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60 Produção intensiva de pastagens Adubação nitrogenada e potássica em sistemas de produção intensiva de pastagens Francisco Morel Freire' Antônio Marcos Coelho? Maria Celuta Machado Viana 3 Edilane AParecida da Silua" Resumo - Para o sucesso da exploração intensiva da pastagem, esta deve ser vis- ta sob novo enfoque e explorada, considerando que as gramíneas forrageiras são tão ou mais exigentes que as culturas agrícolas. O nitrogênio (N) é o nutriente mais impactante em termos de ganhos na produção de forragem. O potássio (K) tam- bém pode limitar a resposta das forrageiras de maior exigência nutricional, espe- cialmente em sistemas intensivos. O potencial de resposta das gramíneas tropicais ao N depende das condições de fertilidade do solo, que deve estar corrigido e com os demais nutrientes em níveis adequados. Especial atenção deve ser dada à adu- bação potássica, de modo que não limite a resposta ao N. Perdas elevadas deste nu- triente, decorrentes da adubação com ureia em cobertura, têm sido constatadas, in- dicando que mais estudos precisam ser realizados para melhoria de sua eficiência. Palavras-chave: Pastagem. Forrageira. Nitrogênio. Potássio. Fertilizante. Ureia. INTRODUÇÃO As pastagens representam a forma mais prática e econômica de alimentação de bo- vinos e constituem a base de sustentação da pecuária no Brasil. Apesar de sua grande im- portância para a exploração pecuária, grande parte das pastagens encontra-se estabelecida em áreas marginais de baixa fertilidade na- tural ou que foram exauridas pelo manejo inadequado, com baixa produtividade de for- ragem e baixa capacidade de suporte animal. Sabe-se, no entanto, que as pastagens tro- picais podem ser muito produtivas e suportar uma taxa de lotação elevada no período mais quente e chuvoso do ano. Como consequên- cia da elevada produção de forragem, ocorre alta extração de nutrientes do solo. Assim, para o sucesso da exploração intensiva da pastagem, esta deve ser vista sob novo enfoque, considerando que as gramíneas forrageiras são tão ou mais exigentes que as culturas agrícolas, devendo ser tratadas como tal (CORRÊA; SANTOS, 2003). Em siste- mas com alta lotação, entre oito e dez vacas por hectare, o uso de fertilizantes chega a ser maior do que nas culturas mais produtivas, tais como a soja e o milho (OLIVEIRA; PENATI; CORSI, 2008). O nitrogênio (N) é o nutriente mais im- pactante em termos de ganhos, na produção de forragem. Sua aplicação é de fundamen- tal importância para a manutenção da produ- tividade e da sustentabilidade da pastagem, sendo sua deficiência considerada um fator importante para desencadear o processo de degradação. Além disso, para que possa ser usado como ferramenta estratégica para maximizar a produção de forragem nos sis- temas intensivos de produção, o solo deve estar devidamente corrigido e suprido com fósforo (P) e outros macro e micronutrien- teso O potássio (K), por sua vez, também pode limitar a resposta da produção de forrageiras de maior exigência nutricional, especialmente em sistemas intensivos, onde as relações inadequadas dos nutrientes podem prejudicar a nutrição mineral das plantas (BERNARDI; RASSINI, 2008). RECURSO FORRAGEIRO Para sistemas de alto nível tecnológico ou intensivos, caracterizados por pastagens "Eng-AgI", D.Sc., Pesq. EPAMIG Centro-Oeste - FESR, Rod. MG 424, km 64, CEP 35751-000 Prudente de Morais-MG. Correio eletrônico: [email protected] 2EngºAgI",Ph.D.,Pesq.EMBRAPAMilboeSorgo,CaixaPosta1285,CEP35701-970SeteLagoas-MG.Correioeletrônico:[email protected] 3EngªAgrª, D.Sc., Pesq. EPAMIG Centro-Oeste - FESRJBolsista FAPEMIG, Rod. MG 424, km 64, CEP 35751-000 Prudente de Morais-MG. Correio eletrônico: [email protected] "Zootecnista, D.Sc., Pesq. EPAMIG Triângulo e Alto Paranaíba/Bolsista FAPEMIG/Membro INCT Ciência Animal, Caixa Postal 311, CEP 38001-970 Uberaba-MG. Correio eletrônico: [email protected] Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.33, n.266, p.60-68, jan./fev. 2012

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Adubação

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Page 1: Adubacao nitrogenada

60 Produção intensiva de pastagens

Adubação nitrogenada e potássica em sistemasde produção intensiva de pastagens

Francisco Morel Freire'Antônio Marcos Coelho?

Maria Celuta Machado Viana3

Edilane AParecida da Silua"

Resumo - Para o sucesso da exploração intensiva da pastagem, esta deve ser vis-ta sob novo enfoque e explorada, considerando que as gramíneas forrageiras sãotão ou mais exigentes que as culturas agrícolas. O nitrogênio (N) é o nutriente maisimpactante em termos de ganhos na produção de forragem. O potássio (K) tam-bém pode limitar a resposta das forrageiras de maior exigência nutricional, espe-cialmente em sistemas intensivos. O potencial de resposta das gramíneas tropicaisao N depende das condições de fertilidade do solo, que deve estar corrigido e comos demais nutrientes em níveis adequados. Especial atenção deve ser dada à adu-bação potássica, de modo que não limite a resposta ao N. Perdas elevadas deste nu-triente, decorrentes da adubação com ureia em cobertura, têm sido constatadas, in-dicando que mais estudos precisam ser realizados para melhoria de sua eficiência.

Palavras-chave: Pastagem. Forrageira. Nitrogênio. Potássio. Fertilizante. Ureia.

INTRODUÇÃO

As pastagens representam a forma maisprática e econômica de alimentação de bo-vinos e constituem a base de sustentação dapecuária no Brasil. Apesar de sua grande im-portância para a exploração pecuária, grandeparte das pastagens encontra-se estabelecidaem áreas marginais de baixa fertilidade na-tural ou que foram exauridas pelo manejoinadequado, com baixa produtividade de for-ragem e baixa capacidade de suporte animal.

Sabe-se, no entanto, que as pastagens tro-picais podem ser muito produtivas e suportaruma taxa de lotação elevada no período maisquente e chuvoso do ano. Como consequên-cia da elevada produção de forragem, ocorrealta extração de nutrientes do solo. Assim,

para o sucesso da exploração intensivada pastagem, esta deve ser vista sob novoenfoque, considerando que as gramíneasforrageiras são tão ou mais exigentes que asculturas agrícolas, devendo ser tratadas comotal (CORRÊA; SANTOS, 2003). Em siste-mas com alta lotação, entre oito e dez vacaspor hectare, o uso de fertilizantes chega a sermaior do que nas culturas mais produtivas,tais como a soja e o milho (OLIVEIRA;PENATI; CORSI, 2008).

O nitrogênio (N) é o nutriente mais im-pactante em termos de ganhos, na produçãode forragem. Sua aplicação é de fundamen-tal importância para a manutenção da produ-tividade e da sustentabilidade da pastagem,sendo sua deficiência considerada um fatorimportante para desencadear o processo de

degradação. Além disso, para que possaser usado como ferramenta estratégica paramaximizar a produção de forragem nos sis-temas intensivos de produção, o solo deveestar devidamente corrigido e suprido comfósforo (P) e outros macro e micronutrien-teso O potássio (K), por sua vez, tambémpode limitar a resposta da produção deforrageiras de maior exigência nutricional,especialmente em sistemas intensivos, ondeas relações inadequadas dos nutrientespodem prejudicar a nutrição mineral dasplantas (BERNARDI; RASSINI, 2008).

RECURSO FORRAGEIRO

Para sistemas de alto nível tecnológicoou intensivos, caracterizados por pastagens

"Eng-AgI", D.Sc., Pesq. EPAMIG Centro-Oeste - FESR, Rod. MG 424, km 64, CEP 35751-000 Prudente de Morais-MG. Correio eletrônico:[email protected]

2EngºAgI",Ph.D.,Pesq.EMBRAPAMilboe Sorgo,CaixaPosta1285,CEP35701-970SeteLagoas-MG.Correioeletrônico:[email protected]ªAgrª, D.Sc., Pesq. EPAMIG Centro-Oeste - FESRJBolsistaFAPEMIG, Rod. MG 424, km 64, CEP 35751-000 Prudente de Morais-MG.

Correio eletrônico: [email protected]"Zootecnista, D.Sc., Pesq. EPAMIG Triângulo e Alto Paranaíba/Bolsista FAPEMIG/Membro INCT Ciência Animal, Caixa Postal 311,

CEP 38001-970 Uberaba-MG. Correio eletrônico: [email protected]

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divididas em piquetes, com manejo rota-cionado, recebendo insumos (fertilizantes,calcário, gesso e água), que permitemaumentar a taxa de lotação, a forrageiradeve apresentar elevado potencial de res-posta às tecnologias aplicadas, em especialà adubação. Nas décadas de 1970 e 1980as pesquisas com plantas forrageiras eramconduzidas, primordialmente, com a tônicados "insumos mínimos", pelo fato de aspastagens geralmente ser plantadas em soloscom elevada acidez e pobres em P. Essastécnicas fundamentavam-se na seleção degermoplasma adaptado às condições am-bientais, buscando otimizar a eficiência deutilização dos recursos naturais disponíveis(água, solo e clima); no estabelecimento depastagens com baixo custo e baixo riscopara o produtor; na capacidade de incor-porar eficientemente o N do ar com o usode pastagens de gramíneas e leguminosasconsorciadas; no manejo apropriado paraotimizar a utilização e a persistência doscomponentes das pastagens (TOLEDO,1987).Assim, as pesquisas concentraram-seem espécies como Andropogon gayanus,Brachiaria decumbens e B. humidicola,por apresentar grande adaptação aos solosácidos dos trópicos.

A partir da década de 1990, no entanto,sistemas de maior produtividade demanda-ramo desenvolvimento de tecnologias parapermitiro aumento tanto de qualidade quantodacapacidade de suporte das pastagens. Paraisso,a seleção das forrageiras tem-se funda-mentado em maximizar a eficiência do usodecorretivos e fertilizantes com a utilizaçãodeespécies e/ou variedades mais tolerantesàscondições adversas e minimizar as perdasdenutrientes do sistema solo-planta, por meiodeuma eficiente ciclagem de nutrientes. Comisso,espécies de grarriineas, como Brachiariabrizantha cv. Marandu, Panicum maximumcv. Tanzânia e Mombaça, Pennisetumpurpureum, híbridos do gênero Cynodon eoutrospassaram a ter maior destaque. Apesarde não serem apropriadas às condições de"insumosminimos", por requererem maioresdoses de fertilizantes, caracterizam-se peloelevado potencial produtivo e maior valornutritivo(EUCLIDES; MACEDO; OLIVEI-

RA, 1997;ALVIMetal., 1999; THIAGO etal.,2000).

Assim, na escolha da gramínea, oprodutor deve dar preferência por aquelasmais adaptadas à sua região e que possamresponder mais rapidamente às adubações.As mais comuns e que podem ser utilizadassob manejo intensivo são: capim-braquiária,capim-braquiarão, capim-colonião, capim-tanzânia, capim-tobiatã, capim-mombaça,capim-coastcross, capim-estrela e capim-tifton 85. No que se refere às leguminosasindicadas para este manejo, são citadas aalfafa e a leucena (CANTARUTTI et al.,1999; CORRÊA; SANTOS, 2003).

MANEJO DA ADUBAÇÃONITROGENADA

As gramíneas tropicais apresentam eleva-do potencial de resposta à adubação com N,quando comparadas àquelas de clima tempe-rado. Incrementos lineares na produtividadede massa de forragem seca até a faixa de250 a 300 kg!ha/ano de N são relatados paragramíneas forrageiras temperadas na Europa(JARVIS; SCHOLEFIELD; PAIN, 1995).Para as tropicais foram encontradas respostaslineares até doses anuais de N que variaramde 400 a 600 kg!ha/ano (MARTHAJÚNIORet al., 2004). No entanto, este potencial deresposta ao N depende das condições de ferti-lidade do solo, que deve estar corrigido e comos demais nutrientes em níveis adequados,da espécie forrageira e do manejo. Como asgramíneas forrageiras são relativamente exi-gentes em K, a adubação com este nutriente,especialmente em sistemas intensivos deexploração das pastagens, torna-se de gran-de importância para não limitar a respostaao N (GLÓRIA, 1994 apud COSTA et al.,2006). Os efeitos da interação positiva de Ne K com capim-colonião, capim-braquiária,capim-elefante e Cynodon são relatados porBernardi e Rassini (2008).

Como estimar anecessidade de nitrogênio

As gramíneas tropicais apresentamelevado potencial de resposta à adubaçãonitrogenada. Entretanto, a resposta em

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produção de forragem depende da espécieforrageira, da disponibilidade dos outrosnutrientes, do manejo da pastagem, daestratégia de manejo do N-fertilizante(dose, fonte e forma de parcelamento doN aplicado) e das condições de solo eclima da região (MARTHA JÚNIOR etal., 2004). Ademais, diferentemente dosoutros nutrientes, a análise de solo nãoé uma ferramenta segura para estimar aquantidade de N disponível para as plantas.Isto deve-se ao fato de o N presente nosolo estar envolvido em diversos processosdinâmicos que alteram sua disponibilidadeem curtos espaços de tempo.

Em face disso, uma maneira de estimar aquantidade de fertilizante nitrogenado a serrecomendada é a partir de valores de efici-ência de adubação (kg de matéria seca (MS)de forragemlkg de N aplicado). No cálculo,também é necessário estimar a eficiência depastejo, que depende do resíduo pós-pastejoe o consumo de MS dos animais. Para aeficiência de pastejo são sugeridos valoresde 50% a 60% e para consumo de forra-gem cerca de 10 kg de MS/unidade animal(UA) por dia (BALSALOBRE; SANTOS,2004). Embora a eficiência de conversãode N-fertilizante possa atingir até 83 kg deMSlkg de N aplicado, considerou-se o valormédio de 26 kg de MSlkg de N (MARTHAJÚNIOR et al., 2004). O exemplo a seguirmostra como calcular a necessidade de Npara uma pastagem com lotação de 5 UAIha e estação de crescimento de 150 dias:

a) consumo de forragem na estaçãode crescimento: 5 UAlha x 10 kgde MS/UA por dia x 150 dias =7.500 kg de MS/ha;

b) necessidade de forragem parauma eficiência de pastejo de 60%:7.500 kg de MS/ha x 100/60 =12.500 kg de MS/ha;

c) necessidade de N, considerando26 kg de MS/kg N aplicado:12.500 kg de MS/ha -7- 26 kgde MS/kg de N aplicado =481 kg/ha de N.

Dessa necessidade de N, pode-sedescontar a disponibilidade natural do

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solo. Por exemplo, se antes da adubaçãoa pastagem tivesse uma capacidade desuporte de 1 UAlha, adotando-se o mesmoraciocínio anterior para efeito de cálculo,o solo estaria disponibilizando cerca de 96kg/ha de N. Com isso, haveria necessidadede proceder à adubação com 385 kg/hade N, parcelada ao longo da estação decrescimento.

Doses recomendadas

A partir de resultados de trabalhos depesquisa, quando foram avaliadas doses deN em diversas condições edafoclimáticas epara diversas forrageiras, estabeleceram-serecomendações de adubação nitrogenadaque podem ser encontradas na literatura.No estabelecimento da pastagem, o uso deadubos nitrogenados deve ser restrito a siste-mas mais intensivos. Para pastos manejadossob sistemas de médio nível tecnológico,recomenda-se a aplicação de 50 kg/ha deN. Para sistemas de alto nível tecnológi-co, recomenda-se a aplicação de 100 a150 kg/ha de N, parcelados, de modo quenão ultrapasse 50 kg/ha/aplicação. A adu-bação nitrogenada deve ser aplicada em co-bertura, quando a forrageira cobrir de 60%a 70% do solo, para maior aproveitamentodo fertilizante. Caso a forrageira apresentesintomas de deficiência de N, caracterizadopelo amarelecimento das folhas mais velhas,pode-se antecipar a adubação nitrogenadaaplicando-se no máximo 50 kg/ha de N(CANTARUTTI et a!., 1999).

A adubação nitrogenada de manutençãoé fundamental para a sustentabilidade daspastagens. Dessa maneira, dependendo dadose, a adubação nitrogenada pode ser usadacom o objetivo de manter a disponibilidadede N para evitar o declínio na produção e asua degradação ou para intensificar o siste-ma de exploração com obtenção de elevadasprodutividades, como se espera nos sistemasmais intensivos. As recomendações para ocapim Panicum maximum, por exemplo,variam de 50 a 300 kg/ha/ano de N, sendo adose mais baixa recomendada com o intuitode evitar a degradação da pastagem e asmais altas para obter elevada produtividade(MONTEIRO, 1995).

Para o capim-coastcross cultivadoem solos com textura média e níveisde fertilidade de média a alta em P, K,cálcio (Ca) e magnésio (Mg), Primavesiet al. (2003) recomendaram adubaçõesnitrogenadas de 250 kg/ha/ano, se forusado nitrato de amônio, e 250 a 500 kg/ha/ano, se for usada ureia, para obter amelhor recuperação do N aplicado. Paraos sistemas intensivos, Cantarutti et al.(1999) recomendaram, independentemen-te da gramínea, doses de 200 kg/ha/ano deN, fracionadas no início, meio e fim doperíodo chuvoso, enquanto em sistemasintensivos sob irrigação é recomendadaa dose de 300 kg/ha/ano de N, fracionadaem seis aplicações, acompanhada da doserecomendada de K.

Embora as doses de N recomendadaspermitam à forrageira expressar o seupotencial produtivo, não se pode afirmarque sejam efetivamente econômicas, vistoque uma análise que leve à confirmação daeconomicidade da adubação nitrogenada éde dificil elaboração. A eficiência bioeconô-mica do uso de N em pastagem depende daconversão do N-fertilizante em forragem,pela razão entre quilo de MS/quilo de Naplicado. Depende, ainda, da eficiência comque a forragem produzida é consumida peloanimal (eficiência de pastejo) e da eficiênciacom que a forragem consumida é convertidaem produto animal (quilo de MS/quilo deganho de peso vivo (GPV). O resultadodestas três eficiências parciais define aeficiência de conversão do N-fertilizanteem produto animal (quilo GPV/quilo de Naplicado), que, quando associada à relaçãode troca entre preços de insumos e produtos,determina a eficiência bioeconômica daadubação nitrogenada de pastagens. Alémdisso, salienta-se que o aumento na taxa delotação resultante da adubação nitrogenadaimplica em custos fixos (animais) e variáveis(despesas com outros fertilizantes, sal mi-neral, vacinas, etc). Toda esta complexidadena análise econômico-financeira decorre daforragem produzida ser um produto de difi-cil valoração, sendo, seu valor dependenteda sua capacidade de gerar desempenhoanimal (MARTHA JÚNIOR et a!., 2004).

Numa tentativa de chegar a reco-mendações de doses de N consideradaseconômicas para o capim-braquiária sobpastejo rotacionado, Viana et al. (20lla)encontraram doses que variaram de 133a216 kg!ha/ano de N no primeiro ano, e 123a 212 kg/ha/ano de N, no segundo ano decondução do trabalho. Esses autores assu-miram que as doses de máxima eficiênciaeconômica permitiriam produzir entre 80%e 90% da produção máxima fisica.

Outra questão a ser respondida refere-se à dose de N a ser aplicada por pastejoem sistemas intensivos de produçãoanimal a pasto. Segundo Cantarutti et alo(1999), aplicações inferiores a 50 kg/hade N são inócuas. Por sua vez, em revisãoapresentada por Menezes et al. (2003), émencionado que as forrageiras tropicaisapresentam boas respostas a doses de 100kg!ha de N por aplicação em condiçõesde sequeiro e podem responder a doses deaté 200 kg/ha de N por aplicação, quandoirrigadas. Com base em resultados práticosem propriedades comerciais, esses autoresverificaram que as melhores respostas doponto de vista econômico têm sido obtidascom doses entre 40 e 80 kg!ha de N poraplicação, resultando em adubações entre200 e 400 kg/ha de N, ao longo da estaçãode crescimento.

Recuperação do nitrogêniodo fertilizante aplicado

A recuperação aparente do N do ferti-lizante aplicado em pastagens encontra-seusualmente dentro dos limites de 50% a80%. Além disso, com aumento das dosesde N, valores menores de recuperação apa-rente desse nutriente têm sido verificados.Primavesi et al. (2003), ao trabalharemcom o capim-coastcross, encontraram paraas doses de 25, 50, 100 e 200 kg/ha de N,valores de recuperação de 45%,52%,46%e 37% para o uso de ureia e de 67%, 75%,68% e 45%, para uso de nitrato de amônio,respectivamente. Viana et al. (2011 a), porsua vez, em experimento com o capim-bra-quiária conduzido por dois anos, obtiveramvalores médios de recuperação de 33,1%,

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41,7% e 42,2%, para as doses de 100,200e 300 kg/ha de N, respectivamente, utili-zando ureia e sulfato de amônio. Os doistrabalhos apresentaram baixa eficiência derecuperação de N. este contexto, salienta-se o caso da aplicação superficial da ureia,fertilizante nitrogenado mais comum nomercado brasileiro, que pode reduzir aquantidade de N recuperado pelas plantas,por causa das perdas de amônia (NH) porvolatilização.

Fontes de nitrogênio parasistemas com uso intensivodo pasto no verão

As principais fontes de N são: ureia(45% de N), sulfato de amônio (20% de N),nitrato de amônio (33% de N) e nitrocálcio(20% a 25% de N). Na escolha da fonte deN, devem-se ponderar as vantagens e des-vantagens de cada uma. A ureia apresentaomenor custo/quilo de N e maior potencialde perda de por volatilização. O sulfatode amônio tem maior custo/quilo de N,maior poder de acidificação, mas menoresperdas de N, além de ser fonte de S. Onitrato de amônio tem maior custo/quilodeN, é muito higroscópico, mas apresentamenores perdas de N e o nitrocálcio temmaior custo/quilo de N, é muito higroscó-pico, mas apresenta menores perdas de Nemenor poder de acidificação (CORRÊA;SANTOS, 2003).

Dentre as fontes listadas, o sulfatode amônio é o mais recomendável paraaplicações a lanço em cobertura. Parareduzir as perdas de N no uso da ureiaem cobertura, devem ser observadosalguns cuidados. A aplicação deve serfeita quando o solo estiver com umidadeadequada, evitando-se dias muito quen-tes (CANTARUTTI et aI., 1999). A esserespeito, Viana et aI. (20 l l a) verificaramquea eficiência do sulfato de amônio foisuperior à da ureia na produção de for-ragem em capim-braquiária sob pastejorotacionado, nos meses de março/abril,final do período chuvoso. No entanto,quando foi considerada a produção totaldeforragem no período chuvoso, as duasfontes não diferiram entre si.

Fontes de nitrogênio parasistemas com pastagensirrigados

Para sistemas com pastagens irriga-das o fertilizante nitrogenado pode seraplicado na forma sólida, manualmenteou com uso de implementos agrícolas,ou nas formas sólida e líquida por meioda fertirrigação. Nesta modalidade deaplicação, o sistema de irrigação passaa ser mais bem utilizado, tendo duplafunção de irrigação e de fertilização.Para atendê-Ia, podem ser encontradosno mercado fertilizantes nitrogenadossólidos e líquidos (Quadro 1), sendomais comuns: ureia, sulfato de amônio,nitrato de amônio, nitrato de potássio,fosfato monoamônico (MAP) e fosfatodiamônico (DAP).

Os dejetos e outros resíduos da produ-ção animal também podem ser utilizadoscomo fertilizantes, desde que adequada-mente manejados, e, assim, constituíremalternativas econômicas importantes paraas propriedades rurais (SANTOS et aI.,2007). Além do potencial fertilizante dosdejetos líquidos de suínos, esses autoresmencionam que os dejetos de bovinos,provenientes de confinamentos ou de salasde ordenha, também podem ser aplicadosvia fertirrigação. Devem, entretanto, utili-zar sistemas de sedimentação de sólidos,como partículas de areia e outros maispesados que a água. Para calcular quantopode ser aplicado em termos de nutrientes,no Quadro 2 é mostrada a composiçãoquímica média dos dejetos de suínos deacordo com o teor de sólidos.

QUADRO1-Fertilizantes nitro enados mais utilizados na fertirri a ãoFertilizante Forma

Ureia

Sulfato de amônio

Nitrato de amônio

URAN

Nitrato de sódio

Nitrato de sódio e potássio

Nitrato de potássio

MAP

DAP

Nitrato de cálcio

Sólida

Sólida

Sólida

Líquida

Sólida

Sólida

SólidaSólida/Líquida

Sólida/Líquida

SólidaFONTE: Coelho (1994).NOTA:URAN-Ureia+nitrato de amônio; MAP-Fosfatomonoamônico; DAP-Fosfatodiamônico.

QUADRO2 - Composição química média dos dejetos de suínos de acordo com o teor de sólidos

Sólidos no dejeto(%)

Nutriente 0,72 1,63 2,09 2,54 3,46 4,37

Quantidades de nutrientes(kg/m'')

Nitrogênio (N) 1,29 1,91 2,21 2,52 3,13 3,75

Fósforo (P,G5) 0,83 1,45 1,75 2,06 2,68 3,29

Potássio (K,G) 0,88 1,13 1,25 1,38 1,63 1,88

NPK 3,00 4,49 5,21 5,96 7,44 8,92

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FONTE: Konzen (2002 apud SANTOS et al., 2007).

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Alternativas para melhoriade eficiência da ureia

As perdas de N decorrentes da adu-bação com ureia são, em grande parte,responsáveis pela eficiência abaixo daesperada desse fertilizante em fornecer Npara as culturas. Perdas de até 78% do Nda ureia aplicada na superfície dos resídu-os em Sistema Plantio Direto (SPD) paracultura do milho foram relatadas por LaraCabezas, Korndorfer e Morta (1997). Aoaplicar a ureia na superfície do solo, estapassa pelo processo de hidrólise pela açãoda uréase, formando amônia (NH), dió-xido de carbono (CO) e água (SENGIK;KlEHL, 1995). Alternativas para o controledas perdas de amônia por volatilização têmsido avaliadas. Efeitos benéficos da asso-ciação de sais inorgânicos à ureia, comosuperfosfato simples e cloreto de potássio,foram obtidos por Oliveira, Trivelin e Oli-veira (2003). Segundo esses autores, a re-dução das perdas de amônia foi decorrenteda presença de ácido fosfórico, da reduçãoda atividade da uréase, da adsorção do fos-fato e do aparecimento de cargas negativasno meio para o superfosfato simples e pelaformação de carbonato de cálcio e cloretode amônio para o cloreto de potássio (KC\).

Na busca de melhoria de eficiência, ouso da ureia protegida vem ganhando espa-ço no mercado, prioritariamente usada napecuária para alimentação de ruminantes.Com enfoque para adubação de pastagens,os estudos sobre este fertilizante são ain-da incipientes (FONSECA; MARTUS-CELLO; SANTOS, 2011). Estes autoressalientam que dentre as novas propostasde aumento da eficiência da adubação comureia destaca-se também seu uso associadoàs zeólitas. A zeólita é um mineral que vemsendo estudado como aditivo, pois apre-senta alta porosidade e alta capacidade detroca catiônica (CTC) e também auxilia naliberação lenta de nutrientes. Essas caracte-rísticas facilitam o aumento da capacidadede absorção de nutrientes e de retençãode água no solo. O princípio da ação dazeólita na conservação do amônio (NH4)envolve a diminuição da concentração do

N na solução por meio da troca catiônica(CAMPANA et a!., 2008). Estes autores,ao avaliarem tratamentos com combina-ções de ureia e zeólita em uma pastagemde capim-tanzânia sob sistema intensivorotacionado, verificaram que a adição de25% de zeólita proporcionou redução navolatilização de amônia, durante o verão,de 34,7 para 7,6 kg/ha. Entretanto, são ne-cessários mais estudos antes da recomen-dação da zeólita como aditivo na adubaçãonitrogenada de pastagens, com objetivo dediminuir a volatilização de amônia, já queno inverno não foram observados efeitosdo uso desse aditivo.

Estratégias de aplicação denitrogênio

No que se refere à época de aplicaçãodo fertilizante nitrogenado ao longo doano, existe consenso de que a estação chu-vosa é a mais favorável ao desenvolvimen-to das pastagens, em função das condiçõesde luminosidade, temperatura e umidade(MENEZES et a!., 2003).

A estratégia a ser usada para adubaçãonitrogenada merece ser avaliada mais crite-riosamente no que se refere à sazonalidadeda produção de forragem. Segundo Santos(2010), as adubações realizadas no períodode verão nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste acentuam as diferenças de produçãode forragem entre as estações chuvosae da seca, notadamente a nitrogenada.Salienta, ainda, que a adubação realizadano período de inverno, normalmente, nãoresulta em efeito positivo sobre a produçãode forragem, uma vez que as condiçõesclimáticas nesta estação são restritivas aodesenvolvimento da pastagem. Para con-tornar o problema dessa maior oferta deforragem no período chuvoso em relaçãoao seco, a adubação realizada no términodo verão e/ou início do outono contribuipara incrementar a produção de forragemno período da seca, minimizando as dispa-ridades de produção.

Como recomendação, em sistemasintensivos de pastagens, o fertilizantenitrogenado deve ser aplicado após a sa-ída dos animais do piquete. Desse modo,

as aplicações poderiam ser repetidas dequatro a seis vezes na estação chuvosa,de acordo com o período de descanso dapastagem (CORRÊA; SANTOS, 2003).Para sistemas de alto nível tecnológicorecomenda-se fracionar a dose indicadade N. no início, meio e final do períodochuvoso, ao passo que, para sistemasrotacionados sob irrigação, recomenda-sefracionar a dose de N em seis aplicações(CANTARUTTI et aI., 1999).

Para pastagens irrigadas, onde as con-dições locais de temperatura e fotoperíodono inverno não são limitantes à produçãode forragem, é estratégico que parte daadubação nitrogenada recomendada sejaaplicada nesta época para intensificaro efeito da irrigação tornando-a maiscompensadora economicamente. Nestecontexto, um trabalho foi conduzido na Fa-zenda Experimental de Santa Rita (FESR)da EPAMIG Centro-Oeste, em Prudentede Morais, onde foram avaliadas quatrodoses de N (ureia): 0,45,90 e 180 kg/ha,aplicadas em duas coberturas no período deinverno (VIANA et aI., 2011 b). A produçãode MS do capim-tanzânia, em dois ciclosde pastejo, foi influenciada positivamentepelas doses de N (Gráfico 1). O máximorendimento de forragem após dois ciclosde pastejo foi obtido com 163 kg!ha de N.Observou-se, ainda, que o potencial de res-posta desse capim à adubação nitrogenadaaumentou, à medida que a temperaturaelevou-se ao final do período de inverno.Este resultado sugere que as doses derecomendadas devam ser concentradas noinício e no final desse período, quando ascondições climáticas são mais favoráveispara resposta à irrigação.

MANEJO DA ADUBAÇÃOPOTÁSSICA

O K é absorvido pelas raízes como K+,transportado via xilema para a parte aérea,movimenta-se livremente pelo interior daplanta e não forma compostos orgânicos.Desempenha importantes funções, poisaltera a atividade de várias enzimas,ativando-as ou inibindo-as. É requerido

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Produção intensiva de pastagens 65

2500

2000

eus:

1500Ôl6 •euC,)Q)cneu 1000;meu::i:

---1Q ciclo

--2Qciclo

500. 1Q ciclo: Y = 952 + 10,746**N - 0,04749*N22Q ciclo: Y = 662 + 8,7405*N

R2 = 0,950R2 = 0,930

oO 45 90 135 180

Dose de N (kg/ha)

Gráfico 1 - Produção de matéria seca do capim-tanzânia em dois ciclos de pastejo, noperíodo de inverno, em resposta a doses de N - EPAMIG Centro-Oeste - Fa-zenda Experimental de Santa Rito (FESR), Prudente de Morais, MG

FONTE: Viana et 01. (2011 b).

para a síntese de proteínas e influenciaa fotossíntese pelo aumento da taxa defixação de carbono. Além disso, exercepapel fundamental na translocação decarboidratos produzidos nas folhas paraoutros órgãos da planta, está diretamenterelacionado com o controle de aberturae fechamento dos estômatos, de grandeimportância no balanço hídrico da planta,eatua na expansão celular e na osmorregu-lação das células (MARSCHNER, 1995).

Uma vez que o K pode translocar-selivremente na planta, os sintomas de defi-ciência desse nutriente ocorrem primeira-mente nas folhas mais velhas. De acordocom os sintomas descritos em Coutinhoet al. (2004), os capins com deficiênciadeK apresentam colmos finos, raquíticose pouco resistentes ao tombamento, en-quantoas folhas são pequenas, amareladasou amarelo-alaranjadas, com manchasnecróticas nas pontas e margens. As fo-lhasenvelhecidas secam da ponta para abase,com intensidade maior nas margens,assumindo, após secas, coloração parda,commanchas necróticas mais escuras. Nas

leguminosas forrageiras, a deficiência de Kinfluencia, além do crescimento da planta,a fixação do N por diminuição no númeroe no tamanho dos nódulos. Os sintomas vi-suais também caracterizam-se por clorosee necrose nos ápices e bordas dos folíolos,podendo evoluir para o enrolamento dasbordas necrosadas, completo secamento equeda dos folíolos,

Resposta de plantasforrageiras à ndubcçõopotássica

Gramíneas forrageiras com exigênciasdistintas quanto à fertilidade do solo oupotencial de produção apresentaram au-mentos na produção de MS em resposta àadubação potássica, em diversos trabalhosconduzidos em condições de solução nutri-tiva, vaso com solo e em campo (COUTI-NHO et al., 2004). Esses autores salientamque os capins tropicais apresentam alta ca-pacidade de resposta à adubação potássica,quando intensivamente manejados. Comoexemplo, Vicente-Chandler et aI. (1962apud COUTINHO et al., 2004) conduziram

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um experimento com os capins colonião,napier e pangola por três anos, em PortoRico, quando avaliaram doses de até2.160 kg/ha de ~O. Observaram que oscapins colonião e napier apresentaramincrementos significativos na produção deforragem até a dose anual de, aproximada-mente, 540 kg/ha de Kp. Para o capim-pangola, 260 kg/ha de KP foi a doseanual que propiciou os mais significativosaumentos de forragem.

A disponibilidade de K no solo temsido primordial para a resposta da gramíneaà adubação com esse nutriente. Mesmocapins considerados pouco exigentes emfertilidade do solo têm respondido posi-tivamente à aplicação do K em condiçõesde baixa disponibilidade deste nutriente nosolo (COUTINHO et al., 2004). Assim, agrande influência da disponibilidade dessenutriente na produção das forrageiras tomaos resultados da análise química do solouma ferramenta importante para efetuara recomendação de adubação potássica.Para tanto, esses autores sugerem o nívelcrítico de K no solo de 0,14 cmolj'dm'(55 mg/dm"), que deve ser interpretadocomo uma aproximação, uma vez que ospoucos trabalhos utilizados para calcularessa dose não foram desenvolvidos paraessa finalidade. Para Minas Gerais, visandoseparar situações de deficiência, é sugerido onível crítico de K no solo de 0,18 cmoljdm'(70 mg/dm'), que deve também ser conside-rado como uma aproximação (ALVAREZ Vetal.,1999).

Em leguminosas forrageiras, a respostana produção em função da adubação potás-sica também é influenciada pela capacida-de de o solo fornecer K. Neste sentido, aorelacionar as concentrações de K no solocom a produção de alfafa, o teor de K de0,18 cmolydm' (70 mg/dm') foi conside-rado limiar entre a alta probabilidade deresposta e a probabilidade quase nula deresposta à adubação potássica (BORGESetal., 1999 apud COUTINHO etal., 2004).

A resposta ao K está relacionada tam-bém com a disponibilidade dos outrosnutrientes. Por sua vez, a exigência emK pela planta está diretamente associada

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ao nível de produção, que é determinadopelo suprimento de N no sistema. Assim, aresposta da forrageira à adubação potássicadeve estar relacionada com a produção,que é influenciada pelas doses de N, damesma maneira como a capacidade do soloem suprir K (COUTINHO et aI., 2004). Aesse respeito, Bemardi e Rassini (2008),ao avaliarem o capirn-tanzânia sob cortesem função de três doses de N (l º ano: 100;500 e 1.000 kglha e 2º ano: 100,400 e 800kglha) e quatro relações de N:KP (1 :0,1:0,5, 1:1 e 1:1,25), verificaram que osmelhores resultados de produção de MSforam obtidos com as doses mais elevadasde N na relação N:~ O de 1:1,25. A relaçãoN:K20 calculada em experimentos sobcorte deve ser vista com reserva, uma vezque a intensa reciclagem de K obtida sobpastejo fica comprometida com o corte eremoção da forragem.

Além do N, a acidez do solo e outrosnutrientes também podem limitar a pro-dução e a resposta à adubação potássica.Como nos solos tropicais, os teores de Psão mais limitantes que os de K, não sedeve pensar em adubar a pastagem comK antes de ter resolvido o problema dalimitação do P (COUTINHO et al., 2004).De acordo com Sanzonowicz (1986 apudWERNER, 1994), o efeito da adubaçãopotássica na Brachiaria decumbens depen-deu da dose de P usada e, para um mesmonível de P aplicado, a resposta foi maior napresença da calagem.

Recomendação deadubação potássica

Em solos originalmente supridos deK e em sistemas mais extensivos, não seesperam problemas de sua deficiência naspastagens, uma vez que há reciclagemdesse nutriente pelo retomo ao pasto dasfezes e urina dos animais. No entanto,quando os teores de K no solo são bai-xos, é necessário aplicá-Io para corrigirsua limitação. A respeito do retomo deK via urina e fezes, é difícil determinaresta contribuição, visto que os animaisem pastejo não distribuem os nutrientesuniformemente na área. Cantarutti et aI.

(2001) relataram que, embora no pastejoos animais percorram a pastagem de modohomogêneo, o ato de excretar é diferentedo ato de pastejar, com concentração deexcreções em determinados locais comocercas, cochos, bebedouros e áreas sobinfluência de sombras.

Por outro lado, Coutinho et al. (2004)mencionaram que com maiores taxas delotação, com subdivisão da pastagem empiquetes e pastejo rotativo ocorre dimi-nuição da concentração de excreções emáreas restritas, aumentando a distribuiçãona área do pasto. Apesar disso, em áreasde pastejo intensivo, com elevada produçãode forragem e extração de K, recebendoaplicação de doses maiores de N, deve-sedar maior atenção à adubação potássica,para que o efeito da adubação nitrogenadapossa ser maximizado.

Recomendações de adubação potássi-ca para o estabelecimento e manutençãode pastagens em sistemas intensivos deprodução, considerando a disponibilidadede K no solo, encontram-se no Quadro 3.

No que se refere a não recomendaçãode adubação potássica para a condição dedisponibilidade de K no solo consideradaboa (valores maiores que 70 mg/dm'), al-guns comentários podem ser feitos. Deveser considerado que este valor crítico égeral, não sendo específico para as forra-geiras, o que pode levar a erros de inter-pretação e de recomendação de adubação,devendo ser, dessa forma, analisado comressalvas e não como verdade absoluta. Porexemplo, se o solo apresentar 75 mg/dm'de K, que não é um valor alto, não seria

recomendado adubação com K? Ademais,nos sistemas intensivos com produçõeselevadas de forragem, ocorre alta extraçãode K, o que pode acarretar empobrecimentodo solo a médio e a longo prazo. Nessecaso, seria pertinente monitorar a ferti-lidade do solo com mais frequência pormeio da análise química e, se necessário,efetuar a reposição pela adubação potássicade manutenção.

Para a fase de estabelecimento é re-comendável, especialmente para solos detextura média a arenosa, que a adubaçãopotássica seja feita em cobertura, quandoa forrageira cobrir 60% a 70% do solo,de modo que possibilite maior absorção emenores perdas por lixiviação. Se ocorrerdeficiência de potássio na fase inicial dedesenvolvimento das plantas em solosdeficientes desse nutriente, doses de 30 a60 kglha de K, O devem ser aplicadas, mes-mo em solos de textura média a arenosa,já que nessa dose não é apresentado riscode lixiviação. Quanto à adubação potássicade manutenção, para dose igualou inferiora 40 kglha de ~O, esta deve ser aplicadaa lanço em cobertura em dose única, noinício da estação chuvosa. Como as dosesrecomendadas para pastagens em sistemasintensivos são maiores, a adubação potás-sica deve ser parcelada em pelo menos trêsaplicações com intervalos de 30 dias, sendoa primeira aplicada no início da estaçãochuvosa (CANTARUTTI et al., 1999).

Ao recomendar o parcelamento da adu-bação potássica, esta deve ser feita juntoà adubação nitrogenada. A relação N:~Ode 1:1 tem sido recomendada, quando os

QUADRO 3 - Recomendação de adubação potássica para o estabelecimento e manutenção depastagens em sistemas intensivos de produção, considerando a disponibilidadede K no solo

Disponibilidade de K no solo

Adubação potássica Baixa Média Boa« 40 mg/drrr') (40 a 70 mg/dm''] (> 70 mg/drrr')

Estabelecimento (kg/ha 60 30 O

deK,O)

Manutenção (kg/ha de 200 100 OK,G)

FONTE: Cantarutti et al. (1999).

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teores de K no solo são baixos. Entretanto,em sistemas intensivos de exploração commaior ciclagem do K via partes mortas dasplantas, perdas de pastejo, fezes e urina,esta relação poderá ser modificada como tempo, dependendo do monitoramentoda fertilidade via análise do solo (COR-RÊA; SANTOS, 2003). Em experimentoconduzido na Fazenda Experimental deLeopoldina (FELP) da EPAMIG Zona daMata com novilhos de corte sob pastejorotativo de capim-napier, Fagundes et aI.(2007) estudaram, durante quatro estaçõeschuvosas, a combinação de três doses deN (100, 200 e 400 kg/ha) e três doses deK-P (50, 100 e 200 kg/ha), gerando com-binações com 1:2 até 1:0,125 de N:~O. Adisponibilidade de MS total, a composiçãoquímica do capim-elefante, bem como oganho de peso diário por animal não foraminfluenciados pelas doses de K, indicandoque até a relação 1:0,125 não houve com-prometimento da produção. Entretanto,estudos de longo prazo precisam ser feitospara saber até que ponto os teores de K nosolo são comprometidos. Por segurança,recomenda-se que essa relação N:~O nãoseja menor que 1:0,5 a 1:0,7, dependendodo teor de K no solo.

A principal fonte de potássio é o KCI(60% de ~O). O Brasil importa a maiorparte do fertilizante potássico utilizado naagricultura, especialmente, na forma decloreto de potássio (KCI). Em 2007, foramproduzidas 471 mil toneladas de ~O, cor-respondendo 11% da demanda nacional.Há previsões, ainda, de que esta demandade~O cresça 50% até 2015. Em face destecenário, há necessidade de buscar alterna-tivas econômicas aos fertilizantes tradicio-nais. Resultados de pesquisas indicam querochas contendo quantidades razoáveis defiogopita ou biotita podem constituir fontesalternativas de potássio para a agricultura.Algumas rochas com potencial de uso agro-nômico incluem rochas magmáticas alcali-nas (carbonatitos, kimberlitos, kamafugitos,flogopititos), rochas metassedimentarescálcio-silicáticas e produtos de metasso-matismo potássico (por exemplo: biotitaxisto, flogopita xisto, biotitito, flogopitito),

com distribuição ampla e variável em todoo território brasileiro (MARTINS et aI.,2008). Também, subprodutos da mineração,abundantes no Brasil, têm sido avaliadoscomo fontes alternativas de fertilizantes po-tássicos (COELHO; MARRIEL; ROCHA,2010). Embora promissores, estes materiaisprecisam ser mais estudados, especialmente,para uso como fertilizante potássico empastagens.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A adubação nitrogenada é a mais im-pactante em termos de ganhos de produçãode forragem, sendo de fundamental impor-tância para a manutenção da produtividadee sustentabilidade da pastagem. Para queseja usada como ferramenta estratégicapara maximizar a produção de forragem nossistemas intensivos de produção, no entanto,o solo deve estar devidamente corrigido esuprido adequadamente com P e os outrosmacro e micronutrientes. Como fonte de N,a ureia tem a grande vantagem de apresentaro menor custo/quilo de N. Por outro lado,apresenta as mais elevadas perdas de N,quando aplicada em condições desfavo-ráveis. Mais estudos devem ser realizadoscom o intuito de reduzir essas perdas.

O K também pode limitar a respostade produção das forrageiras de maiorexigência nutricional, especialmente emáreas de pastejo intensivo com aplicaçõeselevadas de N, onde ocorre alta produçãode forragem e alta extração de K. Dessaforma, deve-se dar maior atenção à adu-bação potássica, para que o efeito da adu-bação nitrogenada possa ser maximizado.Como o Brasil tem importado a maiorparte do fertilizante potássico utilizado naagricultura, há necessidade de buscar al-ternativas econômicas para os fertilizantestradicionais.

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