aula teor. geis

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1 Formas Farmacêuticas Formas Farmacêuticas Semi-sólidas Semi-sólidas Farmacotécnica II GÉIS GÉIS Profªs Leda Robusti/Simone Lapena

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Page 1: AULA TEOR. GEIS

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Formas Farmacêuticas Formas Farmacêuticas Semi-sólidasSemi-sólidas

Farmacotécnica II

GÉIS GÉIS

Profªs Leda Robusti/Simone Lapena

Page 2: AULA TEOR. GEIS

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Géis

DEFINIÇÃODEFINIÇÃO

““Géis são sistemas semi-sólidos que consistem de Géis são sistemas semi-sólidos que consistem de suspensões de pequenas partículas inorgânicas ou suspensões de pequenas partículas inorgânicas ou de grandes moléculas orgânicas interpenetradas de grandes moléculas orgânicas interpenetradas por um líquido”. (USP por um líquido”. (USP Pharmacists PharmacopeiaPharmacists Pharmacopeia, ,

2005)2005)

Géis são sistemas coloidais constituídos por uma fase Géis são sistemas coloidais constituídos por uma fase dispersora líquida e uma fase dispersa sólida dispersora líquida e uma fase dispersa sólida

(resina, polímeros) e que apresenta propriedades (resina, polímeros) e que apresenta propriedades macroscópicas parecidas com as dos sólidos macroscópicas parecidas com as dos sólidos (ex.: elasticidade, viscosidade). (Ansel,2000)(ex.: elasticidade, viscosidade). (Ansel,2000)

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Géis

DEFINIÇÃODEFINIÇÃO

As partículas coloidais costumam ser maiores que As partículas coloidais costumam ser maiores que átomos, íons ou moléculas, e geralmente, são átomos, íons ou moléculas, e geralmente, são

constituídas por agregados de muitas moléculas, constituídas por agregados de muitas moléculas, embora em certas proteínas e em certos polímeros embora em certas proteínas e em certos polímeros orgânicos, moléculas únicas e grandes possam ter orgânicos, moléculas únicas e grandes possam ter dimensão coloidal e formar dispersões coloidais.dimensão coloidal e formar dispersões coloidais.

Os Géis são considerados Os Géis são considerados dispersões coloidaisdispersões coloidais porque contêm partículas de dimensão coloidal. porque contêm partículas de dimensão coloidal.

Diz-se que uma substância é coloidal quando suas Diz-se que uma substância é coloidal quando suas partículas têm entre 1 a 100 nmpartículas têm entre 1 a 100 nm..

Gel: é uma dispersão coloidal na qual o dispersante é o sólido e o Gel: é uma dispersão coloidal na qual o dispersante é o sólido e o disperso é o líquido.disperso é o líquido.

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Géis

DEFINIÇÃODEFINIÇÃO

Os colóides apresentam dois tipos de fases:Os colóides apresentam dois tipos de fases:

**Sol:Sol: Disperso sólido e dispersante líquido, adquirindo Disperso sólido e dispersante líquido, adquirindo aspecto de solução na forma líquida. Ex: Cola.aspecto de solução na forma líquida. Ex: Cola.

**Gel:Gel: Disperso sólido e dispersante líquido, adquirindo Disperso sólido e dispersante líquido, adquirindo aspecto sólido. Ex: Geléia de frutas.aspecto sólido. Ex: Geléia de frutas.

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Géis

Efeito TYNDALLEfeito TYNDALL

  Numa dispersão coloidal, ao jogar um feixe de luz, Numa dispersão coloidal, ao jogar um feixe de luz, observaremos um fundo escuro, uma turvação, por causa observaremos um fundo escuro, uma turvação, por causa da dispersão dos raios luminosos nas partículas dispersas da dispersão dos raios luminosos nas partículas dispersas pois as partículas dispersas têm tamanhos semelhantes pois as partículas dispersas têm tamanhos semelhantes

ao comprimento de onda da luz visível.ao comprimento de onda da luz visível.

O efeito Tyndall permite distinguir as soluções verdadeiras dos colóides, pois as soluções verdadeiras são transparentes, ou seja, não dispersam a

luz.

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Géis

DEFINIÇÃODEFINIÇÃO

A existência ou não de ATRAÇÃO entre a fase A existência ou não de ATRAÇÃO entre a fase dispersa e o meio dispersante influencia a dispersa e o meio dispersante influencia a

facilidade de preparação da dispersão coloidal e o facilidade de preparação da dispersão coloidal e o seu caráter.seu caráter.

Há uma terminologia própria para caracterizar os Há uma terminologia própria para caracterizar os graus de atração entre as fases das dispersões graus de atração entre as fases das dispersões

coloidais.coloidais.

O tamanho da partícula não é o único critério O tamanho da partícula não é o único critério importante para se afirmar um estado coloidal. A importante para se afirmar um estado coloidal. A

natureza da fase dispersante no que diz respeito à natureza da fase dispersante no que diz respeito à fase dispersa é também muito importante.fase dispersa é também muito importante.

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Géis

AFINIDADE ENTRE O DISPERSO E O DISPERSANTEAFINIDADE ENTRE O DISPERSO E O DISPERSANTE

Devido a essa afinidade, as partículas do disperso Devido a essa afinidade, as partículas do disperso adsorvem, isto é, fixam na sua superfície moléculas adsorvem, isto é, fixam na sua superfície moléculas do dispersante, ficando assim envolvidas por uma do dispersante, ficando assim envolvidas por uma película que é denominada película que é denominada camada de solvataçãocamada de solvatação..

Colóides liófilos/OLEOGELColóides liófilos/OLEOGEL (lyo=solver ou dissolver, (lyo=solver ou dissolver, philo=amigo), ou philo=amigo), ou colóides reversíveiscolóides reversíveis, são sistemas , são sistemas

coloidais que possuem grande afinidade entre o disperso coloidais que possuem grande afinidade entre o disperso e o dispersante.e o dispersante.

Se o dispersante for a água, o sistema coloidal é Se o dispersante for a água, o sistema coloidal é denominadodenominado Colóides hidrófilos/HIDROGELColóides hidrófilos/HIDROGEL..

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Géis

AFINIDADE ENTRE O DISPERSO E O DISPERSANTEAFINIDADE ENTRE O DISPERSO E O DISPERSANTE

A formação de um colóide liófobo não é espontânea A formação de um colóide liófobo não é espontânea e a passagem de gel a sol é muito difícil.e a passagem de gel a sol é muito difícil.

A estabilidade de um sistema coloidal liófobo pode A estabilidade de um sistema coloidal liófobo pode ser aumentada pela adição de uma pequena ser aumentada pela adição de uma pequena

quantidade de um colóide liófilo adequado, que quantidade de um colóide liófilo adequado, que então passa a ser denominado então passa a ser denominado colóide protetorcolóide protetor..

Colóides liófobosColóides liófobos (lyo=solver ou dissolver, (lyo=solver ou dissolver, phóbos=aversão), ou phóbos=aversão), ou colóides irreversíveiscolóides irreversíveis, são , são sistemas coloidais onde praticamente não existe sistemas coloidais onde praticamente não existe

afinidade entre o disperso e o dispersante.afinidade entre o disperso e o dispersante.Se a fase dispersante for a água, o sistema é denominado Se a fase dispersante for a água, o sistema é denominado

Colóides hidrófobosColóides hidrófobos..

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Géis

AFINIDADE ENTRE O DISPERSO E O DISPERSANTE: AFINIDADE ENTRE O DISPERSO E O DISPERSANTE: CONCLUSÕESCONCLUSÕES

A camada de solvatação permite que as A camada de solvatação permite que as

partículas do disperso fiquem isoladas partículas do disperso fiquem isoladas

umas das outras e, com isso, é possível umas das outras e, com isso, é possível

transformar o sistema coloidal em sol ou transformar o sistema coloidal em sol ou

em gel, conforme se adicione ou se em gel, conforme se adicione ou se

retire dispersante. Por isso esses retire dispersante. Por isso esses

colóides são ditos colóides são ditos reversíveisreversíveis..

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Géis

AFINIDADE ENTRE O DISPERSO E O DISPERSANTE: AFINIDADE ENTRE O DISPERSO E O DISPERSANTE: CONCLUSÕESCONCLUSÕES

Os Os colóides liofílicoscolóides liofílicos geralmente são moléculas geralmente são moléculas orgânicas grandes, capazes de formar solvato ou orgânicas grandes, capazes de formar solvato ou associar-se com as moléculas da fase dispersora. associar-se com as moléculas da fase dispersora.

Essas substancias se dispersam logo que Essas substancias se dispersam logo que acrescentadas ao meio próprio, formando acrescentadas ao meio próprio, formando

dispersões coloidais.dispersões coloidais.

Os Os colóides liófoboscolóides liófobos costumam ser compostos de costumam ser compostos de partículas inorgânicas. Quando estas são partículas inorgânicas. Quando estas são

adicionadas à fase dirpersora, há pouca ou adicionadas à fase dirpersora, há pouca ou nenhuma interação entre as duas fases. Ao nenhuma interação entre as duas fases. Ao

contrário dos colóides liofílicos, os materiais contrário dos colóides liofílicos, os materiais liófobos não se dispersam espontaneamente, mas liófobos não se dispersam espontaneamente, mas

é preciso favorecer a dispersão por métodos é preciso favorecer a dispersão por métodos especiais e específicos.especiais e específicos.

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Géis

PROPRIEDADE ELÉTRICA DOS SISTEMAS COLOIDAIS: PROPRIEDADE ELÉTRICA DOS SISTEMAS COLOIDAIS: Carga Carga elétricaelétrica

Como normalmente todas as partículas do Como normalmente todas as partículas do disperso de um sistema coloidal apresentam a disperso de um sistema coloidal apresentam a

mesma carga elétrica, elas ficam em suspensão, mesma carga elétrica, elas ficam em suspensão, uma vez que sofrem repulsão elétrica contínua.uma vez que sofrem repulsão elétrica contínua.

A carga elétrica das partículas do disperso A carga elétrica das partículas do disperso depende diretamente da quantidade de cátions depende diretamente da quantidade de cátions

ou de ânions no sistema.ou de ânions no sistema.

Se houver excesso de cátion, as partículas do Se houver excesso de cátion, as partículas do disperso irão adsorver esses cátions, adquirindo disperso irão adsorver esses cátions, adquirindo

carga elétrica positiva.carga elétrica positiva.Isto é o que ocorre, por exemplo, quando se Isto é o que ocorre, por exemplo, quando se

prepara um colóide em meio ácido (excesso de prepara um colóide em meio ácido (excesso de cátions).cátions).

  

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Géis

PROPRIEDADE ELÉTRICA DOS SISTEMAS COLOIDAIS: PROPRIEDADE ELÉTRICA DOS SISTEMAS COLOIDAIS: Carga Carga elétricaelétricaSe houver excesso de ânions, as partículas do Se houver excesso de ânions, as partículas do disperso irão adsorver esses ânions, adquirindo disperso irão adsorver esses ânions, adquirindo

carga elétrica negativa.carga elétrica negativa.Isto é o que ocorre, por exemplo, quando se Isto é o que ocorre, por exemplo, quando se

prepara um colóide em meio básico (excesso de prepara um colóide em meio básico (excesso de ânions).ânions).

Como a carga elétrica de um colóide depende da Como a carga elétrica de um colóide depende da quantidade de íons presentes no sistema, é quantidade de íons presentes no sistema, é

possível transformar um colóide positivo em um possível transformar um colóide positivo em um colóide negativo e vice-versa, alterando a colóide negativo e vice-versa, alterando a quantidade de cátions ou de ânions desse quantidade de cátions ou de ânions desse

sistema.sistema.

É importante observar, no entanto, que haverá um momento É importante observar, no entanto, que haverá um momento durante essa transformação em que as micelas serão neutras e o durante essa transformação em que as micelas serão neutras e o colóide, descarregado; dizemos então que o colóide atingiu o seu colóide, descarregado; dizemos então que o colóide atingiu o seu ponto isoelétrico. ponto isoelétrico.   

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Géis

PROPRIEDADE ELÉTRICA DOS SISTEMAS COLOIDAIS: PROPRIEDADE ELÉTRICA DOS SISTEMAS COLOIDAIS:

ELETROFORESEELETROFORESE  Quando um colóide é submetido a um campo elétrico, todas as partículas do disperso migram para um mesmo pólo.Se o colóide for positivo, as partículas do disperso irão migrar para o pólo negativo, que é denominado cátodo (pólo para onde vão os cátions). O processo é denominado cataforese.Se o colóide for negativo, as partículas do disperso irão migrar para o pólo positivo, que é denominado ânodo (pólo para onde vão os ânions). O processo é denominado anaforese.Quando o colóide se encontra no seu ponto isoelétrico, as partículas do disperso não migram para nenhum dos pólos, pois estão descarregadas.

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Géis

PROPRIEDADE ELÉTRICA DOS SISTEMAS COLOIDAIS: PROPRIEDADE ELÉTRICA DOS SISTEMAS COLOIDAIS:

ELETROFORESEELETROFORESE  

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CARACTERÍSTICAS DOS GÉISCARACTERÍSTICAS DOS GÉIS

Veículo transparente ou translúcido;Veículo transparente ou translúcido;

Aspecto gelatinoso e estrutura contínua;Aspecto gelatinoso e estrutura contínua;

Excipientes: polímeros naturais ou sintéticos;Excipientes: polímeros naturais ou sintéticos;

Ausência de substâncias graxas ou pequena quantidade;Ausência de substâncias graxas ou pequena quantidade;

Reticulação dos polímeros: viscosidade;Reticulação dos polímeros: viscosidade;

Presença de agentes geleificantes.Presença de agentes geleificantes.

Géis

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APLICAÇÕESAPLICAÇÕES

Uso externo: tópicoUso externo: tópico peles acnéicas e oleosas; peles acnéicas e oleosas;

Ativos: anestésicos locais, antiinflamatórios, antiacnéicos,Ativos: anestésicos locais, antiinflamatórios, antiacnéicos, anticoagulantes, anti-histamínicos;anticoagulantes, anti-histamínicos;

Formulações cosméticas: máscaras faciais, hidratantes, Formulações cosméticas: máscaras faciais, hidratantes,

protetores solares e pós-solares, agentes de protetores solares e pós-solares, agentes de peelingpeeling;;

Bases para pomadas;Bases para pomadas;

Géis dentais, Géis dentais,

Auxiliares para ultrassons, Auxiliares para ultrassons,

Uso veterinário.Uso veterinário.

Géis

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CLASSIFICAÇÃO DOS CLASSIFICAÇÃO DOS GÉISGÉIS

Critério de Critério de ClassificaçãoClassificação

Tipo de gelTipo de gel DescriçãoDescrição ExemploExemplo

Natureza da faselíquida

Hidrogel Subst. hidrofílicas

Gel de sílica,bentonita, pectina,MC, alumina, CMC

Na

Oleogel Subst.lipofílicas

Plastibase®, vaselina,

gel de parafina líq.,

estearato de Al3+

Natureza da faseColoidal

Orgânico Monofásico*

Carbopol® e goma adraganta

Inorgânico Bifásico* Magma de bentonita,Veegun®

Número de fasesMonofásica 1 fase Gel de alginato

sódico

Bifásica 2 fases Gel de triidróxidode alumínio

*geralmente

Géis

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HIDROGÉISHIDROGÉIS Vantagens:Vantagens:

• Emoliência e refrescância;Emoliência e refrescância;

• Facilidade de aplicação e Facilidade de aplicação e

remoção;remoção;

• Boa aparência;Boa aparência;

• Não formam película Não formam película

oclusiva.oclusiva.

• Livre de óleo ou ““oil freeoil free””

Desvantagens:Desvantagens:

• Tendência à desidratação;Tendência à desidratação;

• Elevado conteúdo de águaElevado conteúdo de água contaminação microbiana. contaminação microbiana.

Géis

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OLEOGÉISOLEOGÉIS

• Pouco usuais na Cosmetologia;Pouco usuais na Cosmetologia;

• Via transdérmica: palmitato de isopropila e lecitina-Via transdérmica: palmitato de isopropila e lecitina-PluronicPluronic®®

• Lecitina e parafina líquida: AINES Lecitina e parafina líquida: AINES

AGENTES GELEIFICANTESAGENTES GELEIFICANTES

• Conferem aumento de viscosidade;Conferem aumento de viscosidade;

• Cadeias macromoleculares: solvatação, hidratação e Cadeias macromoleculares: solvatação, hidratação e acomodação de moléculas.acomodação de moléculas.

Géis

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AGENTES GELEIFICANTES AGENTES GELEIFICANTES (GELIFICANTES)(GELIFICANTES)• É a substância que confere textura através da formação É a substância que confere textura através da formação

de um gel. Pertencem ao grupo dos espessantes;de um gel. Pertencem ao grupo dos espessantes;

• Conferem aumento de viscosidade;Conferem aumento de viscosidade;

• Conferem a gelificação ao sistema, isto é, passagem do Conferem a gelificação ao sistema, isto é, passagem do

estado líquido (sol) para gel.estado líquido (sol) para gel.

• A propriedade do agente gelificante de elevar a viscosidade A propriedade do agente gelificante de elevar a viscosidade

das preparações deve-se ao seu elevado grau de solvatação das preparações deve-se ao seu elevado grau de solvatação

(quando o solvente é lipofílico) e hidratação (quando o (quando o solvente é lipofílico) e hidratação (quando o

solvente é hidrofílico) e à sua capacidade de reter moléculas solvente é hidrofílico) e à sua capacidade de reter moléculas

dos líquidos nas suas cadeias macromoleculares (acomodação dos líquidos nas suas cadeias macromoleculares (acomodação

de moléculas). de moléculas).

Géis

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CARACTERÍSTICAS DOS AGENTES GELEIFICANTESCARACTERÍSTICAS DOS AGENTES GELEIFICANTES

• Geleificar em baixas concentrações;Geleificar em baixas concentrações;

• Propiciar boa aplicação e remoção do produto;Propiciar boa aplicação e remoção do produto;

• Viscosidade apropriada durante preparo e armazenamento;Viscosidade apropriada durante preparo e armazenamento;

• Ser inerte, inócuo, compatível com a FF e recipientes deSer inerte, inócuo, compatível com a FF e recipientes de armazenagem;armazenagem;

• Concentração dependente da FF, envase e estabilidade;Concentração dependente da FF, envase e estabilidade;

• Controle de temperatura e agitação.Controle de temperatura e agitação.

Géis

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EXEMPLOS DE AGENTES GELEIFICANTESEXEMPLOS DE AGENTES GELEIFICANTES

• Vegetais: goma arábica, goma adraganta, amido, pectina,Vegetais: goma arábica, goma adraganta, amido, pectina, goma guar;goma guar;

• Animais: gelatina, caseína;Animais: gelatina, caseína;

• Minerais: bentonita, silicato de alumínio;Minerais: bentonita, silicato de alumínio;

• Sintéticos e Semi-sintéticos:Sintéticos e Semi-sintéticos:*Derivado de celulose: HEC, HPMC, MC, CMC-Na;*Derivado de celulose: HEC, HPMC, MC, CMC-Na;*Polímeros vinílicos: PVP, álcool polivinílico;*Polímeros vinílicos: PVP, álcool polivinílico;*Polímeros carboxivinílicos: ácido acrílico;*Polímeros carboxivinílicos: ácido acrílico;

•Dentre outros.Dentre outros.

Géis

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**HIDROXIETILCELULOSE**HIDROXIETILCELULOSE

• Éter de celulose, não iônico, hidrossolúvel;Éter de celulose, não iônico, hidrossolúvel;

• Pó branco, higroscópico, inodoro e insípido;Pó branco, higroscópico, inodoro e insípido;

• Solúvel em água quente ou fria: solução homogênea e clara;Solúvel em água quente ou fria: solução homogênea e clara;

• Forma filme não oclusivo, fácil remoção;Forma filme não oclusivo, fácil remoção;

• Incorporação de ativos ácidos;Incorporação de ativos ácidos;

• Comercialmente: NatrosolComercialmente: Natrosol®.®.

Géis

ALGUNS DERIVADOS DE ALGUNS DERIVADOS DE

CELULOSECELULOSE

Preparação:Preparação:

*Dispersão em água fria e aquecimento posterior.*Dispersão em água fria e aquecimento posterior.

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**METILCELULOSE**METILCELULOSE

• Insolúvel em solventes orgânicos;Insolúvel em solventes orgânicos;

• GelGel “intumesce” em presença de água; “intumesce” em presença de água;

• Concentração usual: 2%;Concentração usual: 2%;

Preparação:Preparação:

*Os géis são obtidos por processo a frio;*Os géis são obtidos por processo a frio;

**Estável em pH entre 2 e 10;**Estável em pH entre 2 e 10;

*Incompatível com eletrólitos, taninos e fenóis*Incompatível com eletrólitos, taninos e fenóis..

Géis

ALGUNS DERIVADOS DE ALGUNS DERIVADOS DE

CELULOSECELULOSE

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25

Géis

ALGUNS DERIVADOS DE ALGUNS DERIVADOS DE

CELULOSECELULOSE**CARBOXIMETILCELULOSE**CARBOXIMETILCELULOSE

• Polímero aniônico;Polímero aniônico;

• Devido à sua afinidade por água, utilizado para aumentarDevido à sua afinidade por água, utilizado para aumentar a viscosidade da fase aquosa.a viscosidade da fase aquosa.

Preparação:Preparação:

*suspende-se a substância em água fria;*suspende-se a substância em água fria;

**agitação vigorosa.**agitação vigorosa.

Observações:Observações: *a viscosidade destes géis diminui com o aumento da temperatura;*a viscosidade destes géis diminui com o aumento da temperatura;**pH de estabilidade: entre 6 e 9.**pH de estabilidade: entre 6 e 9.

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PRINCIPAL PROBLEMAPRINCIPAL PROBLEMA

• Formação de grumos.Formação de grumos.

*Possíveis correções:*Possíveis correções:

1-tamisar o(s) pó(s) e acrescentar aos poucos;1-tamisar o(s) pó(s) e acrescentar aos poucos;

2-utilizar agitação;2-utilizar agitação;

3-pré-umedecer o pó em um líquido miscível em água, 3-pré-umedecer o pó em um líquido miscível em água, como: PPG ou álcool.como: PPG ou álcool.

Géis

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FATORES QUE PODEM INFLUENCIAR FATORES QUE PODEM INFLUENCIAR

A FORMAÇÃO DE GRUMOSA FORMAÇÃO DE GRUMOS

pHpH

*CMC-Na: viscosidade ideal em pH entre 7 e 9;*CMC-Na: viscosidade ideal em pH entre 7 e 9;

**MC, HPC, HEC e HPMC: não há influência.**MC, HPC, HEC e HPMC: não há influência.

TemperaturaTemperatura

*MC, HPC e HPMC: água fria *MC, HPC e HPMC: água fria quente: precipitação. quente: precipitação.

Presença de saisPresença de sais

*CMC-Na: suporta de 10 a 50% de sais monovalentes;*CMC-Na: suporta de 10 a 50% de sais monovalentes;

Reduzem hidratação Reduzem hidratação preparar gel. preparar gel.

Géis

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POLÍMEROS DERIVADOS DO ÁC. ACRÍLICO (GÉIS POLÍMEROS DERIVADOS DO ÁC. ACRÍLICO (GÉIS

ANIÔNICOS)ANIÔNICOS)

Géis

NomeNomeQuímicoQuímico

RR11 RR22

Ác. Acrílico H OH

Ác. Metacrílico CH3 OH

Metilacrilato H O-CH3

Metilmetacrilato

CH3 O-CH3

Butilcianocrilato

CN O-C4H9

Butilmetacrilato

CH3 O-C4H9

CCOR2R1

CH2

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CARBOPOLCARBOPOL®®

• Pó seco, ligeiramente ácido, branco e caráter aniônico;Pó seco, ligeiramente ácido, branco e caráter aniônico;

• Resinas higroscópicas;Resinas higroscópicas;

• Conservantes catiônicos: eficácia reduzida;Conservantes catiônicos: eficácia reduzida;

• Intumesce em água: pH da dispersão de 2,7 a 3,5 a 1%;Intumesce em água: pH da dispersão de 2,7 a 3,5 a 1%; Capacidade espessante reduzida;Capacidade espessante reduzida;

• Adição de NaOH ou trietanolamina: neutralização deAdição de NaOH ou trietanolamina: neutralização de grupos carboxila livre;grupos carboxila livre;

• pH 7,0: viscosidade e transparência máxima.pH 7,0: viscosidade e transparência máxima.

Géis

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30

CARBOPOLCARBOPOL®®

Como dispersar os polímeros derivados do ácido acrílico?Como dispersar os polímeros derivados do ácido acrílico?

*Adição em água, sob agitação;*Adição em água, sob agitação;

**Pré-dispersão em solvente orgânico;**Pré-dispersão em solvente orgânico;

*Repouso em água, com agitações periódicas.*Repouso em água, com agitações periódicas.

Géis

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Carbopol® 934: viscosidade elevada, turvo, tolerânciaCarbopol® 934: viscosidade elevada, turvo, tolerância

iônica fraca.iônica fraca.

Carbopol® 940: gel cristalino, brilhante.Carbopol® 940: gel cristalino, brilhante.

Gel aquoso ou alcoólico. Tolerância iônica fraca.Gel aquoso ou alcoólico. Tolerância iônica fraca.

Maior efeito espessante.Maior efeito espessante.

Carbopol® 2020: dispersão fácil. Usado p/ xampus.Carbopol® 2020: dispersão fácil. Usado p/ xampus.

Incompatível com: ácidos fortes, eletrólitos, fenol eIncompatível com: ácidos fortes, eletrólitos, fenol e

traços de metal.traços de metal.

Géis

CARBOPOLCARBOPOL®®

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32

Géis

Carbômero [ ] na dispersão Viscosidade Observações Carbômero [ ] na dispersão Viscosidade Observações aquosa (neutralizada) aproximada (cps)aquosa (neutralizada) aproximada (cps) 910 1,0% 3.000-7.000 Boa tolerância iônica

934 0,5% 30.500-39.400 Excelente estabilidade em alta viscosidade

934P* 0,5% 29.400-39.400 Excelente estabilidade em alta viscosidade

940 0,5% 40.000-60.000 Excelente espessamento

941 0,5% 4.000-11.000 Emulsões e suspensões altamente estáveis

1342 1,0% 9.500-26.500 Adequado a suspensões aquosas iônicas

*P designa o grau farmacêutico do carbômero que contém 0,1% de benzeno, enquanto os outros, 0,5% .

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33

FATORES QUE PODEM INFLUENCIAR FATORES QUE PODEM INFLUENCIAR

NA FORMAÇÃO DO GELNA FORMAÇÃO DO GEL

pHpH *Carbopol®: viscosidade ideal em pH alcalino;*Carbopol®: viscosidade ideal em pH alcalino;

**Adição de trietanolamina ou NaOH para ionização dos**Adição de trietanolamina ou NaOH para ionização dos grupos –COOH. Porém, NaOH neutraliza ativo ácido;grupos –COOH. Porém, NaOH neutraliza ativo ácido;

Presença de saisPresença de sais *Qualquer sal pode reduzir a viscosidade. *Qualquer sal pode reduzir a viscosidade.

Géis

Page 34: AULA TEOR. GEIS

34

FORMULAÇÕESFORMULAÇÕES

Géis

COMPONENTCOMPONENTEE

QUANTIDADEQUANTIDADE

HEC 2,0g

PPG 4,0g

EDTA 0,1g

Metilparabeno

0,1g

Água q.s.p. 80,0g

COMPONENTECOMPONENTE QUANTIDADEQUANTIDADE

Carbopol 940 0,5-1,5g

PPG 2,0g

EDTA 0,1g

Metilparabeno

0,1g

Trietanolamina

0,5-1,5g

Água q.s.p. 80,0g

GEL CARBOPOLGEL CARBOPOL®®

GEL BASE GEL BASE HIDROXIETILCELULOSEHIDROXIETILCELULOSE

Page 35: AULA TEOR. GEIS

35

FORMULAÇÕESFORMULAÇÕES

Géis

COMPONENTECOMPONENTE QUANTIDADEQUANTIDADE(%)(%)

BHT 0,05

HPMC* 3,0

PPG 5,0

Água 20,0

Álcool q.s.p. 100,0

GEL ALCOÓLICOGEL ALCOÓLICO

*solúvel em solventes orgânicos de cadeia curta

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36

INCORPORAÇÃO DE FÁRMACOS EM INCORPORAÇÃO DE FÁRMACOS EM

GÉISGÉIS

Géis

*Pesar ou medir os ingredientes;*Pesar ou medir os ingredientes;

*Fármaco sólido*Fármaco sólido solubilidade em co-solvente ou pulverizado solubilidade em co-solvente ou pulverizado com agente levigante;com agente levigante;

*Incorporação no gel base mais adequado, aos poucos, sob*Incorporação no gel base mais adequado, aos poucos, sob constante agitação.constante agitação.

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PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DOS GÉISPROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DOS GÉIS

Géis

* Embebição: * Embebição: captura de certa quantidade de líquido captura de certa quantidade de líquido sem que ocorra, contudo, um aumento no volume do gel.sem que ocorra, contudo, um aumento no volume do gel.* Intumescimento: * Intumescimento: captura de líquido pelo gel que sofre captura de líquido pelo gel que sofre aumento no volume. Somente aqueles líquidos capazes de aumento no volume. Somente aqueles líquidos capazes de solvatar o gel podem provocar este fenômeno.solvatar o gel podem provocar este fenômeno.* Tixotropia: * Tixotropia: propriedade do gel reassumir o seu estado propriedade do gel reassumir o seu estado sólido ou semi-sólido, depois de algum tempo em repouso, sólido ou semi-sólido, depois de algum tempo em repouso, depois de ter sofrido fluidificação pela agitação.depois de ter sofrido fluidificação pela agitação.* Sineresia: * Sineresia: ocorre quando a interação entre as ocorre quando a interação entre as partículas da fase dispersa aumente até um ponto partículas da fase dispersa aumente até um ponto máximo, a partir do qual ocorre agregação das partículas máximo, a partir do qual ocorre agregação das partículas e o gel se desfaz. A sinerese ocorre destacadamente em e o gel se desfaz. A sinerese ocorre destacadamente em pHs baixos.pHs baixos.

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A ESTABILIDADE E A DESTRUIÇÃO DE UM COLÓIDEA ESTABILIDADE E A DESTRUIÇÃO DE UM COLÓIDE

Géis

* * As cargas elétricasAs cargas elétricas

O fato de as partículas do disperso possuírem a mesma O fato de as partículas do disperso possuírem a mesma carga elétrica e, portanto, sofrerem repulsão, evita que carga elétrica e, portanto, sofrerem repulsão, evita que

elas formem aglomerados e sofram precipitação.As cargas elas formem aglomerados e sofram precipitação.As cargas elétricas iguais mantêm o colóide estável.elétricas iguais mantêm o colóide estável.

Se, de algum modo, eliminarmos a carga elétrica das Se, de algum modo, eliminarmos a carga elétrica das partículas do colóide, o que pode ser feito facilmente pela partículas do colóide, o que pode ser feito facilmente pela adição de um eletrólito, por eletroforese ou pela adição de adição de um eletrólito, por eletroforese ou pela adição de um colóide de carga oposta, a partículas do disperso irão um colóide de carga oposta, a partículas do disperso irão

se precipitar e o colóide será destruído.se precipitar e o colóide será destruído.

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A ESTABILIDADE E A DESTRUIÇÃO DE UM COLÓIDEA ESTABILIDADE E A DESTRUIÇÃO DE UM COLÓIDE

Géis

* * A camada de solvataçãoA camada de solvatação

A absorção de moléculas do dispersante pelas A absorção de moléculas do dispersante pelas partículas do disperso, formando a denominada partículas do disperso, formando a denominada

camada de solvatação, evita o contato direto camada de solvatação, evita o contato direto entre as partículas do disperso e, portanto, a sua entre as partículas do disperso e, portanto, a sua

aglomeração e precipitação.aglomeração e precipitação.

Se essa camada de solvatação for eliminada, o Se essa camada de solvatação for eliminada, o colóide será destruído.colóide será destruído.

Normalmente elimina-se a camada de solvatação Normalmente elimina-se a camada de solvatação adicionado-se ao colóide substâncias adicionado-se ao colóide substâncias

dessolvatantes. Se o disperso for a água, por dessolvatantes. Se o disperso for a água, por exemplo, adiciona-se um desidratante.exemplo, adiciona-se um desidratante.