abaixo assinado - cister.fm · abaixo assinado pela reactivação do chafariz de são mamede o...

2
Abaixo Assinado pela reactivação do Chafariz de São Mamede O chafariz de São Mamede, construído durante o séc. XVI (segundos os registos), é parte integrante do complexo "Solar dos Melos", mandado edificar por Martim Afonso de Melo, que na época foi Vice-Rei na Índia, e está classificado como Património Edificado e Cultural pelo IGESPAR. É também a parte mais importante e fundamental na Arquitectura do Largo, centro da histórica aldeia de São Mamede. É neste Largo que todas as nossas crianças brincam e se divertem com a água que corre das duas bicas (ou corria) e onde as pessoas se encontram e falam das coisas das suas vidas. É também neste Largo do Chafariz que peregrinos, em peregrinação a Nossa Srª de Nazaré e Nossa Srª de Fátima, aproveitam para descansar e se refrescar. Desta Nascente (milagre da Natureza) esteve sempre dependente o povo de São Mamede: água para suas vidas e de seus animais, rega para as culturas, para higiene e alimento dos seus lares, etc. Também existe uma área denominada "Cerca", um grande tanque comunitário que retém (retinha) as águas vindas do lavadouro, que era partilhada entre pequenos agricultores num sistema de rotatividade, pelos dias da semana. Lavadouro esse, constituído por tanques onde as pessoas ainda lavavam as suas roupas, que actualmente também está seco. A arquitectura do "Solar dos Melos" está em função do aproveitamento das sobras do chafariz, com dois grandes tanques que retêm (retinham) a água que era utilizada para rega e gastos domésticos. Um chafariz que passou por grandes períodos de seca sem nunca ter secado. É o orgulho deste povo, que agora o olha como para quem olha um esqueleto, ao qual roubaram a vida. Assim foi o chafariz de São Mamede, até à última semana de Julho de 2019. Em 5 de Agosto, pelas 10h, a água parou totalmente de correr e nunca mais voltou. Por estes dias esteve água a correr com abundância numa regueira caudal, existente no sítio designado por "Barro Malta", devido a uma ruptura num tubo que leva água de um furo a grandes distâncias. Também os pomares, na zona designada "Barrocas" e "Quinta da Encarnação", foram bem regados nesses dias, que era visível o desperdício de água no terreno, devido a fugas nos tubos de rega gota-a-gota. Tudo isto em sítios onde nunca existiu água no Verão, e agora existe, graças a um furo, situado a 300m de um outro, que entrou em actividade por esses dias de Julho de 2019. Outros furos existirão nesta área, que as Autoridades competentes deverão averiguar e actuar em conformidade. Contactados a Junta de Freguesia de Roliça, Câmara Municipal do Bombarral e a APA-ARH Tejo e Oeste, estas entidades vieram ao local para analisarem a situação e ouvir opiniões dos locais. As suspeitas apresentadas pareceram não ter grande aceitação por parte dos técnicos da APA, tendo a Srª Engenheira, perante tudo isto, dito: "Esta Nascente, como outras obras aqui à volta, não consta no cadastro desta área e eu até podia ter licenciado um furo ao lado, ali no campo de futebol (50m de distância)". Colocam-se as seguintes questões: Estas licenças passam-se assim, quando estão em causa recursos hídricos já tão escassos? E a vida das populações? O chafariz tem muito próximo de cinco séculos, tal como o Solar dos Melos e não consta no cadastro? Património Arquitectónico classificado pelo IGESPAR e está ilegal? E os furos que o estão a destruir como são legais? Com que fundamentos? Tudo isto é muito estranho. Os abaixo-assinados exigem das entidades competentes uma solução para este problema e que venham para o terreno avaliar qual a forma de o fazer. Porque a água pública é um bem essencial para preservação da vida neste planeta.

Upload: others

Post on 23-Jul-2020

7 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Abaixo Assinado - cister.fm · Abaixo Assinado pela reactivação do Chafariz de São Mamede O chafariz de São Mamede, construído durante o séc. XVI (segundos os registos), é

Abaixo Assinadopela reactivação do Chafariz de São Mamede

O chafariz de São Mamede, construído durante o séc. XVI (segundos os registos), é parte integrante docomplexo "Solar dos Melos", mandado edificar por Martim Afonso de Melo, que na época foi Vice-Reina Índia, e está classificado como Património Edificado e Cultural pelo IGESPAR. É também a parte maisimportante e fundamental na Arquitectura do Largo, centro da histórica aldeia de São Mamede. Éneste Largo que todas as nossas crianças brincam e se divertem com a água que corre das duas bicas(ou corria) e onde as pessoas se encontram e falam das coisas das suas vidas. É também neste Largo doChafariz que peregrinos, em peregrinação a Nossa Srª de Nazaré e Nossa Srª de Fátima, aproveitampara descansar e se refrescar.

Desta Nascente (milagre da Natureza) esteve sempre dependente o povo de São Mamede: água parasuas vidas e de seus animais, rega para as culturas, para higiene e alimento dos seus lares, etc. Tambémexiste uma área denominada "Cerca", um grande tanque comunitário que retém (retinha) as águasvindas do lavadouro, que era partilhada entre pequenos agricultores num sistema de rotatividade,pelos dias da semana. Lavadouro esse, constituído por tanques onde as pessoas ainda lavavam as suasroupas, que actualmente também está seco.

A arquitectura do "Solar dos Melos" está em função do aproveitamento das sobras do chafariz, comdois grandes tanques que retêm (retinham) a água que era utilizada para rega e gastos domésticos. Umchafariz que passou por grandes períodos de seca sem nunca ter secado. É o orgulho deste povo, queagora o olha como para quem olha um esqueleto, ao qual roubaram a vida.

Assim foi o chafariz de São Mamede, até à última semana de Julho de 2019. Em 5 de Agosto, pelas 10h,a água parou totalmente de correr e nunca mais voltou. Por estes dias esteve água a correr comabundância numa regueira caudal, existente no sítio designado por "Barro Malta", devido a umaruptura num tubo que leva água de um furo a grandes distâncias. Também os pomares, na zonadesignada "Barrocas" e "Quinta da Encarnação", foram bem regados nesses dias, que era visível odesperdício de água no terreno, devido a fugas nos tubos de rega gota-a-gota. Tudo isto em sítios ondenunca existiu água no Verão, e agora existe, graças a um furo, situado a 300m de um outro, que entrouem actividade por esses dias de Julho de 2019. Outros furos existirão nesta área, que as Autoridadescompetentes deverão averiguar e actuar em conformidade. Contactados a Junta de Freguesia de Roliça, Câmara Municipal do Bombarral e a APA-ARH Tejo e Oeste,estas entidades vieram ao local para analisarem a situação e ouvir opiniões dos locais.As suspeitas apresentadas pareceram não ter grande aceitação por parte dos técnicos da APA, tendo aSrª Engenheira, perante tudo isto, dito: "Esta Nascente, como outras obras aqui à volta, não consta nocadastro desta área e eu até podia ter licenciado um furo ao lado, ali no campo de futebol (50m dedistância)".

Colocam-se as seguintes questões: Estas licenças passam-se assim, quando estão em causa recursoshídricos já tão escassos? E a vida das populações? O chafariz tem muito próximo de cinco séculos, talcomo o Solar dos Melos e não consta no cadastro? Património Arquitectónico classificado pelo IGESPARe está ilegal? E os furos que o estão a destruir como são legais? Com que fundamentos? Tudo isto émuito estranho.

Os abaixo-assinados exigem das entidades competentes uma solução para este problema e quevenham para o terreno avaliar qual a forma de o fazer. Porque a água pública é um bem essencialpara preservação da vida neste planeta.

Page 2: Abaixo Assinado - cister.fm · Abaixo Assinado pela reactivação do Chafariz de São Mamede O chafariz de São Mamede, construído durante o séc. XVI (segundos os registos), é

Chafariz a funcionar normalmente. Chafariz horas antes de secar Chafariz seco

Nome completo Nº CC ou do BI Localidade