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poesia antologia mínima

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Retrato feito por Vitoriano Braga em 1914 (Folhas de Arte, 1924)

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e d i ç ã o d e j e r ó n i m o p i z a r r o

l i s b o at i n t a - d a - c h i n a

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Í N DIC E

Prefácio • 11

F E R N A N D O P E S S OA

Mar. Manhã. • 15Noite • 17O aldeão • 19Fonte • 21Sonnet VIII • 23Là ‑bas • 25Abdicação • 27A voz de Deus • 29Pauis • 31Realejo • 33Nous étions trois… Nous

étions trois… • 35Chuva oblíqua • 39Ceifeira • 47Ó tocadora de harpa, se

eu beijasse • 51Saudade dada • 53Súbita mão de algum

fantasma oculto • 55Meantime • 57

Cada palavra dita é a voz de um morto • 59

Painted • 61Canção • 63Cansa ser, sentir dói,

pensar destrui • 65Sonho. Não sei quem sou

neste momento • 67O Íbis, ave do Egito • 69Gomes Leal • 71Fausto ao espelho • 73Ao longe, ao luar • 75O menino da sua mãe • 77Marinha • 81Qualquer música, ah,

qualquer • 83Dizem? • 85Paira à tona de água • 87Deixo ao cego e ao surdo • 89No fundo do pensamento • 93

© Jerónimo Pizarro, 2018

Todos os direitos desta edição reservados à Tinta‑da‑china

Rua Francisco Ferrer, n.º 6 ‑A1500 ‑461 Lisboa

Tels.: 21 726 90 28/9E‑mail: [email protected]

www.tintadachina.pt

Título: Poesia — Antologia MínimaAutor: Fernando Pessoa

Editor: Jerónimo PizarroCoordenador da colecção: Jerónimo Pizarro

Revisão: Tinta‑da‑chinaCapa e projecto gráfico: Tinta‑da‑china

1.ª edição: Outubro de 2018

isbn 978‑989‑671‑454‑3depósito legal n.º 445651/18

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Autopsicografia • 95Sou um evadido • 97Iniciação • 99Do vale à montanha • 103Depois das rosas, Sàki, a

que versaste • 107Isto • 109Entre o sono e o sonho • 111Fausto • 113Fingi quem fui. Assim é

toda a gente • 117Quando eu morrer e tu fores • 119Quem sabe se o que pensamos • 121Conselho • 123Quando se está cansado e

apraz ser outro • 125

Vous avez tiré cette histoire • 127Ai, Assunção, Assunção • 129«Ribeirinho, ribeirinho • 131Liberdade • 133Coitadinho • 137Azul, azul, azul, o mar

fraqueja • 141Un Soir à Lima • 145The happy sun is shining • 159O dos castelos • 161Ulisses • 163D. Sebastião, Rei de

Portugal • 165O Infante • 167O mostrengo • 169Mar português • 173

A L B E RTO C A E I R O

O guardador de rebanhos • 177Quando eu não te tinha • 187A espantosa realidade

das coisas • 189

Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia • 193

R IC A R D O R E I S

Vem sentar ‑te comigo, Lídia, à beira do rio • 197

Não tenhas nada nas mãos • 201

As rosas amo dos jardins de Adónis • 203

Da nossa semelhança com os deuses • 205

O ritmo antigo que há em pés descalços • 207

A flor que és, não a que dás, eu quero • 209

O rastro breve que das ervas moles • 211

Para ser grande, sê inteiro: nada • 213

Á LVA R O DE C A M P O S

Opiário • 217Vem, Noite antiquíssima

e idêntica • 227Ode marítima • 233Saudação a Walt Whitman • 269

Lisbon revisited (1923) • 277Ai, Margarida • 281Tabacaria • 285Poema em linha reta • 293

E OU T R O S

Sonho • 299The Fall of the Titan • 301Justice • 303Origem metafísica do Conde

de Samodães • 305

Nunc est bibendum… • 307Eu • 309

Notas e cotas bibliográficas • 311

Notas biográficas • 317

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P R E FÁC IO

Percorrendo esta antologia — e de Fernando Pessoa tantas há e tantas serão feitas! –, surpreende‑me constatar que não podia ter sido apre‑sentada há uns anos, porque não se conheciam muitos dos poemas e faltava um maior conhecimento do espólio pessoano e de outros arqui‑vos onde se conservam documentos do Poeta. O tempo é o autêntico antólogo de uma obra, e esta e outras antologias são apenas um contri‑buto para essa antologia maior — meras propostas em que se procura um cruzamento feliz entre os poemas que, nas palavras de Eduardo Lourenço, «o autor desta antologia limitou‑se a escolher» e «aqueles que, há muitos anos, o escolheram a ele». É que Pessoa já foi antolo‑giado por Lourenço e por muitos dos seus exegetas, e hoje uma anto‑logia pessoana é um diálogo com inúmeras outras. Pessoa sempre foi pessoas e cada vez mais. Quão crescentemente múltiplo não será…

Propor uma antologia de poemas pessoanos não é apenas difícil porque cada dia afinamos o conhecimento da obra do autor da Men‑sagem, mas porque o próprio Pessoa deixou imensos planos para a publicação dos seus poemas, e porque já existe uma antologia mais estável, a saber, aquela constituída pelos poemas publicados em vida. Quem não se limitar a recolher os poemas de uma lista elaborada por Pessoa – que pode servir de índice –, ou a voltar a publicar o que ele publicou em vida, acabará por, depois de muitas considerações, incluir alguns poemas e excluir outros. E ainda, quando as versões são múltiplas, terá de decidir qual delas adotar. Incluir aqui imagens dos poemas selecionados é um modo de partilhar le goût de l’archive (Farge) e de explicar, silenciosamente, os desafios de editar Pessoa.

Esta antologia obrigou à consulta das versões conhecidas de muitos poemas e à revisão de muitas transcrições. Além disso, cada

pref

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fac‑símile oferece informação adicional sobre o poema editado (a orto‑grafia, por exemplo) e, por vezes, permite ler outros textos redigidos no mesmo suporte. Ora, esta antologia, como a de Lourenço, como outras, pretende chegar aos «meros amadores» da poesia pessoana, a quem não conhece essa poesia, a quem ainda não a julgou bem, a quem a pode redescobrir, aos alunos e aos que ainda se sentem alu‑nos, como eu, que embora seja, entre outras coisas, um professor, aprendo incessantemente com os meus estudantes.

Lembro‑me de ter preparado, há uns anos, com Patricio Ferrari, uma antologia da poesia inglesa pessoana e de não saber bem qual poderia ser o público‑alvo. Qual não foi a minha surpresa quando soube que essa antologia tinha sido descoberta, entre outros, por Júlio Resende, que, depois de lê‑la, compôs a fio, numa espécie de êxtase cuja natureza não consegue definir, as canções do projeto Alexander Search. Esta antologia, dedicada ao Júlio, também espera inspirar inesperados e inúmeros leitores.

Post‑scriptum — em provas foi preciso validar certas palavras: «noute», para rimar com «sou‑te» (p. 29); «cousa», para rimar com «ousa» (p. 113); «destrui», para rimar com «rue» (p. 65). As rimas têm um tempo e nem todas admitem uma atualização. De resto, sobre certos versos que podem gerar estranheza, como, por exemplo, «Ó Universo, eu sou‑te...» e «Sermente em ti eu sou‑me...» (p. 29), é bom lembrar uma carta de 26 de fevereiro de 1913, em que Mário de Sá‑Carneiro os elogia.

Jerónimo Pizarro

F E R N A N D O PE S S OA

poes

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M A R . M A N H Ã .

Suavemente grande avançaCheia de sol a onda do mar;Pausadamente se balança,E desce como a descansar.

Tão lenta e longa que pareceDe uma criança de TitãO glauco seio que adormece,Arfando à brisa da manhã.

Parece ser um ente apenasEste correr da onda do mar,Como uma cobra que em serenasDobras se alongue a colear.

Unido e vasto e interminávelNo são sossego azul do sol,Arfa com um mover‑se estávelO oceano ébrio de arrebol.

E a minha sensação é nula,Quer de prazer, quer de pesar…Ébria de alheia a mim ondulaNa onda lúcida do mar.

16‑11‑1909

[16‑20r]

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NOI T E

Ó Noite maternal e relembradaDos princípios obscuros do viver;Ó Noite fiel à escuridão sagradaDonde o mundo é o crime de nascer;

Ó Noite suave à alma fatigadaDe querer na descrença poder crer;Cerca‑me e envolve‑me… Eu não sou nadaSenão alguém que quer a ti volver…

Ó Noite antiga e misericordiosa,Que seja toda em ti a indefinidaExistência que a alma me não goza!

Sê meu último ser! Dá‑me por sorteQualquer coisa mais minha do que a vida,Qualquer coisa mais tua do que a morte.

5‑3‑1910

[16-12r]

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O A L DE ÃO

Ó sino da minha aldeia1,Dolente na tarde calma,Cada tua badaladaSoa dentro da minha alma.

E é tão lento o teu soar,Tão como triste da vida,Que já a primeira pancadaTem o som de repetida.

Por mais que me tanjas perto,Quando passo, sempre errante,És para mim como um sonho,Soas‑me na alma distante.

A cada pancada tua,Vibrante no céu aberto,Sinto mais longe o passado,Sinto a saudade mais perto.

8‑4‑1911

[117-23r]

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F ON T E

Fresca e vivaA água avivaSó de ouvida,Minha vida.

Sinto maisLeves, aisMinha dorQuase amor.

Fonte calmaDou‑te a almaDá‑me a tuaFresca e nua

Já que a auroraA ambos doura,Minha irmãEm manhã.

10‑4‑1912

[39‑8r]

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S ON N E T V I I I

How many masks wear we, and undermasks,Upon our countenance of soul, and when,If for self‑sport the soul itself unmasks,Knows it the last mask off and the face plain?The true mask feels no inside to the maskBut looks out of the mask by co‑masked eyes.Whatever consciousness begins the taskThe task’s accepted use to dulness ties.Like a child frighted by its mirrored faces,Our souls, that children are, being thought‑losing,Foist otherness upon their seen grimacesAnd get a whole world on their forgot causing;

And, when a thought would unmask our soul’s masking,Itself goes not unmasked to the unmasking.

[c. 29‑5‑1912]

[98‑1‑3‑2v]

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L À - B A S

Dorme enquanto eu velo…Deixa‑me sonhar…Nada em mim é risonho.Quero‑te para sonho, Não para te amar.

A tua carne calmaÉ fria em meu querer.Os meus desejos são cansaços.Nem quero ter nos braçosMeu sonho do teu ser.

Dorme, dorme, dorme,Vaga em teu sorrir…Sonho‑te tão atentoQue o sonho é encantamento E eu sonho sem sentir.

11‑7‑1912

[39‑21r]

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A B DIC AÇ ÃO

Toma‑me, ó noite eterna, nos teus braçosE chama‑me teu filho.E chama‑me teu filho. Eu sou um reiQue voluntariamente abandoneiO meu trono de sonhos e cansaços.

Minha espada, pesada a braços lassos,Em mãos viris e calmas entreguei;E meu cetro e coroa, – eu os deixeiNa antecâmara, feitos em pedaços.

Minha cota de malha, tão inútilMinhas esporas, de um tinir tão fútil,Deixei‑as pela fria escadaria.

Despi a realeza, corpo e alma,E regressei à noite antiga e calmaComo a paisagem ao morrer do dia.

[janeiro de 1913]

[Ressurreição, n.º 9, 1920]

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A VO Z DE DE U S

Brilha uma voz na noute… De dentro de Fora ouvi‑a… Ó Universo, eu sou‑te… Oh, o horror da alegria Deste pavor, do archote Se apagar, que me guia!

Cinzas de ideia e de nome Em mim, e a voz: Ó mundo, Sermente em ti eu sou‑me… Mero eco de mim, me inundo De ondas de negro lume Em que pra Deus me afundo.

1‑3‑1913

[57‑33ar]

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PAU I S

Pauis de roçarem ânsias pela minh’alma em ouro… Dobre longínquo de Outros Sinos… Empalidece o louro Trigo na cinza do poente… Corre um frio carnal por minh’alma… Tão sempre a mesma, a Hora!… Baloiçar de cimos de palma… Silêncio que as folhas fitam em nós… Outono delgado Dum canto de vaga ave… Azul esquecido em estagnado… Oh que mudo grito de ânsia põe garras na Hora! Que pasmo de mim anseia por outra coisa que o que chora! Estendo as mãos para além, mas ao estendê‑las já vejo Que não é aquilo que quero aquilo que desejo… Címbalos de Imperfeição… Ó tão antiguidade A Hora expulsa de si‑Tempo!… Onda de recuo que invade O meu abandonar‑me a mim próprio até desfalecer, E recordar tanto o Eu presente que me sinto esquecer!… Fluido de auréola, transparente de Foi, oco de ter‑se… O Mistério sabe‑me a eu ser outro… Luar sobre o não conter‑se… A sentinela é hirta — a lança que finca no chão É mais alta do que ela… Pra que é tudo isto?… Dia chão… Trepadeiras de despropósito lambendo de Hora os Aléns… Horizontes fechando os olhos ao espaço em que são elos de erro… Fanfarras de ópios de silêncios futuros… Longes trens… Portões vistos longe… através das árvores… tão de ferro!…

29‑3‑1913 (madrugada)

[16‑21r]

fern

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NOTA S B IO G R Á F IC A S

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o autorFernando Pessoa (1888‑1935) é hoje o principal elo literário de Portu‑gal com o mundo. A sua obra em verso e em prosa é a mais plural que se possa imaginar, pois tem múltiplas face‑tas, materializa inúmeros interesses e representa um autêntico património coletivo: do autor, das diversas figuras autorais inventadas por ele e dos lei‑tores. Algumas dessas personagens, Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos, Pessoa denominou «hete‑

rónimos», reservando a designação de «ortónimo» para si próprio. Diretor e colaborador de várias revistas lite‑rárias, autor do Livro do Desassossego e, no dia‑a‑dia, «correspondente estran‑geiro em casas comerciais», Pessoa deixou uma obra universal em três línguas que continua a ser editada e estudada desde que escreveu, antes de morrer, em Lisboa, «I know not what tomorrow will bring» [«Não sei o que o amanhã trará»].

o editorProfessor, tradutor, crítico e edi‑tor, Jerónimo Pizarro é o responsável pela maior parte das novas edições e novas séries de textos de Fernando Pessoa publicadas em Portugal desde 2006. Professor da Universidade dos Andes, titular da Cátedra de Estudos Portugueses do Instituto Camões na Colômbia e Prémio Eduardo Lourenço (2013), Pizarro voltou a abrir as arcas pessoanas e redescobriu «A Biblioteca Particular de Fernando Pessoa», para utilizar o título de um dos livros da sua bibliografia. Foi o comissário da visita de Portugal à Feira Internacional do Livro de Bogotá (FILBo) e coordena há vários anos a visita de escritores de lín‑

gua portuguesa à Colômbia. É co‑edi‑tor da revista Pessoa Plural e assíduo organizador de colóquios e exposições. Escreveu, com Carlos Pittella, o ensaio Como Fernando Pessoa Pode Mudar a Sua Vida (2017), também publicado no Bra‑sil. Dirige desde 2013 a Coleção Pessoa na Tinta‑da‑china, em Portugal e no Brasil, que inclui novas edições das obras completas de Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, do Livro do Desassossego, do Fausto, do teatro e dos textos políticos de Pessoa, além de vários ensaios sobre o universo literário pessoano. Ler Pessoa, um livro‑‑síntese sobre o poeta, é o seu título mais recente.

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P O E S I A

A N T OL O G I A M Í N I M A

de f e r n a n d o p e s s o afoi composto em caracteres filosofia

e verlag, e impresso na rainho & neves, sobre papel coral book de 80 g/m2,

no mês de setembro de 2018.