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Apostila tecnicas de carregamento

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  • 5/24/2018 Apostila TTC

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    MARINHA DO BRASIL

    DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS

    ENSINO PROFISSIONAL MARTIMO

    TCNICA DE TRANSPORTE DE CARGA

    (TTC)

    1 edioBelm-PA

    2009

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    2009 direitos reservados Diretoria de Portos e Costas

    Autor: CLC Arlindo Nazareth Carvalho Santos

    Reviso Pedaggica: Erika Ferreira Pinheiro Guimares Suzana

    Reviso Ortogrfica: Esmaelino Neves de Farias

    Digitao/Diagramao: Roberto Ramos Smith

    Coordenao Geral: CC. Maurcio Cezar Josino de Castro e Souza

    ____________ exemplares

    Diretoria de Portos e Costas

    Rua Tefilo Otoni, no4 Centro

    Rio de Janeiro, RJ

    20090-070

    http://www.dpc.mar.mil.br

    [email protected]

    Depsito legal na Biblioteca Nacional conforme Decreto n

    o

    1825, de 20 de dezembro de 1907IMPRESSO NO BRASIL / PRINTED IN BRAZIL

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    SUMRIO

    1. CARGA GERAL ....................................................................................................... 5

    1.1 Responsabilidades atribudas ao navio, estiva e porto, no que diz respeito

    estivagem de carga.................................................................................................. 51.2 documentos que envolvem as operaes de carga............................................. 9

    1.3 atribuies da Entidade Estivadora e os materiais usados por ela.................. 14

    1.4 diferentes tipos de avarias...................................................................................... 22

    1.5 medidas necessrias para reduo do ndice de avarias da carga, com a

    aplicao adequada de uma correta preparao dos pores para inspeo.23

    1.6 fatores que influenciam o planejamento das operaes de carga................... 25

    1.7 peao e escoramento da carga............................................................................ 301.8 critrios para a correta ventilao da carga, fazendo uso dos diversos

    sistemas................................................................................................................... 32

    1.9 fator de estiva, quebra de estiva e presso admissvel, determinando o volume,

    peso e altura mxima da carga nos pores....................................................... 33

    1.10 distribuio da carga, nos sentidos transversais, longitudinais e verticais,

    enumerando as implicaes decorrentes da sua no observncia................ 37

    1.11 condies do carregamento timo, efetuando a distribuio da carga por

    peso, volume e sequncia dos portos................................................................ 39

    1.12 tipos de planos de carga utilizados a bordo, inclusive planos de carga,

    manuseando-os....................................................................................................... 42

    1.13 cuidados referentes descarga dos navios....................................................... 43

    2. CARGA PERIGOSA............................................................................................... 44

    2.1 Classes de cargas perigosas, identificando-as por meio dos cdigos

    correspondentes..................................................................................................... 44

    2.2 local adequado para a sua estivagem, atendendo as determinaes da

    Organizao Martima Internacional (IMO)........................................................ 44

    3. CARGA UNITIZADA .............................................................................................. 47

    3.1 Tipos de contineres, posicionamento e estivagem a bordo de embarcaes

    full containers, roll-on roll-off e ro-ro caboclo............................................. 47

    4. GRANIS SLIDOS. ............................................................................................. 51

    4.1 Caractersticas principais de embarcaes graneleiras..................................... 51

    4.2 principais itens para o carregamento de granis................................................. 52

    4.3 ngulo de repouso das diversas cargas a granel............................................... 52

    4.4 critrios de estabilidade de embarcaes transportando gros........................ 53

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    4.5 carregamento planejado de granel......................................................................... 54

    4.6 formulrio obrigatrio usado quando carregando gros.................................... 54

    5.PETRLEO E DERIVADOS. ................................................................................. 56

    5.1 Embarcaes transportadoras de petrleo e seus derivados........................... 56

    5.2 - regras de construo das embarcaes petroleiras, de acordo com a legislao

    internacional............................................................................................................. 56

    5.3 operaes de lastro, deslastro, carga e descarga de um navio petroleiro...... 57

    5.4 exigncias dos terminais petrolferos no que tange segurana operacional.59

    5.5 plano de carregamento, traando a curva de estabilidade de uma embarcao

    petroleira, de acordo com as regras da IMO...................................................... 60

    6. PRODUTOS QUMICOS ........................................................................................ 66

    6.1 Tipos de embarcaes transportadoras de produtos qumicos........................ 66

    6.2 regras de construo das embarcaes transportadoras de produtos qumicos,

    de acordo com a legislao internacional........................................................... 68

    6.3 tipos de carga de acordo com as substncias lquidas nocivas....................... 69

    6.4 operaes das embarcaes transportadoras de produtos qumicos e as

    normas de segurana a elas aplicadas............................................................... 70

    6.5 plano de carregamento traando a curva de estabilidade de uma embarcao

    transportadora de produto qumico, discriminando se a mesma est de acordo

    com as exigncias mnimas.................................................................................. 73

    7. GS LIQUEFEITO ................................................................................................. 78

    7.1 Tipos de embarcaes transportadoras de gs liquefeito................................. 78

    7.2 principais regras de construo de uma embarcao transportadora de gs

    liquefeito................................................................................................................... 85

    7.3 operaes de uma embarcao transportadora de gs liquefeito e as normas

    de segurana a elas aplicadas............................................................................. 88

    REFERNCIAS .............................................................................................................90

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    1. CARGA GERAL

    1.1 Responsabilidades atribudas ao navio, estiva e porto, no que diz

    respeito estivagem de carga

    Os trabalhadores de estivaso operrios sindicalizados que possuem autonomia

    no seu servio. Esse tipo de operrio tem como funo carregar e descarregar toda

    carga de uma embarcao e operar os servios de limpeza dos pores e rechego da

    carga aps o carregamento.

    Chamamos de Terno a diviso da forma de servio dos estivadores. Este poder

    variar na proporo da carga operada, na legislao de cada porto ou pas. De acordocom a antiga legislao os ternos de estiva so compostos por um total de 14

    trabalhadores, a saber:

    a) um contramestre;

    b) dois homens de portal;

    c) trs guincheiros ou guindasteiros;

    d) oito homens de poro.

    Denominamos como o responsvel pelo terno, o contramestre de terno. O seu papel

    o de orientar os servios de acordo com as instrues recebidas do Imediato do

    navio ou atravs do contramestre geral. ele o responsvel pela disciplina e pelo bom

    andamento dos trabalhos desenvolvidos por seus subordinados.

    O contramestre geral, conhecido abreviadamente por Geral, a maior autoridade

    da estiva a bordo a quem cabe resolver os casos pendentes, sempre observando as

    instrues do Imediato do navio, seguindo seu plano prvio de carga e a legislao

    em vigor.

    Os homens de portal controlam e orientam, por meio de sinais manuais, o

    desenvolvimento do trabalho dos guincheiros ou guindasteiros, o iamento das

    lingadas no cais e o momento em que elas so arriadas nos pores dos navios. Para

    que o trabalho seja bem feito eles se posicionam estrategicamente vista dos

    guincheiros ou guindasteiros, ficando um na borda falsa do navio do lado do cais e o

    outro junto braola da escotilha, com uma viso ampla do poro.

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    Os guincheiros ou guindasteirosso os homens que operam os guinchos dos paus

    de carga e guindastes do navio.

    Os homens de porooperam no carregamento, desfazendo as lingadas no poro e

    transporta a carga por carrinho, empilhadeira ou manualmente at a posio

    determinada pelo plano de carga. Na descarga, eles trazem os volumes dos locais

    onde esto estivados at a direo vertical da boca da escotilha e a preparam a

    lingada que ser iada pelo guindaste ou paus de carga que so movidos pelo

    guincho do navio.

    H casos em que criada uma suplementao de mo-de-obra denominada

    reforo.No existe, contudo, uma regra para utilizao do reforo de estivadores; a

    deciso pertence prpria entidade estivadora ou ao rgo gestor de mo-de-obra,

    algumas vezes por solicitao do prprio armador junto a um desses dois operadores,

    para agilizar a operao.

    No porto, cada trabalhador tem uma funo especfica no desempenho do

    carregamento e descarregamento das embarcaes.

    O conferentetem como finalidade, como o prprio nome indica, conferir a carga que

    operada no porto. Essa conferncia feita por espcie, peso, nmero, marca,

    contramarca, procedncia e destino, alm da verificao do estado da mercadoria e

    checagem do peso com o manifesto da carga. Os conferentes podem ser de ptio, de

    guia, de balana, de porta, de lingada, de plano e de manifesto. Nos navios de carga

    geral, os conferentes de lingada so os mais importantes, pois trabalham diretamente

    com o navio.

    Esta classe de trabalhadores est vinculada a um sindicato e so considerados comotrabalhadores avulsos. Dessa forma, os conferentes so requisitados de acordo com a

    necessidade de seus servios pelo rgo gestor de mo-de-obra.

    O controlista tambm conhecido como separador um conferente que trabalha

    ligado ao agente do navio, separando a carga a ser embarcada de acordo com o

    plano de carga preparado pelo Imediato do navio; na descarga, ele prepara e separa a

    carga para a entrega ao dono, atravs dos fiis de armazns. o controlista quecoordena junto com o embarcador a ordem de entrega da carga ao navio, evitando

    que haja congestionamento de veculos no cais, tais como: vages de trem,

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    caminhes, carretas, etc. O controlista , portanto, o brao direito do Imediato do

    navio, por ser o elo entre o navio e o sistema porturio. So profissionais que renem

    grande prtica nas operaes porturias e bom conhecimento das caractersticas de

    cada carga, devendo sempre prevenir o Imediato dos riscos de carregar cargas

    incompatveis no mesmo poro. So trabalhadores avulsos e, por essa razo, so

    requisitados em nmero necessrio aos seus sindicatos de classe, pelo rgo gestor

    de mo-de-obra.

    Consertadoresso trabalhadores avulsos que trabalham nas operaes de carga e

    descarga dos navios. So os responsveis pelo reparo das embalagens, marcao,

    remarcao, carimbagem e etiquetagem da carga, bem como sua abertura em caso

    de vistoria. O consertador s dispensado para casos de cargas como maquinarias,

    chapas, automveis, animais, arame farpado, tratores, embarcaes, bananas em

    cacho, bobinas de papel, recipientes de vidro, bujes com ou sem gs, carne

    frigorificada sem envoltrio, containers, ou seja, carga que no se pode dar reparo

    simples e imediato.

    No navio, mo-de-obra utilizada para se fazer a estivagem de carga a bordo

    composta por dois segmentos distintos, a saber:

    Pessoal de bordo

    Estiva propriamente dita.

    Nem todo tripulante est envolvido diretamente com a operao de carga e descarga

    do navio. Por exemplo, o eletricista o responsvel pelo bom funcionamento dos

    guindastes e guinchos do navio, sua iluminao (inclusive dos pores) etc.; os

    oficiais de mquinas, pelos grupos geradores eltricos, mquinas frigorficas e

    superviso geral de todas as mquinas motoras envolvidas nas operaes. Porm,

    o pessoal de convs que trabalha diretamente no planejamento, distribuio e

    acondicionamento de carga nos pores.

    O Comandantedo navio o responsvel pela operao como um todo, inclusive pela

    estivagem perfeita das cargas recebidas, para o transporte e pela guarda dessa

    mercadoria, enquanto ela estiver a bordo. Devido complexidade que envolve aoperao de carga/descarga de mercadorias, o Comandante delega poderes a seus

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    tripulantes para, em seu nome, executarem as diversas etapas dessa operao, que

    envolve o navio, ficando as atribuies assim divididas:

    O Imediatodo navio o encarregado geral de toda a operao. ele o responsvel

    pela confeco do plano de carregamento, pela distribuio das cargas nas praas

    (espaos vazios nos pores) disponveis e pelo cuidado com a carga durante toda

    viagem, at a entrega no porto de destino, mantendo condies ideais para que no

    haja avarias.

    Os oficiais de nuticaauxiliam diretamente o Imediato: 1) Trabalham no servio de

    fiscalizao do manuseio da carga no convs e nos pores. 2) Preparam a

    documentao necessria referente carga, relatrios e protestos martimos, quandonecessrio, e so os substitutos eventuais do Imediato.

    O contramestre do navio o responsvel pelos equipamentos usados na carga e

    descarga, tais como: paus-de-carga, guinchos, guindastes, poleames, massames etc.

    ele que cuida do fechamento e abertura das escotilhas e de sua conservao.

    Efetua e supervisiona a peiao da carga, bem como a manuteno dessas peiaes

    em viagem.

    O faroleiro a denominao que se d ao marinheiro que tem sob guarda o material

    de convs. ele o encarregado do paiol do mestre.

    O fiel-de-poro o marinheiro que trabalha nos pores como fiscal do carregamento,

    cuidando para que as instrues do Imediato sejam cumpridas pelos estivadores,

    evitando matana (perda) de praa pela m estivagem da carga e incumbindo-se dacorreta aplicao do material de dunagem (material utilizado na separao de

    carga). Alm das incumbncias acima mencionadas, o fiel do poro recebe do

    faroleiro no incio da operao, todos os materiais que vo ser usados na operao de

    carga ou descarga, tais como: redes de cargas, redes de costado, fundas, estropos,

    patolas, gatos, manilhas, macacos esticadores, grampos etc. e os devolve ao faroleiro

    ao final da operao.

    Com o avano da tecnologia na rea do transporte martimo, e em especial com o

    advento da carga unitizada contentor, bandeja, os conceitos sobre a atividade do fiel

    do poro mudaram substancialmente; alm das mudanas ocorridas na manipulao

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    da carga, ocorreu a reduo das tripulaes dos navios o que inviabilizou de vez a

    manuteno de um fiel de poro em cada poro e essa funo a bordo, praticamente,

    j no existe mais.

    O que existe, na verdade, um marinheiro que funciona como uma espcie de elo

    entre o pessoal do navio e a estiva. No incio da operao de carga e descarga, como

    j mencionamos, ele recebe do faroleiro do navio o material que vai ser usado na

    operao e o entrega a estiva e, aps a operao o recolhe ao paiol do mestre. Alm

    dessa funo, ele permanece no convs durante todo o trabalho, supervisionando

    todos os pores que estiverem operando, mantendo o Imediato do navio sempre a par

    de tudo o que est acontecendo: avarias ocorridas, m estivagem da carga, bem

    como manter fechados os embornais do convs para evitar que subprodutos de

    petrleo ou cargas txicas venham a cair ao mar e poluir as guas do porto, e fica

    tambm atento ao da estiva a fim de evitar acidente no trabalho. Assim podemos

    dizer que os fiis de pores so hoje marinheiros de convs que trabalham nos

    pores como fiscais do carregamento, para que as instrues ditadas pelo oficial

    encarregado da carga sejam cumpridas corretamente pelos estivadores.

    1.2 documentos que envolvem as operaes de carga

    Existem normas sobre o recebimento, armazenamento e entrega de carga nos portos

    do mundo, com algumas diferenas de procedimentos para a prtica das operaes

    porturias de alguns portos para outros.

    No mbito de aplicao da presente norma, que tem carter obrigatrio, esto todas as

    unidades porturias, quer a operao seja executada por ela mesma, quer seja por

    operador porturio privado pr-qualificado. Por isso, devem cumpri-la, no apenas os

    servidores da companhia das docas, como tambm os empregados daquelesoperadores.

    Formulrio Requisio de Servios Porturios - RSP

    O procedimento inicial que deve ser observado a entrega feita pelo agente

    ou pelo prprio armador do navio, de documentos comunicando a chegada do navio e

    informando, dentre outros detalhes:

    a) nome do navio;

    b) nome do agente ou armador;

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    c) comprimento total do navio;

    d) bandeira do navio;

    e) porto de origem e de destino da embarcao;

    f) arqueao bruta (TB) e arqueao lquida (TL);

    g) TPB (tonelada porte bruto DWT);

    h) data provvel de chegada e de sada;

    i) calado de chegada e de sada;

    j) tonelagem e espcies de cargas que sero movimentadas;

    l) se o navio possui equipamentos de movimentao de carga ou se usar os do porto;

    m) outros dados julgados relevantes;

    este procedimento vale tanto para as operaes de carregamento (exportao) como

    para as operaes de descarga (importao).

    Procedimento na importao de carga de cabotagem e interior (DESCARGA)

    Quando se tratar de importao, o armador ou o agente do navio dever entregar,

    juntamente com o formulrio denominado REQUISIO DE SERVIOS

    PORTURIOS RSP, o MANIFESTO DO NAVIO, documento esse de vital

    importncia. Alm de ser um documento obrigatrio, tanto pela legislao aduaneira,como pela legislao de transporte aquavirio de cargas (no caso de cabotagem ou

    navegao interior), o manifesto serve tambm ao fiel do armazm para total

    conhecimento da carga transportada pelo navio, a fim de melhor aproveitar o espao

    disponvel, visando uma correta e melhor separao das cargas no armazm. Do ponto

    de vista legal, qualquer operao de descarga s poder comear aps a apresentao

    do manifesto pelo transportador.

    Nas operaes de Cabotagem e Interior, a Legislao de Transporte Aquavirio em.

    vigor prev que o manifesto deve mencionar:

    a) nome do navio,prefixo e nacionalidade;

    b) local de embarque;

    c) destino da carga;

    d) o nmero de cada conhecimento de carga;

    e) a quantidade, espcie, marca,o nmero e peso dos volumes;

    f) a natureza da mercadoria;

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    g) o consignatrio de cada partida;

    h) a data do encerramento do manifesto e a assinatura do responsvel pela

    embarcao.

    No Transporte Aquavirio de Cargas Nacionais, no foi legislada qualquer sano s

    mercadorias no constantes do manifesto, por isso que, quando tal acontece, so

    consideradas como acrscimo ao manifesto.

    Documentos utilizados na descarga de Cabotagem e Interior (IMPORTAO)

    A operao de descarga dos navios tem a dirigi-la em terra o fiel do armazm, posto

    ser ele o responsvel em nome do depositrio da carga, Companhia das Docas,

    desde o momento da entrada da carga nas instalaes porturias at a sua efetiva

    entrega a quem de direito.

    Os documentos utilizados na descarga so os seguintes:

    1. Folha de Descarga;

    2. Livro Registro do Manifesto;

    3. Livro Registro de Avarias.

    A Folha de Descarga o documento onde so anotadas as cargas descarregadas do

    navio. A anotao feita pelos conferentes escalados, levando em conta a quantidade

    de volumes, marca e contra marca, peso, contedo etc. Cargas descarregadas com

    indcio de violao, avarias, derrames etc, so recebidas com ressalva, para posterior

    escriturao no Livro de Registro de Avarias, para resguardo da responsabilidade da

    Companhia das Docas, nos termos do decreto n 64.387/69.

    O Livro Registro do Manifesto, tambm conhecido como Livro de Escrita, recebe a

    transcrio de toda a carga constante do manifesto, discriminando o nome do navio, a

    data de entrada, nmero do conhecimento, quantidade, peso e espcie das

    mercadorias, nome do consignatrio, porto de origem. Aps o desembarao das

    mercadorias e pagamento das taxas porturias devidas, as mercadorias so entregues

    aos seus consignatrios, ficando o conhecimento original arquivado no armazm por

    onde se processou a descarga.

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    No Livro Registro de Avarias so registrados os volumes que na descarga

    apresentam indcios de violao, avarias, derrames etc. Esse livro de fundamental

    importncia para o resguardo da responsabilidade da Companhia de Docas, enquanto

    a carga estiver sob sua guarda. Tratando-se de mercadoria nacional, este livro deve

    ser obrigatoriamente assinado pelo fiel do armazm e pelo preposto do agente ou

    armador do navio.

    Documentos hbeis para a entrega das mercadorias

    Os documentos hbeis para a entrega das mercadorias aos seus consignatrios so os

    conhecimentos originais.

    O conhecimento original um ttulo de crdito e por isso pode ser nominal (a ordem) ou

    ao portador. um ttulo transfervel por endosso.

    Em caso de extravio do conhecimento, de mercadorias nacionais, a sua falta ser

    suprida atravs de Carta Declaratria, ou seja, por uma ressalva emitida pelo

    transportador, aps publicao em jornal de grande circulao, durante trs dias

    comunicando a perda ou extravio do conhecimento.

    Tambm na navegao de cabotagem e interior pode ocorrer de serem descarregadas

    cargas que no constam do manifesto, neste caso, so dadas como acrscimo ao

    manifesto, s podendo ser entregue a quem o transportador autorizar.

    Procedimento na exportao de mercadorias nacionais, na navegao de cabotagem e

    interior, em tudo semelhante aos da navegao de longo curso. Diferena a

    mencionar apenas a no necessidade de desembarao da carga na Alfndega.

    Procedimentos na Exportao (CARREGAMENTO)

    Nas operaes de carregamento (ou exportao), o processo na Companhia das

    Docas se inicia com a entrega da Requisio de Servios Porturios RSP ao setor

    competente da empresa, pelo armador ou agente do navio, em geral com antecedncia

    de 8 (oito) dias da data da chegada do navio. Confirmada a data de chegada, o

    armador ou operador porturio (OGMO) solicita a designao do armazm para

    receber a carga, comunicando aos exportadores quando isso estiver definido pela

    Administrao ou Gerncia do Porto. Pela relao da carga o fiel do armazm toma asprovidncias para o correto enlotamento da carga, procurando otimizar a utilizao do

    espao. Definido o local de operao do navio, o fiel do armazm ou gerente do porto

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    cientificado, para comear o recebimento da carga. Para receber a carga, a

    documentao mais simples do que na importao. Para a Companhia das Docas, o

    primeiro documento que apresentado a Ordem de Embarque, que deve conter os

    seguintes dados:

    1. nome do navio;

    2. nome do exportador;

    3. quantidade, peso e discriminao das mercadorias;

    4. porto de destino;e

    5. nome do consignatrio.

    Do mesmo modo que na importao, na exportao o fiel do armazm deve observar a

    separao da carga por espcie, porto de destino e embarcador.

    Documentos utilizados na exportao

    Os documentos utilizados na exportao de mercadorias por navegao de cabotagem

    e interior so em nmero menor que os utilizados na navegao de Longo e os bsicos

    so:

    1. Ordem de Embarque;e

    2. Nota Fiscal.

    A Ordem de Embarque como j foi dito anteriormente, um documento preparado

    pelos exportadores que, apresentado pelo armador ou seu agente, recebe um carimbo,

    que corresponde aceitao da carga e garantia de praa no navio. Somente com a

    aposio desse carimbo pode o porto receber a carga. A Ordem de Embarque servetambm para o controle do recebimento e entrega da carga pelo armazm porturio,

    pagamento das taxas devidas ao porto, anotaes relativas ao embarque etc., inclusive

    o recibo, pelo transportador (Imediato), de que a carga foi recebida a bordo.

    A Nota Fiscal, como o prprio nome sugere, um documento de natureza fiscal. J a

    Ordem de Embarque um documento que serve tanto ao transportador, como ao

    depositrio da carga em terra. O uso da Ordem de Embarque, pelo porto, semelhante utilizao na Navegao de Longo Curso.

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    1.3 atribuies da Entidade Estivadora e os materiais usados por ela

    ENTIDADE ESTIVADORA

    a pessoa jurdica com quem o armador, diretamente ou por meio de seu agente,

    contrata o servio de carga e/ou descarga do navio.

    Segundo a Consolidao das Leis do Trabalho, em seu artigo nmero 254 Estiva da

    embarcao o servio de movimentao das mercadorias a bordo, como

    carregamento ou descarregamento ou outro de convenincia do responsvel pelas

    embarcaes, compreendendo esse servio a arrumao e a retirada dessas

    mercadorias do convs ou do poro do navio. Portanto, o servio de estiva realizado

    exclusivamente a bordo.

    A Consolidao das Leis do Trabalho, no artigo 255 O servio de estiva entende:

    a) a mo de obra de estiva, que abrange o trabalho braal de manipulao das

    mercadorias, para sua movimentao ou descarga ou carregamento, ou para sua

    arrumao, para o transporte aqutico, ou manejo dos guindastes de bordo, e a

    cautelosa direo das operaes que estas realizam, bem como a abertura e

    fechamento das escotilhas da embarcao principal e embarcaes auxiliares e acobertura das embarcaes auxiliares;

    b) suprimento do aparelhamento acessrio indispensvel realizao de parte do

    servio especializado, no que se compreende o destinado preveno de acidentes

    no trabalho.

    c) fornecimento de embarcaes auxiliares, bem como rebocadores, no caso previsto

    no 39 do artigo anterior.

    Portanto, no Brasil, os servios de abertura e fechamento das escotilhas, no incio eno fim da operao, a manipulao dos aparelhos de carga (guindastes de bordo e

    guinchos dos paus de carga) e a direo dos servios desses aparelhos, so de

    obrigao dos operrios estivadores.

    No pargrafo segundo deste mesmo artigo (255), temos:

    2 - A execuo do servio de estiva, nos portos nacionais, competir a entidades

    estivadoras de qualquer das seguintes categorias:

    a) administraes dos portos organizados;

    b) caixa porturia, prevista no art.256, somente para os portos organizados;

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    c) armadores, diretamente ou por intermdio de seus agentes.

    As administraes dos portos nunca se interessaram em organizar as entidades

    estivadoras; as caixas porturias nunca existiram; e, portanto, o servio de estiva nos

    portos nacionais ficou a cargo dos prprios armadores ou de seus agentes.

    O conhecimento da forma correta de como uma carga deve ser manuseada,

    movimentada e estivada a bordo essencial para a preservao da segurana do

    pessoal, do navio e da prpria carga. Esta disciplina apresenta informaes bsicas

    sobre movimentao de cargas nas embarcaes, bem como de sua arrumao

    (estivagem), peao e escoramento.

    Movimentao de carga

    Os principais acessrios e equipamentos utilizados na estivagem das mercadorias a

    bordo das embarcaes mercantes so:

    a) Moito uma caixa de madeira ou de metal, de forma oval, dentro

    do qual trabalha uma roldana. um poleame de laborar usado para retorno de um

    cabo nos teques e talhas singelas.

    Figura 11

    b) Cadernal uma caixa de madeira ou de metal semelhante ao

    moito, dentro do qual trabalham duas ou trs roldanas em um mesmo eixo (perno).

    Esses poleames de laborar so classificados como cadernais de dois ou trs gornes,

    de acordo com o nmero de roldanas que possuem.

    1Poleame de Laborar

    Orelha de Tornel

    Orelha

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    Figura 22

    c) Patesca um poleame de laborar especial de ao, como um

    moito, porm mais comprida e tendo uma abertura lateral de um lado, fechada com

    aldraba e chaveta (charneira), a fim de possibilitar gurnir ou desgurnir um cabo pelo

    seio.

    Figura 3

    d) Catarina um poleame de laborar especial de ao, com um s

    gorne, utilizado nas operaes de grande peso, principalmente nos aparelhos de pau

    de carga.

    2Poleame de Laborar

    Charneira

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    figura 4

    e) Gato um poleame surdo de ao forjado, em forma de gancho,

    com olhal, geralmente constitudo de uma pea nica. usado no cabo de ao do pau

    de carga e guindaste (tirador ou tirante) para iar a carga colocada no estropo. Eles

    podem ser: comum, de tornel, de tesoura, de pau de carga.

    figura 53

    f) Manilha um poleame surdo de pea fabricada em vergalho de

    metal recurvado em forma de U, tendo orelhas nas extremidades a fim de receber umpino chamado caviro. So usualmente empregadas para unio de dois olhais ou para

    3Poleame Surdo

    (a) comum com sapato (b) de tornel (c) de tesoura (d) de pau-de-carga

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    fixao de cabos ou aparelhos de laborar e, tambm nas operaes de peao de

    carga. Elas podem ser direitas ou curvas.

    figura 6

    g) Grampos ou Clips So peas de metal em forma de U que servem

    para fazer emendas em cabos de ao; bastante utilizados nas operaes de peaes

    de cargas. Os trabalhos em cabos utilizando grampos, possuem cerca de 85% da

    carga de ruptura do cabo.

    figura 7

    LINGASSo acessrios que servem para engatar uma lingada de um ou mais volumes ao gato

    do aparelho de carga da embarcao ou do porto. Existem vrios tipos, cada um de

    acordo com o tipo de mercadoria a ser movimentada; assim temos:

    CaviroCaviro

    Base

    U

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    A) ESTROPO

    Pedao de cabo de fibra vegetal ou sinttica ou de arame de ao, com os chicotes

    unidos por costura redonda, usada para movimentar caixaria em geral, fardos,

    engradados, amarrados e volumes individuais leves.

    figura 84

    B) FUNDA

    um estropo com os chicotes unidos por costura redonda, tendo um pedao

    retangular de lona forte entralhada no seio do estropo. Usada para fazer lingada desacarias.

    figura 9

    C) PATOLA PARA TAMBORES PATOLA PARA CHAPAS

    Acessrio formado por duas ou quatro pernadas de corrente, ligadas em uma das

    extremidades por um olhal, tendo gatos nas outras extremidades. Usada para lingar

    tambores, barris, tubos, chapas etc.

    figura 105

    D) REDE PARA CARGA

    uma rede quadrangular ou retangular de cabos de fibra vegetal, ou fibra sinttica ou

    arame de ao, confeccionada com mos (alas) nos quatro cantos. Usada para

    lingar mercadorias leves e pequenas.

    4Lngua de Estropo ou Estropo

    5Carregamento de Chapa (Lngua de Patola)

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    E) ESTRADO - F) BANDEJA - G) BRAALOTE so todos considerados

    LINGAS.

    Na prtica, em operaes de carga e descarga, todas as lingas so chamadas por

    seus nomes particulares (estropo, funda, patola, rede, etc.) e usa-se o termo LINGA

    somente para as lingas de corrente.

    As lingas podem ser: I) DE CORRENTE SINGELA

    J) DE CORRENTE EM COLAR

    L) DE CORRENTE SEM-FIM

    M) DE CORRENTE DUPLA

    As lingas so usadas para movimentar carga pesada, tais como:

    AMARRADOS DE MADEIRA DE LEI - TRATORES - VECULOS - TUBOS

    VOLUMES PESADOS - CHAPAS - TRILHOS ETC.

    EQUIPAMENTOS PARA MOVIMENTAO DE CARGA

    Vamos conhecer alguns equipamentos utilizados para manipulao das cargas em

    navios de carga geral.

    GUINDASTE

    Atualmente o equipamento mais utilizado para as operaes de carga e descarga de

    mercadorias nas embarcaes e nos portos. Nos navios, o guindaste instalado juntoaos pores das embarcaes, fcil de ser manobrado por apenas um operador

    durante as operaes de carga e descarga.

    PAUS DE CARGA

    Equipamento de movimentao vertical, instalado no convs da embarcao junto

    boca da escotilha de cada poro, para movimentao de pequenos pesos, sendopouco utilizado atualmente porque os guindastes tm maior produtividade.

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    CBREA FLUTUANTE

    Consiste em um ponto sobre o qual se monta um aparelho para movimentao de

    grandes pesos, sem que se tenha necessidade de atracar o navio ao cais. So

    utilizadas tambm para o transporte de grandes pesos, ou para retirar do fundo objeto

    pesados ou embarcaes submersas.

    A maioria dos navios de carga geral so equipados com cbrea, para movimentao

    de grandes pesos.

    EMPILHADEIRA

    Equipamento utilizado na movimentao da carga nos pores das embarcaes,

    assim como nos ptios e armazns. Tm capacidades variadas, podem ser movidas

    a diesel, gasolina, gs ou eletricidade.

    PONTE ROLANTE

    Equipamento utilizado a bordo, com movimentaes verticais e horizontais. Desloca-

    se sobre trilhos ao longo do convs, alcanando todas as escotilhas dos pores,

    podendo movimentar a carga do ptio para o interior dos pores ou vice-versa. Opera

    com eficincia em cargas paletizadas.

    ESTRADOS ROLANTES

    So providos de rodas, rolamentos, rolos ou esferas, e servem para movimentar

    pesos em pequenas distncias, sobre pisos uniformes.

    ESTEIRAS ROLANTES

    cinta de borracha, plstico, fibra, ou couro, que operando como umas correias sem

    fim podem levar cargas a grandes distncias na horizontal ou em pequenos ngulosde inclinao. Usa-se com grande eficincia em granis, caixaria mida, cartes,

    sacarias, frutas. eficientssimo quando no falta carga.

    CALHAS

    So estrados fixos para movimentao de volumes por gravidade ou empurrados a

    mo. Em geral so providas de rolos, rodas ou esferas para aliviar o atrito dos

    volumes.

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    1.4 diferentes tipos de avarias

    O conceito de avarias restrito aos danos causados aos navios e a carga. As avarias

    podem ser classificadas quanto ao tipo em Despesa e Danos. A avaria despesa

    toda despesa extraordinria realizada com o navio e/ou com a carga, desde o ponto

    de embarque at o ponto de desembarque. Exemplo: Atraso na sada do navio,

    remoo de carga, etc. A avaria dano toda avaria causada a carga e/ou ao navio,

    que possibilite a sua perda total ou parcial.

    As avarias danos podem ser originadas pelas seguintes causas:

    a) avarias antes do embarque (volume com indcio de violao etc.);

    b) avarias devido manipulao (manuseio irregular: uso de gancho);c) avarias devido embalagem inadequada (embalagem de papel, frgil);

    d) avarias causadas pela presso (m estivagem);

    e) avarias causadas por atrito (m peiao ou escoramento);

    f) avarias causadas pela temperatura (por ventilao insuficiente);

    g) avarias causadas por manchas (pisos sujos etc.);

    h) avarias causadas por umidade (ventilao incorreta, infiltrao, chuvas);

    i) avarias causadas por vcio prprio (fardos de juta, frutas maduras etc.);j) avarias causadas pelo jogo do navio;

    k) avarias causadas pela estabilidade (grande GM balanos violentos);

    l) avarias causadas por contaminao;

    m) avarias causadas por ratos, vermes, e outros animais;

    n) avarias causadas por extravio.

    Os extravios se registram por:1. conferncia incorreta;

    2. roubo, furto descaminho;

    3. desaparecimento do invlucro do volume;

    4. marcao inadequada;

    5. troca de praa;

    6. falta de separao.

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    1.5 medidas necessrias para reduo do ndice de avarias da carga, com aaplicao adequada de uma correta preparao dos pores para inspeo.

    sempre bom lembrar que todos os tipos de avarias acima citados devem ser

    combatidos, para se reduzir o ndice de avarias. Para isso devemos adotarsistematicamente algumas medidas:

    a) proteger a carga que ir entrar em contato direto com as chapas do cobro,

    ou de cobertas ou com as anteparas do navio;

    b) resguardar os ps de carneiro;

    c) deixar desobstrudos e livres os condutos de ventilao;

    d) deixar espao livre entre a carga e o teto para ventilao.

    Ao estivarmos as cargas de um navio, devemos seguir os seguintes princpios:

    a) preservar a tripulao, estiva e a prpria embarcao do perigo de m

    estivagem da carga (observar a rea de segurana da praa nas bocas das escotilhas

    (10 ps ou 3,04 m). colocao dos balaustres e vergueiros nas cobertas; deixar as

    descidas para coberta e cobros livres, deixar livres as tomadas de incndio e bocas

    de sondagens);

    b) proteger a carga de avarias, perdas e deterioraes;

    c) aproveitar os espaos a bordo porque deles dependem o rendimento do

    navio;

    d) operar com rapidez, mas com cuidado para que a carga no seja avariada;

    e) examinar o material de estivagem quanto s condies de resistncia e

    conservao;

    f) no usar material inadequado;e

    g) no estivar cargas incompatveis.

    PREPARAO DOS PORES

    As avarias em um navio devem ser evitadas pelo emprego de todos os recursos e

    processos para garantir o transporte martimo com o mximo de segurana.

    Itens que devem ser cumpridos durante a limpeza e inspeo dos pores:

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    LIMPEZA DOS PORES.

    De uma maneira geral, os navios devem ter um porto incio ou fim de viagem, onde os

    pores devem ficar vazios ou parcialmente, quando ento se providencia uma

    limpeza rigorosa dos pores. Atualmente, as empresas de navegao com grande

    movimentao de carga, s conseguem ficar com os pores vazios ou parcialmente,

    quando vo docar em estaleiro para obras.

    Conforme a natureza da carga transportada, conveniente uma baldeao com gua

    doce, para retirar os resduos de certas cargas, que possam servir de causa de

    avarias para a carga a embarcar.

    As madeiras que cobrem ou forram as dalas devem ser levantadas e as mesmas

    rigorosamente limpas de todos os resduos de carga e lama que se acumulam.

    Os ralos devem ser retirados e limpos depois de levantar as protees das dalas.

    As portas de visitas do teto de duplo fundo devem merecer especial ateno, sendo

    possvel, proceder a um teste.

    INSPEO DOS PORES

    Esta inspeo deve ser rigorosa e uma informao deve ser encaminhada ao

    Comandante, em documento oficial do navio.

    1) As amuradas devem ser examinadas, procurando-se a existncia de infiltraes,que so localizadas pela presena de lgrimas de ferrugens.

    2) Os quartis do cobro e forros de proteo das dalas devem ser bem identificados e

    estar corretamente posicionadas. Ex. 1BB/2BB/3BB/ ... 1BE/2BE/3BE...

    3) Os ralos e flanges devem estar em perfeita forma e com os parafusos, porcas e

    estojos bem lubrificados e prontos a funcionar.

    4) As escadas verticais devem ter todos os degraus fixos.

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    5) A instalao eltrica deve ser testada e especial ateno com os fios

    desencapados.

    6) Os terminais da rede de CO2 do sistema fixo de extino de incndio devem ser

    testados com ar comprimido e aproveita-se a oportunidade para testar o detector de

    fumaa.

    7) A tubulao do cargo-care deve ser inspecionada, quanto ao estado do material e

    sua estanqueidade.

    8) As tubulaes que passam dentro dos pores devem ser verificadas e reparadas as

    com defeito.

    9) Os pores que tm Deep Tank devem ter as portas estanques examinadas e

    anotado o estado das borrachas de vedao para se ter boa estanqueidade e a

    situao dos atracadores.

    10) Inspecionar os aparelhos de carga, verificando os cabos dos aparelhos, catarinas,

    guardins, amantilhos, gatos, macacos esticadores, sapatilhos, braalotes, reforos etc.

    O oficial deve elaborar um laudo e enviar ao comando, fazendo constar as

    necessidades de reparos a executar e as providncias necessrias para a boa

    conservao dos pores.

    Quando o poro for baldeado conveniente uma ventilao para que fique

    completamente seco. Nunca se devem baldear os pores com gua salgada, emvirtude de inmeros inconvenientes que apresenta.

    1.6 fatores que influenciam o planejamento das operaes de carga

    CONDIO PARA UM BOM SERVIO DE ESTIVA

    Um bom servio de estiva deve ser executado com SEGURANA para o pessoal e

    para carga.

    SEGURANA quer do pessoal, quer da carga, depende principalmente:

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    I - Da resistncia e do emprego apropriado do material de estiva.

    II - Da arrumao da carga.

    III - Da dunagem (dunnage).

    IV - Da manipulao da carga para organizao da lingada.

    V - Do bom trabalho dos guincheiros ou guindasteiros.

    VI - Da organizao das lingadas.

    VII - Do cuidado pessoal dos prprios estivadores.

    DA DUNNAGE (MATERIAL DE PROTEO CARGA)

    Significa toda espcie de artigo que usado com o fim de proteger a carga das

    avarias provenientes do fato de uma ficar em contato com as partes estruturais do

    navio, tambm devido gua que possa penetrar nos pores ou cobertas.

    O material de proteo geralmente constitudo de madeira, mas pode ser tambm

    de esteira, lona, papel, etc. A escolha desse material compete ao encarregado da

    operao do navio e depende da natureza da carga a estivar, mas, alm de

    adequado, o material deve ser bem estivado.

    A separao tambm permite a ventilao da carga e a proteo contra possveis

    contatos com lquidos, provenientes de avarias em cargas midas ou suor dos

    pores. Assim por exemplo:

    sacarias - separa-se com madeira para ventilar e proteger;

    para evitar mistura entre as partidas de portos diferentes, pode-se usar

    papel, encerados,sarrapilheira, encerados, redes etc.;

    para tambores, chapas, trilhos, a separao pode ser com madeira em

    barrote, tbuas ou compensado.

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    A dunagem utilizada para:

    evitar contato com lquidos livres;

    evitar mofo, aquecimento, umidade; evitar que haja esmagamento da carga;

    evitar extravio (descaminho, perda, sumio).

    Para evitar que a carga seja avariada por carga mida, aquela que pode

    desprender lquidos que podem vazar (tambores, barris, barricas, baldes etc.);

    devemos estiv-las junto ao piso do compartimento, sobre uma forrao de

    dunagem chamada camada de drenagem.

    Camada de Drenagem Para evitar que outras cargas sejam avariadas por

    lquidos livres de cargas midas, deve-se providenciar para que tais lquidos

    corram livremente para as dalas ou pocetos dos pores, ou embornais das cobertas.

    A carga mida sempre que possvel deve ser estivada no cobro dos pores, na

    parte de r.

    Quando no navio possuem dalas no cobro, a camada de drenagem feita em

    espinha de peixe.

    Quando o poro de pocetos, a camada de drenagem feita com caibros

    longitudinais, conforme as figuras abaixo.

    POCETO

    CALHA

    Proa Proa

    Proa Proa

    CAIBROS HORIZONTAIS CAIBROS ESPINHA DE PEIXE

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    A fim de permitir a livre drenagem das dalas, pocetos e embornais, a carga

    separada nas amuradas pelas sarretas (dunagem permanente), havendo entre

    estas e as amuradas um espao de ventilao e escoamento para as dalas do

    poro. Em ocasies em que se possa prever grande quantidade de lquidos livres no

    cobro, a camada de drenagem pode ser dupla.

    Separao para ventilao da carga necessria para evitar mofo,

    aquecimento, umidade, etc. e tambm para evitar a condensao do vapor dgua

    contido no ar, fazendo a sua permanente circulao e renovao. Com esse fim,

    utiliza-se madeira de separao no meio das partidas de carga, alm de estrados

    nos cobros e pisos.

    Separao para distribuir a presso necessria em cargas de embalagem fraca,

    como certos cartes, engradados, principalmente quando o contedo tambm

    frgil; devem-se fazer estrados completos de apoio, para distribuir uniformemente

    presso da carga que est em cima com a que fica por baixo.

    Assim, com cartes, um estrado completo deve ser instalado entre a terceira e a

    quarta camada a contar de baixo, outro entre a sexta e a stima, e outro entre a

    dcima segunda e a dcima terceira; da por diante, estrados a cada seis camadas.

    O estrado pode ser substitudo pelo compensado.

    Tambores e barricas em p devem ser separados por estrados ou compensados em

    cada camada.

    Ao se estivarem volumes pequenos sobre caixas grandes, tbuas devem ser

    colocadas de forma que o peso dos volumes pequenos seja exercido sobre ascantoneiras das caixas e no sobre os painis das suas faces. Estrados devem

    tambm ser usados para nivelar a estivagem de volumes heterogneos.

    Separao para evitar extravios necessria principalmente em cargas ditas

    homogneas ,destinadas a diversos portos ou mesmo para vrios consignatrios

    num mesmo porto. Quando os volumes so diferentes no tipo, tamanho, cor etc.,

    a separao natural. Mas, quando diferem apenas pelas marcas, preciso fazera separao artificial, que se coloca entre as partidas a separar. A separao

    artificial pode ser feita aproveitando-se a separao necessria para ventilao

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    usando-se os seguintes materiais:

    tbuas usadas principalmente em caixarias, cartes, tambores, barricas

    baldes etc;

    esteiras, papel para sacarias, fardos, cartes etc;

    giz, tinta de gua para caixarias, cartes, trilhos, chapas etc;

    plstico colorido para cargas que no necessitam de ventilao;

    currais de madeira para castanha do Par a granel;e

    sarrapilheira para sacarias, fardos, cartes e cargas que necessitem

    ventilao, como cereais.

    VI DA ORGANIZAO DA LINGADA

    H TRS FORMAS BSICAS DE SE ESTIVAR SACARIAS:

    1 SACO-A-SACO quando a ventilao necessria;

    2 MEIO-SACO A MEIO-SACO quando no necessita de muita ventilao,

    mas oferece menor quebra de espao;

    3 ESTIVAGEM AMARRADA quando h necessidade de impedir o movimento

    dos sacos ou impedir que as pilhas se desfizeam ou quando a carga de

    natureza muito mvel, como a soja;

    ESTIVAGEM PR-LINGADA maior rapidez na operao de carga e

    descarga, menor valor no custo da estiva, boa ventilao; porm, haver

    despesas com lingas e maior quebra de estiva.

    figura 8a figura 8b figura 8c

    figura 8d

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    1.7 peao e escoramento da carga

    As entidades estivadoras ou rgo gestor de mo-de-obra, contratam as empresas

    de servio de bloco para fazer o servio de escoramento, peao, cujo pessoal d

    assistncia permanente no poro, durante o embarque.

    PEAO E ESCORAMENTO.

    So dois processos utilizados para manter a carga embarcada bem segura, de modo

    a no sofrer avarias com os diversos movimentos do navio em viagem.

    PEAO

    Consiste na amarrao da carga s partes estruturais do navio ou arganus e

    olhais, especialmente colocados para este fim. A peao recomendada nos

    casos de cargas estivadas com muita altura e em convs. Uma vantagem da peao

    o seu baixo custo e rapidez de execuo, se comparada com o escoramento, alm

    de que, os materiais podem ser utilizados mais vezes.

    Usam-se para peao:

    cabos de fibra vegetal;

    cabos de fibra sinttica;

    cabos de arame de ao (6 x 7 no galvanizado);

    correntes;

    fitas de ao;

    redes;grampos, macacos esticadores, manilhas;

    ferramentas (chave de fenda, chave de boca, chave inglesa, mquina de furar,

    chave de caixa com punho com catraca).

    ESCORAMENTO

    feito com caibros, barrotes, pranchas, tbuas etc. e, cunhas de madeira ou

    escoras de ao. As de madeira so acunhadas e pregadas. As de ao, soldadas.

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    As escoras podem ser verticais, horizontais ou inclinadas, de acordo com o

    local e a finalidade do escoramento. As escoras inclinadas devem prender a carga

    de cima para baixo, ou seja, a parte de cima apoiada no navio e a de baixo apoiando

    a carga.

    As escoras devem estar apoiadas sobre tbuas de separao, para distribuio da

    presso exercida pela carga, evitando que esta se faa num s ponto.

    O comprimento mximo de uma escora deve ser de trinta vezes a sua menor

    espessura. Por exemplo: uma escora de 10 cm x 10 cm de espessura, deve ter no

    mximo 3,00 metros de comprimento.

    As escoras de madeira so apertadas por meio de pares de cunhas em sentido

    opostos, batidas umas contra as outras. Ao bater em uma cunha, coloque sempre

    um pedao de madeira entre a marreta e a cunha, para que esta no seja lascada

    ou rachada. O comprimento mximo de uma cunha deve ser de seis vezes sua

    espessura. Por exemplo: Uma cunha de 10 cm de espessura, deve ter no mximo

    60 cm de comprimento. As cunhas devem ser de madeira macia como o pinho

    amarelo e ter suas superfcies perfeitamente lisas e sem pinturas.

    O uso de escoramento se d mais no convs, sendo por vezes empregado nas

    cobertas e cobros, se necessrio.

    Existem situaes na qual se torna necessrio o embarque de carga no convs, por

    exemplo:

    Quando a carga perigosa e est prescrito que a mesma deve ser embarcada

    no convs.

    Quando no h mais praa disponvel nos pores e ainda resta carga para ser

    embarcada, desde que a mesma no se avarie quando exposta no convs.

    Quando a carga muito grande e no passa pela boca da escotilha e no se

    avarie quando exposta ao tempo.

    Quando se faz peao de contineres, pode-se usar materiais especficos tais como:

    fecho de toro (twist lock); ponte de topo (bridge fitting); pino de encaixe (pinlock); castanhas(deck sockets); barras(rigid rods); empilhador com pino de

    encaixe (pin lock stacker); nivelador (leveller); vara de peao (lashing bar).

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    32

    1.8 critrios para a correta ventilao da carga, fazendo uso dos diversossistemas

    TIPOS DE SISTEMAS DE VENTILAO DOS PORES

    a) Ventilao Natural;

    b) Ventilao Forada;e

    c) Sistema de Desumidificao (Cargo Care).

    O ar dentro dos compartimentos de carga chamado de ar interior ou ar do poro, o

    ar do lado de fora o ar exterior ou ar ambiente. Como a temperatura e a umidadeso dois fatores do clima dentro do poro de maior relevncia na conservao das

    mercadorias, citamos dois casos:

    A) carga embarcada a baixa temperatura com destino a regies quentes

    Neste caso, onde o navio passa a maior da viagem (exceto os dois ou trs

    primeiros dias) e de porto, onde se efetua o desembarque, existe o perigo que se

    condense a umidade na superfcie das mercadorias, o que s se pode eliminar

    nivelando a temperatura das mercadorias com a temperatura do meio ambiente.

    Existe a condensao da umidade na superfcie interior do chapeamento do

    poro, que pode ser eliminado nivelando as temperaturas como anteriormente dito, ou

    ventilando o poro com o ar seco exterior (cargo care).

    Para assegurar a integridade das mercadorias, o ponto de orvalho do ar nos

    pores deve ser sempre menor que a temperatura dessas mercadorias e tambm

    menor que a temperatura do costado, com uma diferena mnima de 1 C a 3 C.

    Pelo exposto, o que controla a condensao o ponto de orvalho. Nada

    adiantar e poder ser prejudicial ventilar um poro com ar exterior, quando o ponto

    de orvalho exterior for mais alto que o ponto de orvalho do ar do poro.

    O ponto de orvalho mais alto significa que h mais umidade, significa que o

    vapor dgua se condensa a uma temperatura mais elevada.

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    Diante do exposto, podemos estabelecer umas regras prticas, que so:

    QUANDO A TEMPERATURA DO PONTO DE ORVALHO DO AR EXTERIOR FOR MENOR

    QUE A TEMPERATURA DO PONTO DE ORVALHO DO PORO VENTILAR.

    QUANDO A TEMPERATURA DO PONTO DE ORVALHO DO AR EXTERIOR ESTIVER 2C

    MENOS QUE A TEMPERATURA DO PONTO DE ORVALHO DO PORO COMEAR A

    PENSAR EM PARAR A VENTILAO.

    QUANDO A TEMPERATURA DO PONTO DE ORVALHO DO AR EXTERIOR FOR MAIOR

    QUE A TEMPERATURA DO PONTO DE ORVALHO DO PORO NO VENTILAR.

    B) cargas embarcadas em regies quentes para descarga em regies frias

    Usa-se o mesmo procedimento ilustrado nas regras prticas acima, para

    solucionar este problema.

    As instrues dadas nas regras prticas, so para navios que dispem de

    sistema de ventilao natural e ventilao forada.

    1.9 fator de estiva, quebra de estiva e presso admissvel, determinando o volume,peso e altura mxima da carga nos pores

    FATOR DE ESTIVA o volume ocupado por uma tonelada de determinada

    carga. No sistema mtrico decimal apresentado em m/tm.

    Fator de Estiva leva em considerao se a carga ou no embalada, o tipo daembalagem e a forma em que ela estivada. Exemplo: milho a granel, milho

    ensacado, milho em continer.

    A granel apresentar um fator de estiva mais baixo se houver um

    preenchimento dos espaos mortos junto ao tope dos pores.

    O Fator de Estiva seria o inverso da densidade, no fosse tambmconsiderados os espaos perdidos nas diversas modalidades de estivagem, tambm

    chamado ESPAO MORTO ou QUEBRA DE ESTIVA.

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    Fator de Estiva do Navio a relao entre o volume dos compartimentos de

    carga pelo peso mximo de carga que o navio pode transportar.

    CLCULO DO FATOR DE ESTIVA

    A) Clculo para determinao do Fator de Estiva de determinada carga

    embalada, tirando-se as medidas de apenas um volume embalado.

    1.000V

    SISTEMA MTRICO Fe =

    P

    Em queV o volume em m, P o peso em Kg, e o Fe em m/tm

    1 EXEMPLO: Calcular o fator de estiva de determinada carga cujo volume embalado

    mede 1,00m x 0,50m x 0,70m e pesa 175 Kg

    1.000 (1,00m x 0,70m x 0,50m) 1.000 x 0,35 m

    Fe = ------------------------------------------ = --------------------- = 2 m/tm

    175 Kg 175 Kg

    B) Clculo do fator de estiva, considerando uma partida ou bloco de um tipo de

    carga, estivada em determinado espao ou praa do navio.

    VOLUME

    Fe = -------------

    PESO

    2 EXEMPLO: Qual o fator de estiva de uma carga pesando 600 tm, estivada em uma

    praa de 600 m?

    V 600 m

    Fe = ----- = ------------- = 1m/tm

    P 600 tm

    NOTA : Na prtica, para converter um fator de estiva do sistema ingls para unidade

    mtrica, basta dividi-lo por 35; pois 1m = 35,317 ps

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    QUEBRA DE ESTIVA a perda de espao dentro do poro do navio, em

    consequncia da m distribuio da carga, da m estivagem da carga, do tipo de

    embalagem, do formato do poro, etc.

    A quebra de estiva dada em funo de percentagem do fator de estiva e, a mesma

    varia de navio para navio, de poro para poro, de estiva para estiva.

    (Fe final Fe inicial)100

    Quebra de estiva pode ser obtida atravs da equao QE =----------------------------------

    Fe inicial

    Exemplo: Uma determinada carga com fator de estiva igual a 1,64 m/tm ocupou

    1,92m/tm no poro n1 e 1,86 m/tm no poro n 2. Qual a quebra de estiva de cada

    poro para esta carga?

    Resposta: Para o poro 1 = 17% Para o poro 2 = 13,4%

    PRESSO ADMISSVEL a capacidade de resistncia do piso, que

    normalmente dado em toneladas por metro quadrado (t/m)

    Quando carregando unidades de carga densas, como lingotes, chapas de ao ou

    chumbo, a altura do bloco de carga estivada deve ser limitada, levando em

    considerao a presso admissvel. Se este tipo de carga carregada muito alta, a

    capacidade de resistncia do cobro ou coberta pode ser excedida e a estrutura do

    navio pode ser afetada.

    Duas coisas devem ser conhecidas para se calcular a altura segura deste tipo de

    carga:

    1 - A capacidade de resistncia do piso ( c )

    2 - O fator de estiva da carga ( f )

    Conhecendo estes valores, a seguinte equao deve ser usada h = c x f

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    Em que h a altura mxima de estiva da carga; c a capacidade de

    resistncia do piso; f o fator de estiva.

    1 exemplo: Calcular a altura mxima que deve ser estivada chapas de ao cujo fator

    de estiva 0,34m/tm. Considerar a capacidade de resistncia do cobro do poro em

    5t/m.

    SOLUO: h = c x f h = 5t/m x 0,34m/tm = 1,70 m

    RESPOSTA = A altura mxima 1,70 m

    2 exemplo: Calcular a altura mxima que deve ser estivado amarrados de chumbo

    cujo fator de estiva de 0,35 m/tm. A capacidade de resistncia do cobro de 10

    t/m. Admitir uma quebra de espao de 10%?

    Fei = 0,35 m/tm

    QE 10% = 0,035 m/tm

    Fef = 0,385 m/tm h = cr x fef

    h = 10t/m x 0,385 m/tm = 3,85 m

    RESPOSTA: A altura maxima 3,85 m

    EXERCCIOS

    1) Um poro de carga tem 2.500 m de espao para carga geral. Quantos sacos de

    cimento que pesam 50 kg cada, com Fe = m/tm podem ser estivados admitindo-se a

    resistncia do cobro em 3 tm/m e uma quebra de estiva de 4%. Como o poro tem25m x 20m x 5m, determine tambm em que altura ficar a carga.

    Resposta: 30.000 sacos Altura da carga estivada = 3,12 m

    2) A capacidade de um poro de carga igual a 1.600 m. Quantas toneladas de

    certa mercadoria em caixa podem ser carregadas nele, se cada caixa pesa 200 kg e

    medem 0,70m x 0,70m x 1,00m? Admitir 5% de quebra de estiva.

    Resposta: 621,963 tm Fe = 2,45 m/tm

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    3) Um poro de carga mede 15 metros de comprimento, 8 metros de largura e 4

    metros de altura. Se estivarmos 160 toneladas de certa carga de Fe = 1,5 m/tm, com

    uma quebra de estiva de 5%, em quase toda a altura do poro junto antepara de

    vante, qual a extenso para r que essa carga ocupar?

    Resposta: Extenso para r = 7,875 m

    4) Estivar 200 toneladas de fardos de tecidos com Fe = 3 m/tm a uma altura de 4,50

    m. Qual a extenso para vante que essa carga ocupar, j que ela ser estivada na

    antepara de r do poro, considerando uma quebra de estiva de 30% e que o poro

    mede 25m x 12m x 5m. Determinar tambm: quantos fardos tero em um lote, se

    a altura do fardo de 0,90m ?

    Resposta: Extenso para vante = 13 m; 5 fardos.

    5) Um poro de carga com capacidade de 1.250 m recebeu 150 toneladas de chapas

    de ferro cujo Fe = 0,4 m/tm. Quantos fardos de algodo de Fe = 3,0 m/tm podem ser

    estivados nesse poro, sabendo-se que 6 fardos pesam 1 tonelada? Admite-se uma

    quebra de estiva de 4%.

    Resposta: 2.283 fardos de algodo.

    1.10 distribuio da carga, nos sentidos transversais, longitudinais e verticais,

    enumerando as implicaes decorrentes da no observncia deste tem.

    Na distribuio por Peso e Volume, considerando-se a Estabilidade Transversal,

    obtm-se as seguintes consequncias dos efeitos sobre a QUALIDADE

    MARINHEIRA:

    a) boa estabilidade;

    b) perodo de balano entre 10 seg. 20 seg;

    c) conforto a carga e ao pessoal.

    E obtm-se as seguintes consequncias dos efeitos sobre a ESTRUTURA:

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    e) esforos estticos normais;

    f) esforos dinmicos normais.

    Na distribuio por Peso e Volume, considerando-se a Estabilidade Longitudinal,

    obtm-se as seguintes consequncias dos efeitos sobre a QUALIDADE

    MARINHEIRA:

    a) estabilidade longitudinal;

    b) governo normal;

    c) caturro e arfagem normais.

    EM FUNO DOS ESFOROS ESTRUTURAIS

    VERTICAL Fazer distribuio de pesos para que haja equilbrio estvel (GM +).

    TRANSVERSAL Funo do CENTRO DE CARENA (B) na mesma vertical do

    CENTRO DE GRAVIDADE (G) em funo direita, a fim de evitar a banda.

    LONGITUDINAL Funo do COMPASSO a fim de evitar ALQUEBRAMENTO e

    CONTRA ALQUEBRAMENTO ou TOSAMENTO.

    ALQUEBRADO Mais pesos nas extremidades.

    CALADO MDIO >>>>CALADO A MEIA NAU

    CONTRA-ALQUEBRADO OU TOSADO Mais pesos no meio.

    CALADO MDIO

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    1.11 condies do carregamento timo, efetuando a distribuio da carga por

    peso, volume e sequncia dos portos

    DISTRIBUIO POR PESO E VOLUME

    No PLANO DE CAPACIDADE obtemos:

    # 1 (Poro 1) .......................................... vm

    # 2 (Poro 2) .......................................... xm

    # 3 (Poro 3) .......................................... ym

    # 4 (Poro 4) .......................................... zm

    ___________________________________

    # m = vm + xm + ym + zm

    CLCULO PARA DETERMINAO DA CUBAGEM DE CADA PORO

    # m ........................ 100%

    vm ......................... v %

    EXERCCIO: Efetuar a distribuio por peso e volume com os seguintes dados:

    CARGA Fe CUBAGEM DA CARGA

    1.000 tm sacos com caf 1,7 m/tm 1.700 m

    1.000 tm fardos juta 1,5 m/tm 1.500 m

    1.000 tm sacos acar 1,3 m/tm 1.300 m

    1.000 tm sacos arroz 1,4 m/tm 1.400 m

    1.000 tm sacos sal 1,1 m/tm 1.100 m

    _____________________ ___________________5.000 tm 7.000 m

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    CUBAGEM DOS PORES

    PORO 1 ............ 2.000 m

    PORO 2 ............ 3.000 m

    PORO 3 ............ 3.000 m

    PORO 4 ............ 2.000 m

    ______________________

    PORES = 10.000 m

    10.000 m ............ 100% 10.000 m ............ 100%

    2.000 m ............ v % = 20% 3.000 m ............ x % = 30%

    SOLUO

    CUBAGEM DOS #s CUBAGEM DA CARGA POR # PESO POR #

    # 1 = 2.000 m 1.400 m 1.000 tm

    # 2 = 3.000 m 2.100 m 1.500 tm

    # 3 = 3.000 m 2.100 m 1.500 tm

    # 4 = 2.000 m 1.400 m 1.500 tm

    ____________ ______________ _______

    = 10.000 m 7.000 m 5.000 tm

    UMA REGRA PRTICA TER 1/3 DO PESO TOTAL DA CARGA NAS COBERTAS

    E 2/3 NOS COBROS. NA CARGA TOTAL INCLUEM-SE COMBUSTVEL E GUA A

    SEREM CONSUMIDOS AT O PORTO DE DESTINO.

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    CONSEQUNCIAS DAS DISTRIBUIES TRANSVERSAIS

    DISTRIBUIO DE PESO EFEIT. S/QUALID. MR. EFEIT. S/ESTRUTURA

    EXCESSO PESO COBRO GRANDE ESTABILID. E

    RIGIDEZ, BALANOS

    BRUSCOS AVARIA

    CARGA MAL ESTAR

    AOPESSOAL. GRAND.

    NGULOS DE BANDA

    ESTRUTURA SUJEITA

    A GRANDES ESFOR.

    BALANOS

    CATURROS

    ARFAGENS

    EXCESSO PESO NO ALTO ESTABILID.LIMITADA,

    BALANOS CRTICOS

    LENTOS, TENDNCIA

    A EMBORCAMENTO.

    GRANDES NGULOS

    DE BANDA

    LIMITADOS

    ESFOROS

    DINMICOS

    EXCESSO DE CARGA A

    BORDO

    ESTABILID. DISCRETA

    APRESENTA UM

    COMPORTAMENTO

    POUCO ESTVEL.

    LENTIDO BALANOS

    LIMITADOS

    ESFOROS

    DINMICOS

    DISTRIBUIO POR PESO

    E VOLUME

    BOA ESTABILIDADE

    PEROD. DE BALANO

    10s a 20s. CONFORTO

    A CARGA E PESSOAL

    ESFOROS ESTTICO

    E DINMICO NORMAIS

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    CONSEQUNCIA DA DISTRIBUIO LONGITUDINAL

    DISTRIBUIO DE PESO EFEIT.S/QUALID. MR EFEITO S/ESTRUTURA

    EXCESSO DE PESO NO

    EXTREMO

    EXCESSO ESTABILID.

    LONGIT. EXCESSIVA

    CAPACIDADE DE

    EVOLUCIONAR.GRAN

    DES CATURROS E AR-

    FAGENS.

    GRANDES ESFOROS

    E TENDNCIA AO

    ALQUEBRAMENTO

    EXCESSO DE PESO NO

    CENTRO

    ESCASSA ESTABILID.

    LONGIT. DIFICULDADE

    DE GOVERNO. EVOLU-

    O LENTA

    TENDNCIA A CONTRA

    ALQUEBRAMENTO

    OU TOSAMENTO

    DISTRIBUIO POR

    PESO E VOLUME

    ESTABILID. LONGITUD

    GOVERNO NORMAL

    CATURROS E ARFA

    GENS NORMAIS

    NENHUM ESFORO

    LONGITUDINAL

    1.12 Identificar os diversos tipos de planos de carga utilizados a bordo, em seu

    manuseio

    PLANOS DE CARGA um diagrama do navio onde se assinala num perfil, a

    disposio da carga no convs, na coberta e no cobro.

    Temos o Plano de Rascunho (Previous Plan) e o Plano Final (Final Plan)

    Dados que devem ser contidos no plano, que devemos colocar a lpis:

    1. Praas. Ter a cubagem de diversas partes dos pores e boca de escotilhas.

    2. reas de Segurana. Pode variar de 0,60 m 1,50 m na boca das escotilhas

    das cobertas.

    3. Lazeira do Convs. Lazeira til para carregamento (locais no carregveis:

    bujes de sondas, vlvulas de incndio, caixas de posto de incndio, cabeos,buzinas, agulheiros, etc.

    4. Peso por metro quadrado que podemos colocar no convs, coberta e cobro.

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    O PLANO DE CARGA FINAL DEVE SER REPRESENTADO, ASSIM :

    a) uma cor para cada porto;

    b) nmero e tipo do volume, peso, cubagem, nome da mercadoria, marca;

    c) fator de estiva;

    d) carga de importao em portugus;e

    e) carga de exportao em ingls.

    PLANOS DO NAVIO QUE PODEM AUXILIAR NO CARREGAMENTO

    1. Plano de Capacidade;

    2. Capacidade e espalho dos paus de carga e lanas de guindastes e cbreas;

    3. Arranjo geral;

    4. Tabela de Curva Hidrosttica. Tabela de Porte;

    5. Diagrama de Compasso;e

    6. Curvas Cruzadas ou Isclinas.

    1.13 cuidados referentes descarga dos navios

    Ao mesmo tempo que se assegura a melhor disposio de peso e volume de cargapelo navio, preciso considerar a eficincia e rapidez das operaes de carregamento

    e descarga. A disposio da carga destinada a um mesmo porto deve ser feita

    equitativamente por todos os pores. Assim se poder operar em todas as escotilhas,

    durante a descarga; deve-se levar em conta que a estadia de um navio no porto ser

    to prolongada quanto for o trabalho na escotilha que tiver maior quantidade de carga.

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    2. CARGA PERIGOSA

    2.1 Classes de cargas perigosas, identificando-as por meio dos cdigos

    correspondente

    Todas as cargas perigosas devem ser identificadas atravs do International

    Maritime Dangerous Goods Code (IMDG CODE), preparado pela International

    Maritime Organization (IMO). Este cdigo classifica as cargas perigosas em nove

    categorias, ratificadas na PARTE A CAPITULO VII do SOLAS:

    CLASSE 1 EXPLOSIVOS.

    CLASSE 2 GASES (Comprimido, Liquefeito ou Dissolvido sobre Presso).

    CLASSE 3 LQUIDOS INFLAMVEI0S.

    CLASSE 4 SLIDOS INFLAMVEIS.

    CLASSE 5 SUBSTNCIAS OXIDANTES.

    CLASSE 6 SUBSTNCIAS VENENOSAS E INFECCIOSAS.

    CLASSE 7 SUBSTNCIAS RADIOATIVAS.

    CLASSE 8 CORROSIVAS.

    CLASSE 9 OUTRAS SUBSTNCIAS PERIGOSAS.

    2.2 local adequado para a sua estivagem, atendendo s determinaes da

    Organizao Martima Internacional (IMO)

    EXERCCIO

    LIST OF DANGEROUS CARGO

    37 STEEL BOTTLES CARBONIC GS CL2 UN No1013 5,0 t 4.666CM10 METAL DRUMS FERRIC NITRATE CL5.1 UN No1466 2,0 t 26CM

    05 CASES ACIDE CHLORIDRIQUE CL8 UN No1789 0,3 t 2CM

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    SOLUO

    LIST OF DANGEROUS CARGO

    37 STEEL BOTTLES CARBONIC GS CL2 UN No1013 IMDG PAGE No:

    EMS No: MFAG No: STOWED ON BOARD: GROUP: CAT:

    10 METAL DRUMS FERRIC NITRATE CL5.1 UN No1466 IMDG PAGE No:

    EMS No: MFAG No: STOWED ON BOARD: GROUP: CAT:

    05 CASES ACIDE CHLORIDRIQUE CL8 UN No1789 IMDG PAGE No:

    SEM No: MFAG No: STOWED ON BOARD: GROUP: CAT:

    OBSERVAES: IMDG CODE E A TABELA DE SEGREGAO DAS CARGASPERIGOSAS.

    EMS No = EMERGENCY SCHEDULE NUMBER (PUBLICAO . EM SEPARADO)

    MFAG No = MEDICAL FIRST AID GUIDE (PUBLICAO EM SEPARADO)

    = SIGNIFICA QUE A ENTRADA COM UN NO FOI APAGADO DO

    CAPTULO 2 - LISTA DE CARGA PERIGOSA.

    = A LINHA HORIZONTAL SIGNIFICA QUE A SUBSTNCIA AINDA NO

    FOI INCLUDA NO IMDG CODE.

    GRUPO I = GRANDE PERIGO

    GRUPO II = MDIO PERIGO

    GRUPO III = MENOR PERIGO

    CATEGORIA A =ON DECK OR UNDER DECK (Navios cargueiros e de

    passageiros)

    CATEGORIA B = ON DECK OR UNDER DECK (navios cargueiros e navios at

    25Passageiros).

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    ON DECK ONLY ( navios de passageiros)

    CATEGORIA C = ON DECK ONLY (navios cargueiros de passageiros)

    CATEGORIA D = ON DECK ONLY (navios cargueiros e navios de at 25

    passageiros).

    PROHIBITED (navios de passageiros)

    CATEGORIA E = ON DECK OR UNDER DECK (navios cargueiros e navios de at

    25 passageiros)

    PROHIBITED (navios de passageiros).

    1. AWAY FROM = SEPARADO DE NO MNIMO 3 METROS

    2. SEPARATED FROM = EM DIFERENTES COMPARTIMENTOS QUANDO

    ESTIVADO SOB O CONVS. NO CONVS SEPARADO DE PELO MENOS 6

    METROS

    3. SEPARATED BY A COMPLETE COMPARTMENT OR HOLD = SEPARADO

    POR UM COMPLETO COMPARTIMENTO OU PORO. NO CONVS

    SEPARADO DE PELO ,MENOS 12 METROS.

    4. SEPARATED LONGITUDINALLY BY AN INTERVENING COMPLETE

    COMPARTMENT OR HOLD FROM. = SEPARADO LONGITUDINALMENTE

    PELO INTERVALO DE UM COMPLETO COMPARTIMENTO OU PORO.

    X. NO GENERAL SEGREGATION RECOMMENDED = NENHUMA

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    3. CARGA UNITIZADA

    3.1 Tipos de contineres, posicionamento e estivagem a bordo de

    embarcaes full containers, roll-on roll-off e ro-ro caboclo

    Os mais usados so os contineres de 20 ps e 40 ps de comprimento, padro

    ISO, com volume til mdio de 30 a 33 m e 60 a 67 m respectivamente, enquanto a

    carga til mdia da ordem de 18 tm e 27 tm respectivamente.

    O Instituto Nacional de Metrologia e Qualidade Industrial (INMETRO), de acordo com

    a normativa NBR5978/80 da Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT),

    adotou o sistema ISO (International Standards Organization) de tamanhos e

    capacidades dos contineres.

    Tipos de contineres e dimenses.

    CARGA SECA DE 20 e 40 (DRY BOX)

    TETO ABERTO DE 20 e 40 (OPEN TOP)

    VENTILADO DE 20 (SEAVENT)

    TRMICO ATIVO (INTEGRADO OU REEFER) e TRMICO PASSIVO (PORT

    ROLE OU INSUFLADO) DE 20 e 40. HIPOBRICO DE 20

    TANQUE PARA CARGA NO PERIGOSA DE 20 e TANQUE PARA CARGA

    PERIGOSA (IMO I) e (IMO II) DE 20.

    GRANEL SLIDO DE 20 (BULK CARGO)

    ABERTO LATERALMENTE DE 20 e 40 (OPEN SIDE)

    PARA TRANSPORTE DE ANIMAIS DE 20 (LIVESTOCK).

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    PARA AUTOMVEIS DE 40.

    Cdigo de posicionamento de contineres a bordo

    BAY - A DIVISO TRANSVERSAL DE BORDO A BORDO DO NAVIO PELA

    UNIDADE DE UM CONTINER DESTA FORMA:

    OS CONTINERES DE 20 PS SO DE NMEROS IMPARES01, 03, 05, 07,

    OS CONTINERES DE 40 PS SO DE NMEROS PARES 02, 04, 06, 08,

    AS CLULAS 03 e 05 RECEBE A NUMERAO 04

    AS CLULAS 07 e 09 RECEBE A NUMERAO 08

    AS CLULAS 19 e 21 RECEBE A NUMERAO 20

    AS BAYS SO FORMADAS POR CLULAS GUIAS (VIGAS DE AO) E

    DIVIDIDAS NO SENTIDO BE / BB POR OUTRAS CLULAS GUIAS FORMANDO

    OS ROWS.

    ROW A DIVISO LONGITUDINAL DE PROA A POPA, PARA BE E PARA BB:

    PAR OS CONTINERES DE BB 02, 04, 06, 08 ETC.

    OS CONTINERES DO PLANO DIAMETRAL (LINHA DE CENTRO) 00

    IMPAR OS CONTINERES DE BE 01, 03, 05, 07 ETC.

    OBSERVAO: SE O NMERO DE CONTINERES NO ROW FOR PAR, NO

    TEMOS O ROW CENTRAL (00).

    TIER (ALTURA) A DIVISO HORIZONTAL DOS SLOTS A BORDO.

    NO COBRO 02, 04, 06, 08 ETC.

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    NO CONVS 72, 74, 76. (O N SETE INDICA O MXIMO (7) DE ALTURA).

    EXEMPLO: CONT. BAY(COLUNA) ROW(FILEIRA) TIER(ALTURA)

    030204 20 BAY 3 1 BB 2 NO COBRO

    100506 40 BAY 10 (9 e 11) 3 BE 3 NO COBRO090172 20 BAY 9 1 BE 1 NO CONVS

    200074 40 BAY 20 (19 e 21) CENTRAL 2 NO CONVS

    Navios Roll on / Roll off

    Como o prprio nome sugere, roll-on / roll-off um sistema operacional onde

    as cargas embarcam e desembarcam sobre rodas, em movimentos horizontais,

    minutos aps a manobra de atracao. Os navios tipo Ro-Ro tm provado sua

    grande popularidade principalmente nos perodos de frias, quando proprietrios de

    carros populares se deslocam em grande nmero, para fazer turismo dirigindo

    seus prprios veculos.

    Atualmente, a frota mercante de navios Ro-Ro est subdividida em vrios tipos com

    dezenas de projetos e equipamentos diferentes, para atender s mais diversas

    solicitaes dos usurios e seus sistemas de apoio ao trfego martimo, com os

    seguintes tipos de embarcaes:

    Prprias para o transporte somente de veculos.

    Prprias para o transporte de veculos e passageiros.

    Prprias para o transporte de veculos e contineres.

    Ro-Ro caboclo

    O conceito drive-through levou a projetos de pequenos ferries com portas e

    rampas na proa e popa, permitindo o rpido embarque e desembarque de veculos

    sem necessidade de manobras a bordo.

    O Ro-Ro Caboclo constitudo por uma balsa com rampas manuais na proa e na

    popa e como no possue propulso prpria transportada atravs de nossos rios,

    canais e vias de acesso por Rebocadores Empurradores.Atualmente no Rio Amazonas, a maioria das balsas no necessitam mais de

    rampas, porque diversos portos so providos de rampas prprias, que so

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    movimentadas por diversos processos.

    embarcaes frigorficas e embarcaes convencionais

    Embarcaes frigorficas so navios em que seus pores (cobros e cobertas) so

    destinados ao acondicionamento e transporte de cargas refrigeradas e congeladas

    nas mais diversas temperaturas.

    As cargas refrigeradas bastante transportadas so: frutas natalinas (cartes com

    mas, peras, uvas, tmaras, ameixas frescas e secas, nozes, passas, etc. );

    caixas com bacalhaus; cartes com manteiga enlatada e manteiga empacotada,

    sucos, etc..

    As cargas congeladas mais comuns so: carnes bovinas em quartos; cartes

    com carnes bovinas, com porcos, com carneiros, com peixes, com lagostas,

    com camares, etc.

    Em determinadas ocasies da viagem, sempre que no tenham cargas frigorificadas

    totais, costumam carregar nos pores disponveis, cargas gerais leves que no

    danifiquem os revestimentos dos pores e mantidas temperatura ambiente, sobre

    ventilao forada.

    Os navios cargueiros convencionais costumam ter diversos pores para carga geral

    e um nico poro para carga frigorificada, que em diversas ocasies transportam

    cargas gerais leves. A diferena entre o navio frigorfico e o navio convencional

    que no navio frigorfico, todos os pores so para carga refrigerada ou congelada;

    enquanto que no navio convencional, apenas um poro para carga frigorificada.

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    4. GRANIS SLIDOS

    4.1 Caractersticas principais de embarcaes graneleiras

    Os navios graneleiros so projetados para transportar diferentes tipos e grandes

    quantidades de carga, como gros, acar, fertilizantes, sal, minrios, etc.,

    embarcados a granel diretamente nos pores. So navios de grande porte, alguns

    com capacidade de carga superior a 300.000 toneladas de Porte Bruto.

    Um tpico poro de um graneleiro, possuem a forma da figura adiante, mostando um

    duplo-fundo, com inclinaes laterais no fundo, em forma de rampa, para facilitar a

    descarga por grabs (so auto-rechegveis). Os tanques laterais elevados (Top side

    tanks) foram projetados para transportar diferentes tipos de gros, operando como

    se fossem alimentadores, para eliminar os espaos vazios abaixo do convs (Solas

    74), bem como para lastro. Os tanques laterais elevados o tornam auto-estivveis

    lateralmente,

    figura 9

    Todos os graneleiros possuem aparncias similares, com um longo convs principal,

    superestrutura e praa de mquinas a r dos pores de carga. Os navios ORE/OIL e

    OBO (ORE/BULK/OIL) so equipados com bombas e podem ser identificados pelas

    redes de carga para petrleo, bem como os aparelhos de fora para movimentar os

    mangotes. Alm disso, os graneleiros podem ser diferenciados dos petroleiros por

    possurem altas escotilhas.

    alto - estivvelalto - rechegvel

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    4.2 principais itens para o carregamento de granis

    1. Hora GMT em que o navio entrar em aluguel (ON HIRE). O Comandante deve

    retornar, informando a posio geogrfica, se navegando; nome do porto, se

    fundeado ou atracado. Informar tambm o leo combustvel existente no momento.

    2. Visita do inspetor para confirmao das quantidades atravs da ARQUEAO DA

    CARGA (Draft Survey).

    3. Portos de carga e descarga associados s quantidades a movimentar. Nome, tipo

    e caracterstica da carga, fator de estiva, ngulo de repouso, teor de umidade, teor deoleosidade, quantidades bsicas e seus percentuais MOLOO (+ ou de 5% a 15%) se

    houver da carga a ser transportada, cuidados especiais ( tais como: temperatura,

    ventilao, desgaseificao, etc).

    4. Calado mximos contratuais para os portos da derrota.

    5. Limitaes de AIR DRAFT (da linha dgua at a tampa da braola da escotilha)

    6. Plano de carga prvio e sequncias ou passagens de carga nos pores( Serve para

    o navio minimizar esforos impostos ao casco)

    7. Instante da apresentao do aviso de prontido (NOTICE OF READINESS).

    8. ETA (Expecting Time of ArrivaL) (Hora Estimada de Chegada).

    9. Aps o embarque da carga a granel, ser feito o clculo do total embarcado nos

    pores (DRAFT SURVEY ARQUEAO DA CARGA).

    4.3 ngulo de repouso das diversas cargas a granel

    o ngulo compreendido entre o plano horizontal e a superfcie do cone formado pela

    carga de gros ao ser despejada sobre aquele plano.

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    NGULO DE REPOUSO PARA DIVERSOS GROS

    ARROZ 20 GRAUS

    MILHO 21 GRAUS

    AVEIA 21 GRAUSLINHAA 21 GRAUS

    SOJA 22 GRAUS

    TRIGO 23 GRAUS

    CENTEIO 32 GRAUS

    CEVADA 47 GRAUS

    4.4 critrios de estabilidade de embarcaes transportando gros

    Com este tipo de carga, existe a possibilidade de haver um movimento do gro

    quando o navio estiver sofrendo balanos de amplitude superior ao ngulo de repouso

    do gro. Este movimento acarreta uma mudana na posio do centro de gravidade

    do navio na condio considerada, o que diminui a estabilidade para o bordo do

    movimento. Ento, tudo feito para que se, por acaso, houver esse movimento, o

    ngulo de banda permanente no seja maior que o valor exigido pela CISVHM SOLAS 1974 CAPTULO VI REGRA 4 INTERNATIONAL CODE FOR THE SAFE

    CARRIAGE OF GRAIN IN BULK e segundo a Resoluo A264 (VIII) da IMO:

    1 - O ngulo de banda causado pelo deslocamento do gro no deve ser

    maior que 12.

    2 - No diagrama de estabilidade esttica, a rea livre ou residual entre a

    curva do brao de banda e a curva do brao de endireitamento, at o ngulo de

    banda correspondente diferena mxima entre as coordenadas dessas duascurvas, ou at um ngulo de 40, ou ainda at o ngulo de alagamento -

    (tomando-se o menor desses valores) deve, em todas as condies de

    carregamento, ser pelo menos igual a 0,075 metro-radiano.

    3 A altura metacntrica inicial, aps a correo dos efeitos de superfcie

    livre dos lquidos contidos nos tanques, no deve ser inferior a 0,30 metro.

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    4.5 carregamento planejado de granel

    Efetuar o carregamento de Carvo Collinsville cujo Fe = 1,3 m/tm. Quantidade da

    carga: 50.000 tm 10% MOLOO. Anexo, cpias do Caderno de Estabilidade do navio

    tipo Panamax, para a execuo dos clculos.

    CAPACIDADE DOS PORES

    PORO n 1 12.635 m

    PORO n 2 11.896 m

    PORO n 3 12.207 m

    PORO n 4 12.234 m

    PORO n 5 12.272 m

    PORO n 6 12.245 m

    PORO n 7 12.231 m

    4.6 formulrio obrigatrio usado quando carregando gros

    Efetuar o carregamento de milho cujo fator de estiva igual 1,3 m/tm. Quantidade da

    carga: 65.000 tm. Anexo, Formulrio Nacional Cargo Bureau, Inc.

    Dados recebidos do Chefe de Mquinas e Contramestre referente a sondagens dostanques:

    TQ DF 5/6 OC BB + BE 1.462 tm TQ 61 I BE OL P/CIL 11tm

    TQ DF 7 OC BB + BE 746 tm TQ 61 II BE OL P/CIL 12 tm

    TQ 17 OC BE 152 tm TQ 41 OL CIRC. 9 tm

    TQ 13 SEDMT OC BE 0 TQ 95 OL ARM. BE 15 tm

    TQ 18 SERV. OC BE 59 tm TQ 43 OL ARM. BE 14 tm

    TQ 91 SOBRA OC BB 9 tm TQ 94 OL REC. BE 5 tmTQ 45 OL P/MCA BE 6 tm

    TQ 29 SERVIO OD BE 40 tm TQ 76 I GUA POT. BB 160 tm

    TQ 35 I ARM. OD BB 86 tm TQ 76 II GUA POT BE 222 tm

    TQ 35 II ARM OD BE 77 tm TQ 74 GUA DEST. BB 58 tm

    TQ 15 ARM OD BE 138 tm

    TQ 92 SOBRA OD BE 15 tmTRIPULANTES / MANTIMENTOS / SOBRESSALENTES 120 tm kg = 22,50m

    DESLOCAMENTO LEVE 13.377 tm kg= 11,20m

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    CAPACIDADE DOS PORES + ESCOTILHAS

    PORO 1 = 12.969 m

    PORO 2 = 12.230 m

    PORO 3 = 12.541m

    PORO 4 = 12.568 m

    PORO 5 = 12.606 m

    PORO 6 = 12.579 m

    PORO 7 = 12.565 m

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    5. PETRLEO E DERIVADOS

    5.1 Embarcaes transportadoras de petrleo e seus derivados

    Os navios construdos para o transporte de lquidos a granel podem ser classificados

    de acordo com o tipo de carga a transportar ou conforme sua tonelada de porte

    bruto. Neste item vamos nos prender apenas no tipo de carga a transportar.

    a) De acordo com o tipo de carga a transportar:

    Transportador de leos crus. So os navios VLCC - VERY LARGE CRUDE

    CARRIER que de acordo com o Tanker Handbook esto entre 160.000 a 320.000

    TPB. Os ULCC ULTRA LARGE CRUDE CARRIER so navios de mais de 320.000TPB.

    Transportador de produtos claros ou limpos. So navios menores,

    dedicados ao transporte de produtos destilados como, por exemplo: gasolina, diesel,

    querosene; ou seja, cargas com pouco resduos, da a expresso claros ou limpos.

    Transportador de produtos escuros ou sujos. So navios similares, em

    tamanho, aos de produtos claros, destinam-se ao transporte de leos combustveis

    pesados e outros produtos similares.Transportador dedicado. So aqueles empregados apenas para o transporte

    de um determinado tipo de produto como, por exemplo, betume. Outro bom exemplo

    o navio empregado exclusivamente para alvio ou estocagem nos poos petrolferos

    das plataformas continentais.

    Transportador especial ou especializado. Nesta categoria esto includos os

    navios qumicos e os transportadores de gases qumicos ou de origem petrolfera.

    5.2 - regras de construo das embarcaes petroleiras, de acordo com a

    legislao internacional

    A conveno MARPOL 73/78 (International Convention for the Prevention of

    Pollution from Ships) estabelece regras para preveno do meio ambiente dos

    mares e costas contra a poluio, atravs da eliminao completa da poluio

    internacional do meio ambiente martimo por leo ou outras substncias nocivas e a

    minimizao dos despejos acidentais ou no, de tais substncias. Esta conveno

    constitui-se de cinco anexos, tratando cada um de assuntos especficos.

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    ANEXO I Trata especificamente de regras antipoluio por leo. Estabelece normas

    para construo e equipamentos dos navios transportadores de petrleo e seus

    derivados, assim como, procedimentos a serem adotados em operaes que

    envolvam o manuseio de leos de origens petrolferas.

    Tanque significa um compartimento fechado, formado pela estrutura permanente de

    um navio e que projetado para o transporte de lquido a granel.

    Tanque lateral significa qualquer tanque adjacente s chapas do costado.

    Tanque central significa qualquer tanque entre anteparas longitudinais.

    Tanque de resduos significa um tanque designado especialmente para coletar as

    drenagens de tanques, lavagens dos tanques e outras misturas oleosas.

    Tanque de lastro segregado (SBT) o tanque projetado exclusivamente para o

    transporte de lastro limpo, completamente separado do leo de carga e de leo

    combustvel. Ele servido por bomba e tubulao prpria para atender as suas

    finalidades.

    Equipamento monitor de descarga de hidrocarboneto um equipamento

    aprovado pela Administrao, regulado para indicar um teor em hidrocarboneto no

    efluente no excedendo 15 partes por milho. Essa indicao comprovativa de que

    o lastro limpo, no obstante a presena de traos visveis.

    Equipamento separador hidrocarboneto/gua todos os navios de arqueao

    bruta igual ou superior a 400 tm sero providos de um equipamento separador leo /

    gua ou com um equipamento de filtragem, em cumprimento das disposies da

    regra 16.

    5.3 operaes de lastro, deslastro, carga e descarga de um navio petroleiro

    LASTRO E DESLASTRO. O navio, ao aproximar-se do porto de carregamento, deve

    ter somente o lastro exigido pelas condies do porto e indicados pela praticagem

    local, e tudo deve ficar pronto para a retirada do lastro restante. To depressa termine

    a atracao, procede-se ao bombeamento do lastro exigido para a manobra de

    atracao; ou para o mar (lastro limpo) ou para as instalaes em terra, conforme o

    regulamento do porto.

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    PLANEJAMENTO DO CARREGAMENTO. De posse do produto ou produtos a

    carregar, fazem-se os clculos sobre o volume do produto e sua distribuio.

    Os carregamentos de um s produto no apresentam dificuldades maiores, pois no

    tero que ser considerados os volumes ocupados pelos diversos produtos, nem se

    correr risco de contaminao.

    Os carregamentos de vrios produtos, depende da escolha dos tanques, dos volumes

    e pesos dos produtos, estado da limpeza dos tanques, distribuio da carga no navio,

    ordem de sucesso dos produtos a receber, linhas a utilizar e ordem de descarga.

    Num carregamento de DIESEL QUEROSENE GASOLINA por uma mesma linha,

    devemos iniciar o carregamento pelo produto mais vulnervel e na seguinte

    sequncia: QUEROSENEDIESELGASOLINA.

    Presumindo-se o navio em condies de carregamento, o Imediato em companhia do

    Inspetor do Term