alogamento estatico em mulheres mais velhas

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  • 8/18/2019 Alogamento Estatico Em Mulheres Mais Velhas

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    ARTIGO ORIGINAL

    Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum 2010, 12(3):195-201

    Resumo – O objetivo deste estudo foi investigar, em mulheres idosas, o efeito agudo doalongamento estático sobre a taxa de desenvolvimento de força pico (TDFP) e contraçãovoluntária máxima (CVM). A amostra foi composta por 10 mulheres idosas (idade 68,5 ± 7,0anos; peso 70,9 ± 8,1 kg; estatura 159,4 ± 6,0 cm; índice de massa corporal 28,0 ± 3,8 kg/m2).A TDFP e a CVM foram testadas no exercícioLeg Press, antes e após as condições controleou alongamento (três séries de 30 segundos de alongamento estático do quadríceps femoral),em dois dias diferentes (24 horas de intervalo). A TDFP foi determinada como a inclinaçãomais íngreme da curva, calculada dentro da janela regular de 20 ms (∆Força/∆Tempo),para os primeiros 200 ms após o início da força muscular. A CVM foi determinada comoo maior ponto registrado na tentativa. Em cada dia, apenas uma condição foi testada e aordem de emprego para cada condição foi determinada aleatoriamente. A intensidade doalongamento foi determinada pelo limiar de dor muscular. Quatro avaliações pós-condições(pós-tratamento; 10; 20 e 30 minutos) foram realizadas para acompanhar o comportamentoda força muscular. A ANCOVA 2x5, seguida do teste post-hoc de Scheffé, não mostrouinterações, condição vs. momento, significativas (P > 0,05) para a TDFP e CVM. Emconclusão, séries agudas de alongamento estático para o quadríceps femoral não afetam acapacidade de produzir força muscular rapidamente e máxima de mulheres idosas.Palavras-chave: Envelhecimento; Aquecimento; Curva força-tempo Isométrica.

    Abstract – The objective of this study was to investigate the acute effect of static stretchingon the peak rate of force development (PRFD) and maximum voluntary contraction (MVC) inolder women. Ten women (68.5 ± 7.0 years; 70.9 ± 8.1 kg; 159.4 ± 6.0 cm; body mass index:28.0 ± 3.8 kg/m2) were studied. MVC and PRFD were determined by leg press exercise beforeand after the control or stretching condition (three sets of 30 seconds of static stretching of thequadriceps) on two different days (interval of 24 hours). PRFD was determined as the steepestslope of the curve, calculated within regular windows of 20 milliseconds (∆force/∆time) for the

     first 200 milliseconds after the onset of contract ion. MVC was determined as the highest valuerecorded in each set. Only one condition was tested on each day and the order of application ofeach condition was determined randomly. The stretching intensity was evaluated by the muscle

     pain threshold. Four post-condition assessments (post-treatment, 10, 20, and 30 minutes) were performed to monitor muscle strength. ANCOVA 2x5, followed by the Scheffé post-hoc test,showed no significant interactions between conditions vs. times (P > 0.05) for PRFD or MVC.In conclusion, acute bouts of static stretching of the quadriceps femoris do not affect the ability

    of rapid and maximum muscle force production in older women.Key words: Aging; Warn-up; Isometric force-time curve.

    1 Universidade EstadualPaulista. Instituo deBiociências. Laboratóriode Atividade Física eEnvelhecimento. RioClaro,SP. Brasil

    2 Universidade do OestePaulista. Presidente Pru-dente, SP. Brasil.

    Recebido em 05/01/09Revisado em 20/03/09Aprovado em 02/12/09

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    André Luiz Demantova Gurjão Nelson Hilário Carneiro

    Raquel GonçalvesRodrigo Ferreira de Moura

    Sebastião Gobbi

    Efeito agudo do alongamento estático na forçamuscular de mulheres idosas

    Acute effect of static stretching on muscle force in older women

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    INTRODUÇÃO

    Durante o processo de envelhecimento, alteraçõesestruturais e funcionais no sistema neuromuscularlevam a significativos declínios nas expressões da

    força muscular e flexibilidade, ambos componen-tes da capacidade funcional1,2. O decréscimo dafuncionalidade desse sistema pode comprometerde maneira parcial ou completa a realização dasatividades da vida diária, acarretando em maiordependência e redução da qualidade de vida deadultos idosos3. Este fato é particularmente rele-vante para mulheres, as quais apresentam maiorexpectativa de vida do que homens, reduzida re-serva funcional e maior declínio da força muscularde membros inferiores4,5.

     Neste sentido, a prática regular de exercíciosfísicos com objetivo de melhorar o desempenho daforça muscular e flexibilidade tem sido recomen-dada como meio de atenuar ou reverter os efeitosdeletérios relacionados ao envelhecimento e/oufatores a ele associados sobre esses componentes dacapacidade funcional6. Contudo, a melhor maneirade incluir o desenvolvimento de ambos os compo-nentes em uma única sessão de treinamento nãoestá clara7, especialmente em idosos.

    Exercícios de alongamento têm sido tradicio-nalmente incorporados no início das sessões de

    treinamento com o objetivo de reduzir o risco delesões8, melhorar o desempenho9  e aumentar aamplitude de movimento de uma articulação10.Contudo, Pope et al.11 têm concluído que exercíciosde alongamento não diminuem o risco de ocorrên-cia de lesões. Em adição, resultados contraditóriostêm sido reportados a respeito do efeito agudo doalongamento sobre a função neuromuscular.

    Recentes trabalhos não têm demonstradoqualquer efeito do exercício de alongamento está-tico sobre o desempenho da força muscular12,13. Emcontrapartida, vários autores têm confirmado quediferentes rotinas de alongamento podem levar àredução aguda, tanto da força muscular isométricaquanto dinâmica14,15, por um período de tempotão longo quanto 120 minutos16. Power et al.16, porexemplo, observaram decréscimos na contraçãovoluntária máxima por um período de tempo 12 ve-zes superior ao reportado por Behm et al.17, mesmoempregando um volume de alongamento 4,4 vezesinferior (270 vs. 1200 segundos, respectivamente).Assim, fica evidente que a relação dose-respostaentre o volume de alongamento empregado e o

    decréscimo na produção de força muscular e seupadrão temporal de comportamento ainda perma-

    nece incerto, indicando a necessidade de maioresinvestigações.

    Em adição, alguns estudos que demonstraramreduções agudas na força muscular empregaram emseus protocolos experimentais, rotinas de alonga-

    mento não representativas àquelas realizadas emsituações práticas ou recomendadas por organiza-ções voltadas à saúde quando se objetiva melhorada flexibilidade17,18.

    Para adultos idosos, atuais recomendaçõesinternacionais incluem rotinas de alongamentoestático compostas por 3-4 séries com duração de10-30 segundos6. Levando este fato em considera-ção, não tem sido estabelecido se períodos curtos dealongamento estático podem levar ao decréscimoagudo na produção de diferentes expressões da força

    muscular em adultos idosos e a possível duraçãodesse comportamento. Assim, o objetivo desteestudo foi analisar, em mulheres idosas, o efeitoagudo de exercícios de alongamento estático sobreo comportamento da taxa de desenvolvimento deforça pico e contração voluntária máxima.

    PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

    Participaram do estudo 10 mulheres idosas (idade68,5 ± 7,0 anos; peso 70,9 ± 8,1 kg; estatura 159,4± 6,0 cm; IMC 28,0 ± 3,8 kg/m2) fisicamente ati-

    vas. As participantes atendiam regularmente umprograma de exercício físico, com frequência de trêsvezes por semana, a pelo menos três meses. Nenhu-ma lesão músculo-esquelética recente foi relatada.As participantes foram informadas verbalmentesobre os procedimentos a que seriam submetidase assinaram um Termo de Consentimento Livree Esclarecido aprovado pelo Comitê de Ética emPesquisa da Universidade Estadual Paulista.

    Delineamento ExperimentalCada participante visitou o laboratório por quatroocasiões diferentes, com 24 horas de intervalo. Nasduas primeiras visitas, foram realizadas as mensu-rações antropométricas e familiarização aos pro-cedimentos da rotina de alongamento e avaliaçãoda Cf-t isométrica de membros inferiores. Nas duasvisitas subsequentes, a Cf-t isométrica foi registradaadotando o seguinte protocolo experimental: regis-tro de três Cf-t isométricas referentes ao momentopré-tratamento, com intervalo de recuperação detrês minutos entre os registros. Após intervalode 5 minutos, as participantes realizaram uma

    de duas condições experimentais: controle (semalongamento) ou alongamento. As avaliações da

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    Cf-t isométrica, após o emprego dessas condições,foram realizadas imediatamente após a condiçãoadotada (pós-tratamento) e durante um períodode tempo de 30 minutos relativos ao final de cadacondição (10; 20; e 30 minutos), com o objetivo de

    examinar o padrão temporal de possíveis alterações.A ordem de emprego para cada condição (controleou alongamento) foi determinada pelo método dealeatorização do tipo cross-over balanceado. Para acondição controle, as participantes permaneceramrepousadas em decúbito ventral sobre uma maca,por um período de tempo similar à duração total darotina de alongamento (~ 2,5 min). A Cf-t isomé-trica que apresentou a maior contração voluntáriamáxima (CVM), no período pré-tratamento, foiselecionada para as comparações com as Cf-t isomé-

    tricas obtidas nos momentos pós-tratamento; 10; 20e 30 minutos. As participantes foram orientadas anão realizar atividades físicas intensas durante o pe-ríodo de avaliações. Todos os procedimentos foramrealizados na mesma hora do dia para minimizarpossíveis variações circadianas no comportamentoda força muscular.

    Mensuração da curva força-tempoisométrica (Cf-t isométrica)O esforço isométrico máximo de extensão unila-teral de joelhos e quadris (Leg Press) foi avaliado

    por meio de um transdutor de força (modelo 5000 NTM, EMG System do Brasil®, São José dos Cam-pos, SP, Brasil), com as participantes posicionadassobre o assento do equipamento, similar ao descritopor Sahaly et al.19 e com os joelhos flexionados a90 graus. No momento pré-avaliação, as avaliadasforam instruídas a realizar suas contrações voluntá-rias máximas (CVM) “tão rápido quanto possível”,por cinco segundos. Tão logo iniciado o esforço,as participantes foram encorajadas verbalmente arealizarem seus esforços máximos.

    A aquisição do sinal proveniente do transdutorde força foi realizada por meio de um amplificadorde sinais analógicos (modelo EMG 800C-USB,EMG System do Brasil®, São José dos Campos, SP,Brasil), com frequência de amostragem de 2000 Hz.O sinal obtido pelo amplificador foi armazenadoem disco rígido e analisado posteriormenteoff-line.Como primeiro procedimento, o sinal bruto dotransdutor de força foi digitalmente filtrado por umfiltro passa-baixa Butterworth de segunda-ordem,zero-lag e frequência de corte de 15 Hz. O inícioda produção de força muscular foi definido como o

    ponto no qual o valor de força muscular excedeu 7,5 N acima da linha de base20. A CVM foi determina-

    da como o mais alto valor registrado durante todaa avaliação. A taxa de desenvolvimento de forçapico (TDFP) foi determinada como a inclinaçãomais íngreme da Cf-t isométrica (∆Força/∆Tempo),calculada dentro de janelas regulares de 20 ms, para

    os primeiros 200 ms a partir do início da produçãode força muscular20.

    Protocolo de alongamento estáticoA rotina de alongamento empregada no presenteestudo foi elaborada, levando em consideração asatuais recomendações internacionais para adultosidosos6. Foram realizadas três séries de alongamentoestático passivo para o quadríceps femoral das parti-cipantes, com 30 segundos de duração. O intervalode recuperação entre cada série foi de 30 segundos.

    A rotina de alongamento adotada na sessãoexperimental foi realizada sobre uma maca com asparticipantes posicionadas em decúbito ventral. Ojoelho do membro dominante de cada participantefoi lentamente flexionado pelo pesquisador natentativa de levar os calcanhares em direção aoglúteo. O limite do alongamento foi determinadocomo a amplitude de movimento articular atingidano momento em que a participante relatou o inícioda sensação de dor. É importante ressaltar que antesdas sessões experimentais, todas as participantesforam familiarizadas aos procedimentos adotados

    para a realização da rotina de alongamento estático.Durante a sessão de familiarização, as participantesforam instruídas a identificar e relatar ao pesqui-sador o início da sensação de dor durante a flexãodo joelho do membro dominante.

    Tratamento estatísticoInicialmente, os dados foram tratados a partir deprocedimentos descritivos (média ± erro padrão).Para verificação do princípio da esfericidade,utilizou-se o teste de Mauchly. A análise de co-variância (ANCOVA) 2x5 foi empregada paraverificar possíveis diferenças nos valores de TDFPe CVM nas comparações entre condições (controlee alongamento) e momentos (pré-tratamento; pós-tratamento; 10; 20 e 30 min), apresentando comoco-variável a idade das participantes. O teste post-hoc de Scheffé foi empregado para a identificaçãodas diferenças específicas nas variáveis em que osvalores de F encontrados foram superiores ao cri-tério estabelecido de significância estatística (P <0,05). Todas as informações foram processadas nopacote computacional StatisticaTM, versão 5.0.

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    RESULTADOS

    A figura 1 apresenta o comportamento da TDFP(A) e CVM (B) antes e após as condições con-trole e alongamento. Nenhum efeito principal

    de condição ou interação condição vs. momentoforam observados para a TDFP (P = 0,92 e 0,99;respectivamente) e CVM (P = 0,87 e 0,91; respecti-vamente). Assim, não foi verificado nenhum efeitoque possa ser atribuído à rotina de alongamentoestático empregada. Embora o efeito principal detempo tenha sido verificado para a TDFP (P = 0,02)e CVM (P < 0,01), diferenças significativas em re-lação aos valores pré-tratamento foram observadasapenas para a CVM obtida no décimo minuto paraa condição experimental.

    Figura 1. Comportamento da taxa de desenvolvimento de forçapico (A) e contração voluntária máxima (B) antes (pré-tratamen-to) e após (pós-tratamento; 10; 20 e 30 minutos) as condições

    controle e experimental (alongamento estático). Valores emmédia ± desvio-padrão (n = 10). * Diferença significativa (P <0,05) em relação aos valores pré-tratamento.

    DISCUSSÃO

    O achado principal desse estudo foi que a rotina dealongamento empregada não afetou negativamentea capacidade de mulheres idosas em produzir forçamuscular rapidamente ou máxima (figuras 1-Ae 1-B, respectivamente). A falta de modificaçõessignificativas no comportamento da força muscular,

    após o emprego de rotinas de alongamento, estáde acordo com outros resultados encontrados na

    literatura12,13,21,22. Em contrapartida, uma variedadede autores tem demonstrado reduções transitóriasno desempenho neuromuscular, fenômeno comu-mente conhecido como déficit de força muscularinduzido por alongamento14-17.

     Embora o déficit de força muscular induzido poralongamento deva ser considerado durante a pres-crição de programas de exercícios físicos, é impor-tante salientar a existência que uma variedade defatores que podem determinar seu comportamento.Dentre estes fatores, o tempo total de alongamentoé uma importante variável a ser considerada.

    O tempo de duração do alongamento, asso-ciado ao número de séries, determina o volume darotina de alongamento empregada. Muitos estudosque procuraram investigar o comportamento da

    força muscular, após a realização de exercícios dealongamento, têm utilizado em seus delineamentosprotocolos com volumes demasiadamente altos.Fowles et al.23, por exemplo, observaram redução naCVM dos flexores plantares ao realizarem 30 minde alongamento estático (13 séries de 135 s cada)para os flexores plantares. Ao considerar a grandevariabilidade nos volumes dos protocolos de alon-gamento encontrados na literatura, torna-se difícilrealizar comparações com outros estudos.

    Embora não esteja claro o comportamento darelação dose-resposta entre o tempo total de alonga-

    mento e o déficit de força muscular, diferentes estudostêm apontado que maiores volumes de alongamentoparecem ser mais eficazes em gerar decréscimos na for-ça muscular, em comparação aos menores volumes15,24.Siatras et al.15 observaram que 30 segundos de alonga-mento estático reduziu o pico de torque isométrico desujeitos jovens em 8,5%. Esse decréscimo foi inferiorem comparação aos 16% de redução verificada após60 segundos de alongamento estático.

    Ryan et al.22  procuraram investigar o efeitoagudo de diferentes volumes de alongamentos está-ticos passivos (2; 4 e 8 minutos) no desempenho daTDFP e CVM dos flexores plantares. Decréscimosna TDFP atribuíveis às rotinas de alongamentoforam observadas somente após o emprego dasrotinas com volumes de 4 e 8 minutos. Para CVM,nenhuma alteração induzida pelos diferentes volu-mes de alongamento foi verificada. Nosso estudoadotou as recomendações internacionais atuaispara adultos idosos quanto ao volume de alonga-mento, empregando três séries com 30 segundos deduração6. Esse protocolo não levou à redução naTDFP e CVM de mulheres idosas.

    Bazzet-Jones et al.25 também não observaramalterações na taxa de desenvolvimento de força

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    podem não ter ocorrido.Ainda que modificações na ativação muscular

    não possam ser descartadas como fator contribuintepara as respostas observadas, é possível que essemecanismo apresente menor participação em

    comparação às alterações na unidade músculo-tendão. Conforme pontuado por Fowles et al.23,uma possível inibição autogênica na ativaçãomuscular mediada pelos órgãos tendinosos de Golginecessitariam de uma rotina de alongamento ex-tremamente intensa e prolongada para ser ativada.

     Nossa rotina de alongamento estático foi realizadano limiar de dor e com curto período de duração.Ainda segundo Fowles et al.23, os receptores dedor também podem reduzir a ativação neural damusculatura. Porém, percepções de desconforto ou

    dor não estão presentes durante a avaliação da Cf-tisométrica, no período pós-alongamento. Esse fatosugere que reduções na ativação muscular mediadaspor esta via podem não ter ocorrido.

    CONCLUSÃO

    A análise dos resultados mostra que, em mulheresidosas, a realização de séries de alongamento estáti-co para o quadríceps femoral não afeta a capacidadede produzir força muscular rapidamente e máximaem exercícios multiarticulares. Ainda que nossos

    resultados não mostrem prejuízos para a TDFP eCVM, deve-se salientar que apenas a produção deforça isométrica foi avaliada e uma melhor compre-ensão desse fenômeno em relação a outras expres-sões da força muscular pode apresentar relevantesimplicações nas recomendações para o treinamentode ambos os componentes da capacidade funcional(força muscular e flexibilidade) em adultos idosos.

    AgradecimentosOs autores agradecem a FUNDUNESP, PROEX,FAPESP e CAPES.

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    Endereço para correspondência

    Sebastião Gobbi.Departamento de Educação FísicaAvenida 24 A, 1515. Bairro: Bela VistaCEP: 13506-900 – Rio Claro, SP. Brasil.E-mail: [email protected]