artigo terapia combinada heccus.... artigo 1

15
1 Revista Brasileira de Ciência & Estética – Volume 1 – Número 1 – 2010 ____________________________________________________________ Artigo de Revisão FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA PARA TERAPIA COMBINADA HECCUS® - Ultrassom e Corrente Aussie no tratamento da lipodistrofia ginóide e da gordura localizada THEORETICAL BACKGROUND TO HECCUS® COMBINATION THERAPY – Ultrasound and Aussie current in the treatment of gynoid lipodystrophy and localized fat Estela Maria Correia Sant’Ana Doutora pelo Departamento de Ciências Fisiológicas, Laboratório de Bioquímica e Biologia Molecular Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) - São Paulo, Brasil. Docente da Faculdade de Jaguariúna - Jaguariúna SP. Consultora Científica IBRAMED RESUMO Contexto: A aplicação de duas modalidades terapêuticas ao mesmo tempo e no mesmo local é denominada de terapia combinada e a combinação mais amplamente utilizada de recursos são ultrassom e algum tipo de corrente excitomo- tora ou polarizada. A indústria nacional desenvolveu, direcionado para a clínica estética, um equipamento tripolar que atua com ultrassom de 3 MHz associado às correntes Aussie ou polarizada. Objetivo: Buscar na literatura respaldo científico para a utilização simultânea do ultrassom e da corrente terapêutica Aussie ou polarizada no tratamento da lipodistrofia ginóide (LDG) e da gordura localizada. Métodos: Esta pesquisa foi realizada através de revisão bibliográfi- ca. Conclusão: Os estudos analisados sustentam a aplicabilidade da terapia combinada Heccus® em todas as suas modalidades de tratamento: sonoforese tridimensional, sonoeletroporação, corrente Aussie e corrente polarizada, sendo assim, possível inferir sua efetividade no tratamento da LDG e da gordura localizada. Palavras chaves: celulite, lipodistrofia ginóide, gordura localizada, ultrassom terapêutico, fonoforese, iontoforese, permeação cutânea, correntes terapêuticas. ABSTRACT Background: The application of two therapeutic modalities at the same time and at the same place is called combina- tion therapy and the most widely used combination therapy is ultrasound and some kind of excitomotor or polarized current. The national industry has developed, directed to aesthetic clinic, tripolar equipment which functions with a 3 MHz ultrasound associated with Aussie or polarized current. Objective: To search the literature for scientific support for the simultaneous use of ultrasound and Aussie current therapy in the treatment of gynoid lipodysthrophy (LDG) and localized fat. Methods: This study was conducted through bibliographical review. Conclusion: The analyzed stu- dies support the applicability of the Heccus combined therapy in all of its modalities of treatment: three-dimensional sonophoresis, electrosonoporation, Aussie current and polarizing current, thus making it possible to infer its effective- ness in the treatment of LDG and localized fat. Keywords: cellulitis, gynoid lipodysthrophy, localized fat, therapeutic ultrasound, phonophoresis, iontophoresis, cuta- neous permeation, electro-current therapies. Endereço para correspondência: Estela Maria Correia Sant’Ana Av. Dr. Carlos Burgos, 2800 Jd. Itália CEP: 13.901-080 Amparo-SP. Fone: 19 3817 9633/ 19 3817 9633. Email: [email protected]

Upload: amanda-ryan

Post on 08-Aug-2015

567 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Artigo Terapia Combinada Heccus.... Artigo 1

1

Revista Brasileira de Ciência & Estética – Volume 1 – Número 1 – 2010

____________________________________________________________

Artigo de Revisão

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA PARA TERAPIA COMBINADA HECCUS® - Ultrassom e

Corrente Aussie no tratamento da lipodistrofia ginóide e da gordura localizada THEORETICAL BACKGROUND TO HECCUS® COMBINATION THERAPY – Ultrasound and Aussie current in the treatment

of gynoid lipodystrophy and localized fat

Estela Maria Correia Sant’Ana

Doutora pelo Departamento de Ciências Fisiológicas, Laboratório de Bioquímica e Biologia Molecular Universidade

Federal de São Carlos (UFSCar) - São Paulo, Brasil.

Docente da Faculdade de Jaguariúna - Jaguariúna SP.

Consultora Científica IBRAMED

RESUMO

Contexto: A aplicação de duas modalidades terapêuticas ao mesmo tempo e no mesmo local é denominada de terapia

combinada e a combinação mais amplamente utilizada de recursos são ultrassom e algum tipo de corrente excitomo-

tora ou polarizada. A indústria nacional desenvolveu, direcionado para a clínica estética, um equipamento tripolar que

atua com ultrassom de 3 MHz associado às correntes Aussie ou polarizada. Objetivo: Buscar na literatura respaldo

científico para a utilização simultânea do ultrassom e da corrente terapêutica Aussie ou polarizada no tratamento da

lipodistrofia ginóide (LDG) e da gordura localizada. Métodos: Esta pesquisa foi realizada através de revisão bibliográfi-

ca. Conclusão: Os estudos analisados sustentam a aplicabilidade da terapia combinada Heccus® em todas as suas

modalidades de tratamento: sonoforese tridimensional, sonoeletroporação, corrente Aussie e corrente polarizada,

sendo assim, possível inferir sua efetividade no tratamento da LDG e da gordura localizada.

Palavras chaves: celulite, lipodistrofia ginóide, gordura localizada, ultrassom terapêutico, fonoforese, iontoforese,

permeação cutânea, correntes terapêuticas.

ABSTRACT

Background: The application of two therapeutic modalities at the same time and at the same place is called combina-

tion therapy and the most widely used combination therapy is ultrasound and some kind of excitomotor or polarized

current. The national industry has developed, directed to aesthetic clinic, tripolar equipment which functions with a 3

MHz ultrasound associated with Aussie or polarized current. Objective: To search the literature for scientific support

for the simultaneous use of ultrasound and Aussie current therapy in the treatment of gynoid lipodysthrophy (LDG)

and localized fat. Methods: This study was conducted through bibliographical review. Conclusion: The analyzed stu-

dies support the applicability of the Heccus combined therapy in all of its modalities of treatment: three-dimensional

sonophoresis, electrosonoporation, Aussie current and polarizing current, thus making it possible to infer its effective-

ness in the treatment of LDG and localized fat.

Keywords: cellulitis, gynoid lipodysthrophy, localized fat, therapeutic ultrasound, phonophoresis, iontophoresis, cuta-

neous permeation, electro-current therapies.

Endereço para correspondência:

Estela Maria Correia Sant’Ana

Av. Dr. Carlos Burgos, 2800 Jd. Itália

CEP: 13.901-080 Amparo-SP.

Fone: 19 3817 9633/ 19 3817 9633.

Email: [email protected]

Page 2: Artigo Terapia Combinada Heccus.... Artigo 1

2

Revista Brasileira de Ciência & Estética – Volume 1 – Número 1 – 2010

____________________________________________________________

INTRODUÇÃO

A lipodistrofia ginóide (LDG) termo conheci-

do popularmente como celulite, afeta cerca 85-98%

das mulheres de todas as raças após a puberdade

(Avram, 2004). Acomete especialmente a região

glútea e as coxas e pode ou não estar associado à

presença de gordura localizada (Pavicic et al., 2006).

Devido a sua alta prevalência, pesquisadores

têm investigado sua fisiopatologia e as hipóteses

para a origem da LDG se relacionar a arquitetura

radial dos septos de gordura do tecido conjuntivo

feminino que predispõe ao desenvolvimento de

uma extrusão irregular do tecido adiposo para a

derme, aumento da lipogênese e da resistência à

lipólise promovida pela ampliação da síntese de

estrógeno pós-puberdade e ainda a liberação de

insulina após dieta hipercalórica com consequente

hipertrofia dos adipócitos e hiperplasia dos pré-

adipócitos; hiperpolimerização e esclerose do tecido

conjuntivo e substância fundamental amorfa dos

septos de gordura que causam alterações circulató-

rias, vascular e linfática, desequilíbrio osmótico,

edema celular, compressão vascular, congestão e

hipóxia tecidual. Essas alterações teciduais produ-

zem o aspecto inestético de “casca de laranja”, o

aparecimento de telangiectasias, dor, sensação de

peso e cansaço em membros inferiores (Rosenbaum

et al., 1998; Merlen et al., 1999; Rossi e Vergnanini,

2000; Querlex et al., 2002; Avarm, 2004; Mirrashed

et al., 2004; Terranova et al, 2006, Sant’Ana et al.,

2007; Godoy e Godoy, 2009). Alguns autores suge-

rem que existe um componente inflamatório rela-

cionado à fisiopatologia da LDG. Biopsias de septos

fibrosados de locais afetados pela LDG demonstram

a presença de algumas células relacionadas ao pro-

cesso inflamatório crônico tais como macrófagos e

linfócitos (Segers et al., 1984). A gordura localizada

ou gordura circunscrita normalmente se associa a

LDG, o aumento de volume do adipócito comprime

os tecidos adjacentes comprometendo a vasculari-

zação tecidual e promovendo uma herniação destes

para a derme imediatamente acima (Ciporkin e Pas-

choal, 1998).

Diversas modalidades terapêuticas têm sido

propostas para o tratamento do LDG e da gordura

localizada. Dentre estes tratamentos destacam-se

os agentes físicos e os agentes farmacológicos. Os

agentes físicos são diferentes modalidades de ener-

gia que interagem com os tecidos biológicos com

finalidade terapêutica. Esses incluem calor, frio,

pressão, som, radiação eletromagnética e correntes

elétricas (Cameron, 2009). Os agentes físicos mais

comumente usados no tratamento do LDG e da

gordura localizada são pressoterapia, laser, massa-

gem mecânica (vácuo), radiofreqüência, ultrassom e

correntes elétricas terapêuticas tais como: Galvâni-

ca, Farádica, FES (Functional Electrical Stimulation),

Diadinâmicas, Interferencial, Russa e Aussie (Rossi e

Vergnanini, 2000; Avran, 2004; Rotunda et al., 2005;

Rawlings; 2006, Sant’Ana et al., 2007; Volga, 2009).

Apesar das inúmeras modalidades de trata-

mento, o uso do ultrassom e das correntes elétricas

terapêuticas associadas ou não à permeação trans-

dérmica de drogas se destacam por se tratar de

técnicas não invasivas no tratamento da LDG e da

gordura localizada (Rossi e Vergnanini, 2000).

Estes recursos usados de forma isolada têm

apresentado bons resultados, porém, o uso combi-

nado dessas terapias no tratamento do LDG e da

gordura localizada é recente e necessita de maiores

de estudos para esclarecer sua real efetividade. O

objetivo deste trabalho foi buscar na literatura res-

paldo científico para a utilização simultânea do ul-

trassom e da corrente terapêutica Aussie e polariza-

da no tratamento do LDG e da gordura localizada.

Esta pesquisa foi realizada por meio de revi-

são bibliográfica, tendo as bases de dados Lilacs,

Pubmed e Periódicos Capes, além de livros didáticos

e teses com conteúdo relevante. Foram utilizadas as

seguintes palavras-chave: celulite, lipodistrofia gi-

nóide, gordura localizada, ultrassom terapêutico,

fonoforese, sonoforese, iontoforese, permeação

cutânea, correntes terapêuticas, gordura corporal,

mobilização de gordura e seus correlatos em inglês

e espanhol.

Page 3: Artigo Terapia Combinada Heccus.... Artigo 1

3

Revista Brasileira de Ciência & Estética – Volume 1 – Número 1 – 2010

____________________________________________________________ Princípios de terapia combinada: ultrassom, cor-

rente Aussie e corrente polarizada

A aplicação de duas modalidades terapêuti-

cas ao mesmo tempo e no mesmo local é denomi-

nada terapia combinada e a combinação mais am-

plamente utilizada são ultrassom e algum tipo de

corrente excitomotora ou polarizada (Low e Reed,

2001). Isso pode ser feito porque o transdutor do US

proporciona um contato de baixa resistência com a

pele. A justificativa principal para a terapia combi-

nada é que os efeitos benéficos das duas modalida-

des podem ser alcançados ao mesmo tempo e estu-

dos sugerem que pode haver um efeito amplificador

de uma terapia sobre a outra. Uma segunda justifi-

cativa é pela eficiência em termos de gasto de tem-

po do terapeuta e do paciente (Lee et al., 1996; Gun

et al., 1997; Low e Reed, 2001; Almeida et al., 2003;

Wang et al., 2005).

No intuito de aperfeiçoar a terapia, a indús-

tria nacional desenvolveu direcionado para a clínica

estética, um ultrassom de 3 MHz com um cabeçote

tripolar, isso é, com três transdutores que atuam

simultaneamente, com soma de ERA (Effective Ra-

diation Area) de 18 cm2. Essa disposição permite

tratar uma área maior em menor tempo de aplica-

ção e permite uma melhor distribuição das energias

acústica e elétrica pelos tecidos, atingindo de forma

tridimensional as células imediatamente abaixo do

cabeçote em movimento. Outro diferencial é que os

equipamentos direcionados para a estética atingem

intensidades de ultrassom até 3 W/cm2 e são de-

nominados ultrassom de alta potência. Esses valores

de intensidade máxima são aprovados pela ANVISA

(BRASIL, ABNT, 1997). Os equipamentos terapêuti-

cos convencionais possuem geralmente, intensidade

limitada em 2 W/cm2.

Estes mesmos transdutores podem atuar

como eletrodos de transmissão de corrente alterna-

da Aussie, a corrente migra de forma circular entre

eles ou ainda emitir corrente polarizada, na qual os

três eletrodos podem ser programados para a pola-

ridade positiva ou negativa (eletrodo ativo) de acor-

do com a necessidade e nesse caso a corrente flui

destes para um eletrodo dispersivo fechando o cir-

cuito (Figura 1).

Ultrassom no tratamento da LDG e da gordura

localizada

O aparelho de ultrassom (US) consiste de

um gerador que produz uma corrente alternada de

alta frequência (Lehmann e De Lauter, 1994; ter

Haar, 1987). Para tal, transdutores piezoelétricos

são utilizados e consistem em um disco de um ma-

terial natural, como o quartzo, ou uma cerâmica

sintética feita de uma mistura de sais complexos,

tais como o zirconato e o titanato, os quais podem

ser polarizados em processos de carga (Willians,

1987). Esse elemento piezoelétrico transforma e-

nergia acústica em energia elétrica e seu reverso,

energia elétrica em acústica (Kanh, 1991; Hekken-

berg e Oosterbaan, 1985; Cameron, 2009). A corren-

te alternada que alimenta o elemento piezoelétrico

pode ser modulada criando diferentes modalidades

de insonação: contínua ou pulsada. Deste modo, a

intensidade é também dependente do tempo (Hek-

kenberg e Osterbaan, 1985). No Brasil, para fins

terapêuticos, utilizam-se mais comumente as fre-

qüências de 1 ou 3 MHz e o US têm sido utilizado no

Figura 1. Cabeçote aplicador tripolar: A, vista inferior; B,

vista superior.

Page 4: Artigo Terapia Combinada Heccus.... Artigo 1

4

Revista Brasileira de Ciência & Estética – Volume 1 – Número 1 – 2010

____________________________________________________________ restabelecimento das funções e promoção da cica-

trização de tecidos musculares, tendinosos e ósseos

lesionados (Cunha et al., 2001; Gouvêa et al., 1998;

Duarte, 1983; Melo et al., 2005).

Desde a introdução deste recurso terapêuti-

co há mais de 50 anos, as ações biológicas do US

têm sido investigadas. Contudo, os efeitos mecâni-

cos, térmicos e químicos do US ainda não estão

completamente esclarecidos. Sua aplicação, entre-

tanto, leva a inúmeros bioefeitos, que podem ser

classificados em térmicos e não-térmicos (Dyson,

1987; KItchen e Partridge, 1990). Os efeitos conside-

rados térmicos são aumento da elasticidade de es-

truturas que contém colágeno, diminuição da dor e

aumento do fluxo sanguíneo. Os efeitos não-

térmicos induzem reações orgânicas, que geralmen-

te se manifestam em nível vascular e tecidual (Dy-

son, 1987).

Tem sido proposto que em consequência

das vibrações longitudinais características do ultras-

som um gradiente de pressão é desenvolvido nas

células individuais. Como resultado desta variação

de pressão, elementos da célula são obrigados a se

moverem, ocorrendo um movimento de micromas-

sagem, que aumenta o metabolismo celular, o fluxo

sanguíneo e o suprimento de oxigênio, produzindo

alteração da permeabilidade da membrana celular e

facilitando o fluxo de nutrientes (Dyson e Suckling,

1978; O'Brien Jr, 2007). As ondas acústicas se pro-

pagam através dos tecidos e a absorção da radiação

depende do coeficiente de absorção relativo ao

conteúdo protéico dos tecidos, sendo que a absor-

ção desta energia determina os efeitos biológicos

(Cameron, 2009).

O uso do US em tratamentos clínicos e esté-

ticos é recente e a sua aplicabilidade geralmente se

relaciona ao tratamento da LDG e da gordura locali-

zada. A hipótese para seu uso está vinculada aos

seus efeitos mecânicos e térmicos.

A adiposidade circunscrita feminina comu-

mente conhecida como gordura localizada super-

põe-se frequentemente à LDG na qual a gordura se

deposita no organismo com uma distribuição de-

terminada geneticamente e pelo sexo (dimorfismo)

e consiste num dos principais distúrbios, além da

LDG tratados nos consultórios e clínicas de estética

(Ciporkin e Paschoal, 1992; Milani et al., 2006).

Recentemente, Gonçalves et al. (2005), des-

creveram que a aplicação do US de 3 MHz e 1

W/cm2 pulsado 20% por 3 min durante 10 dias com

intervalo de 2 dias para cada cinco aplicações na

região inguinal em 10 ratas Wistar adultas, promo-

veu um aumento transitório dos níveis séricos gli-

cêmico e lipídico sugerindo um aumento do meta-

bolismo do tecido adiposo branco.

Em estudos subsequentes, Gonçalves et al.,

(2009) utilizaram 20 ratos Wistar divididos aleatori-

amente em 2 grupos, controle, tratados com equi-

pamento desligado e tratados com US de 3 MHz por

10 dias com intervalo de 2 dias a cada cinco aplica-

ções em região de coxim adiposo infra-abdominal e

inguinal. A intensidade de US utilizada foi de 1

W/cm2, modo pulsado 2:8 ms, por 3 minutos. Os

autores concluíram que a terapia ultrassônica indu-

ziu a redução da ingestão de comida e o peso corpo-

ral dos animais, além de modificar a deposição de

gordura nos depósitos infra-abdominal, retroperito-

nial e inguinal e alterar o perfil lipídico que os auto-

res consideram resultante do efeito da lipoclasia e

da lipólise maciça e redistribuição da gordura corpo-

ral via circulação sanguínea promovidos pela terapia

dermossônica.

Na mesma linha, Miwa et al. (2002) de-

monstraram que a aplicação de diferentes frequên-

cias de US no tecido adiposo branco de ratos pro-

moveu aumento da secreção local de noradrenalina

pelo sistema nervoso simpático, ocasionando lipóli-

se local e a mobilização de gordura pela liberação de

ácidos graxos livres. As catecolaminas circulantes,

adrenalina e noradrenalina, são potentes ativadores

da lipólise e agem via β1-, β2- e β3- adrenorrecepto-

res, estimulando atividade da lipase hormônio sen-

sível (LHS) e inibindo a lipase lipoprotéica (LLP) nas

células adiposas (Hermsdorff e Monteiro, 2004).

Ainda dentro dos efeitos não térmicos, pes-

quisadores sugerem que a energia acústica pode

interagir com proteínas e complexos de proteínas

da membrana celular ativando mecanismos de sina-

Page 5: Artigo Terapia Combinada Heccus.... Artigo 1

5

Revista Brasileira de Ciência & Estética – Volume 1 – Número 1 – 2010

____________________________________________________________ lização intracelular que podem culminar com síntese

protéica, ativação ou inativação de enzimas intrace-

lulares e denominaram essa teoria de frequência de

ressonância (Baker et al., 2001; Johns, 2002). Dentro

deste contexto, Harvey et al (1975) e Young e Day-

son (1990-1) estimularam cultura de fibroblastos

usando US 3 MHz com intensidades de 0,5 e 2,0

W/cm2 e observaram um aumento significativo de

síntese protéica em ambas as intensidades quando

comparados ao grupo controle. Os fibroblastos são

células responsáveis pela síntese de inúmeras prote-

ínas da matriz extracelular (MEC) incluindo coláge-

no, elastina, reticulina, substância fundamental a-

morfa e ainda as metaloproteinases de matriz

(MMPs). As MMPs são enzimas que participam do

processo de remodelagem da MEC tais como, cola-

genases, gelatinases, matrilisinas, dentre outras

(Parks, 1999; Page-McCaw et al., 2007). Young e

Dyson (1990-2) reportam ainda que o US estimula a

angiogênese em modelo experimental. Estes estu-

dos sugerem uma possível proposição para explicar

a melhora tecidual que ocorre no local afetado pela

LDG após o tratamento com US.

Os efeitos térmicos ocorrem quando a ener-

gia acústica é absorvida e transformada em calor e

dependem da absorção e dissipação da energia do

ultrassom, e o aumento da temperatura é tempo-

dose dependente (Johns, 2002). O aumento de

temperatura pode provocar dentre outros efeitos, a

vasodilatação e o aumento da extensibilidade do

colágeno, o que tende a melhorar a maleabilidade

do tecidual, além de acelerar a atividade celular,

enzimática e favorecer o metabolismo local (Alter,

1999; Johns, 2002; Low e Reed, 2001; Baker et al.,

2001; Cameron, 2009). Mecanismos homeostáticos

tendem a contrariar o aumento da temperatura dos

tecidos expostos para o aquecimento. O sucesso da

homeostase no restabelecimento da temperatura

normal depende do equilíbrio entre o ganho e a

perda de calor. Qualquer alteração na temperatura

automaticamente inicia uma reação em um esforço

para restaurar a temperatura normal com aumento

do fluxo sanguíneo local (Guyton e Hall, 2006). O

aumento do fluxo sanguíneo local pode favorecer a

nutrição tecidual e auxiliar na remoção dos resíduos

do metabolismo celular causados pelo déficit micro-

circulatório no tecido afetado pela LDG (Rossi e

Vergnanini, 2000).

Permeação de ativos: sonoforese, iontoforese e

sonoeletroporação no tratamento da LDG e gordu-

ra localizada

Vários princípios ativos têm sido propostos

para o tratamento da LDG e dentro deste grande

grupo, existem subgrupos que podem ser classifica-

dos como: lipolíticos (estimuladores da lipólise),

antilipolíticos (inibidores da lipogênese), venotôni-

cos (promovem a venoconstrição), antiedematosos

(diminui a permeabilidade vascular e estimula a

drenagem linfática), hiperemiantes (promove au-

mento transitório da temperatura e consequente-

mente aumento do fluxo sanguíneo local), despoli-

merizantes de mucopolissacarídeos (mucopolissaca-

ridases), reestruturantes teciduais (estabilizadores

do tecido conjuntivo; contribuem na síntese de co-

lágeno e elastina) e despolimerizantes do tecido

fibroso (degradam as proteínas escleróticas do teci-

do conjuntivo que compõe a MEC) (Tabela 1).

A sonoforese ou fonoforese são termos si-

milares que descrevem a habilidade do US em in-

crementar a penetração de agentes farmacologica-

mente ativos através da pele (Parizotto et al., 2002).

Os efeitos térmicos, mecânicos e químicos do US

sobre o tecido aceleram a difusão dos ativos presen-

tes na melange para uso tópico e a principal via de

penetração desses ativos, neste caso são os folículos

pilosos (Otberg et al., 2007), além das glândulas

sebáceas e sudoríparas.

Page 6: Artigo Terapia Combinada Heccus.... Artigo 1

6

Revista Brasileira de Ciência & Estética – Volume 1 – Número 1 – 2010

____________________________________________________________ Tabela 1. Classificação de ativos anticelulite (modificado Rotunda et al., 2005 e de Bonet e Garrote, 2008)

Tecido/ Sistema sobre o qual atuam

Manifestações fisiológicas Exemplos de ativos

Adiposo Lipolíticos Cafeína

Teofilina

Teobromina

Chá verde

Guaraná

Antilipogênicos L- Carnitina

Circulatório Venotônicos Ginko Biloba

Catanha da índia

Extrato de laranja amarga

Antiedematosos Extrato de hera

Extrato de algas marinhas ( Fucus

vesiculosus, Palmaria palmata, etc)

Hiperemiantes Salicilato de metila

Mentol

Conjuntivo Despolimerizantes de mucopolis-

sacarídeos

Tiamucase

Hialuronidase

Iombina

Reestruturantes Extrato de Centella Asiática

VItaminas ( A, E, C...)

Oligoelementos (Mn, Zn, Co, Si...)

Despolimerizantes de tecido

fibroso

Colagenases

Elastases

Polacow et al. (2004) estudaram o efeito do

US 3 MHz na permeação cutânea do tiratricol no

dorso de suínos. Os parâmetros utilizados foram:

0,2 W/cm2, contínuo, sendo 1 min/cm

2 numa área

de 8 cm2. Após a análise histológica e medidas his-

tomorfométricas, constatou-se a redução de tecido

adiposo subcutâneo sugerindo que o US foi capaz de

acelerar a permeação do tiratricol.

Como princípio ativo, a cafeína é muito usa-

da por ser estimulador beta-adrenérgico e aumen-

tar a lipólise (Astrup et al., 1992). Pires-de-Campos

et al., 2008) realizaram um estudo comparativo dos

seguintes tratamentos em áreas do dorso de suínos:

gel, gel + ultrassom, gel + cafeína (5% v/v) e gel +

ultrassom + cafeína, uma vez ao dia, durante 15

dias. Uma quinta área não recebeu aplicação tópica

e foi utilizada como controle. Para esse estudo foi

usado US contínuo, de 3 MHz, com uma intensidade

de 0,2 W/cm2, 1 min/cm

2. Após preparação histoló-

gica, análises morfométricas foram realizadas para

determinar a espessura e a densidade de células da

hipoderme. Os resultados indicaram que o trata-

mento com cafeína somente foi eficaz quando asso-

ciado à terapia do US e que essa combinação resul-

tou em uma significativa redução da espessura da

hipoderme, bem como causou dano celular aos

adipócitos, o que consequentemente diminuiu seu

número.

A filosofia da iontoforese é semelhante a da

sonoforese, porém neste caso o princípio ativo

(fármaco) incorporado ao gel (solução doadora)

deve ter polaridade definida, isto é, deve ser ioniza-

do. A droga é impulsionada pelo mecanismo de

eletrorrepulsão, drogas de valência positiva ou ne-

gativa são liberadas, desde que sejam colocadas sob

o eletrodo que apresente a mesma carga elétrica.

Importante ressaltar que os fármacos aplicados por

essa via têm ação superficial e in loco e devem pos-

Page 7: Artigo Terapia Combinada Heccus.... Artigo 1

7

Revista Brasileira de Ciência & Estética – Volume 1 – Número 1 – 2010

____________________________________________________________ suir características essenciais tais como hidrossolu-

bilidade, serem positivos ou negativamente carre-

gados e tamanho molecular relativamente pequeno

(Oliveira et al., 2005; Cameron, 2009).

Assim como a sonoforese, a iontoforese

possui rotas potenciais de permeação dos ativos

através da pele, sendo a principal via os poros das

glândulas sudoríparas enquanto que, o folículo pilo-

so, as glândulas sebáceas e o estrato córneo contri-

buem relativamente para a penetração iônica, uma

vez que possuem elevada impedância elétrica rela-

tiva (Oliveira et al., 2005). Uma corrente elétrica

polarizada de amplitude constante (0,1 a 1 mA/cm2)

é usada para aumentar de forma controlada a trans-

ferência transdermal da droga e em qualquer tipo

de equipamento o eletrodo que vai transferir a dro-

ga é denominado ativo e o outro eletrodo que com-

pleta o circuito elétrico é chamado dispersivo (Oli-

veira et al., 2005; Cameron, 2009). Irritações cutâ-

neas causadas pelas reações eletrolíticas e pela ele-

trosmose podem ocorrer e a intensidade dessas

reações são intensidade/tempo dependentes (Ho-

ward et al., 1995; Wang et al., 2005).

Akomeah et al. (2008) realizaram um estudo

no qual compararam o transporte epidermal via

iontoforese (0,4 mA por 10 min) de dois ativos iso-

lados, parabeno butílico e cafeína em retalhos de

pele humana. Os resultados demonstraram que em

ambos os ativos houve aumento de permeação,

porém por suas características hidrofílicas, a perme-

ação da cafeína foi 24 vezes maior que o parabeno

butílico. Os autores verificaram por microscopia

eletrônica que a iontoforese promove uma eletro-

perturbação na epiderme confirmando neste mode-

lo, o possível mecanismo responsável pelo transpor-

te da cafeína tão comumente utilizada pela indústria

cosmética no tratamento da LDG e gordura localiza-

da (Figura2).

Figura 2. Fotomicrografia eletrônica da superfície da epiderme humana: A, não tratada (barra = 30µm), B, não tratada

(barra = 10µm), C, tratada com iontoforese 0,4 mA por 10 min (barra = 30µm); D, tratada com iontoforese 0,4 mA por

10 min (barra = 10µm). Setas indicam local onde a ruptura epidermal ocorreu (Adaptado de Akomeah et al., 2009).

Page 8: Artigo Terapia Combinada Heccus.... Artigo 1

8

Revista Brasileira de Ciência & Estética – Volume 1 – Número 1 – 2010

____________________________________________________________ A indústria nacional denominou como sono-

eletroporação a aplicação das diferentes modalida-

des de energia, ultrassônica juntamente com cor-

rente polarizada. Estudos sobre a técnica que pro-

move sonoforese e iontoforese simultaneamente no

intuito de potencializar a permeação transdérmica

de drogas têm sido realizados (Fang et al., 2002;

Wang et al., 2005). Sistemas nanoestruturados para

formulações cosméticas podem potencializar o

transporte de substâncias via iontoforese e sonoele-

troporação, isso pode ajudar a reduzir alguns possí-

veis efeitos colaterais como a irritação causada pela

alta concentração do ativo ou pela necessidade de

uma intensidade mais forte e/ou por um tempo

maior (Wang et al., 2005). A sonoforese trimensio-

nal e a sonoeletroporação têm potencial funcional

para aumentar a permeação de substâncias e ma-

ximizar os resultados no que concerne o tratamento

da LDG e da gordura localizada (Figura 3).

Figura 3. Esquema representativo das possíveis formas de

permeação de princípio ativo com diferentes modalida-

des de energia: A, sonoforese; B, iontoforese; C, sonoele-

troporação.

Corrente Aussie: fortalecimento muscular e drena-

gem linfática

O uso de correntes elétricas que desenvol-

vem ações terapêuticas nos tecidos biológicos ou

possibilitam a manutenção de suas funções tem sido

extensamente preconizado como recurso em nosso

país (Davini et al., 2005).

A hipertrofia é o aumento no tamanho das

fibras musculares devido ao acúmulo de proteínas

contráteis, actina e miosina e de substâncias não-

contráteis, como glicogênio e água, no sarcoplasma

das fibras musculares esqueléticas que são ativadas

através dos exercícios ativos (Goldberg, et al., 1975;

Guyton e Hall, 2006) ou via estimulação elétrica

(Carvalho de Abreu et al., 2008; Ward, 2009; Ward e

Chuen, 2009).

O princípio da estimulação elétrica neuro-

muscular baseia-se na propagação de cargas elétri-

cas pelas fibras musculares e nas fibras nervosas

sensitivas e motoras que, ao serem excitadas pelos

pulsos aplicados, geram mudanças na atividade

metabólica tecidual e tem sido usada de maneira

coadjuvante no treinamento físico (Cameron, 2009;

Low e Reed, 2001; Ward e Robertson , 2000; Ward,

2009; Ward e Chuen, 2009).

Atualmente essas técnicas de fortalecimen-

to muscular, drenagem linfática sequencial e remo-

delação corporal são amplamente utilizadas na clíni-

ca estética como terapia coadjuvante no tratamento

da LDG e da gordura localizada, porém parâmetros

mais adequados de estimulação elétrica estão sen-

do estabelecidos.

Comercialmente as correntes Russa, Interfe-

rencial e FES são clássicas no que concerne estimu-

lação neuromuscular, porém pesquisas recentes

com o objetivo de desenvolver e produzir correntes

elétricas que proporcionem uma estimulação senso-

rial confortável sem comprometer a eficiência ele-

trofisiológica, bem como, uma estimulação motora

potente sem que o limiar doloroso seja alcançado

foram realizadas (Ward e Robertson, 1998; Ward e

Robertson, 2001; Ward e Shkuratova, 2002; Delitto,

2002; McManusa et al., 2006).

Pesquisas atuais apontam que correntes e-

létricas alternadas moduladas em Bursts de longa

duração produzidos por correntes tradicionais como

Russa e Interferencial não são as melhores para se

minimizar o desconforto durante estimulações sen-

soriais e produzir níveis de elevados de torque mus-

cular durante estimulações motoras (Ward et al.

2004).

Page 9: Artigo Terapia Combinada Heccus.... Artigo 1

9

Revista Brasileira de Ciência & Estética – Volume 1 – Número 1 – 2010

____________________________________________________________ A corrente Aussie ou corrente Australiana

foi desenvolvida pelo pesquisador Alex Ward, da

Universidade de LaTrobe em Melbourne – Austrália

e trata-se de uma corrente elétrica terapêutica al-

ternada com frequência portadora na faixa de kHz e

modulação em baixa frequência com alguma seme-

lhança em relação à terapia interferencial e a cor-

rente Russa, a diferença está no valor da corrente

de kHz utilizada bem como no formato de onda.

Para contração muscular, a corrente Aussie utiliza

frequência de 1 kHz combinada com Bursts de dura-

ção igual a 2 ms, dessa forma, a produção de torque

é máxima quando comparados a outras correntes

comerciais (Figura 4).

A modulação em rampa deve ser utilizada

com o objetivo de se evitar a fadiga muscular preco-

ce e a frequência de 50 Hz é a mais indicada (Ward

et al. 2004).

Estudos indicam que a contração muscular

estimulada eletricamente seja similar à produzida

fisiologicamente, entretanto, para tratamento clíni-

co estético, grupos musculares específicos devem

ser focados, especialmente os músculos abdomi-

nais, vasto medial e adutor de coxa, glúteo máximo

e ainda o tríceps braquial por serem músculos rela-

tivamente enfraquecidos pelo desuso, entretanto

para potencializar os ganhos de força e a integração

funcional os indivíduos devem associar o movimen-

to ativo voluntário simultaneamente ao impulso

elétrico.

O uso de correntes terapêuticas para au-

mentar a hemodinâmica da circulação dos membros

inferiores se baseia na premissa que a contração

muscular aumenta a pressão do compartimento e

comprimem os vasos linfáticos e sanguíneos, impul-

sionado os fluídos neles contidos como uma ação de

ordenha (Faghri et al., 1998; Tortora e Grabowski,

2002). Na drenagem linfática muscular sequencial

os eletrodos devem ser posicionados de forma ade-

quada e o programa de comando do equipamento

deve favorecer a contração muscular de distal para

proximal.

O sistema linfático representa uma via auxi-

liar ao sistema circulatório sanguíneo, cuja função é

drenar e filtrar o excedente de liquido intersticial

dos espaços teciduais e devolvê-lo ao sistema veno-

so. Esta forma de transporte é componente funda-

mental na manutenção da normalidade da concen-

tração de proteínas e volume de líquido intersticial

no espaço intercelular (Tortora e Grabowski, 2002).

O excedente de partículas e fluidos intersticiais en-

tra para o sistema linfático através de estruturas

conhecidas como linfáticos iniciais ou capilares linfá-

ticos os quais se distribuem nos espaços entre as

células. Estas estruturas são compostas por tubos

de uma única camada de células endoteliais em

fundo cego, possuem válvulas que impedem o reflu-

xo e geralmente não possuem componente muscu-

lar liso. Os músculos lisos linfáticos aparecem no

próximo nível da rede linfática denominada vasos

linfáticos e coletores linfáticos que possuem carac-

terísticas físicas semelhantes aos capilares linfáticos,

porém com mais válvulas e paredes mais espessas.

O músculo liso linfático desempenha funções preci-

sas no movimento da linfa de um segmento do vaso

para outro e sua atividade pode ser modificada por

vários fatores físicos, tais como pressão transmural,

fluxo luninal, forças de compressão e cisalhamento,

ou agentes químicos como neurotransmissores,

hormônios circulantes e/ou de substâncias liberadas

Figura 4. Frequência ideal para a produção de torque.

Das correntes de média frequência utilizadas neste

experimento, a corrente Aussie foi considerada a mais

eficiente (Adaptado de Ward et al. 2004).

Page 10: Artigo Terapia Combinada Heccus.... Artigo 1

10

Revista Brasileira de Ciência & Estética – Volume 1 – Número 1 – 2010

____________________________________________________________ pelas próprias células endoteliais (von der Weid et

al., 2004), (Figura 5).

No que diz respeito à formação da LDG, esta

se inicia por alterações intrínsecas e extrínsecas,

que promovem o aumento do líquido intersticial e

consequente acúmulo de resíduos do metabolismo

celular entre as células de gordura. A polimerização

de fibras de colágeno e a modificação estrutural

ocorrida nos glicosaminoglicanos alteram o equilí-

brio osmótico promovendo esclerose e fibrose in-

tersticial e edemaciamento intra-adipocitário. O

entorpecimento e garroteamento do fluxo sanguí-

neo e linfático resulta no aspecto congestionado

com o aparecimento de telangiectasias (Ryan, 1995;

Terranova et al., 2006; Godoy e Godoy, 2009). Es-

tudos demonstram que as correntes elétricas tera

pêuticas podem influenciar positivamente a ativida-

de do músculo liso linfático (Cook et al., 1994). Se-

gundo Ohhashi et al., (1980) as frequências de esti-

mulação do músculo liso linfático variam de 0,5 a 40

Hz. A corrente Aussie de 4 kHz modulada em baixa

frequência 10 Hz se insere neste contexto, visto que

o músculo liso linfático responde a estímulos de

baixa frequência.

Estudos demonstram que a faixa de fre-

quência entre 5, 10, 25, 50 e 75 Hz se relaciona

também à liberação de noradrenalina das varicosi-

dades próximas aos adipócitos (Ciporkin e Paschoal,

1982, Soriano et al., 2000). Esse neurotransmissor

se liga a receptores adrenérgicos na membrana dos

adipócitos e via ativação da enzima LHS (lipase hor-

Figura 5. Mecanismo de modulação do músculo liso linfático: A, contrações sucessivas dos vasos linfáticos de

mesentério de porco em perfusão intraluminal. As quatro câmaras são indicadas na ordem sequencial de contra-

ção. B, ilustração esquemática da hipótese proposta para a contração do músculo liso linfático. C, ilustração

esquemática da perfusão induzida pela constrição e as estruturas envolvidas na modulação de bombeamento; D,

mecanismos e formas de sinalização envolvidas na ativação e inibição da bomba linfática (Modificado de von der

Weid et al., 2004).

A

B

C

D

E

Page 11: Artigo Terapia Combinada Heccus.... Artigo 1

11

Revista Brasileira de Ciência & Estética – Volume 1 – Número 1 – 2010

____________________________________________________________ mônio sensível), dispara cascatas de sinalização

intracelular que culminam com a clivagem dos trigli-

cerídeos armazenados em ácido graxo livre e glice-

rol com posterior liberação destes para a circulação

sanguínea para serem utilizados como combustível

no metabolismo das células em atividade e inibição

da lipogênese intra-adipocitária, um dos princípios

fisiológicos que fundamentam a eletrolipólise com

agulhas. (Hermsdorff et al., 2004; Ciporkin e Pas-

choal, 1982; Soriano et al., 2000; Paula et al. 2007).

A eletrolipólise é uma técnica que se utilizada ele-

trodos na forma de agulha (agulhas de acupuntura

descartáveis) inseridas no tecido adiposo paralelo a

derme e estimulam a lipólise (Ciporkin e Paschoal,

1982; Soriano et al., 2000; Paula et al. 2007).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O tratamento com a terapia combinada

Heccus® deve ser sempre acompanhado de dieta

e/ou exercícios físicos, para que os ácidos graxos

liberados sejam utilizados como fonte de energia.

Caso isso não ocorra, a gordura mobilizada tende a

ser redistribuído no tecido adiposo, porém de forma

mais heterogenia.

Os efeitos colaterais da terapia combinada

são considerados desprezíveis, desde que observa-

dos os critérios para o manejo adequado do equi-

pamento.

CONCLUSÃO

Os estudos analisados sustentam a aplicabi-

lidade da terapia combinada Heccus® em todas as

suas modalidades de tratamento: sonoforese tridi-

mensional, sonoeletroporação, corrente Aussie e

corrente polarizada, sendo assim, possível inferir

sua efetividade no tratamento da LDG e da gordura

localizada.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Akomeah FK, Martin GP, Brown MB. Short-term

iontophoretic and post-iontophoretic transport

of model penetrants across excised human epi-

dermis. Int J Pharm. 2009; 9;367.

2. Almeida TF, Roizenblatt S, Benedito-Silva AA,

Tufik S. The effect of combined therapy (ultra-

sound and interferential current) on pain and

sleep in fibromyalgia. Pain 2003; 104: 665–672.

3. Alter M J. Ciência da Flexibilidade. Rio Grande

do Sul: ARTMED; 1999.

4. Astrup A, Toubro S, Christensen NJ, Quaade F.

Pharmacology of thermogenic drugs. Am J Clin

Nutr. 1992; 55: 246S-248S.

5. Avram MM. Cellulite: a review of its physiology

and treatment. J Cosmet Laser Ther 2004; 6:

181–185.

6. Baker K G, Robertson VJ, Duck F A. A Review of

Therapeutic Ultrasound: Biophysical Effects.

Physical Therapy 2001; 81: 1351-1358.

7. Bonet R, Garrote A. Celulitis: Asesoramiento

desde la farmacia O F F A R M 2008; 27: 80-86.

8.

9. BRASIL, ABNT – Associação Brasileira de Normas

Técnicas. Equipamento eletromédico, parte 2:

Prescrições particulares para segurança de e-

quipamentos por ultra-som para terapia. NBR

IEC 601-2-5: 1997.

10. Cameron MH. Agentes Físicos na Reabilitação,

da pesquisa a prática. 3ª Ed Rio de Janeiro: El-

sevier; 2009.

11. Carvalho-de-Abreu DC, Júnior AC, Rondina JM,

Cendes F. Muscle hypertrophy in quadriplegics

with combined electrical stimulation and body

weight support training. Int J Rehabil Res. 2008;

31: 171-175.

12. Ciporkin H, Paschoal LHC. Atualização terapêuti-

ca e fisiopatogênica da lipodistrofia Ginóide

(LDG) “celulite”. São Paulo: Santos; 1992.

13. Cook HA, Morales M, La Rosa EM, Dean J, Don-

nelly MK, McHugh P, Otradovec A, Wrlght KS,

Kula, T. Effects of Electrical Stimulation on Lym-

phatic Flow and Limb Volume in the Rat. Physi-

cal Therapy 1994; 74 (11): 1040-1046.

Page 12: Artigo Terapia Combinada Heccus.... Artigo 1

12

Revista Brasileira de Ciência & Estética – Volume 1 – Número 1 – 2010

____________________________________________________________ 14. Cunha A. Parizotto NA, Vidal BC. The effect of

therapeutic ultrasound on repair of the achiles

tendon (tendo calcaneus) of the rat. Ultrasound

in Medicine and Biology 2001; 27(12): 1691-

1696.

15. Davini R, Nunes CV, Guirro EC,. Guirro RRJ Esti-

mulação elétrica de alta voltagem: uma opção

de tratamento. Rev. bras. fisioter. 2005; 9 (3):

249-256.

16. Dayson M, Suckling J. Biological Effects of The-

rapeutic Ultrasound. Reumatol Rehab 1978; 12:

209-213.

17. Delitto A. Introduction to “Russian electrical

stimulation”: putting this perspective into pers-

pective. Phys Ther 2002; 82: 1017–1018.

18. Duarte L. The stimulation of bone growth by

ultrasound. Arch Orthop Trauma Surg 1983;

101: 153-159.

19. Dyson M, Suckling J. Simulation of repair by

ultrasound: a survey the mechanism involved.

Physiotherapy 1978; 64(4): 105-108.

20. Dyson M. Mechanisms involved in therapeutic

ultrasound. Physiotherapy 1987; 73 (3): 116-

120.

21. Faghri PD, Votto JJ, Hovorka CF. Venous He-

modynamics of the Lower Extremities in Re-

sponse to Electrical Stimulation. Arch Phys Med

Rehabil 1998; 79: 842-848.

22. Fang, JY, Hwang TL, Huang, Y.B.; Tsai, Y.H.

Transdermal iontophoresis of sodium noniva-

mide acetate: V. Combined effect of physical

enhancement methods. Int. J. Pharm. 2002;

235: 95–105.

23. Godoy JMP, Godoy MFG. Physiopathological

Hypothesis of Cellulite. The Open Cardiovascular

Med J 2009; 3: 96-97.

24. Goldberg AL, Etlinger JD, Goldspink DF, Jablecki.

C. Mechanism of work-induced hypertrophy of

skeletal muscle. Med Sci Sports 1975; 7(3):185-

98.

25. Gonçalves WLS, Cirqueira JP, Abreu GR, Moysés

MR. Implicações da lipoclasia dermossônica no

metabolismo energético e na composição cor-

poral de ratos Wistar saudáveis. Rev Bras Fisio-

ter 2009; 13 (1): 24-30.

26. Gonçalves WLS, Cirqueira JP, Soares LS, Bissoli

NS, Moysés MR. Utilização da terapia ultra-

sônica de baixa intensidade na lipodistrofia gi-

necóide: uma terapia segura ou risco cardiovas-

cular transitório? – um estudo pré-clínico. An

Bras Dermatol. 2005; 80(3): S352-S359.

27. Gouvêa CMCP, VIEIRA PMN, AMARAL AC. Efeito

do ultra-som na recuperação de músculo tibial

anterior de rato lesado. Rev Univ Alfenas 1998;

4: 165-173.

28. Gum, Steven L.; Reddy, G. Kesava; Stehno-Bittel,

Lisa; Enwemeka, Chukuka S. Combined Ultra-

sound, Electrical Stimulation, and Laser Promote

Collagen Synthesis With Moderate Changes in

Tendon Biomechanics. Am J Phys Med Rehab

1997; 76: 288-296.

29. Guyton AC, Hall JE. Tratado de Fisiologia Médi-

ca. São Paulo: Elsevier, 2006.

30. Harvey W, Dyson M, Pond JB, Grahame R. The

stimulation of protein synthesis in human fi-

broblasts by therapeutic ultrasound. Rheuma-

tology.1975; 14: 237.

31. Hekkenberg RT, OOSTERBAAN WA. Evaluation

of ultrasound therapy devices TNO-test, radia-

tion safety and dose accuracy often leave some-

thing to be desired. Fisiotherapie 1985; 96(5):

112-117.

32. Hermsdorff HHM, Monteiro JBR. Gordura visce-

ral, subcutânea ou intramuscular: onde está o

problema? Arq Bras Endocrinol Metabol. 2004;

48(6): 803-811.

33. Howard JP, Drake TR, Kellogg Jr DL. Effects of

Alternating Current Iontophoresis on Drug Deli-

very. Arch Phys Med Rehabil 1995; 76: 463-466.

34. Jesus GS, Ferreira, AS, Mendonça AC. Fonofore-

se x permeação cutânea. Fisioterapia em Movi-

mento 2006; 19(4): 83-88.

35. Johns LD. Nonthermal Effects of Therapeutic

Ultrasound: The Frequency Resonance Hypo-

thesis. J Athl Train 2002; 37(3): 293–299.

Page 13: Artigo Terapia Combinada Heccus.... Artigo 1

13

Revista Brasileira de Ciência & Estética – Volume 1 – Número 1 – 2010

____________________________________________________________ 36. Kanh J. Ultrasound in Principles and Practice of

Electrotherapy. 2 ª ed, NY: Churchill Livingstone,

1991.

37. Kitchen SS, Partridge CJ. A review of therapeutic

ultrasound. Part 1: Background and physiologi-

cal effects. Phisiotherapy. 1990; 76(10): 593-

600.

38. Lee JC, Lin DT, Hong CZ. The Effectiveness of

Simultaneous Thermotherapy with Ultrasound

and Electrotherapy with Combined AC and DC

Current on the Immediate Pain Relief of Myo-

fascial Trigger Points. J Muscoskel Pain 1996;

5(1): 81- 90.

39. Lehmann JF, De Lateur B J. Tratado de medicina

física e reabilitação de KRUSEN. 4a.

ed. Rio de

Janeiro: Manole Ltda, 1994.

40. Low J, Reed A. Eletroterapia Explicada: Princí-

pios e Prática. 3ª ed, São Paulo: Manole, 2001.

41. McManusa F J, Ward AR, Robertson VJ. The

analgesic effects of interferential therapy on

two experimental pain models: cold and me-

chanically induced pain. Physiotherapy 2006;

92: 95–102.

42. Melo RM, Gouvêa CMCP, Silva AL. Efeito do

ultra-som na prevenção da hérnia incisional

mediana no rato. Acta Cir. Bras. 2005; (20): 100-

108.

43. Merlen JF, Curri SB, Sarteel AM. Cellulitis, a con-

junctive microvascular disease. Phlebologie

1979; 32(3): 279-282.

44. Milani GB, João SMA, Farah EA. Fundamentos

da Fisioterapia dermato-funcional: revisão de li-

teratura. Fisioterapia e Pesquisa 2006; 12(3):

37-43.

45. Mirrashed F, Sharp JC, Krause V, Morgan J, To-

manek B. Pilot study of dermal and subcutane-

ous fat strutures by MRI in individuals who dif-

fer in gender, BMI, and cellulite grading. Skin

Res Tecn 2004; 10: 161-168.

46. Miwa H, Kino M, Han LK, Takaoka K, Tsujita T,

Furuhata H. Effects of ultrasound application on

fat mobilization. Pathophysiology 2002; 9(1):

13-19.

47. O'Brien Jr. W.D. Ultrasound—biophysics me-

chanisms Prog Biophys Mol Biol. 2007; 93(1-3):

212–255.

48. Ohhashi T, McHale NG, Roddie I C. Thornbury

KD. Electrical Field Stimulation as a Method of

Stimulating Nerve or Smooth Muscle in Isolated

Bovine Mesenteric Lymphatics. Pfltigers Arch

1980; 388: 221-226.

49. Oliveira AS, Guaratini MI, Castro CES. Funda-

mentação teórica para iontoforese. Rev Bras Fi-

sioter 2005; 9(1): 1-7.

50. Otberg N, Patzelt A, Rasulev U, Hagemeister T,

Linscheid M, Sinkgraven R, Sterry W, Lademann

J. The role of hair follicles in the percutaneous

absorption of caffeine. Br J Clin Pharmacol.

2008; 65(4): 488-92.

51. Page-McCaw A. Ewald AJ, Werb Z. Matriz me-

talloproeteinases and the rgulation of tissue

remodelling. Molecular Cell Biology 2007; 8:

221-233.

52. Parizotto NA, Koeke PU , Moreno BGD, Louren-

cin FTC. Utilização da Fonoforese em Desordens

Músculo-Esquelética: uma Meta-Análise. Rev

Bras Fisioter 2002; 7(1): 49-55.

53. Parks, W. Matrix metalloproteinases in repair.

Wound Repair and Regeneration 1999; 7: 423-

432.

54. Paula MR, Picheth G, Simões NDP. Efeitos da

eletrolipoforese nas concentrações séricas do

glicerol e do perfil lipídico. Fisioterapia Brasil

2007; supl especial: 5-9.

55. Pavicic T, Borelli C, Korting CH. Cellulite – the

greatest skin problem in healthy people? An ap-

proach. JDDG 2006; 4: 861–870.

56. Pires-de-Campos MS, Leonardi GR, Chorilli M,

Spadari-Bratfisch RC, Polacow ML, Grassi-

Kassisse DM. The effect of topical caffeine on

the morphology of swine hypodermis as meas-

ured by ultrasound. J Cosmet Dermatol 2008;

7(3): 232-237.

57. Polacow MLO, Pires-de-Campos MSM, Leonardi

GR, Carvalho L, Ribeiro MCAP. Efeito do ultra-

som na permeação cutânea do tiratricol: análise

histológica. Rev Bras Fisioter 2004; 8(1): 53-60.

Page 14: Artigo Terapia Combinada Heccus.... Artigo 1

14

Revista Brasileira de Ciência & Estética – Volume 1 – Número 1 – 2010

____________________________________________________________ 58. Prentice WE. Modalidades terapêuticas para

fisioterapeutas. 2 ed. Porto Alegre: Artmed,

2004.

59. Querlex B, Cornillon C. Jolivet O, Bittoun J.

Anatomy and physiology of subcutaneus adi-

pose tissue by in vivo magnetic resonance imag-

ing and spectroscopy: Relationship with sex and

presence of cellulite. Skin Res Tech 2002; 8: 118-

124.

60. Rawlings AV. Cellulite and its treatment. Inter-

national Journal of Cosmetic Science, 2006; 28:

175–190.

61. Rosenbaum M et al. An exploratory investiga-

tion of the morphology and biochemistry of cel-

lulite. Cosmetic 1998; 101: 1934-1939.

62. Rossi ABR, Vergnanini AL. Cellulite: a review.

JEADV 2000; 14: 251-262.

63. Rotunda AM, Avram MM, Avram, AS. Cellulite:

Is there a role for injectables? Journal of Cosme-

tic and Laser Therapy. 2005; 7: 147–154.

64. Ryan T. Lymphtics and adipose tissue. Clin Der-

matol 1975; 13: 493-498.

65. Sant'Ana EMC, Marqueti, RC, Leite, VL. Fibro

edema gelóide (celulite): fisiopatologia e trata-

mento com endermologia. Fisioterapia Especia-

lidades 2007;1: 30-35.

66. Segers AM, Abulafia J, Kriner J, Cortondo O.

Celulitis. Estudio histopatológico e histoquímico

de 100 casos. Med. Cut. ILA 1984; 12:167-172.

67. Soriano MCD, Pérez SC, Baques, MIC. Electroes-

tética Profissional Aplicada: Teoria y Práctica pa-

ra a Utilización de Corrientes em Estética. Es-

panha: Sorisa, 2000.

68. Steven HT, Goldberg AL, Etlinger JD, Goldspink

DF, Jablecki C. Mechanism of work-induced

hypertrophy of skeletal muscle. Med Sci Sports

1975; 7(3): 185-198.

69. Tamarkin D. Uso da iontoforese para aumento

da permeação de cosméticos. Cosmetics & Toi-

letries 2004; 16: 77-82.

70. ter Haar G. Basic physics of therapeutic ultra-

sound. Phisiotherapy 1987; 73:110-113.

71. Terranova F, Berardesca E, Maibach H. Cellulite:

nature and aetiopathogenesis: Review Article.

Intl J Cosmetic Science 2006; 28: 157–167.

72. Tortora GJ, Grabowski SR. Princípios de anato-

mia e fisiologia 9ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara

Koogan, 2002.

73. Volga B, Turkan A, Yesim B, Hulya K, Nevin E.

Effects of mechanical massage, manual lym-

phatic drainage and connective tissue manipula-

tion techniques on fat mass in women with cel-

lulite. J Eur Acad Dermatol Venereol 2009;

24(2): 138-142.

74. von der Weid PY, Zawieja DC. Lymphatic smooth

muscle: the motor unit of lymph drainage. Int J

Biochem Cell Biol2004; 36(7): 1147-1153.

75. Wang Y, Thakur R, Fan Q, Michniak B. Trans-

dermal iontophoresis: combination strategies to

improve transdermal iontophoretic drug deli-

very* Europ J Pharm and Biopharm 2005; 60:

179–191.

76. Ward AR, Oliver WG. Comparison of the Hy-

poalgesic Efficacy of Low-Frequency and Burst-

Modulated Kilohertz Frequency Currents. Physi-

cal Therapy 2007; 87(8): 1053-1063.

77. Ward AR, Robertson VJ. Sensory motor and

pain thresholds for stimulation with medium

frequency alternating. Arch Phys Med Rehabil

1998; 79: 273-278.

78. Ward AR. Electrical Stimulations Using Kilo-

hertz-frequency Alternating Current. Physical

Therapy 2009; 89(1): 181-190.

79. Ward AR, Chuen WL. Lowering of sensory, mo-

tor, and pain-tolerance thresholds with burst

duration using kilohertz-frequency alternating

current electric stimulation:part II. Arch Phys

Med Rehabil 2009; 90(9): 1619 –1627.

80. Ward AR, Lucas-Toumbourou S, McCarthy B. A

comparison of the analgesic efficacy of medium-

frequency alternating current and TENS. Physio-

therapy 2009; 95(4): 280–288.

81. Ward AR, Oliver WG, Buccella D. Wrist Extensor

Torque Production and Discomfort Associated

With Low-Frequency and Burst-Modulated Kilo-

Page 15: Artigo Terapia Combinada Heccus.... Artigo 1

15

Revista Brasileira de Ciência & Estética – Volume 1 – Número 1 – 2010

____________________________________________________________ hertz-Frequency Currents. Physical Therapy

2006; 86(10): 1360- 1367.

82. Ward AR, Robertson VJ. The variation in fatigue

rate with frequency using kHz frequency alter-

nating current. Med Engineer Physics 2000; 22:

637–646.

83. Ward AR, Robertson VJ. Variation in motor thre-

shold with frequency using kHz frequency alter-

nating current. Muscle Nerve 2001; 24: 1303–

1311.

84. Ward AR, Shkuratova N. Russian Electrical Sti-

mulation: The Early Experiments. Physical Ther-

apy 2002; 82(10): 1019-1030.

85. Ward AR. Electrical stimulation using kilohertz-

frequency alternating current. Physical Therapy

2009; 89(2): 181–190.

86. Ward AR.; Robertson VJ, Ioannou H. The effect

of duty cycle and frequency on muscle torque

production using kilohertz frequency range al-

ternating current. Med Engineer Physics 2004;

26: 569–579.

87. Williams R. Production and transmission of ul-

trasound. Phisiotherapy 1987; 73: 113-116.

88. Young SR, Dyson M. Macrophage responsive-

ness to therapeutic ultrasound. Ultrasound Med

Biol. 1990-1; 16(8): 809-16.

89. Young SR, Dyson M. The effect of therapeutic

ultrasound on angiogenesis. Ultrasound Med &

Biol 1990-2; 16(3): 261-269.

90. Zhu H, Peck KD, Miller DJ, Liddell MR, Higuchi YG

Investigation of properties of human epidermal

membrane under constant conductance alter-

nating current iontophoresis W. I., Li S. K. J Con-

trol Release 2003; 89: 31–46.