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2015 VINDE, ADOREMOS! PROCLAMANDO Antigos princípios para adoradores de todas as épocas viverem

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2015

VINDE,ADOREMOS!

PROCLAMANDO

Antigos princípios para adoradores de todas as épocas viverem

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Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.É proibida a reprodução parcial ou total sem autorização

da Igreja Adventi sta da Promessa.

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

Diretor Alan Pereira Rocha

Conselho Editorial José Lima de Farias Filho Hermes Pereira Brito Magno Bati sta da Silva Osmar Pedro da Silva Otoniel Alves de Oliveira Gilberto Fernandes Coelho João Leonardo Júnior

IMPRESSÃO

Gráfi ca e Editora A Voz do CenáculoRua Dr. Afonso Vergueiro, nº 12 – Vila MariaSão Paulo – SP – CEP 02116-000Fone: (11) 2955-5141 – Fax: (11) 2955-6120

Revisão de textos: Eudoxiana Canto MeloCapa e editoração: Farol Editora

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Sumário

Apresentação .............................................................................. 4

Sábado, 7 de março

Congregar é fundamental (Hebreus 10:19-25) ........................... 6

Sábado, 14 de março

Entregue sua vida no altar (Romanos 11:33-12:2) .................... 14

Sábado, 21 de março

Todo cristão é um sacerdote (1 Pedro 2:1-10) .......................... 22

Domingo, 29 de março

Cultue a Deus do jeito certo (Colossenses 3:12-17) ................. 31

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Apresentação

Como é sabido, Paulo foi um dos mais importantes apósto-los de Jesus Cristo. Movido pelo Espírito Santo, escreveu qua-se metade do Novo Testamento, a respeito dos mais variados, importantes e profundos temas da fé cristã. Tamanha ousadia escriturística se vê na forma profunda como descreve Cristo Jesus como o mistério de Deus revelado aos homens para a salvação destes. Sua compreensão espiritual sobre o Deus re-velado em Jesus é sobremaneira elevada.

Ocorre que Paulo não é um “especialista” apenas em cris-tologia (a doutrina da pessoa e da obra de Cristo), mas, tam-bém, em eclesiologia (a doutrina da igreja de Cristo). Nas suas epístolas, o apóstolo discorre com autoridade espiritual rara sobre todos os aspectos da igreja de Jesus: de sua natureza a sua missão. Entre esses aspectos da eclesiologia, encontra-se um dos temas mais importantes: a adoração.

Neste livreto, encontram-se quatro estudos, em forma de pregação expositiva, sobre a adoração na igreja cristã. Três deles são baseados nas epístolas de Paulo, e um em uma das cartas do apóstolo Pedro, outro destacado e respeitado após-tolo de Jesus Cristo. Neste trabalho, você encontrará quatro ênfases: (1) A importância do salvo em Cristo congregar e viver comunitariamente no corpo de Cristo, a igreja; (2) na adoração,

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entregar-se verdadeiramente no altar de Deus; (3) ter consci-ência clara de que, como adorador, exerce, espiritualmente, uma forma de sacerdócio, e (4) chegar a um aprendizado sobre a teoria e a prática da adoração cristã bíblica.

A expectativa é que os pregadores e as pregadoras dos cul-tos de sábado e do último domingo do mês de março de 2015 sejam profundamente usados pelo Espírito Santo, ao exporem esses importantes temas espirituais, pois acreditamos que, se o conteúdo for entendido e aplicado pelos ouvintes, certamente produzirá uma adoração mais agradável a Deus, o único digno de ser adorado. Que nenhuma igreja de Cristo se furte a esse crescimento espiritual!

Fica a nossa gratidão aos componentes do Departamento de Educação Cristã – DEC –, pela dedicação e pelo esforço na produção de mais uma série de pregações Vinde, adoremos. Que Deus os recompense!

Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão des-te mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. (Rm 12:1-2)

Pastor José Lima de Farias FilhoPresidente da Convenção Geral da IAP

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Sábado, 7 de março

INTRODUÇÃO

Pela graça de Deus, estamos iniciando mais uma série de sermões do mês de março, um mês reservado para refletir-mos, em todos os sábados, sobre comunhão e adoração. Vin-de, adoremos! Antigos princípios para adoradores de todas as épocas viverem é o tema da série. Serão quatro sermões. Es-peramos em Deus que, em cada um deles, sejamos edificados pelo evangelho. Pois bem, neste primeiro sermão, vamos falar sobre a importância de congregar: “Congregar é fundamental”, é o título. E por que é importante falar sobre isso? Os dados do último senso do IBGE indicaram que cresceu, no Brasil, o nú-mero dos “sem-igreja”, aqueles que se consideram evangélicos ou cristãos, mas que não possuem vínculo algum com a igreja. De 2003 a 2009, o número daqueles que se consideram cris-tãos, mas que não são filiados a denominações cristãs passou de 4% para 14 %, no Brasil.1

Infelizmente, há muitos que estão distantes da igreja, hoje, por inúmeras razões impossíveis de serem detalhadas aqui. Al-guns desses simplesmente abandonaram a igreja e a fé; outros, porém, querem abandonar apenas a igreja e manter a fé; querem

1. Hunter (2012:9).

CONGREGAR É FUNDAMENTALHebreus 10:25

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ser cristãos, mas sem a igreja.2 Estes são aqueles que querem o noivo sem a noiva; o pastor, sem seu rebanho. Muitos que se di-zem evangélicos, em nossos dias, acreditam ser possível adorar a Deus de forma adequada, sem compromisso com sua igreja. Mas será possível? Biblicamente, a resposta é um categórico “não”. De acordo com Hebreus 10:19-25, para que adoremos a Deus, de forma adequada, congregar é uma prática fundamental. Por quê? Vejamos três razões apontadas pelo autor de Hebreus.

1ª razão: Por que Deus se agrada da assiduidade dos crentes

Hebreus 10.19-25 é um texto significativo para falarmos so-bre adoração. Poderíamos dividi-lo em duas partes. A primei-ra diz respeito ao maravilhoso benefício que a igreja desfruta, benefício este conquistado pela morte de Cristo: o livre acesso a sua presença (v.19-23). A segunda parte diz respeito às res-ponsabilidades que cada membro da igreja tem, uma vez que foi beneficiado por Jesus (v.24-25). A primeira dessas respon-sabilidades é a de se unir regularmente aos demais cristãos, a fim de adorar a Deus. O autor da epístola diz: Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns (v.25). A igreja de Cristo, desde seus primórdios, sempre se reuniu para adorar e cultuar a Deus (cf. At 2:41-47, 13:1-2; 1 Co 14:26).

No entanto, de acordo com o texto bíblico que estamos ana-lisando, havia alguns crentes que estavam deixando de frequen-tar os cultos de adoração; sua regularidade e sua frequência estavam em baixa. É justamente a respeito dessa prática que o autor da Carta aos Hebreus adverte seus leitores, de forma veemente. A regularidade aos cultos é essencial à adoração dos genuínos cristãos. Deus se agrada da assiduidade dos crentes

2. Lopes (2011:153).

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ao culto. É isso que nos ensina o texto de Hebreus. É claro que, em todo o mundo, há situações em que muitos cristãos não po-dem se unir a outros para adorar a Deus – como, por exemplo, em contextos de perseguição religiosa, em lugares longínquos, onde não existem outros cristãos por perto ou em casos de do-enças, que impossibilitam o crente de frequentar os cultos.

Entretanto, exceto em situações extremas como essas e ou-tras, a frequência regular à igreja, para o culto de adoração a Deus, é uma característica indispensável do verdadeiro mem-bro da igreja de Cristo. A Bíblia nos mostra, de maneira enfática, que Deus deseja ver seu povo unido, celebrando seu nome. É necessário destacar o fato de que a Carta aos Hebreus foi dirigi-da a cristãos que estavam sofrendo algum tipo de perseguição. Em decorrência disso, muitos estavam deixando de participar da adoração coletiva com o povo de Deus. Tamanha é a impor-tância da regularidade dos cristãos nos cultos que, mesmo cor-rendo o risco de serem perseguidos ou de sofrerem retaliações por sua fé, os cristãos são exortados, de maneira veemente, a não abandonar a prática de congregar para adorar ao Senhor.

Ser regular, frequente e assíduo nos cultos não salva nin-guém, é claro, mas é um sinal de quem já foi salvo pela graça de Jesus. Quem é salvo tem prazer em adorar a Deus e, por isso, é frequente nos cultos. Quando o cristão cultua a Deus com seus irmãos, “expressa seu amor por Jesus”.3 E o contrário também é verdadeiro: uma das primeiras indicações de falta de amor para com Deus e para com o próximo é ficar longe dos cultos de adoração.4 Cabe, aqui, uma pergunta: Você tem sido frequente nos cultos de adoração? Pense nisso! Essa é a primeira razão pela qual, para adorar a Deus, a prática de con-gregar é fundamental. Vejamos, agora, a segunda razão.

3. Kistemaker (2003:408).

4. Ibdem, p. 406.

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2ª razão: Porque Deus se agrada da comunhão dos crentes

A exortação da Carta aos Hebreus é para que não deixemos de congregar (Hb 10:25). Congregar é reunir-se, é encontrar-se, é ajuntar-se com outros cristãos para adorar a Jesus. É mais do que estar geograficamente no mesmo local ou ambiente que outros cristãos; é estar unido, é ter comunhão com os demais irmãos. Por isso, congregar é tão fundamental à adoração. De acordo com a Bíblia, a união do povo de Deus é imprescindível para a verdadeira adoração (Sl 34). A razão é que o próprio Deus a quem queremos adorar espera que o adoremos não somente de forma individual, mas também de maneira coletiva (cf. Sl 89:5, 107:32, 149:1).

O livro de Atos dos Apóstolos nos mostra uma igreja que es-tava sempre unida experimentando uma calorosa comunhão, enquanto adorava a Deus (At 2:41-47). Não estamos dizendo, é claro, que ele não recebe nossa adoração individual. Jesus disse que podemos adorar a Deus, seja no momento ou lugar em que estivermos, sozinhos ou não, basta tão somente que o adoremos em espírito e em verdade (Jo 4:23). Contudo, de acordo com a Bíblia, “é da vontade de Cristo que os seus discí-pulos se reúnam para ouvir e participar de todas as ordenanças da adoração e do culto evangélico”.5

O culto coletivo “é uma necessidade da vida cristã, e a co-munhão entre os irmãos sempre foi considerada um dos prin-cipais meios pelos quais se manifesta a graça”6 do nosso Deus. O livro de Salmos, que era o hinário de Israel, um tipo de Bra-dos de Júbilo para os judeus, já dizia: Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união (Sl 133:1). A comunhão

5. Henry (2008:796).

6. Wiley (2008:452).

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é tão importante para Deus que, quando está comprometida, a adoração também está. Jesus disse: Portanto, se estiveres apresentando a tua oferta no altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai conciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem apresentar a tua oferta (Mt 5:23-24).

O apóstolo João chega a dizer que, quando não estamos em comunhão como nossos irmãos, é impossível estarmos em co-munhão com Deus (1 Jo 1:5-7). Afinal, é impossível amarmos a Deus, se não amarmos o próximo (1 Jo 4:20). Infelizmente, há muitos cristãos que guardam rancores e mágoas por anos a fio. Não podemos ser assim, pois Deus se agrada da comunhão dos crentes. Por isso, estar em comunhão com os irmãos é tão im-portante para adorarmos verdadeiramente a Deus. Você está compreendendo como congregar é fundamental, para poder-mos adorar de forma adequada? Somente se estamos em co-munhão com nossos irmãos é que podemos, de fato, oferecer a Deus uma adoração que o agrade. Pois bem, essa é a segunda razão pela qual a prática de congregar é tão fundamental para a adoração. Vejamos agora a terceira.

3ª Razão: Porque Deus se agrada do serviço dos crentes

É bem provável que achemos estranha a ideia de associar a adoração ao serviço mútuo entre os cristãos; mas, de acordo com Hebreus, ambas as práticas estão entrelaçadas. O autor nos explica que, quando congregamos para adorar a Deus, devemos também servir aos nossos irmãos, pois esse é um glorioso ato de adoração ao Senhor. Veja o versículo 24, que diz: ... conside-remo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. De acordo com a Bíblia, não basta congregar com outros cristãos, a fim de adorar a Deus com palavras bonitas e canções poéticas; é preciso servir aos irmãos com atitudes.

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Ao olhar para o texto, “é interessante observar que a ênfase aqui não é sobre o que o cristão recebe da congregação, mas sim sobre a contribuição que ele pode dar a (sic) congregação”.7 Isso nos ensina que, a priori, não devemos ir à igreja para rece-ber, mas para dar. Não congregamos para nos beneficiar, mas para abençoar outros. Não somos membros de uma igreja para sermos servidos, mas, acima de tudo, para servir. A cultura con-temporânea preza o individualismo e incentiva o egocentrismo. Somos levados a nos preocupar apenas conosco. Assim, prefe-rimos frequentar a igreja, sem nos envolver com ela. Vamos à igreja assim como vamos a um shopping; assistimos ao culto as-sim como assistimos a um filme no cinema – só que sem pipoca.

Por duas vezes, a expressão “uns aos outros” se repete, nes-se texto. Diz que devemos considerar uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras (v.24) e que devemos admoestar uns aos outros (v.25). “Uns aos outros” é uma ex-pressão que se repete muito na Bíblia. Diz respeito aos man-damentos da mutualidade cristã. Por exemplo: Levai as cargas uns dos outros (Gl 6.2); Servi uns aos outros (1 Pd 4:10); Orai uns pelos outros (Tg 5:16); Amemo-nos uns aos outros (1 Jo 4:7) e assim por diante. É somente quando congregamos que pode haver o serviço mútuo entre os crentes, e, quando isso aconte-ce, Deus recebe nosso louvor.

As mãos que se erguem em adoração, na hora das canções, devem ser as mesmas a serem estendidas para ajudar os ir-mãos que necessitam. A boca com a qual louvamos a Deus, através de hinos, deve ser aquela que encoraja e admoesta os que precisam. Costumamos limitar a adoração a Deus ao mo-mento em que o grupo de louvor está entoando canções com os cristãos; mas, na verdade, a adoração, no culto, vai muito

7. Wiersbe (2006:480).

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além disso. Quando servimos aos irmãos (ajudando, encora-jando, aconselhando, auxiliando etc.), Deus é adorado. Quan-do congregamos, podemos fazer isso também.

CONCLUSÃO

São essas as três razões pelas quais podemos afirmar que, para adorar a Deus de forma adequada, congregar é uma prática fundamental. Primeiro, porque Deus agrada da assiduidade dos crentes; segundo, porque Deus se agrada da comunhão dos cren-tes, e, terceiro, porque Deus se agrada do serviço dos crentes. Ser assíduo na igreja, estar em comunhão e servir aos irmãos são expressões de adoração a Deus. É o que a Carta aos Hebreus nos ensina. Diante do que aprendemos, precisamos olhar para a nos-sa vida e fazer as seguintes perguntas: Eu tenho sido frequente nos cultos ou tenho deixado de congregar? Estou em comunhão com todos os meus irmãos? Tenho servido a eles, cumprindo os mandamentos da mutualidade cristã? Pense nisso!

Deus nos ama incomensuravelmente, e congregar é uma das maneiras pelas quais nós demonstramos, em resposta, o nosso amor por ele. Por isso, não deixe de congregar! Não fi-que em casa no sábado pela manhã, nem nos demais cultos oficiais da igreja. Vá ao templo! Vá adorar ao Senhor com seus irmãos! Diga como o salmista: Aleluia! Darei graças ao Senhor de todo o coração na reunião da congregação dos justos (Sl 111:1 – NVI). Tenha a mesma alegria que encheu o coração do compositor do Salmo 122, que disse: Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor! (v.1).

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REFERÊNCIAS

HENRY, Matthew. Comentário bíblico Matthew Henry: Atos a Apocalipse. Rio deJaneiro: CPAD, 2008.

HUNTER, Todd D. Dê outra chance à igreja: encontrando novo significado nas práticas espirituais. Tradução de William Lane. Viçosa: Ultimato, 2012.

KISTEMAKER, Simon. Comentário do Novo Testamento: Hebreus. Tradução de Marcelo Tolentino. São Paulo: Cultura Cristã, 2003.

LOPES, Augustus Nicodemus. O ateísmo cristão e outras amea-ças à igreja. São Paulo: Mundo cristão, 2011.

WIERSBE, Warren W. Comentário bíblico expositivo: Novo Testamento 2. Tradução de Susana E. Klassen. Santo André: Geográfica, 2006.

WILEY, Orton H. A excelência da nova aliança em Cristo: comen-tário exaustivo da Carta aos Hebreus. Tradução de Petrôneo Leone. Rio de Janeiro: Central Gospel, 2008.

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INTRODUÇÃO

Hoje, pela permissão de Deus, daremos continuidade à sé-rie de sermões deste mês: Vinde, adoremos!. O sermão de hoje focará o seguinte tema: Entregue a sua vida no altar. Para isso, usaremos como base o texto de Romanos 11:33-12:2. As Es-crituras conclamam o povo de Deus à adoração. De maneira emocionante, o escritor do primeiro livro das Crônicas enfatiza esse dever: Tributai ao SENHOR a glória devida ao seu nome; trazei oferendas e entrai nos seus átrios; adorai o SENHOR na beleza da sua santidade (1 Cr 16:29). Como se percebe, nesse texto, adoração tem a ver com entrega. As palavras “tributai” e “trazei” indicam isso.

Os sacrifícios de animais para expiação de pecados eram o ato mais comum de entrega utilizado no Antigo Testamento. Oferecia-se como tributo a Deus um animal sem defeito. No Novo Testamento, porém, a ênfase no ato de prestar culto a Deus recai sobre a entrega não mais do animal, mas da vida do próprio adorador. O texto base deste sermão revela isso. É aos pés de Deus que o verdadeiro adorador deve estar para lhe tri-butar a sua vida em adoração. Jó adorou ao Senhor, apesar das circunstâncias adversas (Jó 1:20). A sua entrega se constitui um

Sábado, 14 de março

ENTREGUE SUA VIDA NO ALTARRomanos 11:33-12:2

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exemplo para os cristãos de hoje. Sem reservas, glorifiquemos a Deus, entregando, sobre o seu altar, a nossa vida. Porém, al-gumas considerações devem ser feitas a respeito dessa prática. Analisemos a primeira delas:

1. Entregue sua vida no altar, levando em conta a grandeza de Deus

Paulo faz questão de começar esse trecho de sua carta pres-tando a Deus adoração. Assim escreve ele: Que Deus maravi-lhoso nós temos! Como é profunda a riqueza da sabedoria e do conhecimento de Deus! (Rm 11:33 – NBV). Aqui, temos o motivo pelo qual todos devem adorar unicamente a Deus: a sua grandeza. Não é a um deus morto que o verdadeiro crente presta culto. Mas ao Deus Todo-Poderoso, cuja grandeza pode ser percebida.

De que modo podemos enxergar a grandeza de Deus? O apóstolo explica que a grandeza de Deus é percebida por meio de sua sabedoria inescrutável. Assim diz ele: Como é profun-da a riqueza da sabedoria e do conhecimento de Deus! (Rm 11:33b). Deus é infinitamente sábio. Ele conhece todas as coi-sas. Ninguém é capaz de surpreendê-lo. Enganá-lo está fora de cogitação. Sua onisciência torna esse desafio algo impossível. A propósito, sendo nós criaturas finitas e caídas, como pode-ríamos sequer imaginar que seríamos capazes de penetrar a mente infinita de Deus?1 Ora, os pensamentos dele são mais altos do que os nossos (Is 55:8).

A grandeza de Deus é também percebida por meio de sua independência inquestionável. Veja o que Paulo diz a respei-to, em Rm 11:36a: Todas as coisas vêm única e exclusivamente dele, por ele e para ele. Deus é autossuficiente; não depende

1. Stott (2000:376).

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de ninguém. Ele não precisa de conselheiros, pois sabe de tudo (v.34); não necessita de recompensa, pois é o dono de tudo (v.35). Deus é a origem de todas as coisas. Tudo existe por meio dele. Não somos produtos de um aborto do universo, mas da criação de Deus. Ele não é uma criação da mente humana, mas o criador de tudo.

Em sua independência, Deus sustenta todas as coisas. Ele não criou o universo e o deixou por conta própria; não criou o ser humano e o abandonou a sua própria sorte. Deus man-tém todas as coisas sob seus cuidados. Ele nos preserva com sua misericórdia (Lm 3:22), de modo que tudo permanece em seu devido lugar, proporcionando-nos bem-estar e garantindo a existência da raça humana no planeta. Por isso, devemos en-tregar a nossa vida a Deus. Ele é maior que nós e completa-mente independente. Também é mais sábio. A sua grandeza torna-o merecedor de nossa inteira devoção. Portanto, a ele seja a glória para todo o sempre. Amém (Rm 11:36b).

Entregue a sua vida no altar, levando em conta a grandeza de Deus. Essa é a primeira consideração a ser adotada na prá-tica da adoração. Vejamos a segunda.

2. Entregue sua vida no altar, levando em conta sua necessidade de Deus

Uma vez tendo reconhecido e aceitado a grandeza de Deus, o adorador também precisa reconhecer e aceitar a sua própria dependência em relação a ele. Por isso, Paulo faz o seguinte apelo: Portanto, meus amados irmãos, eu apelo pelas mise-ricórdias de Deus (Rm 12:1). Em outras palavras, os cristãos, destinatários da carta de Paulo, deveriam considerar o fato de que, para adorar a Deus de verdade, careciam da ajuda divina. Não fosse a graça de Deus, por intermédio de Cristo, jamais po-deríamos andar em novidade de vida (Ef 2:8). Não é por mérito

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próprio que podemos nos achegar diante do trono da graça, mas por meio do sacrifício do inocente, o Filho de Deus.

A expressão “portanto”, de Romanos 12:1, liga esse texto ao anterior, que trata, de modo esplêndido, sobre a grandeza de Deus. Se ele é totalmente autossustentável e independente, não podemos afirmar o mesmo de nós, seres humanos. Duas razões sugerem que dependemos de Deus. Em primeiro lugar, a nossa dependência é atestada no fato de sermos criaturas de Deus. Assim observa o apóstolo: Todas as coisas vêm única e exclusivamente dele (Rm 11:36a). A criatura jamais poderá su-perar o seu criador. Deus é o dono de tudo. Se possuímos algo, é porque somos seus mordomos. Precisamos dos conselhos de Deus para viver. O mundo sem Deus seria destituído de valor, de sentido e de propósito.

Em segundo lugar, a nossa dependência é atestada no fato de sermos sustentados por Deus. Na continuação do versículo 36, Paulo afirma que todas as coisas existem por ele e para ele. É por causa dele que a terra dá frutos, a chuva rega o planeta e o sol nos aquece; é por causa de Deus que todas as espécies da Terra têm o seu próprio habitat natural. Somos limitados, e devemos reconhecer isso. Aliás, isso é necessário para que entreguemos a nossa vida no altar. Não podemos nos orgulhar de coisa alguma, pois orgulhar-nos equivale a comportar-nos como se fôssemos o próprio Deus, como se fôssemos os donos do lugar, como se tudo dependesse de nós.2 Quem age dessa forma engana-se.

Deus nos sustenta não somente provendo os meios para a nossa sobrevivência material. Ele também nos sustenta espi-ritualmente. O ato de nos oferecermos a Deus como sacrifí-cio vivo retrata nossa gratidão diante das suas misericórdias,3

2. Ibdem, p.378.

3. Ibdem, p.388.

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por meio das quais ele nos deu o seu Filho para morrer em nosso favor, justificando-nos graciosamente pela fé, tornando--nos seus filhos.4 No ato da adoração a Deus, não podemos esquecer quem ele é e quem somos. Deus está acima de nós. O trono é dele e o dever de adorá-lo é nosso. Ele é criador e nós, criaturas. Ele é Senhor e nós, servos.

Entregue a sua vida no altar, levando em conta a sua depen-dência de Deus. Essa é a segunda consideração a ser adotada na prática da adoração. Analisemos, agora, a terceira e última.

3. Entregue sua vida no altar, levando em conta a exigência de Deus

No sacrifício do Antigo Testamento, o animal era entregue e queimado integralmente sobre o altar. Do mesmo modo, nós devemos nos entregar totalmente para o Senhor. A adoração a Deus exige entrega, não parcial, mas integral. Vejamos o texto de Romanos 12:1: ... que vocês ofereçam seus corpos a Deus. Que eles sejam um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Esta é a verdadeira adoração que vocês devem oferecer a Deus. De acordo com esse texto, a adoração integral envolve o ofe-recimento do nosso corpo. O termo “apresentar”, utilizado em algumas versões da Bíblia, significa, neste versículo, apresentar de uma vez por todas. Paulo ordena uma entrega definitiva do corpo ao Senhor, como os noivos se entregam um ao outro na cerimônia de casamento.5 Cada parte do nosso corpo deve ser dedicada à adoração a Deus.

O culto agradável a Deus vai além do que é puramente inte-rior, abstrato e místico. Há quem afirme que Deus só quer o co-ração do adorador. Será que é isso mesmo? Não, obviamente.

4. Ibdem, p.387.

5. Lopes (2010:398-399).

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O nosso corpo é importante nesse processo. Aliás, ele é templo de Deus. Devemos glorificar a Deus em nosso corpo, contem-plando o que é santo, deleitando-nos em ouvir o que é puro, utilizando as nossas mãos para praticar o que é reto, usando nossos pés para caminhar por veredas de justiça.6 É nisso que consiste o culto espiritual e racional: a entrega de nosso corpo ao Senhor.

A adoração integral envolve, também, a transformação da nossa mente. Agora, veja o versículo 2 de Romanos 12: Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experi-mentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Na fôrma do mundo, há mudanças o tempo todo. O erra-do ontem é certo hoje; o repudiado ontem é aplaudido hoje.7 Por isso, não podemos amoldar-nos ao padrão estabelecido por esse sistema maligno, o mundo. Cristo, a quem seguimos, é o modelo absoluto, por meio de quem devemos ser guiados.

Há somente duas alternativas, sem meio termo: amoldar-se ao mundo ou experimentar a vontade Deus. Esses dois siste-mas de valores são incompatíveis e colidem um com o outro. Eles se divergem naquilo que é relacionado a sexo, honestida-de, dinheiro, comunidade, religião ou qualquer outra coisa.8 De qual lado ficaremos? É impossível entregarmos integralmente a nossa vida a Deus, estando conformados com o sistema maligno. Bem disse o apóstolo Tiago, em sua carta: Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus (Tg 4:4b). Com um corpo santificado e uma mente trans-formada, entreguemos a nossa vida no altar!

6. Idem, p.399.

7. Ibdem, p.401.

8. Stott, op. cit., pp.391-392.

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CONCLUSÃO

Chegamos ao final deste sermão, no qual fomos conclama-dos, pela palavra, a entregar a nossa vida no altar, levando em conta, primeiramente, a grandeza de Deus, pois sua sabedoria é inescrutável e sua independência, inquestionável. Depois, fomos instigados a levar em conta a nossa dependência em re-lação a Deus, que é criador e mantenedor de todas as coisas. Por fim, fomos encorajados a levar em conta a exigência de Deus: a oferta do nosso corpo e da nossa mente a ele. Trata--se uma adoração interior, mas que não se limita a isso. Ela é perceptível por meio das ações produzidas pelos membros de nosso corpo.

O nosso culto a Deus deve ser espiritual. Mas não pode li-mitar-se a rituais e celebrações ministrados dentro das quatros paredes do templo, como a maioria de nós está acostumada a presenciar. Esse culto deve estender-se ao nosso dia-a-dia. Essa adoração deve manifestar-se no bom trato entre os cônju-ges, nas boas relações de pais e filhos no lar, no respeito entre patrões e empregados, na solidariedade entre as pessoas, no relacionamento dentro do corpo de Cristo. Que o Senhor nos ajude a adorá-lo além das quatro paredes do templo. Amém.

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REFERÊNCIAS

LOPES, Hernandes Dias. Romanos: o evangelho segundo Paulo. São Paulo: Hagnos, 2010.

STOTT, John R. W. A mensagem de Romanos. Tradução de Silêda e Marcos D. S. Steuernagel. São Paulo: ABU, 2000.

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Sábado, 21 de março

INTRODUÇÃO

Chegamos ao terceiro sermão da série do mês de março, mês de Comunhão e Adoração: “Vinde, adoremos! Antigos princípios para adoradores de todas as épocas viverem”. O terceiro princípio será extraído do trecho de 1 Pedro 2:4-10. “Todo cristão é um sacerdote” é o título deste sermão. Indo direto ao ponto, você já deve ter observado que, nesta porção bíblica mencionada, temos, por duas vezes, os cristãos sendo chamados de sacerdotes: ... como pedras vivas, sois edificados para serdes sacerdócio santo (...). Mas vos sois a geração elei-ta, o sacerdócio real (1 Pd 2:5,9 – grifos nossos).

Essa figura do sacerdócio, usada pelo apóstolo Pedro, era bem conhecida dos cristãos, especialmente os cristãos judeus da dispersão, público-alvo da carta (1 Pd 1:1). Basicamente, o sacerdote, no Antigo Testamento, exercia um papel de me-diador entre o povo e o próprio Deus, oferecendo sacrifícios e orando em seu favor. Mas nem todo o povo era sacerdote do altíssimo. Dentro da tribo de Levi, Deus estabeleceu Arão como tal, e o sacerdócio ficou restrito à sua descendência. Contudo, o apóstolo Pedro diz que, na Nova Aliança, as coisas mudaram. Aprendemos, com base em 1 Pedro 2:4-10, que o povo de Deus

TODO CRISTÃO É UM SACERDOTE1 Pedro 2:4-10

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não possui um sacerdócio, o povo de Deus é um sacerdócio e cada cristão é um sacerdote. O que isso significa? É o que vere-mos neste sermão, que tratará sobre quatro questões básicas relacionadas ao tema.

1ª Questão: A singularidade do sacerdócio cristão

Para entendermos corretamente a analogia proposta pelo apóstolo Pedro, vamos recorrer novamente ao texto e ao seu contexto. É possível vermos a singularidade do sacerdócio cris-tão. Parte por parte, sigamos sua linha de raciocínio. No versí-culo 4, Jesus é chamado de pedra viva. Como se pode perceber, nos versículos 7-8, Pedro escolheu essa metáfora tendo em mente o Salmo 118:22 e Isaías 28:16. Ele já havia mencionado esses textos (cf. At 4:11-12), em um sermão, diante do Siné-drio. O próprio Jesus havia citado esses textos, comparando-se com esta pedra rejeitada, que, depois, se torna a pedra prin-cipal (Mt 21:42). Todos esses textos têm como pano de fundo uma tradição segundo a qual, na construção do templo de Sa-lomão, os construtores haviam rejeitado uma pedra de forma incomum, só para descobrir, mais tarde, que precisariam de uma pedra exatamente daquela forma.1

Jesus é essa pedra que fora rejeitada pelos homens, mas escolhida por Deus e preciosa. O adjetivo “viva” é uma possível referência à ressurreição de Jesus. Ele está vivo! E, diante desse fato, aqueles que foram unidos a Cristo também são chama-dos de “pedras vivas”. Recebemos vida espiritual dele. Todas esas pedras vivas formam um edifício espiritual (1 Pd 2:5). Toda pessoa que crê em Cristo é extraída da pedreira do pecado e cimentada, pela graça, ao grande edifício que está sendo edifi-cado por ele, chamado igreja. Por que esse edifício é chamado

1. Allen (1985:183).

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de espiritual? Os judeus estavam acostumados a ir ao templo adorar. Agora, os cristãos são o próprio templo, e Deus vem habitar neles. Uma forma superior de adoração é estabeleci-da.2 Prova disso é a continuação do versículo. Os cristãos, como pedras vivas, formam o edifício espiritual, para ser sacerdócio santo (v. 5). Que imagens fantásticas!

Deus não nos fez apenas templo, no qual ele habita e é adorado, mas nos fez sacerdotes nesse templo. É uma dupla metáfora. Somos o templo e os que oficiam nele. O verdadeiro templo não é mais o de Herodes, com suas pedras lindíssimas. O verdadeiro sacerdócio também não está mais restrito à tribo de Levi e à família de Arão. Os cristãos são templo e sacerdotes, ao mesmo tempo. Pedro diz que esse sacerdócio é santo, ad-jetivo que mostra que o sacerdócio deve ser dedicado a Deus. Tudo que os sacerdotes fazem para ele é para agradá-lo. É sig-nificativo mencionar que todos os cristãos fazem parte desse sacerdócio, “e não somente um grupo de clérigos institucional-mente ordenados ou alguma casta sacerdotal”.3 Nesse sentido, o sacerdócio cristão é singular. Cada cristão é responsável por interceder por si mesmo e pelo outro, diante de Deus. Você pode louvar a Deus por sua nova posição?

2ª Questão: Os privilégios do sacerdócio cristão

Quais são os privilégios de saber e fazer parte do sacerdó-cio cristão? É disso que falaremos agora. Em primeiro lugar, e o principal deles, como sacerdote, você pode comparecer diante de Deus. Como o apóstolo inicia o trecho que estamos anali-sando? Qual a primeira palavra? Chegando-vos para ele (...). Aproximai-vos do Senhor (1 Pd 2:4 – Tradução da CNBB – gri-

2. Champlin (1979:116).

3. Mueller (1988:128).

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fos nossos). Na Nova Tradução na Linguagem de Hoje, esta úl-tima parte está assim: Cheguem perto dele. Chegar-se a Jesus é chegar-se ao Pai. Temos, aqui, um convite para os cristãos se aproximarem de Deus. A palavra em questão indica uma aproxi-mação familiar, habitual e uma associação íntima.4 O Comentá-rio do Novo Testamento Aplicação Pessoal,5 acertadamente, diz que a palavra “chegar-se” não se refere à salvação inicial, mas à constante aproximação e a nossa vida na presença de Cristo.

Por que essa aproximação é possível para nós, hoje? Na Antiga Aliança, só os sacerdotes e os levitas serviam diante do altar e podiam entrar no santuário ou no templo. O povo “comum” não entrava no santuário: ia até a porta entregar o sacrifício, no máximo. Só o Sumo Sacerdote, uma vez por ano, podia entrar no Santo dos Santos (o lugar mais sagrado do templo), com o sangue da expiação pelos pecados do povo, e isso depois de seguir à risca uma série de regras. Contudo, essa aproximação é possível, hoje, a todo cristão, em razão de Jesus, a Pedra Viva, ter sido morto em nosso lugar, pagando o preço do pecado da humanidade, definitivamente. Quando o véu do templo foi rasgado, na morte de Jesus, a boa nova de alegria pôde ser anunciada: o caminho para Deus está aberto!6 Seu sa-crifício pelos pecados suplantou o Santo dos Santos! Todos os crentes, agora, podem comparecer diante de Deus a qualquer momento, com qualquer necessidade! Fazemos isso através da oração, dos louvores, da nossa vida diária etc. Temos acesso à presença de Deus.

Em segundo lugar, como sacerdote você é um representan-te de Deus. O apóstolo volta com a imagem do sacerdócio no versículo 9, em que descreve a identidade corporativa dos cris-

4. Vincent (2012:556).

5. (2009:712).

6. Mueller, op. cit., p.125.

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tãos: Mas vos sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido (grifo nosso). Destacamos a expressão “sacerdócio real”. Pedro está citando Êxodo 19:6. O que agora está sendo atribuído à igreja, outrora fora atribuído a Israel. Apesar de nem todas as pessoas serem separadas para servir como sacerdote, a nação de Israel, na Antiga Aliança, tinha a missão sacerdotal de servir de ponte entre o Todo-Poderoso e as outras nações.7 Contudo, Israel falhou. Agora, a missão foi dada à igreja. Ela é a comunidade responsável por ser bênção a todos os povos da Terra. Somos sacerdotes reais. É régio ou real este sacerdócio porque serve ao Rei de toda a Terra! É real porque é serviço em prol do reino de Deus!8 Não é realmente um grande privilégio servir como sacerdote? Você está a servi-ço do Rei de todo universo e desfruta de sua presença.

3ª Questão: As responsabilidades do sacerdócio cristão

Além de privilégios, o sacerdócio cristão também traz con-sigo responsabilidades. Pensando nos sacerdotes da época do Antigo Testamento, uma de suas principais responsabilidades cotidianas era oferecer sacrifícios de animais no Templo. Tam-bém eram responsabilidades suas ministrar a Palavra de Deus e mediar situações de conflito entre o povo, de acordo com a mesma (Dt 17:8-13, 19:17, 21:5, 31:9; Ml 2:7). E nós, cristãos? Como sacerdotes, quais são as nossas responsabilidades? O apóstolo Pedro, no texto que estamos estudando, apresenta--nos, ao menos, duas dessas responsabilidades.

Em primeiro lugar, o sacerdote cristão tem a responsabilida-de de oferecer sacrifícios espirituais (v.5b). Esses sacrifícios são chamados de “espirituais” justamente para diferenciá-los dos

7. Shedd (1993:47).

8. Mueller, op. cit., p.135.

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“materiais”, oferecidos pelos sacerdotes do Antigo Testamen-to. São chamados de “espirituais”, também, porque só conse-guimos entregá-los com a ajuda do Espírito Santo, que vive em nós. E o que são esses sacrifícios espirituais? Dizem respeito à entrega da nossa própria vida a Deus, como oferta, para seu agrado e glória. A nossa vida, em todas as suas dimensões deve ser entregue a Deus e vivida para ele. Sacrifícios espirituais não são somente aqueles que se prestam na esfera do culto – quando pregamos, oramos, louvamos, jejuamos etc. Isso seria uma limitação do sacerdócio. Já vimos que somos o “templo” espiritual de Deus e os “sacerdotes” que nele oficiam. Por isso, a nossa vida deve ser vivida como se fôssemos sacerdotes em um templo, o tempo todo. A “sala de aula do professor deveria ser o seu altar; a biblioteca do erudito deveria ser o seu altar; o lar da dona de casa deveria ser o seu altar”.9

Em segundo lugar, o sacerdote cristão tem a responsabilida-de de anunciar as grandezas de Deus (v. 9b). Israel fora chama-do por Deus para ser bênção para as outras nações, um reino sacerdotal para influenciar positivamente; mas Israel falhou, imitando as outras nações e tornando-se idólatra. Os cristãos foram chamados das trevas, feitos sacerdotes reais, para anun-ciar ou promover os atributos maravilhosos de Deus a todos os povos, por meio de sua voz e de sua vida. Cada cidadão do céu “é um anúncio vivo das virtudes de Deus e das bênçãos da vida cristã”.10 Levemos isso a sério!

4ª Questão: O mediador do sacerdócio cristão

Já dissemos, neste sermão, que o sacerdote, por definição, era um intermediário. Representava o povo diante de Deus. O

9. Champlin (1979:115).

10. Wiersbe (2006:519).

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sacerdote cristão apresenta a si mesmo e aos outros diante de Deus. Contudo, o que faz com que seus sacrifícios espirituais sejam aceitos diante do Senhor não está em si mesmo. Pedro diz que os sacerdotes devem oferecer sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus (1 Pd 2:5c). A palavra grega usada por ele poderia ser traduzida, sem nenhum problema, por “aceitável” ou “bem-vindo”. Então, os cristãos, como sacerdotes, devem oferecer sacrifícios espirituais que sejam bem-vindos a Deus.

Como é possível oferecer sacrifícios espirituais que são bem-vindos a Deus e recebidos por ele? O que faz com que Deus aceite a nossa vida como sacrifício? A parte final do versí-culo 5 responde com clareza: ... por meio de Jesus Cristo. A Bí-blia Viva traduz com mais clareza: ... vocês são aceitáveis a ele por causa de Jesus Cristo. Jesus é o grande sacerdote “em favor de toda a humanidade (Hb 4:14-16, 5:1-10, 7:20-28), que vive assentado à direita do Justo Juiz, oferecendo continuamente sua intercessão por aqueles que dela necessitam”.11 É só por causa dele que somos aceitos diante de Deus. Ele é o mediador dos mediadores, o sacerdote dos sacerdotes.

Devemos fazer tudo em nome de Cristo. Se o louvor dos nossos lábios for feito para o nosso próprio prazer e para a nos-sa glória, não serão aceitos como sacrifícios espirituais. Se nos-sa ajuda ao próximo ou à igreja é para o nosso próprio louvor, não será aceita como sacrifício espiritual. Se nosso esforço no trabalho ou na faculdade é para o nosso próprio louvor, não será aceito como sacrifício espiritual. Todo sacrifício espiritual só é bem-vindo quando é feito para a glória de Deus; afinal, não é aceito em razão do que está sendo sacrificado, nem por causa do sacrificante, mas por causa de Jesus. Ele é o alvo e a fonte de toda a nossa existência. Façamos tudo para sua glória!

11. Mueller, op. cit., p.129.

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CONCLUSÃO

A doutrina do sacerdócio dos crentes, apresentada neste sermão, foi uma das grandes contribuições da Reforma Protes-tante, através de Martinho Lutero.12 Ele rejeitou o sistema hie-rárquico da igreja, que dividia as pessoas entre clérigos e leigos e atribuía autoridade a um sacerdócio exclusivo, composto de padres ordenados, como mediadores necessários entre Deus e os homens. Esse reformador lutou para quebrar o jugo de uma classe usurpadora e chamou os “leigos” para desfrutarem do sacerdócio espiritual, por meio de Cristo, com base nas Escri-turas. Cada cristão pode aproximar-se de Deus, interceder por si mesmo e pelos outros.

Obviamente, isso não significa que não deva mais haver líderes na igreja. Esta é um corpo em que cada um atua de maneira diferente, de acordo com o dom que recebeu. Exis-tem aqueles que são chamados para liderar e atuar na capa-citação dos santos. Contudo, isso não significa que estes têm mais acesso a Deus do que os que não estão em posições de liderança; também não significa ou que a mediação dos líderes é necessária para que alguém chegue diante de Deus. Não é isso que a Bíblia ensina. Todos somos sacerdotes do altíssimo. É singular essa nossa posição. Há privilégios maravilhosos e responsabilidades que devem ser levadas a sério. Diante disso, por meio de Jesus, continuemos a oferecer sacrifícios espiritu-ais a Deus, com a nossa vida.

12. Bortolleto Filho (2008:888).

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REFERÊNCIAS

ALLEN, Clifton J. ed. Comentário bíblico Broadman: Novo Testa-mento: vol. 12. Tradução de Adiel Almeida de Oliveira. Rio de Janeiro: Juerp, 1985.

BORTOLLETO FILHO, Fernando (Org.). Dicionário brasileiro de teologia. São Paulo: ASTE, 2008.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo: vol. 6. São Paulo: Milenium, 1979.

COMENTÁRIO do Novo Testamento aplicação pessoal: vol. 2. Tradução de Degmar Ribas. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.

MUELLER, Ênio R. 1 Pedro: introdução e comentário. São Paulo: Mundo Cristão e Vida Nova, 1988.

SHEDD, Russell P. Nos passos de Jesus: uma exposição de 1 Pedro. Tradução de Valéria Fontana. São Paulo: Vida Nova, 1993.

VINCENT, Marvin R. Vincent: Estudo no vocabulário grego do Novo Testamento. Tradução de Degmar Ribas Júnior e Marcelo Siqueira Gonçalves. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

WIERSBE, Warren W. Comentário bíblico expositivo: Novo Tes-tamento: vol. 2. Tradução de Susana E. Klassen. Santo André: Geográfica, 2006.

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Domingo, 29 de março

INTRODUÇÃO

Antes de meditarmos no texto de Colossenses, vamos nos lembrar dos sermões que estamos estudando, neste mês de março, mês de Comunhão e Adoração. Já refletimos que Con-gregar é fundamental, no primeiro sábado; depois, vimos que devemos Entregar nossa vida no altar; no terceiro sermão, aprendemos que Todo cristão é um sacerdote. Pela graça de Deus, chegamos ao último sermão desta série, que tem como título: Cultue a Deus do jeito certo. É necessário falarmos so-bre o “jeito certo” de cultuar porque existe o “jeito errado”. É comum vermos extremos: por um lado, há cultos desorganiza-dos; por outro lado, há cultos que, de tão organizados, chegam a ser engessados e frios. Qual é o jeito certo?

Assim como acontece em nossos dias, nos tempos bíblicos, havia pessoas com atitudes e sentimentos equivocados, no culto coletivo. Por isso, a Bíblia é repleta de orientações e até mesmo repreensões a esse respeito: Lv 10:1-11; Sl 24; Ec 5:1; Ml 1:6-14; Rm 12:1-2; Ef 5:15-21. Cada um desses textos daria um bom ser-mão. Contudo, queremos, hoje, refletir em Colossenses 3:12-17 e verificar o que o apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, tem a nos dizer sobre a maneira correta de adoramos a Deus, em

CULTUE A DEUS DO JEITO CERTOColossenses 3:12-17

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nossos encontros no templo. Para Paulo, o culto do jeito certo é aquele em que Cristo é o centro e tudo é feito de acordo com a sua vontade. A esse respeito, podemos identificar alguns princí-pios no nosso texto-base. Vamos ao primeiro princípio:

1. Um culto do jeito certo é praticado com um coração santificado

Culto é algo espiritual, assim como toda a vida do cristão o é. O cristão deve oferecê-lo com esta consciência: de santida-de. A santidade deve estar presente nos cultos, porque Deus é santo (Lv 11:44; Ap 4:8). Ele não tem pecado, e todas as suas ações são norteadas pela santidade: “Deus não tem pecado, Ele não se conforma a alguma padrão de santidade – Ele é o padrão”.1 Somos pecadores, mas, por meio da fé em Jesus, po-demos e devemos ser santos. Por isso, Paulo diz: Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados (Cl 3:12a).

Em Cristo, fomos escolhidos por Deus e somos santificados e amados por ele. Diante disso, devemos nos revestir. Segundo estudiosos, essa palavra traz a ideia de vestir-se com uma rou-pa. Se nos despimos do velho homem, com suas más ações (Cl 3:9), devemos nos revestir do novo homem, com novas ações.2 Em Colossenses 3:12b, aprendemos que precisamos nos reves-tir de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Este parece ser um check-up do coração dos cristãos. Podemos entender que esse é o cora-ção que Jesus requer daqueles que o cultuam. Pureza de cora-ção sempre foi uma exigência na adoração (Sl 24:3-4).

Esse coração deve ter misericórdia, que é compaixão pe-los miseráveis, pois fomos alcançados por essa misericórdia

1. MacArthur (2013:48).

2. Lopes (2008:178).

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(1 Pd 2:10). Temos também de exercer a bondade, que é o cuidado para com a necessidade de todos, e a mansidão, que é disposição para ceder nosso direito, ter “cabeça fria”. Para cultuar a Deus do jeito certo, precisamos, ainda, desenvolver a longanimidade, que é o exercício do controle, diante de si-tuações difíceis e de pessoas complicadas.3 O coração de quem cultua ao Senhor do jeito certo é um coração que foi trans-formado por Deus (Ez 36:25-26); portanto, deve viver dessa forma. Não há melhor forma de manifestar essas boas obras do que através dos relacionamentos. Isso nos leva ao segundo princípio, que é este:

2. Um culto do jeito certo é praticado com relacionamentos saudáveis

Se o cristão que faz parte da igreja tem um coração san-tificado pelo Senhor, deve manifestar, por meio de relaciona-mentos saudáveis, o que levará a comunidade a fazer um culto correto e abençoado por Deus (Sl 133). Em Colossenses 2:13, os cristãos são chamados a algumas posturas comunitárias. A primeira é: suportai-vos, com a ideia de dar suporte. Devemos servir de apoio aos que precisam. A segunda é: perdoai-vos. Sabemos que perdão é cancelamento de dívida; é suspender o prejuízo sofrido. A base desse perdão é sempre o amor de Jesus, que morreu na cruz e nos perdoou. Não conseguiremos adorar ao Senhor corretamente cheios de amargura, muito menos cheios de ódio por nosso irmão. Precisamos perdoar para adorar em espírito e em verdade.

Uma igreja em que há relacionamentos saudáveis certamente será uma comunidade de cura, uma igreja terapêutica. Isso é revelado em duas palavras encontradas nos

3. Ibdem, pp.182-185.

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versículos 14 e 15: Amor e paz. Vamos começar analisando a palavra amor. Este amor é o ágape, sacrificial, centrado no ou-tro. Esse amor, que leva à prática de boas obras em prol do próximo é o vínculo da perfeição (v.14). O amor de Deus ope-rado em nós é o elo para uma vivência comunitária melhor. Devemos ser a comunidade conhecida pelo amor aos outros.

A outra palavra que destacamos é paz, no versículo 15. Essa paz a que Paulo se refere não é intimista, mas é a paz de Cristo. Sabemos que ela se baseia na “convicção de que os pecados do passado foram perdoados, que o presente está sendo dirigido para o bem, e que o futuro não pode trazer separação entre Cristo e os seus”.4 Logo, é essa paz que deve conduzir o nosso coração, que deve arbitrar, reger nossa mente. Temos paz com Deus e, por isso, devemos ter paz com os nossos irmãos. A igre-ja que vivencia o amor e a paz de Cristo certamente cultuará a Deus de maneira correta. Adorar assim é adorar de acordo com a vontade de Jesus. Vejamos, agora, mais um princípio.

3. Um culto do jeito certo é praticado com centralidade na palavra

Até agora, fomos instruídos pela palavra de Deus quanto ao princípio de que, para oferecer um culto do jeito certo, é necessário fazê-lo com um coração santificado, com relaciona-mentos saudáveis. Agora, veremos que o que norteia o culto é a palavra de Cristo. O versículo 16a diz: Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo. Perceba que a palavra deve reger nossa vida na comunidade de fé. É o que Paulo diz no restante do v.16: ... instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração.

4. Hendriksen (2007:427).

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Nossa instrução e nossos conselhos devem ser feitos com a sabedoria vinda da palavra, regados pelo louvor a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão. Segundo Wiersbe,5 os salmos são os cânticos do Antigo Testamento; os hinos, provavelmente, são canções feita por cristãos a Deus; já os cânticos espirituais são poemas cantados, neste caso, por cristãos. Esses louvores devem ser cantados com gratidão e vir do coração do crente em Jesus, ou seja, devem ser sinceros e todos devem ter como fundamento a Palavra de Deus.

Na vida de cada cristão deve habitar a Palavra de Cristo; nas celebrações comunitárias, não deve faltar a Palavra de Cristo; os conselhos que damos devem ser direcionados pelos ensi-nos de Cristo; as músicas que cantamos devem ser cheias da Palavra de Deus. Devemos musicalizar a Palavra do Senhor, escolher louvores cujo fundamento seja a essa palavra. Seja-mos criteriosos, quando formos aconselhar alguém; sejamos cuidadosos, quando pregarmos as palavras no púlpito ou nos Pequenos Grupos; sejamos zelosos com os louvores que can-tamos, pois formam a mente de muitos; que sejam louvores bíblicos, cristocêntricos e inteligíveis. A Bíblia nos ajuda a ofe-recer esse culto que Jesus espera de nós, pois, nela, está reve-lada a vontade de Jesus. Vamos, agora, ao quarto princípio que encontramos no texto bíblico que estamos estudando:

4. Um culto do jeito certo é praticado totalmente em nome de Jesus

Sobre o último princípio que devemos observar, ao ofere-cer a Deus um culto da maneira certa, Paulo diz: E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai (Cl 3:17). Tanto

5. (2006:183).

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aquilo que cremos quanto aquilo que praticamos deve ser feito em nome de Jesus. Essa expressão, mais do que simplesmente dizer: “em nome de Jesus”, evoca a ideia de imitar o caráter do Senhor, ou seja, significa imitar a conduta do Senhor Jesus em tudo, seja em nossas palavras, seja em nossas ações. Não nos basta falar em nome de Jesus como se fosse frase mágica; também é necessário viver como Jesus. Em nosso culto a Deus, só podemos fazer aquilo que Jesus faria, se estivesse em nosso lugar. Sendo assim, fazer as coisas “em nome de Jesus” é fazer as coisas “de acordo com a vontade de Jesus”.

Nosso culto, seja pessoal ou comunitário, só será aceito pelo Pai, se for feito por meio de Cristo, como nos diz Hebreus 13:15: Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sa-crifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome. Não somente o culto, quando estamos reunidos, mas tudo que fizermos deve ser feito em nome do Senhor. Isso quer dizer que todas as nossas atividades, na convivência familiar, com a nossa vizinhança, no ambiente de trabalho, nos momen-tos livres de lazer e esporte, nas mídias sociais, devemos nos comportar como nosso Senhor, de acordo com a sua vontade.

Temos de levar isso muito a sério, quando nos reunirmos coletivamente para cultuar ao Senhor. Os dirigentes de culto devem refletir se a forma como conduzem o culto seria a de Jesus; os pregadores devem analisar se estão proclamando a palavra como Jesus; os músicos, cantores, grupos de coreogra-fia devem refletir se o que fazem está sendo de acordo com o Senhor. Todas as pessoas que vêm participar de um culto de-vem refletir se a forma como estão vindo é de acordo com o que Deus espera de seus adoradores. Para que nosso culto seja de modo correto, devemos fazê-lo conforme Jesus, como ele disse: em espírito e em verdade (Jo 4:23).

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CONCLUSÃO

Chegamos, então, ao final desta mensagem, baseada em Co-lossenses 3:12-17. Chegamos também ao fim desta série de ser-mões sobre adoração. Aqui, tivemos uma ideia de como nosso culto deve ser para ser do jeito certo, tanto pessoal quanto cole-tivamente. Aprendemos, pelo evangelho, que devemos ter um coração santificado, coração esse que é transformado, quando nos rendemos a Cristo. Vimos, também, que, como resultado dessa transformação, o culto que agrada a Deus é oferecido por uma comunidade em que há relacionamentos saudáveis. Afi-nal, essa é a comunidade dos transformados por Deus.

Vimos, ainda, que a palavra de Deus deve ser central em todas nossas atividades, para que esse culto, que deve ser fei-to “em nome de Jesus”, aconteça corretamente. Certamente, esses princípios lhe ajudarão a servir melhor ao Senhor. Peça ao Pai que encha você com o Espírito Santo, para que você o adore da maneira que o agrada, que edifique as pessoas, que mostra ao pecador a necessidade de salvação. Você precisa do poder de Deus para se submeter à vontade dele, para que seu culto agrade aquele que é centro do culto.

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38 | Igreja Adventista da Promessa

REFERÊNCIAS

HENDRIKSEN, W. Comentário do Novo Testamento: vols. 1 e 2: Tessalonissences, Colossences e Filemon. Tradução de Élzia C. Mullins et al. São Paulo: Cultura Cristã, 2007.

LOPES, Hernandes Dias. Colossenses: a suprema grandeza de Cristo, o cabeça da igreja. São Paulo: Hagnos, 2008.

MACARTHUR, John. Deus: face a face com sua majestade. Tra-dução de Waléria de Almeida Coicev. São José dos Campos: Fiel, 2013.

EDITORA A VOZ DO CENÁCULO APRESENTA

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O Apocalipse As sete igrejas do Apocalipse são igrejas reais e históricas ou são “eras” da história eclesiástica?

Quem é a besta?

O que é o sinal da besta?

Quem são os 144 mil assinalados?

Quem são as duas testemunhas?

Que livrinho é este?

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Onde e como será o milênio?

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