2011 suicidio

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SUICIDIO Enciclopédia Delta de História Geral: 2.500 aC, cidade de Ur –12 pessoas ingeriram veneno

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Page 1: 2011 suicidio

SUICIDIO

Enciclopédia Delta de História Geral: 2.500 aC, cidade de Ur –12 pessoas ingeriram veneno

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SUICIDIO

Suicídio

Gesto de coragem

Gesto e covardia

Ato de sucesso

Ato de fracasso

Direito legitimo

Ato criminoso contra si próprio

Um assassinato em que a vítima e agressor são a mesma pessoa

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...o suicídio foi a quarta causa de morte na população entre 10 e 24 anos em 2001.

No período de 1996 a 2002, foram registrados 400 a 500 suicídios a cada ano em SP, 80% na população até 54 anos de idade

Informações da Secretaria Municipal de São Paulo (2003):

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Cerca de 815.000 pessoas se mataram no ano 2000 em todo o mundo

Uma taxa de 14.5 para cada 100.000 habitantes

Um suicídio a cada 40 segundos

Organização Mundial da Saúde (OMS):

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“(...) a tentativa de suicídio é mais freqüente do que pensa a maioria das pessoas (...) Contudo o mais preocupante nesses resultados é a constatação de que são os jovens, em sua maioria mulheres, aqueles que mais buscam a morte voluntária”

Dutra, refere que:

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“A cada ano, aproximadamente 31.000 suicídios ocorrem nos EUA, e estima-se que 5.000 desses estão sob cuidados de um profissional da saúde mental, ou estiveram, 30 dias antes da tentativa de suicídio (...) é estimado que o número de terapeutas afetados por clientes que tentam suicídio pode variar entre 5.000 e 15.000 por ano”

Em relação a pratica do suicídio EUA, Hass admite:

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Na atualidade a patologia suicida é uma patologia social, então a terapêutica não pode ser senão comunitária. Sua prática ultrapassará o campo do consultório individual para impor como necessários o contato do médico com a família do paciente, as autoridades políticas, educacionais ...

Angermani- Camon. Suicídio: uma alternativa à vida, uma visão clinico existencial. São Paulo: Traço, 1986

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Cassorla mostra resultados de estudos realizados no Brasil com jovens suicidas:

“(...) estes provinham de lares perturbados, desfeitos, com um número significativo de doenças crônicas, somáticas e mentais, onde o alcoolismo é freqüente e não raro alguns membros dessas famílias têm problemas judiciais”

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não é possível prever o suicídio

identificar seus indícios

avaliar os níveis de risco

intervenção

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Fukumitsu comenta que nos EUA, em algumas clinicas, se dispõe de um formulário que é preenchido e assinado pelo paciente (suspeito de tentativa de suicídio), no qual este se compromete a não realizar essa prática

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Estes formulários apontam para duas questões:

-o paciente é responsável pelas suas escolhas

-de que se está despreparado para perder clientes por suicídio, porque não há procedimentos definidos a seguir diante dessa situação

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Trata-se de compreender o que está por trás da intenção suicida, a razão existencial do gesto extremo

Devemos prestar atenção não ao suicídio em si, mas a falta de sentido da vida

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O psicoterapeuta deve buscar compreender:

Qual comunicação que não pode ser comunicada

Qual palavra que não pode ser dita

Qual gesto não pode ser efetivado

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Devemos prestar atenção não ao suicídio em si, mas a falta de sentido da vida

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Hass diz respeito a experiência de perder um cliente devido ao suicídio:

Perder um cliente devido ao suicídio era meu grande medo e então se tornou uma realidade (...) A perda de um cliente traz um impacto devastador: em ambos os níveis: profissional e pessoal

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Como um psicoterapeuta pode compreender e instrumentar uma

intervenção?

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Risco suicida e implicações no processo terapêutico

É um sintoma e um ato. É uma questão ontológica

De qualquer forma ele envolve uma intencionalidade; a liberdade de escolher como viver ou morrer

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Sinais suicidas que aparecem no setting terapêutico

Falta de esperança

Comportamento social introvertido

Falta de energia

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A Organização de Saúde Mental aponta características do estado mental do paciente suicida :ambivalência, impulsividade e rigidez

Ambivalência: desejo de viver e morrer se confundem. Há urgência de se libertar da dor de viver e ao mesmo tempo há um

Muitos suicidas não querem morrer, apenas estão desconformes com a vida

O risco suicida diminui quando se oferece suporte para que o desejo de viver seja ampliado

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Ambivalência : Habita no sujeito ao mesmo tempo o desejo de viver e morrer

Impulsividade: O suicídio é também um ato impulsivo, como tal é temporário e dura alguns minutos ou horas.

Normalmente é despertado por situações negativas do cotidiano

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Rigidez: Nos suicidas os pensamentos, sentimentos e ações estão como que enrijecidos.

Há pensamentos direcionados a idéia de suicídio, o sujeito não consegue pensar em outras possibilidades ou soluções para aliviar a dor

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é quase impossível o terapeuta estar pronto para aceitar a possibilidade do

suicídio do cliente, mesmo sabendo sobre do risco eminente

Freqüentemente o terapeuta não vê claramente que o paciente é suicida, por isso é pego de surpresa

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Mesmo na ausência da maioria dos fatores de risco, não é eliminada a possibilidade de suicídio.

Soma-se a isto o fato de que durante as entrevistas, freqüentemente a pessoa não discute seus pensamentos suicidas abertamente

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Wise & Rundell apresentam uma lista de fatores de risco de suicídio

Psiquiátrico

•Depressão

•Alcoolismo. 50 vezes maior que a população geral, 25% de todos os suicídios

•Dependência química. 10% de morte de viciados são suicidas

•Disfunções da personalidade: compulsivos e boderlines

•Esquizofrenia

•Psicoses orgânicas

•Pessoas com tentativas anteriores de suicídio

•Histórico familiar: risco aumentado em gêmeos e adoção

•Pacientes e diálise tem risco maior que a população geral

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Psicológico

•Histórico de perdas recentes

•Histórico de perdas de pais na infância

•Datas importantes, comemorativas, feriados etc

•Instabilidade familiar

•Isolamento social; perda de suporte social

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Social

•Sexo: risco no homem é 3 vezes maior que na mulher

•Idade: aumento de probabilidade acima dos 45 anos; nas mulheres acima de 55 anos, depois a taxa declina

•Religião: protestantes e ateus tem maior risco que judeus e católicos

•Geografia: mais índice em conglomerados urbanos

•Estado civil:

divorciado>>solteiro>>viúvo>>casado

•Socioeconômico: extremos:

rico-pobre/aposentado,desempregado

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Diante da ambigüidade dos sinais suicidas e frente a vulnerabilidade do terapeuta, é importante:

-documentar todas as situações (contatos telefônicos, sessões extras com o paciente)

-incluir no contrato terapêutico a cláusula que diga que o sigilo será quebrado em casos de risco de vida do cliente, mas lembrando que o terapeuta entrará m contato com a família somente nesse caso de risco suicida e com o consentimento do paciente

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“...fazer pelos suicidas é oferecer a possibilidade de estar com, de lidar com o emergencial e, ao mesmo

tempo, ter a capacidade de se estar com o outro sem

fazer pelo outro”

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“...na relação dialógica permite-se que o vazio possa se

expressar”

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“...não se consegue tirar ninguém do vazio existencial, pois o vazio já está lá (...)Ajudamos nossos clientes a transformar o vazio estéril em vazio fértil”

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“O objetivo principal do primeiro atendimento psicológico é o estabelecimento de um sustentáculo emocional para que o paciente possa, em seguida , descobrir novas possibilidades e alternativas para sua vida”

Angerami-Camon:

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Três questões são necessárias levar em conta com pacientes suicidas:

1-reconhecer os fatores de risco

2-a atitude terapêutica é a escuta e a observação atenta do comportamento do cliente: avaliar o grau de depressão, as idéias suicidas, planos suicidas, o nível de autocontrole e a intenção suicida

3-se há potencialmente a possibilidade de suicídio deve-se explorar o problema do

suicídio com o cliente

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Frente a indícios de potencial suicida é prudente:

Monitorar o dia a dia do clienteDisponibilizar o atendimento a domicilio nos finais de semana

Contar com um acompanhante terapêuticoEm casos críticos, internação em hospitais que tenham um trabalho interdisciplinar

Focalizar os temas sobre as características positivas do cliente

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Em situações de tentativa suicida é necessário ampliar o sistema de apoio

Conscientizar a família sobre o risco porque é essencial contar com a ajuda familiar

Encaminhar para um psiquiatra ou profissional de saúde disposto a trabalhar interdisciplinarmente

A terapia familiar é muito importante quando mostra ideações suicidas. Algumas das tentativas de suicídio ocorrem em datas comemorativas, “reações de aniversário”

O terapeuta deve ter a mão telefones de emergência, de pessoas ligadas ao cliente e serviços públicos e privados

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Na situação de efetivação da tentativa de suicídio

Encaminhar o mais rápido possível para o hospital próximo, em caso de envenenamento ou uso de medicação levar a bula ou saber o nome do produto

É necessário ficar com a pessoa, nunca deixá-la sozinha

Comunicar ao médico da família e se for possível solicitar sua presença no hospital

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Referência Bibliográfica

FUKUMITSU, Karina. Suicídio e Psicoterapia. Uma visão gestáltica. São Paulo: Livro Pleno, 2005