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AUTOMÓVEIS www.odebateon.com.br Macaé (RJ), quarta-feira, 9 de julho de 2014, Ano XXXIX, Nº 8443 Fundador/Diretor: Oscar Pires O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ Força interior Novo motor 1.6 16V soma esportividade ao visual lameiro do Volkswagen Gol Rallye A té para justificar os valo- res pedidos, em geral as fabricantes buscam en- tregar uma certa exclusividade às suas versões de topo. No caso da configuração Rallye do Gol, a tática da Volkswagen foi a de es- trear nele – e na picape Saveiro Cross – o novo propulsor 1.6 16V. Da mesma família EA211, do 1.0 de três cilindros do Up e do mo- tor 1.4 Turbo do Golf, este motor entrega 15% mais potência que o velho 1.6 8V, da famíla EA111, usado em todos os demais veí- culos produzidos no Brasil. Com a mudança, o Gol Rallye passou dos 104 cv máximos para 120 cv, sempre com etanol. Com com gasolina, agora são 110 cv contra os 101 cv anteriores. Uma dife- rença que não chega a mudar profundamente o comporta- mento do modelo, mas o deixa um pouco mais condizente com a esportividade sugerida pelo “guarda-roupas” lameiro. O trem de força pode ser completado pela transmissão manual de cinco velocidades ou pelo câmbio automatizado de cinco marchas, batizado de I-motion. Bloco e cabeçotes são feitos em alumínio e as bie- las pesam cerca de 26% menos, contribuindo para uma melhor eficiência energética. Outro ponto que favorece a economia de combustível é o comando de admissão variável – o que tam- bém melhora as respostas em baixas rotações. PÁG. 4 A grande novidade da linha 2015 do Gol Rallye é mesmo o motor EA211 1.6 16V. Ele entrega mais vigor ao carro e seus 120/110 cv, com etanol/gasolina O Sandero 1.6 sempre teve um conjunto mecânico interessante. Aparentemente, nada se perdeu nessa nova geração – mesmo porque, a parte mecânica foi pouco alterada Polaridade verde AUTOPERFIL MOTOMUNDO Na rota da competitividade Novo Sandero herda a identidade global da Renault e incorpora modernidades para crescer no Brasil Motocicletas seguem tendência dos automóveis e vão no caminho da motorização elétrica PÁG. 7 D esde que foi lançado, em 2007, o Renault Sandero desenvolveu uma traje- tória interessante. O design da “versão hatch” do sedã com- pacto Logan foi desenvolvido no Renault Design América Latina, em São Paulo – o que deu ao Brasil a prerrogativa de realizar o lançamento mundial do modelo. Na Europa, o San- dero é vendido com a marca Dacia, fabricante romena que criou o Logan e que é contro- lada pela Renault. Por aqui, o hatch não demorou a se tornar o veículo mais vendido da mar- ca do losango – foram mais de meio milhão de unidades nes- ses sete anos. PÁG. 6 FOTOS DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO O novo EA211 1.6 16V, tem bloco e cabeçote em alumínio e sistema variável de válvulas na admissão

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Page 1: Automóveis 09 07 14

AUTOMÓVEISwww.odebateon.com.br Macaé (RJ), quarta-feira, 9 de julho de 2014, Ano XXXIX, Nº 8443 Fundador/Diretor: Oscar Pires

O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ

Força interiorNovo motor 1.6 16V soma esportividade ao visual lameiro do Volkswagen Gol Rallye

Até para justificar os valo-res pedidos, em geral as fabricantes buscam en-

tregar uma certa exclusividade às suas versões de topo. No caso da configuração Rallye do Gol, a tática da Volkswagen foi a de es-trear nele – e na picape Saveiro Cross – o novo propulsor 1.6 16V. Da mesma família EA211, do 1.0 de três cilindros do Up e do mo-tor 1.4 Turbo do Golf, este motor entrega 15% mais potência que o velho 1.6 8V, da famíla EA111,

usado em todos os demais veí-culos produzidos no Brasil. Com a mudança, o Gol Rallye passou dos 104 cv máximos para 120 cv, sempre com etanol. Com com gasolina, agora são 110 cv contra os 101 cv anteriores. Uma dife-rença que não chega a mudar profundamente o comporta-mento do modelo, mas o deixa um pouco mais condizente com a esportividade sugerida pelo “guarda-roupas” lameiro.

O trem de força pode ser

completado pela transmissão manual de cinco velocidades ou pelo câmbio automatizado de cinco marchas, batizado de I-motion. Bloco e cabeçotes são feitos em alumínio e as bie-las pesam cerca de 26% menos, contribuindo para uma melhor eficiência energética. Outro ponto que favorece a economia de combustível é o comando de admissão variável – o que tam-bém melhora as respostas em baixas rotações. PÁG. 4

A grande novidade da linha 2015 do Gol Rallye é mesmo o motor EA211 1.6 16V. Ele entrega mais vigor ao carro e seus 120/110 cv, com etanol/gasolina

O Sandero 1.6 sempre teve um conjunto mecânico interessante. Aparentemente, nada se perdeu nessa nova geração – mesmo porque, a parte mecânica foi pouco alterada

Polaridade verde

AUTOPERFIL MOTOMUNDO

Na rota da competitividadeNovo Sandero herda a identidade global da Renault e incorpora modernidades para crescer no Brasil

Motocicletas seguem tendência dos automóveis e vão no caminho da motorização elétrica PÁG. 7

Desde que foi lançado, em 2007, o Renault Sandero desenvolveu uma traje-

tória interessante. O design da “versão hatch” do sedã com-pacto Logan foi desenvolvido no Renault Design América Latina, em São Paulo – o que deu ao Brasil a prerrogativa de realizar o lançamento mundial do modelo. Na Europa, o San-dero é vendido com a marca Dacia, fabricante romena que criou o Logan e que é contro-lada pela Renault. Por aqui, o hatch não demorou a se tornar o veículo mais vendido da mar-ca do losango – foram mais de meio milhão de unidades nes-ses sete anos. PÁG. 6

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O novo EA211 1.6 16V, tem bloco e cabeçote em alumínio e sistema variável de válvulas na admissão

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O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ2 AUTOMÓVEIS Macaé, quarta-feira, 9 de julho de 2014

AUTOTAL por LUIZ FERNANDO LOVIK

Tudo novo no Ford Edge

Carga chinesa

A Ford apresentou a segun-da geração do utilitário Edge, modelo global que será ven-dido em mais de 100 países – incluindo o Brasil. O SUV passa a contar com um motor 2.0 EcoBoost turbo de quatro cilindros, capaz de entregar 245 cv de potência e 37,3 kgfm de torque máximo. Montado sobre a plataforma do sedã Fusion, o Edge 2015 parece um EcoSport “vitaminado”. Ganha uma nova e larga grade frontal, capô com vincos des-tacados, spoilers, novos faróis com xenônio e leds na posição dos faróis de neblina.

No perfil, chamam atenção

A Lifan já iniciou as vendas da picape Foison, segundo modelo da marca chinesa no mercado brasileiro e que insere a fabrican-te no segmento de veículos urba-nos de carga. Com motor 1.3 a ga-solina, o Foison entrega 85 cv de potência máxima e 11,3 kgfm de torque. E um diferencial do mo-delo é o tamanho de sua caçamba de aço, que tem 2,80 metros de comprimento, 1,52 m de largura e 3,35 m de altura. O veículo tem capacidade para transportar até 800 kg de carga.

Em versão completa, a picape

as saias laterais e novas rodas de liga leve. Atrás, o utilitário esportivo incorpora lanternas que se ligam pela tampa do porta-malas e aerofólio com brake-light, além de um novo para-choque com difusor de ar e dupla saída de escape. O mo-delo será vendido em quatro versões: SE, SEL, Sport e Ti-tanium. Além do 2.0, o veículo também estará disponível com os propulsores V6 2.7 litros EcoBoost – com 300 cv – e V6 3.5 aspirado, este sem especifi-cações técnicas reveladas. To-das as versões acompanham transmissão automática de seis velocidades e tração integral.

conta com direção elétrica e ar-con-dicionado, além dos itens já presen-tes em sua configuração de entrada – como rádio com entrada auxiliar, tomada 12 V, ar quente e luz de leitu-ra. O interior da cabine tem forração de borracha no piso para facilitar a limpeza e o revestimento dos ban-cos é em tecido impermeável. Apre-sentado apenas na versão de cabine simples e caçamba de aço, o Foison é montado na unidade fabril da Lifan Motors no Uruguai e chega ao Brasil nas cores branca e prata a partir de R$ 34.990 – para a versão completa, a etiqueta cresce em R$ 3 mil.

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O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ4 AUTOMÓVEIS Macaé, quarta-feira, 9 de julho de 2014

TESTE

Força interiorNovo motor 1.6 16V soma esportividade ao visual lameiro do Volkswagen Gol Rallyepor Márcio MaioAuto Press

Até para justificar os valores pedidos, em geral as fabri-cantes buscam entregar

uma certa exclusividade às suas versões de topo. No caso da con-figuração Rallye do Gol, a tática da Volkswagen foi a de estrear nele – e na picape Saveiro Cross – o no-vo propulsor 1.6 16V. Da mesma família EA211, do 1.0 de três cilin-dros do Up e do motor 1.4 Turbo do Golf, este motor entrega 15% mais potência que o velho 1.6 8V, da famíla EA111, usado em todos os demais veículos produzidos no Brasil. Com a mudança, o Gol Rallye passou dos 104 cv máxi-mos para 120 cv, sempre com etanol. Com com gasolina, agora são 110 cv contra os 101 cv ante-riores. Uma diferença que não chega a mudar profundamente o comportamento do modelo, mas o deixa um pouco mais condizen-te com a esportividade sugerida pelo “guarda-roupas” lameiro.

O trem de força pode ser com-pletado pela transmissão manu-al de cinco velocidades ou pelo câmbio automatizado de cinco marchas, batizado de I-motion. Bloco e cabeçotes são feitos em alumínio e as bielas pesam cerca de 26% menos, contribuindo para uma melhor eficiência energéti-ca. Outro ponto que favorece a economia de combustível é o co-mando de admissão variável – o que também melhora as respos-tas em baixas rotações.

Externa e internamente, o Gol Rallye 2015 é basicamente igual ao modelo anterior. O carro é 28 milímetros mais alto que suas versões “civis” – 23 mm deles são resultado de molas e amortecedo-res distintos, os outros 5 mm vêm dos pneus 195/50. As rodas de liga

leve escurecidas saem de fábrica com 16 polegadas. Junto com o para-choque com a parte central inferior em plástico pintado de prata fosca e os avantajados fa-róis de neblina, transmitem um ar mais enfurecido à configura-ção. A grade mantém o formato de colmeia, mas agora traz a ins-crição “Rallye” do lado direito. Nas laterais, os para-lamas têm molduras escuras, as carcaças dos retrovisores são prateadas e adesivos que simulam respingos de lama adornam a parte inferior das portas. E um aerofólio se des-taca na traseira.

A lista de itens de série não chega a ser extensa. O modelo sai de fábrica com freios ABS com EBD, computador de bordo, sen-sor de estacionamento traseiro com visualizador gráfico, airbags frontais, ar-condicionado, direção hidráulica, retrovisores elétricos com função tilt-down no lado do passageiro e luzes de seta inte-gradas, sistema de som com rádio AM/FM, CD-Player, Bluetooth, MP3 player e entradas USB e au-xiliar, vidros e travas elétricos e volante multifuncional.

Com isso, seu preço parte de R$ 50.820. Novidade nesta versão, a

cor Laranja Canyon – ou a já co-nhecida Amarelo Solaris – adi-ciona mais R$ 1.688, enquanto as opções metálicas acrescentam R$ 1.140. Para ter as laterais dos ban-cos e os revestimentos das portas parcialmente em couro é preciso desembolsar mais R$ 671. Além disso, há disponível o kit Tecno-logia, que engloba controle de ve-locidade de cruzeiro, retrovisor interno eletrocrômico, limpador do para-brisa com temporizador e sensores de chuva e crepuscular, pelo qual a Volkswagen cobra R$ 762. A marca vende o Gol Rallye completo por R$ 53.941. Quem opta pela transmissão I-motion paga mais R$ 2.970, totalizando R$ 56.911. Seja pela quase exclu-sividade do motor ou pela “roupa” aventureira, investir no apelo o¯-road do Gol pode até ser divertido. Mas é uma brincadeira bem cara.

1.6 16Vo novo propulsor 1.6 16V

120 cvde potência máxima com etanol

NÚMEROS

PONTO A PONTO

● DESEMPENHO – A grande novidade da linha 2015 do Gol Rallye é mesmo o motor EA211 1.6 16V. Ele entrega mais vigor ao carro e seus 120/110 cv, com etanol/gasolina, se traduzem em um de-sempenho de fato mais instigante que os 104/101 cv do propulsor antigo. O torque máximo de 16,8/15,8 kgfm só aparece a 4 mil rpm, mas 85% dele já se mostra a 2 mil giros. Ou seja, o hatch entrega boa agilidade nas ultrapassagens e retoma-das. O câmbio manual de cinco marchas tem engates precisos e trabalha em boa sintonia com o motor. Nota 8. ● ESTABILIDADE – O apelo off-road da versão Rallye deixa o modelo 28 milíme-tros mais elevado que a versão conven-cional do Gol. Com isso, as rolagens de carroceria parecem mais perceptíveis, embora sutis. A suspensão tem uma calibragem mais rígida, o que favorece o condutor nas estradas. O resultado é um veículo bem ajustado e na mão do motorista. Nota 8. ● INTERATIVIDADE – O Gol não é um carro recheado de recursos. Seu quadro de instrumentos é relativamente simples. Todos os comandos estão ao alcance das mãos e são bem intuitivos. O volante multifuncional entrega conforto e prati-cidade. Nota 7. ● CONSUMO – O InMetro não recebeu nenhuma unidade do Gol Rallye para medição. Durante a avaliação, o carro conquistou média combinada (entre ci-dade e estrada) de 8,3 km/l com etanol no tanque. Nota 7. ● CONFORTO – O entre-eixos de 2,47 metros não confere ao Gol um espaço generoso. Para quem vai à frente, é fácil

se acomodar bem sem se preocupar com o comprimento das pernas, por exemplo. Mas os ocupantes de trás dependem da “generosidade” dos passageiros dian-teiros para desfrutarem de algum con-forto. O motor mais propício a trabalhar em giros elevados – o torque máximo só aparece aos 4 mil giros – implica em um isolamento acústico menos eficiente. E a suspensão firme não absorve com competência as irregularidades do as-falto brasileiro. Nota 6. ● TECNOLOGIA – O Gol Rallye é feito a partir de uma simplificação da platafor-ma usada no hatch Polo, com 13 anos de vida. Já o motor é o novo EA211 1.6 16V, que com bloco e cabeçote em alumínio e sistema variável de válvulas na admis-são, só é utilizado, até o momento, nesta configuração do Gol e na Saveiro Cross. Em relação à segurança, o Gol oferece o mínimo exigido por lei. Não estão dispo-níveis nem airbags laterais, nem controle de estabilidade, por exemplo. Nota 7. ● HABITABILIDADE – As portas têm um bom ângulo de abertura e há muitos porta-objetos espalhados pelo carro ca-pazes de atender às necessidades dos passageiros. A posição de dirigir é facil-mente encontrada, pelas regulagens nos bancos simples e eficientes. Mas a altura baixa do teto prejudica principalmente os ocupantes mais altos que tentam se aco-modar no assento traseiro. E em função do entre-eixos de 2,47 m, não há muito espaço para pernas e joelhos. O porta-malas tem capacidade de 285 litros, na média da categoria. Nota 7. ● ACABAMENTO – Os arremates são precisos, sem rebarbas aparentes. Os

materiais plásticos parecem de boa qualidade, mas sem requinte. O volante multifuncional tem desenho interessan-te e o rádio recebe um acabamento em preto brilhante em seu contorno. Mesmo assim, o interior do Gol Rallye é simples demais, levando-se em consideração sua faixa de preço. Não há qualquer atmos-fera de sofisticação em seu habitáculo. Nota 6. ● DESIGN – A linha 2015 do Gol Rallye mantém o mesmo design do ano anterior. Alinhado à identidade visual da Volkswa-gen, o carro ganha charme extra com os apliques estéticos “lameiros”, enormes faróis de neblina na frente e rodas de 16 polegadas escurecidas. É sem dúvida mais interessante que as configurações sem apelo aventureiro da marca alemã, mas poderia ter se renovado estetica-mente para marcar a mudança. Nota 7. ● CUSTO/BENEFÍCIO – Com o câmbio manual da versão avaliada, o Gol Rallye se situa em uma faixa de preço que co-meça nos R$ 50.820. Completo,na cor especial laranja, chega a R$ 53.941 e é o mais caro entre os rivais diretos. O mo-derno Hyundai HB20X, que parte de R$ 49.325, chega ao máximo de R$ 53.120 na cor especial marrom, mas que tem sis-tema de áudio com navegação e motor mais potente. Já o Toyota Etios Cross tem preço ainda menor. Parte de R$ 48.240, mas não tem muitos recursos – sequer um simples computador de bordo – e é bem menos potente. Completo vai a R$ 50.590. De qualquer forma, o Gol Rallye é o mais caro de todos. Nota 6. ● TOTAL – O Volkswagen Gol Rallye so-mou 69 pontos em 100 possíveis.

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O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ6 AUTOMÓVEIS Macaé, quarta-feira, 9 de julho de 2014

Desde que foi lançado, em 2007, o Renault Sandero desenvolveu uma traje-

tória interessante. O design da “versão hatch” do sedã com-pacto Logan foi desenvolvido no Renault Design América La-tina, em São Paulo – o que deu ao Brasil a prerrogativa de rea-lizar o lançamento mundial do modelo. Na Europa, o Sandero é vendido com a marca Dacia, fabricante romena que criou o Logan e que é controlada pela Renault. Por aqui, o hatch não demorou a se tornar o veículo mais vendido da marca do lo-sango – foram mais de meio milhão de unidades nesses sete anos. Agora, a nova geração do hatch chega às 275 concessio-nárias brasileiras da Renault. Traz o atual visual global da marca, criado pelo designer Laurens van den Acker, e in-corpora algumas tecnologias. A meta é crescer expressiva-mente no segmento responsá-vel por mais de 50% das vendas de carros no país: o de hatches compactos.

Depois da apresentação da nova geração do Logan no Brasil, em novembro do ano passado, criou-se a expectativa pelo novo Sandero – o que não abalou as vendas do hatch, que se manteve entre os 10 carros de passeio mais vendidos do país. Suas vendas embalaram a Renault a atingir os inédi-tos 7% de “market share” em junho. Em termos estéticos, o novo Sandero traz o atual “fa-mily face” mundial da Renault, já apresentado no Brasil com o Clio, no final de 2012, e o Logan.

O Sandero 1.6 sempre teve um conjunto mecânico interessante. Aparentemente, nada se perdeu nessa nova geração – mesmo porque, a parte mecânica foi pouco alterada. Com etanol, o motor oferece 106 cv em 5.250 rotações e 15,5 kgfm

Lá está o grande logo na parte central da grade frontal, com os frisos cromados que se es-tendem até os faróis. No perfil, permanece a linha de cintura elevada e a principal mudança aparece apenas no modelo topo de linha: a incorporação da luz de seta às carenagens dos espe-lhos externos. Já na traseira, as lanternas foram redesenhadas – agora lembram os conjuntos óticos traseiros dos concorren-tes Volkswagen Gol e Chevrolet Onix. E os para-choques trasei-ros ficaram mais volumosos.

Por dentro, o painel foi re-estilizado. Mas a novidade mais vistosa do novo Sandero é opcional, inclusive na versão “top” Dynamique. Trata-se do Media Nav 1.2, que é como a Renault chama a nova central multimídia que oferece GPS, sistema de som, Bluetooth e as funcionalidades “verdes” Eco-Coaching e Eco-Scoring, que dão orientações e dimen-sionam a economia de combus-tível. Seu interface é uma tela touchscreen de sete polegadas.

Em termos de motores, pou-cas novidades. Os propulsores 1.0 16V e 1.6 8V, de uma família que a Renault chama de Hi-Po-wer, são basicamente os mes-mos. Preservam até o tanqui-nho de gasolina para partidas a frio, indefectíveis nos primeiros modelos flex e já abolidos em alguns compactos concorren-tes. O 1.0 16V, que estreou em 2012 no Clio e é oferecido tam-bém no novo Logan, fornece potência máxima de 80/77 cv e 10,5/10,2 kgfm, com etanol/gasolina, e dá ao novo Sandero

a nota A no Programa Brasi-leiro de Etiquetagem Veicular, que classifica os automóveis de acordo com o consumo. Já o 1.6, também partilhado com o Lo-gan, libera 106/98 cv e 15,5/14,5 kgfm, respectivamente com os combustíveis vegetal e fóssil.

Dentro da lógica de reforçar a competitividade, a Renault não aumentou os preços de ta-bela do Sandero. Começam na versão básica 1.0 16V Autenti-que de R$ 28.990, que traz di-reção hidráulica, volante com regulagem da altura, ar quente, desembaçador do vidro trasei-ro, brake light, retrovisor com regulagem interna, aberturas internas do porta-malas e re-

AUTOPERFIL

Na rota da competitividadeNovo Sandero herda a identidade global da Renault e incorpora modernidades para crescer no Brasil

servatório de combustível, além dos agora obrigatórios airbags frontais e ABS. Passam pelas intermediárias Expres-sion com o mesmo motor 1.0 16V, por R$ 34.990, ou com motor 1.6 8V, oferecida por R$ 38.590. A “top” Dynamique 1.6 8V custa R$ 42.390, mas já vem com ar-condicionado, rá-dio CD/MP3/USB/Bluetooth, vidros elétricos dianteiros, tra-vas elétricas das portas, alarme perimétrico, computador de bordo, retrovisor e maçanetas externas na cor carroceria, coluna B com acabamento em preto, rodas em liga leve, faróis de neblina, vidros elétricos tra-seiros, piloto automático, luzes

FOTOS DIVULGAÇÃO

1.6 8VMotor Flex

106 cvde potência máxima

15,5 kgfmde torque máximo

NÚMEROS

indicadoras de direção nos re-trovisores, comando elétrico dos retrovisores e volante re-vestido em couro. Media Nav 1.2 e sensor de estacionamen-to são opcionais nas versões Expression e na “top”. Já o ar-condicionado automático só é oferecido como opcional na Dynamique.

A Renault preferiu não pro-jetar números de vendas para o novo Sandero, mas espera que, em breve, ele se posicio-ne entre os três primeiros do segmento. Para desalojar o Onix da atual terceira posição entre os hatches, o Sandero teria de vender mais do que as 11 mil unidades que o com-

pacto da Chevrolet emplacou em média em 2014. Otimistas 38% acima das 8 mil unidades mensais vendidas esse ano pe-lo Sandero antigo.

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MOTOMUNDO

Polaridade verdeMotocicletas seguem tendência dos automóveis e vão no caminho da motorização elétrica

por Raphael PanaroAuto Press

Pode não parecer mas, as-sim como os automóveis, as motocicletas contri-

buem para a poluição do ar. Segundo a revista “Torrents Research”, da Espanha, uma motocicleta a gasolina pode emitir de 10 a 20 vezes mais hidrocarbonetos e o triplo de monóxido de carbono que um carro. Em alguns casos, supera até a contaminação promo-vida por um ônibus a diesel. Esses aspectos só assumiram maior expressão recentemen-te, devido ao grande aumento do número de veículos de duas rodas nas cidades.. Para ten-tar solucionar essa questão, as fabricantes automotivas não chegaram a um fator comum e “atiram” para todos os lados, com carros elétricos, híbridos, movidos a gás de xisto ou a hi-drogênio. Entre as motocicle-tas, parece haver um consenso e a propulsão elétrica ganha força.

No Brasil, esse tipo de moto-rização ainda “engatinha”. Por aqui, os modelos mais relevan-tes à venda são scooter e CUBs da Kasinski, com preços entre R$ 4 mil e R$ 5 mil. São motos pequenas, com baixa potência e pouca autonomia, para serem usadas em trajetos curtos. Lá

fora, a mais recente novidade que vai “engrossar” o segmen-to de motocicletas elétricas é a adesão da Harley-Davidson à ideia. A marca de Milwaukee começou a desvendar o protó-tipo que se tornará seu primei-ro modelo do gênero. Antes de mostrar a versão de produção, a Harley-Davidson fará uma turnê com a motocicleta pelos Estados Unidos pela tradicio-nal Rota 66, onde passará por mais de 30 concessionárias até o final do ano para ter um feed-back dos clientes. Em 2015, será a vez do Canadá e Europa.

Outra marca conhecida que também promete entrar na “onda verde” é a Yamaha. Em 2016, a marca do diapasão vai botar dois modelos no merca-do: uma naked e outra off-ro-ad. Sem potência definida, as motos terão como ponto forte a autonomia, que deve beirar os 200 km – próxima à de um modelo normal. A propulsão elétrica também serve como nicho para fabricantes volta-rem à ativa e um mercado ainda em construção e não saturado. Caso da espanhola Bultaco, que retorna à cena das motocicletas em 2015 com dois modelos sus-tentáveis batizados de Rapitán e Rapitán Sport. A fabricante fundada em 1958 por Francisco Xavier Bultó, então diretor da Montesa – outra marca “Made

In Spain” –, havia encerrado as atividades definitivamente em 2001 e volta agora, ressuscitada pela nova onda elétrica.

O advento das motos elétri-cas abre espaço para conceitos suntuosos que dificilmente serão vistos nas ruas. A desco-nhecida marca francesa Voxan mostrou, no final do ano pas-sado, a supermoto futurista Wattman, de 203 cv, que será feita apenas por encomenda. Passando da “futurologia” para o presente, algumas motocicle-tas elétricas já são realidade nos dias de hoje. Em 2013, a BMW apresentou ao mundo a maxis-cooter C Evolution – à venda na Europa por 15 mil euros, cerca de R$ 50 mil. A KTM não fugiu das raízes e sua primeira moto zero emissões é a o¯-road Fre-eride Electric com 44 cv. Exis-tem também as marcas que só fabricam veículos elétricos. Nos Estados Unidos, “berço” desse tipo de tecnologia, espera-se que até 2018 sejam emplacadas 265 mil motos elétricas – em 2011 foram 90 mil, segundo a mesma “Torrents Research”. E é dos Estados Unidos que vem a marca devotada a esse segmen-to: Zero Motorcycles, fundada em 2006. Atualmente, a fabri-cante californiana comercializa quatro modelos, entre naked, trail e enduro – que custam entre US$ 10 mil e US$ 17 mil.

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