aeroportos manual

23
Esgoto Sanitário de Aeronaves Dezembro/2013 ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 6ª Edição nº 006 Vol.01/2013 dezembro/2013 Esgoto Sanitário de Aeronaves Gilson Schüssler [email protected] MBA Perícia, Auditoria e Gestão Ambiental Instituto de Pós-Graduação e Graduação - IPOG Porto Alegre, RS, 01 de maio de 2013 Resumo Este artigo é sobre a composição básica dos esgotos sanitários originados em aeronaves que operam no Aeroporto Internacional Salgado Filho em Porto Alegre/RS. Qual é a característica básica dos esgotos sanitários originados em aeronaves? A hipótese é que esses esgotos têm características diferentes daquelas tipicamente encontradas no esgoto sanitário doméstico. O objetivo foi caracterizar os parâmetros básicos dos esgotos sanitários gerados em aeronaves e destinados para Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) do aeroporto. Para isso, foi acompanhado o serviço de QTU (drenagem do esgoto de aeronaves) e criadas planilhas de controle e, foram avaliados os resultados dos Relatórios de Análises do esgoto de aeronaves afluente à ETE, no período de novembro de 2010 a novembro de 2012. Esses resultados foram comparados com os valores já publicados na literatura técnica especializada para esgotos domésticos. O valor médio encontrado para DBO 5 foi de 412mg O 2 /L, DQO 658mg O 2 /L, nitrogênio total Kjeldahl 345mg N/L e fósforo total 35mg P/L e predomina a ausência de coliformes termotolerantes. A conclusão é que as características dos esgotos sanitários de aeronaves diferem daquelas tipicamente encontradas nos esgotos sanitários domésticos. Palavras-chave: Aeroporto Internacional Salgado Filho. Características. Esgoto sanitário de aeronaves. 1. Introdução O gerenciamento adequado de esgotos sanitários é necessário para evitar inconiventes de ordem estética, sanitária, ambiental e econômica e, para isso, é fundamental conhecer suas características. Os autores são unânimes em considerar a importância da caracterização dos esgotos. Braga et al. (2005:120), afirma que “é importante conhecer os esgotos sanitários, tanto no que diz respeito à sua composição quantitativa quanto à sua composição qualitativa”. Para Mihelcic e Zimmermann et al. (2012:329), “a coleta de dados da água e do esgoto é passo fundamental no projeto de um sistema de distribuição ou um sistema de coleta de esgoto ou no dimensionamento de uma estação de tratamento. Os aeroportos não fogem a essa necessidade e segundo Souza Júnior e Ribeiro (2011:17 apud REIS, 2004), “o aeroporto é considerado o maior equipamento urbano de um município”, sendo que consomem grandes quantidades de água e geram efluentes líquidos. Ainda segundo Souza Júnior e Ribeiro (2011:171), “as águas residuárias dos aeroportos possuem composição complexa, pois são constituídas de esgotos de vasos sanitários, mictórios, pias, limpeza de áreas dos terminais de passageiros e de cargas, restaurantes, sanitizantes e esgotos de aeronaves”.

Upload: rafael-loureiro-scheibler

Post on 09-Nov-2015

53 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

manual de aeroportos, com normas e tal... manual de aeroportos, com normas e tal... manual de aeroportos, com normas e tal... manual de aeroportos, com normas e tal... manual de aeroportos, com normas e tal...

TRANSCRIPT

  • Esgoto Sanitrio de Aeronaves Dezembro/2013

    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 6 Edio n 006 Vol.01/2013 dezembro/2013

    Esgoto Sanitrio de Aeronaves

    Gilson Schssler [email protected]

    MBA Percia, Auditoria e Gesto Ambiental

    Instituto de Ps-Graduao e Graduao - IPOG

    Porto Alegre, RS, 01 de maio de 2013

    Resumo

    Este artigo sobre a composio bsica dos esgotos sanitrios originados em aeronaves que

    operam no Aeroporto Internacional Salgado Filho em Porto Alegre/RS. Qual a

    caracterstica bsica dos esgotos sanitrios originados em aeronaves? A hiptese que esses

    esgotos tm caractersticas diferentes daquelas tipicamente encontradas no esgoto sanitrio

    domstico. O objetivo foi caracterizar os parmetros bsicos dos esgotos sanitrios gerados

    em aeronaves e destinados para Estao de Tratamento de Esgotos (ETE) do aeroporto. Para

    isso, foi acompanhado o servio de QTU (drenagem do esgoto de aeronaves) e criadas

    planilhas de controle e, foram avaliados os resultados dos Relatrios de Anlises do esgoto

    de aeronaves afluente ETE, no perodo de novembro de 2010 a novembro de 2012. Esses

    resultados foram comparados com os valores j publicados na literatura tcnica

    especializada para esgotos domsticos. O valor mdio encontrado para DBO5 foi de 412mg

    O2/L, DQO 658mg O2/L, nitrognio total Kjeldahl 345mg N/L e fsforo total 35mg P/L e

    predomina a ausncia de coliformes termotolerantes. A concluso que as caractersticas

    dos esgotos sanitrios de aeronaves diferem daquelas tipicamente encontradas nos esgotos

    sanitrios domsticos.

    Palavras-chave: Aeroporto Internacional Salgado Filho. Caractersticas. Esgoto sanitrio de

    aeronaves.

    1. Introduo

    O gerenciamento adequado de esgotos sanitrios necessrio para evitar inconiventes de

    ordem esttica, sanitria, ambiental e econmica e, para isso, fundamental conhecer suas

    caractersticas.

    Os autores so unnimes em considerar a importncia da caracterizao dos esgotos. Braga et

    al. (2005:120), afirma que importante conhecer os esgotos sanitrios, tanto no que diz respeito sua composio quantitativa quanto sua composio qualitativa. Para Mihelcic e Zimmermann et al. (2012:329), a coleta de dados da gua e do esgoto passo fundamental no projeto de um sistema de distribuio ou um sistema de coleta de esgoto ou no

    dimensionamento de uma estao de tratamento. Os aeroportos no fogem a essa necessidade e segundo Souza Jnior e Ribeiro (2011:17 apud

    REIS, 2004), o aeroporto considerado o maior equipamento urbano de um municpio, sendo que consomem grandes quantidades de gua e geram efluentes lquidos. Ainda segundo

    Souza Jnior e Ribeiro (2011:171), as guas residurias dos aeroportos possuem composio complexa, pois so constitudas de esgotos de vasos sanitrios, mictrios, pias, limpeza de

    reas dos terminais de passageiros e de cargas, restaurantes, sanitizantes e esgotos de

    aeronaves.

  • Esgoto Sanitrio de Aeronaves Dezembro/2013

    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 6 Edio n 006 Vol.01/2013 dezembro/2013

    Diante dessa necessidade, foi realizado o presente estudo com o objetivo de caracterizar o

    esgoto sanitrio originado em aeronaves que operam no Aeroporto Internacional Salgado

    Filho em Porto alegre/RS. Para isso, foi acompanhado o servio de QTU, desde a aeronave

    em solo at a ETE/SBPA e foram analisados os Laudos e Relatrios de Anlises do esgoto

    bruto afluente ETE, no perodo compreendido entre novembro de 2010 e novembro de

    2012.

    O estudo demonstrou que o esgoto sanitrio de aeronaves tende a apresentar ausncia de

    coliformes termotolerantes, maior carga orgnica (DBO5 e DQO) e maior concentrao de

    nutrientes (fsforo e nitrognio) do que o esgoto sanitrio domstico, confirmando a hiptese

    levantada.

    Com isso demostra-se a importncia deste trabalho que divulga as caractersticas do esgoto

    sanitrio de aeronaves e contribui com a pesquisa sobre o tema. No se tem a pretenso de

    esgotar o assunto, mas sim iniciar a discusso e instigar outros pesquisadores a caracterizar os

    esgotos sanitrios de aeronaves.

    2. Esgotos sanitrios

    O esgoto sanitrio pode provocar danos de ordem sanitria e ambiental e prejuzos

    econmicos. No entender de Nuvolari (2011:225), o lanamento de esgoto sanitrio sem prvio tratamento, num determinado corpo dgua, pode causar a deteriorao da qualidade dessa gua, que passaria ento a ser uma ameaa sade da populao. Alm das guas superficiais, as subterrneas tambm podem sofrer degradao. Segundo

    Teixeira et al. (2003:438), os esgotos domsticos possuem concentraes de diferentes

    elementos qumicos e micro-organismos patognicos, sendo que os que representam os maiores riscos gua subterrnea so o nitrognio e os microorganismos patognicos. Por isso importante que os esgotos sanitrios sejam gerenciados de forma adequada. Mas o

    que esgoto sanitrio? O termo esgoto sanitrio no unnime entre os autores e, por isso,

    importante conceitu-lo no contexto deste trabalho. Segundo Braga et al. (2005:119), esgoto

    difere de esgoto sanitrio:

    Esgoto o termo usado para caracterizar os despejos provenientes dos

    diversos usos da gua, como o domstico, comercial, industrial, agrcola, em

    estabelecimentos pblicos e outros. Esgotos sanitrios so os despejos

    lquidos de esgotos domsticos e industriais lanados na rede pblica e guas

    de infiltrao (BRAGA et al., 2005:119).

    Philippi et al. (2005:197), utiliza o termo Sistema de Tratamento de guas Residurias (SAR)

    para descrever o conjunto de obras necessrias desde a coleta at a disposio final das guas

    residurias.

    Segundo Mihelcic e Zimmermann et al. (2012:411), existem quatro componentes para o esgoto domstico: (1) esgoto de usurios domsticos, comerciais, e industriais; (2)

    escoamento superficial de gua da chuva; (3) infiltrao e; (3) coleta da gua da chuva. Mas logo em seguida, os mesmos autores usam o termo guas residurias industriais para

    descrever que estas variam em quantidade, composio e concentrao dependendo das

    especificidades da fonte industrial.

    J no entender de Jordo e Pessoa (2005:37),

  • Esgoto Sanitrio de Aeronaves Dezembro/2013

    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 6 Edio n 006 Vol.01/2013 dezembro/2013

    Os esgotos costumam ser classificados em dois grandes grupos principais: os

    esgotos sanitrios e os industriais. Os primeiros so constitudos

    essencialmente de despejos domsticos, uma parcela de guas pluviais, guas

    de infiltrao, e eventualmente uma parcela no significativa de esgotos

    industriais, tendo caractersticas bem definidas (JORDO e PESSOA,

    2005:37).

    O autor ainda faz uma crtica averso do uso do termo esgoto quando afirma que:

    A averso injustificada pelo termo esgoto tem levado alguns autores ao emprego do termo guas residurias, que expressa a traduo literal de wastewater, amplamente usada em ingls para substituir o rejeitado termo sewage. Esta tendncia tem proliferado o uso da sigla ETAR (Estao de Tratamento de guas Residurias) conflitando com a sigla ETE (Estao de

    Tratamento de Esgoto), tradicional de recomendada pela ABNT (JORDO e

    PESSOA, 2005:37).

    Alm dessa diversidade de termos usados pelos autores, de acordo com a preferncia de cada

    um, existem ainda as definies legais. A Resoluo RDC n 2, de 8 de janeiro de 2003, da

    Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA), que aprova o Regulamento Tcnico,

    para fiscalizao e controle sanitrio em aeroportos e aeronaves define:

    Efluente Sanitrio: o lquido resultante de guas servidas e dejetos oriundos

    das aeronaves e do terminal de passageiros e que foram submetidos a

    tratamento primrio, apresenta certa turbidez, odor caracterstico do meio

    sptico e certo grau de contaminao, sendo necessrio monitoramento para o

    seu lanamento no meio ambiente (ANVISA, 2003).

    A Resoluo n 430 do Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA, que dispe sobre condies e padres de lanamento de efluentes e complementa e altera a Resoluo n 357,

    de 17 de maro de 2005 do CONAMA define em seu artigo 4que: efluente: o termo usado para caracterizar os despejos lquidos provenientes de diversas atividades ou processos e esgotos sanitrios: denominao genrica para despejos lquidos residenciais, comerciais, guas de infiltrao na rede coletora, os quais podem conter parcela de efluentes industriais e

    efluentes no domsticos (CONAMA, 2011). E finalmente tm-se as Normas da Associao Brasileira de Normas Tcnicas ABNT: a NBR 9648:1986 estabelece procedimentos para o estudo de concepo de sistemas de esgoto

    sanitrio e define:

    Esgoto sanitrio: Despejo lquido constitudo de esgotos domstico e

    industrial, gua de infiltrao e a contribuio pluvial parasitria.

    Esgoto domstico: Despejo lquido resultante do uso da gua para higiene e

    necessidades fisiolgicas humanas.

    Esgoto industrial: Despejo lquido resultante dos processos industriais,

    respeitados os padres de lanamento estabelecidos (ABNT, 1986:01).

    J a NBR 7229:1993 que estabelece diretrizes para projeto, construo e operao de sistemas

    de tanques spticos, define:

    Despejo industrial: Resduo lquido de operao industrial.

    Efluente: Parcela lquida que sai de qualquer unidade de tratamento.

  • Esgoto Sanitrio de Aeronaves Dezembro/2013

    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 6 Edio n 006 Vol.01/2013 dezembro/2013

    gua residuria: Lquido que contm resduo de atividade humana.

    Esgoto domstico: gua residuria de atividade higinica e/ou de limpeza.

    Esgoto sanitrio: gua residuria composta de esgoto domstico, despejo

    industrial admissvel a tratamento conjunto com esgoto domstico e gua de

    infiltrao (ABNT, 1993:01).

    Diante dessas opes e considerando que a ABNT o rgo normalizador brasileiro adotou-

    se o termo esgoto neste trabalho. Portanto, esgoto de aeronaves um tipo especial de esgoto

    sanitrio originado nos toaletes de aeronaves. Essa definio visa orientar o leitor para o

    correto emprego do termo utilizado neste trabalho e tambm instigar rgos normalizadores,

    legisladores e autores a padronizar os termos utilizados na gesto de esgotos sanitrios.

    2.1 Caractersticas do esgoto sanitrio

    Segundo Braga et al. (2005:119), os esgotos domsticos variam em funo dos costumes e

    condies socioeconmicas das populaes, mas tm caractersticas bem definidas e resultam

    do uso da gua pelo homem em funo dos seus hbitos higinicos e de suas necessidades

    fisiolgicas.

    Os autores so unnimes em considerar a importncia da caracterizao dos esgotos. Braga et

    al. (2005:120), afirma que importante conhecer os esgotos sanitrios, tanto no que diz respeito sua composio quantitativa quanto sua composio qualitativa. O autor afirma que:

    muito grande o nmero de substncias que compem os esgotos sanitrios.

    Assim, para caracterizao do esgoto, utilizam-se determinaes fsicas,

    qumicas e biolgicas, cujas grandezas (valores) permitem conhecer o seu

    grau de poluio e, consequentemente, dimensionar e medir a eficincia das

    estaes de tratamento de esgotos (BRAGA et al., 2005:120).

    Para Jordo e Pessoa (2005:38), um dos parmetros mais importantes a vazo quando

    afirmam que se trata da mais importante caracterstica dos esgotos, indicando o transporte conjunto de todos os seus componentes, tais como gua, matria slida (mineral ou orgnica),

    poluentes qumicos, micro-organismos. Mihelcic e Zimmermann et al. (2012:329) concordam que:

    A coleta de dados da gua e do esgoto passo fundamental no projeto de um

    sistema de distribuio ou um sistema de coleta de esgoto ou no

    dimensionamento de uma estao de tratamento. As taxas de vazo e os

    padres variam muito de sistema a sistema e dependem muito do tipo e do

    nmero de usurios, do clima e da economia local (MIHELCIC E

    ZIMMERMANN et al., 2012:329).

    A ABNT NBR 12209:2011, evidencia a importncia dos dados de vazo e demais parmetros

    bsicos do afluente (esgoto) para o dimensionamento das unidades de tratamento e rgos

    auxiliares. Entre eles esto as vazes afluentes mxima, mnima e mdia; DBO; DQO; slidos

    em suspenso (SS); nitrognio total Kjeldahl (NTK); fsforo total (P); coliformes

    termotolerantes (CTer), entre outros (ABNT, 2011:09).

    Com isso se demonstra a importncia deste trabalho que visa justamente apresentar as

    caractersticas bsicas do esgoto sanitrio de aeronaves.

  • Esgoto Sanitrio de Aeronaves Dezembro/2013

    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 6 Edio n 006 Vol.01/2013 dezembro/2013

    2.1.1 Esgoto domstico

    Segundo Braga et al. (2005:119), os esgotos domsticos so a parcela mais significativa dos

    esgotos sanitrios e que, apesar de variarem em funo dos costumes e condies

    socioeconmicas das populaes, tm caractersticas bem definidas.

    No entender de Jordo e Pessoa (2005:37),

    Os esgotos domsticos ou domiciliares provm principalmente de

    residncias, edifcios comerciais, instituies ou quaisquer edificaes que

    contenham instalaes de banheiros, lavanderias, cozinhas, ou qualquer

    dispositivo de utilizao da gua para fins domsticos. Compem-se

    essencialmente da gua de banho, urina, fezes, papel, restos de comida,

    sabo, detergentes, guas de lavagem (JORDO e PESSOA, 2005:37).

    Jordo e Pessoa (2005:60) classificam o esgoto em forte, mdio e fraco conforme mostra a

    Tabela 1.

    Parmetro Esgoto forte Esgoto mdio Esgoto fraco Unidade

    Coliformes totais - 106 a 10

    9 - NMP/100mL

    Coliformes

    termotolerantes- 10

    5 a 10

    8 - NMP/100mL

    DQO 800 400 200 mg O2/L

    DBO, 5d, 20C 400 200 100 mg O2/L

    Nitrognio total 85 40 20 mg N/L

    Fsforo total 20 10 5 mg P/L

    leos e Graxas 150 100 50 mg /L

    O.D. 0 0 0 mg O2/L

    pH - 6,5 a 7,5 - -

    Slidos sedimentveis 20 10 5 mg /L

    Slidos suspensos 360 230 120 mL /L

    Temperatura - 20 a 25 - C

    Tabela 1 Valores tpicos de parmetros de carga orgnica no esgoto Fonte: Adaptado de Jordo e Pessoa (2005:60)

    Para Jordo e Pessoa (2005:19), no campo do tratamento de esgotos os parmetros de qualidade de interesse so aqueles relacionados s exigncias legais, e s necessidades para

    projeto, operao, e avaliao do desempenho das ETEs.

    2.1.2 Esgoto industrial

    De acordo com Jordo e Pessoa (2005:37), os esgotos industriais, extremamente diversos, provm de qualquer utilizao da gua para fins industriais, e adquirem caractersticas

    prprias em funo do processo industrial empregado. Assim sendo, cada indstria dever ser

    considerada separadamente, uma vez que seus efluentes diferem at mesmo em processos

    industriais similares. Segundo Braga et al. (2005:119), resduo lquido industrial o esgoto resultante de

  • Esgoto Sanitrio de Aeronaves Dezembro/2013

    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 6 Edio n 006 Vol.01/2013 dezembro/2013

    processos industriais". Suas caractersticas so especficas e dependem do tipo de indstria,

    por isso necessrio estud-las isoladamente.

    E, Nuvolari (2011:38), afirma que o esgoto industrial, considerado parcela do esgoto sanitrio, deve ser quantificado diretamente na medio do efluente na indstria, quando

    significativamente maior do que se poderia esperar da rea urbana ocupada pela indstria. Considerando que o foco deste trabalho no a caracterizao de esgoto industrial, no foram

    apresentadas as caractersticas desses.

    2.1.3 Esgoto sanitrio de aeroporto

    Para Souza Jnior e Ribeiro (2011:17 aput REIS, 2004), o aeroporto considerado o maior equipamento urbano de um municpio, que consome grandes quantidades de gua e gera efluentes lquidos. Ainda segundo os autores:

    As guas residurias produzidas nos aeroportos podem ser agrupadas em trs

    grandes categorias de acordo com o local em que so produzidas e em funo

    de sua composio: a) guas de drenagem provenientes de guas das reas externas nos ptios, pistas e demais pavimentos impermeabilizados

    decorrentes de precipitaes ou de limpeza do solo com gua; b) guas

    residurias industriais geradas na lavagem de veculos, equipamentos, aeronaves e na manuteno dos mesmos; e c) esgotos sanitrios gerados nos

    lavatrios, sanitrios, restaurante e esgoto de aeronaves. (JNIOR e

    RIBEIRO, 2011:17 aput REIS, 2004).

    Segundo Philippi et al. (2005:197), os esgotos sanitrios de aeroportos so classificados como

    esgotos especiais quando descreve as fontes de guas residurias em reas urbanas:

    Nas reas urbanas, as principais fontes de guas residurias compreendem:

    - esgotos domsticos, provenientes de residncias, comrcio e instituies

    pblicas;

    - esgotos industriais, oriundos de indstrias;

    - esgotos especiais, provenientes de empreendimentos como hospitais,

    shopping centers e aeroportos, cujas especificidades podem demandar

    gerenciamento diferenciado (PHILIPPI et al., 2005:192).

    O esgoto sanitrio originado em aeroportos tem caractersticas prprias, sendo que uma de

    suas fontes das aeronaves. Para Souza Jnior e Ribeiro (2011:171), as guas residurias dos aeroportos possuem composio complexa, pois so constitudas de esgotos de vasos

    sanitrios, mictrios, pias, limpeza de reas dos terminais de passageiros e de cargas,

    restaurantes, sanitizantes e esgotos de aeronaves.

    3. Aeroporto Internacional Salgado Filho

    O Aeroporto Internacional Salgado Filho est localizado nas coordenadas 29 59 38S/051 10 16W (DECEA, 1999:3-p-39), na cidade de Porto Alegre, estado do Rio Grande do Sul, regio sul do Brasil, conforme mostra a Figura 1.

  • Esgoto Sanitrio de Aeronaves Dezembro/2013

    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 6 Edio n 006 Vol.01/2013 dezembro/2013

    Figura 1 Aeroporto Internacional Salgado Filho Fonte: O autor (2013)

    A histria do aeroporto se inicia na antiga Sesmaria de Jernimo de Ornellas, localizada no

    campo da vrzea do Rio Gravata. A partir de 1923 passou por vrias modificaes,

    proprietrios e denominaes. Somente em 12 de outubro de 1951, pelo Decreto Lei n 1457,

    passou a ser designado Aeroporto Internacional Salgado Filho. A INFRAERO - Empresa

    Brasileira de Infraestrutura Aeroporturia - assumiu sua administrao em 7 de janeiro de

    1974. Atualmente o Aeroporto Internacional Salgado Filho um dos mais modernos do pas e

    o maior da regio sul do Brasil em movimentao de passageiros. A infraestrutura existente

    permite a operao de vrias companhias areas nacionais e internacionais entre elas esto a

    Azul Linhas Areas, TAM, Trip, TAP, Taca Airlines, Oceanair, NHT, Aerolineas Argentinas,

    Gol e Copa Airlines (INFRAERO, 2013).

    3.1 Movimento operacional do aeroporto

    O Aeroporto Internacional Salgado Filho o maior aeroporto da regio sul do Brasil em

    movimentao de passageiros (embarque e desembarque), chegando a marca de 8 milhes de

    passageiros em 2012. O movimento operacional do aeroporto apresentado na Figura 2.

  • Esgoto Sanitrio de Aeronaves Dezembro/2013

    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 6 Edio n 006 Vol.01/2013 dezembro/2013

    Figura 2 Movimentao de aeronaves e passageiros Fonte: O autor (2013)

    A Figura 2 evidencia o crescimento do aeroporto nos ltimos anos. A movimentao de

    aeronaves (pousos e decolagem) chegou a 100 mil operaes em 2011 e, em 2012 ocorreu

    uma pequena queda, que coincidiu com a sada da Companhia WEBJET do mercado de

    aviao. Enquanto a movimentao de aeronaves caiu no ltimo ano, o nmero de passageiros

    (embarque e desembarque) s aumentou, consequentemente, o nmero de passageiros por

    aeronave tambm aumentou.

    A movimentao de aeronaves e passageiros o que caracteriza um aeroporto e que gera a

    necessidade de infraestrutura adequada para proporcionar conforto e segurana aos usurios

    desse modal de transporte. O sistema de esgoto sanitrio um exemplo dessa infraestrutura,

    que indispensvel para assegurar a proteo da sade humana e preservao ambiental.

    3.2 Sistema de esgotamento sanitrio

    O gerenciamento do esgoto sanitrio gerado em um aeroporto de responsabilidade da

    administrao aeroporturia conforme estabelece a RDC 02/2003 da ANVISA: o Controle de Qualidade do sistema de esgotamento sanitrio, em todas as etapas existentes sob sua

    administrao (ANVISA, 2003). Esse gerenciamento compreende a coleta, transporte, tratamento e destinao final.

    No Aeroporto Internacional Salgado Filho, as principais fontes de gerao de esgoto sanitrio

    so os Terminais de Passageiros (TPS), hangares de aviao e demais edificaes internas do

    stio aeroporturio e aeronaves, sendo que cada uma dessas fontes geradoras tm uma forma

    distinta de gerenciamento:

    - o esgoto gerado no Terminal de Passageiros1 lanado na rede pblica, que gerenciada

    pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, por meio do Departamento Municipal de gua e

    Esgotos (DMAE);

    0

    50.000

    100.000

    150.000

    Aer

    on

    av

    es

    AERONAVES/ANO

    0

    2.500.000

    5.000.000

    7.500.000

    10.000.000

    Pa

    ssa

    gei

    ros

    PASSAGEIROS/ANO

  • Esgoto Sanitrio de Aeronaves Dezembro/2013

    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 6 Edio n 006 Vol.01/2013 dezembro/2013

    - o esgoto gerado nos hangares de aviao e demais edificaes internas do stio aeroporturio

    tratado de forma individual por meio de tanque sptico seguido de filtro anaerbio. A

    responsabilidade pela gesto da cada Concessionrio, mas com superviso da administrao;

    - e o esgoto sanitrio das aeronaves tratado na Estao de Tratamento de Esgotos (ETE) do

    Aeroporto Internacional Salgado Filho (SBPA) ETE/SBPA, sob a responsabilidade do administrador aeroporturio (INFRAERO).

    3.2.1 Estao de tratamento de esgotos

    O Aeroporto Internacional Salgado Filho possui uma ETE, que recebe e trata somente o

    esgoto sanitrio proveniente das aeronaves. O tratamento consiste de gradeamento para

    remoo de slidos grosseiros, digesto biolgica aerbia para reduo de carga orgnica,

    decantao para remoo de slidos sedimentveis e clorao (tratamento complementar) para

    desinfeco se necessrio. Esse tratamento ocorre nas respectivas unidades de tratamento:

    grades, tanque de aerao, decantador e tanque de sada.

    No h rede coletora de esgoto. O esgoto bruto transportado at a ETE pelas Empresas de

    Servios Auxiliares de Transporte Areo (ESATAS), utilizando veculos especiais

    denominados veculos de QTU. O fluxo no contnuo, pois a frequncia e o volume

    transportados dependem do servio de QTU, que o termo comumente empregado na rotina

    operacional para descrever o servio de drenagem do esgoto sanitrio de aeronaves, sendo

    utilizado neste contexto tambm neste trabalho.

    A ETE no possui um dispositivo especfico para medir vazo afluente e o operador no

    realiza registros sistemticos do volume de esgoto nos veculos de QTU o que dificulta o

    controle da vazo. A vazo operacional mxima da ETE foi estimada pela Infraero (2011) em 2,5 m/dia. Esta

    estimativa foi realizada com base em informaes obtidas entre 29/07 e 03/08/2010, durante

    uma manuteno realizada na ETE. A vazo mnima foi de 1,5 m/dia, a mxima de 2,2

    m/dia e a mdia de 1,8 m/dia. Para chegar a vazo de 2,5 m/dia, foi acrescido um fator de

    segurana (k=1,15) a vazo mxima (INFRAERO, 2011). A Figura 3 mostra os dados

    obtidos.

    Figura 3 Vazo QTU julho e agosto de 2010 Fonte: Adaptado de INFRAERO, 2011

    1,5

    2,2

    1,8 1,8 1,7

    2,1

    1,0

    1,5

    2,0

    2,5

    m/

    dia

    Q (m/dia)

    1,8

  • Esgoto Sanitrio de Aeronaves Dezembro/2013

    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 6 Edio n 006 Vol.01/2013 dezembro/2013

    No perodo entre 29/07 e 03/08/2010 foram registradas em mdia 5 cargas de QTU

    diarimente, oscilando entre 3 e 6, sendo que as empresas ESATAS responsveis pelo

    transporte foram VIT SOLO, SWISSPORT e TAM (INFRAERO, 2011).

    O monitoramento dos parmetros fsicos, qumicos e bacteriolgicos do esgoto bruto, afluente

    ETE, realizado por uma empresa contratada da INFRAERO. A amostra coletada na

    tubulao de recalque do esgoto bruto da cloaca para o reator aerbio. As coletas ocorrem a

    cada trs meses e as anlises so realizadas por um laboratrio especializado. Este laboratrio

    emite Laudos ou Relatrios de Anlises com o resultado de todos os parmetros analisados.

    3.3 Esgoto sanitrio de aeronaves

    As necessidades fisiolgicas bsicas (urinar e at defecar) das pessoas, mesmo no ar,

    precisam ser satisfeitas. Para isso, passageiros e tripulantes contam com o toalete (toilet) da

    aeronave. neste momento que comea a ser gerado o esgoto sanitrio de aeronaves.

    O vaso sanitrio possui acionamento a vcuo, permitindo um gasto mnimo de gua e um

    tanque de acmulo do esgoto. Nas aeronaves da famlia A-320 o gasto de gua na descarga

    (flush) de 200 mL e o tanque de esgoto possui capacidade para 170L (AIRBUS, 2013). A

    gua utilizada na descarga pode conter um aditivo (sanitizante) com propriedade bactericida e

    desodorante. O sanitizante pode tambm ser adicionado no vaso sanitrio da aeronave.

    A drenagem do esgoto acumulado no tanque deve ser realizada em local apropriado e por

    equipe especializada. O servio de QTU deve ocorrer em aeroportos que disponham de meios

    seguros para o tratamento e disposio final dos esgotos e ser realizado por Empresa de

    Servios Auxiliares de Transporte Areo (ESATAS), que a responsvel pelo esgotamento e

    transporte de dejetos e guas residurias da aeronave (ANVISA, 2003).

    As empresas ESATAS que fazem o servio de QTU no Aeroporto Internacional Salgado Filho

    so: VIT SOLO, TAM, ORBITAL, SEAVIATION e SWISSPORT alm de Companhias da

    aviao geral.

    3.3.1 QTU (Quick Toilet Unit)

    De acordo com VIT SOLO (2008:80), o carro destinado drenagem de dejetos, limpeza e sanitizao dos lavatrios (toilets) das aeronaves conhecido como QTU (Quick Toilet Unit)

    Unidade Rpida de Toalete. A unidade composta de dois tanques, sendo um de gua tratada, para abastecimento dos tanques dos toaletes da aeronave e outro destinado a receber

    os dejetos da aeronave, conforme apresentado na Figura 4.

  • Esgoto Sanitrio de Aeronaves Dezembro/2013

    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 6 Edio n 006 Vol.01/2013 dezembro/2013

    Figura 4 Veculo de QTU Fonte: O autor (2013)

    Trata-se de um equipamento rebocvel, que possui um tanque de armazenamento de esgoto

    com capacidade 500 litros (varivel de acordo com o modelo), tampa de inspeo, indicador

    de nvel e vlvula para esgotamento na cloaca (termo utilizado para se referir ao local de

    descarte do esgoto na ETE).

    A operao de drenagem do esgoto sanitrio realizada em vrias aeronaves at atingir um

    volume definido no tanque de armazenamento do veculo de QTU, sendo ento transportado

    at a ETE onde esgotado na cloaca.

    A colocao do sanitizante nos lavatrios no realizada em todas as aeronaves e geralmente

    feita pelo encarregado ou auxiliar de limpeza, to logo o operador de QTU termine a

    drenagem do tanque de esgoto e informe o fim da operao. Se no for feita a drenagem de

    dejetos (QTU), no h necessidade de colocao de sanitizante (VIT SOLO, 2008:81).

    4. Metodologia

    Foi realizada pesquisa bibliogrfica para verificar as caractersticas dos esgotos sanitrios,

    levantar normas e legislaes aplicveis e apresentar o Aeroporto Internacional Salgado Filho.

    Analisaram-se documentos da INFRAERO como o projeto da Estao de Tratamento de

    Esgotos e relatrios tcnicos com caractersticas operacionais da ETE.

    Foram analisados os Laudos e Relatrios de Anlises trimestrais, emitidos pelo laboratrio,

    referente ao monitoramento do esgoto bruto (esgoto sanitrio de aeronaves) no perodo de

    dois anos, compreendido entre novembro de 2010 e novembro de 2012, totalizando nove

    medies.

    Foi acompanhado o servio de QTU, realizado por uma empresa ESATA, para registrar e

    descrever os procedimentos desde a aeronave em solo at a ETE/SBPA.

    A partir desses dados foi elaborado um formulrio para ser preenchido pelas empresas

    ESATAS TAM, SWISSPORT e VIT SOLO durante o servio de QTU que foi realizado nas

    aeronaves que pernoitaram no aeroporto no dia 17/04/2013. As principais informaes

  • Esgoto Sanitrio de Aeronaves Dezembro/2013

    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 6 Edio n 006 Vol.01/2013 dezembro/2013

    registradas foram: origem do voo, nmero de passageiros, tipo de aeronave, volume de esgoto

    sanitrio drenado e se foi utilizado sanitizante no vaso sanitrio.

    O volume de esgoto sanitrio drenado de cada avio foi aferido no painel da prpria aeronave

    (Figura 5) que mostra o nvel de esgoto no tanque ou o tanque de armazenagem do veculo de

    QTU apresentado na Figura 4. Esses dados foram posteriormente tratados.

    Figura 5 Painel interno da aeronave Fonte: O autor (2013)

    Para estimar a vazo afluente ETE/SBPA foi elaborada uma planilha para que o operador

    registrasse as cargas de QTU descarregadas na ETE com informaes como: dia, hora,

    gerador, ESATA, volume e responsvel pelo servio, conforme mostra a Figura 6.

    DIA HORA GERADOREMPRESA

    ESATA

    VOLUME/

    carga (L)

    NOME DO

    RESPONSVEL

    07/07/2012 16:30 SWISSPORT 600

    09/07/2012 15:55 SWISSPORT 1000

    09/07/2012 16:10 TAM 200

    10/07/2012 09:10 SWISSPORT 600

    11/07/2012 09:05 TAM 250

    11/07/2012 09:35 SWISSPORT 600

    11/07/2012 16:30 SWISSPORT 400

    11/07/2012 16:00 SWISSPORT 300

    PLANILHA DE CONTROLE DE QTU NA ETE/SBPA

    Figura 6 Planilha de controle de QTU Fonte: O autor (2013)

    A planilha foi implantada em janeiro de 2012, mas os primeiros registros ocorreram somente

    em fevereiro e maro de 2012 depois pararam e retomaram em junho de 2012. Os registros

    considerados satisfatrios ocorreram de 01 a 25 de maro e 24 de junho a 28 de agosto de

    2012.

    Os dados registrados nas planilhas de controle de QTU foram analisados, as inconsistncias

    corrigidas, registros duvidosos foram eliminados e se estimou a vazo de esgoto sanitrio de

  • Esgoto Sanitrio de Aeronaves Dezembro/2013

    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 6 Edio n 006 Vol.01/2013 dezembro/2013

    aeronaves afluente a ETE/SBPA, assim como a contribuio de cada ESATA para essa vazo.

    Os valores obtidos foram comparados com estimativas anteriores realizadas pela INFRAERO.

    A partir dos Relatrios de Anlises emitidos pelo laboratrio foram definidos os parmetros

    fsicos, qumicos e bacteriolgicos para obter as caractersticas bsicas do esgoto sanitrio das

    aeronaves: slidos sedimentveis, slidos suspensos, temperatura, pH, DBO5, DQO, fsforo

    total, nitrognio total Kjeldahl, leos e graxas, oxignio dissolvido, coliformes totais e

    coliformes termotolerantes.

    Os dados dos Relatrios de Anlises foram compilados e trabalhados estatisticamente em uma

    planilha do Excel. Foram calculados os valores mnimos [MNIMO()], mximos

    [MXIMO()], mdios [MDIA()] e desvio padro da populao [DESVPAD.P()] dos

    parmetros.

    Em seguida foi estabelecida uma regra para definir o valor para esgoto fraco, mdio e forte

    como segue:

    - esgoto mdio: mdia aritmtica da populao (todos os valores do perodo de estudo de cada

    parmetro);

    - esgoto fraco: mdia aritmtica dos valores abaixo da mdia aritmtica da populao;

    - esgoto forte: mdia aritmtica dos valores iguais ou acima da mdia aritmtica da

    populao.

    Os parmetros bacteriolgicos tiveram tratamento diferenciado para se adequar aos valores

    apresentados por Jordo e Pessoa (2005): no foi calculado o desvio padro e o valor mdio

    adotado foi a faixa desde o menor at o maior valor logartmico encontrado nas amostras.

    Os valores obtidos foram comparados com as caractersticas descritas na literatura

    especializada para esgoto domstico especialmente por Jordo e Pessoa (2005).

    5. Caractersticas do esgoto sanitrio de aeronaves

    As caractersticas dos esgotos mudam em funo de sua origem e, conhecer suas

    caractersticas fundamental para gerenci-los de forma adequada. Neste contexto,

    apresentam-se as principais caractersticas dos esgotos sanitrios de aeronaves que operam no

    Aeroporto Internacional Salgado Filho.

    5.1 Origem

    Os esgotos sanitrios de aeronaves so gerados a partir do uso e limpeza do toalete a bordo do

    avio. A Figura 7 mostra detalhes do vaso sanitrio no toalete da aeronave e do servio de

    QTU.

  • Esgoto Sanitrio de Aeronaves Dezembro/2013

    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 6 Edio n 006 Vol.01/2013 dezembro/2013

    Figura 7 Vaso sanitrio da aeronave e servio de QTU Fonte: O autor (2013)

    O servio de QTU uma operao que pode resultar em acidente aeronutico, por isso os

    operadores de rampa passam por treinamento especfico. O procedimento envolve a conexo

    da mangueira de drenagem do veculo de QTU aeronave e depois o acionamento da vlvula

    de descarga de esgotos da aeronave at esvaziar o tanque.

    As caractersticas dos esgotos sanitrios de aeronaves so influenciadas pelos hbitos e

    necessidades fisiolgicas de passageiros e tripulantes, pelo funcionamento do vaso sanitrio,

    pela higienizao do toalete e pelo servio de drenagem (QTU) realizado pelas empresas

    ESATAS:

    - em relao aos hbitos e necessidades de tripulantes e passageiros, pode-se especular que o

    uso do vaso sanitrio para defecar deva ocorrer somente em casos de extrema necessidade e

    isso, contribui para caractersticas bsicas dos esgotos como coliformes termotolerantes e

    DBO5, por exemplo;

    - o funcionamento do vaso sanitrio outro fator que merece destaque, pois a quantidade de

    gua utilizada na descarga (flush) mnima, o que permite supor que o esgoto sanitrio de

    aeronaves seja mais concentrado em funo da menor diluio;

    - a higienizao do toalete de algumas aeronaves prev a colocao de sanitizante no vaso

    sanitrio ou juntamente com a gua de descarga (flush) ou ainda pode no ser utilizado. O

    sanitizante um produto (aromatizante e bactericida) a base de quaternrio de amnio, cujo

    princpio ativo geralmente o cloreto de alquil dimetil benzil amnio (PRUDEMPLAST,

    2013). Seu nome e concentrao so variados dependendo do fabricante. Esse produto pode

    interferir nas caractersticas fsico-qumicas e bacteriolgicas do esgoto sanitrio das

    aeronaves;

    - o servio de QTU pode influenciar na caracterstica do esgoto que chega ETE, pois a

    drenagem ocorre em vrias aeronaves antes de ser transportado, ocorrendo a homogeneizao

    e at mesmo aerao em funo da movimentao do veculo de QTU at a ETE.

    5.2 Volume de esgoto gerado no servio de QTU

    Conhecer o volume de esgoto sanitrio gerado nas aeronaves (servio de QTU) importante

    para entender a vazo da ETE. O servio de QTU realizado principalmente nas aeronaves

  • Esgoto Sanitrio de Aeronaves Dezembro/2013

    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 6 Edio n 006 Vol.01/2013 dezembro/2013

    que pernoitam no aeroporto em funo do maior tempo de solo, mas pode ser realizado

    durante o dia se for solicitado pela tripulao do voo.

    O resultado do servio de QTU realizado pelas empresas WISSPORT, VIT SOLO e TAM em

    21 aeronaves que pernoitaram no Aeroporto Internacional Salgado Filho no dia 17/04/2013

    apresentado na Figura 8. O volume mdio de esgoto sanitrio drenado de cada aeronave foi de

    42 litros.

    Figura 8 QTU e pax/aeronave Fonte: O autor (2013)

    A Figura 8 mostra que o volume de QTU de cada aeronave tem relao com o nmero de

    passageiros (pax). Essa tendncia somente rompida em duas aeronaves (10 e 11) atendidas

    pela VIT SOLO, que ajudaram para que a mdia do volume de QTU/pax tambm subisse.

    Uma possibilidade para essa alterao pode ser a no execuo do servio de QTU no

    aeroporto de origem o que levaria a aeronave a transportar um peso extra sem necessidade.

    A Figura 9 mostra que o volume mdio de QTU por passageiro (pax) de 0,46 L/pax,

    oscilando entre o mnimo de 0,14L/pax e o mximo de 1,05L/pax nas 21 aeronaves

    pesquisadas. O pico ocorre na aeronave nmero 11.

    Figura 9 QTU por passageiro Fonte: O autor (2013)

    Aps a drenagem do esgoto da aeronave, o QTU transportado at a ETE. As empresas

    ESATAS que transportaram QTU at a ETE, no perodo validado nas planilhas, foram aVIT

    SOLO, TAM, SWISSPORT, ORBITAL e AEROJET (aviao geral), mas as duas ltimas

    com volumes inespressvos, conforme mostra a Figura 10.

    0

    40

    80

    120

    160

    200

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21

    LITR

    OS

    QTU/AERONAVE PASSAGEIRO/AERONAVE MDIA QTU/AERONAVE

    42

    VIT SOLO SWISSPORT TAM

    0,00

    0,40

    0,80

    1,20

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21

    LITR

    OS

    QTU/PASSAGEIRO MDIA

    0,46

    1,05

    0,14

  • Esgoto Sanitrio de Aeronaves Dezembro/2013

    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 6 Edio n 006 Vol.01/2013 dezembro/2013

    Figura 10 QTU - empresas ESATAS Fonte: O autor (2013)

    A Figura 10 mostra que a empresa que mais destinou QTU para a ETE a SWISSPORT com

    73% do volume, seguida da VIT SOLO com 20% e TAM (6%). As outras empresas so

    pouco representativas.

    5.3 Vazo afluente ETE/SBPA

    A ETE/SBPA recebe somente esgoto sanitrio de aeronaves, por isso o transporte de QTU

    realizado pelas empresas ESATAS que resulta na vazo afluente. O transporte no

    contnuo, por isso a vazo intermitente, podendo ser comparado a um sistema por bateladas,

    embora a ETE no opere dessa forma.

    A ETE no possui registro sistemtico da vazo afluente, por isso foram implantadas as

    planilhas para registro dos volumes de QTU. Com esse registro foi possvel acompanhar o

    comportamento e estabelecer a vazo afluente, conforme apresentado na Figura 11.

    Figura 11 Vazo: 24/02 a 25/03 de 2012 Fonte: O autor (2013)

    A Figura 11 mostra os volumes dirios de QTU, em cada um dos meses monitorados. Os

    registros vlidos so respectivamente 20 dias em maro, 10 em junho, 16 em julho e 13 em

    73%

    20% 6%

    1%

    SWISSPORT

    VIT SOLO

    TAM

    OUTROS

    0,0

    0,4

    0,8

    1,2

    1,6

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

    m/

    dia

    maro junho julho agosto mdia

    1,6

    0,7

    0,1

  • Esgoto Sanitrio de Aeronaves Dezembro/2013

    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 6 Edio n 006 Vol.01/2013 dezembro/2013

    agosto de 2012. Esta inconsistncia nos registros ocorre pela falta de um sistema confivel

    para medio da vazo afluente da ETE e ausncia de operador na maior parte do perodo.

    Os grficos da Figura 11 evidenciam uma significativa oscilao da vazo de um dia para

    outro, atingindo uma diferena de 1.500% entre a vazo mnima (0,1m/dia) e a mxima

    (1,6m/dia) no perodo estudado. A vazo mdia ficou em 0,7 m/dia. Uma das causas

    provveis dessa oscilao justamente a irregularidade no transporte de QTU realizado pelas

    ESATAS. Essa variao significativa na vazo afluente e o transporte irregular de QTU

    aproximam a operao da ETE a um sistema por bateladas.

    Comparando os resultados da Figura 11 com aqueles relatados por Infraero (2011), observa-se

    que em 2010 a vazo mxima chegou a 2,2 m/dia e a diferena entre a vazo mnima (1,5

    m/dia) e mxima foi de 47% enquanto que em 2012 chegou a 1.500%. Considerando que em

    2010 a ETE estava em manuteno, possvel imaginar que tenha havido maior controle

    sobre as cargas de QTU e tambm um procedimento diferenciado das empresas ESATAS.

    No possvel encerrar a discusso sobre a vazo da ETE/SBPA com este estudo porque o

    servio de QTU, em sua grande maioria, realizado no perodo noturno quando no existe

    operador na ETE. possvel especular que a vazo de esgoto sanitrio de aeronaves afluente

    ETE/SBPA possa ser maior do que a registrada no perodo de estudo, evidenciando a

    necessidade de melhorar o controle desse parmetro para obter dados conclusivos.

    5.4 Aspecto esttico do esgoto

    Segundo Jordo e Pessoa (2005:20), a cor indicativa da condio de chegada dos esgotos ETE: ser de tonalidade marrom ou cinza no esgoto fresco e negra no esgoto sptico. A cor do esgoto sanitrio de aeronaves marrom e a presena de papel visvel em sua

    composio, conforme mostra a Figura 12.

    Figura 12 Cor marrom e presena de papel no esgoto Fonte: O autor (2013)

    A Figura 12 mostra o processo de descarga do QTU na cloaca. Constata-se a cor marrom do

    esgoto sanitrio de aeronaves e o papel parcialmente dissolvido que passa pela grade da ETE.

    Este papel bombeado, juntamente com o esgoto, para o reator aerbio e pode interferir no

    processo de tratamento, por isso mais uma caracterstica que deve ser observada. Um

    aspecto sensorial que chama a ateno o odor muito forte e caracterstico do esgoto de

  • Esgoto Sanitrio de Aeronaves Dezembro/2013

    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 6 Edio n 006 Vol.01/2013 dezembro/2013

    aeronaves.

    5.5 Caractersticas fsico-qumicas e bacteriolgicas

    As caractersticas fsico-qumicas e bacteriolgicas foram obtidas a partir dos Relatrios de

    Anlises. A Tabela 2 apresenta todos os resultados apurados no perodo de estudo (novembro

    de 2010 a novembro de 2012) dos parmetros definidos para caracterizao bsica do esgoto

    sanitrio de aeronaves. Trata-se de uma transcrio dos resultados apresentados nos

    Relatrios de anlises realizadas pelo laboratrio. Com isso espera-se contribuir para

    prximos estudos que venham a ser realizados com este tipo de esgoto sanitrio e aprofundar

    a discusso sobre sua caracterizao.

    Tabela 2 Caractersticas fsico-qumicas e bacteriolgicas Fonte: O autor (2013)

    A Tabela 2 mostra a variao dos valores, de um mesmo parmetro, de uma amostra para

    outra, como exemplo a DBO5 que oscila de 8 a 2080 mg O2/L.

    A ausncia de coliformes termotolerantes em 5 das 9 amostras e valores abaixo de 8

    coliformes/100 mL em outras 3 amostras e somente uma amostra atingindo 3 log (9,8x10 coliformes/100mL) uma caracterstica do esgoto sanitrio de aeronaves totalmente diferente

    do esgoto domstico, que apresenta de 105 a 10

    8 coliformes fecais (termotolerantes)/100mL,

    segundo Jordo e Pessoa (2005:68).

    Portanto, pode-se afirmar que uma caracterstica bsica do esgoto sanitrio de aeronaves a

    tendncia de ausncia de coliformes termotolerantes. Essa caracterstica pode estar sendo

    influenciada pela adio de sanitizantes no toalete da aeronave ou pela pouca quantidade de

    fezes presentes no esgoto das aeronaves.

    A relao DQO/DBO5 apresenta uma mdia de 3,4, sendo que na maioria das amostras a

    relao fica abaixo de 2,8 e em duas acima de 6,3, conforme mostra a Figura 13. Portanto

    existe uma variao considervel nessa relao que segundo Jordo e Pessoa (2005:59) se

    PARMETROS UNIDADE 10/11/10 15/2/11 12/5/11 10/8/11 9/11/11 7/2/12 8/5/12 8/8/12 7/11/12

    Coliformes

    TermotolerantesNMP/100mL Ausente Ausente Ausente 6,1 9,2x10

    3 Ausente 2,O 7,8 Ausente

    Coliformes

    TotaisNMP/100mL 1,6x10

    81,4x10

    32,2x10

    27,0x10

    21,6x10

    4 Ausente 2,4x102

    1,3x102 Ausente

    DBO5 mg O2/L 210 150 10 2.080 220 8 340 587 102

    DQO mg O2/L 500 408 119 2.908 400 50,9 482 1.044 151

    Fsforo Total mg P/L 10,7 8,23 4,53 196 25,4 1,25 14,5 47,3 5,42

    Nitrognio Total

    Kjeldahlmg N/L 226 119 38,2 1.174 155 6,52 268 1.059 59,9

    leos e Graxas

    Totaismg/L 17,1 19,2 16,2 77,6 ND ND 18,9 ND 23

    Oxignio

    Dissolvidomg O2/L 6,7 1,6 6,6 0,5 0,4 7,13 5,01 0,4 6,1

    pH 8,98 8,89 8,77 8,95 7,78 8,03 9,08 8,67 9,08

    Slidos

    SedimentveismL/L 0,6 15 ND ND ND 4 11 ND ND

    Slidos

    Suspensosmg/L 56 134 14 490 108 70 31 180 41

    Temperatura C 21,7 24,0 21,3 19,2 25,1 23,4 22,3 21,5 20,1

    ESGOTO SANITRIO DE AERONAVES

  • Esgoto Sanitrio de Aeronaves Dezembro/2013

    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 6 Edio n 006 Vol.01/2013 dezembro/2013

    mantm entre 1,7 e 2,5 vezes o valor da DBO nos esgotos domsticos.

    Figura 13 Relao DQO/DBO5 Fonte: O autor (2013)

    A Tabela 3 mostra os valores estatsticos (mnimos, mximos e mdios) dos parmetros

    avaliados e o desvio padro dos parmetros fsico-qumicos. Visualiza-se tambm os valores

    calculados para definir esgoto fraco e forte para os parmetros fsico-qumicos (exceto pH e

    temperatura), permitindo desta forma uma comparao dos valores obtidos neste trabalho com

    aqueles descritos por Jordo e Pessoa (2005) para esgoto domstico.

    PARMETROS UNIDADES mnimo mximo mdio fraco forte despad.P

    Coliformes

    TermotolerantesNMP/100mL 0,0 9,2x10

    30 a 10

    3

    Coliformes Totais NMP/100mL 0,0 1,6x108

    0 a 108

    DBO5 mg O2/L 8 2080 412 149 1334 613

    DQO mg O2/L 51 2908 658 282 1976 842

    Fsforo Total mg P/L 1,3 196,0 34,8 10,0 121,7 58,5

    Nitrognio Total

    Kjeldahlmg N/L 6,5 1174,0 345,1 124,7 1116,5 420,9

    leos e Graxas Totais mg/L 0,0 77,6 19,1 6,7 69,4 22,5

    Oxignio Dissolvido mg O2/L 0,4 7,1 3,8 0,6 6,3 2,8

    pH 7,8 9,1 8,6 0,4

    Slidos Sedimentveis mL/L 0,0 15,0 3,4 0,1 10,0 5,4

    Slidos Suspensos mg/L 14 490 125 53 268 138

    Temperatura C 19,2 25,1 22,1 1,8

    ESGOTO SANITRIO DE AERONAVES

    Tabela 3 Valores estatsticos do esgoto bruto Fonte: O autor (2013)

    A Tabela 3 mostra que o desvio padro entre os valores de cada parmetro expressivo,

    exceto no pH e temperatura, refletindo a variao dos valores de uma amostra para outra.

    Verifica-se que a DBO5, DQO, fsforo total, nitrognio total Kjeldahl e slidos suspensos

    apresentam, respectivamente, um desvio padro de 613; 842; 58,5; 420,9 e 138. Portanto,

    constata-se a mais uma caracterstica dos esgotos sanitrios de aeronaves, ou seja, grande

    oscilao da carga orgnica de uma amostra para outra. Essa caracterstica importante na

    operao da ETE ou mesmo para considerar a melhor forma de tratamento desse tipo de

    2,4 2,7

    11,9

    1,4 1,8

    6,4

    1,0 1,8 1,5 0,0

    6,0

    12,0

    RELAO DQO/DBO5 MDIA

    3,4

  • Esgoto Sanitrio de Aeronaves Dezembro/2013

    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 6 Edio n 006 Vol.01/2013 dezembro/2013

    esgoto.

    A Tabela 4 apresenta o comparativo dos valores encontrados pelo autor deste trabalho para

    esgoto sanitrio de aeronaves com os valores descritos por Jordo e Pessoa (2005) para esgoto

    sanitrio domstico.

    COMPARAO

    fraco mdio forte fraco mdio forte MDIO

    Coliformes

    TermotolerantesNMP/100mL - 0 a 10

    3 - - 105 a 10

    8 -

    Fsforo Total mg P/L 10 35 122 5 10 20 >

    Nitrognio Total

    Kjeldahlmg N/L 125 345 1117 20 40 85 >

    leos e Graxas Totais mg/L 7 19 69 50 100 150

    pH 7,8 a 9,1 - 6,5 a 7,5 - >

    Slidos Sedimentveis mL/L 0 3 10 5 10 20 . Acesso em 25 de

    maro de 2013.

    INFRAERO, EMPRESA BRASILEIRA DE ESTRUTURA AEROPORTURIA.

    Estatstica. Disponvel em: < www.infraero.gov.br >. Acesso em 25 de maro de 2013.

  • Esgoto Sanitrio de Aeronaves Dezembro/2013

    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 6 Edio n 006 Vol.01/2013 dezembro/2013

    INFRAERO, EMPRESA BRASILEIRA DE ESTRUTURA AEROPORTURIA. Relatrio

    inicial: avaliao da Estao de Tratamento de Esgoto ETE do Aeroporto Internacional Salgado Filho Porto Alegre/RS SBPA. Porto Alegre: INFRAERO, 2011.

    JORDO, Eduardo Pacheco; PESSA, Constantino Arruda. Tratamento de esgotos

    domsticos. 4. ed. Rio de Janeiro: SEGRAC, 2005.

    JNIOR, Cabral de Souza; RIBEIRO, Elaine Nolasco. Uso eficiente da gua em

    aeroportos. So Carlos: RiMa Editora, 2011.

    MIHELCIC, James R.; ZIMMERMANN, Julie Beth et al. Engenharia ambiental:

    fundamentos, sustentabilidade e projeto. Rio de Janeiro: LTC, 2012.

    NUVOLARI, Ariovaldo. Esgoto Sanitrio: coleta, transporte, tratamento e reso

    agrcola. 2. ed. So Paulo: Blucher, 2011.

    PHILIPPI, Arlindo Jr. (ed.) et al. Saneamento, sade e ambiente: fundamentos para um

    desenvolvimento sustentvel. So Paulo: Manole, 2005.

    PRUDEMPLAST, Prudemplast Qumica Industrial Ltda. Especificaes tcnicas - BG 62:

    cdigo FT-007. Presidente Prudente: PRUDEMPLAST, 2013.

    TEIXEIRA, Wilson et al. Decifrando a terra. So Paulo: Oficina de textos, 2003.

    VIT SOLO. Manual Geral Operacional MGO 001.08: procedimentos operacionais. Porto Alegre: Gerncia de superviso de aeroportos, 2008.