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PINTO, CMF; CRUZ, RM. 2011. Agronegócio Pimenta em Minas Gerais. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULTURA, 51. Horticultura Brasileira 29. Viçosa: ABH.S5744- S5765 Hortic. bras., v.29, n. 2 (Suplemento - CD ROM), julho 2011 S5744 Agronegócio Pimenta (Capsicum sp.) em Minas Gerais Cleide Maria Ferreira Pinto 1 ; Rodrigo Cruz Martins 2 1EMBRAPA/EPAMIG Unidade Regional da Zona da Mata. Vila Gianetti, 46, Campus da UFV, 36570-000. Viçosa-MG, [email protected] ; 2EMATER Esc. Local de Monte Carmelo. Praça do Rosário, 190, Boa Vista, 38.500-000. Monte Carmelo-MG, [email protected] INTRODUÇÃO O cultivo de pimentas, considerado até pouco tempo uma atividade secundária tem assumido maior importância no Brasil. Nos últimos anos, as pimentas tem ganho espaço cada vez maior na mídia, por sua versatilidade culinária, industrial, ornamental e também por suas propriedades medicinais. Hoje, o agronegócio de pimentas está entre os melhores exemplos de integração entre todos que atuam na cadeia produtiva dessa hortaliça. Além de consumidas in natura, podem ser processadas e utilizadas em diversas linhas de produtos na indústria de alimentos. Na forma in natura ou processada, as pimentas são produtos que agregam valor e detém amplas oportunidades de mercado. As diversas formas de processamento industrial e artesanal que tem as pimentas como matéria- prima são apresentadas no Quadro 1. IMPORTÂNCIA DO CULTIVO DE PIMENTA PARA MINAS GERAIS Minas Gerais é o principal estado produtor de pimentas seguido por São Paulo, Goiás, Ceará e Rio Grande do Sul. No Estado, o cultivo de pimentas ajusta-se muito bem aos modelos de agricultura familiar e de integração pequeno agricultor-agroindústria. Além de consumidas na forma in natura, grande número de produtores faz conservas de pimentas e comercializa diretamente em feiras livres, mercados de beira de estrada, pequenos estabelecimentos comerciais e atacadistas. Empresas de porte médio, em geral, comercializam conservas, conservas ornamentais, molhos e geléias em supermercados, lojas de conveniência e de produtos importados e até em lojas de decoração. Há empresa de grande porte que exporta a pimenta na forma desidratada (páprica). A produção mineira de pimenta é realizada por agricultores que, em geral, cultivam áreas de 0,5 hectare a 10 hectares com custo de produção e rentabilidade variando principalmente, com o tipo de pimenta, produtividade e período de colheita. No Quadro 2, são apresentadas as áreas cultivadas e produções obtidas nos seis principais munícipios mineiros produtores de pimenta em

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Hortic. bras., v.29, n. 2 (Suplemento - CD ROM), julho 2011 S5744

Agronegócio Pimenta (Capsicum sp.) em Minas Gerais

Cleide Maria Ferreira Pinto1; Rodrigo Cruz Martins

2

1EMBRAPA/EPAMIG – Unidade Regional da Zona da Mata. Vila Gianetti, 46, Campus da UFV, 36570-000.

Viçosa-MG, [email protected] ; 2EMATER – Esc. Local de Monte Carmelo. Praça do Rosário, 190, Boa

Vista, 38.500-000. Monte Carmelo-MG, [email protected]

INTRODUÇÃO

O cultivo de pimentas, considerado até pouco tempo uma atividade secundária tem assumido

maior importância no Brasil. Nos últimos anos, as pimentas tem ganho espaço cada vez maior na

mídia, por sua versatilidade culinária, industrial, ornamental e também por suas propriedades

medicinais.

Hoje, o agronegócio de pimentas está entre os melhores exemplos de integração entre todos que

atuam na cadeia produtiva dessa hortaliça. Além de consumidas in natura, podem ser processadas

e utilizadas em diversas linhas de produtos na indústria de alimentos. Na forma in natura ou

processada, as pimentas são produtos que agregam valor e detém amplas oportunidades de

mercado.

As diversas formas de processamento industrial e artesanal que tem as pimentas como matéria-

prima são apresentadas no Quadro 1.

IMPORTÂNCIA DO CULTIVO DE PIMENTA PARA MINAS GERAIS

Minas Gerais é o principal estado produtor de pimentas seguido por São Paulo, Goiás, Ceará e

Rio Grande do Sul. No Estado, o cultivo de pimentas ajusta-se muito bem aos modelos de

agricultura familiar e de integração pequeno agricultor-agroindústria. Além de consumidas na

forma in natura, grande número de produtores faz conservas de pimentas e comercializa

diretamente em feiras livres, mercados de beira de estrada, pequenos estabelecimentos comerciais

e atacadistas. Empresas de porte médio, em geral, comercializam conservas, conservas

ornamentais, molhos e geléias em supermercados, lojas de conveniência e de produtos importados

e até em lojas de decoração. Há empresa de grande porte que exporta a pimenta na forma

desidratada (páprica).

A produção mineira de pimenta é realizada por agricultores que, em geral, cultivam áreas de

0,5 hectare a 10 hectares com custo de produção e rentabilidade variando principalmente, com o

tipo de pimenta, produtividade e período de colheita. No Quadro 2, são apresentadas as áreas

cultivadas e produções obtidas nos seis principais munícipios mineiros produtores de pimenta em

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2008, 2009 e 2010. Neste último ano, foram cultivados 1.137 ha de pimenta com produção de

1.982 toneladas.

A exploração comercial de pimentas gera empregos e renda em todos os segmentos da cadeia

produtiva. No Estado, estima-se que cada hectare cultivado de Pimenta-malagueta gere de quatro a

cinco postos de trabalho apenas durante o processo produtivo. Além disso, os produtores

aumentam a quantidade de mão-de-obra na colheita, que é a fase da cultura que absorve maior

quantidade de serviços temporários. Com o beneficiamento da pimenta, os agricultores têm

rendimento maior em sua atividade. O estabelecimento de unidade de beneficiamento

(agroindústria) gera empregos e melhora a renda dos municípios produtores de pimenta.

QUADRO 2. Área e produção de pimentas nos principais municípios mineiros produtores, no

período 2008-2010

Municipios 2008 2009 2010

Área (ha) Produção

(t)

Área

(ha)

Produção

(t)

Área (ha) Produção (t)

Matias Cardoso 230 1.610 255 1.785 100 450

Guapé 85 595 85 595 40 200

Monte Carmelo 30 180 35 180 35 210

Guarani 30 180 - - 30 180

Iapu 20 80 15 60 - -

Estrela do Sul 13 78 15 90 - -

Tocantins - - - - 32 208

São José da Barra - - - - 36 -

Mateus Leme*

- - - - - -

Onça de Pitangui*

- - - - - -

Total 408 2.723 405 2.710 273 1.248

Total de Minas - - - - 1.137 1.982

Fonte: Emater-MG, 2011

*Não há informações de área e produção de pimenta no período 2008-2010 apesar do grande

volume de comercialização na CeasaMinas procedente destes municípios.

Agroindústrias de pimentas em Minas Gerais

No Estado, há grande número de unidades de processamento de pimentas na forma de

conserva, molho e de temperos. Alguns exemplos: a) Sabor Mineiro, Tempero da Vovó, Minas

Pepper, TCM-Tempero Carmelitano de Minas, Saron, Aroma D'Minas, Rei do Alho-KI-SABOR,

(Monte Carmelo); b) Vilma Alimentos (Pirata), Condimentos Imperial Ltda, Sacy, Aroma e Sabor,

Ind e Com de Temperos Shallon, Temperos Luana Ind e Comércio Ltda, Magliane Alimentos

(Belo Horizonte); c) Guiscond, Pimenta Rara Ind e Comércio e Mayorca (Uberlândia); d)

Condimentos Três Irmãs (Patrocínio); e) Indústria e Comércio Condimentos Andorinhas (Teófilo

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Otoni); f) Indústria e Comércio de Temperos TF (Nanuque); g) Condimentos Portuense e

Temperos Vieira (Juiz de Fora); h) Produtos Faísca Indústria e Comércio Ltda (Guarani); i)

Produtos Vitalho Ltda (Cataguases); j) Irici Indústria e Comércio Ltda (Ponte Nova) e; k)

Temperos Viçosa (Viçosa).

Com recursos do Programa Minas Sem Fome, programa estruturador do Governo de

Minas, executado pela Emater-MG em parceria com a Prefeitura de São José da Barra e a

Associação dos Produtores de Pimenta, foi inaugurada, recentemente, na comunidade rural de

Bom Jesus do Campo (São José da Barra), uma Unidade de Processamento de Pimenta com

capacidade de processar até uma toneladada por dia. Com o beneficiamento da pimenta, os

agricultores têm rendimento maior em sua atividade. A unidade gera empregos e proporciona

melhoria da renda do município, localizado no Sudoeste mineiro.

Em Caeté, região central do Estado, num projeto agrícola da Emater-MG em parceria com

o Fórum do município, Prefeitura e Secretaria de Defesa Social, está em fase final de construção

uma unidade de processamento de conservas, molhos, temperos e geléias de pimenta. A unidade é

localizada na Fazenda de Ressocialização Reviver local onde presos cumprem pena. Além do

aproveitamento da mão-de-obra na produção de pimenta, o objetivo é agregar valor ao produto por

meio do processamento o que gera maiores lucros que são utilizados na manutenção dos presos.

Outras empresas mineiras que dão subsídio ao agronegócio pimenta são a Engetecno e a

Semearte. A Engetecno, importante empresa de projeto pronto de empreendimento, situada em

Poços de Caldas, elabora projetos de fábrica para produção de pimenta em pó, desidratada, pasta,

molho de pimenta, pimenta calabresa, conserva, pimenta seca, oleorresina, capsaicina. A

Semearte, situada em Coimbra, é um viveiro comercial de mudas de pimentas.

ESPÉCIES E CULTIVARES

Na escolha da pimenta a ser cultivada, o produtor deve considerar o destino da sua produção

(consumo in natura ou industrialização). No Quadro 3, estão descritas algumas características das

pimentas cultivadas em Minas Gerais. A “Malagueta” é a pimenta mais consumida e cultivada no

Estado, principalmente, na Zona da Mata mineira. É consumida na forma de conserva e de molho.

A Pimenta-biquinho, a mais nova opção de investimento nas propriedades rurais mineiras, é muito

consumida na forma de conserva, de salada, como tira-gosto e como matéria-prima no

processamento de geléias. A “Dedo-de-moça” é muito utilizada para o preparo de molhos; em

outras regiões, é conhecida como Pimenta-vermelha ou Calabresa, e é geralmente desidratada na

forma de flocos com sementes. A Pimenta-de-cheiro, a Pimenta-bode e a Cumari-do-pará são

utilizadas na forma de conserva e de molhos. Os frutos da Pimenta-cumari são consumidos verdes

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ou maduros na forma de conserva. A “Jalapeno” é muito consumida na forma de molho e de

conserva de frutos fatiados. As pimentas Habanero, a Fatalli e Bhut Jolokia, extremamente

picantes são consumidas na forma de conserva e de molho.

ÉPOCA DE PLANTIO, PRODUÇÃO DE MUDAS, TRANSPLANTE E ESPAÇAMENTO

A pimenteira requer temperaturas elevadas, em torno de 250C-30

0C, durante todo o ciclo. É

sensível a baixas temperaturas e não tolera geada e, por isso, deve ser cultivada nos meses mais

quentes do ano. Nas regiões serranas, com altitudes acima de 800 m, a semeadura é feita de agosto

a fevereiro. Nas regiões de altitude inferior a 400 m, a semeadura pode ser feita o ano todo. A

semeadura é realizada, preferencialmente, em bandejas de isopor de 128 ou 200 células com

substrato comercial, em ambiente protegido. Atualmente, muitos pimenticultores adquirem mudas

ou contratam a produção delas à profissionais que se dedicam a esta atividade. As mudas são

transplantadas para o local definitivo de plantio, 50 a 60 dias após a semeadura, para a maioria das

espécies. O espaçamento utilizado no campo depende da variedade e varia de 1,2 m a 1,5 m entre

fileiras e de 0,8 m a 1,0 m entre plantas.

ESCOLHA DA ÁREA, PREPARO DO SOLO, CALAGEM E ADUBAÇÃO

Recomendam-se as áreas de meia encosta, de declividade pequena, por serem bem drenadas,

evitando-se solos muito argilosos ou muito arenosos. A pimenteira é sensível a solos encharcados

e não cresce bem em solos pesados ou compactados. O plantio pode ser feito em covas ou em

sulcos. O plantio em sulcos paralelos às curvas de nível facilita a aplicação e incorporação de

esterco e de adubos químicos. Além disso, sulcos de plantio feitos em nível (declividade de 0,2%

a 0,5%) facilitam o escoamento da água sem causar erosão.

Para o bom desenvolvimento da pimenteira, o pH do solo deve estar entre 5,5 e 6,5. As

recomendações de calagem e adubação devem ser baseadas em análise química do solo. Para o

cultivo de pimentas em Minas Gerais, sugere-se a seguinte adubação, aplicada no sulco de plantio:

20 t/ha de esterco de curral ou 5 t/ha de esterco de galinha, 60 kg/ha de N; 180, 240 e 300 kg/ha de

P2O5 e 120, 180 e 240 kg/ha de K2O para os níveis alto, médio e baixo de P e K no solo,

respectivamente. Até o florescimento, as adubações de cobertura, são feitas com adubo

nitrogenado. Durante a frutificação, deve-se misturar o adubo nitrogenado ao potássico, em

intervalos de 30-45 dias até o final do ciclo, com base em observações no desenvolvimento da

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planta ou no aparecimento de sintomas de deficiências nutricionais. Aplicar, de cada vez, 60 kg/ha

de N e 50 kg/ha de K2O. Utilizam-se também formulações comerciais como 20-0-20 ou 20-0-15.

IRRIGAÇÃO

A irrigação é fator determinante na produção comercial da pimenteira. Deve-se evitar o acúmulo

de água no solo, o que favorece a ocorrência de doenças, o abortamento e a queda de flores. A

deficiência hídrica, especialmente durante os estádios de floração e de pegamento de frutos, reduz

a produtividade, em decorrência da queda de flores e do abortamento de frutos, provocando

também o aparecimento de podridão apical. A necessidade total de água depende das condições

climáticas, do tipo de pimenta e da duração do ciclo da cultura. Em termos gerais, varia de 500 a

800 mm, podendo ultrapassar os 1.000 mm para cultivares de ciclo longo. A necessidade diária de

água varia de 3 a 10 mm/dia no pico de demanda da cultura. A irrigação por sulcos se adequa bem

ao plantio da pimenta em fileiras desde que elas tenham declividade constante e pouco acentuada.

A irrigação por aspersão é recomendada para áreas de topografia desuniforme.

MANEJO DE PLANTAS DANINHAS

Recomenda-se o controle de plantas daninhas pelo menos durante o período critico de

interferência que se inicia no transplante das mudas de pimenta e dura de 21 dias a 85 dias.

O período crítico é de cerca de oito meses para as pimentas Malagueta, De-cheiro, Tabasco e

Dedo-de-moça. O espaçamento de 1,2 a 1,5 m entre fileiras permite o uso de cultivadores

mecanizados ou de tração animal entre as linhas, complementando-se o trabalho manualmente,

com enxada, entre as plantas. Não existem herbicidas registrados no Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento (MAPA) para o controle de invasoras em plantio de pimenta.

MANEJO DE PRAGAS

As principais espécies de insetos e ácaros considerados pragas da cultura da pimenta estão

descritas no Quadro 4, bem como seus danos, sintomas de ataque e medidas de controle.

O controle químico de pragas não é recomendado para a cultura de pimenta, em razão da falta de

registro de herbicidas junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

MANEJO DE DOENÇAS

No Quadro 5, estão relacionadas as principais doenças da pimenteira, bem como os agentes

causadores, os principais sintomas, os meios de disseminação, as condições favoráveis e as

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principais medidas de controle. Os únicos ingredientes ativos registrados no MAPA para a cultura

da pimenta se limitam ao controle da antracnose.

COLHEITA, SELEÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E EMBALAGEM

A colheita de frutos maduros, realizada manualmente, inicia-se no período de 80 a 120 dias

após a semeadura. As pimentas são colhidas manualmente com ou sem os pedúnculos. Não existe

norma oficial de classificação e padronização para as pimentas. O colhedor deve eliminar, ao

máximo, os frutos doentes, brocados, murchos, passados, desuniformes e malformados. Diferentes

embalagens são usadas para comercialização de pimentas na forma in natura. Na CeasaMinas,

Unidade da Grande Belo Horizonte, as pimentas Cambuci e Ardida são acondicionadas em caixas

de 15 kg e a Dedo-de-moça em caixas de papelão de (1 kg a 2 kg) e em sacos de plástico (1 kg , 2

kg, 5 kg ou 10 kg).

Para pimentas destinadas à indústria de molhos e de conservas, frutos sem o pedúnculo são

armazenados em recipientes plásticos como bombonas ou polietileno tereftato (PETs), contendo

salmoura ou álcool. Esse processo tem o objetivo de conservação pós-colheita de frutos, mantidos

in natura, até a embalagem final para comercialização. Algumas salmouras com concentração de

sal muito alta provocam murchamento das pimentas e, outras com concentração muito baixa

facilitam a fermentação e amolecimento dos frutos, que por vezes desmancham no manuseio. O

álcool atua realmente como agente conservador e impede a fermentação. Sendo a embalagem

PET, uma resina permeável ao oxigênio, as pimentas oxidam, mudam de gosto e escurecem e por

isso, recomenda-se a sua utilização para armazenazem das pimentas por apenas um a dois meses.

MERCADOS VAREJISTAS E ATACADISTAS EM MINAS GERAIS

No varejo, na forma in natura, é comum a comercialização de pimentas a granel; os

consumidores selecionam a quantidade a ser comprada. No mercado Central em Belo Horizonte, a

Pimenta-bode vermelha e amarela, “Cumari-do-pará”, “Cumari-verdadeira”, “De-cheiro”,

“Biquinho” e “Malagueta” são comercializadas na quantidade de 100 gramas medida em copo de

vidro. Em diversos supermercados mineiros, as pimentas de um só tipo e uma mistura delas,

denominada mista, são comercializadas em bandejas de isopor de tamanho e pesos diferentes (de

30 a 300 g), recobertas com filme de policloreto de vinila (PVC). Deixar os frutos com o

pedúnculo e associar a refrigeração ao uso de embalagens de plástico, são fatores que evitam o seu

murchamento e a descoloração do pedúnculo. Para pimentas acondicionadas em sacos de

polietileno, filme de PVC ou caixinha tipo PET e comercializadas em temperatura ambiente

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(230C-26

0C) recomendam-se fazer alguns furos nas embalagens, para evitar a condensação de

água no seu interior ou sobre os frutos o que pode ocasionar o desenvolvimento de fungos e

comprometer a aparência dos frutos. O prazo de validade varia com o tipo de pimenta, a

embalagem usada e, principalmente, com a temperatura do ambiente de comercialização. Esse

prazo é de cinco dias para pimenta-de-cheiro e Pimenta-bode em sacos de plástico perfurados,

mantidos a 230C-25

0C e de até dez dias para frutos embalados em filmes de PVC, mantidos a

120C-15

0C. Outra forma de comercialização de pimentas no varejo são os vasos de pimenta

ornamental em floriculturas.

No atacado, na forma in natura, as pimentas são, geralmente comercializadas pelas Ceasas,

onde são agrupadas e redistribuídas para o varejo. É bastante comum também a atuação de

intermediários que compram a pimenta diretamente nas propriedades, e a vendem nas Ceasas ou

para distribuidores e empacotadores, os quais embalam com marca própria e a comercializam no

varejo. Na CeasaMinas-Grande Belo Horizonte, a Pimenta-malagueta é comercializada a granel

(kg), a “Dedo-de-moça” em caixas de de papelão (1 kg a 2 kg) e a “ Cambuci” e “Ardida” em

caixas de 15 kg. Algumas redes de supermercados adquirem pimentas diretamente dos produtores,

fornecedores credenciados ou de atacadistas e comercializam o produto com suas marcas. Na

maioria dos mercados atacadistas mineiros, as cotações de preços, não são diferenciadas para os

tipos de pimenta, e sim considerando a classificação em “Pimenta” e “Pimenta-ardida”.

O mercado de pimentas processadas é explorado por grande número de empresas, desde

familiares ou de pequeno porte até grandes empresas exportadoras. Em geral, as pimentas

processadas são comercializadas na forma de conservas, conservas ornamentais (blends), molhos,

pastas e geléias, envasadas em garrafas de vidro ou de plástico com diversos volumes, diretamente

com os consumidores em pequenos estabelecimentos comerciais, feiras-livres, mercados de beira

de estrada, supermercados, lojas de conveniência e de produtos importados (“delikatessens”). É

comum a comercialização de “blends” em lojas de decoração.

COMERCIALIZAÇÃO DE PIMENTAS NAS CEASAMINAS

A Centrais de Abastecimento de Minas Gerais S/A (CeasaMinas) é uma empresa de economia

mista, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). É composta

das Unidades Grande Belo Horizonte, Uberlândia, Barbacena, Juiz de Fora, Caratinga e

Governador Valadares. Ao longo dos últimos cinco anos, a CeasaMinas em todas as suas

unidades, comercializou anualmente, em média, 460 mil kg de pimenta. O ano de maior volume

comercializado foi 2010, quando foram negociados quase 620 mil kg desse produto no valor de

R$ 1.231.434,84. Do total comercializado, 97,8% foram procedentes de Minas Gerais e o restante

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de Goiás e São Paulo. Apesar da produção mineira de pimenta em 2010 ter sido de 1.982

toneladas, apenas 620 mil kg foram comercializados na CeasaMinas, não havendo informações da

forma e local de comercialização da grande parte da pimenta produzida no Estado.

A CeasaMinas, Unidade Grande Belo Horizonte, o maior mercado atacadista, ao longo dos

anos de 2006 a 2010 comercializou anualmente, em média, 352 mil kg de pimenta com a

denominação de “Pimenta”. Em 2010, foram negociados aproximadamente 530 mil kg desse

produto (Quadro 6) no valor de R$ 655.000,00. Desse total, 97,7% são procedentes de Minas

Gerais e o restante de São Paulo. Os dez municípios mineiros que mais contribuíram com este

mercado em 2010 foram Mateus Leme (43,3%), Onça de Pitangui (15,4%), Guapé (7,3%), Matias

Cardoso (6,8%), Ressaquinha (3,0%), Jaboticatubas (2,6%), Pedro Leopoldo (2,4%), Santo

Antônio do Monte (2,3%), Paraopeba (2,2%) e Igarapé (1,7 %).

Quadro 6 – Quantidades (kg) de pimentas in natura comercializadas na CeasaMinas, Unidade

Grande BH, no período 2006 – 2010.

Ano/Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total

2006 39.188 38.698 19.038 19.849 33.417 18.820 20.973 13.856 7.610 32.648 33.386 37.657 315.140

2007 33.683 14.102 12.429 17.956 25.190 27.251 27.115 12.840 13.749 23.768 35.865 31.294 275.242

2008 40.463 28.156 31.703 17.418 12.284 16.566 14.216 18.851 18.922 32.139 28.847 39.953 299.518

2009 33.932 29.739 21.230 16.668 27.263 24.056 20.229 14.077 22.958 45.078 44.356 44.981 344.567

2010 54.140 47.146 37.012 30.325 43.929 38.100 30.165 29.292 25.985 65.206 64.352 62.957 528.609

Média 40.281 31.568 24.282 20.443 28.417 24.959 22.540 17.783 17.845 39.768 41.361 43.368 352.615

Observando-se a distribuição do volume comercializado ao longo do ano (Gráfico 1), verifica-

se oferta sazonal desse produto, sendo volumes menores comercializados durante agosto e

setembro, os meses de menor colheita em função das características próprias do setor de produção.

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

40.000

45.000

kg

jan fev Mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Gráfico 1 - Quantidades médias mensais de pimenta in natura, comercializadas na

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Hortic. bras., v.29, n. 2 (Suplemento - CD ROM), julho 2011 S5752

CeasaMinas, Unidade Grande BH, no período 2006 – 2010

No Quadro 7, observa-se, em valores corrigidos, a magnitude dos preços médios mensais neste

mercado durante os últimos cinco anos. O maior preço ocorreu em 2006, quando a média foi de

4,43 por quilo de pimenta. Como resposta à sazonalidade de oferta, a evolução dos preços médios

ao longo do ano apresenta variação acentuada. Os valores máximos ocorrem, em média, durante

os meses de agosto e setembro, temporada de entressafra. Nesta época os preços são mais

favoráveis ao produtor.

Quadro 7 – Preços médios (R$) corrigidos (IGP-DI abril de 2011) de pimenta in natura na

CeasaMinas, Unidade Grande BH, no período 2006 - 2010

Ano/Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média

2006 2,94 4,72 3,75 4,78 4,54 3,99 5,31 6,02 5,04 4,84 4,36 2,87 4,43

2007 3,66 4,70 2,57 3,27 0,94 1,05 2,05 2,65 1,98 1,00 0,81 2,32 2,25

2008 1,27 0,63 0,84 1,06 1,10 1,13 1,27 2,37 3,61 1,92 0,88 1,37 1,45

2009 6,26 1,31 2,10 1,32 0,93 1,33 1,34 7,02 1,33 0,90 1,22 0,59 2,14

2010 1,06 0,76 0,87 1,55 0,89 1,17 1,16 1,91 6,13 0,91 1,13 0,99 1,54

Média 3,04 2,42 2,03 2,40 1,68 1,73 2,23 3,99 3,62 1,91 1,68 1,63 2,36

Na Ceasa Minas, Unidade de Uberlândia, segundo mercado atacadista mineiro na

comercialização de pimentas, ao longo dos anos de 2006 a 2010 comercializaram anualmente, em

média, 105 mil kg da hortaliça. Nesse mercado, as cotações são diferenciadas para alguns tipos de

pimenta. Nos últimos cinco anos comercializaram Pimenta-bode (34,0%), “Dedo-de-moça”

(15,9%), “Malagueta” (5,0%), “Cambuci” (4,5%) e “Cumari” (1,9%). Do restante, 37,9% ainda é

comercializado com a denominação de “Pimentas” e 0,6% como Pimenta-ardida.

Em 2010, foram negociados aproximadamente 91 mil kg desse produto no valor de R$

575.193,93. Desse total, 98,9% foram procedentes de Minas Gerais e o restante de Goiás e São

Paulo. Foram comercializados 50,3% de Pimenta-bode, 9,2% de “Dedo-de-moça”, 5,3% de

“Malagueta”, 4,3% de “Cumari” e 2,9% de “Cambuci”. Do total, 26% foram comercializados

como “Pimenta” e 1,6% como Pimenta-ardida. Os municípios que mais forneceram pimenta para

este mercado foram Araguari, Estrela do Sul, Uberlândia e Patrocínio.

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Hortic. bras., v.29, n. 2 (Suplemento - CD ROM), julho 2011 S5753

Ao longo dos últimos cinco anos, a CeasaMinas, Unidade de Uberlândia, comercializou

anualmente, em média, 45 mil kg de Pimenta-bode. O ano de maior volume foi 2009, quando

foram negociados quase 78 mil kg desse produto. Em 2010, houve queda acentuada no volume,

sendo negociados aproximadamente 46 mil kg (Quadro 8).

Observando-se a distribuição do volume comercializado ao longo do ano, verifica-se

sazonalidade na oferta desse produto, sendo os menores volumes comercializados durante os

meses de janeiro a agosto (Gráfico 2). Os meses de maior oferta são setembro, outubro, novembro

e dezembro, quando em média, comercializaram-se, 5, 3 mil kg.

Quadro 8 – Quantidades (kg) de Pimenta-bode in natura comercializadas na CeasaMinas,

Unidade Uberlândia, no período 2006 – 2010.

Ano/Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total

2006 - - - - - - - - - - - - -

2007 - - - - - - - - - - - 942 942

2008 3.689 3.371 3.176 4.150 2.931 3.849 2.736 3.584 5.695 5.929 7.500 8.723 55.333

2009 4969 4.542 5.185 4.346 6.657 10.225 7.990 6.800 6.928 7.592 6.590 5.827 77.651

2010 4.710 3.146 3.112 5.268 5.298 4.344 2.533 2.502 3.789 2.876 3.398 4.671 45.647

Média 4.456 3.686 3.824 4.588 4.962 6.139 4.420 4.295 5.471 5.466 5.829 5.041 44.893

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

kg

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Gráfico 2 - Quantidades médias mensais de Pimenta-bode in natura,

comercializadas na CeasaMinas-Uberlândia, no período 2008 - 2010

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No Quadro 9 observa-se, em valores corrigidos, a magnitude dos preços médios mensais de

Pimenta-bode no mercado atacadista de Uberlândia durante os últimos cinco anos. Em termo de

médias anuais, o preço ficou entre R$ 5,00 e R$ 6,00, à exceção de 2007, que foi o menor preço

do período (R$ 3,70). Ao longo do ano, verifica-se que o preço ficou acima de R$ 4,00 em todos

os meses, tendo os maiores valores da série, R$ 6,20, R$ 7,60, R$ 8,20 e R$ 7,10, ocorrido em

junho, julho, agosto e setembro, respectivamente. Verifica-se, que para este tipo de pimenta os

preços mais elevados não estão vinculados a menor oferta do produto.

Quadro 9 – Preços médios (R$) corrigidos (IGP-DI abril de 2011) de Pimenta-bode in natura na

CeasaMinas, Unidade Uberlândia, no período 2006 - 2010

Ano/Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média

2006 - - - - - - - - - - - - -

2007 - - - - - - - - - - - 3,70 3,70

2008 4,08 4,57 4,93 3,83 4,52 7,19 5,35 6,49 6,03 4,53 4,15 3,12 4,90

2009 3,22 4,50 4,45 4,55 4,55 5,10 6,68 8,74 7,32 4,46 4,57 4,58 5,23

2010 4,53 4,49 4,59 4,83 5,29 6,35 10,80 9,24 7,81 5,77 5,25 5,14 6,17

Média 3,94 4,52 4,66 4,40 4,79 6,21 7,61 8,16 7,05 4,92 4,66 4,14 5,42

No mercado atacadista de Uberlândia, ao longo dos anos últimos cinco anos, comercializaram-

se anualmente, em média, 17 mil kg de Pimenta-dedo-de-moça. O ano de maior volume foi 2007,

quando foram negociados 35 mil desse produto. Em 2010, houve queda acentuada no volume,

sendo negociados pouco mais de 8,0 mil kg (Quadro 10).

Quadro 10 – Quantidades (kg) de Pimenta-dedo-de-moça in natura comercializadas na

CeasaMinas, Unidade Uberlândia, no período 2006 – 2010.

Ano/Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total

2006 60 2.526 1.215 2.550 750 1.260 120 1.225 1.265 2.101 1.900 14.972

2007 1.040 2.510 2.344 1.353 1.720 1.935 1.190 2.295 1.367 7.255 3.980 8.285 35.274

2008 927 2.505 1.617 576 1.010 1.037 710 965 470 763 1.176 421 12.177

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Hortic. bras., v.29, n. 2 (Suplemento - CD ROM), julho 2011 S5755

2009 1.513 837 739 233 1.115 1.365 2.385 1.378 997 708 605 1.210 13.085

2010 841 330 1.175 1.263 982 371 365 140 70 166 595 2.069 8.367

Média 1.080 1.248 1.680 928 1.475 1.092 1.182 980 826 2.031 1.691 2.777 16.775

Observando-se a distribuição do volume comercializado ao longo do ano, verifica-se

sazonalidade na oferta desse produto, sendo os menores volumes comercializados durante os

meses de janeiro a setembro (Gráfico 3). Os meses de maior oferta são outubro, novembro e

dezembro, quando, comercializaram-se, em média 2, 3 mil kg.

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

kg

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Gráfico 3- Quantidades médias mensais de Pimenta-dedo-de-moça in natura

comercializadas na CeasaMinas, Unidade Uberlândia, no período 2006 - 2010

Observa-se no Quadro 11, em valores corrigidos, a magnitude dos preços médios mensais de

Pimenta-dedo-de-moça no mercado atacadista de Uberlândia durante os últimos cinco anos. O

maior preço ocorreu em 2009, quando a média ficou em torno de R$ 5,00 por kg de pimenta. Em

2010, a média foi de R$ 3,93.

Pela evolução dos preços médios ao longo do ano verifica-se que as médias variam de R$ 3,30

a R$ 5,00. Os valores máximos ao longo do ano ocorrem, em média, durante os meses de agosto e

setembro, temporada de entressafra para a variedade.

Quadro 11 – Preços médios (R$) corrigidos (IGP-DI abril de 2011) de Pimenta-dedo-de-moça

in natura na CeasaMinas, Unidade de Uberlândia, no período 2006 - 2010

Ano/Mes Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média

2006 - 2,74 4,60 2,09 2,67 4,08 3,07 4,06 4,05 4,02 4,01 2,23 3,42

2007 4,49 3,97 3,96 3,96 3,95 4,02 6,21 6,12 3,83 3,80 3,76 3,35 4,29

2008 3,64 3,65 2,80 4,12 3,93 3,73 4,18 4,08 3,42 3,38 3,27 3,36 3,63

2009 2,92 3,39 5,17 5,69 5,24 4,56 4,73 5,72 8,65 6,08 4,48 4,58 5,10

2010 4,53 4,32 4,42 3,32 3,27 3,26 4,01 4,29 4,85 4,20 3,62 3,09 3,93

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Hortic. bras., v.29, n. 2 (Suplemento - CD ROM), julho 2011 S5756

Média 3,90 3,61 4,19 3,84 3,81 3,93 4,44 4,85 4,96 4,30 3,83 3,32 4,08

Ao longo dos últimos cinco anos, no mercado atacadista de Uberlândia, foram comercializados

anualmente, em média, quase 7 mil kg de Pimenta-malagueta (Quadro 12). Nos anos de 2006 e

2007, não houve oferta desta pimenta. Em 2008 e 2009 a comercialização foi de cerca de 10 mil e

11 mil kg, respectivamente. No último ano, houve queda acentuada na oferta sendo negociados

cerca de apenas 5 mil kg desse produto. Toda a Pimenta-malagueta comercializada neste mercado

atacadista foi procedente do próprio Estado dos municípios de Uberlândia, Estrela do Sul,

Araguari, Cascalho Rico e Indianópolis.

Quadro 12 – Quantidades (kg) de Pimenta-malagueta in natura comercializadas na CeasaMinas,

Unidade Uberlândia, no período 2006 – 2010.

Ano/Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total

2006 - - - - - - - - - - - - -

2007 - - - - - - - - - - - 260 260

2008 1.338 958 835 622 1.010 1.305 525 776 866 1.060 1.115 718 11.128

2009 645 680 574 1.140 785 1.111 1.560 871 893 478 730 975 10.442

2010 551 429 602 276 825 385 510 120 155 165 396 360 4.774

Média 845 689 670 679 873 934 865 589 638 568 747 578 6.651

Observando-se a distribuição do volume comercializado ao longo do ano (Gráfico 4), verifica-

se oferta sazonal desse produto, com queda nos volumes comercializados a partir do mês de

agosto.

0

200

400

600

800

1000

kg

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Gráfico 4 – Quantidades médias mensais de Pimenta-malagueta in natura,

comercializadas na CeasaMinas, Unidade Uberlândia, no período 2008 – 2010

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Hortic. bras., v.29, n. 2 (Suplemento - CD ROM), julho 2011 S5757

No Quadro 13 observa-se em valores corrigidos, a magnitude dos preços médios mensais de

Pimenta-malagueta no mercado atacadista de Uberlândia durante os últimos cinco anos. Em termo

de médias anuais, o preço variou de cerca de R$ 9,00 a R$ 12,00 no período. O maior preço

ocorreu em 2010, quando a média foi de R$ 12,00 por kg de pimenta.

Pela evolução dos preços médios ao longo do ano verificam-se as médias em torno de R$ 9,50

a R$ 12,00. Os valores máximos ao longo do ano ocorrem, em média, durante os meses de outubro

a dezembro, não havendo definição da sazonalidade desse produto.

Quadro 13 – Preços médios (R$) corrigidos (IGP-DI abril de 2011) de Pimenta-malagueta in

natura na CeasaMinas, Unidade Uberlândia, no período 2006 – 2010

Ano/Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média

2006 - - - - - - - - - - - - -

2007 - - - - - - - - - - - 8,65 8,65

2008 9,30 9,36 9,47 9,16 8,63 8,42 7,53 8,01 8,40 8,72 8,79 8,91 8,73

2009 9,21 9,04 9,07 9,11 9,10 9,12 9,34 8,03 8,58 11,45 11,44 11,24 9,56

2010 11,04 10,10 12,00 11,07 11,51 12,76 12,54 12,51 12,49 15,37 12,40 12,37 12,18

Média 9,85 9,50 10,18 9,78 9,75 10,10 9,80 9,52 9,82 11,85 10,88 10,29 10,11

Ao longo dos últimos cinco anos, a CeasaMinas, unidade Uberlândia comercializou

anualmente, em média, aproximadamente 8 mil kg de Pimenta-cambuci (Quadro 14). Os volumes

menores são comercializados de julho a dezembro (Gráfico 5) meses de entressafra e, em

conseqüência, de preços mais elevados para esse produto (Quadro 15).

Quadro 14 – Quantidades (kg) de Pimenta-cambuci in natura comercializadas na CeasaMinas,

Unidade Uberlândia, no período 2006 – 2010.

Ano/Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total

2006 - - - - - - - - - - - - -

2007 - - - - - - - - - - - - -

2008 810 1.757 2.241 951 2.556 2.245 1.441 405 1.125 990 762 225 15.508

2009 1.705 975 885 495 510 255 255 - - - 210 120 5.410

2010 15 160 90 475 - 100 215 - 30 40 540 1.012 2.667

Média 843 964 1.072 640 1.533 867 637 405 578 515 504 452 7.862

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PINTO, CMF; CRUZ, RM. 2011. Agronegócio Pimenta em Minas Gerais. In: CONGRESSO

BRASILEIRO DE OLERICULTURA, 51. Horticultura Brasileira 29. Viçosa: ABH.S5744-

S5765

Hortic. bras., v.29, n. 2 (Suplemento - CD ROM), julho 2011 S5758

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

kg

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Gráfico 5 - Quantidades médias mensais de Pimenta-cambuci, in natura

comercializadas na CeasaMinas, Unidade Uberlândia, no período 2008 – 2010

Quadro 15 – Preços médios (R$) corrigidos (IGP-DI abril de 2011) de Pimenta-cambuci in natura

na CeasaMinas, Unidade Uberlandia, no período 2006 – 2010

Ano/Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média

2006 - - - - - - - - - - - - -

2007 - - - - - - - - - - - - -

2008 0,82 2,74 1,50 1,46 2,19 2,81 3,42 3,43 3,42 3,38 3,43 2,64 2,60

2009 3,19 3,39 3,42 0,99 3,40 3,65 4,01 3,43 1,14 2,96

2010 3,40 3,06 3,12 3,68 3,47 5,74 5,30 5,25 4,13 3,45 4,06

Média 2,47 3,06 2,68 2,04 2,80 3,31 4,39 3,43 4,36 4,32 3,66 2,41 3,24

No mercado atacadista de Uberlândia foram comercializados anualmente, ao longo dos

últimos cinco anos, em média, 2,5 mil kg de Pimenta-cumari (Quadro 16). Observando-se a

distribuição ao longo do ano (Gráfico 6) não se verifica sazonalidade definida na oferta desse

produto.

Quadro 16 – Quantidades (kg) de Pimenta-cumari in natura comercializadas na CeasaMinas,

Unidade Uberlândia, no período 2006 – 2010.

Ano/Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total

2006 - - - - - - - - - - - - -

2007 - - - - - - - - - - - 1.200 1.200

2008 - 10 - - - - - - - - - - 10

2009 - 290 310 25 852 778 370 481 695 472 375 370 5.018

2010 175 125 616 230 745 323 600 159 316 93 370 150 3.902

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PINTO, CMF; CRUZ, RM. 2011. Agronegócio Pimenta em Minas Gerais. In: CONGRESSO

BRASILEIRO DE OLERICULTURA, 51. Horticultura Brasileira 29. Viçosa: ABH.S5744-

S5765

Hortic. bras., v.29, n. 2 (Suplemento - CD ROM), julho 2011 S5759

Média 175 142 463 128 799 551 485 320 506 283 373 573 2.533

0

100

200

300

400

500

600

700

800

kg

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Gráfico 6 - Quantidades médias mensais de Pimenta-cumari, in natura,

comercializadas na CeasaMinas, Unidade Uberlândia, no período 2008 – 2010

No Quadro 17 observa-se em valores corrigidos, a magnitude dos preços médios mensais de

Pimenta-cumari no mercado atacadista de Uberlândia durante os últimos cinco anos. Em termos

de médias anuais, o preço variou de cerca de R$ 10,00 a R$ 12,00 no período. O maior preço

ocorreu em 2010, quando a média foi de R$ 12,00 por kg de pimenta. Pela evolução dos preços

médios ao longo do ano verifica-se que os valores máximos ocorrem, em média, durante os meses

de outubro, novembro e dezembro.

Quadro 17 – Preços médios (R$) corrigidos (IGP-DI abril de 2011) de Pimenta-cumari in natura

na CeasaMinas, Unidade Uberlândia, no período 2006 – 2010

Ano/Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média

2006 - - - - - - - - - - - - -

2007 - - - - - - - - - - - 9,88 9,88

2008 - 9,75 - - - - - - - - - - 9,75

2009 - 7,37 9,12 9,11 10,51 11,11 9,96 7,07 11,44 11,45 11,29 11,45 9,99

2010 10,36 11,22 11,15 11,07 10,90 11,00 13,28 11,67 14,77 15,75 13,94 10,30 12,12

Média 10,36 9,45 10,14 10,09 10,71 11,06 11,62 9,37 13,11 13,60 12,62 10,54 11,05

Ao longo dos últimos cinco anos, no mercado atacadista de Uberlândia ainda foram

comercializados anualmente, em média, 40 mil kg de “Pimenta” e 840 kg de “Pimenta Ardida”.

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S5765

Hortic. bras., v.29, n. 2 (Suplemento - CD ROM), julho 2011 S5760

A CeasaMinas, unidades de Barbacena, de Caratinga e de Juiz de Fora comercializaram, ao

longo dos últimos cinco anos, anualmente, em média, 469 kg, 115 kg e 103 kg, respectivamente.

Na unidade de Governador Valadares não se comercializou pimentas no período 2006-2010.

PESQUISAS COM PIMENTA NA EPAMIG E NA UFV

­ Pimentas ornamentais comestíveis: uma oportunidade para o agronegócio familiar?

­ Estudos sobre Maturação Fisiológica, Superação de Dormência e Armazenamento de Sementes

de Quatro Espécies Domesticadas de Pimenta Capsicum.

­ Avaliação da eficiência e inocuidade de produtos a base de nim para o controle de ácaros em

culturas com suporte fitossanitário insuficiente

­ Controle do ácaro branco Polyphagotarsonemus latus com ácaros predadores em pimenta

(Capsicum spp.) e pinhão-manso (Jatropha curcas)

­ Aspectos biológicos, inimigos naturais e práticas alternativas de controle da broca dos frutos da

pimenta (Gnorimoschema barsaniella)

­ Biodiversidade e controle biológico conservativo no agroecosssistema de Pimenta-malagueta

Capsicum frutescens

­ Pimentas Ornamentais Comestíveis: Cultivo em Vaso e Características Organolépticas de 7

Cultivares

­ Longevidade de pimentas ornamentais (Capsicum spp) cultivadas em vaso

­ Avaliação da conservação pós-colheita de acessos de pimenta

­ Controle da senescência em pimenta ornamental via uso de inibidores da síntese e ação do etileno

­ Maturação de sementes e aplicação pré-colheita de inibidores do etileno em pimenta ornamental

­ Efeito da lavagem e do nitrato de potássio na superação da dormência de sementes de pimenta

ornamental

­ Sistema integrado de produção de pimenta (Capsicum sp.) para a agricultura familiar na Zona da

Mata Mineira

­ Controle Alternativo de doenças foliares de pimenta (Capsicum sp) causadas por Cercospora

capsici e Oidiopsis taurica

­ seleção de Capsicum chinense para consumo in natura e processamento

­ Resistência à antracnose e diversidade genética em Capsicum

­ Qualidade de sementes de pimenta em função do estádio de maturação e armazenamento pós-

colheita dos frutos.

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S5765

Hortic. bras., v.29, n. 2 (Suplemento - CD ROM), julho 2011 S5761

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar de as pimentas Capsicum spp. serem importantes produtos do agronegócio mineiro, no

ambiente de competitividade, a busca de melhor qualidade, de preços e de custos tem exigido dos

produtores maior eficiência técnica e econômica na condução da cultura. O conhecimento dos

coeficientes técnicos, dos custos de produção, da rentabilidade da cultura e do mercado, é cada vez

mais necessário no processo de tomada de decisão dos pimenticultores. Infelizmente, conhecer a

realidade da comercialização das pimentas por meio das informações disponíveis nas centrais

atacadistas é quase impossivel, principalmente considerando-se que grande parte da venda é direta

entre produtor e varejo e isto não é computado nas estatísticas.

REFERÊNCIAS

CEASAMINAS. Oferta de produtos/variedades. Disponível em:

http://minas.ceasa.mg.gov.br/detec/Oferta_prd_var/ofertas_pdr_var.php. Acesso em: 26 mai. 2011.

FURTADO, AAL; SILVA, FTS. Manual de processamento de conserva de pimenta. Rio de

Janeiro: Embrapa Agroindústria de Alimentos, 2005. 24 p. (Documentos, 64).

INFORME AGROPECUÁRIO. 2006. Cultivo da pimenta. Belo Horizonte: EPAMIG: v.27, n.

235. 108p.

NUEZ, F; ORTEGA, RG; COSTA, J. 1996. El cultivo de pimientos, chiles y ajies. Madrid: Mundi-

Prensa. 607p.

PIMENTA. In: Relatório de Saída e Acompanhamento de Safra. Belo Horizonte: EMATER-MG.

2008-2010.

PINTO, CMF; CALIMAN, FRB; MOREIRA, GR; ROCHA, PRR; VENZON, M; PAULA

JÚNIOR, TJ. 2007. Pimenta (Capsicum spp.). In: PAULA JÚNIOR, TJ; VENZON, M. (eds). 101

culturas: manual de tecnologias agrícolas. Belo Horizonte: Epamig. p.625-632.

RIBEIRO, CS; LOPES, CA; CARVALHO, SIC; HENZ, GP; REIFSCHNEIDER, FJB. 2008.

Pimentas Capsicum. Brasília: Embrapa Hortaliças. 200p.

VENZON, M; OLIVEIRA, RM; CRUZ, FAR; PEREZ, AL; BONOMO, IS. 2010. Calda

sulfocálcica para o controle do ácaro-branco em Pimenta-malagueta. Circular Técnica, n. 93. Belo

Horizonte: EPAMIG. 4p.

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Brasileira 29. Viçosa: ABH.S5744-S5765

Hortic. bras., v.29, n. 2 (Suplemento - CD ROM), julho 2011 S5762

Quadro 1. Formas de consumo das pimentas Capsicum spp. 1

Formas de Consumo Descrição

Hortaliças Frutos do tipo doces (não picantes) são consumidos verdes (imaturos)

Conservas Elaboradas com um tipo ou com mistura de frutos de várias cores, dispostos em camadas (conservas ornamentais ou

blends), em vinagre, cachaça ou álcool de cereais como conservantes

Molho Líquido Pequenos processadores preferem pimentas Dedo-de-moça e Malagueta para fabricação de molhos líquidos de cor

vermelha e Cumari-amarela-do-Pará para molhos amarelos

Pimenta desidratada e dessecada

A desidratação (secagem pelo calor produzido artificialmente sob condições de temperatura, umidade e corrente de

ar controlada) e a dessecação (secagem ao sol) utilizadas na conservação de pimentas têm como vantagem a

transformação do produto perecível para outra, estável, com características semelhantes ao produto natural

Pimenta calabresa

Produto em floco ou pó, obtido da desidratação de Pimenta-dedo-de-moça, muito usada pela indústria de alimentos

principalmente, como condimento em embutidos, carnes e lingüiças

Páprica Pimenta vermelha, desidratada, seca e processada na forma de um pó fino e de coloração vermelho intenso. Os tipos

de páprica diferem entre si pela coloração (vermelho-escuro até alaranjado) e pela pungência ou ardume (páprica

doce, meio-doce e picante). Pode ser usada como corante e como tempero

Oleorresinas Obtidas do pericarpo do fruto da pimenta desidratado e contém o aroma e sabor da pimenta, de maneira

concentrada, estéril e estável durante o armazenamento. Empregadas para a padronização da pungência, cor e sabor

de produtos industrializados e para aumentar a estabilidade oxidativa dos lipíios, aumentando a vida útil dos óleos e

gorduras.

Outros produtos Outros produtos alimentícios disponíveis no mercado que tem pimentas em sua formulação são molhos para massas

e carne, sardinhas e atum, patês, maioneses, maioneses, catchups, biscoitos, macarrão, mortadelas, balas, chicletes e

as geléias exóticas.

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Brasileira 29. Viçosa: ABH.S5744-S5765

Hortic. bras., v.29, n. 2 (Suplemento - CD ROM), julho 2011 S5763

Quadro 3. Características de pimentas cultivadas em Minas Gerais

Espécie Nome Popular Pungência Comprimento (cm) Largura (cm) Cor do fruto maduro

C. frutescens Malagueta Altamente picante 1,5-3 0,4 -0,5 Vermelho

C. chinense Biquinho

C.baccatum var.pendulum Dedo-de-Moça Suave 7,5 1-1,5 Vermelho

C. baccatum var. pendulum Cambuci ou Chapéu-de-Bispo ou

Chapéu-de-Frade

Não picante (doce) 4 7

Vermelho

Capsicum baccatum var.

baccatum

Cumari (Pimenta-passarinho, Cumari-

miúda, Comari e Pimentinha)

Elevada 0,5-1,3 0,3-0,7 Vermelho

Capsicum baccatum var.

praetermissum

Cumari (Pimenta-passarinho, Cumari-

Miúda, Comari e Pimentinha)

Elevada 0,5-1,3 0,3-0,7 Vermelho

Capsicum chinense Pimenta-bode Elevada 1 1 Amarelo ou vermelho

Capsicum chinense Cumari-do-pará Altamente picante 3 Triangular Amarelo

C.annuumm var.annuum Jalapeno Picante 5-8 2,5-3 Vermelho

Capsicum chinense Habanero Altamente picante 2-4 2-6

Marfim, amarelo, laranja,

vermelho ou roxo

Capsicum chinense Bhut Jolokia Altamente picante Vermelho

Capsicum chinense Fatalli Altamente picante Amarelo

Capsicum chinense Uberabinha Suave Azeitonado Verde-oliva

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Hortic. bras., v.29, n. 2 (Suplemento - CD ROM), julho 2011 S5764

Quadro 4 - Principais pragas da pimenta, descrição, danos, sintomas de ataque e medidas de controle

Nome comum

(Nome científico)

Descrição Danos e sintomas do ataque Medidas de controle

Ácaro-branco

(Polyphagotarsonemus

latus)

Ácaro (0,17 mm) de cor branca a verde-claro; não

produz teias e vive na página inferior das folhas,

preferencialmente na parte apical da planta

Sucção do conteúdo das folhas, de preferência na parte

apical das plantas, nos brotos terminais; folhas

coriáceas, bordos recurvados ventralmente, coloração

bronzeada.

Pulverização com calda sulfocálcica (1%)

Ácaro rajado

(Tetranychus urticae)

Ácaro (0,3 mm) com duas manchas verde-escuras no

dorso; vive na página inferior das folhas; produz

teias

Sucção do conteúdo celular das folhas, de preferência

na parte apical das plantas; clorose generalizada

(nervuras mantidas mais verdes); queda acentuada das

folhas e morte das plantas

Pulverização com calda sulfocálcica (1%)

Pulgões

a) Myzus persicae

b) Aphis gossypii

a) Insetos (2 mm) com ou sem asas de cor verde-

claro a preto que vivem preferencialmente nas folhas

b. Insetos (1-3 mm) de cor amarelo-claro a verde-

escuro que vivem em folhas, brotos novos e flores

Sucção da seiva das folhas e dos ramos novos; folhas

atacadas tornam-se enroladas, encarquilhadas e os

brotos, curvos e achatados; retardamento do

crescimento da planta; podem transmitir o vírus-do-

mosaico do pimentão

Telados em viveiros; erradicação de plantas

hospedeiras (solanáceas, caruru, picão, beldroega,

serralha); sementeiras em local limpo e isolado,

coberta com casca de arroz para repelir o pulgão;

evitar novos plantios de pimenta próximos a

pimentais antigos; eliminação de restos de cultura

contaminada

Tripes

(Thrips palmi,

Frankiniella shultzei)

Insetos (1-3 mm) de cor amarelo-claro, com asas

franjadas; ninfas sem asas e de coloração amarelo;

vivem na face inferior das folhas, brotações e em

botões florais e flores

Sucção da seiva em folhas, brotações e botões florais;

superbrotamento da planta, encarquilhamento das

folhas e quedas de flores; frutos deformados, sem

brilho e ásperos. podem transmitir o vírus-do-vira-

cabeça do tomateiro

Idem a pulgões

Broca-do-ponteiro e do

fruto-da-pimenta

(Gnorimoscherma

barsaniella)

Mariposas muito pequenas, de cor cinza-escuro e

cabeça marrom-clara; lagartas rosadas (5-7 mm) no

interior dos frutos

Lagartas alimentam-se do interior de hastes ou

ponteiro e de lores e frutos, onde se alimentam das

sementes; frutos atacados desprendem-se da planta;

orifícios da saída das larvas servem como via de

entrada para moscas

Catação e destruição dos frutos caídos

Mosca do pimentão

(Neosilba sp)

Moscas preto-brilhantes (6 mm); larvas brancas e

sem pernas (7 a 9 mm) no interior dos frutos

Broqueamento de frutos; apodrecimento e queda Catação e destruição dos frutos caídos

Mosca-branca

(Bemisia tabaci

Bemisia argentifolii)

Inseto branco (0,9 mm), com dois pares de asas

membranosas recobertas com substância cerosa;

ovos e ninfas na face inferior das folhas

Sucção da seiva das plantas, favorecendo o

aparecimento da fumagina; injeção de toxinas nas

plantas e transmissão de viroses

Plantio de faixas de sorgo ou milho ao redor dos

talhões, antes da implantação da cultura

Mosca minadora

(Liriomyza sp.)

Mosca preta (2 mm) com duas pontuações amarelas

no dorso; larvas (1-2 mm) amareladas, vermiformes,

vivem no interior de galerias nas folhas

Minas "serpenteadas" nas folhas, secamento e queda

foliar; regiões cloróticas nas plantas e nos frutos

atacados

Vasilhas de coloração amarelada, com água e

detergente, dispersas na cultura para o controle de

adultos

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Quadro 5 - Principais doenças da pimenta, agentes causadores, principais sintomas, sobrevivência e meios de disseminação dos patógenos,

condições favoráveis e medidas de controle

Doença Patógeno Principais sintomas Sobrevivência do

patógeno

Principais meios de

disseminação

Condições favoráveis ao

patógeno

Principais métodos de controle

Murcha Phytophthora

capsici

Murcha, queima das folhas, necrose do colo

e da raiz e tombamento de mudas em

sementeiras; apodrecimento do colo e das raízes, seguido de amarelecimento foliar e

murcha no campo; lesões encharcadas em

folhas e frutos; frutos mumificados; bolor branco nas partes infectadas, exceto na raiz

Restos da cultura,

solo, ampla gama

de hospedeiros (especialmente

solanáceas e

cucurbitáceas)

Respingos de água

de chuva ou

irrigação, mudas e solo contaminados

Temperatura 22-29oC, alta

umidade, períodos

prolongados de chuva, solos encharcados, pouca

ventilação

Plantio em solos não infestados e não sujeitos a encharcamento,

rotação com gramíneas, menor densidade de plantas, mudas

sadias, eliminação de plantas doentes

Mancha-

de-cercospora

Cercospora capsici Lesões circulares, aquosas, inicialmente de

coloração verde-escuro, depois branco-acinzentado, de bordos escuros nas folhas;

queda de porções necrosadas de lesões

coalesentes; desfolha; sintomas também em caules, ramos e pedúnculos dos frutos

Restos da cultura,

solo

Respingos de água

de chuva ou irrigação, vento

Temperatura 18-25oC, alta

umidade, estresse hídrico e nutricional

Adubação equilibrada, adição de matéria orgânica ao solo,

rotação de culturas, pulverização com calda bordalesa (1,5%)

Antracnose Colletotrichum

gloeosporioides

Tombamento de mudas em sementeiras;

lesões circulares de centro cinza-escuro,

posteriormente deprimido e negro, com círculos concêntricos, pontos negros

(acérvulos) e massa rósea de esporos do

fungo nos frutos; menor intensidade em folhas e ramos

Restos da cultura,

hospedeiros

alternativos (especialmente

outras solanáceas),

semente

Respingos de água

de chuva ou

irrigação, vento, semente

Temperatura 20-27oC, alta

umidade, períodos

chuvosos

Semente sadia, menor densidade de plantas, eliminação de

plantas doentes e restos contaminados, rotação de culturas,

manejo da irrigação, pulverizações oxicloreto de cobre e mancozeb.

Oidio Oidiopsis taurica Manchas inicialmente cloróticas na

superficie superior das folhas tornam-se necróticas ou com muitas pontuações

pretas, com formato pouco definido. A

superfície inferior da folha fica recoberta com estruturas esbranquiçadas (“pó

branco”) do fungo, podendo lever a uma

clorose geral da folha. Pode ocorrer clorose e necrose sem que se perceba claramente o

“pó branco”. Queda de folhas muito

atacadas.

Temperatura 20-250C,

umidade relative 50%-70%, irrigação que não

promovam o molhamento

foliar (sulco, gotejamento)

Plantio escalonado de espécies não suscetíveis, rotação de

culturas e diversificação de culturas com plantas não hospedeiras, adubação equilibrada, pulverização com calda

bordalesa (1,5%)

Mosaico-da-pimenta

Vírus do mosaico- amarelo da

pimenta

Redução no crescimento; menor produtividade; folhas encrespadas e com

mosaico; frutos de menor tamanho e

deformados

Hospedeiros alternativos

Pulgões Temperatura 18-22 oC, quando a proliferação do

vetor é abundante

Eliminação de hospedeiros alternativos, controle dos vetores