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CURSO EM PDF ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Profª: Lissandra Bischoff

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Apresentação.

Olá pessoal,

meu nome é Lissandra Bischoff, sou analista do Banco Central do Brasil, cargo para o qual fui aprovada no último concurso, e trabalho atualmente no Departamento de Organização do Sistema Financeiro. É nesse departamento que ocorrem as autorizações de constituição e funcionamento das instituições financeiras, e a análise de todos os atos societários que dependem de autorização do BACEN.

Trabalho diretamente com a análise dos pleitos das instituições e participo da equipe responsável pela análise dos planos de negócios apresentados pelas instituições que pretendem ingressar no Sistema Financeiro Nacional.

Sou formada em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS.

Minha experiência na área de concursos começou em 1999, quando resolvi fazer o concurso para escriturário do Banco do Brasil. Fui aprovada e comecei a trabalhar.

Depois disso fiquei um tempo sem me inscrever em nenhum outro concurso, pois minha prioridade era concluir a faculdade para poder disputar uma vaga de ensino superior, que era meu objetivo.

Em 2007, faltando um ano para a conclusão do curso de Ciências Contábeis, fiz o concurso da REFAP (refinaria do sistema Petrobras) para o cargo de contador.

Minha classificação foi sétimo lugar. Em seguida veio o concurso da Petrobras para contador no RS (com uma única vaga disponível). Eu fiz e desta vez minha classificação foi quinto lugar.

Em 2008, dias antes da minha colação de grau, fui chamada, quase que simultaneamente nestes dois concursos.

Em 2009 foram divulgados o edital para analista da Receita Federal e o edital para analista do Banco Central. Fiz minha inscrição para ambos. Mas a verdade é que eu não vinha me preparando para nenhum dos dois. Então, assim que saíram os editais é que eu comecei a estudar.

Na prova de AFRFB infelizmente eu não fui aprovada por não atingir o mínimo em uma das provas (faltou UMA questão)... Mesmo assim, o pouco

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tempo que tive para estudar foi suficiente para conquistar a minha vaga no Banco Central do Brasil!

Acredito que a experiência de mais de oito anos no Banco do Brasil me proporcionou sólidos conhecimentos da atividade bancária que muito contribuiu para a minha conquista dessa vaga no BACEN.

Na REFAP tive a oportunidade de trabalhar no departamento financeiro, onde tive contato com a atividade contábil e a análise das demonstrações contábeis da companhia, o que me deu base consistente para o trabalho que realizo atualmente.

Ser aprovada no concurso do BACEN significou pra mim a concretização de um objetivo. Mas antes disso, fiz inúmeros outros concursos, dos quais alguns eu fui aprovada, outros não - como a maioria dos concurseiros que eu conheço.

Por isso, não importa quanto tempo você tem para se preparar para o concurso que deseja, importa que você faça o melhor proveito do tempo que possui. Nada é impossível se você acreditar e se dedicar ao seu objetivo.

Foque nos resultados. Esqueça as dificuldades. Organize seu tempo de forma a estudar o quanto for possível de cada uma das matérias da prova. Esqueça os outros concorrentes, seu maior desafio é superar a si mesmo.

Sempre acreditei que é praticando que se aprende. Um resultado não muito bom em determinado concurso nos dará mais experiência para o próximo, pois não cometeremos os mesmos erros. E foi depois de algumas tentativas que percebi que não basta ler o conteúdo, é preciso entendê-lo. Ao ler um livro sobre a matéria constante do edital nem sempre encontramos uma linguagem fácil de compreender.

Por isso, considero que as aulas disponibilizadas neste site precisam transmitir a mensagem de forma direta, objetiva e acessível aos alunos. Acredito que uma boa forma de praticar e testar os conhecimentos adquiridos é resolvendo questões de provas anteriores. Isso nos ajuda a perceber os pontos da matéria em que ainda apresentamos dificuldades e que merecem maior atenção da nossa parte. Portanto, em nossas aulas, a parte teórica será complementada por resolução de questões correlatas de provas já aplicadas.

Espero que meu conhecimento e experiência possam contribuir, por meio dessas aulas, para que você também consiga atingir os seus objetivos.

Ao ler esse material, você já deu o primeiro passo em direção à sua meta. Agora vamos trabalhar juntos para alcançar essa tão sonhada “vaga”. Podem contar comigo!...

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Esse curso será sobre Análise das Demonstrações Contábeis. Esse tema está presente nos editais de concursos públicos relevantes como Receita Federal, BNDES, Petrobras, BACEN, Senado Federal, entre outros.

Nossas aulas deverão ter entre 40 e 60 páginas cada e usaremos muitos gráficos e ilustrações, pois acredito que a visualização ajuda na fixação da matéria.

A última aula será dedicada a exercícios, com questões das variadas bancas examinadoras (CESPE, ESAF, Cesgranrio, FCC, e outras) para percebermos o estilo de cada uma e a forma como as questões costumam ser cobradas nas provas.

O curso será composto de quatro aulas, (essa aula e mais três), uma a cada semana, sempre às segundas-feiras, tendo a seguinte programação:

Aula 00

(demo)

Principais alterações da nova legislação societária nas práticas contábeis (Lei nº 11.638/07 e complementos). Padronização das demonstrações contábeis. Análise Horizontal e Vertical. Indicadores de estrutura de capital e liquidez.

Aula 01 Ciclo operacional, ciclo financeiro e prazos médios. Rotações (giro). Análise dinâmica do capital de giro. Efeito Tesoura. Análise da rentabilidade.

Aula 02 Análise da taxa de retorno (margem de lucro X giro do ativo). A fórmula Du Pont. Alavancagem operacional e financeira. EBITDA. Valor Econômico Adicionado (EVA).

Aula 03 Exercícios de revisão.

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SUMÁRIO DESTA AULA:

I - Análise das Demonstrações Contábeis - parte I

1. Principais alterações da nova legislação societária nas práticas contábeis (Lei nº 11.638/07 e complementos)

2. Padronização das Demonstrações Contábeis

3. Análise Horizontal e Vertical

4. Análise através de Índices

II - Apresentação das Questões Comentadas

III - Lista das questões apresentadas na Aula

IV - Bibliografia

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1. Principais alterações da nova legislação societária nas práticas contábeis (Lei nº 11.638/07 e complementos)

Antes de iniciarmos o estudo da análise econonômico-financeira, precisamos relembrar algumas das alterações que ocorreram na legislação brasileira, que afetam alguns dos conceitos que serão discutidos nessa aula:

Classificação do Ativo e Passivo em Circulante e Não Circulante.

Extinção de:

- Grupos Ativo Permanente e Resultado de Exercícios Futuros;

- Subgrupo Ativo diferido;

- Classificação de receitas e despesas como Receitas e Despesas Não Operacionais.

Registro das operações de arrendamento mercantil (leasing financeiro) como Ativo.

Vedada a prática de reavaliação de ativos de forma espontânea pelas empresas.

Ao final de cada exercício social, a empresa deve aplicar o teste de recuperabilidade de seus ativos (impairment).

Criação de:

- Subgrupo Intangível no Ativo Não Circulante;

- Conta de Ajustes de Avaliação Patrimonial no Patrimônio Líquido.

Alterações nos procedimentos de contabilização de doações e subvenções e prêmios nas emissões de debêntures.

Definir destinação ao saldo de Lucros Acumulados.

Exclusão da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) e inclusão, da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) e da Demonstração do Valor Adicionado (DVA) nas demonstrações contábeis obrigatórias.

Apesar das modificações de nomenclatura de grupos de contas introduzidas pela nova legislação, para fins de análise de balanços, alguns

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autores ainda usam termos como ativo permanente e passivo exigível a longo prazo.

Segundo Alexandre Assaf Neto: “O ativo permanente (não circulante) é constituído por todos os elementos de natureza fixa que não se enquadram no ativo circulante e no realizável a longo prazo. É o grupo de menor liquidez e encontra-se subdivido (...) em Investimentos, Imobilizado e Intangível”.

Nas nossas aulas, usarei o termo Ativo Permanente quando estiver me referindo a essas três contas: Investimentos, Imobilizado e Intangível. Trata-se, basicamente, do ativo não circulante, exceto o realizável a longo prazo.

O termo passivo exigível a longo prazo não será utilizado em nossas aulas, pois acredito que, nas provas de concursos públicos, esse grupo de contas aparecerá denominado simplesmente como passivo não circulante. O importante é lembrar que as duas nomenclaturas (passivo exigível a longo prazo e passivo não circulante) se referem à mesma coisa.

2. Padronização das Demonstrações Contábeis

Para efeito do presente trabalho, utilizo a expressão Análise Econômico-Financeira, por ser a mais abrangente, em minha opinião. As expressões análise de balanços, análise das demonstrações contábeis/financeiras são consideradas sinônimos.

Também acredito que o termo Demonstrações Contábeis seja o mais adequado, pois as demonstrações são extraídas da contabilidade. Não são informações financeiras, apenas, nem tampouco são informações do Balanço Patrimonial, apenas, pois são utilizadas outras demonstrações contábeis, além do Balanço, para realizar a análise.

Partindo para a parte prática: Antes de iniciar a análise é preciso “agrupar” as contas dos demonstrativos contábeis, de forma a criar um modelo padronizado. Essa padronização é feita pelos seguintes motivos:

• Simplificação: um balanço apresentado na forma que dispõe a Lei das S.A., por exemplo, compreende cerca de 60 contas. Isso dificulta a sua visualização. O modelo padronizado reduz significativamente esse número e descomplica o trabalho do analista.

• Comparabilidade: toda a empresa tem seu próprio plano de contas, com maior ou menor grau de detalhamento. Para analisar um balanço é preciso que ele esteja apresentado de forma que permita a comparação com outros balanços.

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• Adequação aos objetivos da análise: algumas contas precisam ser reclassificadas, como a conta “Duplicatas Descontadas”, que, contabilmente, é uma dedução de “Duplicatas a receber”, mas, para fins de análise, essa conta não se difere das demais formas de financiamento bancário que fazem parte do balanço. Assim, essa conta é reclassificada no Passivo Circulante.

• Descoberta de erros: há casos em que o analista descobre algumas inconsistências ao analisar as demonstrações contábeis. Por exemplo: provisão para devedores duvidosos do balanço que não coincide com a que foi constituída na Demonstração do Resultado do Exercício. Assim, as contas que gerarem dúvidas ao analista, carecerão de maiores esclarecimentos por parte da empresa.

• Intimidade do analista com as demonstrações contábeis da empresa: ao agrupar e reclassificar as contas o analista adquire familiaridade com os números da empresa e, consequentemente, consegue enxergar detalhes que, de outra forma, passariam despercebidos.

O modelo de padronização que será apresentado a seguir é resultado da padronização dos números reais das demonstrações contábeis de uma empresa brasileira que atua no mercado de varejo de roupas e acessórios. Chamaremos essa empresa com o nome fictício de “CIA GAÚCHA S.A.”.

O modelo apresentado tem as seguintes características:

• O Balanço apresenta apenas as contas essenciais à análise, o restante é agrupado sob a classificação “outros”.

• Tanto o ativo circulante, quanto o passivo circulante, serão divididos em “operacional” e “financeiro” (que não é diretamente vinculado às operações da empresa).

• A D.R.E. evidencia apenas os valores fundamentais para análise.

• Reclassificação da conta “duplicatas descontadas” no passivo circulante.

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CIA GAÚCHA S.A. BALANÇO PATRIMONIALem R$ mil

2006 2007 2008 2009 2010R$ R$ R$ R$ R$

A T I V OAtivo Circulante 1.044.679 1.144.397 1.063.735 1.355.338 1.297.982 Financeiro 286.927 277.597 177.753 410.713 457.538 Disponível 33.837 58.029 23.441 42.589 67.583 Aplicações Financeiras 253.090 219.568 154.312 368.124 389.955 Operacional 757.752 866.800 885.982 944.625 840.444 Clientes 563.950 647.414 647.492 696.196 505.484 Estoques 123.022 150.594 189.345 203.693 275.950 Outros 70.780 68.792 49.145 44.736 59.010 Ativo Não Circulante 322.768 401.158 506.442 500.222 750.162 Ativo Realizável a Longo Prazo 36.805 41.765 85.824 89.391 253.444 Investimentos 12.582 30.796 17.680 12.926 22.743 Imobilizado 234.073 277.188 352.458 351.792 406.998 Intangível 39.308 51.409 50.480 46.113 66.977 T O T A L D O A T I V O 1.367.447 1.545.555 1.570.177 1.855.560 2.048.144 P A S S I V OPassivo Circulante 794.090 919.321 774.561 907.828 897.921 Operacional 538.578 638.762 456.652 595.361 697.607 Fornecedores 220.272 260.050 169.888 268.061 317.078 Outras Obrigações 318.306 378.712 286.764 327.300 380.529 Financeiro 255.512 280.559 317.909 312.467 200.314 Empréstimos Bancários 255.512 280.559 317.909 312.467 200.314 Duplicatas Descontadas - - - - - Outros - - - - - Passivo Não Circulante 29.391 43.306 84.123 81.296 128.915 Empréstimos Bancários - - 29.661 35.271 36.415 Financiamentos - - - - - Outros 29.391 43.306 54.462 46.025 92.500 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 543.966 582.928 711.493 866.436 1.021.308 Capital Social 399.820 399.820 399.926 402.945 408.734 Reservas de Capital 118.165 127.881 138.941 156.184 173.570 Ajustes de Avaliação Patrimonial - - - (1.512) (2.610) Reservas de Lucro 25.981 55.227 172.626 308.819 441.614 Lucros (ou prejuízos) Acumulados - - - - - T O T A L D O P A S S I V O 1.367.447 1.545.555 1.570.177 1.855.560 2.048.144

INFORMAÇÕES ADICIONAIS:

% C.P.V. REF. MATÉRIA-PRIMA 86,40% 84,30% 85,90% 83,60% 85,70%ESTOQUE INICIAL 118.526 123.022 150.594 189.345 203.693 (+) COMPRAS 679.098 821.306 917.109 921.334 1.108.763 (-) CUSTO PRODUTOS VENDIDOS (674.602) (793.734) (878.358) (906.986) (1.036.506) (=) ESTOQUE FINAL 123.022 150.594 189.345 203.693 275.950

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CIA GAÚCHA S.A. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIOem R$ mil

2006 2007 2008 2009 2010R$ R$ R$ R$ R$

RECEITA LÍQUIDA 1.529.600 1.911.374 2.162.827 2.342.751 2.726.604 ( - ) Custo dos Produtos Vendidos (780.789) (941.559) (1.022.536) (1.084.911) (1.209.459) = Lucro Bruto 748.811 969.815 1.140.291 1.257.840 1.517.145 ( - ) Despesas Operacionais (603.872) (741.345) (921.493) (1.002.453) (1.116.084) (+/-) Outras Receitas/Despesas Operacionais - - - - - = Lucro Operacional (antes dos resultados Financeiros)

144.939 228.470 218.798 255.387 401.061

( + ) Receitas Financeiras 110.538 141.836 18.290 25.397 39.778 ( - ) Despesas Financeiras (117.231) (156.027) (14.477) (17.713) (12.373) = LUCRO OPERACIONAL 138.246 214.279 222.611 263.071 428.466 (+/-) Resultado Não-Operacional (5.031) (3.976) (292) - - = LUCRO ANTES DO I.R. / C.S.L.L. 133.215 210.303 222.319 263.071 428.466 ( - ) I.R. / C.S.L.L. (34.393) (59.631) (59.869) (73.482) (120.438) L U C R O L Í Q U I D O 98.822 150.672 162.450 189.589 308.028

3. Análise Horizontal e Vertical

Essa técnica tem por objetivo a avaliação dos demonstrativos contábeis pela evolução de seus valores ao longo do tempo (análise horizontal), e pela participação de cada valor em relação a um total (análise vertical).

O montante de uma conta ou de um grupo de contas quando tratado isoladamente não retrata adequadamente a importância do valor apresentado e muito menos seu comportamento ao longo do tempo. Assim, a comparação dos valores entre si e com outros de diferentes períodos oferecerá um aspecto mais dinâmico e elucidativo à posição estática das demonstrações contábeis.

3.1. Análise Horizontal

A tabela horizontal sempre é realizada em termos de índices. O índice do ano estabelecido como base da série é 100 e os valores dos anos seguintes são expressos em relação ao índice base, 100. Seus cálculos são processados de acordo com a seguinte expressão:

Vd

VbNúmero índice = X 100

O número índice é a relação existente entre o valor de uma conta/grupo contábil em determinada data (Vd) e seu valor obtido na data-base (Vb).

O significado dessa comparação é analisar o ritmo de crescimento dos vários itens que compõe a demonstração analisada.

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A análise horizontal pode, também, ser realizada com base móvel, ou seja, o cálculo será realizado sempre em relação ao ano anterior (também chamada de análise encadeada).

Obs.: Quando uma conta muda de sinal, o resultado calculado pela análise horizontal não reflete corretamente a evolução dos valores. Alguns autores entendem que, nesse caso, o melhor é não calcular o índice.

Vamos ver a análise horizontal do Balanço e DRE da CIA Gaúcha S.A.:

CIA GAÚCHA S.A. BALANÇO PATRIMONIALem R$ mil

R$ AH R$ AH R$ AH R$ AH R$ AHA T I V OAtivo Circulante 1.044.679 100,0 1.144.397 109,5 1.063.735 101,8 1.355.338 129,7 1.297.982 124,2Financeiro 286.927 100,0 277.597 96,7 177.753 62,0 410.713 143,1 457.538 159,5Disponível 33.837 100,0 58.029 171,5 23.441 69,3 42.589 125,9 67.583 199,7Aplicações Financeiras 253.090 100,0 219.568 86,8 154.312 61,0 368.124 145,5 389.955 154,1Operacional 757.752 100,0 866.800 114,4 885.982 116,9 944.625 124,7 840.444 110,9Clientes 563.950 100,0 647.414 114,8 647.492 114,8 696.196 123,4 505.484 89,6Estoques 123.022 100,0 150.594 122,4 189.345 153,9 203.693 165,6 275.950 224,3 Outros 70.780 100,0 68.792 97,2 49.145 69,4 44.736 63,2 59.010 83,4Ativo Não Circulante 322.768 100,0 401.158 124,3 506.442 156,9 500.222 155,0 750.162 232,4Ativo Realizável a Longo Prazo 36.805 100,0 41.765 113,5 85.824 233,2 89.391 242,9 253.444 688,6Investimentos 12.582 100,0 30.796 244,8 17.680 140,5 12.926 102,7 22.743 180,8Imobilizado 234.073 100,0 277.188 118,4 352.458 150,6 351.792 150,3 406.998 173,9Intangível 39.308 100,0 51.409 130,8 50.480 128,4 46.113 117,3 66.977 170,4T O T A L D O A T I V O 1.367.447 100,0 1.545.555 113,0 1.570.177 114,8 1.855.560 135,7 2.048.144 149,8P A S S I V O 0,0Passivo Circulante 794.090 100,0 919.321 115,8 774.561 97,5 907.828 114,3 897.921 113,1Operacional 538.578 100,0 638.762 118,6 456.652 84,8 595.361 110,5 697.607 129,5Fornecedores 220.272 100,0 260.050 118,1 169.888 77,1 268.061 121,7 317.078 143,9Outras Obrigações 318.306 100,0 378.712 119,0 286.764 90,1 327.300 102,8 380.529 119,5Financeiro 255.512 100,0 280.559 109,8 317.909 124,4 312.467 122,3 200.314 78,4Empréstimos Bancários 255.512 100,0 280.559 109,8 317.909 124,4 312.467 122,3 200.314 78,4Duplicatas Descontadas - 100,0 - 0,0 - 0,0 - 0,0 - 0,0 Outros - 100,0 - 0,0 - 0,0 - 0,0 - 0,0Passivo Não Circulante 29.391 100,0 43.306 147,3 84.123 286,2 81.296 276,6 128.915 438,6Empréstimos Bancários - 100,0 - 0,0 29.661 0,0 35.271 0,0 36.415 0,0Financiamentos - 100,0 - 0,0 - 0,0 - 0,0 - 0,0 Outros 29.391 100,0 43.306 147,3 54.462 185,3 46.025 156,6 92.500 314,7PATRIMÔNIO LÍQUIDO 543.966 100,0 582.928 107,2 711.493 130,8 866.436 159,3 1.021.308 187,8Capital Social 399.820 100,0 399.820 100,0 399.926 100,0 402.945 100,8 408.734 102,2Reservas de Capital 118.165 100,0 127.881 108,2 138.941 117,6 156.184 132,2 173.570 146,9Ajustes de Avaliação Patrimonial - 100,0 - 0,0 - 0,0 (1.512) 0,0 (2.610) 0,0Reservas de Lucro 25.981 100,0 55.227 212,6 172.626 664,4 308.819 1.188,6 441.614 1699,8Lucros (ou prejuízos) Acumulados - 100,0 - 0,0 - 0,0 - 0,0 - 0,0T O T A L D O P A S S I V O 1.367.447 100,0 1.545.555 113,0 1.570.177 114,8 1.855.560 135,7 2.048.144 149,8

2006 2007 2008 2009 2010

A Análise Horizontal pode ser nominal, quando não considera a inflação do período, ou real, quando considera a inflação do período.

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CIA GAÚCHA S.A. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIOem R$ mil

R$ AH R$ AH R$ AH R$ AH R$ AHRECEITA LÍQUIDA 1.529.600 100,0 1.911.374 125,0 2.162.827 141,4 2.342.751 153,2 2.726.604 178,3( - ) Custo dos Produtos Vendidos (780.789) 100,0 (941.559) 120,6 (1.022.536) 131,0 (1.084.911) 139,0 (1.209.459) 154,9 = Lucro Bruto 748.811 100,0 969.815 129,5 1.140.291 152,3 1.257.840 168,0 1.517.145 202,6( - ) Despesas Operacionais (603.872) 100,0 (741.345) 122,8 (921.493) 152,6 (1.002.453) 166,0 (1.116.084) 184,8(+/-) Outras Receitas/Despesas Operacionais

- 100,0 - 0,0 - 0,0 - 0,0 - 0,0

= Lucro Operacional (antes dos resultados Financeiros)

144.939 100,0 228.470 157,6 218.798 151,0 255.387 176,2 401.061 276,7

( + ) Receitas Financeiras 110.538 100,0 141.836 128,3 18.290 16,5 25.397 23,0 39.778 36,0( - ) Despesas Financeiras (117.231) 100,0 (156.027) 133,1 (14.477) 12,3 (17.713) 15,1 (12.373) 10,6 = LUCRO OPERACIONAL 138.246 100,0 214.279 155,0 222.611 161,0 263.071 190,3 428.466 309,9(+/-) Resultado Não-Operacional (5.031) 100,0 (3.976) 79,0 (292) 5,8 - 0,0 - 0,0

= LUCRO ANTES DO I.R. / C.S.L.L. 133.215 100,0 210.303 157,9 222.319 166,9 263.071 197,5 428.466 321,6

( - ) I.R. / C.S.L.L. (34.393) 100,0 (59.631) 173,4 (59.869) 174,1 (73.482) 213,7 (120.438) 350,2L U C R O L Í Q U I D O 98.822 100,0 150.672 152,5 162.450 164,4 189.589 191,8 308.028 311,7

2006 2007 2008 2009 2010

Ao analisarmos os resultados vemos, por exemplo, que a empresa conseguiu triplicar o lucro líquido durante o período de análise. Já no balanço patrimonial observamos que o passivo não circulante aumentou consideravelmente no mesmo período, o que significa que a empresa está buscando mais recursos de longo prazo para atender suas necessidades de financiamento.

3.2. Análise Vertical

A análise vertical também é um processo comparativo, expresso em porcentagem, que se aplica ao se relacionar uma conta (ou grupo de contas) com um valor relacionável, identificado no mesmo demonstrativo.

A análise vertical da Demonstração do Resultado do Exercício pode ser dividida em sintética e analítica.

Para a análise do balanço patrimonial, as comparações são feitas em relação ao ativo e passivo totais.

Vamos aos exemplos:

Na Análise Vertical Sintética da DRE, há a comparação dos resultados em relação à Receita Líquida. Na Análise Vertical Analítica há a comparação das contas em relação ao grupo a que pertencem (ex.: Custo das Mercadorias Vendidas / Receita Operacional Líquida).

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CIA GAÚCHA S.A. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

R$ AV R$ AV R$ AV R$ AV R$ AVRECEITA LÍQUIDA 1.529.600 100% 1.911.374 100% 2.162.827 100% 2.342.751 100% 2.726.604 100%

( - ) Custo dos Produtos Vendidos (780.789) 51,0% (941.559) 49,3% (1.022.536) 47,3% (1.084.911) 46,3% (1.209.459) 44,4%

= Lucro Bruto 748.811 49,0% 969.815 50,7% 1.140.291 52,7% 1.257.840 53,7% 1.517.145 55,6%

( - ) Despesas Operacionais (603.872) 39,5% (741.345) 38,8% (921.493) 42,6% (1.002.453) 42,8% (1.116.084) 40,9%

(+/-) Outras Receitas/Despesas Operacionais

- 0,0% - 0,0% - 0,0% - 0,0% - 0,0%

= Lucro Operacional (antes dos resultados Financeiros) 144.939 9,5% 228.470 12,0% 218.798 10,1% 255.387 10,9% 401.061 14,7%

( + ) Receitas Financeiras 110.538 7,2% 141.836 7,4% 18.290 0,8% 25.397 1,1% 39.778 1,5%( - ) Despesas Financeiras (117.231) 7,7% (156.027) 8,2% (14.477) 0,7% (17.713) 0,8% (12.373) 0,5% = LUCRO OPERACIONAL 138.246 9,0% 214.279 11,2% 222.611 10,3% 263.071 11,2% 428.466 15,7%(+/-) Resultado Não-Operacional (5.031) 0,3% (3.976) 0,2% (292) 0,0% - 0,0% - 0,0%

= LUCRO ANTES DO I.R. / C.S.L.L. 133.215 8,7% 210.303 11,0% 222.319 10,3% 263.071 11,2% 428.466 15,7%

( - ) I.R. / C.S.L.L. (34.393) 2,2% (59.631) 3,1% (59.869) 2,8% (73.482) 3,1% (120.438) 4,4%L U C R O L Í Q U I D O 98.822 6,5% 150.672 7,9% 162.450 7,5% 189.589 8,1% 308.028 11,3%

2006 2007 2008 2009 2010

Em algumas publicações vemos os resultados da análise da DRE apresentados na forma negativa quando se tratam das despesas ou outros valores negativos da demonstração. Aqui seguimos a forma positiva, conforme apresentada pela maioria dos autores citados na bibliografia desta aula. Entendo que essa é a melhor forma, pois os resultados da análise nos mostram “onde” estão alocados os valores da Receita Líquida, como vemos no gráfico abaixo:

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R$ AV R$ AV R$ AV R$ AV R$ AVA T I V OAtivo Circulante 1.044.679 76,4% 1.144.397 74,0% 1.063.735 67,7% 1.355.338 73,0% 1.297.982 63,4%Financeiro 286.927 21,0% 277.597 18,0% 177.753 11,3% 410.713 22,1% 457.538 22,3%Disponível 33.837 2,5% 58.029 3,8% 23.441 1,5% 42.589 2,3% 67.583 3,3%Aplicações Financeiras 253.090 18,5% 219.568 14,2% 154.312 9,8% 368.124 19,8% 389.955 19,0%Operacional 757.752 55,4% 866.800 56,1% 885.982 56,4% 944.625 50,9% 840.444 41,0%Clientes 563.950 41,2% 647.414 41,9% 647.492 41,2% 696.196 37,5% 505.484 24,7%Estoques 123.022 9,0% 150.594 9,7% 189.345 12,1% 203.693 11,0% 275.950 13,5% Outros 70.780 5,2% 68.792 4,5% 49.145 3,1% 44.736 2,4% 59.010 2,9%Ativo Não Circulante 322.768 23,6% 401.158 26,0% 506.442 32,3% 500.222 27,0% 750.162 36,6%Ativo Realizável a Longo Prazo 36.805 2,7% 41.765 2,7% 85.824 5,5% 89.391 4,8% 253.444 12,4%Investimentos 12.582 0,9% 30.796 2,0% 17.680 1,1% 12.926 0,7% 22.743 1,1%Imobilizado 234.073 17,1% 277.188 17,9% 352.458 22,4% 351.792 19,0% 406.998 19,9%Intangível 39.308 2,9% 51.409 3,3% 50.480 3,2% 46.113 2,5% 66.977 3,3%T O T A L D O A T I V O 1.367.447 100% 1.545.555 100% 1.570.177 100% 1.855.560 100% 2.048.144 100%P A S S I V OPassivo Circulante 794.090 58,1% 919.321 59,5% 774.561 49,3% 907.828 48,9% 897.921 43,8%Operacional 538.578 39,4% 638.762 41,3% 456.652 29,1% 595.361 32,1% 697.607 34,1%Fornecedores 220.272 16,1% 260.050 16,8% 169.888 10,8% 268.061 14,4% 317.078 15,5%Outras Obrigações 318.306 23,3% 378.712 24,5% 286.764 18,3% 327.300 17,6% 380.529 18,6%Financeiro 255.512 18,7% 280.559 18,2% 317.909 20,2% 312.467 16,8% 200.314 9,8%Empréstimos Bancários 255.512 18,7% 280.559 18,2% 317.909 20,2% 312.467 16,8% 200.314 9,8%Duplicatas Descontadas - 0,0% - 0,0% - 0,0% - 0,0% - 0,0% Outros - 0,0% - 0,0% - 0,0% - 0,0% - 0,0%Passivo Não Circulante 29.391 2,1% 43.306 2,8% 84.123 5,4% 81.296 4,4% 128.915 6,3%Empréstimos Bancários - 0,0% - 0,0% 29.661 1,9% 35.271 1,9% 36.415 1,8%Financiamentos - 0,0% - 0,0% - 0,0% - 0,0% - 0,0% Outros 29.391 2,1% 43.306 2,8% 54.462 3,5% 46.025 2,5% 92.500 4,5%PATRIMÔNIO LÍQUIDO 543.966 39,8% 582.928 37,7% 711.493 45,3% 866.436 46,7% 1.021.308 49,9%Capital Social 399.820 29,2% 399.820 25,9% 399.926 25,5% 402.945 21,7% 408.734 20,0%Reservas de Capital 118.165 8,6% 127.881 8,3% 138.941 8,8% 156.184 8,4% 173.570 8,5%Ajustes de Avaliação Patrimonial - 0,0% - 0,0% - 0,0% (1.512) -0,1% (2.610) -0,1%Reservas de Lucro 25.981 1,9% 55.227 3,6% 172.626 11,0% 308.819 16,6% 441.614 21,6%Lucros (ou prejuízos) Acumulados - 0,0% - 0,0% - 0,0% - 0,0% - 0,0%T O T A L D O P A S S I V O 1.367.447 100% 1.545.555 100% 1.570.177 100% 1.855.560 100% 2.048.144 100%

2006 2007 2008 2009 2010

Podemos ver que, em 2006 o lucro líquido representava 6,5% da receita líquida. Em 2010 o lucro líquido passou a representar 11,3%. Conclui-se, então, que não apenas o lucro líquido triplicou em relação a 2006, mas a margem de lucro da empresa também aumentou. No balanço patrimonial percebe-se que a busca da empresa por recursos de longo prazo (contabilizados no passivo não circulante) aumentou a participação dos recursos de longo prazo na estrutura da empresa – que era de 2,1% do passivo em 2006 e passou a ser de 6,3% em 2010 – sem reduzir, com isso, a participação do capital próprio – que passou de 39,8% em 2006 para 49,9% do passivo em 2010. Na realidade, a empresa diminui os recursos de curto prazo – que somavam 58,1% em 2006 e passaram a 43,8% em 2010.

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4. Análise através de Índices

Pode-se dividir a análise das demonstrações contábeis em análise da situação financeira e análise da situação econômica. Os índices da situação financeira, por sua vez, são divididos em índices de estrutura de capital (endividamento) e índices de liquidez:

ESTRUTURA DE CAPITAL SITUAÇÃO FINANCEIRA (ENDIVIDAMENTO)

LIQUIDEZ

SITUAÇÃO ECONÔMICA RENTABILIDADE

Nessa aula estudaremos os índices de estrutura de capital e de liquidez. Os indicadores de rentabilidade serão estudos nas próximas aulas.

4.1. Análise da Estrutura de Capital

Os índices desse grupo refletem as decisões financeiras das empresas em termos de obtenção e aplicação de recursos, pois avaliam a proporção de recursos próprios e de terceiros que compõem o seu balanço. Também demonstram a dependência financeira por dívidas de curto prazo e suas exigibilidades.

4.1.1. Participação de Capitais de Terceiros (Capitais de Terceiros sobre Capital Próprio)

Indica quanto a empresa utiliza de Capitais de Terceiros em relação ao Capital Próprio investido.

O Patrimônio Líquido (PL) da empresa representa o Capital Próprio dos acionistas/proprietários investido na empresa. Capitais de Terceiros são os recursos de curto prazo (Passivo Circulante) e longo prazo (Passivo Não Circulante) captados pela empresa (empréstimos) ou oriundos dos financiamentos de seus fornecedores/credores (operacional).

Um índice é a relação entre contas ou grupos de contas das demonstrações contábeis, que visa evidenciar determinado aspecto da situação de uma empresa.

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No exemplo abaixo, a empresa está “alavancada”, ou seja, os capitais de terceiros superam o capital próprio investido na empresa.

4.1.2. “Debt Ratio” ou “Dependência Financeira” (Capitais de Terceiros sobre Recursos Totais)

Indica a dependência da empresa com relação a recursos de terceiros.

Esse quociente expressa a porcentagem que o endividamento representa sobre os fundos totais e significa, também, a porcentagem do ativo total que está financiada com Capital de Terceiros.

No longo prazo, a porcentagem de capitais de terceiros sobre os fundos totais não poderia ser muito grande, pois esses fundos geram despesas financeiras, o que iria progressivamente deteriorando a rentabilidade da empresa. Isso, entretanto, não é sempre verdadeiro. Se o custo do endividamento se mantiver menor do que a taxa de retorno obtida pelo seu uso (retorno sobre os ativos), a participação de capitais de terceiros pode ser

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benéfica e irá aumentar o retorno dos acionistas (retorno sobre o patrimônio líquido). É o que se chama de Alavancagem Financeira. Mas esse tópico será estudado, em detalhe, nas próximas aulas.

O quociente que mede a participação dos capitais de terceiros, ou seja, o endividamento (grau de endividamento, quociente de endividamento, índice de endividamento) costuma aparecer em publicações sob fórmulas ligeiramente diferentes das apresentadas aqui. Alguns autores utilizam a fórmula Capital de Terceiros / Ativo Total ou Capital de Terceiros / Passivo Total, enquanto outros utilizam a fórmula Capital de Terceiros / PL. Na hora da prova qualquer das duas interpretações pode aparecer (veremos alguns exemplos nas questões comentadas), por isso é preciso estar atento1.

1 No presente trabalho utilizamos os conceitos de endividamento apresentados nos livros de Alexandre Assaf Neto e Sérgio de Iudícibus, conforme bibliografia citada.

ATENÇÃO !

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17

4.1.3. Composição do endividamento (Participação das Dívidas de Curto Prazo)

Indica qual o percentual de obrigações de curto prazo em relação às obrigações totais.

No exemplo acima, a empresa concentra seus financiamentos no longo prazo (58,33%), sendo que o curto prazo representa 41,67% do passivo exigível total.

Vamos incluir nesse tópico alguns indicadores de avaliação do passivo permanente (imobilização), que também têm relação com a estrutura de capital da empresa.

São indicadores importantes, pois quanto mais a empresa investir no ativo permanente, menos recursos sobrarão para o ativo circulante e, em consequência, maior será a dependência de capitais de terceiros para o financiamento desse ativo circulante.

OBS.:

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4.1.4. Imobilização do Patrimônio Líquido

Indica a parcela do patrimônio líquido que está aplicada no ativo permanente da empresa.

No exemplo acima, vemos que 66,67% (dois terços) do valor do patrimônio líquido encontra-se aplicado no ativo permanente.

4.1.5. Imobilização dos Recursos Não Correntes (ou dos Capitais Permanentes)

Indica o nível de imobilização dos recursos não correntes (de longo prazo) da empresa, isto é, o percentual desses recursos que está financiando os ativos permanentes.

Os elementos do ativo permanente têm vida útil de 5, 10 ou 20 anos. Assim, não é necessário financiar todo o imobilizado com recursos próprios. O indicado é utilizar uma parcela de recursos de longo prazo para essa finalidade (que seja compatível com o prazo de duração dos ativos). Em regra, esse

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percentual não deve ser maior do que 100%. Se o índice se apresentar superior a 100%, indica que o patrimônio líquido e o ativo não circulante não são suficientes para cobrir os investimentos em ativos permanente, sendo necessária, assim, a utilização de recursos do passivo circulante para financiar parte do ativo permanente, o que revela sinal de desequilíbrio financeiro.

O CCL é obtido pela diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante e representa a folga financeira para investimento nas atividades da empresa, ou seja, financiamentos disponíveis para o seu giro e que não serão cobrados no curto prazo.

Vejamos graficamente a representação do CCL:

A parcela de Recursos Não Correntes destinada ao Ativo Circulante é denominada Capital Circulante Líquido (CCL).

Capital Circulante Líquido = Ativo Circulante – Passivo Circulante OU (PL + Passivo Não Circulante) – Ativo Não Circulante)

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No quadro acima vemos que o CCL é formado pelo Passivo Não Circulante e por parte do Patrimônio Líquido.

O Capital Circulante Líquido (CCL) é formado por duas parcelas: o Capital Circulante Próprio e o Capital Circulante de Terceiros. A parcela do Patrimônio Líquido destinada ao Ativo Circulante é chamada Capital Circulante Próprio (CCP). O Capital Circulante de Terceiros é a parcela do Passivo Não Circulante.

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Porém, quando todo o Patrimônio Líquido está investido no Ativo Não Circulante, ou seja, o grau de imobilização do PL é superior a 100%, o Capital Circulante Próprio é negativo, conforme vemos na figura abaixo:

Isso significa que o Capital de Terceiros está financiando não só o Ativo Circulante da empresa, mas também parte de seu Ativo Não Circulante (Permanente).

Se o grau de imobilização dos Recursos Não Correntes for superior a 100%, então a empresa terá Capital Circulante Líquido negativo, como demonstrado abaixo. Nesse caso, a empresa está financiando seu Ativo Não Circulante (Permanente) com Capital de Terceiros de curto prazo (Passivo Circulante).

Capital Circulante Próprio = Patrimônio Líquido – Ativo Não Circulante

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Esses conceitos serão muito importantes para as próximas aulas, onde iremos estudar a análise dinâmica do capital de giro e o efeito tesoura.

Abaixo estão representados os indicadores da CIA Gaúcha S.A.:

2006 2007 2008 2009 2010ESTRUTURA DE CAPITAL

2006 2007 2008 2009 2010COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO 96% 96% 90% 92% 87%PARTICIPAÇÃO DE CAPITAL DE TERCEIROS 151% 165% 121% 114% 101%"DEBT RATIO" ou "DEPENDÊNCIA 60% 62% 55% 53% 50%

2006 2007 2008 2009 2010IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 43% 48% 50% 41% 40%IMOBILIZAÇÃO DOS RECURSOS NÃO 41% 44% 44% 37% 35%

4.2. Análise da Liquidez

O estudo da liquidez visa conhecer a capacidade de pagamento da empresa. Esse índice revela, também, o equilíbrio financeiro e a necessidade de investimento em capital de giro.

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42.1. Quociente de Liquidez Imediata:

Representa o valor de quanto a empresa dispõe imediatamente para saldar as dívidas de curto prazo. Esse quociente é normalmente baixo pelo pouco interesse das empresas em manter recursos monetários em caixa.

LIQUIDEZ IMEDIATADisponível

Passivo Circulante

4.2.2. Quociente de Liquidez Seca

Indica quanto a empresa possui de ativo líquido para cada $1,00 de passivo circulante (dívidas de curto prazo). Essencialmente, a liquidez seca determina a capacidade de curto prazo de pagamento da empresa mediante a utilização das contas disponível e valores a receber.

LIQUIDEZ SECAAtivo Circulante - Estoques

Passivo Circulante

O conceito de liquidez seca tem relação com os ativos líquidos da empresa – aqueles que possuem rápida conversibilidade em dinheiro. Por isso, alguns autores incluem na fórmula de cálculo as despesas antecipadas, que por se tratarem de itens que não podem ser convertidos em dinheiro, precisam ser diminuídos do ativo circulante, assim como os estoques.

4.2.3. Quociente de Liquidez Corrente

Indica quanto a empresa possui no ativo circulante para cada $1,00 de passivo circulante.

LIQUIDEZ CORRENTEAtivo Circulante

Passivo Circulante Quanto maior a liquidez corrente, mais alta se apresenta a

capacidade da empresa de financiar suas necessidades de capital de giro.

Observem a figura abaixo e notem que o quociente de liquidez corrente está diretamente relacionado com o Capital Circulante Líquido (CCL) da empresa:

OBS.:

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Isso significa que:

4.2.4. Quociente de Liquidez Geral

Indica quanto a empresa possui no ativo circulante e realizável a longo prazo para cada $1,00 de dívida total. Esse indicador revela a liquidez tanto no curto prazo, quanto no longo prazo e é utilizado como medida de segurança financeira da empresa a longo prazo, revelando sua capacidade de saldar todos os seus compromissos.

LIQUIDEZ GERALAtivo Circulante + Ativo Real. Longo PrazoPassivo Circulante + Pasivo Não Circulante

Se a Liquidez Corrente > 1,0, então o Capital Circulante Líquido é positivo; Se a Liquidez Corrente = 1,0, então o Capital Circulante Líquido é nulo; Se a Liquidez Corrente < 1,0, então o Capital Circulante Líquido é negativo;

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Observem que o quociente de liquidez geral está diretamente relacionado com o Capital Circulante Próprio (CCP), da mesma forma que a liquidez corrente está relacionado com o CCL.

Isso significa que:

Agora vamos estudar os índices de liquidez analisando os números da CIA Gaúcha S.A. apresentados no início do capítulo:

2006 2007 2008 2009 2010LIQUIDEZ

2006 2007 2008 2009 2010LIQUIDEZ IMEDIATA 0,04 0,06 0,03 0,05 0,08LIQUIDEZ SECA 1,16 1,08 1,13 1,27 1,14LIQUIDEZ CORRENTE 1,32 1,24 1,37 1,49 1,45LIQUIDEZ GERAL 1,31 1,23 1,34 1,46 1,51

Se a Liquidez Geral > 1,0, então o Capital Circulante Próprio é positivo; Se a Liquidez Geral = 1,0, então o Capital Circulante Próprio é nulo; Se a Liquidez Geral < 1,0, então o Capital Circulante Próprio é negativo;

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Ao analisar os quocientes de liquidez corrente demonstrados acima, podemos constatar que o CCL da empresa foi positivo em todos os períodos:

2006 2007 2008 2009 2010CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO

2006 2007 2008 2009 2010Ativo Circulante 1.044.679 1.144.397 1.063.735 1.355.338 1.297.982Passivo Circulante 794.090 919.321 774.561 907.828 897.921

CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 250.589 225.076 289.174 447.510 400.061 CAPITAL CIRCULANTE PRÓPRIO 221.198 181.770 205.051 366.214 271.146 CAPITAL CIRCULANTE DE TERCEIROS 29.391 43.306 84.123 81.296 128.915

4.2.4. Índice de Solvência ou Margem de Garantia

Representa a capacidade da empresa de pagar suas dívidas de curto e longo prazo com os recursos totais do ativo.

Quanto maior for a margem de garantia, melhores são as condições da empresa de pagar suas dívidas totais.

Ativo TotalÍNDICE DE SOLVÊNCIA

Passivo Circulante + Passivo Não Circulante

O objetivo dos índices de liquidez é medir a capacidade que uma empresa possui de pagar suas dívidas utilizando recursos aplicados no ativo. Portanto, o mais correto seria excluir do ativo, para fins de cálculo dos índices, os valores que não possam ser convertidos em disponibilidades, tais como despesas antecipadas, pois essas serão apropriadas quando ocorrer o fato gerador. Mas nas provas das bancas, para simplificação, normalmente isso não é levado em conta.

Trata-se de outra forma de visão sobre o resultado de um índice.

Vamos ver um exemplo:

Uma empresa apresenta um índice de liquidez corrente de 1,5 (Ativo Circulante/Passivo Circulante). O inverso disso é: 1/1,5, ou seja, 0,666 ou 66,6%.

Isso significa que 66,6% do ativo circulante estão comprometidos com o passivo circulante. Nesse caso, a empresa possui uma “folga financeira” de 33,3% (um terço), que são provenientes do CCL. Conforme já vimos, o 0,5 que excede a 1,00 no índice de liquidez corrente é justamente o CCL.

OBS.:

ANÁLISE PELO AVESSO

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1. (CESPE – 2011 – TJ-ES – Analista Judiciário – Contabilidade) Considere que um ente público tenha apresentado, ao longo dos três últimos exercícios, a seguinte situação (valores em R$ 1.000,00):

rubrica/ano 2008 2009 2010receita corrente líquida 2.000 2.500 2.800despesa de pessoal 800 1.200 900

Nessa situação, efetuando-se a análise horizontal e considerando o exercício 2009 como base da série, é correto concluir que o índice da receita corrente líquida para 2008 foi 80 e o índice das despesas de pessoal para 2010 foi 0,75.

( ) Certo ( ) Errado

SOLUÇÃO:

Prestem atenção na dica da questão: “considerando o exercício 2009 como base da série”. Nesse caso, 2009 terá base 100 e os outros anos serão calculados pela fórmula: (Vd / Vb) X 100. Assim, essa é a configuração final:

rubrica/ano 2008 2009 2010receita corrente líquida 80 100 112despesa de pessoal 67 100 75

O índice das despesas de pessoal para 2010 foi 75 e não 0,75.

Resposta correta: E (Errado)

ATENÇÃO !

II – Apresentação das Questões Comentadas

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2. (CESGRANRIO – 2009 – BNDES – Profissional Básico – Ciências Contábeis)

A Cia. Patagônia S/A, ao realizar sua análise anual, apresentou os seguintes demonstrativos de resultados, em reais:

Com base exclusivamente nos dados acima, o percentual de participação relativa do item de despesas Administrativas (análise vertical) do exercício de 2008 foi

a) 21,55

b) 4,84

c) (13,89)

d) (25,91)

e) (31,55)

SOLUÇÃO:

Cálculo: (-216.104,00) / 684.93200 = (31,55)

A análise vertical da DRE é feita em relação à Receita Líquida e não em relação à Receita Bruta! O aluno desatento que calcular o índice sobre a Receita Bruta vai encontrar o resultado de (25,91) e vai marcar a alternativa errada...

Resposta correta: E

CUIDADO COM O PEGA-RATÃO !

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3. (ESAF – 2009 – Receita Federal Auditor Fiscal da receita Federal – Prova 3) A seguir são apresentados dados do balanço patrimonial da empresa Comercial Analisada S.A., simplificados para facilidade de cálculos:

Caixa 10.000,00

Duplicatas a receber (longo prazo) 8.000,00

Duplicatas a pagar 13.000,00

Bancos conta movimento 22.000,00

Títulos a pagar (longo prazo) 9.000,00

Capital Social 60.000,00

Mercadorias 30.000,00

Financiamentos Bancários 31.000,00

Contas a receber 15.000,00

Reservas de lucros 7.000,00 Elaborando a análise das demonstrações financeiras dessa empresa, o Contador encontrará os seguintes elementos:

a) Liquidez Seca = 1,07

b) Liquidez Corrente = 1,45

c) Liquidez Imediata = 1,75

d) Liquidez Geral = 0,71

e) Grau de endividamento = 0,57

SOLUÇÃO:

Primeiro, vamos “agrupar” as contas:

Ativo Passivo

Ativo Circulante 77.000,00 Passivo Circulante 44.000,00

Caixa 10.000,00 Duplicatas a pagar 13.000,00

Bancos conta movimento 22.000,00 Financiamentos Bancários 31.000,00

Contas a receber 15.000,00 Passivo Não Circulante 9.000,00

Mercadorias 30.000,00 Títulos a pagar (longo prazo) 9.000,00

Ativo realizável a longo prazo 8.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 67.000,00

Duplicatas a receber (longo prazo) 8.000,00 Capital Social 60.000,00

Reservas de lucros 7.000,00

85.000,00 120.000,00

Agora, vamos calcular os índices:

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Liquidez Seca = ((AC – Estoques) / PC) = (77.000 – 30.000) / 44.000 = 1,07

Liquidez Corrente = (AC / PC) = 77.000 / 44.000 = 1,75

Liquidez Imediata = (Disponibilidades / PC) = (10.000 + 22.000) / 44.000 = 0,73

Liquidez Geral = ((AC + ANC) / (PC + PNC)) = (77.000 + 8.000) / (44.000 + 9.000) = 1,60

Grau de Endividamento = (PC + PNC) / (PC + PNC + PL) = (44.000 + 9.000) / (44.000 + 9.000 + 67.000) = 0,44

Alguns autores utilizam a fórmula (AC + PC) / Ativo Total

para calcular o grau de endividamento. Nesse caso, se o aluno utilizar a soma do ativo (85.000) como denominador, o resultado encontrado estará incorreto, pois nesse exercício não há igualdade entre ativo e passivo, o que significa que os valores de algumas contas do ativo foram suprimidos.

Resposta correta: A

4. (CESGRANRIO – 2011 – TRANSPETRO – Contador Júnior) Informações de empresas do segmento da indústria têxtil:

Empresas Alfa Beta Gama Delta Épsilon

Patrimônio Líquido (R$) 455.678,90 512.113,40 678.356,32 718.100,99 856.347,77

Capitais de Terceiros (R$) 309.861,65 337.994,84 440.931,61 502.670,69 530.935,62 Ao se considerar o índice de Participação de Capitais de Terceiros (PCT), a empresa que apresenta o maior endividamento é a

a) Alfa

b) Beta

c) Gama

d) Delta

e) Épsilon

SOLUÇÃO:

Vamos calcular o índice de participação de capitais de terceiros para cada uma das empresas (Capitais de Terceiros / PL):

ATENÇÃO !

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Empresas Alfa Beta Gama Delta Épsilon

Patrimônio Líquido (R$) 455.678,90 512.113,40 678.356,32 718.100,99 856.347,77

Capitais de Terceiros (R$) 309.861,65 337.994,84 440.931,61 502.670,69 530.935,62

68,00% 66,00% 65,00% 70,00% 62,00%

Resposta correta: D

5. (CESGRANRIO – 2010 – Petrobras – Biocombustível – Contador) Na análise das demonstrações contábeis da Companhia Ramos, de capital fechado, o analista apurou um índice de liquidez corrente igual a 1,25.

Tal índice demonstra que o

a) Passivo representa 25% do ativo total.

b) Ativo total representa 125% do passivo.

c) Grau de liberdade do ativo circulante é de 20%.

d) Comprometimento do ativo circulante é de 20%.

e) Endividamento de curto prazo representa 20% do ativo circulante.

SOLUÇÃO:

Liquidez corrente = (ativo circulante) / (passivo circulante).

Lembram-se da análise pelo avesso que vimos no finalzinho desta aula?

Então vejamos:

O inverso disso é: 1/1,25 = 0,8 ou 80%. Isso significa que 80% do ativo circulante está comprometido com o passivo circulante. Então, ela possui uma “folga” ou um “grau de liberdade” de 20% em seu ativo circulante (que é o seu Capital Circulante Líquido – CCL).

Analisando as outras alternativas: A, B e D falam em ativo “total”, que não diz respeito ao índice de liquidez corrente, cuja referência é o ativo “circulante”. A alternativa E está errada, pois o endividamento de curto prazo representa 80% do ativo circulante, conforme vimos no cálculo acima.

Resposta correta: C

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6. (CESGRANRIO – 2009 – BNDES – Profissional Básico – Ciências Contábeis)

Considerando exclusivamente os dados apresentados, o índice de liquidez seca da Cia Alvorada, em 2006 é

a) 0,6612

b) 0,7692

c) 0,8875

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d) 1,3846

e) 1,5125

SOLUÇÃO:

Liquidez seca = (ativo circulante – estoques) / (passivo circulante) = (12.100.000 – 5.000.000) / (8.000.000) = 0,8875

Resposta correta: C

7. (FCC – 2010 – TRE-AM – Analista Judiciário – Contabilidade) A análise das demonstrações financeiras da empresa JK indicou que o quociente de participação de terceiros sobre os recursos totais é de 0,7 e que a composição do endividamento é 55%. Se o ativo total da empresa é de R$ 800.000,00, o seu passivo não circulante (exigível a longo prazo) é, em reais

a) 252.000,00

b) 308.000,00

c) 320.000,00

d) 440.000,00

e) 560.000,00

SOLUÇÃO:

Vamos aos cálculos: se a participação de terceiros é 0,7, isso significa que o total de recursos de terceiros é: 0,7 X 800.000 = 560.000. Dos recursos de terceiros, 55% está no curto prazo: 560.000 X 55% = 308.000, o restante: 560.000 - 308.000 = 252.000 está no longo prazo (passivo não circulante).

Resposta correta: A

8. (CESGRANRIO – 2008 – Petrobras – Contador) Um analista, fazendo a análise de Balanço de duas Companhias diferentes, apurou os seguintes índices de liquidez corrente:

Companhia “Alfa” 1,825

Companhia “Beta” 1,979

Admita agora que foram realizadas as seguintes operações, nas Companhias:

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• “Alfa”: compra de mercadorias a prazo;

• “Beta”: pagamento de uma dívida de curto prazo.

Tais operações iriam provocar mudança no índice da liquidez corrente?

a) Sim, diminuição na Companhia Alfa e aumento na Companhia Beta.

b) Sim, redução nas duas Companhias.

c) Sim, aumento nas duas Companhias.

d) Sim, aumento na Companhia Alfa e diminuição na Companhia Beta.

e) Não, continuaria exatamente igual, nas duas Companhias.

SOLUÇÃO:

Liquidez corrente = (ativo circulante) / (passivo circulante).

As duas operações estão afetando o passivo circulante: a Companhia Alfa está aumentando o passivo circulante, e como consequência, está aumentando o denominador da equação e diminuindo o resultado; e a Companhia Beta está diminuindo o passivo circulante, e como consequência, está diminuindo o denominador da equação e aumentando o resultado.

Resposta correta: A

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Pessoal, espero que vocês tenham gostado desta aula e que ela seja útil em seus estudos.

Por fim, quero deixar algumas pequenas mensagens de Roberto Shinyashiki2, que eu gosto muito:

“Você tem dentro de si a capacidade de construir as suas vitórias.

O que você já conquistou na vida não foi fruto do acaso.

Se, por um golpe do destino, você perder tudo o que tem, lembre-se:

Nada, nem ninguém, pode destruir a sua capacidade de realização.”

“Conquiste seu futuro.

Não importa de onde você vem nem onde está.

O que importa é saber aonde quer chegar...

E trabalhar todos os dias para que isso aconteça.”

“Arrisque... Ouse... Realize!

Não deixe o medo de errar bloquear a sua capacidade de se realizar.

Muitas pessoas, em vez de tocar seus projetos, preocupam-se em não cometer erros...

O pior é que alguns terão sucesso nessa empreitada:

Não errarão quase nunca, mas também não conseguirão realizar o que desejam.”

Aguardo vocês na primeira aula.

Em caso de dúvidas ou sugestões, deixo meu e-mail à disposição: [email protected]

2 Roberto Shinyashiki é autor do livro Vivendo e Aprendendo.

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1. (CESPE – 2011 – TJ-ES – Analista Judiciário – Contabilidade) Considere que um ente público tenha apresentado, ao longo dos três últimos exercícios, a seguinte situação (valores em R$ 1.000,00):

rubrica/ano 2008 2009 2010receita corrente líquida 2.000 2.500 2.800despesa de pessoal 800 1.200 900

Nessa situação, efetuando-se a análise horizontal e considerando o exercício 2009 como base da série, é correto concluir que o índice da receita corrente líquida para 2008 foi 80 e o índice das despesas de pessoal para 2010 foi 0,75.

( ) Certo ( ) Errado

2. (CESGRANRIO – 2009 – BNDES – Profissional Básico – Ciências Contábeis) A Cia. Patagônia S/A, ao realizar sua análise anual, apresentou os seguintes demonstrativos de resultados, em reais:

Com base exclusivamente nos dados acima, o percentual de participação relativa do item de despesas Administrativas (análise vertical) do exercício de 2008 foi

a) 21,55 b) 4,84 c) (13,89) d) (25,91) e) (31,55)

III – Lista das questões apresentadas na aula

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3. (ESAF – 2009 – Receita Federal Auditor Fiscal da receita Federal – Prova 3) A seguir são apresentados dados do balanço patrimonial da empresa Comercial Analisada S.A., simplificados para facilidade de cálculos:

Caixa 10.000,00

Duplicatas a receber (longo prazo) 8.000,00

Duplicatas a pagar 13.000,00

Bancos conta movimento 22.000,00

Títulos a pagar (longo prazo) 9.000,00

Capital Social 60.000,00

Mercadorias 30.000,00

Financiamentos Bancários 31.000,00

Contas a receber 15.000,00

Reservas de lucros 7.000,00 Elaborando a análise das demonstrações financeiras dessa empresa, o Contador encontrará os seguintes elementos:

a) Liquidez Seca = 1,07

b) Liquidez Corrente = 1,45

c) Liquidez Imediata = 1,75

d) Liquidez Geral = 0,71

e) Grau de endividamento = 0,57

4. (CESGRANRIO – 2011 – TRANSPETRO – Contador Júnior) Informações de empresas do segmento da indústria têxtil:

Empresas Alfa Beta Gama Delta Épsilon

Patrimônio Líquido (R$) 455.678,90 512.113,40 678.356,32 718.100,99 856.347,77

Capitais de Terceiros (R$) 309.861,65 337.994,84 440.931,61 502.670,69 530.935,62 Ao se considerar o índice de Participação de Capitais de Terceiros (PCT), a empresa que apresenta o maior endividamento é a

a) Alfa

b) Beta

c) Gama

d) Delta

e) Épsilon

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5. (CESGRANRIO – 2008 – Petrobras – Contador) Um analista, fazendo a análise de Balanço de duas Companhias diferentes, apurou os seguintes índices de liquidez corrente:

Companhia “Alfa” 1,825

Companhia “Beta” 1,979

Admita agora que foram realizadas as seguintes operações, nas Companhias:

• “Alfa”: compra de mercadorias a prazo;

• “Beta”: pagamento de uma dívida de curto prazo.

Tais operações iriam provocar mudança no índice da liquidez corrente?

a) Sim, diminuição na Companhia Alfa e aumento na Companhia Beta.

b) Sim, redução nas duas Companhias.

c) Sim, aumento nas duas Companhias.

d) Sim, aumento na Companhia Alfa e diminuição na Companhia Beta.

e) Não, continuaria exatamente igual, nas duas Companhias.

6. (CESGRANRIO – 2010 – Petrobras – Biocombustível – Contador) Na análise das demonstrações contábeis da Companhia Ramos, de capital fechado, o analista apurou um índice de liquidez corrente igual a 1,25.

Tal índice demonstra que o

a) Passivo representa 25% do ativo total.

b) Ativo total representa 125% do passivo.

c) Grau de liberdade do ativo circulante é de 20%.

d) Comprometimento do ativo circulante é de 20%.

e) Endividamento de curto prazo representa 20% do ativo circulante.

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7. (CESGRANRIO – 2009 – BNDES – Profissional Básico – Ciências Contábeis)

Considerando exclusivamente os dados apresentados, o índice de liquidez seca da Cia Alvorada, em 2006 é

a) 0,6612

b) 0,7692

c) 0,8875

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d) 1,3846

e) 1,5125

8. (FCC – 2010 – TRE-AM – Analista Judiciário – Contabilidade) A análise das demonstrações financeiras da empresa JK indicou que o quociente de participação de terceiros sobre os recursos totais é de 0,7 e que a composição do endividamento é 55%. Se o ativo total da empresa é de R$ 800.000,00, o seu passivo não circulante (exigível a longo prazo) é, em reais

a) 252.000,00

b) 308.000,00

c) 320.000,00

d) 440.000,00

e) 560.000,00

1 – E 2 – E 3 – A 4 – D 5 – A 6 – C 7 – C 8 – A

GABARITO

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ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanços - Um Enfoque Econômico-Financeiro. 9ª Ed. 2010 / Editora Atlas.

IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de Balanços. 10ª Ed. 2009 / Editora Atlas.

MATARAZZO, Dante Carmine. Análise Financeira de Balanços – Abordagem Gerencial. 7ª Ed. 2010 / Editora Atlas.

ASSAF NETO, Alexandre. Fundamentos de Administração Financeira. 2010 / Editora Atlas.

MORAES JÚNIOR, José Jayme. Contabilidade Geral – Série Provas e Concursos. 2ª Ed. 2010 / Editora Campus/Elsevier.

IV – Bibliografia