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I INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO. CAMPUS CUIABÁ – BELA VISTA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS Maxsuel Moraes de Carvalho Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso IFMT, campus Bela Vista. E-mail: [email protected] Renato Cerqueira Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso IFMT, campus Bela Vista. E-mail: [email protected] RESUMO A degradação ambiental no Campus Cuiabá – Bela Vista, decorre principalmente devido às ações antrópicas realizadas no campus que um dia já foi garimpo clandestino. As formas mais visíveis dessas situações são as voçorocas, causadas pelo uso intensivo do solo sem nenhuma técnica e a invasão biológica de plantas exóticas, altamente resistentes ao ambiente adverso do cerrado. Este estudo esclarece as principais causas, efeitos e soluções, através de uma análise simplificada da estrutura do problema, dando ênfase ao que preconiza o plano de recuperação de áreas degradada (PRAD). O presente trabalho apresenta o plano de recuperação de áreas degradadas (PRAD), realizado no parque Estadual

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Page 1: artigo  BELA VISTA CUIABÁ- campus bela vista

I

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO.CAMPUS CUIABÁ – BELA VISTA

RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Maxsuel Moraes de CarvalhoInstituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso IFMT, campus Bela Vista.

E-mail: [email protected]

Renato CerqueiraInstituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso IFMT, campus Bela Vista.

E-mail: [email protected]

RESUMO

A degradação ambiental no Campus Cuiabá – Bela Vista, decorre principalmente

devido às ações antrópicas realizadas no campus que um dia já foi garimpo

clandestino. As formas mais visíveis dessas situações são as voçorocas, causadas

pelo uso intensivo do solo sem nenhuma técnica e a invasão biológica de plantas

exóticas, altamente resistentes ao ambiente adverso do cerrado.

Este estudo esclarece as principais causas, efeitos e soluções, através de uma análise

simplificada da estrutura do problema, dando ênfase ao que preconiza o plano de

recuperação de áreas degradada (PRAD).

O presente trabalho apresenta o plano de recuperação de áreas degradadas (PRAD),

realizado no parque Estadual Massairo Okamura localizado no campus do Instituto

Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, Cuiabá Bela Vista, o

plano em questão é apresentado como um instrumento estratégico de planejamento e

de localização de atividades que auxiliam na viabilização da inserção da variável

ambiental em diferentes momentos do processo decisório, sendo uma importante

ferramenta no processo de recuperação e mitigatório de programas ambientais.

Palavras-chave: Degradação Ambiental; Recuperação; PRAD.

Page 2: artigo  BELA VISTA CUIABÁ- campus bela vista

JUSTIFICATIVA

A principal justificativa para este plano de recuperação de áreas degradadas (PRAD),

reside no fato das obras de engenharia em geral, interferirem significativamente no meio

ambiente. Podem gerar Passivos Ambientais se construídas sem o cumprimento de

requisitos, critérios técnicos, procedimentos operacionais e medidas de controle e ações

para prevenir e reduzir os impactos ambientais decorrentes. Pode-se pensar o

empobrecimento dos recursos naturais como um desinvestimento e que, portanto, a

degradação do meio ambiente deveria ser descontada da produção como depreciação do

capital. Passivos Ambientais podem ser pensados como sendo uma depreciação do

capital natural. O Passivo Ambiental de um empreendimento corresponde ao total das

externalidades (impactos) ambientais, não amortizados (no caso, não mitigadas,

controladas etc.), geradas pelo empreendimento sobre o meio ambiente, natural e

antrópico, na sua área de influência.

INTRODUÇÃO

A Recuperação ao retorno do sitio degradado a uma flora de utilização, de acordo com

um plano preestabelecido para uso do solo, visando à obtenção de uma estabilidade do

meio ambiente (Decreto Federal nº. 97.632/89). Para o caso urbano, vários conceitos e

termos tem sido utilizado para definir uma intervenção a ser implementada numa área

degradada ou deteriorada, tais como: restauração – recria o anteriormente existente,

restabelecendo as condições prévias do ambiente natural ou construído, das edificações,

dos usos e das atividades; reabilitação – recuperar para tornar possível um uso

qualquer; renovação – criar algo novo, implicando, muitas vezes, em intervenções que

destroem parte do tecido urbano existente para permitir o surgimento de outros;

revitalização – promover a vitalidade outra vez, considerando o antigo e promovendo

um novo uso; requalificação – imprimir qualidade para um novo momento, de forma

que atraia atividades, implicando em intervenções físicas e de usos.

Uma série de instrumentos legais, a começar pela Constituição Federal, regula as

atividades potencialmente poluidoras, ditando normas e procedimentos para que as

operações transcorram dentro de condições de controle. O artigo 225 da Constituição,

também conhecido como Capítulo do Meio Ambiente, estabelece que "Todos têm

direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e

essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o

dever de defendê-la e preservá-la para os presentes e futuras gerações". Este artigo

Page 3: artigo  BELA VISTA CUIABÁ- campus bela vista

incumbe ao poder público "exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade

potencialmente degradadora do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a

que se dará publicidade". Determina-se, ainda, que "aquele que explorar recursos

minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução

técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei".

Com relação às sanções penais, a Constituição Federal estabeleceu que "as condutas e

atividades lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas,

a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar o dano".

Em 1998 a promulgação da Lei 9.605, de 12/02/98, determinou a passagem das

questões relacionadas a danos ambientais do âmbito administrativo para o âmbito

criminal. Essa Lei, também conhecida como Lei de Crimes Ambientais, especifica as

condições nas quais danos ambientais serão considerados e tratados como crime, com

penas de indenização e de reclusão. Essa Lei determina, também, a co-autoria dos

crimes ambientais, definida para todos aqueles que, de alguma forma, atuaram na ação

que determinou o dano, no caso de empresas, desde o operário comum até o presidente

do conselho administrativo, além das autoridades públicas que tenham,

comprovadamente, negligenciado o fato.

Deve ser citada, ainda, a Lei n. º 6.938/81 (Política Nacional de Meio Ambiente), que

adota o critério da responsabilidade objetiva em seu artigo 14º, pelo qual “... o poluidor

é obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos

causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade.” Nesta teoria da

responsabilidade objetiva não se cogita o elemento de culpa. O empreendedor que, ao

criar e operacionalizar a sua atividade cria riscos para terceiros, fica obrigado a reparar

qualquer dano àquele causado, ainda que a sua atividade e a sua atitude estejam isentas

de culpa.

Art. 531. COMPETE ao Poder Público Municipal:

I – Proteger a flora, vedadas às práticas que coloquem em risco sua função ecológica e

provoquem extinção das espécies, estimulando e promovendo o reflorestamento,

preferencialmente com espécies nativas, em áreas degradadas, objetivando, es-

pecialmente, a proteção de encostas e dos recursos hídricos;

Page 4: artigo  BELA VISTA CUIABÁ- campus bela vista

II – definir, as técnicas de manejo compatíveis com as diversas formações florísticas

originais e associações vegetais relevantes, bem como dos seus entorno;

III – garantir a elaboração de inventários e censos florísticos periódicos;

IV – fiscalizar, dentro do perímetro urbano, as áreas que compõem este capítulo, dentro

de sua competência legal.

Art. 572. COMPETE ao Poder Público Municipal:

I – garantir a adequada utilização do solo, minimizando os processos físicos, químicos e

biológicos de degradação, pelo adequado planejamento, desenvolvimento, fomento e

disseminação de tecnologias apropriadas de manejo;

II – promover, no que couber, ordenamento territorial mediante planejamento e controle

do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;

III – garantir como prioridade o controle da erosão, especialmente do manejo integrado

de solo e água;

IV – adotar medidas que sustem a desertificação e recuperem as áreas degradadas;

V – regulamentar o uso e a ocupação do solo nas porções do território de marcante

relevo;

VI – proteger e regulamentar o uso das principais linhas orográficas definidoras das

paisagens municipais.

Na prática, este e outros instrumentos, também formulados legalmente (Plano de

Controle Ambiental - PCA e Relatório de Controle Ambiental - RCA) têm sido muito

mais aplicados no setor de extração mineral. Aliás, PCA e RCA são específicos para a

extração mineral (Resolução CONAMA Nº 09 e Resolução CONAMA Nº 10,

respectivamente, ambas de seis de dezembro de 1990).

Todavia, os Planos de Recuperação de Áreas Degradadas também são importantes

instrumentos da gestão ambiental para outros tipos de atividades antrópicas, sobretudo

aquelas que envolvem desmatamentos, terraplenagem, exploração jazidas de

empréstimos e bota-foras.

Degradação ambiental

A degradação das terras envolve a redução dos potenciais recursos renováveis por uma

combinação de processos agindo sobre terra. Tal redução, levando ao abandono ou

desertificação da terra (como por exemplo, partes do Saara que eram habitadas ate 6.000

anos), podem ser processos naturais, tais com o ressecamento do clima atmosférico,

Page 5: artigo  BELA VISTA CUIABÁ- campus bela vista

processos de erosão, alguns outros de formação do solo ou uma invasão natural de

plantas ou animais nocivos. Pode também ocorrer por ações antrópicas diretamente

sobre o terreno ou indiretamente em razão das mudanças climáticas adversas induzidas

pelo homem.

A Desertificação é definida como “A degradação de terras em áreas áridas, semi-áridos

e subúmidas secas, resultante de vários fatores, incluindo variações climáticas e

atividades humanas”.

A degradação das condições do solo é muito mais séria, no sentido de que não é

facilmente reversível, uma vez que processo de formação e regeneração do solo são

muito lento.

A degradação se apresenta de diversas formas, sendo a mais conhecida a erosão do solo.

Grande parte da erosão – aproximadamente 2/3 decorre da água que leva a camada

superficial do solo, enquanto 1/3 é causado pela erosão eólica.

Área degradada

O conceito de degradação tem sido geralmente associado aos efeitos ambientais

considerados negativos ou adversos e que decorrem principalmente de atividades ou

intervenções humanas. Raramente o termo se aplica às alterações decorrentes de

fenômenos ou processos naturais. O conceito tem variado segundo a atividade em que

esses efeitos são gerados, bem como em função do campo do conhecimento humano em

que são identificados e avaliados.

De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio da sua

NBR 10703, a degradação do solo é apontada como sendo a “alteração adversa das

características do solo em relação aos seus diversos usos possíveis, tanto os

estabelecidos em planejamento, como os potenciais”.

OBJETIVO GERAL

O objetivo deste trabalho é a confecção do plano de recuperação de áreas degradadas

(PRAD) do parque Estadual Massairo Okamura localizado no Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, campus Cuiabá Bela Vista, e

contemplar todas as ações necessárias para promover a recomposição e a recuperação

das áreas identificadas como Passivos Ambientais.

Page 6: artigo  BELA VISTA CUIABÁ- campus bela vista

METODOLOGIA

Descrição da área

A área estudada se situa nos domínios geológicos do Grupo Cuiabá, pertencente a Faixa

Interna de Dobramentos Paraguai, mais precisamente no compartimento

geomorfológico denominado "Baixada Cuiabana", Que se caracteriza pelo predomínio

dos terrenos sedimentares de baixa altitude. A área estudada localiza-se a nordeste da

área urbana de Cuiabá, Mato Grosso, Brasil, latitude 15°34'43"S e longitude

56°04'77"W, fazendo parte da bacia do rio Cuiabá. O índice pluviométrico está em

torno de 1470 mm por ano. O relevo de Cuiabá é de baixa amplitude (altitudes de 145 a

250 metros) em relação do nível do mar.

O clima tropical quente sub-úmido típico do planalto central, a região de estudo fica na

bacia do Coxipó e na sub-bacia do córrego Barbado, que possui 9.400 metros de

extensão (BORDEST, 2003), e tem sua sub-bacia totalmente inserida no perímetro

urbano, possui vale em V, curva de nível variando de 220 a 145. No entorno do parque

Massairo Okamura, onde esta situado a área de estudos do Plano de Recuperação de

Áreas Degradadas (PRAD), se encontra uma região rica em nascentes de corpos d’agua.

Por se trata de uma região mais alto em relação o nível do rio que tange a cidade de

Cuiabá.

A Fitofisionomia é de Cerrado Sensu Stricto, caracterizado por apresentar formatação

vegetal constituída por dois estratos: superior, com arbustos e árvores que raramente

ultrapassam 6 metros de altura, recobertos por cascas espessas, com folhas coriáceas e

apresentando caules tortuosos; e inferior, com vegetação rasteira (herbácea arbustiva),

em alguns locais grande quantidade de gramíneas.

Os danos ambientais encontrados foram: desmatamento ou remoção de vegetação

natural; compactação do solo; existência de vegetação exótica; remoção da fauna;

erosão; Ravinas e Sulcos. Esses danos possivelmente são conseqüências da construção

da Unidade Descentralizada Bela Vista - CEFET/MT e de um garimpo clandestino que

funcionava na região; construção de Bloco de salas de aula, setores Administrativos, dos

Laboratórios, do Ginásio de Esportes e da Avenida Oátomo Canavarros.

Os efeitos causados ao meio ambiente encontrados foram: a remoção de vegetação

natural, deslocamento de animais nativos para outras áreas a procura de alimento; perda

de vegetação nativa plantio de vegetação na área de espécies não originária do local;

perda de espécies de vegetação endêmica que pode proporcionar a extinção de espécies

Page 7: artigo  BELA VISTA CUIABÁ- campus bela vista

de vegetação; compactação do solo; redução da taxa de infiltração de água no solo,

gerando uma camada muito densa de solo onde a água não consegue infiltrar,

ocasionando excesso de água no solo nas camadas superficiais podendo provocar

erosão; impedimento físico para o crescimento das raízes, influenciando negativamente

o crescimento de raízes, fazendo com que a planta tenha problemas em seu

desenvolvimento; menor disponibilidade de nutrientes no solo; erosão, a remoção da

vegetação deixa o solo exposto, a exposição facilita o deslocamento das estruturas que

compõem do solo. O Deslocamento em geral é feito pela água da chuva e pelo vento.

Através de levantamento bibliográfico e analise de fotos podemos ter uma noção de

como era o local antes da construção do Instituto Federal campus Cuiabá Bela Vista,

veja a tabela comparativa abaixo.

Situação Original Antes dos

Danos

Situação Atual Após os Danos

Relevo Apresenta suaves ondulações, é

um vale em V, com suave

declividade.

Aplainamento em alguns locais

devido ao nivelamento para

construção dos prédios e avenidas.

Solo Caracterizar as condições do solo

antes dos Danos Ambientais

(presença de processos erosivos;

fertilidade; pedregosidade;

estrutura; textura; ausência ou

presença de horizontes A, B, C e

R;.)

Caracterizar as condições do solo

após os Danos Ambientais

(presença de processos erosivos;

fertilidade; pedregosidade;

estrutura; textura; ausência ou

presença de horizontes A, B, C e R;

etc.).

Hidrografia Apresenta ravinas e canais

intermitentes, que na época de

chuvas escoa água para o canal

fluvial do Barbado, além de existir

nascente de água surgindo um

pequeno lago. Este lago,

constantemente com água.

As ravinas e os canais intermitentes

estão em processo de erosão

acelerado, por conta da retirada da

vegetação e mudanças no terreno.

Page 8: artigo  BELA VISTA CUIABÁ- campus bela vista

Vegetação Caracterizar a vegetação existente

na área antes dos Danos

Ambientais (ex: campo; Floresta –

detalhando estágio sucessional, de

acordo com a Resolução

CONAMA 004, de 04 de maio de

1994).

Caracterizar vegetação existente na

área após os Danos Ambientais,

informando a existência de

remanescentes na área, banco de

sementes e plântulas, presença de

plantas invasoras ou espontâneas e

a distância da área degradada de

fontes de propágulos de espécies

nativas.

O mapeamento foi realizado através de interpretação de fotos aéreas, na escala 1:20.000

e análise de imagens de satélite disponível no Google, e reconhecimento de campo no

período de 01 a 16 de outubro de 2009.

MATERIAIS E MÉTODOS

Para o desenvolvimento deste artigo utilizou-se como referencial teórico o Plano de

recuperação de áreas degradadas (PRAD) e, revisão literária. Nos dias 1 a 16 de

Outubro de 2009, fizemos uma visita de campo onde pudemos observar em um primeiro

momento algumas ações promovidas visando à recuperação de áreas degradadas no

interior do Campus. Mas logo, nos deparamos com uma degradação da vegetação e do

solo. O registro das imagens das áreas degradadas foi utilizado uma câmera digital.

A implantação de um programa de recuperação de uma área tem como objetivo

minimizar ou eliminar os efeitos adversos decorrentes das intervenções e alterações

ambientais inerentes ao processo construtivo e à operação do empreendimento, as quais

são potencialmente geradoras de fenômenos indutores de impactos ambientais que

manifestar-se nas áreas de influência do Campus. Para um projeto de recuperação como

este seria necessário avaliar alguns tópicos como os que se seguem:

A análise da(s) região fitogeográfica(s) em que estão localizadas as áreas a recuperar:

- Seleção, mensuração e definição do tipo de uso futuro das áreas a recuperar. - Análise da vegetação ocorrente na região de localização das áreas a reabilitar. - Análise da topografia das áreas a reabilitar. - Análises físico-químicas do solo das áreas a reabilitar. - Atividades de recuperação do terreno. - Atividades de preparo e correção do solo para plantio. - Seleção de espécies vegetais a serem introduzidas.

Page 9: artigo  BELA VISTA CUIABÁ- campus bela vista

- Aquisição/produção de mudas. - Atividades de plantio. - Atividades de manutenção dos plantios.

Como Revegetar:

Davide (1999), afirma que “A escolha de espécies vegetais para utilização em

recuperação de áreas degradadas deve Ter como ponto de partida estudos da

composição florística das matas remanescentes da região. A partir destes

levantamentos, experimentos silviculturais devem ser montados procurando

explorar a variação ambiental e níveis de tecnologia, sendo que as espécies

pioneiras e secundárias iniciais deverão ter prioridade na primeira fase da

seleção de espécies”.

Em um estudo da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (1999), o autor

cita alguns critérios para seleção das espécies afirmando:

”O estudo das áreas florestais, o conhecimento das fases sucessionais e das

relações ecológicas é essencial para a escolha correta das espécies a serem

utilizadas na recuperação de áreas degradadas. Esta observação auxilia no

sucesso da atividade, visto que a utilização de plantas adequadas ao local

permite que a própria natureza encarregue-se dos passos subseqüentes da

sucessão”.

A escolha das espécies levou em consideração, além de sua ocorrência

natural, os seguintes aspectos:

- Característica quanto à exigência de luminosidade (heliófita e esciófita);

- Características quanto à exigência de umidade (xerófita e higrófita);

- Adaptação a solos empobrecidos;

- Capacidade de fixação de nitrogênio;

- Plantas com sistema radicular vasto, capazes de conter erosão;

- Plantas com frutos comestíveis (bagueiras);

- Plantas melíferas.

Page 10: artigo  BELA VISTA CUIABÁ- campus bela vista

MEDIDAS MITIGADORAS E PROGRAMAS AMBIENTAIS

A definição dos Programas Ambientais a serem implantados em decorrência da

recuperação das áreas degradada no campus Cuiabá - bela vista levaram em

consideração os seguintes aspectos:

O atendimento à Legislação Ambiental, em particular a Constituição Federal, a Constituição do Estado do Mato Grosso, as Leis Federais 6.938/81 e 9.985/00, a Lei Estadual 5.887/95, o Decreto 97.632/89;

O Planejamento Ambiental do Estado do Mato grosso e os Planos,

Programas e Projetos governamentais existentes para a região como A

legislação da cidade.

Tendo em vista o caráter participativo esperado na Gestão Ambiental, os

Programas Ambientais aqui propostos deverão incorporar, quando de seu

detalhamento, resultantes das discussões com a sociedade civil, que ocorrerão

por ocasião da realização de Audiências Públicas, da avaliação a ser realizada

pelos órgãos licenciadores federal e estadual e das demandas das Prefeituras

Municipais concernidas.

IMPACTOSPRINCIPAIS MEDIDAS

RECOMENDADAS PROGRAMAS

Degradação de

áreas Perda e

Fragmentação

de áreas de

Vegetação

nativa

Planejar uso e ordenamento do solo.

Reflorestamento das faixas de domínio

com espécies nativas.

Recompor o solo e a vegetação das áreas

Degradadas.

Apoiar a implantação de unidades de

conservação e outros mecanismos de

proteção das áreas ainda preservadas,

vulneráveis ou de interesse biológico.

Estabelecer e recuperar corredores

ecológicos.

Plano ambiental de construção

programa de recuperação de

áreas degradadas programa de

gestão ambiental programa de

comunicação social.

Programa de monitoramento e

Controle da fauna e da flora

Programa de apoio às unidades

de conservação

Plano ambiental das

construções.

Erosão laminar,

linear

Proteção dos taludes com revestimento de

espécies vegetais nativas.

Plano ambiental de construção,

Programa de gestão ambiental,

Page 11: artigo  BELA VISTA CUIABÁ- campus bela vista

Implantação de um sistema de drenagem

superficial e profunda, incluindo a

construção de canaletas, caixas de

dissipação e bacias de retenção. Limitar o

desmatamento ao necessário às operações

de construção e à operação do tráfego.

Recuperar as áreas degradadas.

Programa de recuperação de

áreas degradadas.

Deterioração

dos corpos de

água

Monitoramento das descargas sólidas,

associadas às descargas líquidas.

Desenvolver o plantio de espécies

nativas que possuam capacidade de

sustentação dos solos.

Realizar sistema de drenagem

adequado.

Plano ambiental de construção;

Programa de gestão ambiental;

Programa de monitoramento

da qualidade da água.

Perda de

Espécimes da

fauna

Apoio a mecanismos de fiscalização e

restrição da caça e da coleta.

Controle de velocidade em pontos

críticos de cruzamento da fauna.

Criação de corredores para a fauna.

Desenvolvimento de ações de

comunicação social e educação

ambiental.

Programa de comunicação

social;

Programa de monitoramento

da fauna.

Outra medida mitigadora importante é o desenvolvimento de programa de Educação

Ambiental, junto à comunidade. Programas dessa natureza buscam sempre a união de

todos os envolvidos e jamais poderá ser trabalhado sem que haja o engajamento da

comunidade acadêmica, poder público e comunidade local.

Pelo fato do Instituto Federal campus Cuiabá Bela Vista ser um dos principais causador

dessa degradação junto a essa parte do parque Estadual Massairo Okamura, ele devera

encabeçar esse programa usando de seu corpo docente e discente para a formatação da

base desse programa que posteriormente devera ser discutido com a comunidade local e

poder público.

Nós comunidade acadêmica precisamos dar embasamento para o bom desenvolvimento

do programas, o poder publico entraria com os recursos financeiros e a comunidade

local ajudaria na disseminação da idéia.

Page 12: artigo  BELA VISTA CUIABÁ- campus bela vista

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A gradativa evolução e cobrança da legislação ambiental ocorridas nas últimas décadas,

especialmente a que trata da obrigatoriedade da recuperação de áreas degradadas, têm

contribuído significativamente para o aperfeiçoamento da tecnologia na área ambiental.

Em função do impacto de determinada atividade exerce sobre o ambiente, esforços e

recursos não devem ser limitados para sua recuperação. Desta forma, programas bem

estruturados de caracterização e monitoramento de áreas impactadas devem ser

implantados com vista ao sucesso o PRAD e não ao simples atendimento a exigência

legal. Vale ressaltar que os aspectos de pedologia e geologia para fins de recuperação de

áreas degradadas são igualmente importantes para o sucesso de programas de

revegetação dessas áreas. Porém deve-se enfatizar que a demora na execução das ações

mitigadoras, apenas tornam-se, mais caras a cada dia que passa. Em questões ambientais

não existe meio termo, ou se realiza o que deve ser feito ou sofremos as conseqüências

da nossa omissão. A natureza, quando não é respeitada cobra um alto preço.

Esta área de estudo poderá também ser utilizada de uma forma que gere mais frutos na

área ambiental, sendo uma vitrine na recuperação de áreas degradadas e servido como

local de práticas de educação ambiental através de projetos sócio ambiental, para

conscientizar a população do entorno e região norte.

Referências Bibliográficas

CUIABÁ. Prefeitura. Instituto de Planejamento e Desenvolvimento Urbano-IPDU. Diretoria de Pesquisa e Informação- DPI - Perfil Socioeconômico de Cuiabá, Volume III Cuiabá, MT : Central de Texto, 2007.

Kageyama, Paulo et al. Revegetação de Arcas Degradadas: Modelos de Consorciação com Alta Diversidade. Simpósio Nacional de Recuperação de Áreas Degradadas – SINRAD, 1994.

Davide, Antônio C. Seleção de Espécies Vegetais para Recuperação de Arcas Degradadas. Simpósio Nacional de Recuperação de Áreas Degradadas – SINRAD, 1999.

DIAS, L. E. & GRIFFITH, J. J. Conceituação e caracterização de áreas degradadas.In: Recuperação de Áreas Degradadas, Dias, L. E. & de Mello,J.W.SOBRADE/FINEP, Viçosa, MG. p. 1-7, 1998.

Page 13: artigo  BELA VISTA CUIABÁ- campus bela vista

Tavares, S. R. de Lucena. Curso de recuperação de áreas degradadas: a visão da Ciência do Solo no contexto do diagnóstico, manejo, indicadores de monitoramento e estratégias de recuperação. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2008. 228 p.: il. - (Documentos / Embrapa Solos, ISSN 1517-2627 ; 103)

Araújo, G.H.S; Ribeiro,A.J.;Guerra,A.J.T; Gestão ambiental de áreas degradadas. RJ: Bertrand Brasil, 2008.