artigo qualidade

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ARTIGOS CONFECCIONADOS EM MALHAS DE ALGODÃO : PRINCIPAIS ASPECTOS DE QUALIDADE COTTON KNITS : MAIN ASPECTS OF QUALITY IN ARTICLES CONFECTIONED Vanderlei Oliveira dos Santos, M.Sc. Técnico da Divisão de Fiscalização e Verificação da Conformidade - Divec Diretoria da Qualidade - Dqual Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – Inmetro Telefone: 55-21-2563-5511 [email protected] Fernando Toledo Ferraz, D.Sc. Universidade Federal Fluminense (UFF) Niterói, RJ, Brasil Telefone: 55-21- 2629-5711 [email protected] RESUMO O objetivo deste trabalho é apresentar os aspectos determinantes da qualidade final dos artigos confeccionados em tecidos de malha de algodão, bem como as características que influenciam no produto final. Foi feito um breve resumo dos

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Page 1: artigo qualidade

ARTIGOS CONFECCIONADOS EM MALHAS DE ALGODÃO : PRINCIPAIS

ASPECTOS DE QUALIDADE

COTTON KNITS : MAIN ASPECTS OF QUALITY IN ARTICLES CONFECTIONED

Vanderlei Oliveira dos Santos, M.Sc.

Técnico da Divisão de Fiscalização e Verificação da Conformidade - Divec

Diretoria da Qualidade - Dqual

Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – Inmetro

Telefone: 55-21-2563-5511

[email protected]

Fernando Toledo Ferraz, D.Sc.

Universidade Federal Fluminense (UFF)

Niterói, RJ, Brasil

Telefone: 55-21- 2629-5711

[email protected]

RESUMO

O objetivo deste trabalho é apresentar os aspectos determinantes da qualidade final dos

artigos confeccionados em tecidos de malha de algodão, bem como as características que

influenciam no produto final. Foi feito um breve resumo dos ensaios realizados e de seus

critérios de aceitação. Sugestões foram apresentadas para a avaliação de tecidos em

laboratório. Finalmente, foram elaborados documentos normativos para orientar os

consumidores na leitura e interpretação dos símbolos utilizados na preservação de produtos

têxteis, considerando os aspectos de lavagem, alvejamento, secagem, passadoria e cuidados

profissionais.

.

Page 2: artigo qualidade

Palavras-chave: têxtil. Malha. Artigo confeccionado.Qualidade.Etiqueta.

COTTON KNITS : MAIN ASPECTS OF QUALITY IN ARTICLES CONFECTIONED

ABSTRACT

The objetive of this paper is to show the mainly aspects of the final quality of textiles

cotton knitted, as well as final product characteristics.

A shortly resume about the essays was done considering the acceptation criteria. Sugestions

were showed for the evaluation of textiles under laboratory.

Finally, regulation documents were created to help consumers read and interpretation of

special symbols utilized by preservation os textiles products, considering the folowing

aspects: washing, whitening, drying, straining and professional cares.

.

Keywords: textile. Knit. clothes.Quality. Care labelling.

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Page 3: artigo qualidade

ARTIGOS CONFECCIONADOS EM MALHAS DE ALGODÃO : PRINCIPAIS

ASPECTOS DE QUALIDADE

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Page 4: artigo qualidade

CAPÍTULO I

1. INTRODUÇÃO

Tecidos de malha de algodão são produtos encontrados com freqüência no mercado,

sobre a forma de camisetas de malha, tipo “T shirt”, blusas e calças femininas, roupas íntimas,

lençóis, roupas para uso infantil, etc... Uma gama de aplicações que fazem parte de nosso dia-

a-dia. Tais produtos apresentam, muitas vezes, problemas de qualidade por falhas no seu

processo de fabricação (qualidade inferior) ou por mau uso de seus consumidores.

A qualidade inferior pode ser identificada através de uma análise laboratorial em que

alguns parâmetros podem ser verificados e, caso estejam fora de especificação, pequenos

ajustes no processo produtivo podem resolver o problema. No caso do mau uso, é importante

que o consumidor esteja atento às informações constantes da etiqueta que acompanha a peça e

proceda a conservação do tecido utilizando tal orientação. Aspectos simples de como lavar,

secar, passar, usar ou não cloro, lavar a seco, quando seguidos com critério podem aumentar,

consideravelmente, a vida útil do artigo.

Este artigo pretende abordar o assunto, sem a pretensão de esgotá-lo, serão abordados

os principais ensaios para o controle de qualidade de um tecido de malha e os aspectos

inerentes à etiqueta de conservação de produtos têxteis. 1.1 Introdução

2. ORIENTAÇÃO PARA ENTENDIMENTO DOS SÍMBOLOS DE CUIDADOS

PARA CONSERVAÇÃO DE ARTIGOS TÊXTEIS

Durante muitos anos, a forma de lavar, secar e passar produtos têxteis, eram

determinadas pelo bom senso do consumidor, que nem sempre adotava o procedimento

mais adequado para o produto. Grandes conflitos entre fabricantes, confeccionistas, lojistas

e consumidores se instalavam para saber de quem era a culpa se acaso o produto

apresentasse algum problema.

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Page 5: artigo qualidade

Na verdade, os materiais têxteis possuem uma imensa gama de fibras, entrelaçamentos

e acabamentos, desta forma, os cuidados para sua conservação devem ser individualizados

e de responsabilidade do fabricante, que deverá estabelecer as orientações que o

consumidor final deve seguir.

A Norma NBR ISO 3758 - Códigos de cuidado usando símbolos é uma tradução

idêntica da ISO 3758:2005, esta Norma orienta a elaboração da etiqueta de conservação

dos produtos, substitui e cancela a ABNT NBR 8719:1994 – Símbolos de cuidado para

conservação de artigos têxteis.

Os códigos de cuidados devem ser fixados diretamente no produto. Para orientação

precisa sobre a confecção de etiquetas além da Norma NBR ISO 3758 deve ser consultada

a Resolução Conmetro 06/2005.

2.1 Utilização dos símbolos

Os cinco símbolos de cuidado registrados aplicam-se a todos os artigos têxteis e

devem aparecer sempre e na seguinte ordem: lavagem, alvejamento, secagem, passadoria e

limpeza a seco profissional, que podem ser dispostos na horizontal ou na vertical.

As tabelas abaixo apresentam uma apresentação resumida dos símbolos. Para

aplicação na confecção de etiquetas deve-se consultar a NBR ISO 3758/2006 e a

Resolução Conmetro 06/2005.

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Page 6: artigo qualidade

Tabela 1 - Símbolos de lavagem

SÍMBOLOS O QUE SIGNIFICA?

Indica que o processo de lavagem dos produtos pode

ser à máquina e

dentro do símbolo é apresentada a temperatura

máxima que pode ser utilizada.

Quando o símbolo apresenta uma barra abaixo da

tina representa que o processo deve ser suave. Duas

barras representam processo muito suave.

Indica que o processo de lavagem dos produtos

deve ser feito à mão

Indica que o produto não pode ser lavado

Fonte: Baseado na NBR ISO 3758 – Têxteis – Códigos de Cuidado usando símbolos - 2006

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Page 7: artigo qualidade

Tabela 2 - Símbolos de alvejamento

SÍMBOLOS O QUE SIGNIFICA?

Permitido qualquer alvejante

É permitido apenas alvejamento com produtos à

base de oxigênio/não usar alvejante clorado

Não é permitido alvejar

Fonte: Baseado na NBR ISO 3758 – Têxteis – Códigos de Cuidado usando símbolos - 2006

Tabela 3 - Símbolos de secagem

SÍMBOLOS O QUE SIGNIFICA?

Secagem em secadora de tambor – temperatura

normal

Secagem em secadora de tambor – temperatura

baixa

Não é permitido secar em secadora de tambor

Fonte: Baseado na NBR ISO 3758 – Têxteis – Códigos de Cuidado usando símbolos - 2006

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Tabela 4 - Símbolos de passadoria

SÍMBOLOS O QUE SIGNIFICA?

Passar com temperatura máxima de 200ª C

Passar com temperatura máxima de 150ª C

Passar com temperatura máxima de 110ª C .

Não usar ferro de vapor

Não passar

Fonte: Baseado na NBR ISO 3758 – Têxteis – Códigos de Cuidado usando símbolos - 2006

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Tabela 5 - Símbolos para cuidados profissionais

SÍMBOLOS O QUE SIGNIFICA?

Limpeza a seco profissional com

tetracloroetileno e solventes listados para o

símbolo F

Processo normal

Limpeza a seco profissional com

tetracloroetileno e solventes listados para o

símbolo F

Processo suave

Limpeza a seco profissional com hidracarboneto

(temperatura de destilação entre 150ª C e 210ªC,

ponto de fulgor entre 38ª C e 70ºC)

Processo normal

Limpeza a seco profissional com hidracarboneto

(temperatura de destilação entre 150ª C e 210ªC,

ponto de fulgor entre 38ª C e 70ºC)

Processo suave

Não limpar a seco

Limpeza a úmido profissional

Processo normal

Limpeza a úmido profissional

Processo suave

Limpeza a úmido profissional

Processo muito suave

Fonte: Baseado na NBR ISO 3758 – Têxteis – Códigos de Cuidado usando símbolos - 2006

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Page 10: artigo qualidade

Além desses símbolos obrigatórios, existem ainda, os símbolos de secagem natural,

que foram introduzidos com o objetivo de estabelecer uma maneira uniforme e mundial desta

forma de secagem.

Quando for utilizado deve ser posicionado abaixo dos cinco símbolos e claramente

separado.

Figura 1 – Representação utilizando o símbolo de secagem natural

Tabela 6 - Símbolos de secagem natural

SÍMBOLOS O QUE SIGNIFICA?

Secagem em varal

Secagem por gotejamento (sem torcer)

Secagem horizontal

Secagem à sombra

Fonte: Baseado na NBR ISO 3758 – Têxteis – Códigos de Cuidado usando símbolos - 2006

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Page 11: artigo qualidade

3. METODOLOGIA PARA A REALIZAÇÃO DE ENSAIOS EM ARTIGOS

CONFECCIONADOS EM TECIDOS DE MALHA

3.1. Condições de ambiente para condicionamento e ensaios em tecidos de malha

Uma das mais importantes propriedades de uma fibra têxtil estão estritamente

relacionadas ao seu comportamento em várias condições de umidade. Muitas fibras são

higroscópicas, isto é, elas são capazes de fazer trocas com o ambiente na qual elas estão

expostas, de absorver vapor de água em uma atmosfera úmida e de perder água em uma

atmosfera mais seca.

Algumas propriedades físicas das fibras são afetadas pela quantidade de água

absorvida, as dimensões, a resistência, a recuperação elástica, a resistência elétrica, rigidez e

outras. Devido a isto, alguns ensaios realizados em materiais têxteis, devem ser conduzidos

em atmosfera padrão para ensaios que é de (65 ± 2)% de umidade relativa e (20 ± 2)°

Centígrados de temperatura de acordo com a Norma NBR 8428 – Condicionamento de

materiais têxteis para ensaios .

Os materiais têxteis devem ser dispostos em uma superfície plana e condicionados por

um período de 24 horas em uma atmosfera de 65% ± 2% de umidade relativa e 20° C ± 2° C

de temperatura. Os ensaios devem ser realizados nestas mesmas condições conforme

preconiza a Norma NBR 8428 - Condicionamento de materiais têxteis para ensaios.

3.2. 3.3.4.2 Verificação de medidas.

Alguns artigos confeccionados apresentam medidas incompatíveis com o tamanho

apresentado na etiqueta. Muitas vezes as peças apresentam um tamanho, e quando vestidas em

um manequim , são menores e desconfortáveis. Não existe ainda, uma normalização de

medidas no país, porém a Norma da ABNT NBR 13377 - Medidas do Corpo Humano para

Vestuário – Padrões Referenciais, apresenta valores referenciais mínimos que podem ser

utilizados em casos de litígios.

Para isso, as peças podem ser medidas através da metodologia especificada abaixo

Norma utilizada - Norma NBR 12071- Artigos confeccionados para vestuário –

Determinação das dimensões.

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Aparelhagem – Régua calibrada com precisão de 0,5 mm

Resumo do método – Determinar as dimensões com o uso de régua calibrada. O

posicionamento da régua na peça seguiu os critérios estabelecidos na Norma NBR 12071-

Artigos confeccionados para vestuário – Determinação das dimensões. Os valores obtidos

devem ser comparados com a Norma NBR 13377, de acordo com o tipo de artigo

avaliado.

3.3 Ensaio de composição

A composição do tecido é uma característica que está relacionada intrinsecamente a

sensação de conforto ao uso do tecido. Muitos consumidores podem ser alérgicos a

determinadas fibras, devido a isso é necessário que a etiqueta da peça apresente a composição

do produto. Os critérios para a expressão correta da composição na etiqueta do produto é

regulamentada pela Resolução nº 06/2005 – Regulamento Técnico de Etiquetagem de

Produtos Têxteis.

Para a verificação em laboratório da composição do produto segue como abaixo:

Normas utilizadas – NBR 13538 e NBR 11914

Aparelhagem – Microscópio, balança com precisão de 0,0001g, estufa, reagentes

químicos e aparelhagem de laboratório químico.

Resumo do método - O ensaio de composição é realizado através da análise qualitativa das

fibras e de seu teor quantitativo. São utilizados três métodos, o microscópico, o de

combustão e o método da solubilidade.

3.4. Ensaio de Gramaturagramatura

A gramatura de um tecido é expressa como a massa por unidade de comprimento e

pode ser representada em termos de gramas por metro quadrado (g/m2) ou gramas/metro

linear (g/m). É uma característica que, quando avaliada em conjunto com o nº de fios por

unidade de comprimento e com o título do fio, permite avaliar a contextura do tecido.

O ensaio pode ser da seguinte forma:

Norma utilizada – NBR 10591 – Materiais têxteis – Determinação da gramatura de

tecidos

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Aparelhagem – régua calibrada com precisão de 1 mm e balança com precisão de 0,001g

Resumo do método -O ensaio de gramatura consiste no corte de cinco corpos de prova

com área de um decímetro quadrado, coletados em pontos diferentes da amostra e pesados

com precisão de 0,01g. A média das pesagens é multiplicada por 100, para a determinação

da massa por unidade de área em gramas por metro quadrado (g/m2).

3.5. Ensaio de título do fio

O título expressa uma medida de finura ou grossura de um fio. Existem diversos

sistemas para representar esta característica e os mais utilizados para fios de algodão são o

Sistema Tex (Unidade internacional para expressar títulos têxteis) que é definido como a

massa de 1000 metros de fio e também no Sistema Inglês ((Ne – Número inglês)) que é

definido como o número necessário de meadas de 840 jardas para pesar 454 gramas. No

sistema tex, quanto mais fino o fio menor o seu título (um fio 30 tex é mais fino do que um fio

40 tex). No caso do sistema inglês é o inverso, quanto mais fino o fio maior o seu título (um

fio 30 Ne é mais grosso do que um 40 Ne).

Um fio não apresenta ao longo de seu comprimento uma perfeita distribuição de

massa. Existem irregularidades aleatórias que, quando em excesso, afetam significativamente

a aparência futura do tecido onde ele será inserido e é necessário um controle da qualidade do

coeficiente de variação do título do fio para garantir uma boa apresentação do produto final. A

seguir um resumo do método de ensaio.

Norma utilizada – NBR 13216 – Materiais têxteis – Determinação do título de fios em

amostras de comprimento reduzido

Aparelhagem – Torcímetro e balança com precisão de 0,001g

Resumo do método - O método consiste em retirar 10 pedaços de fio de 25 cm, determinar

a sua massa e calcular o título do fio.

3.6. Ensaios de solidez da cor

Os tecidos coloridos podem apresentar alterações de cor motivadas por agentes

externos, tais como: luz solar, lavagem, suor, ferro de passar, cloro, água do mar, água de

piscina, fricção e outros. Da mesma forma, em algumas situações, também podem apresentar

migração de cor quando em contato com tecidos mais claros. Estes problemas são

ocasionados por falhas no processo de tingimento e podem produzir sérios problemas de

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manchas ou desbote, gerando prejuízos irreparáveis à aparência do tecido.

Alguns ensaios podem ser realizados para verificar estes aspectos:

3.6.1 – Solidez da cor à lavagem

Norma utilizada – ABNT NBR ISO 105-C06 – Têxteis - Solidez de cor à lavagem

doméstica e comercial

Aparelhagem – Testador de Solidez da cor à lavagem

Resumo do método - Corpos de prova do tecido a ser testado e de tecido testemunha

(tecidos multifibra com características específicas para avaliação da transferência de cor)

são colocados em um equipamento específico para produzir uma lavagem com condições

de temperatura, volume de detergente, ph e tempo controlados. A avaliação de alteração

da cor é feita através da comparação do corpo de prova lavado e de um corpo de prova

original com uma escala de cinza . O corpo de prova que receber grau 5 é aquele que não

apresentou nenhuma diferença entre a amostra lavada e a amostra original. O valor 1 é

dado para aquele corpo de prova que apresentar a maior alteração de cor.

Com a escala de cinza também é realizada a avaliação de transferência de cor. A

comparação é feita com o tecido testemunha lavado, o tecido testemunha original e a

escala de cinza(,) q). Quando os tecidos não apresentam nenhum manchamento é dado o

valor 5, quando o tecido apresenta o mais alto manchamento recebe o valor 1.

3.6.2 – Solidez da cor ao suor

Norma utilizada – NBR 8431 – Materiais têxteis – Determinação da solidez de cor ao suor

Aparelhagem – Perspirômetro e Estufa

Resumo do método - Corpos de prova do tecido a ser testado e de tecido testemunha

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Page 15: artigo qualidade

(tecido multifibra com características específicas para avaliação da alteração e de

transferência de cor) são submetidos a duas soluções, uma ácida e outra alcalina, por 30

minutos. Após este tempo os corpos de prova são retirados, é eliminado o excesso de

líquido e cada corpo de prova junto com o tecido testemunha é introduzido entre duas

placas de vidro no Perspirômetro. O conjunto é colocado na estufa a 37 ± 2° C durante 4

horas. Os corpos de prova e os tecidos testemunhas são avaliados com a escala de cinza, a

avaliação é realizada da mesma forma que no item 3.3.4.8 7 para solidez da cor (a)à

lavagem.

3.6.3 – Solidez da cor à fricção

Norma utilizada – NBR 8432 – Materiais têxteis – Determinação da solidez de cor à

fricção

Aparelhagem – Crockmeter

Resumo do método - Corpos de prova do tecido a ser testado e de tecido testemunha

(tecido multifibra com características específicas para avaliação da alteração e de

transferência de cor) são Os corpos de prova e os tecidos testemunhas são avaliados

com a escala de cinza, a avaliação é realizada da mesma forma que no item 3.3.4.8 7 para

solidez da cor (a)à lavagem

3.6.4 – Solidez da cor à luz

Norma utilizada – NBR 12997 – Materiais têxteis – Determinação da solidez de cor à luz

- iluminação com arco de xenônio

Aparelhagem – Xenotest

Resumo do método – Uma amostra é exposta a uma lâmpada de arco de xenônio e após

um tempo pré-determinado ela é comparada com uma escala especial e a alteração de cor

é avaliada.

3.7. Ensaio de torção das costuras após a lavagem

A espiralidade é um problema comum nos tecidos de jérsei plano. Caracteriza-se pela

inclinação da coluna da malha, provocando, principalmente em peças já confeccionadas,

torção nas costuras. Em uma camiseta pode ser percebido pelo entortamento das costuras

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Page 16: artigo qualidade

laterais, este defeito, geralmente, é acentuado após a lavagem do produto, quando então é

percebido. Segundo SMITH, 1989, "o grau de espiralidade das colunas acha-se intimamente

associado com o nível de torção viva do fio".

Em camisetas esta característica pode ser avaliada através do seguinte

procedimento:

Norma utilizada – NBR 12958 - Confecções de tecidos de malha – Determinação de

torção

Aparelhagem – Lavadora doméstica automática e lavadora doméstica com tambor

rotativo

Resumo do método – As peças confeccionadas são lavadas à temperatura de (40 ± 2)º C,

secas em temperatura de (65 ± 2)º C (, o).O comprimento da costura lateral e a medida

do deslocamento lateral da costura são medidas e o percentual de torção é calculado.

3.8. Ensaio de estabilidade dimensional

Os tecidos podem apresentar, após a lavagem, alterações em seu comprimento e/ou

sua largura. Tais alterações são agravadas quando são utilizadas fibras naturais e/ou quando o

tecido, no processo ou no manuseio, é submetido a tensões excessivas ou irregulares.

Determinadas alterações podem representar em uma peça confeccionada, após a lavagem, até

a mudança de tamanho (por ex. passar do tamanho M para um tamanho P). O método para

ensaio pode ser resumido abaixo

Norma utilizada – NBR 10320 – Materiais têxteis – Determinação das alterações

dimensionais de tecidos planos e malhas - Lavagem em máquina doméstica automática

Aparelhagem – Lavadora doméstica automática e secadora doméstica com tambor

rotativo

Resumo do método – As peças confeccionadas são condicionadas, medidas no

comprimento e na largura e lavadas em condições controladas de temperatura e tempo.

As amostras são secas em secadora, passadas a ferro, para eliminar as rugas e

condicionadas em atmosfera padrão para ensaios. São efetuadas novas medidas no

mesmo ponto das iniciais. A alteração dimensional é obtida através de cálculo.

3.9. Ensaio de tendência à formação de pilling

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Pilling é um defeito caracterizado por pequenas bolinhas de fibras embaraçadas,

presas na superfície do tecido, dando ao produto uma aparência sofrível. O "pilling" é

formado durante o uso e a lavagem pelo entrelaçamento de fibras soltas que se sobressaem da

superfície do tecido. Sob a influência de uma ação de desgaste, as fibras soltas formam uma

pequena bolinha e permanecem presas ao tecido devido a algumas poucas fibras não

rompidas. O pilling normalmente ocorre em tecidos que possuem fibras sintéticas misturadas

com fibras naturais e/ou artificiais. As fibras naturais e artificiais são frágeis, facilmente se

rompem e embaraçam, formando o pilling, as fibras sintéticas (tais como o poliéster ou a

poliamida) são muito resistentes e retém o pilling, que vão se acumulando no tecido.

Norma utilizada – BS 5811 - Determination of fabric propensity to surface fuzzing and

pilling

Aparelhagem – Testador de Pilling

Resumo do método – Quatro corpos de prova são coletados da amostra do produto,

são cortados e costurados em uma das extremidades para assumirem um formato

cilíndrico. Através de um dispositivo especial são montados em tubos de borracha e

presos com fita isolante nas extremidades. Os quatro tubos são colocados em uma mesma

caixa em um equipamento composto por caixas forradas internamente por cortiça. O

equipamento é programado para fazer girar as caixas por 5 horas. O nº de bolinhas

formadas em cada tubo são somados e a média é calculada. A tabela abaixo é utilizada

para avaliar se o tecido tem ou não tendência à formar o pilling (bolinha). O padrão 5 é o

melhor (formação mínima) enquanto o padrão 0 é o pior.

Tabela 7 – Padrão para ensaio de Pilling

PADRÃO Nº de bolinhas

5 0 a 4

4 5 a 10

3 11 a 20

2 21 a 40

1 41 a 60

0 Acima de 60

Fonte: BS 5811 – Determination of fabric propensity

to surface fuzzing and pilling - 1979

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Page 18: artigo qualidade

CAPÍTULO V

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A utilização de uma etiqueta com as informações de composição, conservação

da peça, identificação fiscal, indicação de tamanho e País de origem, atendendo as exigências

e recomendações da NBR ISO 3758 e da Resolução Conmetro nº 06/2005 permitirá informar

corretamente ao consumidor os cuidados que deve tomar com o seu produto, permitindo um

uso adequado e, conseqüentemente, maior durabilidade. Também é necessário que o

fabricante busque conhecer as exigências na performance da peça confeccionada para

submeter o produto aos tratamentos específicos, em atendimento aos índices de qualidade

requeridos. Não admitindo variações que possam produzir imperfeições, danos ou

desconforto ao uso.

5.

CAPÍTULO VI

REFERÊNCIAS

AMERICAN ASSOCIATION OF TEXTILE CHEMISTS AND COLORISTS. – AATCC

20: – fiber analysis: qualitative., USA: AATCC, 2002

18

Page 19: artigo qualidade

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT NBR ISO 3758 –

Têxteis – Códigos de cuidado usando símbolos, Rio de Janeiro, 1984.

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1994

______., NBR 8431 – Materiais têxteis – Determinação da solidez de cor ao suor, Rio de

Janeiro, 1984.

______., NBR 8428: – Condicionamento de materiais têxteis para ensaios, Rio de Janeiro,

1984.

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Janeiro, 1994

______,. NBR 9398: – materiais têxteis: – determinação da solidez de cor à lavagem a seco,

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tecidos planos e malhas: - lavagem em máquina doméstica automática, Rio de Janeiro, 1988.

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Page 20: artigo qualidade

______., NBR 10591: – Materiais têxteis: – Determinação da gramatura de tecidos, Rio de

Janeiro, 1988.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT NBR 10597: – materiais

têxteis: – ensaio de solidez de cor à lavagem: - método acelerado, Rio de Janeiro, 1988.

______., NBR 11914: – análise quantitativa de materiais têxteis, Rio de Janeiro, 1995.

______,. NBR 12071: – artigos confeccionados para vestuário: – determinação das

dimensões, Rio de Janeiro, 2002.

______.______, NBR 12720: – artigo confeccionado em tecido de malha: – tolerância de

medidas, rio de janeiro, 1995.

______., NBR 12744: – Fibras têxteis, Rio de Janeiro, 1992.

______., NBR 12958: – confecções de tecidos de malha: – determinação de torção, Rio de

Janeiro, 1993.

______., NBR 12997: – materiais têxteis: – determinação da solidez de cor à luz: -

20

Page 21: artigo qualidade

iluminação com arco de xenônio , Rio de Janeiro, 1993.

______., NBR 13216: – materiais têxteis: – determinação do título de fios em amostras de

comprimento reduzido, Rio de Janeiro, 1994.

______,. NBR 13377: – medidas do corpo humano para vestuário: – padrões referenciais ,

Rio de Janeiro, 1995.

______., NBR 13460: – tecido de malha por trama: - determinação da estrutura, Rio de

Janeiro, 1995.

______., NBR 13462: – tecido de malha por trama: - estruturas fundamentais, Rio de Janeiro,

1995.

______., NBR 13538: – material têxtil: – análise qualitativa, Rio de Janeiro, 1995.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT., NBR 13586: – tecidos

de malha por trama: – tolerâncias na gramatura, Rio de Janeiro, 1996.

21

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BRASIL. RESOLUÇÃO NO. 06 Regulamentação sobre o uso de etiquetagem de

produtos têxteis, de 26 de dezembro de 2005, Brasília Conmetro, Brasília, 2005.

BRASIL. RESOLUÇÃO NO. 06 Regulamentação sobre o uso de etiquetagem de

produtos têxteis, de 26 de dezembro de 2005, Brasília Conmetro, , 2005.

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23

Page 24: artigo qualidade

24