ano 131 • nº 2.210 • maio 2013

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FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA Ano 131 • Nº 2.210 • Maio 2013 D EUS , C RISTO E C ARIDADE R$ 7,00 ISSN 1413 - 1749

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Page 1: Ano 131 • Nº 2.210 • Maio 2013

F E D E R A Ç Ã O E S P Í R I T A B R A S I L E I R A

Ano 131 • Nº 2.210 • Maio 2013D EUS , CR I S TO E CAR I D ADE

R$ 7,00

ISSN 1

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Fundada em 21 de janeiro de 1883

Fundador: AUGUSTO ELIAS DA SILVA

Revista de Espiritismo CristãoAno 131 / Maio, 2013 / N o 2.210

ISSN 1413-1749Propriedade e orientação daFEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRADiretor: ANTONIO CESAR PERRI DE CARVALHO

Editor: AFFONSO BORGES GALLEGO SOARES

Redatores: ALTIVO FERREIRA, EVANDRO NOLETO BEZERRA,GERALDO CAMPETTI SOBRINHO, HÉLIO BLUME,JOSÉ CARLOS DA SILVA SILVEIRA E MARTA ANTUNES DE

OLIVEIRA DE MOURA

Secretário: CARLOS ROBERTO CAMPETTI

Gerente: SADY GUILHERME SCHMIDT

Equipe de Diagramação: AGADYR TORRES PEREIRA E

SARAÍ AYRES TORRES

Equipe de Revisão: WAGNA CARVALHO E ISAURA DA

SILVA KAUFMAN

Projeto gráfico da revista: JULIO MOREIRA

Capa: AGADYR TORRES PEREIRA

REFORMADOR: Registro de publicação no 121.P.209/73 (DCDP do Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça)

CNPJ 33.644.857/0002-84 • I. E. 81.600.503

Direção e Redação:

SGAN 603 – Conjunto F – L2 Norte 70830-030 • Brasília (DF)Tel.: (61) 2101-6150FAX: (61) 3322-0523Home page: http://www.febnet.org.brE-mail: [email protected]

Departamento Editorial:

Rua Sousa Valente, 17 • 20941-040Rio de Janeiro (RJ) • BrasilTel.: (21) 2187-8282 • FAX: (21) 2187-8298E-mails: [email protected]

[email protected]

SumárioExpediente

Editorial

Preservação da vida

Entrevista: Divaldo Pereira Franco

Divaldo comenta o Movimento Você e a Paz

Esflorando o Evangelho

Más palestras – Emmanuel

Falando de Livro

O livro de Chico Xavier na FEB – Geraldo Campetti Sobrinho

Em dia com o Espiritismo

Alimentos transgênicos – Marta Antunes Moura

Evangelização Espírita Infantojuvenil

Aos pais espíritas – Guillon Ribeiro

A FEB e o Esperanto

André Luiz e o problema linguístico – Affonso Soares

Conselho Espírita Internacional

Reuniões Administrativa e Ordinária do CEI em Havana

Seara Espírita

Reflexão sobre a doação de órgãos e transplantes

(Capa) – Christiano Torchi

Mães abnegadas – Filhos ingratos – Anália Franco

Escândalo – Consequência do mal moral –

Clara Lila Gonzalez de Araújo

Lançamento de Ave, Cristo! – Contexto e textos –

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Diálogo – Richard Simonetti

Missionários da luz – Aylton Paiva

As mães e os filhos – Maria Celeste

Parábola do semeador – Marcos Paulo de Oliveira Santos

Esde – 30 anos – Acolhimento – Equipe do Esde

7º Congresso Espírita Mundial

Composição dos órgãos da FEB após a Reunião do

Conselho Superior de março de 2013

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PARA O BRASILAssinatura anual R$ 52,00Assinatura digital anual R$ 24,00Número avulso R$ 7,00

PARA O EXTERIORAssinatura anual US$ 50,00

Assinatura de Reformador: Tel.: (21) 2187-8264 • 2187-8274www.feblivraria.com.brassinaturas.reformador@febrasil.org.br

Page 4: Ano 131 • Nº 2.210 • Maio 2013

Editorial

o Brasil, como em vários países, discute-se a prática de procedimen-

tos que comprometem a vida em várias de suas etapas.

A Federação Espírita Brasileira mantém, há duas décadas, a Cam-

panha Em Defesa da Vida e se envolve ativamente em mobilizações nacionais que

tenham em comum este objetivo, principalmente aquelas relacionadas com orien-

tações e ações que evitem a legalização do aborto.

Esta experiência brasileira e os relatos sobre os contextos dos diversos países pro-

vocaram análises e intercâmbios em reuniões do Conselho Espírita Internacional,

balizando propostas de atuação do Movimento Espírita em cada um deles. Como

consequência, recentemente foi definido o tema central “Em Defesa da Vida” para

o 8o Congresso Espírita Mundial, programado para Lisboa (2016).

Os posicionamentos e ações espíritas devem estar respaldados na obra inaugural

da Codificação Espírita:

Qual o primeiro de todos os direitos naturais do homem?

“O de viver. Por isso é que ninguém tem o de atentar contra a vida de seu semelhante,

nem de fazer o que quer que possa comprometer-lhe a existência corporal.”1

Vivemos, conforme anotou Emmanuel, momentos de aferição de valores.2 Há

advertências da Espiritualidade superior no sentido de que não se reincida em si-

tuações do passado, nas quais não havia respeito à vida corpórea. Aliás, o sexagená-

rio romance Ave, Cristo! comove os leitores com as cenas de perseguições e de sa-

crifícios humanos.

É chegado o momento em que precisamos valorizar o corpo, como “o primeiro

empréstimo recebido pelo Espírito trazido à carne”.3

N

4 Reformador • Maio 2013162

Preservaçãodavida

1KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Trad. Guillon Ribeiro. 92. ed. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2012.q. 880.

2XAVIER, Francisco C. A caminho da luz. Pelo Espírito Emmanuel. 37. ed. 4. reimp. Rio de Janeiro: FEB,2012. Introdução, p.13.

3VIEIRA,Waldo. Conduta espírita. Pelo Espírito André Luiz. 32. ed. 1. imp. Brasília: FEB, 2012. cap. 34.

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5Maio 2013 • Reformador 163

transplante de tecidos, ór-gãos e partes do corpo hu-mano é um procedimento

terapêutico destinado a pacientesem situação de risco. Não se desco-nhece, por isso, a importância dadoação desses elementos vitais. Se-gundo pesquisas mais ou menos re-centes, a maioria da população é fa-vorável à doação de órgãos com taispropósitos,1 entretanto, muitos têmreceio de doar por uma série de ra-zões, dentre elas: em caso de doaçãode órgãos, após a morte, pode o Es-pírito doador sentir incômodo oudor, no momento da retirada dessesórgãos? O Espírito recém-desencar-nado pode se sentir lesado, se lheretirarem, sem a sua anuência, osórgãos do corpo físico que habitou?Não existe o risco de erro médico,que poderia determinar a remo-ção dos órgãos antes da morte fí-

sica? Ou mesmo a provocação damorte, com fins ilícitos?

De fato, doar órgãos é um gestode amor e caridade no seu maisprofundo sentido, desde que sejaconsciente, espontâneo. Ninguémdeve sentir-se constrangido a doarseus órgãos, se a ideia não lhe agra-da, se não está seguro de tal deci-são. Por isso, foi oportuna a Lei n.10.211, de 23/3/2001, que alteroudispositivos da Lei n. 9.434/97, aqual dispensava a autorização dafamília, nos casos de doador-cadá-ver, uma vez que se tornava “doa-dor presumido” ou “compulsório”quem deixasse de registrar expressa-mente, nos documentos pessoais,a sua condição de não doador.

O Espiritismo, tendo anunciado alei do progresso, obviamente é a fa-vor de todo avanço, seja de que áreafor, pugnando, entretanto, pela ob-servação da ética. Logo, jamais po-deria ser contra a doação de órgãos:

As descobertas que a Ciência rea-

liza, longe de o rebaixarem, glori-

ficam a Deus; unicamente des-

troem o que os homens edifica-

ram sobre as falsas ideias que

formaram de Deus.2

Se não houver disposição de úl-tima vontade da pessoa viva, a esserespeito, tal direito transmite-se,automaticamente, aos parentes dodesencarnado. Todavia, se a famíliadesconhecer a vontade do extinto,torna-se muito mais difícil tomaruma decisão desse porte. Por tudoisso, é de suma importância que co-

muniquemos aos familiares, desde já,

nosso desejo quanto ao destino a ser

dado aos órgãos, para que não haja,

no futuro, perplexidade nem dúvi-

das quanto à nossa real pretensão.Há muito se estuda a questão éti-

ca sobre se a criatura humana é ounão proprietária de seu organismo.No sentido ético-religioso, o homemnão é dono absoluto de seu corpo,

CH R I S T I A N O TO RC H I

doação de órgãose transplantes

Reflexão sobre a

O

1FONTENELLE, André. Colaboração deBianca Piragibe. Guia. Doação de órgãos: avida de presente. Revista Veja, São Paulo, Edi-tora Abril, ed. 1.924, p. 114 a 116, 28 set. 2005.

2KARDEC, Allan. A gênese. Trad. GuillonRibeiro. 52. ed. 5. reimp. Rio de Janeiro:FEB, 2012. cap. 1, it. 55.

Capa

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mas usufrutuário dele, como o éde todos os bens materiais existen-tes, motivo pelo qual pode, de acor-do com o seu livre-arbítrio e suaconsciência, colocá-lo a serviçodo próximo e da Medicina, se ascondições o permitirem.

O corpo físico é o primeiro em-préstimo que Deus concede ao Es-pírito para o seu aprimoramentomoral e intelectual. Por que não per-mitir que esse bem precioso, quenão mais será utilizado por alguémque acaba de desencarnar, favoreça,por meio da doação de seus órgãos,a prorrogação da vida orgânica deoutro Espírito encarnado, para queesse possa, em permanecendo maistempo na esfera terrestre, aprovei-tar as oportunidades de crescimen-to e de progresso, numa espécie demoratória espiritual?

A tecnologia dos transplantesvem aperfeiçoando cada vez maisesse processo terapêutico, vencen-do o tradicional inimigo (a rejei-ção dos órgãos) e inclusive aprimo-rando o diagnóstico da morte físi-ca, sem prejuízo nenhum para ocosmo celular, para o perispírito

ou para o Espírito desencarnante,que sempre recebe a proteção doAlto, por sua intenção benemérita.Se houver algum erro médico, mal-versação ou má utilização dos ór-gãos doados, bem assim rebeldia doEspírito doador involuntário, taisacontecimentos estarão situadosna órbita da lei de causa e efeito.

O diagnóstico da morte encefá-lica, que não se confunde com oestado comatoso,3 é o critériocientífico válido, atualmente, paradetectar a cessação da vida que,inclusive, é reconhecido pela ben-feitora Joanna de Ângelis.4

A morte é um processo comple-xo, lento e gradual. A vida não podeser entendida pela simples presençade sinais vitais isolados em órgãos etecidos, mas sim de elementos vitaisestruturados que, em conjunto, for-

mam a concepção da pessoa. Umavez morto o encéfalo, não há qual-quer possibilidade de reanimar oindivíduo; os demais órgãos, comopulmão e coração, continuam a fun-cionar por certo tempo, para logomais, assim como todos os demaisórgãos, interromper-se o seu fun-cionamento. Por isso, é fundamen-tal que os órgãos sejam aproveita-dos para doação antes que cessemos batimentos cardíacos e a respira-ção, que podem ser mantidos tem-porariamente por meios artificiais,logo após a morte encefálica, au-mentando o fator tempo para apreservação das células dos órgãosa serem transplantados, o que tam-bém facilita a tomada de provi-dências, inclusive médicas, jurídi-cas e logísticas indispensáveis aospreparativos e ao êxito da cirurgiade remoção e transplante.

A possibilidade de erro de diag-nóstico é remota, pois, no caso dostransplantes, a legislação exige arealização de vários exames clíni-cos especializados e diversos com-plementares, e inclusive repetiti-vos, sendo possível até o acompa-

6 Reformador • Maio 2013164

3TORCHI, Christiano. Espiritismo passo a

passo com Kardec. 3. ed. 2. reimp. Rio deJaneiro: FEB, 2011. it. 7.4.7. Doação deórgãos e transplantes, p. 439.

4FRANCO, Divaldo P. Dias gloriosos. PeloEspírito Joanna de Ângelis. 4. ed. Salvador:Leal, 1999. p. 97 e 98.

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nhamento do médico da família,para checar se estão sendo toma-dos os procedimentos corretos.

O estudo do perispírito facilita acompreensão do fenômeno morte,sob o ponto de vista espiritual emesmo sob o ponto de vista bioló-gico. A desencarnação assemelha--se ao processo invertido da encar-nação, em que as moléculas do pe-rispírito vão se desprendendo umaa uma dos componentes celulares.Portanto, a ligação do Espírito coma matéria pode persistir, ainda quenão exista vitalidade. Entretanto,na ausência de vida orgânica, o Es-pírito perde o veículo de transmis-são e recepção de sensações e per-cepções, que persistem apenas naforma de lembranças na memória.

Após a morte, mormente nos se-res humanos de evolução mediana,o Espírito não tem consciência de simesmo imediatamente depois dedeixar o corpo, uma vez que passaalgum tempo em estado de torpor,de perturbação, que “nada tem depenosa para o homem de bem”, quese conserva calmo, semelhante emtudo a quem acompanha as fases deum tranquilo despertar.5 Os sofri-mentos de que padecem os Espíri-tos, conforme eles mesmos reve-lam, são as angústias morais, queos “torturam mais dolorosamentedo que os sofrimentos físicos”.6

Portanto, se alguém tiver que so-frer por algum motivo, após a morte

física,quer haja cremação ou retiradade órgãos para transplante, a dorserá moral e não física e aconteceráindependentemente de ser ou nãocremado, de ser ou não doador, vis-to que ninguém sofre desnecessaria-mente perante as leis divinas.7 Pelocontrário, a intenção caridosa dodoador de órgãos atrairá a atençãodos Espíritos bondosos, que lhedarão ampla assistência, conformeatestam diversas mensagens rece-bidas do plano espiritual,8 inclusiveno caso de aproveitamento de ór-gãos de suicidas9 e em outros casos.10

É lícito concluir, portanto, queo desligamento dos aparelhos,após o transplante ou se este viera ser frustrado por algum motivoexcepcional, não implica a prática daeutanásia, uma vez que já haviaocorrido a morte encefálica inde-pendentemente do conceito espíritada desencarnação, cujo momentoé diferenciado para cada Espírito,dependendo do estágio de evolução.

Não há nenhuma contradiçãodessa afirmativa com o ensino dosEspíritos superiores, pois eles mes-mos esclareceram que a alma inde-pende do corpo,11 tanto que essepode subsistir, ainda que tempora-riamente, sem aquela. Entretanto,desde que cessa a vida do corpo, aalma o abandona, ou seja, “a vidaorgânica pode animar um corposem alma, mas a alma não podehabitar um corpo privado de vidaorgânica”,12 caso em que “a sepa-ração definitiva da alma e do cor-po pode ocorrer antes da cessaçãocompleta da vida orgânica”.13

A vida é um dos bens mais pre-ciosos que existem, mas todos,sem exceção, estamos fadados àmorte física. Não há outro meiode aprender a conviver com ela,senão compreendendo a finalidadeda própria vida e pautando o vi-ver de acordo com as leis divinas.No momento de uma decisão im-portante como essa, coloquemo--nos no lugar dos potenciais recep-tores de órgãos. Pensemos na mãeaflita que vê seu filho perecer porfalta de doador compatível. Medi-temos naqueles enfermos que, an-gustiados e sofridos, submetem--se, por exemplo, às máquinas dehemodiálise, à espera de um ór-gão. Não nos esqueçamos de que onão doador, hoje, pode ser um re-ceptor, amanhã.

7Maio 2013 • Reformador 165

5KARDEC, Allan. O livro dos espíritos.Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. 1. reimp.Rio de Janeiro: FEB, 2011. q. 163, 165 ecomentário de Allan Kardec à q. 165.

6Idem, ibidem. q. 253 e 255.

7SANTOS, José Roberto Pereira (então pre-sidente da Associação Médico-Espírita doEspírito Santo). Chico e a doação de órgãos

– Uma réplica. Folha Espírita, São Paulo,p. 4, fev. 1999.

8FRANCO, Divaldo P. Elucidações espíri-

tas. Fernando Hungria (Org.). 2. ed. Nite-rói (RJ): Seja, 1993. p. 109 e 110.

9XAVIER, Francisco C. Amor e saudade.Diversos Espíritos. Rubens Sílvio Germinhasi(Org.). Apud SIMONETTI, Richard. Quem

tem medo da morte? 7. ed. Bauru (SP): Grá-fica São João, 1988. p. 122 e 123; LISSO,Wlademir. Doação de órgãos e transplantes.São Paulo: Feesp, 1998. p. 101.

10SIGNATES, Luiz. Doação de órgãos. Vocêjá fez sua opção? Revista espírita Allan Kardec,Goiânia, Gráfica e Editora Espírita Paulode Tarso, ano 10, n. 38, p. 5 a 11, fev. 1998.

11KARDEC, Allan. O livro dos espíritos.Trad.Evandro Noleto Bezerra.2.ed.1. reimp.Rio de Janeiro: FEB, 2011. q. 136.

12Idem, ibidem. q. 136a.

13Idem, ibidem. q. 156.

Capa

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ntre os graves comporta-mentos destrutivos quecaracterizam a inferiori-

dade humana, a ingratidão des-taca-se, infeliz, sendo, porém, ados filhos em relação aos pais,uma ulceração moral das maisperturbadoras.

A gratidão é o sentimentonobre que enriquece o Espíritode bênçãos, proporcionando--lhe saúde e bem-estar.

Exorna o caráter com os va-liosos tesouros da fidelidade eda alegria de viver, facultando a visão otimista para uma exis-tência de eloquente significado.

A ingratidão é chaga moralque decompõe os sentimentos,trabalhando-os no processo de-generativo.

Pergunta-se: por que mãesabnegadas, cujas existênciassão assinaladas pela ternura edevotamento, padecem a crue-za de filhos ingratos que as cru-cificam nas traves invisíveis domartírio?

Essas carinhosas genitoras,mesmo sem o conhecimentoconsciente, identificam, nessesrebeldes rebentos da sua carne,seres que necessitam de amor,e, por mais sejam maltratadas,não diminuem, pelo contrário,aumentam a capacidade de re-signação e de sacrifício para comeles.

São, esses filhos ingratos, avesque tiveram no passado as asascortadas pela crueldade de parcei-ros infiéis, que os atiraram ao abis-mo do desespero e da loucura.

Algumas outras mães trazeminscritos na consciência os re-morsos e as culpas defluentesde delitos cometidos contra elesem existências pregressas, deque não se reabilitaram, assina-lando-os com mágoas e senti-mentos doentios, de que hoje seutilizam para encontrarem umapaz mentirosa.

Certamente, a conduta odientaa que se entregam, em processode vingança, não encontra jus-

tificativa em relação ao delitode que foram vítimas na ante-rior oportunidade, porque é daLei divina o impositivo do per-dão, e quando isso não seja pos-sível, prevalece o dever de com-preensão em referência à quedamoral do seu próximo.

Elas, no entanto, durante a lu-cidez recuperada na Espirituali-dade, conscientizando-se do cla-moroso erro praticado, suplicama Deus a oportunidade de recebê--los como filhos, sabendo quesomente o poder do amor serásuficiente para sanar-lhes as má-goas profundas e neles edificaros dons da amizade e do devo-tamento verdadeiros.

Santa Mônica, por exemplo, acristã modelo, maltratada pelofilho ingrato, Agostinho de Hi-pona, suportou as suas diatri-bes e agressões, orando por elee o amando sem cessar, por 27longos anos, até o momento emque aconteceu a conversão queo levou a Jesus.

8 Reformador • Maio 2013166

E

Mães abnegadasFilhos ingratos

Page 9: Ano 131 • Nº 2.210 • Maio 2013

O algoz acalmou-se e a mãefeliz retornou à pátria ditosa,legando o cristão invulgar en-carregado de servir à Humani-dade desde o recuado século IV.

À sua semelhança, incontáveismães sofridas conseguiram ergueros filhos rebeldes dos abismos aosquais se atiraram até às elevadasesferas do amor e da alegria de viver.

Mães abnegadas!Tende coragem e mantende a

fé na divina Justiça, perseveran-do, animosas, ao lado desses fi-lhos ingratos. Eles estão enfer-mos e preferem ignorá-lo.

Sois a luz na treva da desditaem que se debatem, recusando--se à claridade libertadora.

Não vos aflijais em demasia,tendo em conta que eles sãotambém filhos de Deus como

vós próprias e não estãoesquecidos...

Filhos!Refleti enquanto ao

vosso lado se encontra oanjo maternal dando-vosamparo e carinho.

Se o desdenhais hoje ea vossa arrogância o puneinjustamente, amanhã,quando ele houver partidoda Terra, valorizá-lo-eistardiamente no percur-so solitário pelo desertodo arrependimento e daangústia.

Recomponde a paisa-gem mental e cuidai deaproveitar a santa opor-tunidade do convíviocom o seu amor, a fim devos encontrardes a vóspróprios.

No jubiloso dia dedi-cado às mães, na Terra,embora todos os diaslhes pertençam, sede fe-lizes, mulheres abnega-

das, evocando e refugiando-vosna incomparável Mãe de Jesus,tornada sublime genitora detodas as criaturas!

Anália Franco

(Página psicografada pelo médium Divaldo

Pereira Franco, na sessão mediúnica

da noite de 13 de março de 2013, no

Centro Espírita Caminho da Redenção,

em Salvador, Bahia.)

9Maio 2013 • Reformador 167

l

l

l

Santa Mônica e seu filho Agostinho de Hipona

Page 10: Ano 131 • Nº 2.210 • Maio 2013

palavra escândalo tem umsignificado extremamen-te forte e expressa injúria

grave por parte daquele que o co-mete. Ela foi usada por Jesus, emsua pregação, conforme registrosdos evangelistas Marcos (9:42 a 50)e Lucas (17:1 e 2) que, juntamentecom Mateus (18:6 a 11), eviden-ciam a preocupação do Mestre emrecorrer a essa imagem para acon-selhar os discípulos a não seremcausa de nenhum dano, com o ris-co de se lhes agravar as dificuldadesda marcha ascensional por oca-sião de suas experiências terrenas.

Na análise que faz sobre o tema,em O evangelho segundo o espiri-

tismo, Allan Kardec observa:

No sentido vulgar, escândalo se

diz de toda ação que de modo

ostensivo vá de encontro à moral

ou ao decoro. O escândalo não

está na ação em si mesma, mas

na repercussão que possa ter. [...]

No sentido evangélico, a acep-

ção da palavra escândalo, tão

amiúde empregada, é muito

mais geral, pelo que, em certos

casos, não se lhe apreende o sig-

nificado. Já não é somente o

que afeta a consciência de ou-

trem, é tudo o que resulta dos

vícios e das imperfeições huma-

nas, toda reação má de um in-

divíduo para outro, com ou sem

repercussão. O escândalo, neste

caso, é o resultado efetivo do mal

moral.1 (Destaque nosso.)

O mal existe por efeito das im-perfeições dos homens.

Em todas as épocas, os sereshumanos cometeram erros gravestentando reprimir as agressõescom a violência, salientando as se-parações e as discórdias para simesmos, como se esses padrõesde resistência, a reclamarem “olhopor olho, dente por dente”, dimi-nuíssem o resultado do insulto.Semelhantes revides, transforma-dos em ofensas severas, só fizeramacentuar a maldade, filha da igno-rância e da crueldade, eternizan-do o ódio entre os homens. Emdecorrência disso, a maioria das

criaturas comete inúmeros desli-zes de ordem moral, motivada,principalmente, pela vingança,sem atinar que haverá de sofrer asaflições e as dores que afloramdessas situações.

Certamente, se todos cumpris-sem as leis divinas, evitariam com-portamentos ruinosos, mesmo que,por esta ou aquela circunstância,estejam propensos a cometer atoscontroversos em desacordo com aética e os bons costumes.

Jesus, ao enunciar que “é preci-so que haja escândalo”, nos alertapara as perversidades humanas demodo a nos fazer admitir que ain-da somos passíveis de causar oultraje a outrem, demonstrandoque estamos longe de alcançar aperfeição almejada. Só nos curva-mos ao reconhecimento dos errospessoais quando esses transpare-cem ostensivamente, não havendomais condições de dissimulá-los.

Ao abordar reflexões sobre o pro-blema, Vinícius (pseudônimo dePedro de Camargo) dá-nos contri-buições valiosas sobre o assunto:

10 Reformador • Maio 2013168

ACL A R A L I L A GO N Z A L E Z D E AR A Ú J O

Escândalo"Ai do mundo por causa dos escândalos, pois é necessário que venham

escândalos; mas ai do homem por quem o escândalo venha.”(Mateus, 18:7.)

Consequência do mal moral

Page 11: Ano 131 • Nº 2.210 • Maio 2013

[...] Sim, é preciso que a mal-

dade humana, oculta nos péla-

gos insondáveis do Espírito, se

manifeste, se mostre à luz do

dia para que o delinquente se

reconheça como tal, e, supor-

tando as consequências dolo-

rosas do delito, se corrija e se

converta [...].

[...] vemos Pedro, o apóstolo

arrojado, cujo temperamento ar-

doroso tão bem se prestava a

transmitir as mensagens do Céu,

negar três vezes o seu Mestre, a

despeito mesmo de haver sido

por Ele prevenido dessa prova

pela qual devia passar. A nega-

ção de Pedro foi, a seu turno,

um escândalo; mas, era preciso

que assim sucedesse para que

Pedro se acautelasse contra

uma falha de seu bondoso ca-

ráter.2

Tratando-se de figura singela co-mo a de Pedro, é difícil considerarsua falha de caráter, mas o Mestreo conhecia e o amava igualmente,antes e após a negação, mesmosabendo que ele fraquejaria nahora do derradeiro testemunho.

Ao analisar essa passagem, Hum-berto de Campos (Espírito), na be-líssima obra Boa nova, remete-nosao diálogo de Pedro com Jesus, queo prepara para o acontecimentode sua detenção pelos emissários doTemplo, repetindo recomendaçõesde despedida. O apóstolo, dandoexpansão ao seu temperamento in-quieto, queria acompanhá-lo:

– Não posso seguir-vos? Acaso,

Mestre, podereis duvidar de

minha coragem? Então, não sou

um homem? Por vós darei a

própria vida.

O Cristo sorriu e ponderou:

– Pedro, a tua inquietação se faz

credora de novos ensinamentos.

A experiência te ensinará melho-

res conclusões, porque, em ver-

dade, te afirmo que esta noite o

galo não cantará sem que me

tenhas negado por três vezes.

– Julgais-me, então, um espírito

mau e endurecido a esse ponto?

– indagou o pescador, sentin-

do-se ofendido.

– Não, Pedro – adiantou o Mes-

tre, com doçura –, não te supo-

nho ingrato ou indiferente aos

meus ensinos. Mas vais apren-

der, ainda hoje, que o homem

do mundo é mais frágil do que

perverso.3

No entanto, “ai daquele porquem venha o escândalo”. A liçãode Pedro nos faz avaliar as próprias

11Maio 2013 • Reformador 169

A negação de São Pedro, quadro de Gerard Seghers

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dificuldades, que enfrentamos nosdias atuais, ao nos depararmos comsituações que nos levam a praticaro mal, deplorando-o, depois do atocometido, por não termos mantidoa vigilância. Entretanto, assim deveser, pois, ao reconhecer os nossosfracassos morais, haveremos de nostornar mais benevolentes, menosintransigentes com os erros alheios,culminando com vontade sincerade ajudar os que mais sofrem enos alegrando pelas oportunidadesque recebemos a cada reencarna-ção. Esses são ensejos que se expres-sam em amadurecimento espiri-tual, conforme experiências quevenhamos a conhecer em nossapassagem pela vida corporal.

Mesmo aqueles que presumemcolaborar com o Alto desfiguramos ensinamentos do Mestre e fa-lham na compreensão de suasverdadeiras palavras. Ao dizer quedeveríamos resistir ao mal (Ma-

teus, 5:39), Jesus não convoca seusdiscípulos para que se entreguemà ignomínia e à perfídia, mas aque não retribuam violência comviolência. O perdão será sempre omelhor antídoto para todo e qual-quer mal que venhamos a sofrer.

Da mesma maneira, a figuraenérgica utilizada por Jesus ao pro-nunciar: “[...] se vossa mão é causade escândalo, cortai-a”, não foi en-tendida por muitos, mas procurouchamar atenção para a urgência demudarmos em nós toda causade escândalo; suspender o cultivo desentimentos maldosos e inferiores,estimulantes dos vícios e das ten-dências nocivas que acalentamospor tanto tempo. A melhor ma-

neira de nos encorajarmos, liber-tando-nos das consequências doescândalo, qualquer que ele seja, étrabalhar e servir com segurança,em numerosas encarnações de sa-crifícios, de abnegação e de perse-verança. Paulatinamente, vencere-mos os embaraços criados em ra-zão das falhas e das fraquezas es-pirituais que cometemos, sem ja-mais desistir da luta nos trilhos daevolução, deixando para trás asnossas deformidades morais.

Elucida o Espiritismo que oarrependimento se faz acompa-nhar da devida e indispensávelreparação, nesta ou noutra encar-nação. O remorso, no entanto, nãopode se tornar motivo de desâni-mo, lamentação ou revolta. Pre-cisamos aprender que, ao colher-mos aquilo que semeamos, nãosolveremos as dívidas se perma-necermos inconformados com asprovas individuais. Tais vivênciasdifíceis, concedidas por Deus, sãochances para a solução desses agra-vos e nos isentam, após o resgate,das gravíssimas obrigações adqui-ridas junto aos familiares e/oucompanheiros prejudicados pelanossa incúria.

O escritor espírita Martins Pe-ralva (1918-2007), ao interpretaro pensamento de Emmanuel, fazilações sobre o valor da contrição

que concorre para a melhoria doEspírito e permite um aprendizadode luz e realizações no bem:

Reabilitando-nos, corajosamente,

das faltas praticadas, no ontem

da vida, edificaremos, com todas

as forças do nosso coração, as

definitivas construções do amor

e do perdão, restaurando, as-

sim, nossa consciência para o

grande porvir.

No exame dos enganos que nos

são peculiares, como criaturas

imperfeitas, deveremos levar

em conta quatro pontos essen-

ciais, a saber:

a) reconhecer, com humildade,

o erro cometido;

b) não reproduzi-lo ou, pelo

menos, tudo fazer no sentido

de evitar sua repetição;

c) ajudar aqueles a quem feri-

mos;

d) sustentar-nos na fé e no tra-

balho, a fim de que a reabilita-

ção se dê, gloriosa e sublime,

uma vez que, indubitavelmente,

o trabalho e a fé são alavancas

de sustentação das almas enfra-

quecidas.

O remorso é, em si mesmo, ine-

vitável. Convertamo-lo, pois,

em oportunidade de progresso

e felicidade.4

Referências:1KARDEC, Allan. O evangelho segundo o

espiritismo. Trad. Guillon Ribeiro. 25. ed.

bolso. Rio de Janeiro: FEB, 2012. cap. 8,

it. 12.2VINÍCIUS (pseudônimo de Pedro de Ca-

margo). Em torno do Mestre. 49. ed. 1.

reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2009. O peca-

do e a atitude pecaminosa, p. 94 e 95.3XAVIER, Francisco C. Boa nova. Pelo Es-

pírito Humberto de Campos. 3. ed. 5.

reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. A nega-

ção de Pedro, p. 215.4PERALVA, Martins. O pensamento de

Emmanuel. 9. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro:

FEB, 2011. Remorsos, p. 259.

12 Reformador • Maio 2013170

Page 13: Ano 131 • Nº 2.210 • Maio 2013

Reformador: Como surgiu o Mo-

vimento Você e a Paz?

Divaldo: Quando eu completei 70anos, fazendo uma revisão da atualexistência, verifiquei quão poucohavia realizado e pensei nas liçõespreciosas que o Senhor me conce-dera até aquele momento. Recor-dei-me das inúmeras visitas realiza-das a casas de detenção, presídios,penitenciárias, no Brasil e no Exte-rior. Conversando com reeducan-dos, constatava que se tornavambem piores do que quando ali che-garam, em razão das circunstân-cias e condições em que viviam.

Eu sabia que a grande maioriaera o resultado dantesco da ausênciade lares, de escolas, de amor, mal-tratados na infância e atirados aoabismo da miséria moral, além da-quela de natureza econômica.Então,ouvi a benfeitora Joanna de Ânge-lis sugerir-me criar um movimentoem favor da paz. Um movimento,

porém, que proporcionasse paz in-terior a cada indivíduo, a fim de queum dia a paz se expressasse nomundo. O Movimento iniciou-seem 19 de dezembro de 1998, massomente foi institucionalizadono ano 2000, com a promulgaçãoda Lei do Município de Salvador den. 5.819/2000, que instituiu a datano calendário das manifestaçõescívicas do Município, como diado Movimento Você e a Paz.

Reformador: Há quantos anos você

o promove e em quais cidades?

Divaldo: Inicialmente, visitamoseducandários, realizando pales-tras nas quadras de esportes. No-tei, porém, que as pessoas maisatormentadas e mais violentasnão compareciam. Resolvi, então,solicitar permissão à Prefei-tura para armar palanquesnas praças públicas dosbairros mais agitados,

anunciando à população a razãodo evento, pronunciando confe-rências e convocando as pessoas aparticiparem, no dia 19 de dezem-

Divaldo comentao Movimento

Você e a PazDivaldo Pereira Franco comenta, em entrevista, a origem e a evolução

do Movimento Você e a Paz e destaca que a proposta tem comoobjetivo estimular a melhoria moral do homem

13Maio 2013 • Reformador 171

D I VA L D O PE R E I R A FR A N C OEntrevista

Page 14: Ano 131 • Nº 2.210 • Maio 2013

bro, na Praça da Independência,do evento maior.

No começo, era somente em Sal-vador e seu entorno. Logo depois,passamos a visitar uma cidade doInterior do Estado (ou de outro Es-tado) uma vez por mês e, durante omês de dezembro, os bairros violen-tos da nossa cidade. Já realizamoso Movimento nas cidades de outrospaíses: Baltimore e Boston (U.S.A.);Coimbra e Lagos (Portugal); Lon-dres (Inglaterra); Paris (França);Viena (Áustria) e Zurique (Suíça).

No Brasil: Araguari (MG), Bal-neário de Camboriú e Concórdia(SC), Duque de Caxias, MiguelPereira, Nilópolis, Nova Friburgo,Rio de Janeiro, São Gonçalo e Vol-ta Redonda (RJ), Cruz Alta e SantaCruz do Sul (RS), Cuiabá (MT),Cascavel e Maringá (PA).

No Estado da Bahia: Alagoi-nhas, Amélia Rodrigues, Bom Je-sus da Lapa, Cachoeira, Camaçari,Candeias, Catu, Cruz das Almas,Esplanada, Ilha de Itaparica (MarGrande), Lauro de Freitas, Madrede Deus, Nazaré, Pojuca, Salvador,Santo Amaro, Santo Antônio deJesus, São Gonçalo dos Campos,São Sebastião do Passé, SimõesDias e Valente.

No momento, acabamos de lan-çar o nosso Movimento Você e aPaz na ONU, em Nova Iorque, nodia 5 de abril e, em seguida, emMiami, no dia 7 do mesmo mês.

Reformador: No que consiste o

programa deste Movimento?

Divaldo: Tudo é muito simples eprático. Às 19h, aproximadamente,chegamos à praça, onde se encontra

instalado o palanque preparadocom serviço de som e eletricidade,já tendo sido feita a divulgação, gra-ças à cooperação dos espíritas dobairro (ou da cidade). São apresen-tados alguns números de arte: cantoou música. Convidamos as autori-dades locais a que nos honrem coma presença no palco, o nosso mestrede cerimônias elucida sobre o tema,passa a palavra a algum convidado,e eu profiro uma palestra, evitan-do vinculação religiosa ou política,a fim de que o assunto seja especí-fico sobre a paz, naturalmente uti-lizando a sublime figura de Jesus,como o Príncipe da Paz.

Ao término, todos cantamos amúsica de Nando Cordel, Paz pela

paz. Ele sempre tem participadoconosco nos encontros de 19 dedezembro. No referido ano de 2000,criamos o troféu Você e a Paz, queé oferecido em homenagem à ins-tituição social que promove, a em-presa que viabiliza e a personali-dade que se doa. Entre os muitoshomenageados, destacamos a dra.Zilda Arns, que o recebeu de nossasmãos, em praça pública, dona CanôVeloso (a genitora de Caetano eMaria Betânia), ambas desencar-nadas, algumas emissoras de tele-visão e diversas notáveis institui-ções que trabalham pela paz. A Fe-deração Espírita do Estado da Ba-hia coopera conosco através dosvários setores espalhados na cida-de e no Interior.

Reformador: Você convida repre-

sentantes das comunidades civil e

religiosa?

Divaldo: Sim. Convidamos, com

antecipação, as lideranças civis ereligiosas, as classes operárias e la-boriosas, os clubes sociais, e quan-do se fazem presentes, são levadosao palco, incluindo os presidentesdos centros espíritas, que traba-lharam no bairro ou na cidade peladivulgação.

Reformador: Tem alguma conota-

ção espírita evidente?

Divaldo: Não tem conotação espí-rita nem política, evitando frag-mentações.

Reformador: Qual fato pitoresco

ou histórico gostaria de ressaltar?

Divaldo: O mais extraordinárioque tem ocorrido é o apelo das po-pulações visitadas pedindo-nos pa-ra voltar ao bairro, porque elas so-

mente convivem com a polícia e os

traficantes. Temos recebido apoiode pessoas violentas e traficantesque se modificaram após participa-rem dos nossos eventos. Em algunsbairros considerados muito perigo-sos, fomos recebidos com imensocarinho, sem nunca haver ocorridoqualquer incidente lamentável.

Reformador: Em síntese, qual sua

proposta para uma Humanidade

mais pacífica?

Divaldo:A nossa proposta para umaHumanidade mais pacífica centra-liza-se na transformação moral doindivíduo para melhor, utilizando--nos do conceito de Allan Kardeca respeito do verdadeiro espírita,aquele que opera a modificaçãointerior, sendo sempre mais nobree lutando sem cessar pela supera-ção das más inclinações.

14 Reformador • Maio 2013172

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empos antes do início dapsicografia de Ave, Cristo!,ocorreu um fato muito sig-

nificativo com Chico Xavier emsua residência, em Pedro Leopol-do (MG).

Ao influxo de reminiscênciasespirituais e envolto pelas teias daemoção, Chico Xavier passou aescrever sobre os episódios poste-riormente enfeixados no enredode Ave, Cristo!. Seu dileto amigo,Arnaldo Rocha (1922-2012), de-sencarnado há pouco tempo,1 re-latou-nos alguns comentários domédium à época da redação cita-da. Com sua própria letra, muitocaracterística, Chico escrevia e seemocionava. Esta escrita era dife-rente da caligrafia típica das psi-cografias e, contou-nos o amigocitado, foi diferente também navelocidade mais lenta com que oChico redigia. Como escreveucom a caneta tinteiro – muito uti-lizada naqueles tempos –, nos ori-ginais há sinais de borrões que,segundo Arnaldo, seriam de lágri-mas do médium.

Ao analisar o conteúdo dosoriginais do manuscrito que con-tém o depoimento pessoal deChico Xavier, e na comparaçãocom o texto do livro sexagenário,verificamos que há pequenasdiferenças na redação, sendo otexto do manuscrito um poucomenor. Não nos cabe concluir,mas Chico deve ter tido percep-ções e razões, dentro do contex-to dos primeiros anos da décadade 1950, para escrever o depoi-mento. Pode-se conjeturar quese trata de uma espécie de psi-cografia intuitiva, mesclando--se registros de vivência pretéri-ta do médium, como uma daspersonagens do romance, mascom a percepção ampliadapela sua interatividade com adimensão espiritual e a asses-soria dos Espíritos benfeitores.Outro fato é que o médium vi-via cenários de lembranças de vi-da anterior, e relacionadas comseus amigos. Em outras áreas, es-te prévio depoimento poderia serchamado de um projeto piloto.

Chico Xavier, médium com va-riados dons, simples e humilde,tornou-se intermediário para a

15Maio 2013 • Reformador 173

TAN TO N I O CE S A R PE R R I D E CA RVA L H O

Ave, Cristo!Contexto e textos

Lançamento de

Dedicatória de Chico Xaviera Arnaldo Rocha

Page 16: Ano 131 • Nº 2.210 • Maio 2013

veiculação de pérolas de ilu-minação espiritual, atravésdos textos psicografados,numa continuada dinâmicade interexistência entre asdimensões corpórea e espiritual e,notadamente, na exemplificaçãocontínua.

Arnaldo Rocha guardou os ori-ginais do citado depoimento du-rante quase seis décadas e, com ba-se em nossa amizade e de formaespontânea, transformou-nos emintermediário para a doação dosmanuscritos originais desse depoi-mento à Federação Espírita Brasi-leira.A guarda do texto foi transferi-da com base em instrumento legal.

Ao legado do amigo, somamosalgumas oportunas informações dacorrespondência entre Chico Xaviere o presidente da FEB, Wantuil deFreitas, relacionadas com a obraAve, Cristo!, ficando claro o vivointeresse do médium pelas etapasde sua edição. Em missiva datada de1o de março de 1953, Chico infor-mava “a primeira notícia a respei-to do novo romance ditado porEmmanuel: Ave, Cristo!”.2 Em car-ta de 28 de maio de 1953, há umcomentário relacionado com nos-sas anotações:

[...] Recebi muitos ensinamen-

tos e inesquecíveis emoções na

psicografia deste livro, e a tua

opinião confortadora repre-

senta abençoado estímulo para

mim.3

O romance histórico foi concluí-do por Emmanuel em 18 de abril de1953 e, na passagem de novembropara dezembro, já estava editadopela FEB.4 Rapidamente, Arnaldorecebeu o exemplar autografadopelo médium, no dia 8 de dezem-bro de 1953:

[...] Recordação de luminosos

dias de humilde trabalho nosso,

junto dos nossos abnegados

Amigos Espirituais, este livro fa-

la-nos à alma e ao pensamento.

Diante dos registros sobre os60 anos do lançamento do citadoromance histórico de Emmanuel,longe de eventuais curiosidadessobre a identificação dos Espíritosenvolvidos, torna-se oportuno me-ditar nas dificuldades e exempli-ficações do grupo de Espíritos quesão personagens do enredo. A pro-pósito, convém refletir nos comen-tários do autor espiritual:

Aproxima-se o momento em

que se efetuará a aferição de

todos os valores terrestres para

o ressurgimento das energias

criadoras de um mundo novo

[...].5

O conteúdo de Ave, Cristo! ésugestivo para reflexões com vis-tas a se “aclimatar a flor divina doEvangelho sobre o mundo”,6 à luzdo Espiritismo.

Referências:1REFORMADOR. ano 130, n. 2.205, p.

35(473), dez. 2012. Retorno à Pátria Es-

piritual. Arnaldo Rocha.2SCHUBERT, Suely C. Testemunhos de

Chico Xavier. 4. ed. Rio de Janeiro: FEB,

2010. p. 278.3______. ______. p. 279.4CARVALHO, Antonio Cesar Perri. Ave, Cris-

to! – 60 anos de lançamento. Reformador.

ano 130. n. 2.206. p. 18(136), abr. 2013.5XAVIER, Francisco C. A caminho da luz. Pelo

Espírito Emmanuel. 37. ed. 4. reimp. Rio

de Janeiro: FEB, 2012. Introdução, p. 13.6TAVARES, C. Amor e sabedoria de Emma-

nuel. 10. ed. Araras (SP): IDE, 1981. pt. 1,

cap. 4, p. 31.

16 Reformador • Maio 2013174

Manuscritos deChico Xavier: inícioe final da obra Ave, Cristo!

Page 17: Ano 131 • Nº 2.210 • Maio 2013

17Maio 2013 • Reformador 175

arido e esposa to-mavam, num restau-rante, suas respecti-

vas bebidas.Ele, algo alcoólico; ela, suco

de laranja natural.Permaneciam em silêncio.Poderia ser aquela quietu-

de tranquila, sem constrangi-mento, nascida da intimidade,mera pausa na conversação.

Mais provável fosse o si-lêncio do casal que perdeu ogosto pela conversa, sinalevidente de relacionamentoem crise.

Em dado momento ele asurpreendeu, dizendo, carinhoso:

– Eu te amo!Ela o contemplou, atônita, sur-

preendida.Há séculos o marido não lhe

falava assim!Seria efeito do álcool?Exprimiu sua dúvida, pergun-

tando:– É você quem está falando ou

o álcool?E ele:– Estou falando com a bebida.

Bem, leitor amigo, não sei se elaagrediu o marido atrevido ou sim-plesmente procurou o advogadopara pedir divórcio, mas esse epi-sódio nos remete a algumas pon-derações sobre a vida conjugal.

Aprendemos com o Espiritis-mo que, geralmente, os casamen-tos são planejados na Espirituali-dade, pelos próprios cônjuges ouseus mentores.

Os objetivos são variados, masbasicamente atendem à necessi-dade de desfazer aversões ou con-solidar afeições, decorrentes de

relacionamentos passados, numempenho de harmonização.

As estatísticas demonstram queem boa parte das uniões conjugaisesses objetivos não são alcançados.

Na atualidade, sobe sempre o número de divórcios porque aafeição acabou ou recrudesceua aversão.

Considere-se que isso costumaacontecer mesmo entre os casaisque permanecem juntos, dispos-tos a se suportarem por amor aosfilhos ou respeito à religião.

Diz o espírita:

MR I C H A R D S I M O N E T T I

Diálogo

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– Já que é meu compromissocármico, carregarei essa cruz até ofim de nossos dias. Depois, na vi-da espiritual, será cada um por si!Praza aos céus não nos vejamosnunca mais! Quero esquecer queum dia estivemos juntos.

Quem age assim, meu caro lei-tor, provavelmente reencontrará ocônjuge em futura reencarnação.

Viverão nova experiência em co-mum, já que não foi cumprido oobjetivo fundamental do ma-trimônio, que é a harmoni-zação das almas, ensejan-do convivência pacífica.

Em favor desse objetivo há algoindispensável: o cultivo do diálo-go, a disposição de conversar, tro-car ideias, exercitar os miolos,abrir o coração…

Um homem culto e inteligenteapaixonou-se por linda jovem.Sentindo que era correspondido,pretendeu pedi-la em casamen-to, mas não usou a fórmula tra-dicional:

– Você me daria a honra decasar-se comigo?

Disse-lhe, simplesmente:– Você gostaria de passar os

próximos 40 anos conversandocomigo?

Eis a base do casamento per-feito: longa conversa, a estender--se vida afora.

Pode o tempo passar, a paixãoesgotar-se, a beleza física desfazer--se, mas, se o diálogo permanece,o amor fica.

Um amigo dizia:– Não ocorre o contrário? Cessa o

diálogo porque o amor foi embora?Está confundindo amor com

paixão.Se o casamento foi baseado na

paixão, na atração física, o diálogoacaba quando se esgota o desejo.

Isso acontece frequentementena atualidade, de liberdade sexualconfundida com libertinagem.

Diálogos frequentes, francos,abertos, aquele desvelar a alma,representam a poção mágica parauma união amigável e perfeita,com pleno entendimento entre oscônjuges.

Naturalmente, diálogos civi-lizados, de respeito mútuo, jamaisresvalando para a lamentável pan-cadaria verbal, quando as pessoaspõem-se a gritar e a ofender, con-turbando a vida conjugal.

Diálogos bem-humorados, sin-ceros, amigos, de tal forma que sem-pre haverá o que conversar, e quan-do o marido disser “eu te amo”, aesposa saberá que ele não está falan-do com a bebida.

18 Reformador • Maio 2013176

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ndré Luiz, médico que resi-dira no Rio de Janeiro, apósa desencarnação, acompa-

nhada de um período de pertur-bação no Umbral, é transferidopara a cidade espiritual denomi-nada Nosso Lar.

Inicialmente, é acolhido nacondição de um Espírito necessi-tado de tratamento e orientaçãocom o fim de adaptar-se a viverem outra dimensão da vida, apósa morte do corpo físico.

Depois do reequilíbrio mentale espiritual participa de atividadesde labor próprias daquele am-biente e, a seguir, frequenta cursosteórico-práticos sobre as ativida-des do plano existencial e a intera-ção entre o mundo espiritual e omundo físico.

Esse ponto de conexão entre osdois planos é o fenômeno estuda-do e nomeado, por Allan Kardec,mediunidade.

Após algum tempo, André Luizé levado pelo Instrutor Alexandrea um centro espírita onde se reali-za uma sessão mediúnica.

De início, observa as providên-cias e cautelas que os trabalhadoresda Espiritualidade precisam tomarpara que o fenômeno ocorra comsegurança e tranquilidade.

Simultaneamente, um traba-lhador do plano material realizapalestra, envolvendo as pessoaspresentes e Espíritos menos escla-recidos, igualmente carentes da-quela orientação.

Ainda estava imerso em suas refle-xões, quando Alexandre esclareceu:

– Preliminarmente, devemos re-

conhecer que, nos serviços me-

diúnicos, preponderam os fato-

res morais. Neste momento, o

médium, para ser fiel ao manda-

to superior, necessita clareza e se-

renidade, como o espelho crista-

lino dum lago. De outro modo,

as ondas de inquietude perturba-

riam a projeção de nossa espiri-

tualidade sobre a materialidade

terrena, como as águas revoltas

não refletem as imagens sublimes

do céu e da Natureza ambiente.2

Em seguida, é informado sobreo mecanismo da psicografia.

Com a orientação de Alexandre,ele estudará, de forma teórica e prá-tica, os seguintes temas: epífise, de-senvolvimento mediúnico, vam-pirismo, influenciação, oração, so-corro espiritual, plano dos sonhos,mediunidade e fenômeno, mate-rialização, intercessão, preparaçãode experiências, reencarnação, pro-teção, fracasso, incorporação, dou-trinação, obsessão e passes.

Nesse mesmo curso-trabalho,sempre com as elucidações doInstrutor, André toma contatocom os temas e as providências da

19Maio 2013 • Reformador 177

A

Só os Espíritos elevados desempenham missões?“A importância das missões corresponde às capacidades e à elevação do Espírito. O estafeta que leva um telegrama ao seu destinatário também

desempenha uma perfeita missão, se bem que diversa da de um general.”1

AY LTO N PA I VA

Missionáriosda luz

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Espiritualidade, no que se refere àreencarnação.

Ao tratar da mediunidade de

incorporação, mais propriamentedenominada psicofonia, aprendesobre doutrinação, ou esclareci-mento de Espíritos ignorantes, etambém sobre obsessão, formadoentia de envolvimento de umEspírito perturbado ou pertur-bador com a pessoa por ele asse-diada.

No processo da cura espi-

ritual, recebe esclareci-mentos sobre a transmis-são das energias magné-tico-espirituais, no pro-cesso chamado transmis-são de passe.

Esses estudos são reali-zados com casos reais,verdadeiros dramas emque sentimentos e emo-ções permeiam, o tempotodo, a relação entre os Es-píritos e os encarnados.

É um estudo espiritual-mente enriquecedor e nóspoderemos acompanharAndré Luiz nas páginas doseu relatório, contido nolivro Missionários da luz.

Após caminhar por es-sas páginas, nosso entendi-mento sobre mediunidade,influenciação espiritual, obsessão,doutrinação, oração, passe, socor-ro espiritual, sonhos e reencarna-ção nunca mais será o mesmo.

Constatamos, na obra, a multi-plicidade e a complexidade dasações dos bons Espíritos, sendo,pois, pertinente a questão formu-lada por Allan Kardec aos mento-

res espirituais, que a ela responde-ram com muita propriedade:

São incessantes as ocupações dos

Espíritos?

“Incessantes, sim, atendendo-

-se a que sempre ativos são os

seus pensamentos, porquanto

vivem pelo pensamento. Impor-

ta, porém, não identifiqueis as

ocupações dos Espíritos com

as ocupações materiais dos ho-

mens. Essa mesma atividade lhe

constitui um gozo, pela cons-

ciência que têm de ser úteis.”

a) – Concebe-se isto com relação aos

bons Espíritos. Dar-se-á, entretanto,

o mesmo com os Espíritos inferiores?

“A estes cabem ocupações apro-

priadas à sua natureza. Confiais,

porventura, ao obreiro manual

e ao ignorante trabalhos que

só o homem instruído pode

executar?”3

Ao final do curso-trabalho,AndréLuiz é surpreendido pela despedidado Instrutor Alexandre, que partiriapara novos trabalhos em esfera espi-ritual superior, e inicia sua despe-dida, agradecendo com a oração:

Senhor, sejam para o teu cora-

ção misericordioso

Todas as nossas alegrias, espe-

ranças e aspirações!

Ensina-nos a executar teus pro-

pósitos desconhecidos,

Abre-nos as portas de ouro das

oportunidades do serviço

E ajuda-nos a compreender a

tua vontade!...[...]4

Por certo, ao finalizarmos aleitura de Missionários da luz, es-taremos tão esclarecidos e emo-cionados como André Luiz e osseus companheiros de jornadaque ali se encontravam...

Referências:1KARDEC Allan. O livro dos espíritos.

Trad. Guillon Ribeiro. 92. ed. 2. reimp. Rio

de Janeiro: FEB, 2012. q. 571.2XAVIER, Francisco C. Missionários da

luz. Pelo Espírito André Luiz. 3. ed. esp.

3. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. cap.

1, p. 13 e 14.3KARDEC Allan. O livro dos espíritos. Trad.

Guillon Ribeiro. 92. ed. 2. reimp. Rio de

Janeiro: FEB, 2012. q. 563.4XAVIER, Francisco C. Missionários da luz.

Pelo Espírito André Luiz. 3. ed. esp. 3. reimp.

Rio de Janeiro: FEB, 2010. cap. 20, p. 373.

20 Reformador • Maio 2013178

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21Maio 2013 • Reformador 179

Esf lorando o EvangelhoPelo Espírito Emmanuel

Fonte: XAVIER, Francisco C. Pão nosso. 3. reimp. Brasília: FEB, 2012. cap. 74.

conversação menos digna deixa sempre o traço da inferioridade por onde

passou. A atmosfera de desconfiança substitui, imediatamente, o clima da

serenidade. O veneno de investigações doentias espalha-se com rapidez.

Depois da conversação indigna, há sempre menos sinceridade e menor expressão de

força fraterna. Em seu berço ignominioso, nascem os fantasmas da calúnia que

escorregam por entre criaturas santamente intencionadas, tentando a destruição de

lares honestos; surgem as preocupações inferiores que espiam de longe, enegrecendo

atitudes respeitáveis; emerge a curiosidade criminosa, que comparece onde não é

chamada, emitindo opiniões desabridas, induzindo os que a ouvem à mentira e à

demência.

A má conversação corrompe os pensamentos mais dignos. As palestras proveitosas

sofrem-lhe, em todos os lugares, a perseguição implacável, e imprescindível se torna

manter-se o homem em guarda contra o seu assédio insistente e destruidor.

Quando o coração se entregou a Jesus, é muito fácil controlar os assuntos e

eliminar as palavras aviltantes.

Examina sempre as sugestões verbais que te cercam no caminho diário.

Trouxeram-te denúncias, más notícias, futilidades, relatórios malsãos da vida alheia?

Observa como ages. Em todas as ocasiões, há recurso para retificares amorosamente,

porquanto podes renovar todo esse material, em Jesus Cristo.

“Não vos enganeis: as más conversações

corrompem os bons costumes.”

– Paulo. (I Coríntios, 15:33.)

A

palestrasMás

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22 Reformador • Maio 2013180

gradecemos de coração agentileza dos prezados ir-mãos que têm tido a eleva-

da preocupação quanto ao valiosoacervo espiritual legado à Huma-nidade pelo missionário do Bem,Francisco Cândido Xavier.

A Federação Espírita Brasilei-ra (FEB), em sua missão de pro-mover o estudo, a prática e a di-fusão do Espiritismo, está empre-endendo esforços, em dedicadoserviço de equipe, para manteratualizado seu catálogo de publi-cações, especialmente no tocan-te às obras do inestimável ChicoXavier. Dentre os cerca de 500 tí-tulos ativos, sob a responsabili-dade da FEB Editora, 88 são fru-to do profícuo serviço do mé-dium mineiro.

Todo mês, além dos lançamen-tos de livros infantis e para adul-tos, a Editora tem preparado areedição de vários títulos, comdestaque para as obras de Chico

Xavier. Assim, em cuidadoso de-senho de novo projeto gráfico decapas e miolos, atualização orto-gráfica, segundo o Novo AcordoOrtográfico, e revisão gramatical,a FEB Editora:

1) Finalizou a edição e impres-são das coleções Romances de Em-

manuel (Há dois mil anos; Cinquen-

ta anos depois; Ave, Cristo!; Renún-

cia e Paulo e Estêvão) e Fonte Viva

(Caminho, verdade e vida; Pão nos-

so; Vinha de luz; Fonte viva e Ceifa

de luz). O que não foi impresso, jáestá em fase de impressão.

2) Concluiu a editoração daColeção A vida no mundo espiri-

tual (com os 13 livros de AndréLuiz). Em breve estarão impressos.

3) Imprimiu os livros de AndréLuiz Agenda cristã e Conduta espí-

rita. A obra Desobsessão está empreparação editorial.

4) Editorou e imprimiu asobras da Coleção Estudando a Co-

dificação (Religião dos espíritos;

Seara dos médiuns; O espírito da

verdade; Justiça divina e Estude e

viva).5) Adiantou o processo de edi-

toração da Coleção Humberto de

Campos/Irmão X. Algumas obrasjá foram para a gráfica e estarãodisponíveis ao público ainda nes-te semestre.

6) Reeditou e imprimiu Roteiro

e Almas em desfile.7) Preparou para reedição os

clássicos: Boa nova; Brasil, coração

do mundo, pátria do evangelho;A caminho da luz e O consolador.O que não foi impresso, já está emfase de impressão.

8) Além desse trabalho, impri-miu os preciosos títulos de YvonnePereira: Memórias de um suicida,Devassando o invisível e Recorda-

ções da mediunidade. Os demaisestão sendo preparados editorial-mente e serão relançados aindaeste ano. Há quatro títulos inédi-tos da autora sendo preparados

AGE R A L D O CA M P E T T I SO B R I N H O

O livro de

Chico Xavier

Falando de Livro

na FEB

Page 23: Ano 131 • Nº 2.210 • Maio 2013

para lançamento a partir do se-gundo semestre.

9) Também reeditou e impri-miu as clássicas obras da Coleção

Léon Denis: O problema do ser, do

destino e da dor; Cristianismo e

Espiritismo e Depois da morte. Asdemais obras deste autor estãosendo finalizadas.

10) Consolidou parceria inédi-ta com as Federativas Estaduais pa-ra a produção de edição históricade O evangelho segundo o espiritis-

mo. Duzentos mil exemplares fo-ram disponibilizados ao mercadoeditorial a partir da segunda quin-zena de fevereiro passado. O leitorpoderá adquirir o livro de 412 pá-

ginas por apenas R$ 7,50. As de-mais obras da Codificação Espíri-ta, traduzidas por Guillon Ribeiroe Evandro Noleto Bezerra, estãosendo preparadas para impressão.O objetivo é que também sejamdisponibilizadas a um preço aces-sível ao leitor.

À medida que as publicaçõesficam prontas, a FEB faz ampladivulgação e torna disponíveis àsFederativas, aos distribuidores edemais instituições espíritas e nãoespíritas para que cheguem coma máxima brevidade ao públicoleitor.

A equipe da FEB Editora estáfazendo o melhor ao seu alcance

no âmbito de sua competência.Os resultados falam por si: demarço de 2012 até a presente da-ta foram trabalhados editorial-mente 150 títulos. Para a sequên-cia de 2013, há planejamentocom o fim de preparar mais 150obras.

Convidamos o prezado leitora conhecer o trabalho editorialda Casa de Ismael. Todas as in-formações sobre a produção edi-torial febiana podem ser acom-panhadas no Portal <www.febnet.org.br> e no site <www.febeditora.com.br>.

Prossigamos no trabalho comJesus, hoje e sempre!

23Maio 2013 • Reformador 181

Page 24: Ano 131 • Nº 2.210 • Maio 2013

ara as mães,as letras dos filhosguardam o caráter sagradodas revelações divinas.

A carta de um filho é luminosofragmento de amor a clarear o ca-minho do coração materno.

As mães distanciadas dos filhosassemelham-se a casas destelha-das, expostas aos gemidos da noi-te e às convulsões do vento.

Para as mães a felicidade dos fi-lhos é a felicidade maior.

Quando a mulher se faz mãe,passa a pertencer aos filhos pordisposição do Governo daVida, em escritura quase sem-pre autenticada pelo selo daslágrimas.

Para o carinho materno, cadafilho que nasce é nova expressãodo Divino Amor Revelado.

Mãe é alguém que se dilui naexistência dos filhos, vendo oparaíso através dos seus olhos eexistindo pelo ritmo dos seus co-rações, para elas transfiguradosem santuário de amor.

As mães compreendem que oamor pelos filhos é um senti-mento divino que se lhes espraianas emoções e se lhes alteia nospensamentos, incapaz de exte-riorizar-se através das palavrashumanas, que nunca se afastamda limitação e da inércia.

Qual acontece ao corpo, a almapossui igualmente os seus cami-nhos, e o caminho de acesso àfelicidade, para o espírito dasmães, é a renúncia total à felicida-de própria, para que a felicidadedos filhos se perpetue.

Para as mães, o amor dos filhosé o oxigênio do Céu...

Ah! Sim, as mães amam seus fi-lhos como se ama a pureza e opróprio amor...

Para nós, as mães, cada dia dereencontro aparentemente vulgarcom os nossos filhos é momentode surpresa, reunindo a alvoradaque deslumbra e a melodia queenternece.

Qualquer mãe tem bastanteamor em seu coração para ser mãede todos os filhos das outras mães.

A maternidade é a escola aben-çoada do sentimento, onde asalmas estagiam, em divino apren-dizado, por vidas e vidas, séculos eséculos, provas e provas.

Maria Celeste

Fonte: VIEIRA, Waldo. De coração para

coração. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB,

2011. cap. 36.

As mãese os filhos

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24 Reformador • Maio 2013182

Page 25: Ano 131 • Nº 2.210 • Maio 2013

uando mergulhamos nomundo das densas ener-gias, somos envoltos, feliz-

mente, num processo de esqueci-mento, para que os débitos escabro-sos do passado não nos perturbem ajornada. Entretanto, muitos de nós,incautos e enlevados pelos prazeresmateriais, esquecemo-nos tambémdos compromissos assumidos napátria espiritual. Olvidamo-nos deque mãos invisíveis guiam os nossospassos e torcem por nossa vitória.

Numa reunião pública, o pales-trante argumentou que semear trans-cende o que está literalmente grafadonas páginas do Evangelho e, em par-ticular, na famosa parábola. Aliás,qualquer leitura que fizermos deveter por escopo uma análise profundapara sorvermos o melhor das letras!

Semear carrega em sua intimi-dade outras acepções (e ações)igualmente importantes como cui-dar, regar, adubar, amadurecer, ob-servar, ceifar, colher...

Quando reencarnados, o nossopercurso, desde a fecundação àdesencarnação, deve ser realizadocom o intuito de aparar as arestase colher, no mundo espiritual, ofruto das nossas ações, sementesque plantamos no orbe, sejamelas positivas ou negativas.

Emmanuel, por intermédio dasublime mediunidade de ChicoXavier, adverte:

Entre o berço e o túmulo, o ho-

mem detém o usufruto da terra,

com o fim de aperfeiçoar-se.

Não te agarres, pois, à enganosa

casca dos seres e das coisas.

Aprendendo e lutando, traba-

lhando e servindo com humil-

dade e paciência na construção

do bem, acumularás na tua

alma as riquezas da vida eterna.

Jesus, o divino Amigo, vem se-meando, de diversas maneiras, suaslições em nossas vidas, há mais dedois mil anos.Compete a nós sermossensíveis aos seus apelos e, princi-palmente, seguir os seus exemplos.

Referência:XAVIER, Francisco C. Fonte

viva. Pelo Espírito Em-

manuel. 3. reimp.

Rio de Janeiro:

FEB, 2011.

cap. 168.

Q

l

“Escutai, pois, vós outros a parábola do semeador. – Quem quer que escuta apalavra do reino e não lhe dá atenção, vem o espírito maligno e tira o que lhe

fora semeado no coração.” (Mateus, 13:18 e 19.)

MA RC O S PAU LO D E OL I V E I R A SA N TO S

Parábola dosemeador

25Maio 2013 • Reformador 183

Page 26: Ano 131 • Nº 2.210 • Maio 2013

ão alimentos geneticamentemodificados em laborató-rio pela transferência de ca-

racterísticas genéticas e específicasde uma espécie para outra, me-diante a utilização de técnicas daengenharia genética (Biotecnolo-gia), com o objetivo de melhorara sua qualidade nutricional, o ren-dimento das colheitas e a resistên-cia às pragas (insetos, parasitas,ervas daninhas etc.) que atacamos vegetais, bem como favorecer asobrevivência de cultivos agríco-las sujeitos a inundações, estiagense geadas. Assim, os alimentos sub-metidos à modificação genética(MG) “recebem e incorporam ge-nes de outras espécies e são cha-mados transgênicos”.1 Os genestransplantados são oriundos de mi-cro-organismos (vírus, bactérias efungos) e de animais.

Na atualidade, acontece umdebate mundial entre estudiosos,ambientalistas, tecnólogos e cien-tistas, relacionado ao impacto dosalimentos modificados genetica-

mente (AMGs). Os críticos apon-tam para as

[...] possíveis ameaças à saúde e

ao meio ambiente trazidas pelas

modificações genéticas, como

respostas alérgicas às substâncias

presentes nos alimentos, toxida-

de inadvertida para a vida selva-

gem e tolerância aos herbicidas.2

Os defensores alegam que osbenefícios são sempre superiores,desde que a produção biotecnoló-gica seja submetida ao adequadocontrole de métodos científicos(ou de biossegurança), garantido-res da nutrição e saúde.

Empresas multinacionais produ-zem e/ou comercializam os AMGs,mas não há unanimidade de acei-tação dos transgênicos entre as na-ções: o Japão rejeita fortemente aintrodução dos AMGs. Os paísesda Comunidade Econômica Euro-peia (CEE) autorizam a importa-ção seletiva de transgênicos desde2004, mas nem todos são utiliza-

dos na alimentação: a batata gene-ticamente modificada, por exem-plo, é usada na fabricação de papel,adesivos e têxteis, enquanto o mi-lho MG é indicado para consumohumano.3 A Suíça, país que nãointegra a CEE, revelou-se vitorio-sa no transplante de genes com aprodução do arroz dourado,

[...] rico em betacaroteno, o

precursor da vitamina A. Sendo

o arroz um dos alimentos de

maior consumo mundial, ele

pode ser essencial na preven-

ção da grave avitaminose, que

afeta milhões de pessoas em

todo o mundo e leva muitas

delas à cegueira.4

Entre nós, a “Empresa Brasi-leira de Pesquisa Agropecuária(Embrapa) realiza atualmente de-zenas de ensaios e testes de campocom muitas plantas transgênicas(alface, amendoim, fumo, cana-de--açúcar), porém o plantio comer-cial não está autorizado”.5 Mesmo

Em dia com o Espiritismo

SMA RTA AN T U N E S MO U R A

Alimentostransgênicos

26 Reformador • Maio 2013184

Page 27: Ano 131 • Nº 2.210 • Maio 2013

assim, o “Brasil está entre os cincomaiores produtores de transgêni-cos no mundo [...]. O Brasil, Esta-dos Unidos, Argentina, Canadá eChina são considerados líderes notema transgênicos”.6

Sob a ótica espírita, as práticasgenéticas são aceitas como impul-sionadoras do progresso sempreque fundamentadas na moral, naética e nos imprescindíveis contro-les da biossegurança, como assina-la o Espírito Vianna de Carvalho:

Toda vez que as aspirações hu-

manas se transformarem em alie-

nação perturbadora, objetivan-

do interferir nos códigos gené-

ticos para verdadeiras aventu-

ras, a licitude da experiência deve

ceder lugar aos impositivos da

ética trabalhada com rigor [...].7

E acrescenta, com lucidez:

É indispensável, portanto, que

seja levantada uma ética para a

genética, uma bioética, para es-

tabelecer limites e cercear a opor-

tunidade de desenvolverem-

-se sonhos macabros [...].8

O Espírito Emmanuel ponde-ra que

Os geneticistas podem reali-

zar numerosas demons-

trações nas células mate-

riais; todavia, essas expe-

riências não passarão dessa

zona superficial, em se tra-

tando das conquistas, das pro-

vações ou da posição evolutiva

dos Espíritos encarnados.9

Em contrapartida, jamais deve-mos esquecer que tais experimen-tações encontram-se sob acom-panhamento atento, seguro e escla-recido dos benfeitores da Huma-nidade, que agem em nome deJesus, interferindo quando ne-cessário para impedir o colapsoda civilização. Há, pois, um limi-te para as ações da Ciência e daTecnologia que, mesmo se man-tendo indiferentes à existênciade Deus, cooperam com o planodivino da Criação:

[...] Faz-se mister considerar,

igualmente, que, em escala de-

crescente, nos reinos da Natu-

reza, a genética apresenta resul-

tados felizes nas suas demons-

trações, pelo material simples e

primitivo tomado para as suas

observações práticas, tais como

os amplexos celulares de plan-

tas e animais, constituídos por

expressões rudimentares. Em

escala ascendente, contudo, on-

de a evolução psíquica apresen-

ta características de intensidade

e realização, a genética encon-

trará sempre os fatores espiri-

tuais, convocando-a para um

campo mais vasto e mais subli-

me de operações.10

A moderna produção de ali-mentos, inclusive a dos transgêni-cos, obedece a um protocolo dedispositivos legais bemequacionados em nível

27Maio 2013 • Reformador 185

Page 28: Ano 131 • Nº 2.210 • Maio 2013

mundial, voltado para a proteçãoda saúde do consumidor e à pre-servação ambiental. Neste contexto,há um organismo internacionalque acompanha de perto açõescientíficas e tecnológicas na áreada alimentação, denominado Co-

missão do Codex Alimentarius (dolatim, “Lei ou Código dos Alimen-tos”). Criado em 1963, é fóruminternacional de normatizaçãodo comércio de alimentos, esta-belecido pela Organização dasNações Unidas (ONU) por ato daOrganização para a Agricultura eAlimentação (sigla em inglês,FAO) e Organização Mundial deSaúde (OMS):

Estes Princípios Gerais estabe-

lecem uma base sólida para ga-

rantir a higiene dos alimentos e,

quando apropriado, devem ser

usados em conjunto com os có-

digos de práticas de higiene es-

pecíficos e com as diretrizes so-

bre critérios microbiológicos.

O documento acompanha a ca-

deia de alimentos desde a pro-

dução primária até o consumi-

dor final, destacando os contro-

les de higiene fundamentais em

cada etapa. [...]11

Essas e outras deliberações sãoconstruídas sob inspiração de Es-píritos que consideram, sempre,o bem da humanidade terrestre.A propósito, informa o EspíritoAndré Luiz:

– Além do plano físico, a investi-

gação humana encontrará mate-

rial valioso de observação para

elucidar os variados problemas

concernentes à evolução do ser.12

Acrescenta, igualmente, que “to-dos os campos da Natureza con-tam com Agentes da SabedoriaDivina para a formação e expan-são dos valores evolutivos”.12

Referências:1AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto

Rodrigues. Biologia das populações. São Pau-

lo: Editora Moderna, 1996. v. 3, cap. 10, p. 194.2ABRIL COLEÇÕES. Guia de alimentação

saudável. São Paulo: Editora Abril, 2008.

v. 15, p. 135.

3Disponível em: <http://

www.estadao.com.br/

noticias/impresso,apos-

12-anos-europa-aprova-

batata-e-milho-transgeni-

cos,518640,0.htm>. O Es-

tado de São Paulo, de

3 de março de 2010.

Acesso em: 18 mar. 2013.4JÚNIOR, César da Silva;

SASSON, Sézar. Biologia.

6. ed. São Paulo: Saraiva,

2002. v. 3, cap. 10, p.

168.5______. ______. it. Aprofundamento, p.

168.6Disponível em: <http://noticias.terra.

com.br/ciencia/interna/0,,OI436600-

EI1434,00.html Brasil um dos líderes na

produção de transgênicos>. Acesso em: 9

de dezembro de 2004.7FRANCO, Divaldo P. Atualidade do pensa-

mento espírita. Pelo Espírito Vianna de

Carvalho. Salvador: Leal, 1999. cap. 2, q.

36, p. 51. 8______. ______. q. 39.9XAVIER, Francisco C. O consolador. Pelo

Espírito Emmanuel. 28. ed. 5. reimp. Rio

de Janeiro: FEB, 2011. q. 37, p. 38.10______. ______. q. 38, p. 39.11ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚ-

DE/ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE/

/AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SA-

NITÁRIA. Programa conjunto da FAO/

/OMS sobre normas alimentares. Co-

missão do Codex Alimentarius – Higie-

ne dos Alimentos. Tradução. 3. ed. Bra-

sília: Centro de Documentação da Orga-

nização Pan-Americana da Saúde, 2003.12XAVIER, Francisco C.; VIEIRA, Waldo.

Evolução em dois mundos. Pelo Espí-

rito André Luiz. 25. ed. 4. reimp. Rio

de Janeiro: FEB, 2012. pt. 2, cap. 18,

p. 269.

28 Reformador • Maio 2013186

Page 29: Ano 131 • Nº 2.210 • Maio 2013

29Maio 2013 • Reformador 187

família espírita cresce emtodos os recantos de nossopaís. Novos convites, novas

expectativas. Muitos curiosos e in-teressados em saber mais sobre oque o Espiritismo tem a dizer acer-ca de diversos assuntos, que preo-cupam a sociedade, se aproxi-mam da Instituição Espíritasem noção clara do quedesejam ou esperam en-contrar.

Há pessoas que che-gam à Casa Espírita ape-nas com o fito de ou-vir, sem ainda desejarcompartilhar. Para estes,as palestras públicas cons-tituem o primeiro espaçode acolhimento, mas aí nãodevem ser esquecidas. Se aCasa Espírita se organiza comogrupo familiar, os irmãos que che-gam podem ser bem recebidos,como membros da família es-piritual. Uma apresentação inicialda Casa e suas atividades é semprebem-vinda. Indicar onde, como e aquem procurar, caso deseje buscar

novas experiências e saber mais, éimportante para a continuidadeda integração do interessado nasatividades da Instituição.

Em todas as circunstâncias, emfunção da realidade espiritual dosEspíritos vinculados à Terra, a maio-ria se apresenta cansada e oprimi-

da, carecendo de alívio, de acolhi-mento e consolo. Bem sabemos queJesus é o caminho da verdade e davida, e o seu jugo é suave, sendo leveo seu fardo. No entanto, apesar docontato com esse ensinamento emdiversos momentos de sua evolu-

ção espiritual, a maioria aindanão despertou para o seu

significado ou não desen-volveu o valor de acei-tar as consequências doconvite do Senhor:“Vinde a mim”. Quan-do a pessoa se apre-senta no Centro Espí-rita, pode significar a

oportunidade do seudespertamento.Avaliar com perspicácia

a situação e possibilidades decada irmão, cuidando para não

chocá-lo nesse momento inicial, quepode ser de debilidade emocional,evitando a burocracia e os critériosradicais em detrimento do ser, é de-ver de toda Instituição que objetivapôr em prática a caridade recomen-dada pela Espiritualidade superior.

A

Acolhimento“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.

Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso ehumilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma.

Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.” (Mateus, 11:28 a 30.)

Esde – 30 anos

EQ U I P E D O ES D E

Page 30: Ano 131 • Nº 2.210 • Maio 2013

30 Reformador • Maio 2013188

No Movimento Espírita, muitose tem falado sobre essa onda deinteresse pelo Espiritismo, sobre anecessidade de as casas espíritasestarem preparadas para receberas pessoas que chegam. Está o Mo-vimento Espírita preparado paraestes novos dias? Acolher é o desa-fio, mas sabemos como fazê-lo?Buscamos os recursos para equi-par adequadamente as casas a fimde que tenham condições de darguarida, receber os que chegam?

Reflexões dessa natureza ocupama mente dos trabalhadores da pri-meira hora do mundo de regene-ração, convidando a elastecer con-ceitos e aprofundar a interpreta-ção do significado do acolhimen-to nas casas espíritas. A visita deJesus à casa de Marta e Maria nosauxiliará nesse sentido:

Ora, quando iam de caminho,

entrou Jesus numa aldeia; e certa

mulher, por nome Marta, o rece-

beu em sua casa. Tinha esta uma

irmã chamada Maria, a qual, sen-

tando-se aos pés do Senhor, ouvia

a sua palavra. Marta, porém, an-

dava preocupada com muito ser-

viço; e aproximando-se, disse: Se-

nhor, não se te dá que minha irmã

me tenha deixado a servir sozi-

nha? Dize-lhe, pois, que me ajude.

Respondeu-lhe o Senhor: Marta,

Marta, estás ansiosa e perturbada

com muitas coisas. Entretanto

poucas são necessárias,ou mesmo

uma só; e Maria escolheu a boa

parte, a qual não lhe será tirada.

No episódio acima narrado porLucas (10:38 a 42) são evidenciadas

duas atitudes personificadas: a deMaria que, sabiamente, escolheu ou-vir o Mestre buscando o Reino deDeus, e a de Marta, que se preo-cupava com a excelência das condi-ções do local para o recebimento doSenhor. Em um primeiro momento,podemos ser levados a pensar queMarta ocupava-se do acolhimento eMaria não. De fato, Marta cumpriauma função importante na perspec-tiva do acolhimento, pois, se é preci-so estar diante do outro com o cora-ção desarmado de todos os precon-ceitos e entregar-se, de alma, à es-cuta individual, que é uma arte in-comparável, os preparativos são ne-cessários para garantir a atençãodevida no momento de receber oSenhor. Ao chegar esse momento,é preciso agir como Maria: des-preocupar-se dos preparativos quedevem ser feitos anteriormente eentregar-se ao acolhimento, comdisponibilidade total e atenção paraouvir os ensinos de Jesus, abrindo,não só as portas da morada física,mas, principalmente, da morada es-piritual, com o coração entreguepara a recepção da melhor parte.

Enquanto é tempo de planejar,preparar os espaços, escolher comprimor os recursos, traçar metas,qualificar as ações, enfim, arrumara casa, é natural que o colabora-dor atue como Marta. No entanto,quanto chega o momento de abriros braços e receber a todos para,juntos, ouvir o Mestre, é precisoagir como Maria.

Nas casas espíritas muitas Martasse movimentam, criando ambienteacolhedor, treinando e capacitandotrabalhadores para abrirem as por-

tas e oferecerem ao viajante sedentoo que ele procura, buscando técni-cas e recursos que tornem todas asMarias capazes de ouvir tão per-feitamente que possam identificaro que a Casa pode oferecer a todosos que nela chegam.

Como o ouvir é apenas uma dasações do bom acolhimento, faz-senecessário também o sorriso no ros-to, o aperto de mão, o olhar sereno,a palavra fraterna – ações que emconjunto criam condições afetivaspara aqueles que adentram a CasaEspírita com suas dúvidas, insegu-ranças, medos e dores. O trabalha-dor da Casa Espírita precisa oferecero que possui de melhor, pois, sendo aparte humana, representa e canalizaa ação da Espiritualidade superiorem favor dos que chegam sedentosde fraternidade e compreensão.

As pessoas que desejarem se apro-fundar nos estudos precisam encon-trar possibilidades para serem in-cluídas nos grupos onde possamreceber gradualmente os conheci-mentos das obras básicas e comple-mentares sérias. O Esde, nesse sen-tido, é excelente opção, pois oferecea oportunidade do estudo metódi-co, sistematizado, começando pelosconceitos básicos com aprofunda-mento gradual, conforme a con-dição individual e do grupo.

Sem desconsiderar as técnicas dobom acolhimento, o bom-sensorecomenda que se deve concentrartoda a atenção na pessoa com quemse está conversando, olhando-a nosolhos e ouvindo-a atentamente,seja iniciante ou trabalhador.

Alguns cuidados simples podemser adotados para oferecer um bom

Page 31: Ano 131 • Nº 2.210 • Maio 2013

acolhimento nas atividades da CasaEspírita e, particularmente, no Esde.Um deles é evitar as distrações,como receber telefonemas, acolherinterferência de outro trabalhador,levantar-se para ver alguma coisa,atender a mais de uma pessoa aomesmo tempo. A outra é, diante dereclamações ou críticas, não reagircom defensivas ou justificativas elembrar-se da postura de Jesus quesempre demonstrou serenidade. Noentanto, é importante esquivar-sede respostas prontas, que induzemao bloqueio da capacidade de ouvire analisar com imparcialidade.

Por mais que o Esde seja propí-cio ao aprofundamento em fun-ção da riqueza de conteúdos queo Espiritismo oferece, todos os es-clarecimentos precisam estar con-forme o Evangelho, respeitados osprincípios básicos do Espiritismo.O “achismo”, a opinião particulardo monitor ou facilitador, que jápassou por situação semelhante eagiu de tal ou qual forma, não de-vem estar em foco na ocasião. Im-portante que o condutor de gru-po evite emitir julgamentos preci-

pitados, antecipando sua opiniãosem deixar o participante concluira sua colocação. Tal atitude de-monstra ansiedade, falta de paciên-cia, podendo conduzir a resultadomuito diferente do objetivado.

Outro aspecto fundamental, noque diz respeito ao acolhimento, éo monitor julgar que o iniciantenada tem para ensinar. A presun-ção deixa pouco espaço para aopinião do próximo, dificultandoa oportunidade do enriquecimen-to pela troca de conhecimentos.

Convém destacar que o traba-lhador espírita também é digno deser bem acolhido pelos seus irmãosem Cristo. O fato de já estar há mui-tos anos executando tarefas não oisenta de ter necessidades de apoioe consolo. Quantas vezes está com ocoração magoado e dolorido, comum sorriso forçado nos lábios, olhosque expressam necessidade de aco-lhida e não é percebido, por existira cultura de que, sendo trabalhador,monitor do Esde, por exemplo,deve comportar--se com muita for-taleza, dando sem-

pre exemplo para os demais. Comoainda não há perfeição entre os en-carnados neste planeta, natural éque a pessoa de boa vontade, quese esforça por auxiliar os demais,também receba apoio nos momen-tos mais difíceis da vida.

Ante o contingente de pessoasque vão tomando conhecimento doEspiritismo, todo colaborador deveser preparado para exercitar o aco-lhimento aos novos e aos próprioscolegas, não apenas no momentoda chegada de alguém à Casa Espí-rita, mas durante todo o tempo emque ele ali se encontre, uma vez quea movimentação dentro do Centroconduz a encontros pelos corredo-res, na portaria, na cantina, nos ba-nheiros, além do momento espe-cial da recepção, do atendimentofraterno, no início, durante ou aofinal dos encontros do Esde e outrasreuniões de estudo, sempre atentosà recomendação de Paulo aos Ro-

manos (15:7): “Acolhei-vos uns aosoutros, como Cristo nos acolheupara a glória de Deus”.

31Maio 2013 • Reformador 189

Page 32: Ano 131 • Nº 2.210 • Maio 2013

e já recebestes as luzes do conhecimento espí-rita, porfiai por extrapolá-las além do vossomundo íntimo, beneficiando a quantos vos

constituem a seara familiar.O conhecimento enobrecedor é qual sol de radio-

sas bênçãos necessitando expandir-se na direção demuitos para que jamais se estiole nos arsenais doegoísmo.

Iluminai vosso lar com os ensinamentos que a Doutri-na Espírita vos proporcionou ao conforto da existência.

Seja, igualmente, espírita, como vossa realidadecristã, o lar que erigistes em nome do amor, quer nosexemplos do cotidiano, quer nos testemunhos ante acomunidade espreitadora.

Seja, de igual modo, espírita, a prole que o Pai vosconfiou à vigilância do coração.

Conquanto vos rogue especial interesse e cari-nho na meditação da palavra de Jesus, venhosuscitar-vos a análise da questão 383 de O livro

dos espíritos, quando as vozes celestes nos forne-

Evangelização Espírita Infantojuvenil

S

Aos paisespíritas

“Deixai vir a mim os pequeninos...” – Jesus

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ceram excelentes informes em torno das respon-sabilidades paternas diante da reencarnação.

Transcrevemos, colaborando na pesquisa, o pará-grafo que destacamos neste registro: “Encarnan-do, com o objetivo de se aperfeiçoar, o Espírito,durante esse período [a infância], é mais acessívelàs impressões que recebe, capazes de lhe auxilia-rem o adiantamento, para o que devem contribuiros incumbidos de educá-lo”.

Não negligencieis, pois, comos vossos encargos maiores.

Olvidarmos a educação dacriança ou do jovem será con-tribuirmos para a decadênciada Humanidade.

Por certo, a pediatria garan-tirá a higidez do homem, tantoquanto a instrução burilará osarraiais da cultura. Mas, somentea educação, principiada a partirdo lar, será garantia da paz e doequilíbrio mundial a que todosalmejamos em nome da concór-dia e da fraternidade.

Jamais titubeeis ante vossosdeveres fundamentais.

Oferecei aos rebentos de vossoamor o amor de vossa dedica-ção a Jesus.

Se vosso carinho é capaz de se-lecionar o melhor alimento paraa saúde da prole, o mais eficienteagasalho para cobrir-lhe a nudez,o medicamento indispensável àmanutenção da saúde, nuncapoderá ser omisso na escolha dasverdades espirituais que auxiliarão no adiantamen-to moral que o Espírito requer.

Descobristes os celeiros da Doutrina, um tantoavançado em idade, contemplando os filhos ama-durecidos no corpo? Tanto melhor! O testemu-nho de vossa experiência será o mais veementeapelo a que excursionem convosco pelos novoshorizontes da fé que raciocina.

Albergais junto ao coração os filhinhos im-plumes, frágeis ornamentos da vinha doméstica?Melhor ainda! Tendes uma semeadura valiosa adesenvolver ante os desafios do tempo.

Não cultiveis a enganosa suposição de que osassuntos religiosos devam aguardar a maioridadedos filhos para a livre escolha de seus roteiros defé.

Ensino que vem tardio équal semeadura fora do tem-po. Malbaratam-se as horas eperdem-se as sementes.

Auxiliai vossos filhos, criançasou jovens, preparando-lhes o por-vir, conscientes de que exibirãono futuro, aqueles mesmos carac-teres que lhes plasmardes agora,para aprimorar, em seguida, ostesouros de fé e idealismo quelhes apresentais hoje.

Será justo examinardes, quantoantes, vossa posição frente à Vida.

Há lares em soledade e tédio,no presente, carpindo o aban-dono imposto, no pretérito, aosfilhos.

Responsabilidade que assu-mimos é dever intransferível emnossa conta espiritual.

E aquele que se omite de seusencargos com plena consciênciadas obrigações a desempenharserá, invariavelmente, o devedormaior ante o inapelável Tribunalda Consciência.

Guillon Ribeiro

Fonte: Página psicografada em reunião pública da Casa Espírita

Cristã, em 7 de agosto de 1970, em Vitória (ES), pelo médium

Júlio Cezar Grandi Ribeiro e publicada em Reformador, out.

1976, p. 302 e 303. In: DUSI, Miriam M. (Coord.). Sublime se-

menteira: Evangelização espírita infantojuvenil. 2. reimp. Brasília:

FEB, 2012. pt. 2, it. 15, p. 201 a 203.

Auxiliaivossosfilhos,

criançasou jovens,preparando-

-lheso porvir

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uando se estuda O livro dos espíritos, de AllanKardec, a obra básica por excelência do Espi-ritismo, deve-se levar em conta exatamente a

sua condição de fundamento, isto é, vê-la e tê-lacomo obra portadora de revelações gerais, sobre asquais se erguem os detalhes da já imensa construçãodoutrinária que hoje nos felicita a mente e o coração.Restringir-se, portanto, exclusivamente a O livro dos

espíritos para expender opiniões, conceitos, teoriasque digam respeito a minúcias, aspectos e situaçõesparticulares, é correr o risco das generalizações im-próprias. Os próprios Espíritos cuidaram de preve-nir-nos contra semelhante atitude, confiando ao Co-dificador a tarefa de detalhar, nas demais obras daCodificação, os traços gerais da revelação anunciadano primeiro livro. Assim é que O livro dos médiuns,O evangelho segundo o espiritismo, O céu e o inferno eA gênese são desenvolvimentos de cada uma das par-tes de que se compõe O livro dos espíritos. [...]

Para ilustrar, mencionamos, por exemplo, as reve-lações sobre a velocidade de locomoção do Espíritono espaço (questão 89), sobre a reaquisição, peloEspírito de uma criança que desencarna, de seu pre-cedente vigor (questão 381), sobre a recordação peloEspírito de todas as existências anteriores à últimaencarnação (questão 308), sobre o estado de erratici-dade dos Espíritos (questão 224 e seguintes).

Essas considerações não devem ser de molde aconsiderarem-se os posteriores desenvolvimentosdoutrinários como correções a O livro dos espíritos,mas tão somente procuram lembrar o caráter gené-rico de seu conteúdo, o qual, não obstante, semprepermanecerá como o critério seguro, indispensável

para se ajuizar da validade das revelações que vãoenriquecendo a Doutrina.

Toda essa introdução tem como objetivo comen-tar um outro ensino doutrinário, igualmente veicula-do em O livro dos espíritos, cuja interpretação apres-sada tem suscitado um argumento especioso a res-peito do Esperanto entre os espíritas, não obstante asdetalhadas revelações que em torno do assunto járecebemos das camadas superiores do Espaço.

Transcrevamos, da obra fundamental do Espiritismo,a questão no 282 e respectiva resposta dos Reveladores:

Como se comunicam entre si os Espíritos?

R.: Eles se veem e se compreendem. A palavra é ma-

terial: é o reflexo do Espírito. O fluido universal esta-

belece entre eles constante comunicação; é o veículo

da transmissão de seus pensamentos, como, para

vós, o ar o é do som. É uma espécie de telégrafo uni-

versal, que liga todos os mundos e permite que os

Espíritos se correspondam de um mundo a outro.

Tal revelação, compreensivelmente genérica, nãonos autoriza à convicção de que todos os Espíritos,em quaisquer níveis, se comunicam tão somentepelo pensamento. Nem nos sustenta a certeza de que,ao desencarnarmos, jogaremos fora, por imprestável,o idioma nacional. E muito menos poderá induzir--nos a considerar diletantismo, distração ociosa, otrabalho para que a Humanidade adote, um dia, umalíngua internacional neutra nas comunicações entreos povos, ainda quando já saibamos – pelo menos osespíritas – que estamos fadados à sutil comunicaçãomental no glorioso porvir dentro da Eternidade...

André Luiz e oproblema linguístico

Q

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A FEB e o Esperanto

AF F O N S O SOA R E S

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Com efeito, o problema da diversidade de línguas,a necessidade de resolvê-lo em harmonia com as leisdo progresso e do amor não constituem dificuldadeexclusiva do plano onde se movimentam os seresencarnados. As esferas espirituais próximas à Terra ex-perimentam a mesma vicissitude, e foi para superá--la que surgiu o Esperanto, o qual é, portanto, cria-ção de Espíritos para enfrentar e resolver problemasno plano espiritual. [...]

Sobre tão interessante particularidade da vida nasesferas espirituais – revelação em irrepreensível har-monia com os fundamentos doutrinários –, temosrecebido notícias de diversos Espíritos: Camilo Cas-telo Branco, através da médium Yvonne do AmaralPereira, em Memórias de um suicida; Lázaro LuízZamenhof, através do médium Francisco ValdomiroLorenz, em Vo/oj de poetoj el la spirita mondo, doEspírito do citado Lorenz, através do Chico Xavier,na mensagem O Esperanto como revelação, e deFrederico Fígner, ainda através do Chico, na obraVoltei.

Mas também colhemos algumas confirmações so-bre a mesma verdade em duas obras do EspíritoAndré Luiz, a saber, Nosso lar e Os mensageiros.

Ao ouvir um apelo de uma colônia espiritual, diri-gido a Nosso lar e transmitido através de um sistemaque lembraria a nossa atual televisão, o Espírito AndréLuiz manifesta sua estranheza, como nos informa otexto abaixo transcrito (Cap. XXIV de Nosso lar):

[...] E a linguagem? Ouvira-lhe nitidamente o idio-

ma português, claro e correto. Julgava que todas as

colônias espirituais se intercomunicassem pelas vi-

brações do pensamento. Havia, ainda ali, tão grande

dificuldade no capítulo do intercâmbio?

E o instrutor aquieta-lhe a perplexidade:

– Estamos ainda muito longe das regiões ideais da

mente pura. Tal como na Terra, os que se afinam

perfeitamente entre si podem permutar pensamen-

tos, sem as barreiras idiomáticas; mas, de modo ge-

ral, não podemos prescindir da forma, no lato sentido

da expressão. [...] Os patrimônios nacionais e lin-

guísticos remanescem ainda aqui, condicionados a

fronteiras psíquicas. [...]

E, aludindo às grandes massas de homens e mulhe-res que regressavam às regiões espirituais da Europaem razão dos bombardeios durante a Segunda GuerraMundial, os Espíritos instrutores revelam a André Luiza providência de se transferir cinquenta por centodesse contingente para os núcleos espirituais ameri-canos. À indagação de André Luiz com respeito às difi-culdades nascidas da diversidade de idiomas daquelesEspíritos desencarnados, o instrutor esclarece:

– Os serviços de socorro, apesar de intensos na

Europa, têm sido muito bem organizados, explicou

Alfredo –; para cada grupo de cinquenta infelizes, as

colônias do Velho Mundo fornecem um enfermeiro-

-instrutor, com quem nos possamos entender, de

modo direto. (Os mensageiros, cap. XVIII.)

Não é, portanto, em vão que trabalhamos peladivulgação e utilização do Esperanto no mundo. Na-da mais fazemos, aliás, do que copiar os esforços desociedades espirituais esclarecidas... [...]

Que saibamos estender essa conquista aos nossosirmãos espíritas de outras terras, a fim de tornarmosrealidade, um dia, a sábia exortação de Emmanuel,ditada a Chico Xavier em 1940:

Sim, o Esperanto é lição de fraternidade. Aprendamo-

-la, para sondar, na Terra, o pensamento daqueles

que sofrem e trabalham noutros campos. Com muita

propriedade digo: aprendamo-la, porque somos tam-

bém companheiros vossos que, havendo conquistado

a expressão universal do pensamento, vos deseja-

mos o mesmo bem espiritual, de modo a organizar-

mos na Terra os melhores movimentos de unificação.

[...] Prossigamos, pois, sem perder de vista o alvo, con-

quanto longínquo. Jesus segue à frente!

Fonte: Reformador, ano 111, n. 1.968, p. 25(85) e 26(86), mar.

1993. (Transcrição parcial.)

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Com o objetivo de apoiar e co-laborar com os espíritas cubanos,o Conselho Espírita Internacional(CEI) e a Federação Espírita Bra-sileira (FEB) doaram a Cuba umaedição especial, em espanhol, deO evangelho segundo o espiritismo

e um container de livros editadosem espanhol pelo IDE.

Nos dias 19 e 20 de março,houve um pré-Congresso na Re-gião Leste de Cuba, com palestrase visitas a instituições espíritasde Manzanillo, Bayamo e Sierra

Maestra, somando cerca de 1.200participantes. Como parte da tra-dição local, antes do início doCongresso, prestou-se homenagemem praça central ao patriota e edu-cador José Martí, que também foisimpatizante de ideias espíritas.

Para o Congresso, propriamentedito, foram feitas 2.012 inscrições,sendo 1.200 de cubanos. Dentre os31 países presentes, destacaram-secom maior número de participan-tes: Brasil – 569; Colômbia – 55;Estados Unidos – 41; México – 18;

Uruguai – 16; Panamá – 12; Ingla-terra e Portugal – 10.

O Teatro Lázaro Peña, localiza-do no centro de Havana, estevelotado durante todo o evento. Naabertura e em vários momentoscompareceram representantes doGoverno de Cuba: Abel PrietoJiménez, assessor do Presidente daRepública; Caridad Diego Bello,diretora do Departamento de As-suntos Religiosos do Governo, esua assessora Eloísa Valdez; Mi-riam Martha García Mariño, dire-

7o CongressoEspírita Mundial

O 7o Congresso Espírita Mundial, promovido pelo Conselho Espírita Internacional,em Havana (Cuba), no período de 22 a 24 de março, foi um marco na história

do Movimento Espírita cubano e internacional

Sentados: Comissão Executiva do CEI e o assessor da Presidência da República de Cuba. De pé, os representantes dos países participantes

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tora de associações do Ministérioda Justiça.

Compuseram a mesa de aber-tura os membros da ComissãoExecutiva do CEI e representan-tes dos países participantes. Ser-vando Agramonte, líder do Mo-vimento Espírita cubano, e Ma-nuel De La Cruz, organizadoresdo evento, usaram da palavra. Aprece de abertura foi proferidapor dirigente do Centro Espíritade Havana. Divaldo Pereira Francoproferiu as palestras de abertura ede encerramento e foi homena-geado, durante o evento, por seutrabalho em prol da paz. Compalestras sobre o tema central “A

Educação Espiritual e a Caridadena Construção de um Mundo dePaz – 150 Anos de O evangelho

segundo o espiritismo”, atuaram

como expositores: Fábio Villar-raga e Jorge Berrio (Colômbia);Charles Kempf (França); VitorMora Féria (Portugal); Eduardo

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Homenagem a José Martí, em praça pública

A partir da esquerda: Eloísa Valdez, assessora do Departamento deAssuntos Religiosos de Cuba, Charles Kempf e Caridad Diego Bello,

diretora do mesmo Departamento

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Nanni (Bolívia); Jean-Paul Évrard(Bélgica); Jussara Korngold eVanessa Anseloni (EUA); AntonioCesar Perri de Carvalho, MarleneNobre, Roberto Fuina Versiani(Brasil); Elsa Rossi (Reino Unido);Ciro Labrada, Servando Agra-monte, Raúl Hernández Espino-sa, Manuel De La Cruz, Rev. JuanRamón de La Paz (Cuba); JoséVelásquez (El Salvador); Maria deLa Gracia de Ender (Panamá);

Jorge Camargo Zuri-ta (México); Odette Lettelier (Chile); JoséVásquez (Venezuela);Salvador Martín (Es-panha); Edwin Bravo(Guatemala); Eduar-do Dos Santos e Edi-milson Luiz Nogueira(Uruguai); Edgard Ma-chuca (Porto Rico);Gustavo Martínez(Argentina).

Ocorreram di-versas apresenta-ções artístico-cul-turais. Ao final, in-

formou-se que osvídeos sobre o Con-gresso estarão dis-

poníveis em um novo site

dentro de 40 dias (www.cubaespirita.org). Houve apresen-tação de vídeo da FederaçãoEspírita Portuguesa, convi-dando os presentes para o 8o

Congresso Espírita Mundialque está programado para2016, em Lisboa. A prece deencerramento do Congressofoi proferida pelo presidenteda FEB.

Durante o evento ocorreram visi-tas ao busto de Allan Kardec, loca-lizado em praça pública de Havana.O jornal oficial Granma, órgão dogoverno daquele país, em sua edi-ção de 23 de março, trouxe notíciasobre o Congresso do CEI. EmCuba, há 574 sociedades espíritasregistradas. Informações: <www.7cem.org; www.febnet.org.br>.

Público presente ao Congresso

Palestra de Divaldo Pereira Francona abertura do Congresso

Busto de Kardec em praça de Havana

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Durante os dias do 7o Congres-so Espírita Mundial – promovidopelo Conselho Espírita Interna-cional –, e nos dias 25, 26 e 27 demarço, também ocorreram Reu-niões da Comissão Executiva eOrdinária do CEI, nas dependên-cias do Hotel Riviera, em Havana(Cuba). Na reunião da citada Co-missão foram definidas medidasadministrativas e de planejamen-to de atividades do CEI.

A Reunião Ordinária do CEI foidividida em dois momentos. Nu-ma primeira etapa, e dirigida porEduardo Nanni (Bolívia) e asses-

soria do secretário-geral interino,Charles Kempf, contando apenascom representantes de 20 países--membros efetivos, ocorreu o pro-cesso de eleição. Para preencher seiscargos de membros da ComissãoExecutiva do CEI, foram eleitoscom mandato para seis anos:Antonio Cesar Perri de Carvalho,Eduardo Dos Santos, Edwin Bravo,Elsa Rossi, Milcíades Lezcano eRoberto Fuina Versiani. Outros seismembros têm mandato para maistrês anos. Em seguida, foi eleita anova Comissão Diretiva: CharlesKempf, secretário-geral; Antonio

Cesar Perri de Carvalho, 1o Secretá-rio; Elsa Rossi, 2a Secretária; Ro-berto Fuina Versiani, 1o Tesoureiro;Jean-Paul Évrard, 2o Tesoureiro. Fo-ram aprovadas as admissões comomembros observadores: Moçam-bique e a Confederação EspíritaMexicana, esta em substituição àCentral Espírita Mexicana.

Na segunda etapa, inclusive coma participação dos representantesdos países observadores, a Reuniãodo CEI foi dirigida por José AngelVelásquez (El Salvador), com atua-ção do secretário-geral recém-eleito.Houve apresentação dos dados do

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Conselho Espírita Internacional

Reuniões Administrativae Ordinária do CEI

Comissão Executiva do CEI eleita em Havana

em Havana

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7o Congresso Espírita Mundial, com2.012 inscritos; informações sobreatividades dos países em funçãodas Coordenadorias do CEI: Euro-pa, América do Norte, AméricaCentral e Caribe, e América do Sul;sobre a Campanha Em Defesa da

Vida, elaborada para o CEI pelaFederação Espírita Portuguesa; fo-ram definidas várias ações inter-nacionais, inclusive com informa-ções sobre o 2o Congresso EspíritaSul-Americano, promovido pelaCoordenadoria do CEI da Américado Sul, que ocorrerá em Assunção(Paraguai) nos dias 13 a 15 de se-tembro deste ano, e sobre o 8o Con-gresso Espírita Mundial (do CEI)que será realizado no segundo se-mestre de 2016, em Lisboa (Portu-gal), aprovando-se “Em Defesa daVida”, como tema central.

Entre membros efetivos e obser-vadores, compareceram represen-tantes dos países: Alemanha, Argen-tina, Bélgica, Bolívia, Brasil, Chile,Colômbia, Cuba, El Salvador, Espa-nha, Estados Unidos, França, Guate-mala, Holanda, Honduras, México,Noruega, Panamá, Paraguai, Por-tugal, Reino Unido, Suécia, Suíça,Uruguai, Venezuela. O Brasil foi re-

presentado pelo presidente da FEBe pelo diretor Roberto Fuina Ver-siani, contando com a presença dadiretora da FEB, Célia Maria Reyde Carvalho. Estavam presentestambém alguns visitantes brasilei-ros e de vários países.

No final da reunião, o presidenteda FEB homenageou ServandoAgramonte, representante dos es-píritas cubanos, ofertando-lhe umexemplar da edição histórica deO evangelho segundo o espiritismo,da FEB Editora, e também home-nageou o ex-secretário-geral doCEI, Nestor João Masotti.

A Comissão Executiva do CEIemitiu um “Comunicado ao Movi-mento Espírita”:“O Conselho Espí-rita Internacional atende aos obje-tivos de divulgação da DoutrinaEspírita, promovendo a paz entreas nações e a fraternidade entre todosos povos, sem distinção de cor ouposição social. De acordo com asorientações de Allan Kardec, não serelaciona com nenhuma posição oumanifestação política. 27 de marçode 2013. Comissão Executiva doCEI. Charles Kempf – Secretário--geral”. Informações: <www.intercei.com; www.febnet.org.br>.

Presidente da FEB homenageia o dirigente cubano Servando Agramonte

Participantes da Reunião Ordinária do CEI

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CONSELHO DIRETORPresidente: Antonio Cesar Perri de Carvalho. Vice-presidentes: Edna Maria Fabro, Geraldo Campetti Sobrinho, Maria de Lourdes

Pereira de Oliveira e Marta Antunes de Oliveira de Moura.

DIRETORIA EXECUTIVADiretores: Affonso Borges Gallego Soares, Carlos Roberto Campetti, Célia Maria Rey de Carvalho, Cirne Ferreira de Araújo, Hélio

Blume, Jarbas Arrais de Souza, João Pinto Rabelo, José Valdo de Oliveira, Luiz Antônio de Moura, Miriam Lucia Herrera M. Dusi,

Niraldo Pulcineli, Regina Lúcia de Souza B. Rodrigues, Roberto Fuina Versiani, Sady Guilherme Schmidt e Tânia de Souza Lopes.

CONSELHO FISCALEfetivos: Alamir Gomes de Abreu, Warwick Eliomar Gonçalves Motta e Sérgio Thiesen. Suplentes: Carlos José Guimarães Gomes de

Sá, Marco Antonio Leite e Raimunda Maria Prata.

ASSESSORES DA PRESIDÊNCIAEdmar Cabral da Silva Junior, Edimilson Luiz Nogueira, Oceano Vieira de Melo e Rubens André Gonçalves Dusi.

CONSULTOR DA PRESIDÊNCIA PARA EDIÇÕES INTERNACIONAIS: Evandro Noleto Bezerra.

REFORMADORDiretor: Antonio Cesar Perri de Carvalho. Editor: Affonso Borges Gallego Soares. Redatores: Altivo Ferreira, Evandro Noleto Bezerra,

Geraldo Campetti Sobrinho, Hélio Blume, José Carlos da Silva Silveira e Marta Antunes de Oliveira de Moura. Secretário: Carlos

Roberto Campetti. Gerência: Sady Guilherme Schmidt.

CONSELHO SUPERIOREfetivos: Aldenice Cousseiro de Carvalho Filha, Allan Eurípedes Rezende Nápoli, Allan Kardec Rezende Nápoli, Alzira Matoso de Abreu,

Clara Lila Gonzalez de Araújo, Danilo Carvalho Villela, Edimilson Luiz Nogueira, Eloy Carvalho Villela, Evandro Noleto Bezerra, Fátima

da Conceição Almeida Guimarães, Francisco Bispo dos Anjos, Jorge Godinho Barreto Nery, José Francisco dos Santos, Márcia Regina

Pini de Souza, Marco Aurélio Luzio de Assis, Maria da Conceição de Carvalho, Maria Euny Herrera Masotti, Maria Luiza Priolli dos

Santos Fonseca, Nilson Lemgruber Corrêa, Nilton da Costa Pereira de São Thiago, Orlando Ayrton de Toledo, Paulo Maurício Guimarães

de Andrade, Paulo Roberto Pereira da Costa, Ricardo Silva, Rubens André Gonçalves Dusi, Salim Tannus Feres Neto, Warwick Eliomar

Gonçalves Motta, Weimar Muniz de Oliveira, Yola Carvalho Borges de Souza. Efetivos indicados pelo CFN: César de Jesus Moutinho,

César Soares dos Reis, Darcy Neves Moreira, José Antônio Luiz Balieiro, José Raimundo de Lima, Lacordaire Abrahão Faiad, Maria Túlia

Bertoni, Marival Veloso de Matos, Sandra Farias de Moraes e Sandra Maria Borba Pereira.

Suplentes: André Henrique de Siqueira, Edmar Cabral da Silva Jr., Simone Rebelo Rocha Mangueira, Alden Mangueira de Oliveira,

Eliphas Levi Garcez Maia, Camila Carloni Gaspar, Marcos Bragatto, Carlos Roberto Campetti, Cirne Ferreira de Araújo, Rute Vieira

Ribeiro e Tossie Yamashita.

Suplentes indicados pelo CFN: Sônia Maria Arruda Fonseca, Ana Luiza Nazareno Ferreira, Saulo Gouveia Carvalho, Aloísio

Ghiggino, Henrique Kemper Borges Junior.

CONSELHO FEDERATIVO NACIONALEntidades Federativas Estaduais: Acre – Federação Espírita do Estado do Acre; Alagoas – Federação Espírita do Estado de Alagoas;

Amapá – Federação Espírita do Amapá; Amazonas – Federação Espírita Amazonense; Bahia – Federação Espírita do Estado da Bahia;

Ceará – Federação Espírita do Estado do Ceará; Distrito Federal – Federação Espírita do Distrito Federal; Espírito Santo – Federação

Espírita do Estado do Espírito Santo; Goiás – Federação Espírita do Estado de Goiás; Maranhão – Federação Espírita do Maranhão;

Mato Grosso – Federação Espírita do Estado de Mato Grosso; Mato Grosso do Sul – Federação Espírita de Mato Grosso do Sul;

Minas Gerais – União Espírita Mineira; Pará – União Espírita Paraense; Paraíba – Federação Espírita Paraibana; Paraná – Federação

Espírita do Paraná; Pernambuco – Federação Espírita Pernambucana; Piauí – Federação Espírita Piauiense; Rio de Janeiro – Conselho

Espírita do Estado do Rio de Janeiro; Rio Grande do Norte – Federação Espírita do Rio Grande do Norte; Rio Grande do Sul –

Federação Espírita do Rio Grande do Sul; Rondônia – Federação Espírita de Rondônia; Roraima – Federação Espírita Roraimense;

Santa Catarina – Federação Espírita Catarinense; São Paulo – União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo; Sergipe –

Federação Espírita do Estado de Sergipe; e Tocantins – Federação Espírita do Estado do Tocantins.

Federação Espírita BrasileiraCOMPOSIÇÃO DOS ÓRGÃOS DA FEB APÓS A REUNIÃO DO

CONSELHO SUPERIOR DE MARÇO DE 2013

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Seara Espírita

ONU: Você e a Paz com DivaldoO Movimento Você e a Paz com Divaldo PereiraFranco foi realizado em recinto da Organização dasNações Unidas (ONU), em Nova Iorque, na noite dodia 5 de abril, com a presença de numeroso públicoinscrito e recebeu apoio da Federação Espírita dos TrêsEstados. Informações: <https://tri-state-spiritist-federation.ticketbud.com/peace-and-you-movement>.

Paraná: Centenário de “Os Mensageiros daPaz”

Completou centenário de fundação, no dia 11 deabril, a Sociedade Espírita Os Mensageiros da Paz,com sede na rua Engenheiros Rebouças, 2.519, emCuritiba (PR). A palestra comemorativa foi proferi-da pelo presidente da FEB, Antonio Cesar Perri deCarvalho, no dia 7 de abril, domingo pela manhã, noauditório da Federação Espírita do Paraná. Informa-ções: <www.osmensageirosdapaz.com.br>.

Amapá: Eventos sobre mediunidadeA Federação Espírita do Estado do Amapá realizoueventos da Área da Atividade Mediúnica, nos dias 23e 24/3/2013: a) seminário – “Mediunidade comoinstrumento de melhoria espiritual”; b) “AtividadesOrganizacionais da Mediunidade na Casa Espírita”;c) “Programação da Mediunidade para 2013-2014com base nas diretrizes do “Plano de Trabalho para oMovimento Espírita Brasileiro (2013-2017)”. Atua-ram como facilitadoras Marta Antunes Moura, vice--presidente da Federação Espírita Brasileira, e SandraMoraes, vice-presidente da Federação Espírita Ama-zonense. Houve excelente participação de 90% dascasas espíritas do Estado do Amapá. Informações:<www.feamapa.com.br>.

Pará: Grupos mediúnicos na Casa Espírita:Curso Básico de Evangelização

A União Espírita Paraense promoveu, de 23 de feve-reiro a 2 de março, o curso básico para coorde-nadores de grupos de estudos de O evangelho segundo

espiritismo. O evento foi realizado com enfoque no

público frequentador do Estudo Sistematizado daDoutrina Espírita (Esde) e trabalhadores de casasespíritas em geral. Nos dias 23 e 24 de março, a UEPrealizou a oficina de formação de grupos mediúnicos“Como formar grupos mediúnicos na Casa Espírita”,com atuação de Marlene Cruzinha, Sérgio Carvalho,Álvaro Lopes e Arquimimo Barroso. Informações:<www.paraespirita.com.br>.

Ceará: Importância da FamíliaA Federação Espírita do Estado do Ceará apoiou arealização do IX Seminário “Vencendo seus conflitos,resgatando valores”, que teve como tema principal“A importância da Família no novo milênio”.Frederico Menezes e Simão Pedro foram os exposi-tores do evento, ocorrido nos dias 23 e 24 de março,no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnolo-gia. Informações: <www.feec.org.br>.

Tocantins: Cooperando com JesusO Departamento de Infância e Juventude da Fe-deração Espírita do Estado do Tocantins (Feetins)promoveu nos dias 16 e 17 de março o seminário“Evangelizar é cooperar com Jesus”, desenvolvi-do por Afonso Chagas. Informações: <www.feetins.org.br>.

Espírito Santo: Educando para a PazO III Seminário de Extensão Universitária Educaçãoe Espiritualidade, promovido pelo Núcleo de Estudos,Ciência e Espiritualidade da Universidade Federal doEspírito Santo, pelo Movimento Paz Espírito Santo epela Federação Espírita do Estado do Espírito Santo,ocorreu no dia 5 de abril no auditório do Centro deCiências Humanas e Naturais. “Educação para a Paz”foi o tema principal exposto pela presidente da Feees,Dalva Silva Souza. O objetivo do evento foi promo-ver um espaço de divulgação e reflexão sobre a inter-face entre Educação e Espiritualidade, aprofundandoassim a importância da dimensão espiritual para aformação integral do ser humano. Informações: <www.sauesp.org.br>; <www.feees.org.br>.

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