *100

>75% - Satisfatório: 01 ponto;

50-75% - Parc. Satisfat: 0,5

pontos; 25-49% - Crítico: 0,25

pontos; < 25% - Não Satisfatório:

0 pontos

Entrevista. 3

Total de profissionais que manejam o

sistema/ Nº de profissionais

cadastrados que manejam o

SICLOM *100

>75% - Satisfatório: 01 ponto;

50-75% - Parc. Satisfat: 0,5

pontos; 25-49% - Crítico: 0,25

pontos; < 25% - Não Satisfatório:

0 pontos

SICLOM;

Entrevista com

Gestor. 3

Número de cadastros ativos de

Usuário SUS que não retiraram ARV

no SICLOM, nos últimos 180 dias

/Total de cadastros ativos de Usuário

SUS no SICLOM no período *100

≤5% - Satisfatório: 1 ponto

> 5% - Não Satisfatório: 0 pontos SICLOM. 3

Número de duplicidade de cadastro

de médicos no SICLOM/Total de

médicos cadastrados no

SICLOM*100

≤5% - Satisfatório: 1 ponto

> 5% - Não Satisfatório: 0 pontos SICLOM. 3

Número de formulários de

Solicitação de Medicamentos

digitados no SICLOM/Total de

Formulários de Solicitação de

Medicamentos arquivados no mesmo

período*100

>=95% - Satisfatório: 1 ponto

90-94% - Crítico: 0,5 ponto

<90% - Não Satisfatório: 0 ponto

SICLOM;

Formulários

arquivados. 3

Quantidade de medicamentos

recebidos pelo NUMAB registrada

no SICLOM/total de medicamentos

recebidos pelo NUMAB no

período*100

100% - Satisfatório: 1 ponto

< 100% - Não Satisfatório: 0 ponto SICLOM. 3

Quantidade de medicamentos

recebidos por remanejamento

registrado no SICLOM/total de

medicamentos recebidos por

remanejamento no período*100

100% - Satisfatório: 1 ponto

< 100% - Não Satisfatório: 0 ponto SICLOM. 3

Nº de procedimentos de dispensação

no SICLOM declarados pelos

profissionais que manejam o sistema

de forma condizente com as

normatizações estabelecidas / Total

de procedimentos de dispensação

normatizados *100

>75% - Satisfatório: 01 ponto;

50-75% - Parc. Satisfat: 0,5

pontos; 25-49% - Crítico: 0,25

pontos; < 25% - Não Satisfatório:

0 pontos

Entrevista. 3

Page 52: Avaliação da implantação do Sistema de Controle Logístico ... · implantação do SICLOM no Brasil proporcionou avanços no gerenciamento e controle de informações que permeiam

38

Número de medicamentos ARV com

ajustes de estoque realizados no

SICLOM/ Número de medicamentos

movimentados na UDM no mesmo

período*100

<=5% - Satisfatório: 1 ponto

>5% - Não Satisfatório: 0 ponto SICLOM. 3

Mediana do % de variação dos

ajustes de estoque realizados no

SICLOM

<=5% - Satisfatório: 1 ponto

>5% - Não Satisfatório: 0 ponto SICLOM. 3

Pontuação máxima da subdimensão Qualidade Técnico-científica 33

PM – Pontuação máxima esperada

Quadro 8: Matriz de Análise e Julgamento do grau de implantação do SICLOM no DF:

Oportunidade

Comp.

Estrutural Critério/Indicador Parâmetro

Fonte de

informação PM

Ati

vid

ad

e

O fechamento mensal dos dados é

realizado antes da primeira

dispensação do mês subsequente?

Sim - 1 Não - 0 (zero)

Entrevista com

profissional;

SICLOM. 1

O registro da dispensação de

medicamentos é feito no momento da

dispensação (online)?

Sim - 1 Não - 0 (zero) Entrevista com

profissional. 1

Pontuação máxima da subdimensão Oportunidade 2

Pontuação máxima da dimensão CONFORMIDADE 57

PM – Pontuação máxima esperada

Quadro 9: Matriz de Análise e Julgamento do grau de implantação do SICLOM no DF:

Utilidade

Comp.

Estrutural Critério/Indicador Parâmetro

Fonte de

informação PM

Ati

vid

ad

e

Escores observados de utilidade /

(20 pontos * Nº de profissionais

entrevistados)*100

>75% - Satisfatório: 01 ponto;

50-75% - Parc. Satisfat: 0,50 pontos;

25-49% - Crítico: 0,25 pontos;

< 25% - Não Satisfatório: 0 pontos

Entrevista

com

profissional 3

Pontuação máxima da subdimensão Utilidade 3

PM – Pontuação máxima esperada

Quadro 10: Matriz de Análise e Julgamento do grau de implantação do SICLOM no DF:

Facilidade de uso

Comp.

Estrutural Critério/Indicador Parâmetro

Fonte de

informação PM

Ati

vid

ad

e

Escores observados de facilidade / (15 pontos * Nº de profissionais

entrevistados)*100

>75% - Satisfatório: 01 ponto;

50-75% - Parc. Satisfat: 0,50 pontos;

25-49% - Crítico: 0,25 pontos;

< 25% - Não Satisfatório: 0 pontos

Entrevista

com

profissional 2

Pontuação máxima da subdimensão Facilidade de uso 2

PM – Pontuação máxima esperada

Page 53: Avaliação da implantação do Sistema de Controle Logístico ... · implantação do SICLOM no Brasil proporcionou avanços no gerenciamento e controle de informações que permeiam

39

Quadro 11: Matriz de Análise e Julgamento do grau de implantação do SICLOM no DF:

Adequação entre tarefa e tecnologia

Comp.

Estrutural Critério/Indicador Parâmetro

Fonte de

informação PM

Ati

vid

ad

e

Escores observados de

relacionamento / (10 pontos * Nº de

profissionais entrevistados)*100

>75% - Satisfatório: 01 ponto;

50-75% - Parc. Satisfat: 0,50 pontos;

25-49% - Crítico: 0,25 pontos;

< 25% - Não Satisfatório: 0 pontos

Entrevista

com

profissional. 3

Escores observados de

confiabilidade / (5 pontos * Nº de

profissionais entrevistados)*100

>75% - Satisfatório: 01 ponto;

50-75% - Parc. Satisfat: 0,50 pontos;

25-49% - Crítico: 0,25 pontos;

< 25% - Não Satisfatório: 0 pontos

Entrevista

com

profissional. 3

Escores observados de

compatibilidade / (5 pontos * Nº de

profissionais entrevistados)*100

>75% - Satisfatório: 01 ponto;

50-75% - Parc. Satisfat: 0,50 pontos;

25-49% - Crítico: 0,25 pontos;

< 25% - Não Satisfatório: 0 pontos

Entrevista

com

profissional. 3

Pontuação máxima da subdimensão Adequação entre tarefa e tecnologia 6

Pontuação máxima da dimensão ACEITABILIDADE 14

Pontuação máxima da AVALIAÇÃO 71

PM – Pontuação máxima esperada

Os padrões de julgamento foram analisados por intermédio da relação entre a

pontuação máxima esperada e a observada. Por fim, mediante o somatório dos pontos

observados e esperados, foi calculado o percentual por subdimensão e dimensão, como

demonstrado abaixo:

Percentual (%) dimensão=

Sendo, X(O) a pontuação esperada da dimensão e,

X(E) a pontuação observada da dimensão.

Assim, os parâmetros classificatórios do grau de implantação foram definidos por

meio de quartis, conforme apresentado no Quadro 12:

Quadro 12: Parâmetros para o grau de implantação.

Classificação Grau de implantação

Implantado ou Satisfatório Igual ou superior a 75%

Parcialmente implantado De 50 a 74%

Crítico ou Insatisfatório De 25 a 49%

Não implantado Menor que 25%

Para melhor caracterizar a dimensão Aceitabilidade – subdimensões Facilidade de Uso

e Adequação entre a Tarefa e Tecnologia –, bem como as opiniões dos profissionais que

manejam o SICLOM quanto aos aspectos favoráveis e desfavoráveis ao uso desse sistema,

alguns depoimentos, obtidos por meio de entrevista com esses profissionais, serão citados.

Page 54: Avaliação da implantação do Sistema de Controle Logístico ... · implantação do SICLOM no Brasil proporcionou avanços no gerenciamento e controle de informações que permeiam

40

4.3.3 Área do estudo

O Distrito Federal (DF) foi o caso escolhido para esta avaliação da implantação do

SICLOM, tendo em vista que 100% das UDM realizavam dispensação dos ARV usando o

SICLOM (critério de seleção). Conforme dito, o DF dispunha de oito Unidades

Dispensadoras de Medicamentos em 2010, e todas faziam uso pleno das funcionalidades

estabelecidas no SICLOM. Não foram incluídas as maternidades, nem o almoxarifado de

medicamentos de aids do DF. A escolha do DF para a realização deste trabalho foi, também,

devido à facilidade geográfica de acesso e pelo fato de o estudo não dispor de qualquer fonte

de financiamento ou disponibilização de efetivo para a realização da pesquisa de campo,

ficando todos os custos a cargo da pesquisadora principal.

4.3.4 Instrumentos de coleta de dados

O levantamento de evidências foi realizado por meio de análise documental; roteiro de

entrevista/questionários semi-estruturados aplicados aos gerentes dos serviços visitados e aos

profissionais que manejam o SICLOM; análise da base de dados do SICLOM; e observação

direta dos serviços e das atividades relativas ao uso do sistema. A coleta foi feita pela própria

pesquisadora.

A seguir são descritos as características de cada instrumento utilizado na pesquisa:

Análise Documental: foram analisados documentos normativos, legislações pertinentes ao

tema proposto, manuais e guias de referência do SICLOM, formulários de solicitação de

medicamentos para aids (Anexo C) e relatórios de atividades ou atas de reuniões disponíveis

no MS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais.

Entrevistas: Foram elaborados questionários semi-estruturados direcionados aos gerentes dos

serviços e profissionais que manejam o SICLOM (Apêndice A e B) para levantamento das

seguintes informações:

Gerentes dos Serviços (Apêndice A): dados de caracterização desses profissionais

(dados demográficos, cargo, tempo de atuação no programa); população adstrita

atendida no serviço, profissionais que atuam no programa com conhecimento sobre o

SICLOM e uso dos dados por ele produzidos.

Profissionais de saúde (Apêndice B): dados de caracterização desses profissionais; de

organização do serviço; e de percepção do usuário frente ao sistema em si. Esse

questionário foi composto de cinco partes com as seguintes características: (a) dados

Page 55: Avaliação da implantação do Sistema de Controle Logístico ... · implantação do SICLOM no Brasil proporcionou avanços no gerenciamento e controle de informações que permeiam

41

demográficos para caracterizar os participantes da pesquisa; (b) informações sobre a

experiência dos profissionais no uso de tecnologia da informação na dispensação de

medicamentos ARV; (c) questões de organização e infraestrutura do trabalho; (d)

questões cujas respostas foram baseadas na Escala Likert, de 5 elementos, conforme

apresentado por Malhotra (2006), em que 1 significa ―Discordo Totalmente‖ e 5

significa ―Concordo Totalmente‖, visando obter informações sobre o posicionamento

do profissional quanto à aceitação do uso do SICLOM nas suas atividades de rotina; e

(e) questões abertas, em que o participante tinha a liberdade em expressar a forma de

uso das funcionalidades do sistema, as facilidades e dificuldades encontradas no

manejo do sistema, além de apresentar críticas e/ou sugestões de melhoria no sistema.

Base de dados do SICLOM: Foi elaborado um Termo de Responsabilidade de uso da base

de dados do SICLOM no Distrito Federal, para o período de janeiro a junho de 2011

(Apêndice C). Cabe mencionar que não houve o repasse da base de dados para a

pesquisadora. Os indicadores foram obtidos a partir de solicitações de dados à pessoa

responsável pelo gerenciamento do banco de dados do SICLOM no Departamento. Ainda

assim, foram adotadas as recomendações éticas no manuseio dessas informações.

Observação Direta: O roteiro de observação dos serviços e das atividades desenvolvidas

(Apêndice D) possibilitou o levantamento de subsídios complementares das informações para

o aprofundamento das análises.

4.4 Limites do estudo

Para a presente pesquisa, estava programada a participação de 100% das UDM do

Distrito Federal. Contudo, conforme já mencionado, por questões técnico-operacionais só foi

possível a consecução do trabalho em sete das oito UDM. Considerando tratar-se de um

estudo de caso, entende-se que esse fato não trará maiores prejuízos aos achados da pesquisa.

Uma limitação do estudo é o fato de ser uma avaliação interna. É positivo o grande

conhecimento da intervenção por parte do avaliador, mas, pode ocasionar certa dificuldade de

distanciamento e imparcialidade no julgamento final. Todavia, o envolvimento e participação

dos usuários potenciais da avaliação, ao longo de todo esse processo, contribuem para dirimir

esse fator limitante.

Os estudos sobre aceitabilidade de tecnologias da informação apontam algumas

limitações relativas ao modelo TAM. Ainda que utilizado como modelo híbrido com o TTF

(Tolentino, 2006), vale reforçar que o uso desse componente nesta avaliação foi bastante

Page 56: Avaliação da implantação do Sistema de Controle Logístico ... · implantação do SICLOM no Brasil proporcionou avanços no gerenciamento e controle de informações que permeiam

42

simplificado, tornando-se, talvez, analiticamente restrito para comparação. Por outro lado, foi

decidida sua incorporação às análises, mesmo que limitada, pelo entendimento de que é um

componente que complementará os achados de conformidade, podendo ampliar a

compreensão da implantação do SICLOM.

Os escores observados em relação à confiabilidade dos dados foram bastante variados,

valendo mencionar que a formulação das frases de todo o questionário foi de cunho positivo,

exceto para a dimensão Aceitabilidade, subdimensão Adequação entre a Tarefa e Tecnologia,

podendo ter induzido a um viés de interpretação. Pode-se ainda aventar a hipótese de que os

profissionais que apenas realizam a dispensação dos medicamentos não tenham tido a

capacidade de fazer análises críticas dos dados inseridos. Cabe mencionar que, para fins de

análise desse indicador foi utilizada uma escala invertida dos escores, de forma a

homogeneizar as interpretações.

4.5 Aspectos éticos da avaliação

Esta pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa, da Escola Nacional de

Saúde Pública – CEP/ENSP, da Fundação Oswaldo Cruz e aprovada por meio do Parecer Nº.

19/11, de 16/02/11.

Esse Parecer foi apresentado aos gerentes dos serviços visitados e, em seguida, colhido

a assinatura do Termo de Anuência (Apêndice E), que autorizou a realização do levantamento

dos dados, análise, divulgação e publicação dos achados do estudo.

Os profissionais de saúde entrevistados receberam informações sobre a pesquisa,

tendo sido destacado que os dados seriam analisados de forma agregada, não havendo

identificação dos profissionais nos resultados. Cada profissional assinou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) – Apêndice F, conforme regulamentado na

Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde/MS.

As entrevistas foram gravadas e todos os dados relacionados à pesquisa serão

guardados sob a responsabilidade da pesquisadora, por cinco anos, de acordo com o

estabelecido pelo CEP.

Vale ressaltar que se buscou preservar a confidencialidade de algumas informações

dos entrevistados, bem como a adoção de um caráter imparcial no durante o desenvolvimento

do trabalho de campo.

Page 57: Avaliação da implantação do Sistema de Controle Logístico ... · implantação do SICLOM no Brasil proporcionou avanços no gerenciamento e controle de informações que permeiam

43

4.6 Divulgação dos achados no estudo

A divulgação dos achados desta avaliação será realizada por meio da elaboração de

artigo científico; apresentação dos resultados ao MS/Departamento de DST, Aids e Hepatites

Virais e à Gerência de DST, Aids e Hepatites Virais do Distrito Federal, com participação das

equipes locais participantes. Será feita, também, apresentação aos parceiros envolvidos no

gerenciamento logístico de medicamentos e insumos estratégicos e, em seminários, quando

houver o interesse.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O levantamento dos dados se deu de 05 a 27 de setembro de 2011. Os resultados estão

organizados em três subitens: (a) caracterização da rede de serviços relacionados ao HIV/aids

(organização e estrutura) do Distrito Federal; (b) análise do grau de implantação da

intervenção e; (c) aspectos favoráveis e desfavoráveis ao uso do SICLOM no DF.

5.1 Caracterização da rede de serviços de HIV/aids do Distrito Federal

5.1.1 Perfil das UDM

No Distrito Federal, existe pelo menos uma UDM em cada Região de Saúde

apresentada anteriormente, na Figura 9 (pág. 26), a exceção da Região Leste que não dispõe

desse serviço. Atualmente, no DF, cerca de 4.500 usuários SUS retiram medicamentos ARV

em uma dessas UDM.

O presente estudo foi realizado em sete das oito UDM do Distrito Federal, por razão já

apontada. As UDM participantes deste estudo dispensam ARV para 88% dos usuários SUS

em uso desse medicamento no DF. Nessas farmácias, a equipe de profissionais, composta por

farmacêuticos e dispensadores, possuía vínculo efetivo com o serviço. Três dos sete serviços

contavam apenas com o farmacêutico para manejo do sistema, havendo perspectiva de

conseguir um dispensador para dois deles.

A Tabela 2 apresenta a distribuição dos serviços participantes do estudo quanto ao

número médio estimado de dispensações realizadas por mês.

Tabela 2: Distribuição das UDM incluídas na avaliação, segundo número médio de

dispensações registradas por mês. Distrito Federal, 2011

Nº dispensações/mês Nº de UDM

Menos de 100 2

100 a 300 3

300 a 500 1

Mais que 500 1

Total 7

Fonte: SICLOM

Os espaços físicos desses serviços estão estruturados com rede elétrica, computador —

a exceção de uma unidade —, armários para guarda dos ARV e arquivo dos formulários. Em

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relação à linha telefônica externa, observou-se que, em três locais o telefone estava localizado

fora da área da farmácia.

O SICLOM estava localizado na farmácia de quatro dos sete serviços visitados. Cabe

destacar aqui algumas situações específicas: uma UDM estava em processo de reforma e o

local de dispensação dos medicamentos ARV foi improvisado em um espaço físico precário e

com poucas condições de trabalho. Havia energia elétrica para a geladeira dos medicamentos

termolábeis, mas o computador estava danificado devido a uma pane elétrica; duas UDM

contavam com espaço físico específico para dispensação de medicamentos ARV. Todavia, um

desses serviços não se tratava especificamente de uma farmácia e, sim, uma sala do serviço

vinculada diretamente ao Programa de DST/aids.

As unidades estão vinculadas a um serviço hospitalar ou ambulatorial de saúde e

dispõem de atribuições de assistência farmacêutica a outros agravos atendidos no serviço ao

qual pertencem. Isso significa dizer que, além da dipensação de medicamentos

antirretrovirais, essas UDM fornecem outros medicamentos. Nas entrevistas, verificou-se que

11 dos 18 (61%) entrevistados também dispensam medicamentos para hanseníase, 10 dos 18

entrevistados (56%) para tuberculose, 9 desse total (50%) para diabetes, 6 dos 18 (33%) para

asma e 5 desse total (29%) para hipertensão arterial sistêmica.

Foram identificadas dificuldades de falta de equipamentos, como impressora e/ou

material de expediente (cartucho, papel para impressão), de linhas telefônicas exclusivas e

recursos humanos, este último evidenciado pela falta de autonomia do gestor para contração

de pessoal.

5.1.2 Perfil dos gerentes das UDM visitadas no Distrito Federal

Dentre os gerentes entrevistados, 5 dos 7 (cerca de 71%) eram do sexo feminino.

Todos eles dispunham de nível superior, sendo três enfermeiros (42,8%), dois médicos

(28,6%) e dois farmacêuticos (28,6%). Desses, três referiram ter curso de pós-graduação. A

média de idade desses gerentes foi de 51 anos.

O tempo de atuação na gerência variou de três semanas a dois anos, perfazendo uma

média de 11 meses e uma mediana de seis meses.

5.1.3 Perfil dos profissionais

Participaram das entrevistas 18 profissionais que realizam o manejo do SICLOM, nas

sete UDM elencadas, conforme apresentado na Tabela 3:

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Tabela 3: Distribuição dos profissionais entrevistados, segundo UDM incluídas no estudo.

Distrito Federal, 2011

UDM Nº de profissionais

entrevistados %

01 1 5,6

02 1 5,6

03 1 5,6

04 2 11,1

05 4 22,2

06 4 22,2

07 5 27,8

Total 18 100,0

Dos 18 profissionais que trabalham na dispensação de ARV e manejam o SICLOM,

13 (72%) são do sexo feminino e 12 (67%) desses profissionais têm nível superior, dos quais

mais da metade (10 profissionais) tem curso de pós-graduação. Dentre os profissionais que

são apenas dispensadores de medicamentos – 7 (39%) dos 18 entrevistados –, um profissional

tem nível superior e os demais são de nível médio.

A idade dos profissionais variou entre 25 e 55 anos, com uma média de 40 anos.

Demonstra-se na Tabela 4 a distribuição dos profissionais entrevistados, segundo faixa etária

e sexo.

Tabela 4: Distribuição dos profissionais entrevistados nas UDM incluídas no estudo, segundo

faixa etária e sexo. Distrito Federal, 2011.

Faixa etária Sexo

Total Masculino Feminino

25-34 anos 1 5 6

35-44 anos 3 3 6

45-54 anos 1 4 5

55 anos 0 1 1

Total 5 13 18

Em torno de 89% dos entrevistados (16 dos 18 profissionais) declararam ter mais de

cinco anos de experiência no uso de computadores. O mesmo tempo de uso da internet foi

relatado por 83% dos profissionais (15 dos 18 entrevistados).

No que tange à experiência com o manejo do SICLOM, uma diversidade foi

constatada – três entrevistados fazem uso do sistema há menos de um ano e o mesmo numero

de profissionais usam o SICLOM há mais de cinco anos. Tem-se na Tabela 5 a distribuição

dos profissionais por sexo e tempo de uso do SICLOM.

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Tabela 5: Distribuição dos profissionais entrevistados nas UDM incluídas no estudo, por sexo

e segundo tempo de uso do SICLOM. Distrito Federal, 2011

Tempo de uso do SICLOM Sexo

Total Masculino Feminino

Há menos de um ano 1 2 3

De 1 a 2 anos 2 3 5

De 2 a 5 anos 2 5 7

Mais de 5 anos 0 3 3

Total 5 13 18

Na Tabela 6, pode-se observar a distribuição dos profissionais entrevistados, por sexo,

segundo tempo de dispensação de medicamentos ARV. Verifica-se que é similar a da tabela

anterior, constatando-se, porém, que o numero de profissionais com mais de cinco anos de

experiência foi o dobro.

Tabela 6: Distribuição dos profissionais entrevistados nas UDM incluídas no estudo, por sexo

e segundo tempo de dispensação de medicamentos para aids. Distrito Federal, 2011

Tempo de dispensação de

medicamentos/aids

Sexo Total

Masculino Feminino

Há menos de um ano 0 2 2

De 1 a 2 anos 2 3 5

De 2 a 5 anos 2 3 5

Mais de 5 anos 1 5 6

Total 5 13 18

Constatou-se, ainda, que 12 (67%) dessas pessoas trabalham com outro sistema

informatizado no serviço. Onze dos 18 profissionais entrevistados (67%) dispõem de 40 horas

semanais de trabalho, dois faz 20 horas, quarto (22%) 30 horas semanais e um com jornada de

36 horas semanais.

Como as UDM, conforme foi constatado, são unidades de referência para outros

programas, observou-se que, em média, cada profissional entrevistado dispensa

medicamentos para cerca de cinco Programas de Saúde. Sete (39%) desses profissionais

trabalham na dispensação de medicamentos para seis ou sete outras endemias.

Ao serem questionados acerca das condições no serviço, necessárias para

desenvolvimento das atividades, a maior parte dos profissionais (17) declaram que essas são

―em partes‖ ou ―não ter condições adequadas‖, sendo assinalados como principais motivos a

escassez de recursos humanos (20,7%), estrutura física inadequada (20,7%) e elevada

demanda de trabalho (15,5%).

Em relação às condições no serviço para uso do SICLOM o percentual de ausência ou

escassez de condições alcançou 72,2% das respostas. Os motivos assinalados foram: lentidão

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do SICLOM (22,5%); estrutura física inadequada (17,5%); falta de treinamento para uso

desse sistema (15%) e problemas de conexão com a internet (12,5%).

Quanto à disponibilidade de insumos de informática, quer seja, impressora, cartucho e

papel para impressão, verificou-se que 42,8% das Unidades visitadas dispõem desses

insumos, enquanto 28,6% não dispõem e, para os 28,6% restantes, essa disponibilidade foi

parcial. Cabe mencionar, que por meio de observação direta, confirmou-se que as informações

obtidas por entrevistas foram condizentes com a realidade das UDM no momento da pesquisa.

5.2 Grau de implantação do SICLOM no Distrito Federal

5.2.1 Dimensão Conformidade

Na subdimensão Disponibilidade, as análises se referiram ao componente estrutural

insumos, no que tange aos recursos humanos, estrutura física, conectividade, formulários do

sistema e os medicamentos ARV. Contribuíram nessa análise dois indicadores do componente

estrutural atividades, relacionados aos recursos humanos.

Quadro 13: Matriz de análise e julgamento preenchida:Disponibilidade

Critério/Indicador PM PO %

Existência de profissionais para manejo do SICLOM 2 2,0 100,0

Número de horas dos profissionais para dispensação de medicamentos

de aids/total de horas previstas*100 2 1,0 50,0

Existência de computador ou Thin client com acesso a Internet explorer

para manejo do SICLOM 2 2,0 100,0

Existência de contrato de manutenção técnica de computadores 2 0,0 0,0

Existência de acesso à internet banda larga e ponto de rede 2 2,0 100,0

Existência de espaço físico com rede elétrica, telefone com linha

externa, móvel para computador e armário para arquivo 2 2,0 100,0

Existência de impressora, papel para impressão e cartucho 2 0,0 0,0

Existência de formulários de cadastramento e transferência preenchidos

e assinados pelo responsável técnico e pelo Usuário SUS 2 0,0 0,0

Existência de formulários de solicitação de medicamentos ARV

disponível aos médicos que atendem PVHA da UDM 2 2,0 100,0

Existência de medicamentos ARV para serem dispensados aos usuários

SUS em tratamento 2 2,0 100,0

Número de profissionais capacitados que manejam o SICLOM/ total de

profissionais que manejam o sistema*100 2 0,0 0,0

Total da subdimensão Disponibilidade 22 13,0 59,1

*PM – pontuação máxima esperada e PO – pontuação observada

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Demonstra-se no Quadro 13 acima, que na subdimensão disponibilidade obteve-se 13

pontos, o que significa dizer que 59,1% dos recursos necessários estão disponíveis e em

volume necessário para o manejo do SICLOM nos serviços estudados, classificando-se essa

subdimensão como parcialmente implantada.

Verificou-se que todas as UDM dispunham de formulários de solicitação de

medicamento de aids para uso por parte dos médicos; que os medicamentos ARV estavam

disponíveis no momento da pesquisa e que havia profissionais para manejo do sistema. No

entanto, quanto aos recursos humanos, o número de horas é um fator que se apresentou pouco

satisfatório ou crítico em alguns serviços.

Em termos de estrutura física, conforme já assinalado no item anterior, as UDM

dispunham de espaço com rede elétrica, telefone, quer seja dentro da farmácia ou próximo a

ela, mesa para o computador e armários para arquivo. Por outro lado, vale registrar que, por

meio da observação direta, esses espaços não foram considerados adequados, constatando-se,

ainda, que em algumas situações a movimentação da equipe no ambiente é restringida.

Verificou-se que, à exceção de uma unidade, os serviços contam com computador e

acesso à internet. Nessa UDM o profissional disse realizar os registros dos dados no SICLOM

em outro departamento do serviço ou na sua residência.

Quanto à existência de contrato de manutenção dos computadores, de forma geral,

observou-se que os gerentes das UDM investigadas não tinham conhecimento do tipo de

equipamento utilizado e se contavam com serviço de manutenção.

No que se refere à capacitação para uso do SICLOM, apenas 29% dos profissionais

declararam terem sido capacitados. Os demais relataram que houve repasse de conhecimento

por parte dos colegas de trabalho ou de outras UDM. Segundo os entrevistados esse fato pode

ser decorrente da alta rotatividade de profissionais na rede pública de saúde. Existem

situações em que há necessidade de remanejamento de profissional e devido ao volume de

atendimento, fica comprometida a saída do profissional para treinamento. Adicionado a esse

fator, o quadro funcional não é adequado.

Constatou-se, ainda, que em grade parte das situações a disponibilidade de insumos

nos serviços foi decorrente da iniciativa dos profissionais, que desembolsam recursos próprios

para impressão ou cópia dos formulários de solicitação de medicamentos, de recibos das

dispensações ou relatórios do sistema. Segundo Prado et. al (2010), o fator humano foi

dinamizador do sucesso do projeto, ao considerar exemplos de funcionários que sacrificavam

tempo e outras áreas de sua vida para o bom andamento do projeto.

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50

No componente de Qualidade técnico-científica foram avaliados os procedimentos

de cadastramento, dispensação e movimentação de estoques no SICLOM.

Pode-se observar no Quadro 14 a seguir que na subdimensão Qualidade técnico-

científica foram conseguidos 23,4 pontos (70,9%) dos 33 esperados, representando que, de

acordo com o conhecimento e tecnologia disponíveis, o manejo do SICLOM no DF está

parcialmente implantado, tendo como padrão as funcionalidades estabelecidas nos protocolos

do sistema.

Quadro 14: Matriz de análise e julgamento preenchida: Qualidade técnico-científica

Critério/Indicador PM PO %

Número de cadastramento de novos Usuários SUS registrados no

SICLOM /Total de formulários de cadastramento e transferência de

usuário SUS preenchidos e assinados pelo responsável técnico e pelo

Usuário SUS*100

3 0,0 0,0

Nº de procedimentos de cadastro e transferência que os profissionais

declaram realizar no SICLOM e que estão condizentes com as

normatizações estabelecidas / Total de procedimentos de cadastro e

transferência normatizados *100

3 0,8 25,0

Total de profissionais que manejam o sistema/ Nº de profissionais

cadastrados que manejam o SICLOM *100 3 3,0 100,0

Número de cadastros ativos de Usuário SUS que não retiraram ARV no

SICLOM, nos últimos 180 dias /Total de cadastros ativos de Usuário SUS

no SICLOM no período *100

3 3,0 100,0

Número de duplicidade de cadastro de médicos no SICLOM/Total de

médicos cadastrados no SICLOM*100 3 0,0 0,0

Número de formulários de Solicitação de Medicamentos digitados no

SICLOM/Total de Formulários de Solicitação de Medicamentos

arquivados no mesmo período*100

3 3,0 100,0

Quantidade de medicamentos recebidos pelo NUMAB registrada no

SICLOM/total de medicamentos recebidos pelo NUMAB no período*100 3 3,0 100,0

Quantidade de medicamentos recebidos por remanejamento registrado

no SICLOM/total de medicamentos recebidos por remanejamento no

período*100

3 3,0 100,0

Nº de procedimentos de dispensação no SICLOM declarados pelos

profissionais que manejam o sistema de forma condizente com as

normatizações estabelecidas / Total de procedimentos de dispensação

normatizados *100

3 1,5 50,0

Número de medicamentos ARV com ajustes de estoque realizados no

SICLOM/ Número de medicamentos movimentados na UDM no mesmo

período*100

3 3,0 100,0

Mediana do % de variação dos ajustes de estoque realizados no SICLOM 3 3,0 100,0

Total da subdimensão Qualidade técnico-científica 33 23,4 70,9

*PM – pontuação máxima esperada e PO – pontuação observada

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51

Conforme anteriormente mencionado, o Protocolo de Assistência Farmacêutica em

DST/HIV/AIDS (2010) preconiza ―Formulário de Cadastramento de Usuário SUS com todos

os campos devidamente preenchidos e apresentação, também, por parte do usuário de um

Documento expedido por Órgão Público, com Foto‖. No manual de cadastramento do

SICLOM se preconizava que ―Para ser cadastrado, o usuário SUS deverá obrigatoriamente

estar portando um documento de identificação‖. Na nova versão desse manual, publicada em

agosto de 2012, houve uma padronização e o manual do SICLOM adotou a recomendação do

Protocolo supracitado. O campo de ―Pessoas autorizadas a retirar o medicamento‖, por sua

vez, serve como abordagem consentida, respeitando o seu direito à privacidade (Brasil, 2007).

Todavia, este estudo demonstrou que as pontuações mais baixas foram verificadas no

cadastramento, tendo sido constatado que não é uma prática o arquivamento do Formulário

de Cadastramento dos Usuários. Apenas, em uma UDM foram localizados alguns

formulários arquivados e em outro serviço existe um controle paralelo de fichas manuais, com

os mesmos dados do sistema. Diante disso, o critério ―Cadastramento de novos Usuários SUS

realizado no SICLOM‖ obteve nenhuma pontuação.

Ainda com relação ao cadastramento, segundo os entrevistados não é usual solicitar

que o usuário apresente o Formulário de Cadastramento do Usuário SUS. Este estudo

constatou que ainda não é clara para os profissionais a responsabilidade de preenchimento

desse formulário, pois existem dados clínicos, que poderiam ser preenchidos pelos médicos, e

dados gerais, demográficos, que poderiam ser preenchidos pelo próprio usuário ou qualquer

outro profissional envolvido nesse processo. Outra questão observada diz respeito ao

desconhecimento por parte de alguns profissionais das orientações sobre os documentos

necessários ao cadastramento.

Com relação a inativação de usuários SUS foi observado que menos da metade (44%)

dos profissionais conhecem e fazem uso desse recurso no SICLOM, utilizando os relatórios

disponíveis no sistema para acompanhamento do cadastro de pacientes faltosos e em

abandono.

Em relação ao cadastramento de médicos, foram identificadas duplicidades de registro,

atingindo um patamar superior ao percentual aceitável de 5%. Ainda para a funcionalidade de

cadastramento, a proporção de profissionais cadastrados e ativos para manejo do sistema foi

satisfatório. No entanto, em uma UDM esse alcance foi parcial, ou seja, encontram-se

desligados da unidade, mas com registro ativo, podendo entrar no sistema conforme seu perfil

de acesso, em torno de 38% dos profissionais cadastrados. Esse aspecto está relacionado à

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garantia de segurança da informação, que em muitas organizações tem sido negligenciada não

se mantendo uma metodologia e adoção de segurança (Burgo & Tamae, 2006).

Sabe-se que a manutenção da base de dados, atualizada, contribui para o adequado

gerenciamento das informações, condição essencial para eficiência na logística nacional de

ARV, beneficiando não só as pessoas que utilizam esses medicamentos, mas a coletividade

pela manutenção da epidemia sobre controle.

A dispensação é a atividade mais utilizada na rotina dos profissionais da farmácia e o

principal meio de saída de medicamentos. Os indicadores relacionados a essa funcionalidade,

―registro dos formulários de dispensação‖ e ―número de procedimentos de dispensação

conforme recomendado‖, apresentaram-se satisfatórios. Para o último indicador, 50% das

UDM obtiveram pontuação satisfatória e a outra metade, parcialmente satisfatória.

Uma questão que merece destaque é que no momento da dispensação, existem

situações em que o usuário dispõe de um ou mais medicamento do seu esquema em casa –

aqui não serão abordados os motivos, por extrapolar os objetivos deste estudo –. Ainda que o

usuário leve apenas parte do seu esquema de tratamento, é imprescindível que se faça o

registro daquele(s) ARV que estiver na posse do paciente, no campo ―posse do usuário‖. Esse

é um importante dispositivo, pois o não registro do ARV sob posse do paciente, constaria no

sistema, no histórico de dispensação ou no recibo de dispensação, como um esquema

terapêutico diferente do prescrito pelo médico. Ademais, se fosse registrado como saída

ocasionaria divergência entre o estoque físico e do SICLOM. O conhecimento acerca desse

mecanismo não era do conhecimento de todos, sendo relatado por 88,9% dos profissionais.

Os registros de movimentação de estoques são realizados com a entrada dos

medicamentos no estoque até a sua saída, que pode ser por meio das dispensações,

remanejamento, devolução ou perda. Este estudo evidenciou que os indicadores de registro

das entradas no SICLOM foram satisfatórios. Todavia, ainda que os indicadores de ajuste dos

estoques, de forma geral, tenham obtido índices satisfatórios, verificou-se que quase três

(43%) UDM obtiveram resultados críticos, tanto para o percentual de medicamentos

ajustados, quanto para a variação dos ajustes realizados – convém mencionar que foi utilizada

a mediana para calcular essa variação dos ajustes dos estoques, devido à grande variabilidade

dos dados, de forma a minimizar a influência de valores extremos –. Ainda com relação aos

registros de movimentação de estoques, merecem destaque positivo duas UDM que realizam a

conferência do estoque diariamente e não apresentaram qualquer ajuste em seus estoques. Em

uma unidade com menos de 100 dispensações de ARV registradas por mês no SICLOM, a

conferência é feita uma vez ao dia, e ainda que o registro das dispensações não seja feito em

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tempo real, por problemas de infraestrutura, ao final do dia é realizada a conferência entre os

Formulários de Solicitação de Medicamentos e o estoque físico. Em outro serviço, que tem

entre 300 a 500 dispensações registradas por mês, esse procedimento é realizado duas vezes

ao dia. A farmácia encerra suas atividades de atendimento ao público, meia hora antes do

horário do almoço e meia hora antes do término do expediente para a verificação de estoque

de todos os programas de saúde atendidos naquele serviço. Ambas as UDM não fizeram

ajuste em seus estoques.

Na subdimensão de Oportunidade foram avaliados os procedimentos de registro das

dispensações em tempo real (online) e o fechamento dos dados de dispensação e

movimentação de estoques, obtendo-se conforme se pode observar no Quadro 15, 100% dos

pontos esperados, ou seja, a ação técnica é identificada e realizada no momento em que se é

requerida.

Quadro 15: Matriz de análise e julgamento preenchida: Oportunidade

Critério/Indicador PM PO %

O fechamento mensal dos dados é realizado antes da primeira

dispensação do mês subsequente? 1 1,0 100,0

O registro da dispensação de medicamentos é feito no momento da

dispensação (online)? 1 1,0 100,0

Total da subdimensão Oportunidade 2 2 100,0

*PM – pontuação máxima esperada e PO – pontuação observada

Foi observado que o registro online da dispensação, ou seja, no momento em que o

paciente chega para retirar seus ARV, é realizado em cinco das sete UDM (71%). Todavia, os

profissionais declararam algumas dificuldades operacionais para a realização desse

procedimento, como: a questão de conectividade; da ―lentidão do sistema‖ ou quando este

―trava‖.

Este estudo evidenciou, também, que todas as unidades fazem o fechamento dos dados

conforme o preconizado, ou seja, ―no primeiro dia útil antes da primeira dispensação‖. Pode-

se notar que os profissionais estabeleceram algumas estratégias para o cumprimento desse

protocolo, ou seja, uma UDM consegue emitir a posição atualizada de estoque diariamente;

outra não realiza atendimento ao público no período da manhã do fechamento (isso consta

como aviso aos usuários em cartaz no serviço); e duas fecham a contagem física no dia

anterior e no dia do fechamento realiza dispensações normalmente, mas não são lançadas no

sistema, até que o fechamento ocorra de fato. Foram apontadas dificuldades de escassez de

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profissional, em especial para aquelas em que existe somente uma pessoa para fazer essa

atividade e o fato de trabalharem com diversos outros Programas de Saúde.

Em resumo, este estudo concluiu que a dimensão conformidade está parcialmente

implantada no DF. E que tanto a subdimensão disponibilidade dos recursos quanto a

qualidade técnica, quanto aos procedimentos de manejo do SICLOM, estão parcialmente

satisfatórias. Estão passíveis de melhoria o cadastramento, incluindo as questões relativas à

inativação de usuários e os processos de movimentação de estoques. Por outro lado, os dados

são fechados dentro do prazo estabelecido, de forma satisfatória.

5.2.2 Dimensão Aceitabilidade

Nessa análise, buscou-se verificar se o profissional entende que o sistema melhora o

seu desempenho no trabalho, se ele é fácil de ser manejado e não requer grande esforço e, se

esse profissional acredita que o SICLOM o auxilia no desempenho das suas tarefas.

No construto Utilidade foram avaliados se o SICLOM dispõe de informações

importantes ao trabalho desenvolvido, se ele minimiza erros nas tarefas realizadas e se ele

possibilita a conclusão das tarefas com maior rapidez.

No Quadro 16 abaixo, demonstra-se que esta subdimensão obteve 100%, ou seja,

alcançou os três pontos esperados, indicando que os profissionais que manejam o sistema

entendem que o SICLOM ajuda a melhorar o seu desempenho nas atividades de rotina.

Quadro 16: Matriz de análise e julgamento preenchida: Utilidade

Critério/Indicador PM PO %

Escores observados de utilidade / (20 pontos * Nº de profissionais

entrevistados)*100 3 3 100

Total da subdimensão Utilidade 3 3 100

*PM – pontuação máxima esperada e PO – pontuação observada

Este resultado é bastante positivo, pois, como consta nos achados de Tolentino (2006),

a utilidade do sistema é o principal antecedente para o bom desempenho individual. Davis

(1989) refere ainda que a utilidade é o construto de maior relevância na aceitação de sistemas.

Convém citar, todavia, que apesar desse excelente resultado, houve discordância de

dois profissionais. Quanto à afirmação ―Eu encontro as informações que preciso sobre

pacientes ou medicamentos no SICLOM‖, um profissional referiu a necessidade de o

SICLOM ter informações sobre outros medicamentos utilizados por pessoas com aids, de

forma a lhe possibilitar fazer análise de interações medicamentosas; e quanto a frase ―Usando

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o SICLOM posso concluir minhas tarefas com maior rapidez‖ os dois discordaram. Conforme

declarações obtidas nas entrevistas, pode-se concluir que são diversas as explicações para este

fato: (i) o grande volume de demanda para atendimento, fazendo com que o paciente precise

aguardar para ser liberado; (ii) o fato de o paciente se sentir incomodado, pois aqueles que

retiram medicamentos para outros agravos, não precisam ter os dados preenchidos em sistema

informatizado, podendo gerar questionamentos e constrangimentos; e (iii) às queixas de

lentidão no sistema, gerando-se uma percepção de demora no atendimento.

Para Facilidade de uso analisou-se a facilidade de aprendizado no manejo do

SICLOM, se o sistema tem uma interface amigável e se o profissional adquiriu habilidade de

uso em pouco tempo.

O Quadro 17 a seguir possibilita observar que o resultado desta subdimensão também

atingiu 100%. A obtenção dos dois pontos esperados significa que os profissionais

consideram o SICLOM fácil de ser utilizado.

Quadro 17: Matriz de análise e julgamento preenchida: Facilidade de uso

Critério/Indicador PM PO %

Escores observados / (15 pontos * Nº de profissionais

entrevistados)*100 2 2 100

Total da subdimensão Facilidade de uso 2 2 100

*PM – pontuação máxima esperada e PO – pontuação observada

As citações a seguir confirmam o exposto:

B: “... eu acho assim, intuitivo, não é? É... é... é... está escrito o que você quer. Você

já vai, clica no “menu”, já abre o que você precisa. Eu acho que isso é importante e

facilita você trabalhar com ele desse jeito.”

D: “a formatação do programa é bem simples, ela ajuda muito, ela é compactada, ela

é objetiva, não é? ela tem as informações precisas.”

I: “Ele é simples. A interface dele realmente é simples, ele é quase que

autoexplicativo. É por isso que a gente não fez o treinamento e consegue mexer no

básico.”

Q: “O procedimento de manuseio é muito fácil, eu não vejo dificuldade nenhuma,

nenhuma.”

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Segundo Tolentino (2006) existe um impacto positivo que a facilidade de uso ocasiona

na adequação entre a tarefa e a tecnologia. Isso pode ser observado na declaração de alguns

profissionais:

C: “o mais importante,... o controle de estoque... o vencimento de validade,... de

adesão do paciente, não é?”

C: “Relatório de paciente em atraso, relatório de paciente transferido, relatório de

número de pacientes, não é?”

F: “eu acho que é um sistema fácil de operar. Ele é, de certa forma, autoexplicativo.

Então tem uma interface fácil. Você quer dispensar, você vai na dispensa, você quer

dar uma baixa de estoque tem lá a aba de estoque, não é?”

O: “Pra mim um das coisas que facilita muito, é dispensar naquela horinha,

principalmente o medicamento oral, porque me dispensa fazer cálculos. Então, pra

mim é excelente. Chegou um paciente que é criança, eu coloco lá 10 ml de

lamivudina, por exemplo, para 30 dias ou para 60 dias, ai o sistema vai me dar ali,

tranquilo.”

Por fim, na subdimensão Adequação entre a tarefa e a tecnologia buscou-se

investigar a percepção dos profissionais quanto ao suporte técnico do SICLOM, à

confiabilidade dos dados disponíveis nesse sistema e se o profissional acha que o

desenvolvimento do SICLOM levou em consideração as suas atividades no serviço.

Demonstra-se no Quadro 17 abaixo, que esta subdimensão encontra-se parcialmente

satisfatória, alcançando seis dos nove pontos esperados, o que significa dizer, que em 66,7%

dos casos o profissional tem a percepção de que o SICLOM colabora no desenvolvimento de

suas tarefas.

Quadro 18: Matriz de análise e julgamento preenchida: Adequação entre a tarefa e

tecnologia

Critério/Indicador PM PO %

Escores observados de relacionamento / (10 pontos * Nº de

profissionais entrevistados)*100 3 1,5 50,0

Escores observados de confiabilidade / (5 pontos * Nº de profissionais

entrevistados)*100 3 1,5 50,0

Escores observados de compatibilidade/ (5 pontos * Nº de

profissionais entrevistados)*100 3 3,0 100,0

Total da subdimensão Adequação entre tarefa e tecnologia 9 6 66,7

*PM – pontuação máxima esperada e PO – pontuação observada

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Nesse componente, para as questões relativas ao atendimento do suporte técnico, foi

observado que a forma de coleta de dados (questionário auto aplicado) não previu situações

em que o profissional não entra ou não teve contato com a equipe de suporte, ocasionando

grande número de questões ―sem resposta.‖.

Observou-se um baixo percentual no construto confiabilidade — que pode estar

vinculada ao aspecto de estrutura ou base dos dados em si ou em termos de alimentação

desses dados. No entanto, essas hipóteses foram levantadas somente a partir da identificação

dessa fragilidade e, portanto, não puderam ser aprofundadas nesta investigação.

Segundo Tolentino (2006), a utilidade e a adequação entre tarefa e tecnologia

conferem qualidade aos sistemas de informação e produzem um desempenho positivo do

profissional, reforçando a necessidade de aprimoramentos, em especial quanto à

confiabilidade do sistema. A questão de confiabilidade também foi identificada como

resultado de pontos de estrangulamento dos sistemas de informação por Thaines et al. (2009).

Assim, foi geral a percepção dos profissionais de que o SICLOM leva em

consideração as atividades desenvolvidas na UDM, perfazendo uma relação entre o observado

e o esperado de 82,2%.

Portanto, os achados demonstram que a dimensão de aceitabilidade do SICLOM está

implantada no DF. E isso pode ser constatado no depoimento de alguns profissionais, a

seguir:

B: “Eu acho que é uma ferramenta muito importante.”

G: “... se a gente tivesse um programa desses, de computador, pra cada tipo de

Programa, de dispensação, do Ministério da Saúde, ia ser o ideal. Seria o ideal

porque facilita a gente entregar, facilita o controle, não é?... você olha o que,... qual o

medicamento que a pessoa está tomando, as datas, enfim o histórico todo, não é?”

H: “... eu prefiro preencher, me sinto mais seguro (a) em preencher.”

“Com ele a gente consegue controlar muito bem todos os passos do medicamento,

desde a chegada até a dispensa...”

N: “... acho que todo mundo que mexe com o SICLOM fica impressionado de como

ele é detalhado, de como ele é bem feito.”

Q: “Você tem resposta na hora. Você identifica o que você errou.”

A dimensão aceitabilidade obteve a maior pontuação proporcional e a dimensão

conformidade parece ser a que apresenta mais deficiências. Em que pese esta análise ter sido

feita apenas para o módulo Operacional do sistema, pode-se dizer que o SICLOM está

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implementado no Distrito Federal, necessitando de melhorias e aprimoramentos em alguns

componentes de estrutura e processo, conforme pode se observar no Quadro 19 a seguir, que

em resumo, apresenta que no Distrito Federal o grau de implantação do SICLOM foi de

69,6%, considerado, portanto, parcialmente implementado.

Quadro 19: Grau de implantação do SICLOM no Distrito Federal, 2011.

Dimensão/Subdimensão

Pontuação máxima

% GI Grau de Implantação Esperada/

Possível Observada

Conformidade 57 38,4 67,4 Parcialmente implantado

Disponibilidade 22 13 59,1 Parcialmente implantado

Qualidade Técnica 33 23,4 70,9 Parcialmente implantado

Oportunidade 2 2,0 100,0 Implantado

Aceitabilidade 14 11 78,6 Implantado

Utilidade 3 3 100,0 Implantado

Facilidade de uso 2 2 100,0 Implantado

Adequação tarefa e tecnologia 9 6 66,7 Parcialmente implantado

Grau de Implantação 71 49,4 69,6 Parcialmente implantado * GI – grau de implantação

5.3 Aspectos favoráveis e desfavoráveis ao uso do SICLOM

Nas entrevistas foi solicitado aos participantes que apontassem quais os fatores

facilitadores e dificultadores para o uso pleno do SICLOM. O principal aspecto positivo, por

eles identificados, foi à simplicidade do sistema, ou seja, a facilidade de uso do SICLOM,

conforme pode ser apreciado nos pronunciamentos assinalados nas págs. 55 e 56.

Segundo os informantes, outro aspecto que fortalece o sistema é à contribuição do

SICLOM nas tarefas desenvolvidas na farmácia, em termos de recursos do sistema e sua

utilidade. As citações mencionadas na pág.56, relativas ao controle de estoque; vencimento de

validade; relatórios (pacientes em atraso, transferidos, número de pacientes atendidos);

realização de cálculos necessários à dispensação, bem como, as citações abaixo, reforçam o

exposto.

C: “... total despreocupação... com data, com abastecimento... com os boletins, os

relatórios que ele te dá, não é?”

J: “o médico dá uma prescrição... incompatível... ele (o SICLOM) informa o porquê e

fala qual é o motivo da incompatibilidade.”

Q: “ele (o SICLOM)... te dá tudo. Ele te dá o nome, ele dá quando a pessoa pegou a

última vez.”

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Quanto aos fatores que dificultam o uso pleno do SICLOM, o principal aspecto

mencionado foi a acessibilidade a internet e a lentidão do sistema, conforme testemunham as

seguintes citações:

A: “... eu acho que ele podia ser mais rápido.”

B: “A dificuldade é a falta de rapidez da internet, não é?”

C: “seria a acessibilidade precária, na questão da máquina (computador)...”

D: “... difícil é a questão do link mesmo...”

E: “... a lentidão. O link é assim, bem lento, não é? É... isso dificulta um pouco.”

M: “... dificuldade em termos de conexão mesmo, de velocidade de conexão.”

N: “... eu acho que a questão de pessoal, que não é questão de quantidade de

funcionário, nem de treinamento. É dele aceitar (o funcionário da UDM) que tem que

esperar o sistema “falar, ok” para ele dispensar.”

Q: “Eu acho que dificulta a velocidade do sistema ou da rede.”

O uso de tecnologia para administrar e gerenciar a gama de informações produzidas,

diariamente, é inevitável. Para isso, o acesso à internet está se ampliando cada vez mais, e

com ele um aumento no volume de tráfego de dados, requerendo maior velocidade de

navegação pela internet. Apesar da ―era digital‖, a acessibilidade a esse recurso nas UDM se

mostrou frágil reclamando melhoria de forma a proporcionar agilidade no manejo do

SICLOM.

Alguns profissionais apontaram como dificuldades, as questões relativas à

incompatibilidade de dados no sistema. Isso diz respeito aos dados interfaceados entre o

módulo Operacional e o módulo Gerencial do SICLOM. Ou seja, embora o módulo Gerencial

represente a consolidação de importantes dados advindos do Operacional, na prática se

comportam como dois sistemas, promovendo interpretações dúbias e/ou incompatibilidades

de dados gerados. O exposto pode ser constatado nas seguintes citações.

G: “... às vezes, o que a gente lança no Gerencial... não bate com o logístico. Eu acho

que isso dificulta um pouco.”

H: “... algumas vezes, a gente percebe que não tem a mesma informação o gerencial e

o operacional.”

I: “... para mim, o ponto negativo é esse. São dois sistemas e, não necessariamente,

comunicáveis entre si.”

M: “... a gente tem tido alguns problemas, de “sumir” nosso estoque, sem

explicação,... entendeu?”

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Por sua vez, outros profissionais, entendem que o SICLOM poderia ser aprimorado

com recursos adicionais, que contribuiriam em algumas tarefas específicas. Os depoimentos a

seguir confirmam o exposto:

F: “... tem que ter algumas ferramentas, que ainda não tem, como, o levantamento do

número de pacientes, por esquema (terapêutico).”

H: “A falta de informação sobre o medicamento. Não dos medicamentos

antirretrovirais, mas dos medicamentos que ele toma,... Então,... se faz uso de

omeprazol,... se ele faz uso para tuberculose, os que são passiveis de interação

medicamentosa, ou então... que sinaliza que ele teve infecção oportunista,

recentemente.”

Ainda com referência aos aspectos desfavoráveis, questões sobre capacitação dos

recursos humanos e, ainda, em termos de mudança cultural na atitude do profissional, foram

citadas, como se pode ver a seguir:

B: “... eu não tive o treinamento.”

J: “... falta treinamento para conhecer o sistema em sua plenitude.”

Okamura (2006) aponta que é preciso que haja investimentos nos profissionais para

que permaneçam no serviço e colaborem para a sustentabilidade das ações. Prado et al. (2010)

em consonância com as sugestões de melhoria para implantação de um sistema de

informação, abordam questões relativas a treinamento, interesse e planejamento.

Em resumo, os resultados deste estudo demonstram que o SICLOM operacional

encontra-se parcialmente implantado no Distrito Federal, em consonância com as dimensões

de conformidade e aceitabilidade. A dimensão de conformidade está parcialmente implantada

no DF, uma vez que a disponibilidade de recursos, estrutura física e a qualidade técnico-

científica dos procedimentos de uso do SICLOM encontram-se parcialmente satisfatória (de

50 a 74%), estando, todavia, alta a oportunidade técnica (superior a 75%). Verificou-se que a

falta de treinamento e elevada demanda de trabalho, em especial, referente a outros Programas

de Saúde, podem comprometer a qualidade técnico-científica de desenvolvimento das tarefas.

O SICLOM no que se refere à dimensão de aceitabilidade está implantado, visto que os

profissionais se mostraram motivados ao seu uso, considerando-o fácil de ser utilizado e

bastante útil por contribuir com o desempenho de suas atividades, embora relatem

dificuldades com a conectividade (problemas de conexão com a internet) e lentidão do

sistema. Quanto aos critérios de adequação entre a tarefa e a tecnologia, a confiabilidade foi

o ponto que merece aprimoramento.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES

A implantação do Sistema de Controle Logístico de Medicamentos de aids – SICLOM,

no Brasil, representou um grande avanço em termos de produção de informações de forma a

garantir a política de acesso universal ao tratamento das pessoas vivendo com HIV/aids e a

melhoria da qualidade da assistência a essas pessoas. Por esta razão, os resultados deste

trabalho se revestem de grande utilidade para o aperfeiçoamento das ações da intervenção ao

demonstrar os pontos fortes e as fragilidades desta proposta inovadora de gestão da tecnologia

em saúde, que é o SICLOM.

Na busca pela melhoria na utilização do SICLOM, a partir da identificação dos pontos

fortes e fracos, este trabalho procurou valorizar o ponto de vista dos profissionais que fazem

uso desse sistema e enfatizou o gerenciamento das informações dos medicamentos

antirretrovirais, em termos de consumo, número de usuários SUS em tratamento e

movimentação dos estoques.

O caso estudado foi o do Distrito Federal: local que participou do desenvolvimento do

SICLOM, desde o início (1997) graças a sua proximidade com o Departamento de DST,

AIDS e HIV, situado na capital da República. Os achados deste estudo demonstraram que,

transcorridos 15 anos, o SICLOM encontra-se parcialmente implantado, necessitando de

aperfeiçoamentos em alguns componentes de estrutura e processo. Apesar destes resultados, a

aceitação desse sistema por parte dos profissionais, demonstrados principalmente nas

subdimensões estudadas que alcançaram 100% dos pontos esperados – utilidade e facilidade

de uso –, faz acreditar que as reflexões, suscitadas a partir dos resultados encontrados, e a

devida correção das irregularidades, possibilitem que os objetivos do SICLOM sejam

concretizados. Dentre esses, que a qualidade das informações seja aprimorada; que a

capacidade de planejamento das aquisições seja ampliada; que a ampliação das ações para

promoção da adesão seja possibilitada; e que os tratamentos sejam monitorados no que se

refere às categorias de usuários e esquemas terapêuticos usados.

Esta visão otimista baseia-se nos resultados obtidos nesta avaliação, podendo ser

citado dentre eles, que o resultado satisfatório alcançado na dimensão conformidade,

subdimensão oportunidade, se deve, principalmente, às estratégias desenvolvidas pelos

profissionais para atender ao prazo estabelecido (no primeiro dia útil do mês). Este resultado

revela o empenho dos profissionais e a necessidade de maiores esforços por parte do

coordenador de DST/AIDS e HV, e por parte dos gerentes das UDM, a fim de corrigir as

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fragilidades evidenciadas nas duas outras subdimensões estudadas – disponibilidade e

qualidade técnico-científica –.

Como apontado anteriormente, na subdimensão disponibilidade evidenciaram-se as

deficiências de infraestrutura nas UDM entre as quais se destacaram a elevada demanda de

trabalho e falta de insumos, como impressora, cartucho e papel. Ainda, em termos de

estrutura, um dos principais pontos fracos foi dificuldade com a conectividade da internet e a

lentidão do sistema, dificultando a rotina de dispensação, sobretudo, o preenchimento e envio

dos relatórios do SICLOM. Este trabalho sugere que sejam feitos investimentos na

infraestrutura que viabilizem o uso da informática, com uma conexão de alta velocidade na

internet. Assim o uso de tecnologia da informação (SICLOM) poderá contribuir para a

produção de dados com vistas à tomada de decisão.

Outro ponto a ser observado neste trabalho diz respeito ao espaço físico das farmácias

visitadas, que não comportam aumento no volume de atendimentos. Esta é uma condição

esperada, tendo em vista a cronicidade da aids. Além disso, as condições de trabalho se

apresentaram precárias e insatisfatórias. Esse fato prejudica não apenas a rotina da UDM

como o planejamento de ampliação do quadro de recursos humanos, já reconhecido como

escasso. Sendo assim, este trabalho propõe, em termos de planejamento, que sejam adotadas

medidas visando a reforma dos serviços, proporcionando um ambiente adequado ao

desenvolvimento das atividades previstas e, ampliação do número de profissionais nesses

serviços.

Na subdimensão qualidade técnico-científica dos procedimentos de manejo do

SICLOM, constatamos que o cadastramento dos usuários SUS não foi relatado pelos

profissionais, nem localizados nos arquivos da UDM. Foram apontadas ainda, fragilidades na

realização de alguns procedimentos de dispensação de ARV no sistema e na manutenção da

base de dados. Portanto, este trabalho considera fundamental que haja uma capacitação

sistemática para os profissionais menos experientes, e também, para aqueles que foram

treinados por colegas de trabalho. Como conteúdo programático, este trabalho sugere que se

reforcem as questões de operacionalização do sistema, em especial, as funcionalidades de

cadastro e dispensação de ARV, o recurso de suporte técnico e, como apontado por Silva

(2005), que se explore e incentive o aspecto da associação entre o treinamento e a utilidade do

sistema. Que esse processo seja monitorado para possibilitar intervenções, com vistas à

continuidade das atividades na rede.

É oportuno assinalar que, mesmo tendo os profissionais se manifestado motivados

para o manejo do SICLOM, a questão da confiabilidade dos dados é um dos desafios ainda a

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ser superado. Como abordado por alguns profissionais, é fundamental que haja um

aprimoramento na arquitetura do SICLOM, no que tange ao módulo Operacional e Gerencial.

Os dados produzidos no Operacional são exportados para o Gerencial. No entanto, o ideal é

que se aprimore a interface entre esses módulos, de modo que, na ocorrência de qualquer

alteração na base original haja uma notificação para atualização dos dados exportados.

A comunicação é um recurso que merece atenção, pois além da existência de diversos

canais de comunicação, a compreensão e interpretação também podem ser as mais variadas.

Assim é imprescindível que os interesses e papéis dos atores envolvidos no processo sejam

claramente definidos e disseminados. Que sejam reforçados, por exemplo, de quem é a

responsabilidade da inativação de usuários SUS, a manutenção dos equipamentos, a

solicitação de treinamento.

As descobertas deste estudo de caso se limitam ao Distrito Federal e, sob o aspecto de

validade externa, podem não oferecer possibilidade de generalização. Assim, poderíamos

ensejar a ampliação desta pesquisa para um número maior de amostras, ou mesmo, estendida

para âmbito nacional. Seria interessante a análise e aprofundamento de indicadores, como o

construto de confiabilidade e, de alguns recursos do SICLOM considerados pertinentes no

presente estudo. São sugeridos aspectos como uma análise de unificação ou integração dos

módulos Operacional e Gerencial, de forma a evitar interpretações dúbias e/ou

incompatibilidades de dados gerados; a designação de um local centralizado no sistema para

inativar os usuários ou os profissionais cadastrados do SUS que não acessarem mais o

SICLOM; a criação de um recurso que permita a emissão de relatórios, a partir de algumas

variáveis desejadas pelo profissional, ou seja, que os relatórios não sejam apenas aqueles

predeterminados, como existe atualmente. Um relatório importante para o serviço seria, por

exemplo, aquele que apresente o número de usuários por esquemas terapêuticos.

É importante lembrar, que apesar de o SICLOM ter como objetivo principal o

gerenciamento logístico dos medicamentos antirretrovirais, esse sistema fornece informações

clínicas relevantes como histórico dos esquemas terapêuticos utilizados; perfil dos usuários

SUS em uso de ARV; categorias de exposição e falha terapêutica. As potencialidades desse

sistema estão longe de serem exploradas se as condições se mantiverem conforme observadas

neste estudo. Contudo, o Departamento de DST/Aids e HV cada vez mais vêm se

utilizando/demonstrando que o SICLOM possibilita análises que subsidiam as revisões das

recomendações técnicas vigentes e o preenchimento de indicadores para verificar a resposta

ao controle da epidemia brasileira de aids. Ademais, juntamente com o Sistema de Controle

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de Exames Laboratoriais – SISCEL, os dados cadastrais dos Usuários SUS no SICLOM tem

sido utilizados para fins de identificação de casos de aids (Vigilância Epidemiológica).

Se reconhece que o SICLOM contribuiu com as políticas públicas de controle da

epidemia de aids, no entanto, ainda restam alguns desafios a serem enfrentados para o

aprimoramento do sistema em sua prática de uso.

Que os achados deste estudo possam ser disseminados aos demais Estados, em

especial para aqueles com baixo percentual de uso do sistema, com vistas à sensibilização e à

melhoria dos cenários de irregularidade de uso identificados.

E, para finalizar, os achados deste estudo suscitam outras reflexões que podem ser

objeto de discussões posteriores, como: (1) Quais as barreiras para o uso regular do SICLOM

operacional nas UDM que não o utilizam há mais de um ano? (2) Que prejuízos haveria para a

política nacional de acesso universal aos ARV se não houvesse o SICLOM? (3) Que

contribuição o SICLOM proporcionaria a outros Programas de Saúde que realizam

dispensação de medicamentos? (4) De que forma os dados produzidos pelo SICLOM são

utilizados em nível estadual/municipal e com que finalidade?

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Page 83: Avaliação da implantação do Sistema de Controle Logístico ... · implantação do SICLOM no Brasil proporcionou avanços no gerenciamento e controle de informações que permeiam

69

ANEXOS

ANEXO A – Formulário de Cadastramento de Usuários SUS

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ANEXO B – Formulário de Transferência de Paciente – SICLOM

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ANEXO C – Formulário de Solicitação de Medicamentos

OBS: Aqui está apenas uma parte do Formulário. O que resta é o elenco de todos os antirretrovirais

disponibilizados pelo Ministério da Saúde.

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ANEXO D – Receituário de Controle Especial

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ANEXO E – Boletim Mensal para Avaliação do Uso de Medicamentos/aids

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ANEXO F – Mapa de Movimento Mensal de Medicamentos/aids

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APÊNDICES

APÊNDICE A – Roteiro De Entrevistas – Gestor

Escola Nacional de Saúde Pública

Fundação Oswaldo Cruz

Mestrado Profissional de Avaliação em Saúde – DF/2009

ROTEIRO DE ENTREVISTAS - GESTOR

Formulário Nº: _____/11 Data: ____/____/____

Nome da Instituição:____________________________________________________

A. Dados demográficos

1. Qual a sua idade? ______ anos

2.

3. Qual o seu maior nível de formação?

-graduação

4. Qual a sua função? ________________________________________________

5. Desde quanto, aproximadamente, exerce essa função? ____________________

B. Organização do Serviço

6. Qual a população adstrita atendida no seu Serviço?

7. Quais os Programas de Saúde atendidos na sua Unidade?

8. Quantos profissionais trabalham na dispensação de medicamentos/aids?

9. Qual o número de horas (por semana) estão previstas para esses profissionais?

Farmacêuticos: _________ horas

Administrativos: _________ horas

10. Qual o quadro previsto de profissionais para a dispensação de medicamento/aids?

11. Quantos profissionais trabalham no manejo do SICLOM?

______ profissionais

12. Quantos dos profissionais que trabalham na dispensação de medicamentos/aids, foram

capacitados para o manejo do SICLOM?

______ profissionais

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13. Os computadores utilizados para o manejo do SICLOM dispõem de contrato de

manutenção técnica?

14. A aquisição de insumos de informática, como papel para impressão e cartucho para as

impressoras é de responsabilidade deste Serviço?

Sim Não.

15. Esses insumos estão disponíveis em tempo necessário?

Sim Não.

16. Esses insumos estão disponíveis de forma contínua?

Sim Não.

C. Sobre o SICLOM

17. O que é o SICLOM?

18. Os dados gerados pelo SICLOM são utilizados para o planejamento do serviço?

a. Se sim, descreva quais são os dados utilizados e como são utilizados

19. No Programa anual de saúde estão previstas ações para o fortalecimento de sistemas de

informação, no caso o SICLOM?

20. Na sua opinião, há vantagens em utilizar o SICLOM na sua Unidade?

a. Se sim, quais são essas vantagens?

b. Se não, quais seriam as desvantagens no uso do SICLOM?

21. Quais os fatores facilitadores para o manejo do SICLOM que você pode observar no seu

Serviço?

22. E quanto aos fatores dificultadores do uso do SICLOM?

23. Que sugestões você aponta para a melhoria da dispensação com o uso do SICLOM?

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APÊNDICE B – Roteiro De Entrevistas - Profissional

Escola Nacional de Saúde Pública

Fundação Oswaldo Cruz

Mestrado Profissional de Avaliação em Saúde – DF/2009

ROTEIRO DE ENTREVISTAS – PROFISSIONAL

Formulário Nº: _____/11 Data: _____/_____/______

Nome da Instituição:____________________________________________________

Esta pesquisa objetiva avaliar a implantação do Sistema de Controle Logístico de Medicamentos –

SICLOM no Distrito Federal. É muito importante que você tente responder às perguntas da forma

mais precisa e sincera. As informações são confidenciais, você não será identificado e os dados serão

usados de forma agregada e exclusivamente para a pesquisa.

A. Dados demográficos

1. Qual a sua idade? ______ anos

2. Sexo: Masculino Feminino

3. ual o seu maior nível de formação?

Ensino fundamental (antigo primeiro grau)

Ensino médio (antigo segundo grau)

Ensino superior. Qual? ___________________________________________

Pós-graduação

B. Experiência

4. Há quanto tempo você usa computador?

Há menos de um ano 1 a 2 anos 2 a 5 anos mais de 5 anos

5. E o SICLOM, há quanto você maneja esse sistema?

Há menos de um ano 1 a 2 anos 2 a 5 anos mais de 5 anos

6. Você faz uso contínuo do SICLOM?

Sim Não

7. Além do SICLOM, você usa outro sistema de informação da área de saúde?

Não Sim. Quais?

8. Há quanto tempo você faz uso da internet?

Há menos de um ano 1 a 2 anos 2 a 5 anos mais de 5 anos

9. Desde quando você trabalha na dispensação de medicamentos de aids?

Há menos de um ano 1 a 2 anos 2 a 5 anos mais de 5 anos

10. Você recebeu treinamento para uso do SICLOM?

Sim Não

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C. Organização do trabalho

11. Qual o horário de atendimento da farmácia?_________________________________

12. Qual a sua função neste serviço? __________________________________________

13. Qual é o seu tipo de vínculo no serviço? _____________________________________

14. Qual a sua carga horária nesta unidade? ___________horas por semana

15. Há quanto tempo você trabalha nesta Unidade?

Há menos de um ano 1 a 2 anos 2 a 5 anos mais de 5 anos

16. Você dispensa medicamentos para usuários com outras doenças? Quais?

17. Você acha que a unidade em que você trabalha dispõe das condições necessárias para o

desenvolvimento das atividades?

Sim Em partes Não.

Se você assinalou Em partes ou Não, indique as dificuldades:

Escassez de recursos humanos.

Estrutura física inadequada.

Elevada demanda de trabalho.

Falta de organização no serviço.

Ausência de procedimentos operacionais.

Falta de treinamento.

Problemas com o computador.

Outros. Especifique:

18. E para o uso do SICLOM, você acha que a sua unidade dispõe das condições necessárias?

Sim Em partes Não.

Se você assinalou Em partes ou Não, indique as dificuldades:

Escassez de recursos humanos.

Estrutura física inadequada.

Elevada demanda de usuários em terapia antirretroviral.

Falta de treinamento.

Lentidão do SICLOM.(questões estruturais do sistema)

Problemas de conexão com a internet.

Problemas com o computador.

Outros. Especifique:

19. Você teve impressora, em funcionamento, para o uso do SICLOM?

Nos últimos 6 (seis) meses No último mês Na semana da pesquisa Não

20. E houve disponibilidade de cartucho para impressora:

Nos últimos 6 (seis) meses No último mês Na semana da pesquisa Não

21. E quanto a papel para impressão. A disponibilidade se deu:

Nos últimos 6 (seis) meses No último mês Na semana da pesquisa Não

Pode marcar mais

de uma opção

Pode marcar mais

de uma opção

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79

D. Em relação ao SICLOM e o seu uso

No quadro de afirmações a seguir, indique em que grau você concorda ou discorda de cada item,

conforme a escala apresentada. Favor marcar apenas uma opção para cada item.

Discordo Totalmente

Discordo Neutro Concordo Concordo

Totalmente

1 2 3 4 5

Item Afirmação

Grau de

concordância

E01 Aprendi a usar o SICLOM com facilidade. 1 2 3 4 5

E02 O SICLOM tem interface amigável, ou seja, facilmente encontro nos

menus as opções de tarefas que desejo executar. 1 2 3 4 5

E03 Em pouco tempo adquiri habilidade no manejo do SICLOM. 1 2 3 4 5

E04 O SICLOM dispõe de informações que são importantes para executar o

meu trabalho. 1 2 3 4 5

E05 Eu encontro as informações que preciso sobre dispensa de

medicamentos ou pacientes no SICLOM 1 2 3 4 5

E06 O SICLOM permite que minhas tarefas tenham menos erros. 1 2 3 4 5

E07 Usando o SICLOM posso concluir minhas tarefas com maior rapidez. 1 2 3 4 5

E08 Estou satisfeito com o atendimento do suporte técnico feito por meio do

correio eletrônico. 1 2 3 4 5

E09 Estou satisfeito com o atendimento do suporte técnico feito por meio do

telefone 0800. 1 2 3 4 5

E10 Quando é necessário comparar informações, encontro incoerências nos

dados. 1 2 3 4 5

E11 O SICLOM foi desenvolvido tendo em consideração as atividades que

realizo no serviço. 1 2 3 4 5

E12 Recebi treinamento com nível de detalhamento adequado. 1 2 3 4 5

E13 Acredito que o nível de entendimento das funcionalidades do SICLOM

melhorou depois de participar do treinamento. 1 2 3 4 5

E14 O treinamento teve duração adequada. 1 2 3 4 5

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22. Que passos você realiza para dispensar um medicamento ARV pelo SICLOM?

(desde a chegada do usuário no serviço para receber ARV até a saída do ARV no sistema)

23. Como é realizado o cadastramento dos usuários?

24. Qual o fluxo adotado no seu serviço para a transferência de Usuários SUS no SICLOM?

25. Com que freqüência você realiza o procedimento de inativação de usuários SUS?

26. Como são identificados os usuários SUS a serem inativados?

27. Em que situação você preenche o campo ―posse de usuário‖ no registro da dispensação de

medicamentos aids?

28. Você faz o registro online da dispensa de medicamentos no momento da dispensa ou esse

procedimento é feito depois?

29. O fechamento dos dados é realizado no primeiro dia útil, antes da primeira dispensa pelo

SICLOM?

Sim Não

30. Quais os fatores que dificultam esse procedimento de fechamento dos dados?

31. Você se sente motivado a preencher os dados no SICLOM?

Sim Não

32. No seu ponto de vista, quais são os fatores facilitadores para o uso pleno do SICLOM?

33. E quais seriam os fatores dificultadores para o uso pleno do SICLOM?

34. Qual seria um recurso ou funcionalidade no SICLOM que melhoraria a realização das suas

atividades?

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APÊNDICE C – Termo De Compromisso Diante Da Cessão De Bases De Dados Que

Contenham Dados Confidenciais

Termo de Compromisso firmado entre o MINISTÉRIO DA SAÚDE, neste ato

representado(a) por Renato Girade, _____(cargo, matrícula, documento de

identidade,CPF)________, lotado no Departamento de DST/AIDS e Hepatites Virais,

doravante denominado (a) simplesmente CONCEDENTE, e por Karim Sakita, _____(cargo,

matrícula, documento de identidade,CPF , lotado no Departamento de DST/AIDS e Hepatites

Virais doravante denominado(a) simplesmente COMPROMITENTE, tendo por objeto a

cessão de bases de dados confidenciais

Cláusula I

Do Objeto

As bases de dados que estão sendo cedidas são:

Sistema Abrangência

Geográfica

Período Critérios de

seleção de

registros

a) SICLOM – Sistema de Controle

Logístico de Medicamentos

Distrito

Federal

Cláusula II

Das Finalidades

O COMPROMITENTE declara que as finalidades para as quais se destinam esta(s) base(s) de

dados são única e exclusivamente as descritas abaixo.

1. Para fins de análises relativas ao projeto "Avaliação da Implantação do Sistema

Brasileiro de Controle Logístico de Medicamentos: O caso da Aids", objeto do

Mestrado Profissional de Avaliação em Saúde DF-2009, da Escola Nacional de Saúde

Pública/FIOCRUZ.

Cláusula III

Da Forma de Cessão

A cessão da(s) base(s) de dados objeto deste termo será feito por meio de mídia DVD,não

devendo ser copiada para qualquer outro dispositivo de armazenamento

Cláusula IV

Das Responsabilidades

De posse da(s) bases(s) de dados cedidas, o COMPROMITENTE assume as seguintes

responsabilidades:

§1º. Guardar sigilo e zelar pela privacidade dos dados relacionados/listados nesta(s) base(s) de

dados.

§2º. Guardar sigilo sobre eventuais senhas fornecidas para acesso a esta(s) base(s) de dados.

§3º. Não repassar, comercializar ou transferir a terceiros as informações, objeto deste termo,

de qualquer forma que viole seu sigilo.

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82

§4º. Não disponibilizar emprestar ou permitir acesso de pessoas ou instituições não

autorizadas a esta(s) base(s) de dados.

§5º. Quando da guarda do dispositivo de mídia eletrônica, esta deve ser realizada em local que

não permita o acesso, físico ou lógico de pessoas não autorizadas.

§6º. Não divulgar, por qualquer meio, inclusive nos relatórios de conclusão da pesquisa,

dados ou informações contendo quaisquer outras variáveis que permitam a identificação de

indivíduos ou que afetem a sua confidencialidade.

§7º. Não praticar ou permitir qualquer ação que comprometa a integridade da(s) base(s) de

dados originalmente cedida;

§8º. Utilizar as informações contidas nestas bases de dados exclusivamente para as finalidades

descritas na cláusula II.

§9º. Quando do descarte do dispositivo de mídia eletrônica que contenha a base de dados

cedida, fazê-lo de forma a não permitir a recuperação total ou parcial das informações.

§10. Em caso de quebra de segurança da informação por meio de recursos de tecnologia da

informação ou de outra forma, comunicar imediatamente ao Departamento de DST/AIDS e

Hepatites Virais – Coordenação Sustentabilidades, Gestão e Sustentabilidade.

Parágrafo Primeiro: o COMPROMITENTE assume a plena responsabilidade técnica pelas

análises que vier a fazer dos dados produzidos pelo estudo e pela sua divulgação.

Parágrafo Segundo: o COMPROMITENTE declara estar consciente de que o

descumprimento de qualquer cláusula do presente TERMO DE COMPROMISSO resultará na

perda de acesso a qualquer base de dados confidenciais do CONCEDENTE no futuro e da

comunicação às autoridades jurídicas para as providências cabíveis.

Parágrafo Terceiro: o COMPROMITENTE declara estar ciente e de acordo com todas as

condições constantes neste TERMO DE COMPROMISSO e de sua responsabilidade legal,

assumindo inteira responsabilidade pelas conseqüências legais da utilização indevida desta(s)

base(s) de dados, por si ou por terceiros, da qual isenta inteiramente o CONCEDENTE.

<CIDADE>, de de .

<NOME E ASSINATURA DO (S) COMPROMITENTE (S) >

<NOME E ASSINATURA DO CONCEDENTE>

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APÊNDICE D – Roteiro de Observação Direta

Escola Nacional de Saúde Pública

Fundação Oswaldo Cruz

Mestrado Profissional de Avaliação em Saúde – DF/2009

ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO DIRETA

Roteiro Nº. ______/11 Data: _____/_____/______

Nome da Instituição:____________________________________________________

Sobre as condições da farmácia da UDM visitada e os profissionais da farmácia

Item S N Observação

1. Espaço específico para dispensa de ARV

2. Espaço físico com rede elétrica

Telefone com linha externa

Móvel para computador

Armário para arquivo

3. Computador para uso do SICLOM

4. Impressora em funcionamento

5. Papel para impressão

6. Cartucho para impressora

7. Acesso à internet banda larga

8. Medicamentos ARV para o tratamento das PVHA (Relação anexa)

9. Formulários de cadastramento

10. Formulários de cadastramento preenchidos e

assinados pelo responsável técnico e pelo

Usuário SUS

11. Formulários de transferência preenchidos e

assinados pelo responsável técnico e pelo

Usuário SUS

12. Formulários de solicitação de

medicamentos/aids disponíveis para os médicos

13. Número de funcionários na área de atendimento

da farmácia

14. Lista de presenças dos treinamentos para o

SICLOM

15. Localização do SICLOM no Serviço

Page 98: Avaliação da implantação do Sistema de Controle Logístico ... · implantação do SICLOM no Brasil proporcionou avanços no gerenciamento e controle de informações que permeiam

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Relação dos antirretrovirais (ARV) disponíveis na UDM. Medicamento Presença Observação

ABACAVIR (ABC) Solução Oral (UNICEF)

ABACAVIR (ABC) 300mg (UNICEF)

ATAZANAVIR (ATV) 200mg

ATAZANAVIR (ATV) 300mg

DARUNAVIR (DRV) 300mg

DIDANOSINA (ddI) Pó para Solução Oral 4g

DIDANOSINA (ddI) EC 250mg

DIDANOSINA (ddI) EC 400mg

EFAVIRENZ (EFZ) 200mg

EFAVIRENZ (EFZ) 600mg

EFAVIRENZ (EFZ) Solução Oral 30mg/mL

ENFUVIRTIDA (T-20) Pó Liófilo Injetável 90mg/mL

ESTAVUDINA (d4T) 30mg

ESTAVUDINA (d4T) Pó para Solução Oral 1mg/ml

ETRAVIRINA (ETR) 100mg

FOSAMPRENAVIR (FPV) 700mg

INDINAVIR (IDV) 400mg

LAMIVUDINA (3TC) 150mg

LAMIVUDINA (3TC) Solução Oral 10mg/mL

ZIDOVUDINA 300mg + LAMIVUDINA 300mg (AZT+3TC)

LOPINAVIR 200mg + RITONAVIR 50mg (LPV/r Comprimido)

LOPINAVIR 100mg + RITONAVIR 25mg (LPV/r Baby Dose)

LOPINAVIR Solução Oral 80/mL + RITONAVIR 20mg/mL

(LPV/r Solução Oral)

NEVIRAPINA (NVP) 200mg

NEVIRAPINA (NVP) Suspensão Oral

RALTEGRAVIR (RAL) 400mg

RITONAVIR (RTV) 100mg

RITONAVIR (RTV) Solução Oral 80mg/mL

SAQUINAVIR (SQV) 200mg

TENOFOVIR (TDF) 300mg

TIPRANAVIR (TPV) 250mg

ZIDOVUDINA (AZT) 100mg

ZIDOVUDINA (AZT) Solução Injetável 10mg/mL

ZIDOVUDINA (AZT) Solução Oral 10mg/mL

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85

Considerações sobre a operacionalização do SICLOM

Item observado S N Observação

1. O SICLOM estava em funcionamento?

2. Quantos profissionais manejavam o

SICLOM?

3. Foi realizada a conferência do receituário

com o Formulário de solicitação de

medicamentos?

4. Houve a separação dos medicamentos

antes da digitação da dispensa no

SICLOM?

5. Foi realizada a conferência dos ARV

juntamente com o Usuário SUS antes do

efetivo recebimento pelo Usuário

Número de dispensas observadas: _______________

Número de cadastramentos/transferências observados: __________________

Levantamento de dados de cadastro e entradas de medicamentos

Item Jan/11 Fev/11 Mar/11 Abr/11 Mai/11 Jun/11

1. Nº de cadastramento de

novos usuários SUS

arquivados

2. Nº de transferências de

usuário SUS arquivados

3. Total de medicamentos

recebidos pelo NIAB

4. Total de medicamentos

recebidos por remanejamento

5. O registro de perda de

medicamentos foi realizado

de forma adequada?

Observações gerais

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86

APÊNDICE E – Termo de Anuência

TERMO DE ANUÊNCIA

Declaramos para os devidos fins que estamos de acordo com a execução do

projeto de pesquisa intitulado ―Avaliação da implantação do Sistema Brasileiro de Controle

Logístico de medicamentos – SICLOM: o caso do Distrito Federal”, de responsabilidade da

pesquisadora Karim Midori Sakita, nesta Unidade

_______________________________________.

Brasília, .......... de .........................de 2011.

___________________________________

Gerente Responsável

Page 101: Avaliação da implantação do Sistema de Controle Logístico ... · implantação do SICLOM no Brasil proporcionou avanços no gerenciamento e controle de informações que permeiam

87

APÊNDICE F – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Escola Nacional de Saúde Pública

Fundação Oswaldo Cruz

Mestrado Profissional de Avaliação em Saúde – DF/2009

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Você está sendo convidado (a) participar de uma entrevista que deve durar cerca de 20 -30

minutos, mas sua participação não é obrigatória.

Esta pesquisa faz parte do curso de Mestrado Profissional de Avaliação em Saúde, da Escola

Nacional de Saúde Pública/FIOCRUZ, para analisar os fatores facilitadores e os obstáculos

para a implantação do Sistema de Controle Logístico de Medicamentos - SICLOM. As

informações obtidas serão usadas para a melhoria dos serviços nos Estados por estas e outras

instituições.

Caso concorde em participar, um (a) entrevistador (a) da equipe conduzirá a entrevista. As

perguntas estão impressas e suas respostas serão anotadas. Os riscos associados à participação

neste estudo são mínimos. Serão feitas perguntas sobre seu tempo de atuação como

profissional, capacitações realizadas, percepções em relação à dispensa de medicamentos de

aids e a alimentação do SICLOM.

Não existem respostas certas ou erradas. Você poderá se recusar a responder perguntas ou

interromper a entrevista a qualquer momento. Sua participação neste estudo poderá beneficiar

no desenvolvimento de estratégias para a melhoria dos serviços de saúde.

Todas as suas respostas serão mantidas em sigilo. No questionário não consta seu nome e suas

respostas serão vistas somente pelos pesquisadores e todos os questionários e registros serão

guardados em lugar seguro, sob a responsabilidade dos pesquisadores.

A sua decisão de não participar não irá, de forma alguma, afetar sua atividade no serviço de

saúde.

Fica entendido que você pode perguntar o que quiser antes de assinar este documento. Caso

tenha dúvidas durante o estudo, poderá entrar em contato com a pesquisadora Karim Midori

Sakita, pelo telefone (61) 3306 7538.

Declaro que li este termo de consentimento e todas as minhas questões foram respondidos

satisfatoriamente. Assim, concordo em participar deste estudo.

Assinatura ou rubrica do entrevistado:_______________________________________

Local: ____________________________________ Data:_____________________

Assinatura do entrevistador: _______________________________________________