apostila completa

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Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial / SENAI Unidade Operacional de Ariquemes Qualificação profissional Técnico em Edificação Técnicas de Redação em Língua Portuguesa Profª Espec. Célia Messias Bavaresco Ariquemes/RO, Fevereiro de 2011.

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Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial / SENAI

Unidade Operacional de Ariquemes

Qualificação profissional

Técnico em Edificação

Técnicas de Redação em Língua Portuguesa

Profª Espec. Célia Messias

Bavaresco

Ariquemes/RO, Fevereiro de 2011.

Houve muita evolução da língua portuguesa no decorrer de séculos, isso porque o homem é um ser social e, portanto, tem a necessidade de comunicar-se. Comunicação é (e sempre foi) a prática cotidiana das relações sociais. Do momento em que se levanta até a hora de adormecer, o homem emite uma série de mensagens, transmitidas através dos mais diferentes códigos.

Cartas de Amor (Moacyr Scliar)

Eu era aluno do Júlio de Castilhos e estudava à tarde (as manhãs, naquela época, estavam reservadas às turmas femininas). Um dia cheguei para a aula, coloquei meus livros na carteira e ali estava, vem no fundo, um papel cuidadosamente dobrado. Era uma carta; dirigida não a mim, mas "ao colega da tarde". E era uma carta de amor. De amor não; de paixão. Paixão Fogosa., incontida, transbordante, a carta de uma sequiosa de afeto. À qual o jovem escritor não teve a menor dificuldade de responder.

Iniciou-se assim uma correspondência que se prolongou pelo ano letivo, não se interrompendo nem com as provas, nem com as férias de julho. À medida que o ano ia chegando a seu fim, os arroubos epistolares iam crescendo. Cheguei à conclusão de que precisava conhecer a minha misteriosa correspondente, aquela vela manhã que me encantava com suas frases.

Mas... Seria realmente bela? A julgar pela letra, sim; eu até a imaginava como uma moça esguia, morena, de belos olhos verdes. Contudo, nem mesmo os grandes especialistas em grafologia estão imunes ao erro, e um engano poderia ser trágico. Além disto, eu já tinha uma namorada que não escrevia, mas era igualmente fogosa.

Optei, portanto, pelo mistério, pelo "nunca te vi, sempre te amei". A minha história de amor continuou somente na fantasia. Que é o melhor lugar para as grandes histórias de amor.

VOCABULÁRIO

Fogoso: Ardente, caloroso. Incontido: Que não pode ser contido. Sequioso: Desejoso, ávido. Arroubo: Arrebatamento, precipitação. Epistolar: Relativo a epístola, carta. Encantar: Enfeitiçar, seduzir. Esguio: Alto e delgado magro. Grafologia: Análise da personalidade de um indivíduo por meio da escrita. Imune: Isento livre. Fantasia: Imaginação.

(SCLIAR, Moacyr. "Cartas de Amor." In: Minha mãe não entende nada. 2.ed, Porto Akgre. L&PM, 1996. p.85-6)

Elementos da Comunicação

Um texto (a carta da menina, por exemplo) é uma forma de comunicação que

coloca em relação um emissor (que fala ou escreve) e um receptor (ouvinte ou leitor). Observe os elementos do processo de comunicação em que consistem:

Emissor: Torna a iniciativa cie enviar a mensagem. Pode ser individual ou coletivo.

Receptor: Recebe a mensagem e pode tornar-se em seguida também um emissor (resposta). Pode ser individual ou coletivo, ouvinte ou leitor. Mensagem: É o conteúdo das informações transmitidas. Mais especificamente, o conjunto de signos bem organizados ou não, mais claros ou menos claros, que o emissor "envia" ao receptor. Canal: É o meio que possibilita a transmissão da mensagem. Canal visual: desenhos, imagens fixas ou animadas, escrita, etc. Canal sonoro: fala, música, ruídos, etc. Código: É a linguagem verbal ou não-verbal utilizada. Mais especificamente, um conjunto de signos e de regras de combinação desses signos, que o emissor e o receptor devem conhecer muito bem para se comunicarem com eficiência. Referente: São o contexto, a situação e os objetos aos quais a mensagem remete.

Uma conversa entre deficientes auditivos só é compreensível por aqueles que conhecem o código gestual particular que eles utilizam para se comunicar.

A escrita japonesa só é compreensível para os que conhecem a língua japonesa. Para que haja comunicação, é preciso que o emissor e o receptor utilizem um

código conhecido por ambos. A língua é esse código. Uma língua é um código que utiliza um grande número de signos (chamemos,

por enquanto, palavras), com suas regras de combinação (lugar na frase, seleção das palavras, concordância, regência, etc.).

Este código pode utilizai- dois canais: o canal oral (fala/audição) e o canal visual (escrita/leitura), os quais fazem com que a utilização da língua obedeça às vezes a regras um pouco diferentes.

Há diferenças entre a maneira com falamos e como escrevemos. Portanto, existe um código oral e um código escrito.

Código é um conjunto de signos e de regras de combinação destes signos, que nos possibilita criar os elementos de significação.

Os Elementos da Comunicação Seis são os elementos da comunicação: emissor, receptor, referente,

mensagem, código e canal.

a) Emissor é aquele que emite a mensagem, pode ser um indivíduo, grupo,

empresa, computador;

b) Receptor é aquele que recebe a mensagem e, também, pode ser um indivíduo,

grupo, empresa, computador;

c) Mensagem é o objeto da comunicação, o conteúdo das informações

transmitidas;

d) Código é o conjunto de signos e regras de combinação destes signos. É

importante saber que a língua portuguesa, ou qualquer outra, é um dos

códigos possíveis. Existem outros tipos de linguagem: a cromática, a musical, a

arquitetônica, etc.;

e) Canal é o meio físico através do qual a mensagem se propaga, é a via de

circulação das mensagens;

f) Referente é constituído pelo contexto, pela situação e pelos objetos reais aos

quais a mensagem se refere.

O conhecimento dos elementos da comunicação assegura a eficácia da mensagem. Um exemplo é o editor de livros tipo best-seller: porque conhece o gosto do seu receptor, ele só publica textos cujas mensagens o atinjam plenamente, garantindo assim seus lucros. Ou o publicitário, que produz a mensagem só após a definição e estudo detalhados do seu público e a divulga no canal que lhe é mais propício (rádio, televisão, jornal, outdoor, etc.).

A comunicação pode apresentar algumas peculiaridades. Ela pode ser bilateral: existe um intercâmbio de mensagens entre o emissor e o receptor. É o exemplo do diálogo, do bate-papo. Como pode ser unilateral, ela é estabelecida de um emissor para um receptor, sem haver reciprocidade. É o caso da televisão.

Difusão Esquematizando os elementos da comunicação, temos:

R

R

R

R

Comunicação unilateral, em que há somente divulgação da mensagem (jornais, programas, etc.).

E E R R

E R E R

Comunicação bilateral, em que emissor e receptor dialogam, isto é alternam seus papéis.

Referente (situação, contexto, objeto)

Mensagem (informações transmitidas)

Código (conjunto de signos)

Canal (meio físico para transmissão da

mensagem)

Emissor (quem emite)

Emissor (quem emite)

E

Como emissor você deve ter em mente que sua comunicação será mais eficaz se observar as seguintes regras:

1- Conheça com razoável profundidade aquilo sobre o que vai falar (leia, pesquise, discuta);

2- Conheça o seu receptor para adequar sua mensagem a ele;

3- Conheça e domine as possibilidades e regras do código elo qual você vai se

expressar; 4- Escolha o canal mais eficiente para enviar sua mensagem.

No entanto, nem toda comunicação é perfeita. A mensagem pode não ser absorvida pelo receptor por conter qualquer tipo de ruído. Ruído é toda e qualquer perturbação que afete a comunicação e pode parasitar qualquer um dos seis elementos da comunicação. Um emissor com problemas de fonação pode tomar sua

mensagem ininteligível; problemas de surdez ou semi-analfabetíssimo do receptor podem tornar a mensagem inócua.

Para combater esses problemas, existe a redundância. É redundante aquele elemento que não traz informações novas à mensagem, mas garante sua eficácia. Por Exemplo, se meu receptor é parcialmente surdo, elevarei meu tom de voz para que a mensagem seja recebida (redundância sonora). Para reforçar a mensagem, farei acompanhar meu discurso de gestos enfáticos (redundância gestual). Se, em vez de Chegamos, eu disser Nós chegamos, a redundância será sintática, pois em chegamos a desinência -mos já indica tratar-se de 1ª pessoa do plural.

Devemos salientar, no entanto, que a redundância tem seu lado negativo quando exagerada. Neste caso, ela não garante a eficácia da mensagem e passa a ser um sério problema para a organização de textos.

A viúva do falecido escritor compareceu à solenidade.

(se é viúva, só pode ser do falecido!)

Exemplo

Atividades 1) Que sentimentos, manifestados na carta, faziam com que ela não fosse uma

simples carta de amor? 2) Que argumentos o jovem utilizou para desistir de tentar conhecer a sua

misteriosa correspondente?

3) Na sua opinião, por que o nanadcráfinna que a fantasia é o melhor lugar para as grandes histórias de amor? Explique:

4) Responda as questões relativas à carta da menina: Quem é o emissor? E o receptor? Qual é a mensagem? E o canal? Qual o código utilizado? E o referente?

Linguagem, em sentido amplo, é qualquer meio usado para a transmissão de uma mensagem, isto é, para comunicar.

O termo linguagem pode designar um vocabulário especializado (linguagem científica), os meios pelos quais certos indivíduos se comunicam (linguagem gestual), um conjunto de procedimentos técnicos (linguagem cinematográfica), um conjunto de palavras ou instruções que permitem ordenar a uma máquina que execute determinadas operações (linguagem de programação de computadores) etc.

1 int naive_search (char *T, char *P) {

2 char *t;

3 for (t+T; *t<N+N-M; ++t) {

4 char *tt = t, *p = P;

I while (*P && *p==*tt)

6 ++tt, ++p;

7 if (*p== 0) return (tt - T);

8 }

9 return -1;

10 }

Linguagem é a faculdade que todos os homens têm de se comunicar através dos signos de uma língua, e uma linguagem é um sistema de signos (orais, escritos, gestuais, visuais) que possibilitam a comunicação.

A linguagem não é uma faculdade específica do homem. Sabe-se que as abelhas comunicam ao enxame o local onde se encontra o néctar através de uma dança. Também os golfinhos modulam sons para se comunicar entre si a aflição, a alegria ou o apelo à ajuda.

Os homens são os únicos seres dotados de linguagem verbal: as línguas, que variam de acordo com as nacionalidades.

Língua é um conjunto de signos e de regras de combinação desses signos, que constituem a linguagem oral ou escrita de uma coletividade. A língua existe em estado potencial, armazenada na memória coletiva e nos textos gravados e escritos.

A ação ou a faculdade de utilização da língua denomina-se fala.

Fala é a emissão de determinados sons combinados de modo a transmitir significações

a outra pessoa. A fala é um ato individual.

Ao produzirmos um discurso, deixamos nele nossa marca, nossa ideologia, nossa filosofia, nossa maneira de encarar o mundo ou detenninada situação. O discurso implica, portanto, um elevado grau de participação de quem o produz.

Discurso é a utilização individual da língua. E, como cada indivíduo tem uma maneira própria de se expressar procura selecionar as formas de enunciado que melhor lhe exprimam o gosto e o pensamento. Essa marca, que também distingue um escritor de outro, denomina-se estilo.

Pratica da linguagem

Compare os seguintes textos, um do século XIX (Gonçalves Dias), outro do século XX (Oswald de Andrade). O segundo, uma paródia (imitação propositada) do primeiro.

Atividades 1 - Identifique o assunto de cada um dos textos. São semelhantes? Qual é o assunto? 2- O que os textos possuem em comum? 3- O que explica as diferenças entre um e outro?

Minhas terras têm palmares Onde gorjeia o mar Os passarinhos aqui Não cantam como os de lá. (Oswald de Andrade)

Mnha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. (Gonçalves Dias)

4 - Um mesmo significante pode ter vários significados, dependendo do contexto em que se encontre. Dê o significado da palavra quadro nas seguintes a) O quadro foi furtado do Museu de Belas-Artes. b) A aluna apagou o quadro ao término da aula. c) O ministro traçou um quadro da situação política. d) O quadro de funcionários desta empresa é bem grande. e) O diretor divulgou o quadro de alunos aprovados. 5 - Substitua os quadrinhos, escrevendo língua ou fala: a) A existe em estado potencial: é um sistema de signos armazenados em nossa memória. A atualizada, por meio de sons físicos ou da escrita, o sistema de signos. b) A é um ato individual, em que o emissor é dono e senhor do seu discurso. A é um patrimônio social: é a soma de imagens verbais armazenadas na memória dos indivíduos. Funções da linguagem

Todos nós, quando organizamos nossos discursos efetuamos duas operações: a

seleção e a combinação.

Escolhemos dentre todas as possibilidades que a língua oferece - em termos lexicais, sintáticos, semânticos - os elementos que nos interessam e os combinamos

em vista de transmitir determinado conteúdo, ou seja, os signos articulam-se de um modo específico segundo a função para que se destinam.

Segundo a linguista Roman Jakobson, seis são as funções da linguagem: referencial, emotiva, conotativa, fática, poética e metalinguística.

Função Referencial

Para falar-se em função referencial, é necessário antes distinguir dois níveis de linguagem: o denotativo e o conotativo.

A conotação é também conhecida com a linguagem figurada, aquela que faz o uso de todo o arsenal retórico de que a língua dispõe como forma de expressão.

Quero afogar-me no azul do teu olhar.

O outro nível de linguagem é a denotação, tenta uma aproximação mais direta entre o termo e o objetivo.

Exemplo

Quase me afoguei no mar.

Nela os signos organizam-se em função do referente, procurando transmitir informações precisas sobre ele. A mensagem está apoiada em informações definidas, claras, transparentes, sem ambiguidade. Esta função, que tem por objetivo informar o leitor transmitindo dados e conhecimentos exatos, marca-se pelo uso da terceira pessoa do discurso e da denotação.

A função conotativa

A palavra "conotativa" tem sua origem no tenno latino conatum, que significa tentar influenciar alguém através de um esforço. Essa função - também chamada de apelativa - representa um esforço de tentar convencer o receptor através de uma ordem, exortação, chamamento, saudação ou súplica.

A função Fática

Quando a mensagem centrar-se no contato, no suporte físico, no canal, a função será fática. O objetivo desta função é testar o canal, interromper ou reafirmar a comunicação, não no sentido de informar, mas e assegurar a transmissão da mensagem.

No nosso cotidiano, certos tiques linguísticos como "entende?", "ta?", "certo?", etc. são elementos conectores que reforçam a mensagem, embora não transmitam nenhuma informação. A conversa sobre o tempo, demo de um elevador ou quando não se tem o que dizer é fática.

- Está frio, não é? - Sim, mas talvez faça calor logo.

- E, é bem possível.

- Isto se não chover.

Exemplo

Exemplo

São fáticos também, recursos, que facilitam a leitura e asseguram a transmissão da mensagem tais como: recursos gráficos, escolha de palavras mais curtas e mais fáceis, extensão das frases, etc.

A Função Poética

Esta é a função que se centra sobre a própria mensagem. Ela opera um trabalho com a própria linguagem colocando em evidência o lado palpável do signo.

Isso vale dizer que o significante é trabalhado na sonoridade, no ritmo, na

disposição gráfica das palavras na página em branco, na utilização das figuras de linguagem, etc. A Função Metalinguística

A função mete metalinguística explica o próprio código, isto é, num espelhar-

se, a linguagem fala da própria linguagem. Um dicionário, uma gramática e mesmo esta nossa apostila, são exemplo de

exercício metalinguístico. Você é tão avoada Pousou em meu coração Moça, escuta esta toada Cantada em sua canção. ATIVIDADES I - Indique se houve conotação ou denotação: a) O mergulhador afogou-se. b) Afogou-se num mar de tristezas. c) O garoto chutou a pedra. d) Só existem pedras no meu caminho. e) A água congela a 0o. f) O preço dos alimentos foi congelado. g) Não gosto de café muito doce. h) Eram doces as lembranças da sua infância. II - Construa pares de frases (denotativas e conotativas) com as seguintes palavras: a) azedo b) cortar c) açoite

Dissertação

E a exposição desenvolvida a respeito de um tema. Supõe uma sistematização e

ordenação dos dados de que se dispõe sobre o assunto e sua interpretação; pode ainda apenas expor um assunto ou desenvolver uma argumentarão sobre o assunto.

São partes da dissertação: 1- Introdução - em que se apresenta o assunto, se apresenta a ideia principal, sem, no entanto, antecipar seu desenvolvimento. 2- Desenvolvimento - em que se desenvolve os argumentos ou se expõe as ideias sobre o tema da dissertação. Se a dissertação for argumentativa, devem-se expor os argumentos separando os que são contrários dos que são a favor da proposta inicial. O desenvolvimento, pela ordenação das ideias, deve conduzir à conclusão. 3- Conclusão - liga-se ao desenvolvimento por uma ideia ou parágrafo encadeador. De ser claramente enunciada e ter relação com a proposta inicial. Ela é a reposta a uma pergunta que nos propusemos quando iniciamos o trabalho que deve estar implícita em todo o desenvolvimento de nossas ideias. É na conclusão que o autor define claramente sua posição diante do assunto.

Na dissertação argumentativa podemos identificar diferentes tipos de argumentos:

1. Argumentos com uma única razão. 2. Argumentos com diversas razões. 3. Argumentos como silogismo. 4. Evidências (experiência pessoal, a autoridade e os axiomas). Entre as evidências mais comuns temos os exemplos, as ilustrações, os dados

estatísticos e o testemunho. No desenvolvimento da argumentação é necessário que se desenvolvam

raciocínios lógicos. O método do raciocínio pode se indutivo ou dedutivo. Usamos o método dedutivo quando, por exemplo, parte-se de uma norma para chegar a um fato específico. A expressão formal do método dedutivo é o silogismo. O método será indutivo se partirmos de experiências e observações para chegarmos a um princípio.

É preciso cuidar para não incorrer em falácias ou sofismas (que são um

raciocínio vicioso), e que podem se apresentar também como: falsos axiomas, observações inexatas, ignorância da causa ou falsa causa, erros de acidente (quando se toma acidental como se fosse acidental), falsas analogias. Nas frases abaixo, por exemplo, temos falsos raciocínios. DESCRIÇÃO TÉCNICA

Distingue-se da descrição literária pela finalidade a que se destina. É uma forma

de descrever em que se visa registrar objetivamente as características de um objeto, aparelho, lugar ou situação. Neste sentido é fundamental o senso de observação de quem descreve seu rigor e precisão.

Para descrever um objeto, por exemplo, deve-se procurar defini-lo, apresentá-lo quanto à sua forma, tamanho, cor, etc. (qualidades físicas), sua estrutura e modo como é construído. Conclusões quanto à sua importância, e outras de caráter subjetivo

não são necessárias em uma descrição técnica. Vejamos este exemplo:

A célula nervosa

A célula nervosa conduz impulsos pelos quais funciona o sistema nervoso. Apresenta um núcleo arredondado envolvido por massa citoplasmática constituindo o corpo celular; projetam-se do corpo celular processos arborescentes, muito variáveis em comprimento e número, que carreiam os impulsos de um lugar para outro. RELATÓRIO

O relatório é utilizado, sobretudo na área da pesquisa científica, mas também

na área técnico-administrativa. Seu objetivo é comunicar resultados de trabalhos, pesquisas, visitas, projetos

realizados, etc. Deve, portanto, ser claro, completo e rigorosamente fiel à realidade. Contém folha de rosto, sumário, sinopse, introdução, desenvolvimento,

conclusões ou considerações finais. Pode conter apêndices que incluam documentos, comprovantes, gráficos, fotografias ou outros. O relatório parcial presta contas de uma parte do trabalho que já foi concluída. O relatório final descreve toda a atividade e visa a dar uma ideia global de seus resultados.

O relatório – técnico, administrativo ou científico - engloba outras variedades de redação técnica como descrição de objeto, de processo, narrativa de fatos, sumário e a argumentação. Há vários tipos de relatório administrativo, como rotina, de tomada de contas, relatório contábil. CURRICULUM VITAE

É o documento mediante o qual se organizam os dados pessoais e as

informações referentes aos interesses especiais e à vida profissional de alguém. Destina-se em geral a documentar e a comprovar informações em casos de pedidos de emprego, auxílios para cursos, bolsas de estudo e projetos, participação em congresso, encontros, etc.

O curriculum vitae pode ser uma carta de apresentação, uma lista de dados ou um formulário. Deve ser objetivo, sem julgamentos pessoais ou comentários; deve ser redigido na língua da pessoa ou entidade a que se destina.

A concisão, a objetividade, a exatidão são qualidades básicas para a redação do curriculum vitae. Basicamente deve conter:

1. Dados pessoais (data de nascimento, local, filiação); 2. Educação (básica, graduação, especialização, pós-graduação, etc.) 3. Experiência profissional e áreas de atuação; 4. Distinções recebidas e referências. Dependendo do objetivo e do destino que deverá ter, as diversas partes do

curriculum devem ser ampliadas e/ou destacadas. Por exemplo, se se deseja obter um determinado emprego, é interessante destacar as experiências já realizadas naquela área ou, se isso não ocorre, a formação e habilidades adquiridas para aquele tipo de função. Aqui está um modelo:

CURRICULUM VITAE 5. NOME: JOSÉ MARIA FONTES NETO 6. 2. ENDEREÇOS: Rua Capitão Montanha, 325, 90000 Porto Alegre, RS, fone 23-33300 (residencial); Cia. Siderúrgica Gaúcha, Av. Farrapos, 1235, 90000 Porto Alegre, RS, fone 25-1280 (profissional). 7. NASCIMENTO: 23 de dezembro de 1950 8. NATURALIDADE: Santa Maria, RS. 9. NACIONALIDADE: Brasileiro 10. ESTADO CIVIL: Solteiro 11. INSTRUÇÃO SUPERIOR: Graduado em Engenharia Siderúrgica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1978; Mestre em engenharia pela Universidade de Campinas, em 1981. 12. CURSOS DE APERFEIÇOAMENTO E ESPECIALIZAÇÃO: Curso de Aperfeiçoamento em Siderurgia do Aço pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 1979; Especialistas em Altos Fornos, pela Universidade de Chicago, em 1983. 13. EXPERIÊCIA PROFISSIONAL: Estágio como Engenheiro Assistente na Aços Finos Piratini,. De 1977-1978; Gerente de Sistemas na Siderurgia Steiger, de 1978-80; Diretor Técnico da Cia. Siderúrgica Gaúcha, de 1983. 14. PARTICIPAÇÃO EM CONGRESSOS E CONFERÊNCIAS: Participou do 10° Encontro Nacional de Engenheiros Siderúrgicos de 23 de outubro de 1981, com a comunicação "Problemas do Tratamento do Aço-Mina". 15. ASSOCIAÇÕES PROFISSIONAIS OU CIENTÍFICAS A QUE PERTENCE: CREA - Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, sob o n° 25999034; Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul, sob o n° 00532. 16. PUBLICAÇÕES: Tratamento do aço em altos fornos. São Paulo, Edições Técnicas, 1982.

ORDEM DE SERVIÇO É o texto de uma determinação mediante a qual um órgão ou autoridade

expede ordens aos servidores. É correspondência oficial de caráter interno, devendo ser numerada, datada e

assinada pela autoridade expedidora. Seu texto é sucinto. Direto e não inclui fórmulas de cortesia.

Modelo

ORDEM DE SERVIÇO N° 26/95 Esta Chefia determina ao Sr. Encarregado de Recursos Audiovisuais que efetue,

no prazo de três dias, um levantamento da existência de videocassetes sobre pesquisas oceanográficas no acervo do Setor Audiovisual desta Biblioteca.

23 de abril de 1995 FULANA DE TAL

Bibliotecária-Chefe