apostila didatica - uninove

Upload: edson-guttilla

Post on 19-Jul-2015

1.080 views

Category:

Documents


4 download

TRANSCRIPT

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

1

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

Este material parte integrante da disciplina Didtica do Ensino Superior oferecido pela UNINOVE. O acesso s atividades, as leituras interativas, os exerccios,chats,frunsdediscussoeacomunicaocomoprofessordevemser feitosdiretamentenoambientedeaprendizagemonline.

2

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

Sumrio

AULA01PRESSUPOSTOSECARACTERSTICASDADIDTICA.............................................4 AorigemdaDidtica ...................................................................................................................5 Exerccios....................................................................................................................................9 AULA02ATUAODOPROFESSORUNIVERSITRIO:ENSINOOUAPRENDIZAGEM? ....11 Abordagemtradicional...............................................................................................................13 Abordagemcomportamentalista ................................................................................................13 Abordagemhumanista...............................................................................................................14 Abordagemcognitivista .............................................................................................................15 Abordagemsciocultural ..........................................................................................................15 Exerccios..................................................................................................................................16 AULA03AENSINAGEM:NOVOPARADIGMADEATUAODOPROFESSOR UNIVERSITRIO..........................................................................................................................18 Processodeensinagem ............................................................................................................20 Exerccios..................................................................................................................................22 AULA04OPLANEJAMENTODEENSINO ................................................................................24 Nveisdeplanejamento:educacional,institucional,curricularedoensino ................................25 Planejamentoeducacional.....................................................................................................25 Planejamentoinstitucional .....................................................................................................26 Planejamentocurricular .........................................................................................................26 Planejamentodoensino ........................................................................................................26 Comoelaborarplanosdeensino ...............................................................................................27 Planodedisciplina.................................................................................................................28 Planosdeunidade.................................................................................................................28 Planodeaula.........................................................................................................................29 Exerccios..................................................................................................................................30 AULA05OPROFESSORUNIVERSITRIONASELEOEORGANIZAODOS CONTEDOSDEENSINO ...........................................................................................................31 Papeldoscontedosnoplanejamentodoensino......................................................................32 Critriosparaaseleodoscontedos.....................................................................................34 Ordenaodoscontedos.........................................................................................................35 Exerccios..................................................................................................................................36 AULA06AULASEXPOSITIVAS:UMAESTRATGIADECOMUNICAO..............................38 Exerccios..................................................................................................................................43 AULA07AUTILIZAODOSRECURSOSTECNOLGICOSNOENSINOSUPERIOR .........45 Exerccios..................................................................................................................................53 AULA08AVALIAODAAPRENDIZAGEMNOENSINOSUPERIOR .....................................55 Exerccios..................................................................................................................................62 AULA09ESTUDODECASO .....................................................................................................63 BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................64

3

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

Nestaaula,buscasediscutirosmotivosquejustificamoestudodadisciplinaDidtica,que desdesuaorigem,portersidoinauguradacomoumaartedeensinar,desperta,nosestudantes,o desejodeadquirirtcnicas,mtodoscapazesdeensinarqualquerturmadeestudantes.O professoruniversitrionofogedessasexpectativas.Parasuaatuao,emsaladeaula,exigia seapenasodomniodesaberesefacilidadedecomunicao,dispensandoosestudosdessa disciplina.Atualmente,eleprecisadeconhecimentosdareaquelecionaedehabilidades pedaggicasparaproporcionarumaprendizadoeficaz.

AULA 01 PRESSUPOSTOS E CARACTERSTICAS DA DIDTICANesta aula, discutiremos os pressupostos da Didtica, suas caractersticas e as expectativasquedespertanosalunos,notocantestcnicasparaensinar. A preocupao com a formao docente superior recente na histria da educao brasileira. Antes se pensava que, para ensinar, bastava saber se comunicar de forma clara e possuirconhecimentosnareadeatuaopretendida,eoquesustentavaessaposioeraque osalunos,porseremadultos,noprecisariamdoauxliodepedagogos. Convm lembrar que pedagogia, de origem grega, significa paidos=criana

gogein=conduzir,paraentenderque,seosestudantesuniversitriossoadultosesabemoquepretendem,ento,necessitamapenasdeprofessoresparatransmitirconhecimentoseesclarecer suas dvidas. Fica justificado o motivo pelo qual a formao do professor universitrio exigia o preparodepesquisadoresessacondioerasuficienteparaoexercciodafunodocente,pois umbompesquisador,certamente,seriaumprofessorcompetente. O que se discute, ento, a partir dessas consideraes, o despreparo e o desconhecimentocientficodoprocessoensinoaprendizagem,peloqualodocenteuniversitrio responsvelquandoentranasaladeaula. Geralmente, esse professor recebe a ementa da disciplina pronta e planeja suas aulas individualmente, no sendo orientado sobre processos de planejamento, metodologias e avaliaoporoutrolado,afaltadedidticaumadascrticasmaiscontundentesaoprofessor universitrioe,dessaforma,oestudodaDidticatornasenecessrio,comoveremosaseguir.

4

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

Professor Ainflunciadenovasconfiguraesdotrabalho,nasociedadecontempornea,reduza empregabilidade,decorrendodao afluxodosprofissionaisliberais,exempregados ao exercciodadocncianoensino superior,resultando naexpansodeofertadecursos superiores de graduao e de psgraduao lato e stricto senso. A LDBEN 9394/96 recomenda preparao pedaggica (no processo de formao) para o exerccio da docncia no ensino superior, ao exigir, nesse nvel, parcela de seus professores em nveldepsgraduao,emprogramasdemestradooudoutorado,sendoqueamaioria deles no oferece disciplinas de carter didticopedaggico. O desenvolvimento de habilidades pedaggicas dos professores universitrios ocorre por meio de leituras individuaisoucursosespecficos,eadidticaoferecenovaspossibilidadesnaformao dosprofessoresemquesto.

AorigemdaDidticaADidticasurge,noBrasil,comoumadisciplinanoscursosdeformaodeprofessores,a partirde1934(USP),paraoferecer,aosbacharisdasvriasreas,conhecimentospedaggicos necessriossatividadesdeensinar. Comosesabe,aDidticafoiinauguradacomoaartedeensinartudoatodos,porJean Amos Comenius (15921670). A pretenso do monge luterano era criar um mtodo universal, invarivel,capazdeorientarotrabalhodocente.NaapresentaodaDidticaMagna,ouTratado

daarteuniversaldeensinartudoatodos,comentaosobjetivosdesuaproposta:Aproaeapopadanossadidtica ser investigaredescobrir omtodo segundo oqual os professoresensinem menoseosestudantesaprendammaisnasescolas,hajamenosbarulho,menosenfado,menos trabalhointil,e,aocontrrio,hajamaisrecolhimento,maisatrativoemaisslidoprogressona Cristandade,hajamenostrevas,menosconfuso,menosdissdios,maisordem,maispazemais tranqilidade. Percebese a relao entre a Didtica e o ensino (menos trabalho intil), em que o professorensinamenoseoalunoaprendemais. Desde ento, a Didtica e o ensino associamse como arte, entendida, nesse contexto, comoumatcnica,modoespecficoderealizarumatarefaeumofcio,comoosabertcnicodo arteso, do operrio, do trabalhador. O professor, ento, algum que conhece e domina sua profisso,umprofissionalespecializado.Oensinopensadocomoumaprofisso.5

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

Didtica Atualmente, nos deparamos com diferentes definies de didtica e, em quase todas elas,apresentasecomocincia,tcnicaouartedeensinar. NodicionrioaparececomopartedaPedagogiaquetratadospreceitoscientficosque orientamaatividadeeducativademodoatornlamaiseficiente(HOUAISS,2001).A pedagogia tradicionalmente a arte e a cincia da educao, enquanto a didtica aparececomoacinciaeaartedoensino. ParaMaseto(1997),Didticaoestudodoprocessodeensinoaprendizagememsala deaulaedeseusresultados. Outra definio, encontramos em Libneo (1994), onde a Didtica surge quando os adultoscomeamaintervirnaatividadedeaprendizagemdascrianasejovensatravs da direo deliberada e planejada do ensino, ao contrrio das formas de interveno maisoumenosespontneasdeantes.

O legadode Comeniuse dospedagogosde seu tempo, como Rousseau, e Herbart,por exemplo, revelam que, at o final do sculo XIX, a Didtica fundamentase na Filosofia, entretanto,demonstrasignificativoavanoemrelaosconcepespsicolgicasdominantesna poca,masfoiapartirdofinaldestesculo,queelabuscafundamentostambmnascincias,na BiologiaenaPsicologia,pormeiodepesquisasexperimentais. Rousseau(17121778)trouxeumnovoconceitodeinfncia,comnfasenasuanatureza. Transformou o mtodo de ensinar em um procedimento natural, exercido sem pressa e sem livros.Aoquestionaromtodonicoevalorizarosujeitoqueaprende,lanaasbasesdaEscola Nova. Herbart(17761841)lanouasbasesdapedagogiacientfica.Criouospassosformaisda aprendizagem, dos quais surgiram os passos formais do ensino: clareza (na exposio), associao(dosconhecimentosnovoscomosanteriores),sistemaemtodo.Seusdiscpulosos transformaram em: preparao (da aula, da classe: motivao), apresentao, associao, sistematizaoeaplicao(dosconhecimentosadquiridos). Nessadidtica,oensinodependedoprofessor,quepreparasuasaulasdeacordocomos passosformaiseseresponsabilizapelosucessodoensino. Comparando ambos, percebemos que, se para Rousseau, a nfase est no sujeito que aprende, para Herbart, o mais importante o mtodo (de ensinar), retomando o desejo de Comeniuscomomtodonico.6

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

NoinciodosculoXX,vriosmovimentosdereformaescolarreconhecemqueaDidtica tradicional insuficiente. Surge a necessidade de se considerar os aspectos psicolgicos envolvidosnoprocessodeensino. O movimento escolanovista aparece como uma nova forma de tratar os problemas da educao em oposio s formas tradicionais de ensino, sendo que, para algumas vertentes dessemovimento,arefernciacientficaapsicologiadasdiferenasindividuais. Ditodeoutraforma,suapretensoconsistianummovimentoderenovaopedaggicade cunho tcnico, pois buscava aplicar, na prtica educativa, os conhecimentos derivados das cinciasdocomportamento. ApartirdasegundadcadadosculoXX,aDidticasegueospostuladosdaEscolaNova. Nessesentido,destacaanecessidadedesepartirdasnecessidadeseinteressesespontneose naturaisdacrianaevalorizarosprincpiosdeatividade,liberdadeeindividualizao. A criana no mais vista como um adulto em miniatura, no mais um ser passivo transmisso dos conhecimentos pelo professor, mas um aluno ativo, que se autoeduca num processonatural. Aidiabsicaqueaalunoaprendemelhorporsi.Apartirda,asdiferenasindividuaise autilizaodejogoseducativospassamaservalorizados. Na didtica da Escola Nova, o aluno considerado como o sujeito da aprendizagem, cabendoaoprofessorcolocloemsituaesdeinvestigao,principalmenteincentivar,orientare organizarsituaesdeaprendizagem,deacordocomascapacidadesecaractersticasindividuais dosalunos. Adidticacontribuiparaconstituirofundamentodoliberalismoeconmico,poisforneceas bases cientficas para explicar as diferenas individuais e as desigualdades escolares (o fracasso),comoprpriasdanaturezaindividualdecadacriana. O que, primeira vista, significava uma revoluo democrtica nos mtodos de ensinar, porque se opunha ao mtodo tradicional, prprio da classe dominante, de forma contraditria, serviuparajustificaradesigualdadesocialeescolar. Nessalgicadaexcluso,aescolaparatodoseosprofessoresestoaliparaensinar. Se o aluno aprende ou no, a responsabilidade no do professor, de sua didtica, de seus mtodos, do queensina, das maneiras queavalia, daforma como se relaciona com os alunos. Tambmnoresponsabilidadedaescola,damaneiracomoseorganizaouselecionaosalunos. Ambos, professor e escola, cumpriram seus papis determinados pela sociedade, agora, se o7

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

aluno no tem condies naturais e sociais para aprender, a responsabilidade no nem da escolaenemdosprofessores. Dessa anlise, surge um movimento de eliminao da Didtica e sua substituio por disciplinas de contedos mais crticos, que no reproduzissem as ideologias da classe dominante,comoaHistriadaEducaoeaSociologiadaEducao,gerandooentendimentode queoprofessornoprecisadedidtica. Na Pedagogia Renovada, cujas razes assentamse na psicologia experimental (empirismo), a finalidade da educao est nas leis do desenvolvimento da criana e realizada comobjetividadecientfica. Dessaforma,tantoadidticacomoteoriadeensino,quantoaPedagogiacomoteoriada educao, restringese aos mtodos e procedimentos, entendidos como aplicao de conhecimentoscientficoseemtcnicasdeensinar. A partir dos anos 60 e, posteriormente, no final do sculo XX, com o desenvolvimento tecnolgicoedainformtica,surgeumnovoparadigmadidticocompredomniodastcnicas,ea didtica resumese no desenvolvimentode novas tcnicas de ensinar, e o ensino, na aplicao delasnasvariadassituaes. A funo da Didtica consiste em fornecer, aos futuros professores, os meios e os instrumentos eficientes para o desenvolvimento e o controle do processo de ensinar, visando resultadosmaiseficazes. Osfinsdoensinosodefinidospeloqueasociedade(classedominante)esperadaescola: prepararparaomercadodetrabalho,sendoesseocritriodeavaliaodosistemaescolar. Nos cursos de licenciatura predomina uma didtica instrumental (desejada pelos licenciados),poissebuscaummtodo,umatcnicacapazdeensinartodaequalquerturmade estudantes. A Didtica,como arte etcnica, infelizmenteainda influencia asexpectativas dosalunos dos cursos de licenciatura. Quando indagados sobre o que esperam da disciplina Didtica, a maioriamanifestaodesejodeadquirirtcnicasparabemensinar.

8

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

Em relao s expectativas do docente universitrio e a disciplina Didtica, algunsmitosaindasemanifestam,comoveremosaseguir: 1) Resumir a preparao do professor a uma disciplina pedaggica. Nesse caso, a Pedagogia a teoria da educao e a Didtica teoria de ensino com conhecimentos tcnicosinstrumentais,queoferecereceitasssituaesdeensino. 2) Restringir o campo da Pedagogia e o da Didtica s questes e aprendizagem de crianaseadolescentes 3)Reduziradocnciaaoespaoescolar.

Diantedoacimaexposto,qualatarefadaDidtica? Sabendose que o ensino um fenmeno complexo e o ensinar uma prtica social, a tarefadaDidticacompreenderofuncionamentodoensinoemsituao,suasfunessociais, suasimplicaesestruturais,dialogarcomosoutroscamposdeconhecimento,numaperspectiva multieinterdisciplinar,rever,apropriarseecriarnovosconhecimentosquesurgemnassituaes deensino(astcnicas,osmtodos,asteorias). Atualmente,o professor precisade conhecimentos dareaque leciona edehabilidades pedaggicasparaproporcionarum aprendizado, cuja eficciadependede sua visode mundo, deserhumano,decinciaedeeducao. Nas prximas aulas, sero abordados os temas relevantes formao do professor universitrio, dentre eles, contedos, objetivos,mtodos de ensino, avaliao, planejamento, de formaaevidenciarotrabalhodidticocomprometidocomatotalidadedoprocessoeducativo,na perspectivadaconstruodoconhecimento.

Exerccios1.Deacordocomoqueestudamosnaaula1,podemosafirmarqueaDidticaumadisciplina prescritiva,normativaeumatcnicafrutodeumacincia. a)Incorreta. b)Correta. 2.ALDBEN9394/96recomendaprocessodeformaoparaoexercciodadocncianoensino superior ao exigir, nesse nvel, parcela de seus professores em nvel de psgraduao, em programasdemestradooudoutorado. Essaafirmativaest: a)Correta.9

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

b)Incorreta. 3. O movimento escolanovistaopunhase ao mtodo tradicional, prprioda classe dominante, e serviuparaacabarcomadesigualdadesocialeescolar. Podesedizerqueessaidiaest: a)Correta. b)Incorreta. 4. A Didtica como arte e tcnica, infelizmente ainda influencia as expectativas dos alunos dos cursosdelicenciatura.Essaafirmativaest: a)Correta. b)Incorreta.

RespostasdosExerccios1.De acordocom oque estudamosnaaula1,podemos afirmarque aDidtica umadisciplina prescritiva, normativa e umatcnica frutodeumacincia. RESPOSTACORRETA:A Essa afirmativa est incorreta, pois a Didtica tem sido uma disciplina que prescreve normas e se fundamenta em teorias pr estabelecidas,eque,aocontrriodasoutrasreasdeconhecimento,inaugurousecomomtodouniversaldeensinartudoatodos, enocomotcnica,frutodeumacincia. 2.ALDBEN9394/96recomendaprocessodeformaoparaoexercciodadocncianoensinosuperioraoexigir,nessenvel,parcela deseusprofessoresemnveldepsgraduao,emprogramasdemestradooudoutorado. Essaafirmativaest: RESPOSTACORRETA:B A LBDEN 9394/96 recomenda preparao pedaggica para o exerccio da docncia no ensino superior ao exigir, nesse nvel, parceladeseusprofessoresemnveldepsgraduao,emprogramasdemestradooudoutorado. 3. O movimento escolanovista opunhase ao mtodo tradicional, prprio da classe dominante, e serviu para acabar com a desigualdadesocialeescolar. Podesedizerqueessaidiaest: RESPOSTACORRETA:B Omovimentoescolanovistaopunhaseaomtodotradicional,prpriodaclassedominante,mas,deformacontraditria,serviupara justificaradesigualdadesocialeescolar,numalgicadaexcluso.) 4.ADidticacomoarteetcnica,infelizmenteaindainfluenciaasexpectativasdosalunosdoscursosdelicenciatura.Essaafirmativa est: RESPOSTACORRETA:A Amaioria dos alunos delicenciatura ainda espera adquirirtcnicasparabem ensinar,quandoindagadossobresuas expectativas emrelaoDidtica.

10

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

Estaaulatratadostemasensino,aprendizagemeatuaodoprofessoruniversitrio,que mudadeformaconsidervelsegundoaopoporumdessesplos.Quandooptapeloensino, suasaes,emsaladeaula,soexpressaspeloverboensinarecentralizadasnasuapessoa, qualidadesehabilidades.Quandooptapelaaprendizagem,suasatividadescentralizamseno aluno,sendoofacilitadordaaprendizagem.SegundoMizukami,existemcincoabordagensdo processodeensino:tradicional,comportamentalista,humanista,cognitivistaesciocultural.

AULA 02 ATUAO DO PROFESSOR UNIVERSITRIO: ENSINOOUAPRENDIZAGEM?Estaaulaanalisaoprofessoruniversitrio,que,conformeanfasequecolocanoensino ounaaprendizagem,suaatuaodiversificasedeformasignificativa. Quandopriorizaoensino,suasaes,emsaladeaula,soexpressaspeloverboensinar ecentralizadasnasuapessoa,qualidadesehabilidades.Tratasedoespecialistaemdeterminada readoconhecimentoeasuaarteaartedaexposio. Ele se preocupa com o programa, contedos e critrios para aprovar ou reprovar os alunos. Nessecaso,osalunosrecebemasinformaestransmitidascoletivamenteedemonstram queassimilaramoscontedospormeiodedeveres,tarefasouprovasindividuais. Essa a educao bancria, que se caracteriza, segundo Paulo freire, com o ato de transmitir,depositaroutransferirvaloreseconhecimentos. Nessapostura,omagistrioumavocaoeamissodoprofessorensinar,poispara isso ele se preparou e, conforme se torna especialista na matria e venha dominar a arte de ensinar, ningum melhor do que ele poder contribuir para que, por meio de seu ensino, os alunosaprendam. Poroutrolado,quandooprofessoroptapelaaprendizagem,suasatividadescentralizam senoaluno,suasaptides,capacidades,expectativas,interesses,possibilidades,oportunidades e condies para aprender. Atua, portanto, como facilitador da aprendizagem, e os educadores progressistas,preocupadoscomumaeducaoparaamudana,exemplificamessapostura.Dito deoutraforma,consideraoalunocomoagentedoprocessoeducativo.11

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

Nesse plo (aprendizagem dos alunos), seu papel muda de forma perceptvel, pois, ao invs de ensinar, o professor ajuda o aluno a aprender. A educao no consiste na arte de introduzir idias na cabea das pessoas, mas de fazer brotar idias. Enfim, preocupase com: expectativas dos alunos, aprendizagem significativa e estratgias adequadas para facilitla. Apesar de ser uma postura apoiada numa viso humanista da educao e embasada nas modernasteoriasepesquisaseducacionais,geroualgunsequvocos,comoveremosemseguida. Muitosprofessoresvalorizam,deformaexcessiva,qualidadespessoais(amizade,carinho, compreenso,amor,tolerncia,abnegao)eexcluemdesuafunoatarefadeensinar,poisse pautamnoprincpiodequeningumensinaningum,atribudoaRogers.Medianteoargumento daautoridade,dissimulamsuacompetnciatcnica. Entretanto, para muitos professores universitrios, que aprenderam seu ofcio como os antigos aprendiam (fazendo), essa polmica no existe. No recebem preparao pedaggica especfica ao longo de sua vida profissional e raramente participam de cursos, seminrios ou reunies sobre mtodos de ensino e avaliao da aprendizagem concebem o ensino como transmisso de conhecimentos por meio de aulas expositivas. Embora atentos qualidade do ensino,demodogeral,nosoincentivadosadesenvolversuacapacidadepedaggicae,muitas vezes,nodispemdeinformaosobreaevoluopedaggicauniversitria,queprogrediucom novosconceitosenovosmtodos. Naperspectivaquepriorizaoprofessorcomofacilitadordaaprendizagem,constataseque oensinomaiseficazquandoaaulatecidacomaparticipaodoaluno. Nessecontexto,opapeldoprofessornoselimitaaexplanarseusconhecimentos,pois,a qualquermomento,precisareorientaraaulaegarantirquesejasuperiorleituradeumlivroou assistncia de um filme, mesmo porque muitas aulas ministradas em cursos universitrios no passam de sees de leitura, diferindo de aulas medievais apenas porque o livro utilizado pela gentenaquelapocafoisubstitudopelastransparnciasprojetadas.(GIL,2007,p.10)Uma piada auxilia no entendimento dessa questo: possvel ensinar um cachorroafalar?Sim,emuitofcil.Odifcilfazloaprender .

O ensino, fenmeno complexo, prtica social, uma situao em movimento e diversa conforme os sujeitos, os lugares e os contextos onde ocorre (PIMENTA, 2002, p. 48), abordadosobdiferentesticas. Mizukami definiu cinco abordagens: tradicional, comportamentalista, humanista, cognitivistaesciocultural,asquaisveremosaseguir.

12

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

AbordagemtradicionalEssa abordagem do processo ensinoaprendizagem no se fundamenta em teorias empiricamentevalidadas,masnumaprticaeducativaenasuatransmissoatravsdosanos.Ela inclui tendncias e manifestaes diversas. uma concepo e uma prtica educacional que persiste no tempo, sob diferentes formas, e que fornece um quadro referencial para as demais abordagens. Nessa abordagem, o adulto considerado um homem acabado, pronto, e o aluno, um adultoemminiatura,queprecisaseratualizado. O ensino, em suas diferentes formas, est centrado no professor, que se responsabiliza pela transmisso dos conhecimentos. Voltase para o que externo ao aluno: o programa, as disciplinaseoprofessor. Oalunoexecutaprescriesquelhessofixadasporautoridadesexteriores.Opapeldo professor garantir que o conhecimento seja recebido pelo aluno independentemente do interesseedavontadeprpria. A educao concebida como um produto, os modelos a serem alcanados j esto previamenteestabelecidose,nessesentido,oprocessoirrelevante. O ensino transformase na pura passagem de idias selecionadas e organizadas logicamente,emumarelaoprofessoralunovertical,quepriorizaassituaesdesaladeaula, onde os alunos so instrudos e ensinados pelo professor. A aprendizagem do aluno considerada como um fim, j que os contedos e as informaes so adquiridos e os modelos imitados. De modo geral, o ensino preocupase com a variedade e a quantidade de noes, conceitos, informaes. Caracterizase pelo verbalismo do professor e pela memorizao do aluno. Enfatiza a sistematizao dos conhecimentos apresentados de forma acabada, exigindo tarefasdeaprendizagempadronizadas,comfixaodeconhecimentos,contedoseinformao.

AbordagemcomportamentalistaEssaabordagemcentralizaoprimadodoobjeto(empirismo). O conhecimento uma descoberta, nova para quem a faz, mas j estava presente na realidadeexterior.13

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

Oorganismoestsujeitoscondiesdomeioe,assim,oconhecimentoumacpiade algodomundoexterno. Para os comportamentalistas ou behavioristas, a experincia ou a experimentao planejadasoasbasesdoconhecimento. O papel do professor consiste no planejamento e desenvolvimento de um sistema de ensinoaprendizagem orientado para a maximizao do desempenho do aluno (importam os fatores economia de tempo, esforos e custos), sendo sua responsabilidade assegurar a aquisiodocomportamento. A educao tem, como funo, a transmisso cultural em um mundo objetivo, j construdo,ondeohomemconsideradocomoprodutodomeio. O processo de aprendizagem fundamentase na experimentao planejada, na qual o conhecimento o resultado direto da experincia. A descoberta j se encontrava presente na realidadeexterior. Nessa abordagem, considerandose a prtica educacional, no h modelos ou sistemas ideaisdeinstruo,masaeficincianaelaboraoeutilizaodossistemasmodelosdeensino dependemdashabilidadesdoplanejador,doprofessor.

AbordagemhumanistaO enfoque est, predominantemente, no sujeito, como principal elaborador do conhecimento humano, e o ensino est centrado no aluno, em que se identifica a proposta rogeriana, representando apsicologia humanista e derivado da teoria, tambm rogeriana, sobre personalidadeeconduta. Ohomemvistodeformaindividualizada,emumprocessodecontnuadescobertasobre simesmo,queconcebeaprpriavisodemundoemfunodaperceposobreasexperincias vividas. Arealidadesubjetivaeoconhecimentoconstrisenoprocessodeviraserdapessoa humana,visandoumaaprendizagemsignificativa. Aresponsabilidadepelaeducaodepositadanasmosdoestudante.Cabeinstituio educacional criar condies que facilitem a aprendizagem do aluno, promovendo seu desenvolvimentointelectualeemocional.

14

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

Oprofessorvistocomoumfacilitador,elenoensina,mascriacondiesparaqueos alunosaprendam.Elecriasituaesparaqueoalunoassolucione.

AbordagemcognitivistaImplica no estudo cientifico da aprendizagem como sendo mais que um produto do ambiente,daspessoasoudefatoresquesoexternosaosalunos. So consideradas as formas como as pessoas lidam com os estmulos ambientais, organizam os dados, sentem e resolvem problemas, adquirem conceitos e empregam smbolos verbais. H preocupao com as reaes sociais,mas a nfaseprincipal recai na capacidadedo alunodeintegrarinformaeseprocesslas. Tratase de uma perspectiva interacionista, na qual o conhecimento um produto da interaoentrehomememundo. O indivduo, como um sistema aberto, busca seu desenvolvimento de modo a obter a mximaoperacionalidadeemsuasatividadesmotoras,verbaisoumentais. Aprendersignificaassimilaroobjetoaesquemasmentais.Comooalunoaprendedepende doestgioatual,daformaderelacionamentocomomeio. O processo educacional pautase na criao de situaes desequilibradoras, adequadas ao nvel de desenvolvimento dos alunos, estimulando a construo progressiva de noes e operaes. O ensino, na perspectiva piagetiana, baseiase no ensaio e no erro, na pesquisa, investigao, na soluo de problemas por parte do aluno, ao contrrio da aprendizagem de frmulas,nomenclaturasedefinies,porissosepreocupacomprocessos,enoemprodutosde aprendizagem.

Abordagemsciocultural uma abordagem que enfatiza os aspectos socioculturais que envolvem o processo de aprendizagem,e,comooconstrutivismo,interacionista,considerandoosujeitocomoelaborador ecriadordoconhecimento,einseridoemumdeterminadocontextohistrico.

15

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

Aconstruodoconhecimentosednamedidaemqueohomemrefletesobreoambiente emquevive,apropriandoseetomandoconscinciadesuahistoricidade. Para Paulo Freire, a educao verdadeira consiste na educao problematizadora, que ajuda na superao da relao opressoroprimido. Busca o desenvolvimento da conscincia crticaealiberdadecomomeiosdesuperarascontradiesdaeducaobancria.Suaessncia adialogicidade,pormeiodaqualeducadoreeducandotornamsesujeitosdeumprocessoem quecrescemjuntos. Nessaabordagem,oconhecimentoumatransformaocontnuaenotransmissode contedosprogramados. Parafinalizar,deacordocomdeterminadaabordagemdoprocessoensinoaprendizagem, privilegiaseumououtroaspectodofenmenoeducacional. Naprximaaula,estudaremosasfinalidadesdadocncia:doensinarensinagem.

Exerccios1.OprofessorPaulo,daterceirasriedoEnsinoFundamental,acreditaqueosalunosnopodem ser considerados como seres passivos no processo ensinoaprendizagem.Eleentende quea aprendizagem ocorre quando os alunos interagem com seus objetos de conhecimento, formulamhiptesessobreosmesmos,testamessashiptesese,seforocaso,modificamnas. Assim, Paulo planeja suas aes pedaggicas de modo a criar situaesproblema que desafiemosalunoseoslevemabuscarsolues. Podese dizer que a prtica pedaggica desse professor inspirase na abordagem comportamentalista. a)Correta. b)Incorreta. 2. Na abordagem humanista, que tem Carl Rogers como um de seus principais tericos, o professoratuacomofacilitadordaaprendizagem.Podesedizerqueessaafirmativaest: a)Correta. b)Incorreta. 3.Aessnciadaabordagemsocioculturalodilogo.Essaafirmativaest: a)Correta. b)Incorreta. 4. Atualmente, o professor precisa de conhecimentos da rea que leciona e de habilidades pedaggicas para ensinar seusalunos, cuja eficcia depende de suaformaoacadmicae, principalmente,desuavisodemundo. Podesedizerqueessaidiaest: a)Correta.16

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

b)Incorreta.

RespostasdosExerccios1. O professor Paulo, da terceira srie do Ensino Fundamental, acredita que os alunos no podem ser considerados como seres passivosnoprocessoensinoaprendizagem.Eleentendequeaaprendizagemocorrequandoosalunosinteragemcomseusobjetos de conhecimento, formulam hipteses sobre os mesmos, testam essas hipteses e, se for o caso, modificamnas. Assim, Paulo planejasuasaespedaggicasdemodoacriarsituaesproblemaquedesafiemosalunoseoslevemabuscarsolues. Podesedizerqueaprticapedaggicadesseprofessorinspirasenaabordagemcomportamentalista. RESPOSTACORRETA:B Essaaabordagemcognitivista,emquecabe,aoprofessor,proporcionaraorientaonecessriaparaqueosobjetospossamser exploradospelosestudantessemooferecimentodesoluesprontas. 2. Na abordagem humanista, que tem Carl Rogers como um de seus principais tericos, o professor atua como facilitador da aprendizagem.Podesedizerqueessaafirmativaest: RESPOSTACORRETA:A Nessaabordagem,oprofessornotransmitecontedos,masdassistncia,sendoumfacilitadordaaprendizagem. 3.Aessnciadaabordagemsocioculturalodilogo.Essaafirmativaest: RESPOSTACORRETA:A Aessnciadaabordagemsocioculturalodilogo,pormeiodaqualeducadoreeducandotornamsesujeitosdeumprocessoem quecrescemjuntos. 4.Atualmente,oprofessorprecisadeconhecimentosdareaquelecionaedehabilidadespedaggicasparaensinarseusalunos,cuja eficciadependedesuaformaoacadmicae,principalmente,desuavisodemundo. Podesedizerqueessaidiaest: RESPOSTACORRETA:B Atualmente, o professor precisa de conhecimentos da rea que leciona e de habilidades pedaggicas para proporcionar um aprendizadocujaeficciadependedesuavisodemundo,deserhumano,decinciaedeeducao.

17

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

Estaaulasituaotrabalhodocentenaaulauniversitriaedesenvolveoconceitode ensinagemprocessodeensinodoqualdecorre,necessariamente,aaprendizagemcomoum desafioaserenfrentadopeloprofessoruniversitrio.Noensinoenaaprendizagem,enquanto unidadedialtica,destacaseoprincpiodidticodopapelcondutordoprofessoredaauto atividadedoaluno,emqueoensinouneoalunomatriae,ambos,alunosecontedos,ficam frenteafrentemediadospelaaodoprofessor,queproduzedirigeasatividadeseasaes necessriasparaqueosalunosdesenvolvamprocessosdemobilizao,construoeelaborao dasntesedoconhecimento.

AULA 03 A ENSINAGEM: NOVO PARADIGMA DE ATUAO DOPROFESSORUNIVERSITRIOComo vimos anteriormente, em alguns momentos na histria da Didtica, o ensinar prevaleceu sobre o aprender (com nfase nos mtodos, recursos e centralizada na figura do professor) em outros, o aluno tornouse o centro do processo e o professor o facilitador da aprendizagem. Nestaaula,abordaremosoensinarenquantoatividadesocial,quevisaaaprendizagemde todos,medidaqueaescolaridadecontribuiparaahumanizaoereduodasdesigualdades sociais. O conceito de ensinagem traz consigo a superao da falsa dicotomia, pois carrega os compromissosticos,polticosesociaisdaatividadedocenteparacomosalunoseserealizaem determinadoespaoinstitucional.Nesta,aaodeensinardefinesenarelaocomaaode aprenderepossibilitaomtododialticodeensinar. Muitos processos de ensino, em curso na universidade, reproduzem minipalestras ou reunies de um nmero determinado de pessoas ouvindo uma delas expondo determinado assunto,denominadas,poralguns,deaulamagistral, localondetodosdormemeumapessoa fala . Nessesentido,oatodeensinarrestringeseaulaexpositiva,aqualdesconsideraque,da aodeensinar,seconduzidadeacordocomosfinseducacionais,decorreaaodeaprender.

18

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

A ao de ensinar no se limita simples exposio dos contedos, mas inclui a necessidade de um resultado bem sucedido daquilo que se pretendia fazer no caso ensinar, dirigeseaumameta,quesepodeencontraralmdoslimitesdaprpriaatividadeoudeumde seus segmentos, exigindo condies temporais, local planejado, e estipulado, participao conjuntadossujeitosenvolvidosnoprocesso,professoresealunos. A aula expositiva, como forma nica de ensinar, na qual o professor visto como palestranteeoalunocopistadocontedo,superadapelaaulaenquantomomentoeespaode encontro e de aes, que no deve ser dada, nem assistida, mas construda, feita pela ao conjuntadeprofessoresealunos. Noensinoenaaprendizagem,enquantounidadedialtica,destacaseoprincpiodidtico do papel condutor do professor e da autoatividade do aluno, em que o ensino une o aluno matria, e, ambos, alunos e contedos, ficam frente a frente mediados pela ao do professor, que produz e dirige as atividades e as aes necessrias para que os alunos desenvolvam processosdemobilizao,construoeelaboraodasntesedoconhecimento. Aaprendizagemexigeacompreensodocontedo.Oalunotemque,ativamente,refletir para apropriarse do quadro terico objetivado pelo professor e pelo currculo no processo de ensino,e,paraapropriarse,precisasuperaroaprender(nosentidodetomarconhecimento,reter na memria, mediante o estudo, a observao ou a experincia), para o apreender, do latim

apprehendere, que significa segurar, agarrar, prender, pegar, assimilar mentalmente, entender,compreender. Nessaperspectivaqueaaodeaprendernopassivaeoassistiraulaperdesentido, poisexigeinformarse,exercitarse,instruirse,culminandonaabstrao,eesteomaiordesafio. Zaballa(1998)diferencia,naaprendizagem,caractersticasdequatrotiposdecontedos: Contedos factuais conhecimento de fatos, acontecimentos, situaes, fenmenos concretos e singulares, s vezes menosprezados, mas indispensveis, e cuja aprendizagem verificadapelareproduoliteral. Contedos procedimentais conjunto de aes ordenadas e com um fim, incluindo regras,tcnicas,mtodos,destrezasehabilidades,estratgiaseprocedimentos,verificadospela realizao de aes, dominados pela exercitao mltipla e tornados conscientes pela reflexo sobreaprpriaatividade. Contedos atitudinais valores, atitudes, normas, verificados por sua interiorizao e aceitao,oqueimplicaconhecimento,avaliao,anliseeelaborao).

19

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

Contedos conceituais conjunto de fatos, objetos ou smbolos e princpios (leis e regrasquesereproduzemnumfato,objetoousituao). Apreendernoumprocessoqueseefetivesemrotinasouocorradeformaespontnea oumgica.Exigeescolhaeutilizaodeumametodologiaadequadaaosobjetivosecontedos doobjetodeensinoeosalunoscompetnciadocenteque,almdodomniodocontedo,seja capaz de planejar e efetivar um processo contnuo de aes que possibilitem, aos alunos, construir,agarrar,apreenderoquadrotericoprticopretendidodemomentosseqenciaisede complexidadecrescente.Desafios para superar o paradigma tradicional (professor palestrante e aluno ouvinte): novaconstruodasaladeaula,emquecoabitemtantoodizerdacinciaquantoda leituradarealidade(eaaosobreela),daqualoaluno,comofuturoprofissional,ter dedarconta selecionar,docampocientfico,oscontedoseosconceitosaseremapreendidos organizao das atividades de ensino (responsabilidade do professor) e as de aprendizagem, que devero atender s caractersticas do contedo, do curso, da disciplinae,principalmente,dosalunosenvolvidosnoprocesso estabelecerumprocessodeapreensoeconstruodoconhecimento.

ProcessodeensinagemEsse processo compartilhado de trabalhar conhecimentos, no qual concorrem contedo, forma de ensinar e resultados mutuamente dependentes, denominado de processo de ensinagem. Vasconcelos(1995)contribuiparaacompreensodoprocessodeensinagem,aoreferirse aomtododialticodeensino,noqualtrsmomentossofundamentais: mobilizao do conhecimento: possibilitar, ao aluno, um direcionamento para o processopessoaldeaprendizagem,oqualdeverserprovocadocasoaindanoesteja presente nele, auxiliando na tomada de conscincia das necessidades apresentadas socialmente a uma formao universitria, num clima favorvel interao, ao questionamento, divergncia, adequado para processos de pensamento crticos e construtivos.20

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

construo do conhecimento: o momento do desenvolvimento operacional, da atividade do aluno por meio da pesquisa, do estudo individual, dos seminrios, dos exerccios,noqualseexplicitamasrelaesquepermitemidentificarcomooobjetode conhecimento constituise, sendo a anlise a essncia das atividades propostas ao aluno, que construir uma viso qualitativamente superior, uma sntese nova e reelaborada,cujasatividadesseroorientadaspor: significao processo de vinculao ativa (mediante necessidades, finalidades) do sujeitoaoobjetodeconhecimento

problematizao naorigemdoconhecimentoestpresenteumproblema,gnesequepodeserrecuperadanoestudodocontedo prxisarticularoconhecimentocomaprticaquelhedeuorigem,todaaprendizagem ativa criticidadeconhecimentoligadoaumavisocrticadarealidade continuidaderuptura:partirdavisosincrticapara,sobefeitodaanlise,possibilitara construodeumasntesequerepresenteumconhecimentomaiselaborado historicidade a sntese existente no momento, por ser histrica e contextual, poder ser superada por novas snteses, sem desconsiderar as etapas de elaborao que a humanidadeatravessouparachegarsnteseatual totalidadecombinaraanlisecomasntese. elaboraodasntesedoconhecimentopeloaluno:omomentodasistematizao, daexpressoempricaacercadoobjetoapreendido,daconsolidaodeconceitos. O desenvolvimento do raciocnio, a preciso de conceitos bsicos, o crescimento em atitudes de participao e crtica perante os conhecimentos constituem objetivos essenciais do processodeensinagem. Ensinar um projeto coletivo e, embora cada professor, em sua sala de aula, possua autonomiaparadesenvolversuadisciplina,estaparteintegrantedeumpercursoformativodos alunos.Asdisciplinasprecisamserpensadasnocontextodeumquadrotericoprticoglobalno que se refere ao campo a que pertence, e enquanto um quadro tericoprtico parcial de um processodeformao. Nesse exerccio construdo coletivamente pelos integrantes dos cursos superiores, para superarafragmentaocurricular,convm:pensarcoletivamenteocurso,seusfinsevalores,as sriesiniciais,intermediriasefinaisdoprocessodeformaoprofissional,osprocessosmentais21

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

necessriosaofuturo profissional, a lgica dasdisciplinas, a melhor forma de trabalhar com os contedostendoemvistaosobjetivoseascondiesinstitucionaisnecessrias. O processo de ensinagemefetivase no trabalho conjunto,na parceriadosprofessores entresiealunos,numanovaaventuradoensinareaprenderemsaladeaulanauniversidade,o que exige consideraes sobre a cincia, o conhecimento e o saber escolar, determinantes do trabalhodealunoseprofessores. universidadecabetrataroconhecimento/cincia,transformandoosemsaberescolar, fazendocomqueasnteseapresentadanasdisciplinasemaointerdisciplinarsejatraduzidaao nvel de apreenso dos alunos e efetivada em prticas pedaggicas que garantam a aprendizagem. Para finalizar, poderamos dizer que o paradigma atual exige uma das prticas mais importantes:doconhecimentoconstrudo,buscadopelogrupo,partilhado. Na medida em que o saber construdo, os contedos e as experincias so compartilhados,legitimandooconhecimento,poisoexpeacrticas,adivergncias,demodoa enriquecerapesquisadetodos.

Exerccios1. A ensinagem um processo de ensino centrado na transmisso dos conhecimentos pelo docente,queexplicitaocontedodadisciplinacomsuasdefiniesesntese. Podemosafirmarqueessaumaafirmao: a)Correta. b)Incorreta. 2. apreender no um processo que se efetive sem rotinas ou ocorra de forma espontnea, exige a escolha e execuo de uma metodologia adequada aos objetivos e contedos do objetodeensinoeaosalunos. Podesedizerqueessaidiaest: a)Correta. b)Incorreta. 3.NoEnsinoSuperior,aaulatradicional,naqualoprofessorvistocomopalestranteeoaluno copista, deve ser superada pela aula construda por ambos. Podese dizer que essa idia est: a)Correta. b)Incorreta.

22

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

4. Ensinar um projeto de ampla autonomia docente, pois, em sala de aula, o professor tem liberdadeparadesenvolversuadisciplina,eestaparteintegrantedeumpercursoformativo dosalunos. Podesedizerqueaafirmativaest: a)Correta. b)Incorreta.

RespostasdosExerccios1. A ensinagem um processo de ensino centrado na transmisso dos conhecimentos pelo docente, que explicita o contedo da disciplinacomsuasdefiniesesntese. Podemosafirmarqueessaumaafirmao: RESPOSTACORRETA:B Essa uma aulatradicional que desconsidera que as definies e sntesesforam historicamenteconstrudas,numdadocontexto, comosntesesprovisriase,portanto,noumprocessodeensinagem. 2. apreender no um processo que se efetive sem rotinas ou ocorra de forma espontnea, exige a escolha e execuo de uma metodologiaadequadaaosobjetivosecontedosdoobjetodeensinoeaosalunos. Podesedizerqueessaidiaest: RESPOSTACORRETA:A Sevocescolheuessaalternativa,acertou,parabns!Apreendernoumprocessoqueocorredeformaespontneaoumgica,ao contrrio,exigeaescolhaeautilizaodeumametodologiaadequada. 3.NoEnsinoSuperior,aaulatradicional,naqualoprofessorvistocomopalestranteeoalunocopista,devesersuperadapelaaula construdaporambos.Podesedizerqueessaidiaest: RESPOSTACORRETA:A A aula expositiva, como forma nica de ensinar, na qual o professor visto como palestrante e o aluno copista do contedo, superadapela aula enquantomomento e espao de encontro e de aes, queno deveser dada,nem assistida, masconstruda, feitapelaaoconjuntadeprofessoresealunos. 4. Ensinar um projeto de ampla autonomia docente, pois, em sala de aula, o professor tem liberdade para desenvolver sua disciplina,eestaparteintegrantedeumpercursoformativodosalunos. Podesedizerqueaafirmativaest: RESPOSTACORRETA:B Ensinar um projeto coletivo e, embora cada professor, em sua sala de aula, possua autonomia para desenvolver sua disciplina, estaparteintegrantedeumpercursoformativodosalunos.

23

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

Estaaulaabordaoplanejamentodoensinoe,maisespecificamente,aelaboraode planosdeensino:documentospreparadospeloprofessorqueenvolvedecisesaseremtomadas duranteoanoletivo.Conceituaseoplanejamentodeensino,caracterizandoseusdiferentes nveisesugerindoaelaboraodeplanosdedisciplina,deunidadeedeaula.

AULA04OPLANEJAMENTODEENSINO

Nestaaula,trataremosdaimportnciadoplanejamentodoensino,ressaltandoqueoincio das atividades do professor universitrio no ocorre no primeiro dia de aula, mas com o planejamento, que se inicia algumas semanas ou alguns meses antes, dependendo da sua experincia com a disciplina que pretende lecionar, e requer algumas habilidades distintas daquelasqueestodiretamenterelacionadasprticadocente. A maioria dos professores universitrios reconhece a importncia do planejamento do ensino, mas muitos seguem os captulos de um livrotexto, sem considerar o que realmente necessrioqueosalunosaprendamutilizam,semmuitareflexo,osmesmosmtodosdeensino eosmesmosprocedimentosdeavaliao. Os planos de ensino so os documentos preparados pelo professor que envolvem as decisesmaisimportantesaseremtomadasaolongodoprocessoletivo. Oplanejamentoeducacionaloprocessosistematizadomedianteoqualsepodeconferir maior eficincia s atividades educacionais, para, em determinado prazo, alcanar as metas estabelecidasrequeroconhecimentodarealidadeeenvolve: diagnstico:sondagemsondaroqueosestudantesconhecemarespeitodoqueser ministrado, qual seu intresse nesse aprendizado e real necessidade desse conhecimento planejamento: processo que envolve a formulao dos objetivos, a determinao dos contedos a serem ministrados e as estratgias que sero adotadas para facilitar a aprendizagem execuo:nessaetapa,desenvolvemseasatividades(aesdidticas)necessriaspara o alcance dos objetivos pretendidos, taiscomo a exposio, a orientao de leituras e a conduodosgruposdeestudo24

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

avaliaoeducacional:consistenacoleta,anliseeinterpretaodosdadosrelativosao progressodosalunos.Noocorreapenasaofinaldasaeseducativas,masaolongode todo o processo a avaliao diagnostica o que ocorre no incio do processo de aprendizagem para identificar os conhecimentos e as habilidades dos estudantes a avaliaoformativa,realizadaaolongodoprocesso,forneceosdadosnecessriospara aperfeioar oprocessodeensinoaprendizagemeaavaliaosomativa, queclassifica os resultados de aprendizagem de acordo com os nveis de aproveitamento estabelecidos, proporcionando, aofinal da unidade ou do curso, a verificao do alcance dos objetivos preestabelecidos. Aavaliaoconstituielementopropiciadordefeedback,entendidoaquicomoumprocesso peloqualsefazemretroagirosefeitosdeumsistemasobreascausas,comopropsitodealcanar osresultadospretendidos,o quesignificantimorelacionamentodaavaliaocomoplanejamento.

Nveisdeplanejamento:educacional,institucional,curricularedo ensinoPlanejamentoeducacionalO planejamento educacional desenvolvese em nvel mais amplo e o processo que objetiva definir os fins ltimos da educao e os meios para alcanlos, e est a cargo das autoridades educacionais, no mbito do Ministrio da Educao, do Conselho Nacional de Educaoedosrgosestaduaisemunicipais, quetmatribuiesnocampodaEducao. Tratase de um planejamento a mdio e longo prazo, que requer, para sua execuo, o diagnsticoclaroeprecisodasituaoeducacionaldopas,adefiniodasbasesfilosficasque daro suporte ao governamental, a avaliao dos recursos humanos, materiais e financeiros requeridos,bemcomoaprevisodosfatorescapazesdeinterferiremseudesenvolvimento. Osprodutosdoplanejamentoeducacionalnosoconstitudos,namaioriadasvezes,por aes pontuais, mas por documentos, como polticas, planos, programas e projetos capazes de orientaredefornecerosmeiosnecessriosaoalcancedosobjetivosdaEducao.

25

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

PlanejamentoinstitucionalOplanejamentoinstitucionaldesenvolvidonombitodasInstituiesdeEnsinoSuperior (IES), que, por exigncia do Ministrio da Educao,tm que elaborar, a cada cinco anos, o seu Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI). Tratase de um documento que identifica a instituio no tocante sua filosofia de trabalho, misso a que se prope, s diretrizes pedaggicasqueorientamsuasaes,suaestruturaorganizacionalesatividadesacadmicas quedesenvolvee/ouquepretendedesenvolver.

PlanejamentocurricularEm consonncia com o planejamento institucional, desenvolvese o planejamento curricular, que tem, como objeto, a organizao do conjunto de aes que precisam ser desenvolvidasnombitodecadacurso,comvistasafavorecer,aomximo,oprocessodeensino aprendizagem. Constitui, portanto, uma tarefa contnua e multidisciplinar que orienta a ao educativadainstituiouniversitria.Preocupasecomaprevisodasatividadesqueoestudante realizasobaorientaodaescola, objetivando atingirosfinspretendidos.

Planejamentodoensino Oplanejamentodoensinooquesedesenvolveemnvelmaisconcretoeestacargo,principalmente, dos professores alicerado no planejamento curricular, visa ao direcionamento sistemticodasatividadesaseremdesenvolvidasdentroeforadasaladeaula,afimdefacilitaro aprendizadodosestudantes. Quando o professor universitrio assume uma disciplina, precisa tomar vrias decises: objetivos a serem alcanados pelos alunos, o contedo programtico adequado para o alcance desses objetivos, as estratgias e os recursos para facilitar a aprendizagem, os critrios de avaliao,etc. Essasdecises,eosmeiosnecessriosparasuaviabilizao,fazempartedoplanejamento deensino,queseconfiguracomocondioessencialparaoxitodotrabalhodocente,porque, aose planejar as aes docentes,evitase a improvisao, garantese maior probabilidade de alcance dos objetivos, obtmse maior segurana na direo do ensino e tambm maior economia de tempoedeenergia.

26

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

Na maioria das vezes, o planejamento do ensino elaborado somente pelo professor responsvel pela disciplina, mas recomendase que mais professores compartilhem a responsabilidadedesuaelaborao. Para o planejamento de ensino, o professor procede, inicialmente, ao diagnstico da realidadeemqueseinsereadisciplina,ouseja,asnecessidadeseasexpectativasdosalunos,a importncia e o status da disciplina no contexto do curso, os recursos disponveis para o seu desenvolvimento, etc. Combasenessediagnstico,oprofessordefineosobjetivosdadisciplina,determinaoseu contedoprogramtico,selecionaasestratgiaseosrecursosdeensinoedefineosprocedimentos aseremadotadosparaaavaliaodaaprendizagempelosalunos. Comooplanejamento,demodogeral,apresentaflexibilidade,oprofessorpode,combase numfeedbackquerecebedosalunos,efetuaralteraescomvistasamelhoraraqualidadedoseu cursoe,dessaforma,osestudantestornamsecoparticipantesdesseprocesso,caracterizandoo, decertaforma,comoplanejamentoparticipativo.

ComoelaborarplanosdeensinoAs decises tomadas no processo de planejamento concretizamse em documentos, que, habitualmente, so designados como planos. Assim, o planejamento educacional desenvolvido pelas autoridades governamentais d origem a planos nacionais, estaduais ou municipais de educao. O planejamento institucional conduz elaborao tanto do Projeto Poltico Pedaggico como do Plano de Desenvolvimento Institucional. O planejamento curricular, que tambm elaboradonombitodaescola,conduzaosplanosdecursos,queesclarecemacercadosobjetivos doscursosqueaescolaoferece,dapopulaoalvo,daestruturacurricular,dascondiespara inscrio,dosprocedimentosdeavaliao, etc. Osprofessorestambmconsolidamasdecisesdecorrentesdoplanejamentoemplanosde ensino.Primeiramente,elaboram o plano da disciplina,que envolvedeformaglobalasaesa serem desenvolvidas durante o ano ou semestre letivo. Em seguida, elaboram os planos de unidade,queorientamsuaaoemrelaoacadaumadaspartesdoplanodadisciplina.Cada umadessaspartesouunidadescorrespondeaaesaseremdesenvolvidasaolongodeumcerto nmerodeaulas.E,namedidaemqueespecificamasatividadesaseremdesenvolvidasemcada umadasaulas,elaboramtambmplanosdeaulas.27

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

PlanodedisciplinaOplanodedisciplinaconstituiumaprevisodasatividadesaseremdesenvolvidasaolongo do ano ou do semestre letivo, esclarece durao, objetivos gerais, contedo programtico, estratgiasdeensino,recursosdidticoseprocedimentosdeavaliao.umroteiroabreviadoe esquemtico,e seu principal valor est, principalmente, no carter pessoal de quem o executa, entretanto, deve ser lido e analisado por outras pessoas, tais como: coordenador do curso, professores responsveis pelas demais disciplinas e assessores pedaggicos. Por isso, na elaboraodoplano,devemserconsideradosalgunsprincpiosnorteadores.

PlanosdeunidadeO plano de unidade um documento mais pormenorizado que o plano de disciplina. Os objetivos so mais operacionais, isto , designam clara e precisamente os comportamentos esperados dos alunos. Os contedos e as estratgiasdeensino,os recursoseosprocedimentos paraaavaliaosomaisdetalhados. Oscomponentesdosplanosdeunidade sopraticamenteosmesmosdos planosdedisciplina, noentanto,suaelaboraodeve facilitaraidentificaoeosrelacionamentosentreseuscomponentes.

28

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

PlanodeaulaO plano de aula mais restrito que o plano de unidade prev o desenvolvimento a ser dadoaocontedodamatriaesatividadesdeensinoaprendizagempropostasdeacordocomos objetivosnombitodecadaaula. Quandooprofessorelabora,cuidadosamente,oplanodedisciplinaeoplanode unidade, com o esclarecimento dos objetivos, a especificao dos contedos e a determinao das estratgias e recursos mais eficazes, bem como os procedimentos de avaliao, simplifica a elaboraodoplanodeaula,porqueespecificaoscontedos,cuidandoparaquecadaumdeseus tpicos seja desenvolvido mediante a utilizao das estratgias e dos recursos mais adequados, comrigorosaprevisodotempoedasatividadesqueficaroacargodosalunos. Nenhumplanopodeserconsideradoabsolutamentergidoe,porisso,podesermodificado quando necessrio, no entanto, antes de qualquer alterao, aconselhase verificar em que medidaasdificuldadessodevidasafatorespessoais,como,porexemplo:seoprofessormuito prolixo em suas apresentaes, se aborda superficialmente alguns tpicos, se quando prope discusses os alunos desviam o assunto, se no motiva adequadamente suas aulas. Essas e outrassituaespodemsermelhoradas,masoprofessorprecisareversuasatitudes,emsalade aula,quandopercebequenoconseguelevaracaboseuplano. Um outroproblema referese avaliao. Osestudantes tendemaficaransiososquando percebemonveldeexignciadadisciplinae,poressemotivo,convmindicar,noinciodocurso,o exato volume dos trabalhos que ser exigido, o que no significa que o professor deve reduzir as tarefas,nemtampoucoperguntarseosalunosgostariamquehouvessemudanasnasexigncias, pois,talatitude,comprometeriasualideranaemsaladeaulaeointeressediscentenarealizao dastarefas. Apesardaflexibilidade(caractersticaimportantenasuaelaborao),osplanosdevemser seguidoseoprofessordeveconsiderarqueoplanejamentodeensinoenvolvemuitomaisdoque aquilo que ser dito em classe. O professor precisa ficar atento para as dificuldades relativas formulaodosobjetivos,seleodoscontedos,escolhadasestratgiaserecursosdeensinoe procedimentosdeavaliao. Naprximaaula,abordaremosaseleoeaorganizaodoscontedosdeensino.

29

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

Exerccios1. O planejamento um processo de racionalizao, organizao e coordenao da atividade docente,articulandoaatividadeescolareaproblemticadocontextosocial. Podesedizerqueaidiaest: a)Correta b)Incorreta. 2.Osplanos,adespeitodesuaflexibilidade,noprecisamserseguidos,poisoprofessorsabeo quetemadizeremclasse. a)Correta. b)Incorreta. 3.Aavaliaoeducacional,queconsistenacoleta,anliseeinterpretaodosdados,relativos aos progressos dos alunos, ocorre ao final das aes educativas. Podese dizer que essa afirmativaest: a)Correta. b)Incorreta. 4. Podese afirmar que: o plano de disciplina apenas um roteiro abreviado e esquemtico e constituiumaprevisodasatividadesaseremdesenvolvidasaolongodeumanoousemestre. a)Correta. b)Incorreta.

RespostasdosExerccios1.Oplanejamentoumprocessoderacionalizao,organizaoecoordenaodaatividadedocente,articulandoaatividadeescolar eaproblemticadocontextosocial. Podesedizerqueaidiaest: RESPOSTACORRETA:A O planejamento um processode racionalizao, uma tarefa de previso das atividades didticas articulando a atividade escolar comaproblemticasocial. 2.Osplanos,adespeitodesuaflexibilidade,noprecisamserseguidos,poisoprofessorsabeoquetemadizeremclasse. RESPOSTACORRETA:B Todoplanoprecisaserseguido.Deveconteraflexibilidadecomocaractersticadesejvelenoarigidez,oquepossibilitamudanas quando necessrias e,por outrolado, a experincia umfatorimportante,pois professores mais experientesconseguemplanejar commaispreciso,mas,mesmoassim,estesadmitemqueseusplanosprecisamdecorrees. 3.Aavaliaoeducacional,queconsistenacoleta,anliseeinterpretaodosdados,relativosaosprogressosdosalunos,ocorreao finaldasaeseducativas.Podesedizerqueessaafirmativaest: RESPOSTACORRETA:B Aavaliaoeducacionalnoocorreapenasaofinaldasaeseducativas,masaolongodetodooprocesso. 4.Podeseafirmarque:oplanodedisciplinaapenasumroteiroabreviadoeesquemticoeconstituiumaprevisodasatividadesa seremdesenvolvidasaolongodeumanoousemestre. RESPOSTACORRETA:A Como um instrumento voltado para o processo de aprendizagem, o plano de disciplina serve de roteiro flexvel para as aes do professor.

30

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

Nestaaula,abordaseotemacontedo,destacandosesuaimportncianaelaboraodos planosdeensinoeosprocedimentosnecessriosparasuaoperacionalizaooscritriospara suaseleo(vinculaoaosobjetivos,validade,significncia,utilidadeeflexibilidade),semperder devistaquedeveseradequadodiversidadedosalunoseaotemponecessrioaoseu desenvolvimentosuaordenaoconsiderandoaordemlgicaepsicolgica.

AULA 05 O PROFESSOR UNIVERSITRIO NA SELEO E ORGANIZAODOSCONTEDOSDEENSINONestaaula,discutiremosopapeldoscontedosnosplanosdeensino,osprocedimentos necessrios para sua operacionalizao e concretizao dos objetivos da aprendizagem, lembrandoque constituem um dos tens mais importantes na elaboraodosplanosdeensino, conformevimosnaaulaanterior. Podemos definir os contedos como o conjunto de conhecimentos, habilidades, hbitos, modosvalorativoseatitudinaisdeatuaosocial,organizadospedaggicaedidaticamente,tendo emvistaaassimilaoativaeaaplicaopelosalunosnaprticadevida. Englobam conceitos, idias, habilidades, fatos, processos, princpios, leis cientficas, regras habilidades cognoscitivas, modos de atividade, mtodos de compreenso e aplicao, hbitosdeestudo,detrabalhoedeconvivnciasocialvalores,convices,atitudes. Soexpressosnosprogramasoficiais,noslivrosdidticos,nosplanosdeensinoedeaula, nasaulas,nasatitudeseconvicesdoprofessor,nosexerccios,nosmtodosenasformasde organizaodeensino. Enfim, servem de base para a aquisio de informaes, conceitos, princpios e para o desenvolvimento de hbitos, habilidades e atitudes, e atravs dos contedos curriculares que alcanamososobjetivosestabelecidosparaoprocessoeducacional.

31

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

Elessecompemdoselementosaseguir: 1)Conhecimentossistematizados(conceitos) 2) Habilidades qualidades intelectuais necessrias para a atividade mental hbitos: modosdeagir.Ex:habilidadedeleiturapodesetransformaremhbitodeleituraevice versa. Algumas habilidades e hbitos so comuns em todas as matrias: relacionar, comparar, diferenciar, enquanto que outros so especficos de determinada matria: resoluodeproblemasmatemticos 3)Atitudeseconvices:modosdeagir,sentireseposicionarfrenteatarefasdavida social, orientando tomadas de posio e decises pessoais frente a situaes concretas.

Os elementos constitutivos dos contedos convergem para a formao das capacidades cognoscitivasque sedesenvolvem noprocessodeassimilaoativados conhecimentos, como, porexemplo,nacompreensodarelaopartetodo,abstrao,generalizao,etc. Os contedos possuem uma dimenso crticosocial que se manifesta no tratamento cientfico, evidenciado no estudo de leis, habilidades, mtodos, fenmenos da natureza e da sociedade tm um carter histrico ligado ao carter cientfico porque so elaborados e reelaborados de acordo com as necessidades prticas de cada poca histrica e os interesses sociais vigentes em cada organizao social vincula as exigncias tericas e prticas de formaodosalunosemfunodasatividadesdavidaprtica. Nesse sentido, a dimenso crticosocial dos contedos corresponde a uma abordagem metodolgica, em que o conhecimento vinculase a objetivos socialmente determinados, a interessesconcretos. Significa situar um tema de estudo nas suas ligaes com a prtica humana, com os homens em sua atividade prtica coletiva nas vrias esferas da vida social, intervindo, modificando e construindo esse tema de estudo sua importncia para atender necessidades prticasdavidasocial,comoosproblemassociais,odesenvolvimentodacinciaedatecnologia, asnecessidadeshumanasbsicas,dentreoutras.

PapeldoscontedosnoplanejamentodoensinoAt algumas dcadas atrs, para o professor universitrio, a definio e organizao do contedonoeratarefadifcileconstituiaopontodepartidaparatodooplanejamentodeensino,32

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

pois, com base nos programas elaborados pela faculdade, desenvolvia todas atividades de planejamento. As ementas das disciplinas definiam a organizao dos livrostextos, que, adotados,constituamabaseparatodasasatividadesdoensino.Oprofessoresgotavaoassunto sem considerar o rendimento qualitativo do aluno, passando o contedo elaborado e definido pelasautoridadeseducacionais,pelosgrandesmestresoupelainstituiodeensino. Atualmente, o contedo orientador do planejamento considerado meio para a concretizaodosobjetivosdeaprendizagemepermiteaoprofessorliberdadepara"montaroseu programa,selecionareorganizar contedosmaisapropriadosaosobjetivos. Na viso clssica, os contedos referiamse apenas a conhecimentosquedeveriam ser transmitidosaosestudanteshoje,devemreferirsetambmao"comoestudar","comopensar"e "comoenfocar",poisenvolvemodomnioafetivo,psicomotorecognitivo. Essa mudana na maneira de lidar com os contedos exige muito mais do professor, entretanto,paraquesuaautonomiapossaconstituirumbenefcio,necessrioqueautilizecom competnciaeresponsabilidade. Convmlembrarque o planejamento doscontedos dever servir antes aprendizagem doestudantequeaointeressedoprofessor,e,medidaemqueoprofessorconferirmaiornfase aprendizagemqueaoensino,afixaodoscontedospassaraenvolvertantootratamentoda informao, que transmitida ao estudante, quanto as suas capacidades intelectuais, necessidadeseinteresses. Os contedos no podem ser sempre os mesmos, devendo acompanhar as demais mudanas, alm disso, preciso considerar que a prpria escola, ao longo do tempo, assume funessociaisdiferentes.Aescolhaeaorganizaodocontedo,porsuavez,nosoaes neutras,poisimplicamadecisoderegularedistribuiroqueseensina. O professor, quando seleciona e organiza contedos, desenvolve uma ao poltica, que contribui para garantir a hegemonia de certos saberes e perpetuar uma viso de mundo. (Sacristan,2000) Aseleoeaordenaodoscontedosnosoapenasatividadessimpleseburocrticas porqueenvolvemconflitosenegociao.Issosignificaqueoprofessor,aofazlo,precisaponderar sobre: ascaractersticasdosgruposparaosquaisoscontedossooferecidos,aspossibilidadese oslimitesparaoseualcanceetambmadisposioparaalterlosemfunodomodocomoos estudantes respondem a eles. Nesse sentido, alguns questionamentos devem permear esse momento.

33

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

Queconhecimentos,habilidadeseatitudesdevemserensinados? Quemdeveparticipardessasdecises?Acoordenaodocurso?Osou trosprofessores?Adireodaescola?Osestudantes? Comodecidiracercadoquedeveserensinadoedoquedevesercolocadodelado? Quofceis,agradveis,coerentesesignificativosseroessescontedos paraosestudantes? Oscontedosdeveroseralcanadosportodososestudantesouporpartedeles? Aqueminteressamessescontedos? Emquemedidaoscontedoscontribuemparaoavanopessoalesocial dosestudantes?

Como vimos at aqui, a seleo e a organizao dos contedos so atividades que exigem:conhecimentodoassuntoedogrupodeestudantesparaosquaisserministradoe,alm disso,soindispensveis,aoprofessor,segurana,atualizaoconstante,criatividade,iniciativae sistematizao.

CritriosparaaseleodoscontedosA seleo dos contedos, alm de importante e significativa, deve atender s necessidadessociaiseindividuaisdosestudantesnumadeterminadarealidadeepoca. Vinculaoaosobjetivoselaborarapartirdeobjetivosclaroseprecisos. Validadeselecionarosquesovlidosnosnomomentoemquesoministrados, mas tambm que possam servir em outros momentos da vida dos estudantes, que contribuamparavislumbrarnovasperspectivaseidentificarnovaspossibilidades. Significnciarelacionadossexperinciaspessoaisdosestudantes:significativos. Utilidadeconsiderarasnecessidadeseosinteressesdosestudantes,asexignciasdo meio em que vivem, bem como a utilizao posterior do conhecimento em situaes novas, entretanto, os contedos no podem ser de natureza puramente tcnica, mas relacionadosaosmaisamplosdesafiosdasociedadecontempornea.

34

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

Flexibilidade elaborar com flexibilidade suficiente para que o professor possa fazer alteraes,adaptaes,renovaeseenriquecimentos,emfunodoaceleradoritmode transformaodostemposatuaisedascaractersticasdosestudantes. Adequao diversidade dos estudantes identificar o nvel de maturidade e de adiantamentodosestudantes. Nasltimasdcadas,emvirtudedaampliaodonmero dos cursos superiores, verificase maior diversidade no nvel dos estudantes das diferentes escolas, no que se refere aos conhecimentos e ao nvel de aspirao. O professor,paradeterminaraextensodoscontedosesuavariedade,precisaconsiderar as caractersticas dos alunos, principalmente em relao a: faixa etria nvel socioeconmico aspiraesprofissionaishbitos deestudo conhecimentosanteriores motivaoparaestudaramatria. Adequaoaotempooaprendizadonoocorresomenteduranteotempoemqueo aluno permanece em sala de aula, mas tambm ocorre com leituras, exerccios, pesquisas, etc, entretanto, a carga horria, geralmente, indica a profundidade que se pretende conferir disciplina por esse motivo, ao fixar o contedo de uma disciplina, deveseconsiderarotempoqueoprofessordisporparaoseudesenvolvimento.

OrdenaodoscontedosAordenaocriteriosasimplificaacompreensodoscontedosefavoreceoprogressoda aprendizagemnumespaodetempomaiscurto. Nessaordenao,queocorreapsaseleo,descartaseapossibilidadedeseadotarum livrotextoe seguir suaordem. Essaforma, que simplese prevaleceudurante muito tempo, substitudapela posturade se selecionar os contedos com vistasao alcance de determinados objetivos.Nessesentido,suaordenaorequermaiorescuidados. Recomendaseconsiderarnosomenteaordemlgica,mastambmaordempsicolgica, condiespessoaisdosalunos,experinciasdevidaparaoaprendizadodadisciplina. Ao estabelecer a seqncia dos contedos, devese levar em conta a motivao dos estudantesparaidentificarquaisunidadesdespertammaiorinteresse,paradepoisintercallas, medidadopossvel,comasdemaisunidadesdocurso. Paraconcluir,acrescentamosquetantoaformadeorganizaoquantoaapresentaodo contedoinfluenciamaaprendizagemnotocantemotivaoecompreensoaordemlgica

35

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

deorganizao nem sempre a melhor para apresentaraosalunos. Oprofessordevepriorizar aquela que favorece os processos superiores de conceituao, reflexo, anlise, soluo de problemase,concomitantemente,motiveoalunoatrabalharcomele.

Seguemasleiturarecomendadasparaaprofundamentodaaula: SANTANNA, Flavia M. ENRICONE, Dlcia ANDR, Lenir TURRA, Clodia M. .Pla nejamentodeensinoeavaliao.11.ed..PortoAlegre:Sagra:DCLuzzatto,1995. (O Captulo 4 desse livro dedicado a Contedos. Nele, as autoras procuram, alm de esclarecer acerca de sua seleo e organizao, chamar a ateno para as relaes entre objetivos,contedos,estratgias,recursoseavaliao).

Exerccios1.Numavisomaismodernadeensino,oscontedosorientamoplanejamento. Podesedizerqueessaidiaest: a)Correta. b)Incorreta. 2. A seleo e organizao dos contedos no constituem atividades simples e burocrticas, envolvendoconflitosenegociaes. Podesedizerqueessaidiaest: a)Correta. b)Incorreta. 3.Oscontedossoosconhecimentosquedevemsertransmitidosaosestudantes. Podesedizerqueaafirmativaest: a)Correta. b)Incorreta. 4.Ocontedodeveserelaboradoapartirdosobjetivos. Podesedizerqueessaidiaest: a)Correta. b)Incorreta.

RespostasdosExerccios1.Numavisomaismodernadeensino,oscontedosorientamoplanejamento. Podesedizerqueessaidiaest: RESPOSTACORRETA:B

36

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

Realmente, numa viso mais moderna de ensino, os contedos so vistos como elementos que contribuem para a concretizao dosobjetivosdaaprendizagem,enocomoorientadoresdoplanejamento. 2.Aseleoeorganizaodoscontedosnoconstituematividadessimpleseburocrticas,envolvendoconflitosenegociaes. Podesedizerqueessaidiaest: RESPOSTACORRETA:A Aseleoe organizao nosotarefassimples e burocrticas oprofessorprecisaconsiderar aspeculiaridadesdosgrupospara osquaisoscontedossooferecidos,aspossibilidadeseoslimitesparaseualcanceeefetuaralteraesquandonecessrias. 3.Oscontedossoosconhecimentosquedevemsertransmitidosaosestudantes. Podesedizerqueaafirmativaest: RESPOSTACORRETA:B Essaumavisoclssica,oscontedosdevemreferirsetambmaosdomniosafetivoepsicomotor. 4.Ocontedodeveserelaboradoapartirdosobjetivos. Podesedizerqueessaidiaest: RESPOSTACORRETA:A Osobjetivos,numaprespectivamaismoderna,constituemopontodepartidaparaadeterminaodasaesdeensino,porisso,os contedosdevemderivardosobjetivos,enoocontrrio.

37

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

Omtodoexpositivo,provavelmenteomaisantigoeaindaomaisutilizado,assumevrias formasdeapresentao.Estaaulaindicasuasvantagensedesvantagens,pontuaaimportncia dasemoesnaexposio,comoaprimorarashabilidadesdecomunicao.Almdisso,procura diferenciarasmodalidadesdeexposioetrazrecomendaesparaumplanejamentoadequado emelhoriadaqualidadedasaulasexpositivas,consideradascomoumaestratgiade comunicao.

AULA 06 AULAS EXPOSITIVAS: UMA ESTRATGIA DE COMUNICAOA preleo verbal , provavelmente, o mais antigo mtodo e o mais utilizado desde as sriesfinaisdoensinofundamentaluniversidade.criticadopormuitosprofessoresedefendido poroutros,sobretudopelapraticidade. adotadonasempresassobaformadepalestra,nascampanhaspolticassobaformade discurso e na igreja sob a forma de sermo. Sua morte j foi anunciada por cronistas da educao,massobreviveudifusodosmateriaisescritos,televiso,aovdeo,aocomputador eInternet. Foi at definido como um processo em que as informaes passam das fichas do professorparaocadernodosestudantes,sempassarpelacabeadenenhumdosdois. O intenso uso da exposio devese muito mais a circunstncias de natureza administrativa,porserumaestratgiaeconmicaflexvel,rpidaequepodeseraplicadamesmo porquemno detenhamuitosconhecimentospedaggicos. A exposio apresenta vantagens, tais como: pode ser adaptada aos mais diversos pblicostilparaaintroduodequalquerassuntooprodutoapresentadoemsuaformafinal possibilita apresentar o assunto de forma organizada permite a comunicao de experincias e observaes pessoais que no so possveis por outros meios til para a apresentao de contedosqueaindanoestodisponveisnoslivrosfavoreceocontroledoprofessoremrelao aocontedo,sequnciaeduraodaapresentaonoameaadoraparaoestudante,jque noexigesuamanifestao.

38

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

Por outro lado, a exposio tambm tem suas limitaes : no favorece a recepo de

feedback estimula a passividade dos estudantes seu sucesso depende das habilidades doexpositor no possibilita levar em considerao as diferenas individuais pouco til para o alcancedeobjetivoscognitivosemnveismaiselevadospoucoeficaznoensinodehabilidades motoras. Afirmase, ento, que a exposio por si s no melhor nem pior que as demais estratgiasdeensino,ecomoqualqueroutra,apresentavantagenselimitaes,oqueexigedo professorqueestejaconscientedelasparaquepossadecidir sedeveounoecomoutilizlas. Convm, ento, caso seopte por adotla, conhecer algunsfatores ehabilidadesque atornem maisproveitosa,agradvele,principalmente,comoaprimorla. Aatuaodoprofessoruniversitrio,emsaladeaula,comparase,muitasvezes,com a do ator de teatro. Lowman (2004) at define as salas de aula como arenas dramticas. Issosignificaque,numaexposio,esperasequeoprofessorprendaaatenodosalunos, mas seus propsitos so diferentes do ator. Para este ltimo, a emoo usada como um objetivoemsimesmoparaoprimeiro,elaconstituiumobjetivoinstrumental,na pretensode quecontribuaparaenvolverosestudantescomocontedoministrado. Na prtica, isso se manifesta quando o professor, ao expor assuntos abstratos, modifica sua expresso facial, altera o volume de sua voz, pontua a apresentao, enfatiza suas idias e, principalmente, quando demosntra entusiasmo pelo tema, transformando contedosridosemfontesdeinteresse. As habilidades de comunicao expressamse pela voz, por gestos e movimentos, reforamoudesviamaatenodosalunosemrelaoaoqueoprofessorpretendetransmitir. muito importante queo professor universitrio conheaa prpria voz,perguntandose: comoela,comoosalunosapercebem,sefriaouacolhedora,semontonaousolene,se contribuiparaaproximarouafastarosestudantes,porquantotempoconseguemouvilae,alm disso,tomaralgunscuidadosparapreservlanoqueserefererespirao(adotararespirao diafragmticaaqueempurraoarparaoslbulosinferioresdopulmo,dandoaimpressode queabarrigaficacheiadear)intensidade(falarnumtommaisacimadonormaldeconversae desenvolverumavozforte,paraquesejaouvidapelosalunosquesentamnasfileirasdofundoda sala) dico velocidade (tanto a rapidez quanto a lentido podem provocar reaes desfavorveis) ritmo (harmonioso e capaz de proporcionar sensao de verdadeiro encantamento).

39

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

Almdavoz,todonossocorpofalaeexpressaumamensagemquepodeapresentarou no a coerncia com a mensagem emitida por meio da voz: os movimentos da cabea e do tronco,aposiodaspernasedosps,omovimentodosbraosedasmos,ascontraesdo rosto,aexpressodorosto. Os gestos, quando coerentes com a fala, ampliam o poder da palavra, o que demanda atentar aos maisexpressivose pertinentes, lembrandoque o seu excesso no supreafalta de conhecimentoe,nessecaso,podematpoluiroucomprometeraapresentao. A posio das pernas, da mesma forma, merece consideraes, uma vez que se recomenda que as aulas expositivas sejam, sempre que possvel, feitas de p. No aconselhvel movimentar desordenadamente as pernas, mas falar aos estudantes com os ps afastadosna mesma largura dos ombros e os joelhos levementeflexionados. Isso no significa queoprofessordevapermanecercomoesttua,mas,aosemovimentarpelasala,queofaade formadiscreta. Aposiodosbraosedasmostambmmereceateno,como,porexemplo,cruzaros braos, colocar as mos no bolso, na cintura ou atrs da cabea, apoiar as mos na mesa, esfregarosolhosounariz,arrumarocabelo,segurarfortementelpisoucanetas,oumexerna pulseira do relgio, so posturas geradas pelo desconforto natural quando se fala em pblico, mas,algumasdelas,comprometemaimagemdoprofessor.Valeressaltarquealgunsgestosdas mossotoexpressivosquedispensamapalavraoral. Ocontatovisualcomaclassetoimportantequantoousodavoze,quandooprofessor o perde, os alunos se dispersam. Diante disso, at ao escrever na lousa ou ler um texto, importantequeoprofessorolheregularmenteparaaclasse. Trataremos, agora, das modalidades que a exposio assume e iniciaremos pela mais comum nos cursos universitrios, que a aula expositiva. Muitas aulas desse tipo so teis, satisfatriaseatexcepcionaisquandopreparadaseapresentasdeformaadequada,mas,nem sempre,issoqueacontece,principalmentequandooprofessordominadeterminadocontedo, gosta de falar e abusa dessa modalidade de exposio, considerada quase uma palestra, pois nelaquemmaisfalaoprofessor. Naaularecitao,oprofessorfalaamaiorpartedotempo,mas,freqentemente,prae fazperguntasespecficasaosestudantes,encorajandoaparticipao. Aexposiodemonstraoumamodalidadenaqualoprofessorutilizarecursoscomo modelos, mquinas, instrumentos, simuladores, dentre outros, e adotada nos cursos que envolvemobjetivospsicomotores.40

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

Na exposio provocativa, a principal finalidade favorecer a postura reflexiva e no promoverdiscusso. Finalmente, na exposiodiscusso, os alunos so encorajados a expressar e discutir seuspontosdevista.Emclassesnumerosaspoucosparticipam. O planejamento da exposio requer a seleo dos assuntos e a quantidade de apresentao,porexemplo,numperododeduashorasaula,concentrarseemquatrooucinco tpicos. Considerar que, diante da impossibilidade de se esgotar todo o contedo definido, no plano de ensino, somente por meio de aulas expositivas, os alunos precisam buscar as informaesoucomplementaroaprendizadoemoutrasfontes. Apsaseleoeorganizaodostpicos,recomendasequeoprofessorpreparenotas de aula,tambm conhecidas como coladoprofessor, configurandose num verdadeiro roteiro da exposio, um roteiro que serve para lembrar os pontos principais e no para recitao em classe. Quando colocado em transparncias, podem desviar a ateno dos alunos para a tela, nosendo,portanto,recomendvelesseprocedimento. Asaulasexpositivaspodemsersubdivididasemtrspartes: 1)Introduo:paraqueosalunosidentifiquemosobjetivosdasaulasetenhamumaviso globaldaapresentao,indicadosnumquadrodegizouprojeo 2) Desenvolvimento: tomar cuidado com a estrutura da exposio, com a forma da explanao, com o oferecimento de exemplos e a verificao de aprendizagem. H vriasmaneirasdeestruturaraaula,comoveremosemseguida. Aestruturaclssica,preferidapelosprofessores,consistenaapresentaogeraldotpico seguida por detalhamento e sntese, com a vantagem de desenvolver o contedo no tempo previstoe,comodesvantagem,obaixonveldeparticipaodosalunos. Na estrutura dialtica, o professor inicia a aula com a apresentao de determinados argumentos(tese),seguidosdeargumentoscontrrios(anttese),que,porsuavez,conduzema uma sntese com a participao dos alunos. Favorecese a participao dos alunos e o desenvolvimentodeposturascrticas. H, tambm, as aulas que partem de temas geradores (Paulo Freire), extrados da problematizaoedaprticadevidadosestudantes. No recomendvel que todo o tempo da aula seja destinado a exposies, porque, depoisde30minutos,osalunosapresentamdificuldadesdeconcentrarsenoprofessore,para recapturar o interesse, devese acrescentar outras propostas por meio de exerccios,41

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

demonstrao, recurso audiovisual ou reunindo os alunos em pequenos grupos, a fim de que discutamalgunstpicosreferentesaocontedoministrado. Emqualquerdisciplinaconvenienteaapresentaodeexemplos,ilustraes,metforas, demonstraeseanalogiasparareforarospontoschavesdaexposio,principalmenteparao aprendizadodeconceitosabstratos.Osmelhoresexemplosnosoosqueaparecemnoslivros textos,masosdecorrentesdaexperinciadosprofessoresedosalunos. 3) Concluso: o professor precisa controlar o tempo para que todas as aulas sejam concludas, por meio de perguntas a fim de proporcionar esclarecimentos, de um resumo ou reviso dos pontos considerados mais importantes, de formulao de questesnorespondidase,nessecaso,necessitamdeumapesquisa.Nosignifica, entretanto, que a concluso deva ser minuciosamente prevista, pois uma de suas finalidadesadepromoverreparosnodesenvolvimentodaaula. Emboranoexistamfrmulasmgicasnemreceitasinfalveisquegarantamaeficciadas aulas expositivas, algumas recomendaes contribuem para que os estudantes se interessem mais,faltemmenoseevitemcochilarenquantooprofessorfala,comoveremosadiante. Espontaneidade:professorespontneoeautntico. Variedade: variar a forma de apresentao, planejar mudanas ao longo do desenvolvimentodaaula,variarnaaltura,ritmoevelocidadedavoz,naexpressividadedorostoe movimentoscorporais. Feedback:notranscorrerdaaula,valersedaexpressocorporaldosalunosparaverificar ointeresseouno.Aspistas(revelamseembocejos,suspiros,olharfixosnoteto,movimentos constantesdeajeitarsenacarteira,conversasparalelas)sooferecidasgraciosamenteeservem parapromoverpequenosajustesnoritmodaaula. Recursos audiovisuais: no devem direcionar o processo ensinoaprendizagem, mas auxiliamasaulasexpositivas.Aprximaaulaserdedicadautilizaoepreparaoderecursos tecnolgicosnoEnsinoSuperior. Parafinalizar,oprofessordeveestimularaatenodosestudantes,encorajaratomadade notasepromoverrevisesnoincio,duranteounofinaldecadaaula.

42

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

Seguemasleiturasrecomendadasparaaprofudamentodaaula: HOFFEBECK,GrardWALTER,Jaques.Comotomarnotasrapidamenteebem:guiatil

nodiaadiadaempresa,preparaoeconclusodereuniesepalestraseemtodasassituaes queexigemumaanotaorpidaeeficaz.SoPaulo:Nobel,1987.Aleituradessaobracontribuiparaqueoprofessororganizesuasaulasdeformatalque favoreaatomadadenotaspelosestudantes.

LOWMAN,Joseph.Dominandoastcnicasdeensino.SoPaulo:Atlas,2004. O quinto captulo dessa obra dedicado s aulas expositivas. Trata de suas diferentes modalidades,desuasvantagenselimitaesdessaestratgiadeensino,edeprocedimentosque podemseradotadosparatornlasmaiseficazes.

MASETTO,MarcosTarciso.Aulasvivas.2.ed..SoPaulo:MGEditora,1996. Essa obra produto de uma pesquisa em que o autor identificou e analisou condies facilitadorasdeaprendizagempossveisdeseraplicadasemsaladeauladoEnsinoSuperior,que noexijam,necessariamente,recursosespeciaisequepossamenvolveroestudantenoprocesso deaprendizagem,tornandogratificanteaatividadedoprofessor. *Extradasdabibliografiamencionadanestaaula:p.152.

Exerccios1.Oprofessorprecisadeterocontroledotempoparaque,emtodasasaulas,hajaefetivamente umaconcluso.Issoquerdizerqueaconclusodevaserminuciosamenteprevista. Podesedizerqueessaidiaest: a)Correta. b)Incorreta 2.Amelhorformadeensinarosoutrosconsistenaexposiooral. Essaafirmativaest: a)Correta. b)Incorreta. 3. As aulas expositivas podem se tornar mais eficazes desde que sejam consideradas como estratgiasdecomunicao. Essaafirmativaest:43

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

a)Correta. b)Incorreta. 4. Na maioria dos cursosuniversitrios,o professor dispededuasou maisaulaspor semana para ministrar sua disciplina e, por isso, recomendase que todo tempo seja destinado a exposies. Essarecomendaoest: a)Correta. b)Incorreta.

RespostasdosExerccios1.Oprofessorprecisadeterocontroledotempoparaque,emtodasasaulas,hajaefetivamenteumaconcluso.Issoquerdizerquea conclusodevaserminuciosamenteprevista. Podesedizerqueessaidiaest: RESPOSTACORRETA:B O professor no pode prever minuciosamente a concluso porque uma das finalidades da concluso a de promover reparos no desenvolvimentodaaulaexpositiva,noqueserefereesclarecimentosdamatriaministrada,aprendizagemdosalunosereviso decontedosconsideradosimportantes. 2.Amelhorformadeensinarosoutrosconsistenaexposiooral. Essaafirmativaest: RESPOSTACORRETA:B Essa forma a estratgia que melhor caracteriza a educao bancria, na qual o professor decide sobre a ordem, o ritmo e a profundidadeaserdadaaoassunto,cabendoaoalunodocilidade,atenoesubmissoautoridadedoprofessor. 3.Asaulasexpositivaspodemsetornarmaiseficazesdesdequesejamconsideradascomoestratgiasdecomunicao. Essaafirmativaest: RESPOSTACORRETA:A Acomunicaoumprocessodeinterrelaoentreaspessoaseaeficciadaexposiorequerosconhecimentosoferecidospela cinciadaComunicao.Ashabilidadesdecomunicao expressamsepelavoz,porgestosemovimentos,reforamoudesviama atenodosalunosemrelaoaoqueoprofessorpretendetransmitir. 4.Namaioriadoscursosuniversitrios,oprofessordispededuasoumaisaulasporsemanaparaministrarsuadisciplinae,porisso, recomendasequetodotemposejadestinadoaexposies. Essarecomendaoest: RESPOSTACORRETA:B Aps trinta minutos de exposio, os estudantes passam a ter dificuldade para se concentrar no professor, ento, este precisa pensaremoutrasatividadesquetornemaaulamaisinteressante.

44

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

EstaaulatratadosrecursostecnolgicosnoEnsinoSuperior,destacandoque,quando bem elaboradoseapresentadosoportunamente,socapazesdedespertaraatenoe, conseqentemente,defacilitaraaquisio,nacompreensoeaplicaodosconhecimentos,ede contribuirparaaformaodeatitudes,almdeproporcionarumaaprendizagemmais permanente.Alertatambmparaoscuidadosnautilizaodasfolhasauxiliares,quadrodegize quadrobranco,lousainterativa,blocosdepapel,retroprojetor,videocasseteeDVD,projetor multimdia,emailsefrunsdediscussoonline.

AULA 07 A UTILIZAO DOS RECURSOS TECNOLGICOS NOENSINOSUPERIORVimos,naaulaanterior,ovalordaaulaexpositiva,sobretudoquandooprofessordominao contedodadisciplinaqueministraedetmhabilidadescomunicativas. Nesta aula, destacamos que a comunicao tornase mais eficaz quando os recursos audiovisuais,quevodesdesimplesdesenhosfeitosnoquadroatsofisticadosequipamentose programasdemultimdia,soutilizadosparafacilitaraaprendizagemnoEnsinoSuperior. Iniciamos com a expresso Tecnologia Educacional, que inclui, alm da informtica, o usodateleviso,dordio,dovdeo,doretroprojetoredoquadrodegiz.Ditodeoutraforma,tudo oqueoserhumanoconstruiu,tantoemtermosdeartefatos,quantodemtodosparaampliarsua capacidadedeensinar,sem,entretanto,esquecersedeque,apesardonotveldesenvolvimento dessas tecnologias, a comunicao oral ou escrita e o texto impresso so tecnologias fundamentaisparaaeducao,tantoemsuamodalidadepresencialcomoadistncia. Quando bem elaborados e apresentados oportunamente, os recursos tecnolgicos so capazesdedespertaraatenoe,conseqentemente,defacilitaraaquisio,nacompreensoe aplicaodosconhecimentos,edecontribuirparaaformaodeatitudes,almdeproporcionar umaaprendizagemmaispermanente. A propsito da relevncia das estratgias didticas Dale (1946) representa em forma de coneosdiferentesnveisdosmtodosetcnicas,quefavorecemoprocessodeaprendizagem.

45

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

Dale,1946inGIL,AntonioCarlos.DidticadoEnsinoSuperior.So Paulo.Atlas:2007.(p.228)

Oquenosremetequeaspessoaslembram:10%doquelem,20%doqueouvem,30% doquevem,50%doquevmeouvem,70%doquedizemeescreveme90%quandoexplicam oqueproduziram. Aintensadifusodosrecursosaudiovisuaiscontribuiuparaasupervalorizaodeseuuso eparaosurgimentodealgunsmitosdatecnologiaeducativa:omitodatecnologiamgica,que a considera essencial e imprescindvel e que, por si s, muda as coisas mito da tecnologia ignorada, cuja eficcia no demonstrada em virtude da resistncia de alguns professores o mito da tecnologia diverntica que, apesar de motivadora, no garante que os estudantes aprendam com elas mito da tecnologia inteligente, reconhecida como capaz de ensinar a pensarearesolverproblemasmitodatecnologiaigualitria,comaqualsepretenderesolver as desigualdades educativas mito da revoluo tecnolgica, com a qual se prope mudar radicalmenteossistemasdeensinoeaprendizagem. Ousoexaustivo,sobretudodefilmesoutransparncias,desestimulaaparticipaoativa dosalunos.Valelembrarqueousodovdeo,doprojetormultimdia,doretroprojetorouqualquer outrorecursotecnolgicodeveserreconhecidocomoauxiliardeensinoenocomodirecionador doprocessodidtico.

46

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

Paraexemplificarumautilizaoinadequadasobreousodevdeoemsaladeaula:vdeo tapaburaco,quandosurgeumproblemainesperadocomoafaltadoprofessorvdeoenrolao, quandonotemrelaocomocontedovdeodeslumbramento,utilizadopeloprofessor,queo considera empolgante, em todas as aulas vdeoperfeio, sistematicamente questionado pelo professor,porquepossuidefeitosdeinformaoouestticose,finalmente,svdeo,utilizadode formaexclusivasemqualquerdiscusso. Vale ressaltar que os recursos tecnolgicos requerem conhecimentos e habilidades tcnicasparasuautilizaoetambmqueseconsideremosobjetivoseocontedodocurso,o prprioprofessor,osestudanteseasferramentastecnolgicas. Existem vrios recursos tecnolgicos utilizados no Ensino Superior, como veremos em seguida.Recursosvisuais Quadrodegiz Flanelgrafo Gravuras Imangrafo Modelos Filme Fotografias lbumseriado Muraldidtico Museus Espcimes Exposio Diafilmes Quadros Cartaz Grficos Diagramas Mapas Objetos Diapositivos Transparncias

Recursosauditivos Rdio Disco

Fitamagntica

RecursosAudivisuais Diapositivos Cinemasonoro Diafilmes TelevisoFonte:ParraEParra(1985)inGIL,AntonioCarlos.Didticado EnsinoSuperior.SoPaulo:Atlas,2007(p.229).

Dentreos mais recomendados, incluemsealguns tradicionais, comoasfolhasauxiliares, osdiversostiposdequadroseosblocosdepapel,queaindasomuitoutilizados nessenvel. As folhas auxiliares so folhas distribudas aos estudantes, contendo esquemas de aula, frmulas,diagramas,fluxogramas,definiesdetermos,tabelasoudiagramas.Tm,comofinalidade principal,contribuirparaaorganizaodocontedodadisciplinaeparasuarecordao,eno como repositrio da matria a ser estudada para as provas por esse motivo, devem ser distribudasmedidaemqueoprofessorapresentaocontedodesuadisciplina.

47

DIDTICADOENSINOSUPERIOR

Osquadros(pretos,verdesoubrancos,lisosouquadriculados,paraseremutilizadoscom giz ou com pincis) constituem, provavelmente, a mais universal de todas as caractersticas de umasaladeaulae,ainda,umdosmaiseficientesrecursosvisuaisdisponveisemuitoutilizados emprogramasdetreinamento,sobretudoemsuasversesmultifuncionais,quecomportamquadro brancomagntico,teladeprojeoeflipchart. Alm de acessveis, prticos e versteis contribuem para estimular o interesse pela disciplina,aocontrrio,porexemplo,daprojeodeumfilme,quepodefavoreceraconcentrao sobresimesmo. Muitos professores, ao compararem os quadros com os retroprojetores e, principalmente, comosprojetoresmultimdia,tendemavloscomorecursosmuitorudimentaresquesdeveriam ser utilizados na ausncia daqueles. Com efeito, as instituies de Ensino Superior precisam adequarseaosnovostempos,garantindo,aoprofessor,modernosrecursosdecomunicao.No se pode mais admitir que esteja disposio dos professores apenas um quadrodegiz e que sejalimitadoousodasnovastecnologiaspara"ocasiesespeciais".Masissonosignificaqueo usodosquadros,comorecursodeensino,devaserconsiderado"coisadopassado".Odesejvel queaescolaofereamltiplosrecursosaoprofessorequeestedecidaacercadaconveninciade utilizaodeumoudeoutro. O ato de escrever sobre o quadro contribui para a concentrao na aula e estimula os alunosaanotaroqueoprofessorescreve.umlocaladequadoparaescreverpalavraschaveou nomesquesejamconvenientesmemorizaraolongodeumaaulaexpositiva. No convm, no entanto, escrever muito no quadro, porque toma muito tempo, principalmente quando o professor procura garantir que a matria escrita possa ser lida facilmente pelos estudantes, mesmo por aqueles que se sentam nas ltimas fileiras. A regra bsicanoescrevernadaquenosejaimportante,nadaaqueoprofessornosereferirem algumdetalhe,enadaexcessivamentelongo.

48

DIDTICADOENSINOSUPERIOR