ariÉs, philippe - por uma história da vida privada - fichamento

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ARIS, Philippe POR UMA HISTRIA DA VIDA PRIVADA

ARIS, Philippe POR UMA HISTRIA DA VIDA PRIVADA fichamento da pgina 07 19- Continuidades e diferenas entre o pblico e o privado;

- Espaos ditos pblicos em determinado vilarejo, como comrcio, estalagens, enquanto em contrapartida observa-se tambm reas privadas, como as cercanias do pomar;

- A partir do sculo XIX o homem passa a privar mais por seus momentos de recluso (privacidade), como uma forma de fugir dos olhares dos outros (sociedade);

- De que forma a sociedade deu esse dito salto, privando cada vez mais pelo privado (longe dos olhos sociais)?

- Evoluo de vrios segmentos institucionais da sociedade (famlia / estado / etc.);

Trs pontos relevantes:

1 - Surgimento do Estado Moderno (o estado e a justia passam a influir com maior freqncia no espao social que antes estava entregue as comunidades);- Importncia do que cada um parecia ser, uma vez que a honra servia de grande pilar das relaes sociais;

- Estado passa a interferir cada vez mais na esfera privada;

2 Difuso da leitura individual (graas a imprensa) ( como alternativa a liturgia (em voz alta, praticada nos mosteiros)- Forma de reflexo solitria;

3 Formas de devoo criadas pelas novas religies

OS INDCIOS DA PRIVATIZAO

- Idias de civilidades, cdigos de polidez (Norbert Elias, Jacques Revel, Roger Chartier);

- Gestos que outrora eram mais efusivos do lugar a atitudes mais discretas, passando a mesma mensagem de uma forma mais sutil ( novos pudores;

- Exemplo: casais deixam de se deitar em pblico para comprovao da virgindade da esposa;- Escritos prprios, sem qualquer inteno que no fosse a de manter a memria (dirios);

- Gosto pela solido: o que antes era impensado, ou considerado at uma forma de tortura passa a ser algo a ser buscado pelas pessoas. Antes disso, era algo a ser buscado somente pelos eremitas, a fim de tirarem seu corpo da condio humana;

- Valorizao dos sentimentos, o que cada um cultiva em si;

- Gosto de cada um passa a ter cada vez mais valor;

- Apreciao de coisas at ento no observadas (gosto por vinhos, por exemplo);

- Histria da casa nos ajuda a observar todas essas mudanas e aspiraes trabalhadas at ento pelo autor ( dimenso dos cmodos, que diminui constantemente e que os pequenos espaos ganham cada vez mais importncia (como a cmoda, penteadeira, por exemplo) ( criao de espaos de comunicao que nos permite entrar ou sai de cmodos sem passar por outro ( a especializao dos aposentos (quartos separados para esposo e esposa, por exemplo) ( distribuio do calor e da luz (como o caso da lareira, por exemplo); O INDIVDUO, O GRUPO, A FAMLIA

- Conquista da intimidade individual (aqueles perodos do dia que antes eram destinados ao convvio em comunidade passam a ser preenchidos com finalidade individual);- Individualismo de costumes passa a dar lugar ao convvio familiar; - Grupos do sociabilidade ( grupos de leitura em voz alta;

- Mudana no papel da famlia, que passa a exercer outra funo a partir de ento: lugar onde se escapa dos olhares de fora, lugar de afetividade onde se estabelecem relaes de sentimento entre o casal e os filhos, lugar de ateno a infncia;A DUPLA DEFINIO DO PBLICO

- Essa problemtica reduz toda a histria da vida privada a uma mudana na sociabilidade, digamos, grosso modo, substituio de uma sociabilidade annima a da rua, do ptio do castelo, da praa, da comunidade por uma sociabilidade restrita que se confunde com a famlia, ou ainda com o prprio indivduo;

- Pblico: tudo aquilo que diz respeito esfera do Estado;- Privado: aquilo que foge da alada estatal;

- Ningum tem nada seu nem mesmo o prprio corpo que no esteja ameaado ocasionalmente e cuja sobrevivncia no seja assegurada por um vnculo de dependncia. Em tais condies h confuso entre pblico e privado;- Homem do estado versus homem particular;- Sociabilidade conjunta (Idade Mdia), onde todos se conheciam e, em quase todos os aspectos, a vida era coletiva (comum);- Aps o surgimento do Estado, ganha fora a vida particular, pois a tal vida coletiva, na qual os membros de determinadas comunidades se conheciam, d lugar ao particular (longe dos olhos pblicos);