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Análise de Balanços 1 ANÁLISE DE BALANÇOS Organizador: Professor Henrique Melo APOSTILA ALUNO: _______________________________________________ TURMA:_______________ BLOCO: ______________ PARNAÍBA / PI

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Análise de Balanços 1

ANÁLISE DE BALANÇOS Organizador: Professor Henrique Melo

APOSTILA

ALUNO: _______________________________________________ TURMA:_______________ BLOCO: ______________

PARNAÍBA / PI

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Análise de Balanços 2

SUMÁRIO

Análise das Demonstrações Financeiras / Contábeis ..................................................... 04 Análise Vertical ................................................................................................................... 04 Análise Horizontal .............................................................................................................. 05 Análise por meio de índices ................................................................................................ 06 Grau de endividamento .................................................................................................... 07 Participação de capitais de terceiros sobre os recursos totais (PCT) ............................... 07 Composição do endividamento (CE) ............................................................................... 07 Imobilização do capital próprio (ICP) .............................................................................. 08 Índice de Liquidez ............................................................................................................ 08 Liquidez Geral .................................................................................................................. 08 Liquidez Corrente ............................................................................................................. 09 Liquidez Seca ................................................................................................................... 09 Liquidez Imediata ............................................................................................................. 09 Índices de rentabilidade .................................................................................................... 10 Rentabilidade do capital próprio (RCP) ........................................................................... 10 Margem Líquida (ML) ou Rentabilidade sobre as Vendas .............................................. 10 Índices Complementares .................................................................................................. 11 Rotação de Estoques ........................................................................................................ 11 Rotação de Matéria-Prima ................................................................................................ 13 Rotação de Produtos em Elaboração ................................................................................ 13 Rotação de Créditos ......................................................................................................... 14 Prazo Médio de Pagamentos ............................................................................................ 15 Giro do Ativo Total .......................................................................................................... 16 Valor Patrimonial das Ações ............................................................................................ 16 Lucro Líquido por Ação ................................................................................................... 17 Preço/Lucro das Ações ..................................................................................................... 17 Capacidade de Pagamento ................................................................................................ 17 Capacidade de Pagamento (fórmula) ............................................................................... 21 Retorno do Ativo (ROA) ................................................................................................. 22 Retorno do Capital Próprio (ROE) .................................................................................. 22 Taxa de Crescimento Interno ........................................................................................... 23 Taxa de Crescimento Sustentável .................................................................................... 23 Estado de Insolvência / Falência ...................................................................................... 24 Capital de Giro – Terminologia ....................................................................................... 25 Capital de Giro ................................................................................................................. 27 Capital de Giro Próprio .................................................................................................... 27 Capital em Giro ................................................................................................................ 27 Capital de Giro Necessário .................................................................................................. 28 Parecer ou Laudo Técnico ................................................................................................ 30 Como elaborar uma analise das demonstrações financeiras ............................................... 30 Análise econômico-financeira .......................................................................................... 31 Outras informações .......................................................................................................... 31 Exercícios ............................................................................................................................ 31

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Análise de Balanços 3

Exercícios de Análise de Balanços ..................................................................................... 40 Alavancagem, Ponto de Equilíbrio (Contábil, Econômico e Financeiro) e Margem de Segurança ........................................................................................................................... 56 Alavancagem Empresarial .................................................................................................. 56 Ponto de Equilíbrio ............................................................................................................. 59 Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) ................................................................................. 60 Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE) ............................................................................ 62 Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) .............................................................................. 63 Ponto de Equilíbrio com múltiplos produtos ................................................................... 64 Margem de Segurança ......................................................................................................... 66 Exercícios ............................................................................................................................ 67 Estudo de Caso 1 ................................................................................................................. 70 Estudo de Caso 2 ................................................................................................................. 71 Estudo de Caso 3 ................................................................................................................. 71 Estudo de Caso 4 ................................................................................................................. 72 Formação do Preço de Venda .......................................................................................... 75 O “verdadeiro” lucro embutido no preço de venda ............................................................. 77 Exercícios ............................................................................................................................ 78 Estudo de Caso 1 ................................................................................................................. 83 Estudo de Caso 2 ................................................................................................................. 84 Estudo de Caso 3 ................................................................................................................. 86 Referências ......................................................................................................................... 89

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1 Análise das Demonstrações Financeiras / Contábeis Os demonstrativos financeiros / contábeis visam um melhor disclosure das informações (evidenciação), para os diversos clientes da informação contábil, os reflexos das decisões operacionais, de investimento e financiamento nas situações econômico-financeiras. Quando constata-se a análise, deseja-se avaliar a organização quanto à capacidade de gerar lucros (situação econômica) e sua capacidade de pagamento (situação financeira). Pode-se entender então que a análise das demonstrações financeiras e ou contábeis, é uma técnica contábil que permite ao contador ou administrador financeiro, analisar, comparar, interpretar e controlar os dados contábeis da melhor forma possível, transformando-os em informações úteis ao gestor nas tomadas de decisões. É importante saber que, as demonstrações contábeis analisadas são: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, Demonstração de Fluxo de Caixa e Demonstração do Valor Adicionado. O desenvolvimento da função financeira implica na constante avaliação de grande numero de informações relacionadas com os fluxos de fundos. Essas informações surgem da analise e interpretação dos dados brutos transmitidos através das demonstrações financeiras (Braga, 1995). A análise financeira tradicional pode ser observada sob os seguintes aspectos: análise horizontal; análise vertical; análise de liquidez; análise econômica (FILHO, et al. 2008, p. 55), ou seja, os processos que mais utilizamos para análise das demonstrações contábeis são:

• Análise vertical; • Análise horizontal; • Análise por meio de índices.

1.1 Análise Vertical A análise vertical é usada como facilitador no entendimento e comparabilidade das estruturas do Ativo e do Passivo (Balanço Patrimonial) e na Demonstração do Resultado do Exercício. Segundo Costa et al. (2008, p. 63), a análise vertical das demonstrações financeiras tem como objetivo verificar a evolução, ao longo do tempo, da composição percentual das principais constas do balanço patrimonial (BP) e da demonstração do resultado do exercício (DRE). O cálculo para se achar o percentual de participação relativa a cada item do Ativo e do Passivo, é feita, dividindo cada item (conta) pelo Total do Ativo ou Total do Passivo.

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Análise de Balanços 5

Exemplo:

BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO

valores AV valores AV Ativo Circulante 8.000,00 40,00% Passivo Circulante 8.000,00 40,00%caixa e bancos 2.000,00 10,00% salários a pg 1.500,00 7,50%clientes 3.000,00 15,00% fornecedores 4.500,00 22,50%estoques 3.000,00 15,00% contas a pg 2.000,00 10,00% R.L.P 5.000,00 25,00% E.L.P 2.000,00 10,00%empréstimo 5.000,00 25,00% financiamento 2.000,00 10,00% Permanente 7.000,00 35,00% patrimônio Líquido 10.000,00 50,00%Imobilizado 7.000,00 35,00% capital 8.000,00 40,00% lucro (prejuízo) 2.000,00 10,00%Total do Ativo 20.000,00 100,00% Total do Passivo 20.000,0 0 100,00% O cálculo percentual em relação aos itens da Demonstração do Resultado do Exercício é feito dividindo-se cada item pelo valor da Receita Líquida, que é considerada como base. Exemplo:

DRE Valores AV (+) Receita Bruta 10.000,00 126,98%(-) Impostos sobre vendas 2.125,00 26,98% = Receita Líquida 7.875,00 100,00%(-) C.P.V. 6.000,00 76,19% = Lucro Bruto 1.875,00 23,81%(-) Despesas Operacionais 300,00 3,81% = Lucro Operacional I 1.575,00 20,00%(+/-) Resultado financeiro 250,00 3,17% = Lucro (Prejuízo) 1.325,00 16,83% É importante dizer que é importante utilizar conjuntamente a análise vertical com a análise horizontal, para que as constatações possam ser extraídas com melhor eficácia. 1.2 Análise Horizontal A análise horizontal tem por finalidade verificar a evolução dos elementos patrimoniais (Balanço Patrimonial) ou de resultado (DRE) durante determinados períodos. Permite a comparação entre valores de mesma conta ou grupos de contas em períodos diferentes. É preciso no mínimo dois exercícios para que se consiga uma comparação adequada.

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Afirmação corroborada por Costa et al. (2008, p. 57) quando afirmam que a análise horizontal das demonstrações financeiras corresponde ao estudo comparativo, em períodos de tempo consecutivos da evolução das contas que compõem as demonstrações financeiras em análise. inda segundo os autores, as variações ocorridas ao longo dos anos permitem ao analista avaliar as estratégias adotadas pela empresa no passado. Segundo Hoji (2004:279), a análise horizontal tem a finalidade de evidenciar a evolução dos itens das demonstrações contábeis, por períodos. Calculam-se os números-índices estabelecendo o exercício mais antigo como índice-base 100. Exemplo:

BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO

2005 AH 2006 AH 2005 AH 2006 AH Ativo Circulante 8.000,00 100,00% 8.100,00 1,25% Passivo Circulante 8.000,00 100,00% 8.100,00 1,25% caixa e bancos 2.000,00 100,00% 2.500,00 25,00% salários a pg 1.500,00 100,00% 500,00 -66,67% Clientes 3.000,00 100,00% 3.100,00 3,33% fornecedores 4.500,00 100,00% 5.000,00 11,11% Estoques 3.000,00 100,00% 2.500,00 -16,67% contas a pg 2.000,00 100,00% 2.600,00 30,00% R.L.P 5.000,00 100,00% 5.000,00 0,00% E.L.P 2.000,00 100,00% 2.000,00 0,00% empréstimo 5.000,00 100,00% 5.000,00 0,00% financiamento 2.000,00 100,00% 2.000,00 0,00% Permanente 7.000,00 100,00% 7.500,00 7,14% patrimônio Líquido 10.000,00 100,00% 10.500,00 5,00% imobilizado 7.000,00 100,00% 7.500,00 7,14% capital 8.000,00 100,00% 8.000,00 0,00% lucro (prejuízo) 2.000,00 100,00% 2.500,00 25,00% Total do Ativo 20.000,00 100,00% 20.600,00 3,00% Total do Passivo 20.000,00 100,00% 20.600,00 3,00%

D.R.E. (Demonstração do Resultado do Exercício)

2005 AH 2006 AH (+) Receita Bruta 10.000,00 100,00% 13.000,00 30,00% (-) Impostos sobre vendas 2.125,00 100,00% 2.762,50 30,00% = Receita Líquida 7.875,00 100,00% 10.237,50 30,00% (-) C.P.V. 6.000,00 100,00% 8.450,00 40,83% = Lucro Bruto 1.875,00 100,00% 1.787,50 -4,67% (-) Despesas Operacionais 300,00 100,00% 325,00 8,33% = Lucro Operacional I 1.575,00 100,00% 1.462,50 -7,14% (+/-) Resultado financeiro 250,00 100,00% 325,00 30,00%

= Lucro (Prejuízo) 1.325,00 100,00% 1.137,50 -

14,15% 1.3 Análise por meio de índices A análise por meio de índices é por muito o meio de análise mais usado. A análise por quocientes, é mais utilizada no estudo da solvência, da rotação, do endividamento e da rentabilidade.

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É importante lembrar que o analista pode trabalhar de duas formas, ou seja, através de índices ou percentuais. Por exemplo: 0,50 equivale a 50%, pois, 0,50 = 50 ÷ 100 = 50% Após o calculo dos índices, os mesmo podem ser classificados, como: ótimo, bom, satisfatório ou deficiente, isso, se compara-los com outros índices de mesmo nível com os de outras empresas do mesmo porte e ramo de atividade. 1.3.1 Grau de endividamento É comum a associação do risco empresarial de uma organização ao seu nível de endividamento. De maneira natural, somente as entidades endividadas podem ser levadas à falência. Desse modo, quanto maior o nível de endividamento da empresa, maior o risco (COSTA et al., 2008, p. 78). Afirmação corroborada por Savytzky (2006), quando afirma que é importante conhecer a proporção entre o capital próprio o os capitais alheios aplicados na empresa. A excessiva dependência de capitais alheios torna muito vulnerável a normalidade dos negócios e, por operacionais, forçando a elevação dos preços e diminuindo a competição no mercado. As empresas que possuem melhor estrutura de capital próprio suportam com mais facilidade a concorrência. São usados para análise da estrutura do capital. 1.3.1.1 Participação de capitais de terceiros sobre os recursos totais (PCT) Esse índice calculado, mostra quanto de capital de terceiros a empresa trabalha em relação aos seus recursos totais. Exemplos: Períodos 2005 = (8.000 + 2.000) ÷ 20.000 = 50,00% 2006 = (8.100 + 2.000) ÷ 20.600 = 49,03% 1.3.1.2 Composição do endividamento (CE) ‘ O índice da composição do endividamento, mostra quanto da dívida vence a curto prazo. Exemplos:

PCT = Exigível Total Total do Ativo

CE = Passivo Circulante Exigível Total

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Análise de Balanços 8

2005 = 8.000 ÷ (8.000 + 2.000) = 80,00% 2006 = 8.100 ÷ (8.100 + 2.000) = 80.20% 1.3.2 Imobilização do capital próprio (ICP) Exercício Resolvido 1 Esse índice indica, o percentual de imobilização feita com recursos próprios. Exemplos: 2005 = 7.000 ÷ 10.000 = 70,00% 2006 = 7.500 ÷ 10.500 = 71,43% 1.3.3 Índices de liquidez Um dos principais objetivos desse índice, é medir a capacidade de pagamento a curto e a longo prazo das exigibilidades da instituição. É importante ressaltar que, nem sempre um elevado índice de liquidez corresponde a uma boa estabilidade em seus ativos. Um índice alto pode corresponder uma exigibilidade alta, com isso a empresa perde a oportunidade de aplicar esses recursos e fazer aumentar o capital de giro, ou pode acontecer de um excesso de estoque, isso pode representar um obsoletismo do mesmo, ou pode acontecer de um saldo alto de contas a receber, significando assim um prazo extenso no recebimento das vendas. Segundo Savytzky (2006), não basta que uma empresa possua uma sólida posição patrimonial. É necessário que ela conte com recursos financeiros para saldar seus compromissos em dia, sob pena de, em casos extremos, entrar em estado de insolvência. Portanto, é muito importante a correta apuração e interpretação dos índices de liquidez, que medem a capacidade de pagamento em determinados prazos e até imediatamente. 1.3.3.1 Liquidez Geral (LG) Esse índice indica a capacidade de pagamento da divida a longo prazo. Exemplos: 2005 = (8.000 + 5.000) ÷ (8.000 + 2.000) = 1,3000 2006 = (8.100 + 5.000) ÷ (8.100 + 2.000) = 1,2970

ICP = Ativo Permanente Patrimônio Líquido

LG = Ativo Circulante + Ativo R.L.P Passivo Circulante + Passivo E.L.P

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1.3.3.2 Liquidez Corrente (LC) Índice considerado como o melhor indicador da capacidade de pagamento da empresa, indica também o poder de saldar suas dividas a curto prazo. Exemplos: 2005 = 8.000 ÷ 8.000 = 1,0000 2006 = 8.100 ÷ 8.100 = 1,0000 1.3.3.3 Liquidez Seca (LS) Índice que serve para medir a capacidade de pagamento a curto prazo, sem contar com os estoques, pois os mesmos, são os itens que mais demoram a se tornar monetários, tem que passar por todo processo produtivo para serem vendidos (a vista ou a prazo) pra depois virarem dinheiro. Exemplos: 2005 = (8.000 – 3.000) ÷ 8.000 = 0,6250 2006 = (8.100 – 2.500) ÷ 8.100 = 0,6914 1.3.3.4 Liquidez Imediata (LI) Esse índice mostra quanto a empresa tem de recursos imediatos para saldar suas dividas de curto prazo. Exemplos: 2005 = 2.000 ÷ 8.000 = 0,2500 2006 = 2.500 ÷ 8,100 = 0,3086

LC = Ativo Circulante Passivo Circulante

LG = Ativo Circulante - Estoques Passivo Circulante

LI = Disponível Passivo Circulante

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1.3.4 Índices de rentabilidade Índices muito importantes, pois, mostram como estão os rendimentos em relação aos capitais que foram investidos na empresa. Mostra ao gestor o sucesso ou o fracasso da instituição. Os índices de rentabilidade são calculados sobre as Receitas Líquidas. Segundo Braga (1995), neste grupo de informações encontramos dois conjuntos de índices que expressam as margens lucrativas da vendas e as taxas de retorno sobre os recursos investidos. Obviamente quanto maiores forem esses índices, melhores serão as informações por eles transmitidas. 1.3.4.1 Rentabilidade do capital próprio (RCP) Esse índice mostra, qual foi o rendimento do capital em relação ao lucro líquido da instituição. Exemplos: 2005 = 1.325,00 ÷ 10.000 = 13,25% 2006 = 1.137,50 ÷ 10.500 = 10,83% 1.3.4.2 Margem Líquida (ML) ou Rentabilidade sobre as Vendas Representa a porcentagem de cada real de venda que restou após a empresa ter deduzido todas as suas despesas, inclusive financeiras, resultado de equivalência patrimonial, despesas e receitas não-operacionais e imposto de renda (COSTA et al., 2008, p. 122), ou seja, esse índice indica qual foi o lucro em relação a Receita Líquida da empresa. Exemplos: 2005 = 1.325,00 ÷ 7.875,00 = 16,83% 2006 = 1.137,50 ÷ 10.237,50 = 11,11%

RCP = Lucro Líquido Patrimônio Líquido

ML = Lucro Líquido Receita Líquida

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2 Índices Complementares No capítulo 1, foram examinados os Índices Básicos, indispensáveis para qualquer análise financeira. Sendo assim, os índices que estudaremos a seguir serão complementares. Esses índices complementares são de grande importância para se analisar as demonstrações financeiras / contábeis das empresas, como: o índice de rotação de estoques e de créditos e o prazo médio de pagamentos, os índices de desempenho da empresa como o ROA e o ROE, os indicadores de capital de giro, enfim índices que têm influência direta no controle interno impactando diretamente nas tomadas de decisões dos gestores, importante frisar que tais decisões são influenciadas pelo modelo de gestão adotado. Os procedimentos internos também fazem parte do meio do controle organizacional e podem ser entendidas como, “conjunto das normas e procedimentos e de controles internos formais estabelecidos com o propósito de padronizar o comportamento administrativo” (NASCIMENTO E REGINATO, 2006). Ou seja, tais procedimentos monitoram de maneira continua as ações executadas pelos membros da organização. Segundo Figueiredo e Caggiano (2006), modelo de gestão é um conjunto de princípios e definições que decorrem de crenças especificas e traduzem o conjunto de idéias, crenças e valores dos principais executivos, impactando assim todos os demais subsistemas empresariais. A administração financeira, contabilidade gerencial e contabilidade de custos, estão diretamente ligada à análise financeira das demonstrações, pois, se tais ciências fornecerem de forma coerente as informações vistas nas demonstrações financeiras, facilitara a analise e o parecer dos profissionais que trabalham na analise financeira. Para Savytzky (2006), “a análise de balanços verifica os resultados de uma administração em um determinado período, conclui se foram satisfatórios ou não, examina o estado patrimonial da empresa, definindo a situação econômico-financeira e, se for o caso, aponta as anormalidades, para que medidas corretivas sejam tomadas”. Os problemas do dia a dia da administração financeira, gerencial ou de custos, que utilizam dados contábeis, impactam diretamente nos dados mostradas nos balanços. Ou seja, os balanços refletem através dos dados corretos os tratos gerenciais da empresa, passiveis então de serem analisados, tais dados serão transformados em informações que serão utilizados pelos gestores para melhor controle da organização. Segundo Savytzky (2006) “Sem o intuito de menosprezar tantos outros índices que eventualmente podem ser úteis para determinadas finalidades de análise, são a seguir relacionados e demonstrados os índices considerados complementares de maior uso”. 2.1 Rotação de Estoques O índice de rotação de estoques, mostra a média em que o estoque é renovado, através da seguinte fórmula: Rotação de Estoques = Custo de vendas ÷ Estoque médio

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Análise de Balanços 12

40.000 ÷ 10.000 = 4 vezes

ou seja

360 ÷ 4 = 90 dias

ou ainda Rotação de Estoques = (Estoque médio x 360 ) ÷ Custo de vendas (10.000 x 360) ÷ 40.000 = 90 dias Considere isto... O valor do estoque médio é obtido pela soma dos saldos mensais, dividido pelo número dos meses considerados, em geral de 12. Não existindo saldos mensais, a alternativa é o valor da soma do estoque do balanço anterior com o do balanço sob exame, dividido por 2 (SAVYTZKY, 2006).

Pelo exemplo acima verifica-se que o estoque sofreu uma rotação de 4 vezes durante o ano ou se preferir, se renovou a cada 90 dias em média. Segundo Hoji (2004) “as empresas procuram aumentar o giro dos estoques, pois, quanto mais rápido vender o produto, mais o lucro aumentará”. Tal índice confirmará ou não se foi adequado a classificação integral do estoque o ativo circulante (a curto prazo). Segundo Savytzky (2006) “se para efeito de análise mais rigorosa fosse estabelecido como “curto prazo” para os valores realizáveis, por exemplo, até 120 dias, e se o quociente fosse de 2 em vez de 4, estaríamos diante de uma má classificação, porque o estoque só se renovaria a cada 180 dias”. Se isso ocorrer, influenciará no calculo do índice de “liquidez corrente”, ou seja, tal indicador será calculado incorreto. Sendo assim deverá ser feito a retificação, mediante a reclassificação de parte da conta “estoque” do ativo circulante (curto prazo) para o ativo realizável a longo prazo. Se a análise fosse de uma empresa com a atividade de “supermercado”, talvez a rotação de 90 dias fosse muito lenta, caracterizando excesso de estoque em relação às vendas ou, então, estoque normal para o ramo, mas fraco o volume de vendas. O índice serve, pois, como importante elemento de pesquisa: existe excesso de estoque? As vendas são fracas? Podem ser melhoradas? (SAVYTZKY, 2006). Para uma melhor análise financeira, não só o índice de rotatividade de estoque mais todos que foram estudados e que ainda o serão deverão ser comparados com os anteriormente apurados e, se possível, com os de empresas concorrentes (do mesmo ramo de atividade), para que se tenha um parâmetro gerencial satisfatório e a partir verificar qual a estratégia mais coerente a se adotar para se conseguir otimizar seu desempenho no cenário dos negócios. Ghemawat (2007), afirma que um cenário de negócios mapeia a elevação de cada estratégia de acordo com sua lucratividade econômica. O desafio central da estratégia é

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direcionar um negócio a um ponto relativamente alto nesse cenário. Segundo Matarazzo (1997), “os índices de prazos médios não devem ser analisados individualmente, mas sempre em conjunto. Entende-se que quanto maior o giro dos estoques melhor deverá ser a lucratividade da empresa. Mas para Hoji (2004) “esse raciocínio é válido desde que a margem de contribuição seja positiva e o aumento do giro não implique “custos extras” em volume superior ao ganho obtido pelo aumento do giro”. Sabe-se que quando a rotatividade do estoque é lenta, a empresa comercializando pouco, com isso poderá ocorrer um decréscimo na lucratividade impactando diretamente em sua situação financeira. Tal calculo poderá ser trabalhado com o estoque de matéria-prima e de produtos em elaboração (estoque médios), tendo como numerador o valor do consumo de matéria-prima e do custo de produção, respectivamente, conforme exemplos abaixo: 2.2 Rotação de Matéria-Prima Rotação de Matéria-prima = Consumo de matéria-prima ÷ Estoque de matéria-prima médio 18.000 ÷ 3.000 = 6 vezes

ou seja

360 ÷ 6 = 60 dias

ou ainda

(3.000 x 360) ÷ 18.000 = 60 dias 2.3 Rotação de Produtos em Elaboração Rotação de Produtos em Elaboração = Custo de produção ÷ Estoque de PE (médio) 27.000 ÷ 6.000 = 4,5 vezes

ou seja

360 ÷ 4,5 = 80 dias

ou ainda

(6.000 x 360) ÷ 27.000 = 80 dias

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Análise de Balanços 14

Os índices acima revelam que a reposição dos estoques se dá a cada 60 dias e 80 dias respectivamente para a matéria-prima e produtos em elaboração. Dependendo do ramo de atividade em que a empresa atue, talvez esses dias sejam excessivos ou normais. É bom salientar que os dois índices isolados são de pouca valia. Por isso, para uma melhor interpretação é importante e necessário à obtenção de indicadores de demonstrações anteriores. 2.4 Rotação de Créditos Indicadores que são bem usados, e que informa o prazo médio de retorno dos créditos por vendas a prazo, é calculado através da seguinte fórmula: Rotação de Créditos = Vendas a prazo ÷ Cientes (média) 60.000 ÷ 12.000 = 5 vezes

ou seja

360 ÷ 5 = 72 dias

ou ainda

(12.000 x 360) ÷ 60.000 = 72 dias Considere isto... O saldo médio de clientes é obtido pela soma dos saldos mensais, dividida pelo número de meses considerados, normalmente de 12. como alternativa, somam-se o valor da conta de clientes do balanço anterior com o do que está sendo analisado, dividindo-se por 2 (SAVYTZKY, 2006).

De acordo com o exemplo acima, constata-se que os créditos oriundos de vendas a prazo demoram para ser recebidos em média 72 dias. Se por acaso o quociente fosse menor, ou seja 2, a cobrança se daria a cada 180 dias. Se o “curto prazo” da empresa fosse de 120 dias, então os cálculos dos índices de liquidez seca e corrente estariam errados, com isso teria que se fazer um ajuste na conta “créditos” ou “clientes” do ativo circulante (curto prazo) para o ativo realizável a longo prazo. Segundo Savytzky “a outra utilidade do índice é verificar a qualidade dos créditos ou a eficiência da cobrança”. Se as vendas são efetuadas em média em 60 dias de prazo e o recebimento se dá em torno de 72 dias, significa que a média de atraso é de 12 dias. Isso significa que a empresa estão financiando esses 12 dias com capitais alheios para custear o possível atraso do recebimento das vendas. As causas para esse atraso poderiam ser: vendas forçadas a clientes não selecionados, pouca agressividade na cobrança, crise de mercado, etc. Para Hoji (2004), “a alteração do giro do

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período atual em relação ao período anterior pode ser causada por diversos fatores: alteração na política de financiamento de clientes, aumento (ou redução) da eficiência de cobrança, etc. Para Savytzky “quanto maior for a rotação de créditos, menores recursos financeiros serão necessários para sustentar as vendas a prazo, podendo a empresa usar sobra de recursos para a expansão de seus negócios ou evitará maiores endividamentos, se for o caso”. 2.5 Prazo Médio de Pagamentos Índice que determina o prazo médio de pagamentos aos fornecedores, através da seguinte fórmula: Prazo Médio de Pagamentos = Compras a prazo ÷ Fornecedores (média) 24.000 ÷ 4.000 = 6 vezes

ou seja

360 ÷ 6 = 60 dias

ou ainda

(4.000 x 360) ÷ 24.000 = 60 dias Considere isto... Segundo Savytzky (2006), a publicação dos balanços não consigna o valor das compras. Assim, esse valor só poderá ser obtido quando se tem acesso à empresa. Quando ao saldo médio da conta de Fornecedores procede-se como no caso do saldo médio de Clientes.

No exemplo acima tem-se que os pagamentos são feitos, em média a 60 dias. Sabe-se que é importante que o prazo de pagamento seja superior ao prazo de recebimento das vendas, para que a empresa não incorra em endividamento. Ou seja, é interessante que as empresas recebam primeiro e depois com esse dinheiro paguem as obrigações que foram incorridas na compra de matéria-prima ou materiais para produção dos produtos para comercialização, caso contrário (o prazo de pagamento menor que o de recebimento) a empresa deverá financiar o déficit do saldo com capitais alheios, em relação ao exemplo anterior a empresa precisou custear em 12 dias (72 dias – 60 dias) a diferença do recebimento com o do pagamento com capitais de terceiros. Com isso as empresas costumam buscar prazos mais longos de pagamento e prazos cada vez menores de recebimentos.

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Análise de Balanços 16

Para Savytzky (2005) “diante do exposto, conclui-se que é sempre vantajoso para a empresa a obtenção de maiores quocientes de rotação de estoque e de créditos e menores quanto aos prazos médios de pagamentos aos fornecedores, reduzindo, assim, as necessidades de capital de giro”. Os quocientes trabalham com o número em que o estoque, os créditos de recebimento e o de pagamento giram, os mesmos não devem ser confundidos com o número de dias dos indicadores citados. 2.6 Giro do Ativo Total Afastando-nos de contas especificas, como estoque ou contas a receber, podemos considerar um índice global importante, o índice de giro do ativo total. Como seu nome sugere, o giro do ativo total é: Giro do ativo total = Vendas ÷ Ativo total 2.311 ÷ 3.588 = 0,64 vezes Em outras palavras, para cada real de ativo, geramos 0,64 em vendas. Um índice que está intimamente relacionado a esse é o índice de intensidade de capital, que é justamente o recíproco do giro do ativo (isto é, 1 dividido pelo giro do ativo total). Pode ser interpretado como sendo o investimento em reais em ativos necessários para gerar 1 real de vendas. Valores altos correspondem a indústrias de capital intensivo (tais como serviços de utilidade pública). No caso do exemplo acima, o giro total de ativo é 0,64; portanto, se invertermos esse número, obteremos a intensidade de capital, que é 1/64 = 1,56 reais. Isso significa que precisa-se de 1,56 reais de ativos para gerar 1 real de vendas (ROSS, WESTERFIELD, JORDAN 2002). Exemplo: Suponha que você encontre uma determinada empresa que gera R$ 0,50 de vendas para cada real de ativo total. Quão freqüentemente essa empresa gira seu ativo total? O giro do ativo total, aqui neste caso, é 0,50 vezes por ano. Portanto, a empresa leva 1/0,50 = 2 anos para girar completamente seus ativos. 2.7 Valor Patrimonial das Ações O valor patrimonial da ação é calculado em relação ao patrimônio liquido. Exemplo: Patrimônio Liquido Capital......................................................... 10.000 Reservas de capital..................................... 6.000

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Reservas de lucros...................................... 2.000 Lucros acumulados..................................... 2.000 20.000 O capital é dividido em 10.000 ações de R$ 1,00 cada uma. Valor Patrimonial das Ações = Patrimônio liquido ÷ número de ações 20.000 ÷ 10.000 = R$ 2,00 Pelo exemplo acima se verifica que uma ação do valor nominal de R$ 1,00 tem o valor patrimonial de R$ 2,00. 2.8 Lucro Líquido por Ação De acordo com a lei das sociedades anônimas determina que o lucro líquido ou prejuízo do exercício deve ser demonstrado por ação do capital social, através da seguinte fórmula de cálculo: Lucro Líquido por Ação = Lucro líquido ÷ número de ações 2.000 ÷ 10.000 = R$ 0,20 Pelo exemplo acima tem-se que é de R$ 0,20 o lucro liquido por ação. 2.9 Preço/Lucro das Ações Preço da ação ÷ Lucro por ação 1,80 ÷ 0,20 = 9 Pelo exemplo acima, se o investidor adquiriu ações pelo preço de R$ 1,80, tem-se que o retorno do capital investido se dará em 9 anos, desde que os lucro futuros não sejam inferiores ao do exercício sob exame. O lucro do investidor, sobre o valor aplicado, 11,1% ao ano, determinado pela seguinte fórmula: (Lucro por ação x 100) ÷ Preço por ação ( 0,20 x 100) ÷ 1,80 = 11,1% 2.10 Capacidade de Pagamento Para Savytzky (2006) a capacidade de pagamento de uma empresa confunde-se, até certo ponto, com a sua posição financeira, isto é, com o grau de liquidez, tendo-se por base os recursos que já possui em determinada data. A capacidade de pagamento que aqui será

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examinada refere-se à capacidade que a empresa tem para gerar recursos financeiros próprios no decorrer do tempo. Por exemplo: a liquidez corrente é de 1,50 e a geral e de 1,33. o analista poderá chegar à conclusão que a situação financeira é de bom equilíbrio. Todavia, a empresa pretende obter um empréstimo de longo prazo, para aquisição de bens do ativo imobilizado, no valor de R$ 7.000. Obtido o empréstimo, a liquidez geral torna-se deficitária de 0,84, conforme abaixo exemplificado.

Circulante 15.000,00 Circulante 10.000,00Realizável a Longo Prazo 1.000,00 Exigível a Longo Prazo 2.000,00Imobilizado 10.000,00 Capital 14.000,00

26.000,00 26.000,00

Liquidez corrente 15.000,00 1,5010.000,00

Liquidez geral 16.000,00 1,3312.000,00

ATIVO PASSIVO

Fonte: Savytzky (2006). Situação após o empréstimo:

Circulante 15.000,00 Circulante 10.000,00Realizável a Longo Prazo 1.000,00 Exigível a Longo Prazo 9.000,00Imobilizado 17.000,00 Capital 14.000,00

33.000,00 33.000,00

Liquidez corrente 15.000,00 1,5010.000,00

Liquidez geral 16.000,00 0,8419.000,00

ATIVO PASSIVO

Fonte Savytzky (2006). Pelos exemplos acima verifica-se que antes do empréstimo a empresa possuía recursos realizáveis suficientes para pagamento das dividas a curto e longo prazo. Após a obtenção do empréstimo os seus atuais recursos tornaram-se insuficientes para o pagamento do financiamento, apresentando um índice de liquidez a longo prazo negativo, de 0,84. Ativo Circulante e Realizável a Longo Prazo .............................................................. 16.000 Passivo Circulante e Exigível a Longo Prazo .............................................................. 19.000 Déficit financeiro ..........................................................................................................(3.000)

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Análise de Balanços 19

Está claro que não seria de boa política ficar a empresa na dependência da obtenção de novo empréstimo para liquidar o anterior. Torna-se necessário, pois, determinar a sua futura capacidade de pagamento. Se não houver elevação do capital em dinheiro, o aumento de recursos próprios somente poderá se concretizar se houver lucros futuros, em valor suficiente para superar o déficit financeiro de longo prazo. Tem-se, pois, que a capacidade de pagamento depende da potencialidade que a empresa tem para gerar novos recursos financeiro, por meio de lucros, porque sem eles não formará capital próprio condizente com as suas necessidades. Aliás, o próprio financiamento pode destinar-se a aquisição de máquinas ou ampliação industrial, visando maior lucro com o aumento de produção projetada. Não havia, porém, gerar lucros; é necessário capitalizá-los. Exemplificando: Lucro liquido do exercício ........................................................................................ 2.500 Depreciação contabilizada no ano ............................................................................ 500 3.000 Dividendos a distribuídos .......................................................................................... 1.000 Lucro retido ............................................................................................................... 2.000 Sendo: - Reserva Legal ........................................................................................................ 125 - Lucro acumulado ................................................................................................ 1.375 - Depreciação acumulada ...................................................................................... 500 Capacidade de pagamento gerada ............................................................................. 2.000 No exemplo acima verifica-se que a empresa gerou novos recursos no valor de R$ 3.000, mas porque distribuiu R$ 1.000, sobraram R$ 2.000. Assim, a capacidade de pagamento gerada no ano foi de R$ 2.000. A retenção dos lucros foi contabilizada nas contas de Reserva Legal, Lucros Acumulados e Depreciação Acumulada. Os lucros acumulados serão utilizados, no futuro, para aumento de capital. Se assim não for, isto é, se houver distribuição adicional de dividendos, a capacidade de pagamento gerada será diminuída na proporção da distribuição que se verificar. A formação do fundo para depreciação (Depreciação Acumulada) corresponde à retenção do lucro pelo fato de que a parcela destinada a esse fundo não será distribuída. Também não importa se a formação do fundo é contabilizada, em contrapartida, como acréscimo do custo de produção, periodicamente, ou se ao final do exercício simplesmente a débito de conta de resultado, especificamente para reposição de bens depreciáveis. O efeito da retenção de lucros é o mesmo.

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Os lucros retidos correspondentes à depreciação, que indiretamente (acréscimo aos custos), quer especificamente, não aumentam o capital próprio, como no caso das reservas de lucros. O fundo de depreciação, em verdade, compensa a perda sofrida pelo desgaste ou absolescência dos bens e, assim, mantém integro o capital aplicado em bens depreciáveis. Mas, por outro lado, os recursos retidos pelo fundo de depreciação aumentam o meio circulante da empresa e, conseqüentemente, a sua capacidade de pagamento, até que ela use esses recursos para aquisição de outros bens destinados ao ativo imobilizado. Os fenômenos acima referidos podem ser facilmente observados com exemplos práticos como segue:

BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO

Veículos 100 Capital 100 Fonte: Savytzky (2006).

Resultado ao final do Exercício Receitas de fretes 200 Custo (salários, combustíveis etc.) 100 Depreciação 20 120 Lucro líquido 80 Fonte: Savytzky (2006).

BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO

Caixa 100 Capital 100 Veículos 100 Lucro 80 - Depreciação -20 180 180 Fonte: Savytzky (2006). Pelo exemplo acima, verifica-se: - A empresa recebeu 200 de frete e pagou despesas no valor de 100, restando, portanto, 100 em caixa. O lucro, entretanto, foi somente de 80, porque além das despesas que pagou contabilizou mais 20 de depreciação (desgaste de veículos). - Note-se que a capacidade de pagamento gerada foi de 100 (em caixa), superior ao lucro de 80. essa diferença de 20 corresponde à depreciação contabilizada. Deu-se o fenômeno da desimobilização de recursos, com transferência para o ativo circulante, até que, pela aquisição de novos bens de produção esses recursos retornem ao ativo imobilizado. Conclui-se, pois que a depreciação aumenta a capacidade de pagamento, ainda que temporariamente. - A depreciação contabilizada não aumenta o capital próprio, como reservas de lucros. Mas o mantém íntegro. Se a empresa quisesse distribuir o lucro de 80, o capital inicial de 100 permaneceria íntegro e restaria a importância de 20 em caixa, correspondente ao valor

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retido para reposição de bens, sob a forma de fundo de depreciação. Veja o exemplo abaixo:

Balanço após o pagamento de dividendos ATIVO PASSIVO

Caixa 20 Capital 100 Veículos 100 - Depreciação -20 100 Fonte: Savytzky (2006). - O fundo de depreciação (depreciação acumulada) deve ser deduzido do valor dos bens depreciados (ativo imobilizado) para fins de estruturação e análise dos balanços, porque assim demonstra-se o valor analisado dos bens (custo, menos o desgaste sofrido). Se o percentual de depreciação não espelhar a realidade, o problema é outro. O analista tem liberdade para promover os ajustes que se tornarem necessários. O que não pode ignorar a modificação do valor contábil dos bens pelo desgaste ou absolescência. Pelo exposto, ficou demonstrado que a depreciação contabilizada aumenta a capacidade de pagamento da empresa, ainda que temporariamente, a par dos lucros retidos. Resta, pois, estabelecer a fórmula que determine o índice da “Capacidade de Pagamento”, abaixo demonstrada, com base nos dados do seguinte exemplo: Passivo Total (circulante e exigível a longo prazo) ..................................................... 10.000 Lucro obtido e retido no ano ........................................................................................ 1.800 Depreciação contabilizada no ano ............................................................................... 200 2.11 Capacidade de Pagamento (fórmula) Capacidade de Pagamento = (Passivo total x 12) ÷ (Lucro líquido obtido e retido no ano + depreciação contabilizada no ano) Capacidade de Pagamento = (10.000 x 12) ÷ (1.800 + 200) = 60 meses Considere isto... Para Savytzky (2006), o fator 12 do numerador da fórmula refere-se ao número de meses considerados (um ano).

Pelo índice acima chega-se à conclusão que se as condições futuras de lucratividade e de exigibilidade não se modificarem de modo significativo, a empresa tem uma capacidade de pagamento que lhe permitirá liquidar todas as suas dividas em 60 meses (5 anos), substituindo o capital alheio por capital próprio. Essa capacidade de pagamento nada mais é que a formação de capital próprio pela retenção de lucros.

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Análise de Balanços 22

Na prática, sabe-se que a tendência das empresas é a expansão dos negócios além do que o capital próprio pode suportar e, por isso, mesmo que hajam substanciais lucros retidos, sempre haverá a participação de capitais alheios, em menor ou maior escala. O mesmo índice pode ser estabelecido em percentual: [(Lucro + depreciação) x 100] ÷ Passivo total = (2.000 x 100) ÷ 10.000 = 20% Significa que o lucro retido de um ano pode liquidar 20% do total dos capitais alheios. Em condições normais, quando é de bom equilíbrio a liquidez a curto prazo, pode-se determinar a capacidade de pagamento somente para financiamento a longo prazo, já que as dividas de funcionamento renovam-se com certa facilidade, dentro das necessidades da empresa. Capacidade de pagamento para dividas a longo prazo: (Passivo Exigível a Longo Prazo x 12) ÷ (Lucro + depreciação) = (6.000 x 12) ÷ 2.000 = 36 meses Pelo exemplo acima, dir-se-á que a empresa tem condições para pagar o financiamento de R$ 6.000 em 3 anos, se a retenção de lucros, acrescida da depreciação, for igual à que serviu de base para o cálculo. Nos casos de estudos de financiamentos para ampliação industrial, quando se prevê aumento de produção e de lucros, pode-se acrescentar aos lucros retidos o valor estimado dos lucros futuros, projetando-se, assim, a capacidade de pagamento com os novos recursos (SAVYTZKY, 2006). 2.12 Retorno do Ativo (ROA) Este índice tem por objetivo medir a porcentagem do lucro líquido gerado em relação ao investimento total, ou seja, o ativo (COSTA et al., 2008, p. 123). Em outras palavras, o retorno do ativo (ROA) é uma medida de lucro por real em ativos. Pode ser definida de diversas maneiras, mas a mais usual é: Retorno do ativo = Lucro líquido ÷ Total do ativo 363 ÷ 3.588 = 10,12% 2.13 Retorno do Capital Próprio (ROE) Para Ross, Westerfield e Jordan (2002), “o retorno do capital próprio (ROE) é uma medida de desempenho do investimento dos acionistas durante o ano. Uma vez que beneficiar os

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acionistas é o nosso objetivo, o ROE é, em termos contábeis, a verdadeira medida de desempenho em termos de lucro. O ROE, geralmente, é medido da seguinte maneira”: Retorno do capital próprio = Lucro líquido ÷ Patrimônio líquido 363 ÷ 2.591 = 14% Segundo Ross, Westerfield e Jordan (2002) para cada real de capital próprio, portanto, de acordo com o exemplo acima, foi gerado 14 centavos de lucro, mas, novamente, isso está correto apenas em termos contábeis. Como o ROA e o ROE são números comumente citados, enfatizamos o fato de que é importante lembrar que são taxas de retorno contábeis. Por tal razão essas medidas deveriam ser adequadamente denominadas retorno do ativo contábil e taxa de retorno do patrimônio liquido contábil. 2.14 Taxa de Crescimento Interno Para Ross, Westerfield e Jordan (2002) suponha que uma empresa tenha como política de financiamento de crescimento o uso apenas de financiamento de crescimento o uso apenas de financiamento interno. Isso significa que a empresa não tomará recursos emprestados e não venderá nenhuma nova ação. Quão rapidamente pode a empresa crescer? A resposta é dada pela taxa de crescimento interno. Taxa de crescimento interno = (ROA x b) ÷ (1 – ROA x b) Onde: ROA = Taxa de retorno dos ativos = Lucro líquido ÷ Ativo total b = Taxa de retenção de lucro = Adição a lucro retido / Lucro liquido (vamos considerar o b como sendo 2/3) A taxa de crescimento interno é a taxa máxima de crescimento que uma empresa pode alcançar sem o uso de fontes externas de financiamento. 2.15 Taxa de Crescimento Sustentável Segundo Ross, Westerfield e Jordan (2002) se uma empresa basear-se apenas no financiamento interno, a longo prazo seu índice de endividamento geral diminuirá. Isso acontecerá porque os ativos crescerão, mas a divida total permanecerá a mesma (ou até diminuirá se for parcialmente liquidada). Freqüentemente, as empresas possuem um determinado índice de endividamento geral ou multiplicador de capital próprio que é visto como ótimo. Com isso em mente, consideremos quão rapidamente uma empresa pode crescer se (1) deseja manter um determinado índice de endividamento geral e (2) não deseja vender novas ações. Existem diversas razões pelas quais uma empresa deseja evitar a emissão de novas

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ações, e na realidade, a emissão de ações por empresa estabelecidas, é uma ocorrência rara. Dadas essas duas premissas, a taxa máxima de crescimento que ser alcançada, denominada taxa de crescimento sustentável. Taxa de crescimento sustentável = (ROE x b) ÷ (1 – ROE x b) Onde: ROE = Taxa de retorno do Patrimônio liquido = Lucro liquido ÷ Patrimônio liquido b = Taxa de retenção de lucro = Adição a lucro retido / Lucro liquido (vamos considerar o b com sendo 2/3) A taxa de crescimento sustentável é a taxa máxima de crescimento que uma empresa pode alcançar sem financiamento externo de capital próprio e mantendo o quociente capital próprio / capital de terceiros constante. 2.16 Estado de Insolvência / Falência Para Savytzky (2006), “são as seguintes as principais causas do desequilíbrio financeiro, que podem ocasionar o estado de insolvência e a conseqüente falência da empresa”:

• Excesso de imobilização em relação ao capital próprio, que reduz ou elimina o capital de giro próprio;

• Desequilíbrio entre os prazos de compras e de vendas e baixa rotação de estoques e de vendas;

• Prejuízos operacionais, que consomem em primeiro lugar o capital de giro próprio; • Conseqüente aumento do endividamento para sustentar o meio circulante por falta

de giro próprio.

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3 Capital de Giro – Terminologia É mais ou menos freqüente a pergunta sobre o valor do Capital de Giro da empresa, mas de modo dúbio, principalmente para fins cadastrais. Segundo Vieira (2005), capital de giro se refere ao total dos investimentos de curto prazo realizados pela empresa, enquanto a expressão capital de giro líquido se refere ao saldo líquido de aplicações e fontes efetuados neste horizonte de tempo.

Descrição Ativo Realizável Permanente Total do Passivo Ex igível Patrimônio Total do Capital de Capital deCirculante Longo Ativo Circulante longo Líquido Passivo Gi ro Giro líquido

Prazo PrazoTOTAL 500 R$ 253.511,00 168.171,00 571.572,00 993.254,00 272.167,00 334.808,00 386.279,00 993.254,00 253.511,00 (18.656,00)

% 25,52% 16,93% 57,55% 100,00% 27,40% 33,71% 38,89% 100,00%Bebidas R$ 4.733,00 2.518,00 7.445,00 14.696,00 3.271,00 8.514,00 2.910,00 14.695,00 4.733,00 1.462,00

% 32,21% 17,13% 50,66% 100,00% 22,26% 57,94% 19,80% 100,00%Celulose e Papel R$ 6.567,00 2.518,00 22.363,00 31.448,00 8.972,00 10.861,00 11.593,00 31.426,00 6.567,00 (2.405,00)

% 20,88% 8,01% 71,11% 100,00% 28,55% 34,56% 36,89% 100,00%Eletricidade R$ 33.891,00 2.496,00 150.435,00 186.822,00 44.299,00 91.168,00 83.084,00 218.551,00 33.891,00 (10.408,00)

% 18,14% 1,34% 80,52% 100,00% 20,27% 41,71% 38,02% 100,00%Metalurgia R$ 22.305,00 34.225,00 53.746,00 110.276,00 22.240,00 30.994,00 32.436,00 85.670,00 22.305,00 65,00

% 20,23% 31,04% 48,74% 100,00% 25,96% 36,18% 37,86% 100,00%Saneamento R$ 4.805,00 9.619,00 36.194,00 50.618,00 5.447,00 18.253,00 18.986,00 42.686,00 4.805,00 (642,00)

% 9,49% 19,00% 71,50% 100,00% 12,76% 42,76% 44,48% 100,00%Telecomunicações R$ 6.567,00 1.687,00 22.363,00 30.617,00 8.972,00 10.861,00 11.593,00 31.426,00 6.567,00 (2.405,00)

% 21,45% 5,51% 73,04% 100,00% 28,55% 34,56% 36,89% 100,00%Obs.: Valores arrendodados em milhões de reais.Fonte: Conjuntura Econõmica, ago. 2003 Apud. Veira (2003)Figura 1: Capital de giro e capital de giro líquido

Com pequenas variações na terminologia, a resposta poderá ter grandes variações de valor. O capital de giro é o que está em circulação, ou seja, o que está sujeito a permanente renovação, como as disponibilidades, os estoques e os créditos da empresa, a curto e a longo prazo. Não deve ser confundido com o Ativo Circulante previsto na Lei. 6.404/76, porque este é um grupamento do balanço que se refere apenas a valores realizáveis em até 12 meses. O giro, a renovação ou a circulação de capitais aplicados pode ser a curto, médio ou a longo prazo. Pela ótica contábil, entende-se como capital de giro líquido a diferença entre o ativo circulante (bens e direitos de circulação a curto prazo – caixa, bancos, duplicatas a receber, estoques etc.) e o passivo circulante (obrigações a curto prazo – fornecedores, obrigações trabalhistas, obrigações fiscais etc.). Capital de giro é o montante (parcela) de recursos, destinados à aplicação dos meios, para fazer com que a empresa complete o ciclo operacional, ou seja, a aquisição da matéria-prima, do material secundário, sua transformação em produtos acabados e a distribuição deles no mercado consumidor, reiniciando-se o ciclo. O ciclo operacional da empresa segue alguns passos importantes, que se alteram em função das vendas à vista ou a prazo. Quando a empresa vende à vista, o ciclo da empresa inicia com as compras de insumos (matéria-prima, material secundário e outros); em seguida efetua-se a transformação em produtos acabados que são colocados à venda. Quando essa ocorre, os recursos vão para o caixa e inicia-se novamente o ciclo, como demonstramos na figura a seguir.

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Análise de Balanços 26

Figura 2. Capital de Giro – Esquema com Vendas á Vista. Fonte: Berti (2007). Quando as vendas são a prazo, a diferença das vendas á vista é apenas uma fase intermediaria denominada de cobrança, ou emissão do documento (duplicatas a receber ou outro tipo de documento) conforme se demonstra na figura a seguir.

Capital de Giro – Esquema com Vendas a Prazo Figura 3. Capital de Giro – Esquema com Vendas à Prazo. Fonte: Berti (2007).

CAIXA

VENDAS

PRODUTOS ACABADOS

VENDAS

Matéria-prima Mat. Secundário

Outros

Matéria-prima Mat. Secundário

Outros

CAIXA

Venda a

Prazo

Produtos Acabados

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Análise de Balanços 27

Para Savytzky (2006), diante do exposto, o Capital de Giro pode ser observado sob os seguintes aspectos:

• Capital de Giro • Capital de Giro Próprio • Capital em Giro

O Capital de Giro é a soma dos recursos que se acham em circulação, a curto e a longo prazo, ou seja, correspondente à soma do Ativo Circulante com o Realizável a Longo Prazo. Em outros termos, é a parcela dos capitais próprios e alheios que estão em circulação. O Capital de Giro Próprio é somente a parcela do capital próprio que está em circulação. A sua apuração já foi vista quando se tratou do índice de “Grau de Imobilizações”. Pode também ser determinado por outra fórmula, que a seguir será exemplificada. Segundo Bernardi (2004), é a diferença entre o valor do Patrimônio Líquido e o Ativo Permanente da empresa, ou seja, a parcela excedente de capital próprio que a empresa não imobilizou. O Capital em Giro, de modo impróprio, é tido por alguns como o total dos capitais aplicados na empresa, próprios e alheios, correspondendo ao total do ativo, que engloba os valores que estão em circulação (em giro) e os que estão imobilizados. Exemplos:

ATIVO PASSIVO Circulante 300 Circulante 200 Realizável a Longo Prazo 100 Exigível a Longo Prazo 50 Permanente 200 Patrimônio Líquido 350 600 600 Capital de Giro Ativo Circulante ................................................................................................................ 300 Realizável a Longo Prazo .................................................................................................. 100 Capital de Giro .................................................................................................................. 400 Capital de Giro Próprio Patrimônio Líquido ........................................................................................................... 350 Ativo Permanente .............................................................................................................. 200 Capital de Giro Próprio ..................................................................................................... 150

ou

Ativo Circulante ............................................................................................... 300 Realizável a Longo Prazo ................................................................................ 100 400

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Análise de Balanços 28

Passivo Circulante ........................................................................................... 200 Ativo Permanente ............................................................................................ 50 250 Capital de Giro Próprio ..................................................................................................... 150 Capital em Giro Ativo Circulante ................................................................................................................ 300 Ativo Realizável a Longo Prazo ....................................................................................... 100 Ativo Permanente .............................................................................................................. 200 * Capital em Giro .............................................................................................................. 600 * Terminologia imprópria, usada por leigos em termos contábeis. Trata-se do total das aplicações da empresa (ativo). 3.1 Capital de Giro Necessário Conquanto não seja da área de análise de balanços e sim de administração financeira, não raro o analista é solicitado a determinar o valor do capital de giro que a empresa necessita, geralmente para fins de financiamento por parte de instituições financeiras ou para estudo de aumento de capital destinado a capital de giro próprio (SAVYTZKY, 2006). Esse capital de giro é o referente às operações normais da empresa a curto prazo, mas que pode envolver parcela de aplicações a médio e longo prazo, como para vendas a prazo mais longo ou ciclo operacional moroso. (Não confundir capital de giro com o capital de giro próprio). Uma fórmula para cálculo, simples e eficiente, é a seguinte: (Rotação de Estoques + Rotação de Créditos x Gastos gerais) ÷ 360 = Capital de giro necessário Os gastos gerais compreendem os custos e as despesas gerais de produção e de administração realizadas no ano, como segue: � Matéria-prima consumida, materiais secundários e embalagens � Despesas com mão-de-obra e previdência social � Despesas gerais de produção � Despesas administrativas, inclusive salários, previdência social, honorários da

diretoria, etc. � Despesas financeiras (menos as receitas financeiras) � Despesas com impostos � Despesas diversas

Pelo esquema acima ficam excluídas as depreciações porque referem-se a desgaste de bens do ativo imobilizado e não originam dispêndios financeiros.

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Análise de Balanços 29

A fórmula pode ser usada para a determinação do capital de giro necessário tanto com base em dados contábeis pré-existentes como em projeções nos casos de implantação ou ampliação comercial ou industrial. Exemplos: Ciclo Operacional: - Rotação de matéria-prima ......................................................................................... 30 dias - Rotação de produtos acabados .................................................................................. 40 dias - Rotação de créditos ................................................................................................... 60 dias Ciclo operacional ....................................................................................................... 130 dias Gastos Gerais em 1 Ano: - Matéria-prima e embalagens ................................................................................ 200.000,00 - Mão-de-obra e previdência social ................................................................................ 100.000,00 - Gastos gerais de produção ................................................................................ 10.000,00 - Despesas administrativas ................................................................................ 120.000,00 - Despesas financeiras ................................................................................ 30.000,00 - Impostos ................................................................................ 15.000,00 - Despesas diversas ................................................................................ 5.000,00 480.000,00 Capital próprio (patrimônio líquido) ................................................................................ 300.000,00 Ativo permanente ................................................................................ 220.000,00 Capital de giro próprio ................................................................................ 80.000,00 Cálculo: (130 x 480.000) ÷ 360 = 173.333 Pelos dados acima chega-se à conclusão que a empresa necessita de uma capital de giro da ordem de R$ 173.000,00. Sabendo-se que o capital de giro próprio é inferior (80.000), o restante deverá ser suprido com capitais alheios (fornecedores, financiamentos, etc.): Capital de giro necessário ................................................................................ 173.333 Capital de giro próprio ................................................................................ 80.000 Capital de giro suplementar necessário ................................................................................ 93.333 O suprimento do capital de giro com capitais de terceiros é sempre oneroso: os financiamentos bancários (desconto de duplicatas) são dispendiosos e nas compras a prazo o fornecedor se não acrescenta um percentual compensatório, não baixa o preço. Por essas razões a empresa que opera com capital de giro próprio satisfatório, sempre obtém vantagem operacional, que, a par da tranqüilidade administrativa, afasta despesas financeiras o obtém melhor preço na compra.

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Análise de Balanços 30

4 Parecer ou Laudo Técnico Em relação ao parecer ou laudo técnico ou termo equivalente, cada analista cria o seu estilo de pessoal de redação. Contudo, convém notar que na interpretação das informações através da redação do parecer não deve ser dado um sentido didático ou explicativo dos índices encontrados. Por exemplo, diante de um quociente de liquidez corrente de 1,80, o analista não deve consignar que a empresa conta com recursos disponíveis e realizáveis a curto prazo de R$ 1,80 para pagar R$ 1,00 de exigibilidades vencíveis a curto prazo. Dirá, simplesmente que a situação financeira da instituição a curto prazo é excelente, ou de confortável folga financeira, espelhada pelo índice apurado, inteiramente favorável. Também, porque em geral o parecer é destinado a empresários, administradores e outros interessados alheios à terminologia contábil. Importante também trabalhar com cálculos de variações dos quocientes e percentuais para que os gestores possam analisar de forma mais direta as condições da empresa, no que tange a investimento, rentabilidade, solvência, endividamento etc. O analista ao redigir o parecer, deve evitar palavras como: alavancagem financeira, retorno sobre investimento, margem liquida etc., que por si só nada dizem, diferentemente de participação de capitais alheios na empresa, lucro ou lucro liquido. 4.1 Como elaborar uma analise das demonstrações financeiras Para que o responsável pela analise das demonstrações, faça um parecer das demonstrações contábeis é indispensável um conjunto de fatores, dentre os quais citamos alguns: � Conhecimento básico em contabilidade; � Conhecimento de técnicas de análise; � Conhecimento da atividade da empresa; � Conhecimento das políticas e estratégias da empresa; � Conhecimento dos SIGs da empresa; � Ter discernimento e capacidade de interpretação dos índices.

É notório que cada analista tem sua forma de trabalhar, ou seja, a maneira de entender e raciocinar as demonstrações financeiras. Segundo Matarazzo (1998), a análise das Demonstrações Financeiras baseia-se em raciocínio cientifico, tendo como objetivo a conversão das demonstrações contábeis em relatórios de linguagem descomplicada. Como podemos notar as Demonstrações Contábeis das organizações (dependendo do ramo de atividade), apresentam muitas contas, principalmente o Balanço Patrimonial, tem uma infinidade de contas analíticas e, para que o analista não tenha complicação e de suma importância que ele trabalhe com padronização das Demonstrações Contábeis. Segundo Assaf (1981), é preciso um reagrupamento de algumas contas, com o objetivo de tornar mais homogêneo e menos complexo para a análise. Para Matarazo (1998), o motivo pelos quais faz-se necessário a referida padronização, são:

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Análise de Balanços 31

a. Simplificação; b. Comparabilidade; c. Adequação aos objetivos da análise; d. Precisão nas classificações das contas; e. Descoberta de erros; f. Intimidade do analista com as demonstrações financeiras da empresa.

Assim sendo, a analise elaborada com o maior número possível de informações é de grande valia para o analista, que poderá gerar pareceres (relatórios) o mais próximo da realidade da corporação, ajudando assim os gestores a avaliar, comparar, projetar e tomar decisão. 4.1.1 Análise econômico-financeira1 A partir dos índices poderemos desenvolver a análise da empresa, na qual deveremos destacar o desempenho econômico-financeiro nos últimos anos. Tal desempenho é afetado pelas seguintes questões: � Tendência das vendas nos últimos anos; � Investimentos em expansão e modernização; � Financiamentos dos planos de expansão (utilização de recursos próprios e

financiamentos pleiteados); � Compatibilidade das fontes de recursos e investimentos;

4.1.2 Outras informações2 � Isenções/benefícios fiscais; � Política de gestão de pessoas; � Ações judiciais em andamento; � Obrigações legais e sua vigência (contratos de aluguel, leasing, acordos

trabalhistas). Exercícios: Exercício 1 O balanço de 31 de dezembro de 2006 da Jordan and Jordan Manufacturing Inc. apresentou um ativo circulante de R$ 900 e um passivo circulante de R$ 400. O balanço de 31 de dezembro de 2007 apresentou ativo circulante de R$ 1.150 e passivo circulante de R$ 475. Qual foi a variação de capital de giro liquido, ou CGL, da empresa em 2007?

1 Trecho retirado do livro “Análise econômico-financeira de empresas dos autores: Luiz Guilherme Tinoco Aboim Costa; Andréia Fátima Fernandes Limeira; Hiram de Melo Gonçalves e Ueliton Tarcisio de Carvalho. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2008. 2 Trecho retirado do livro “Análise econômico-financeira de empresas dos autores: Luiz Guilherme Tinoco Aboim Costa; Andréia Fátima Fernandes Limeira; Hiram de Melo Gonçalves e Ueliton Tarcisio de Carvalho. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2008.

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Análise de Balanços 32

Exercício 2 A seguir, encontram-se as demonstrações financeiras mais recentes da Wildhack. Prepare uma demonstração de resultado em % (percentual) com base nessas informações. Como você interpreta essa demonstração de resultado padronizada? Qual a porcentagem das vendas que vai para o custo da mercadoria vendida?

WILDHACK CORPORATION Demonstração de Resultado em 2007 (R$ milhões)

Vendas 3.756 Custo da mercadoria vendida 2.453 Depreciação 490 Lucro antes de juros e impostos 813 Juros pagos 613 Lucro tributável 200 Impostos (34%) 68 Lucro líquido 112 Dividendos 46 Adição a lucros retidos 86 Exercício 3 Com base nos balanços e na demonstração de resultado do problema anterior, calcule os seguintes índices para 2007.

a) Índice de liquidez corrente b) Índice de liquidez seca c) Giro do estoque d) Giro de contas a receber e) Dias de venda em estoque f) Dias de venda em contas a receber g) Giro do ativo h) Endividamento geral i) ROA j) ROE

WILDHACK CORPORATION

Balanço em 31 de dezembro de 2005 e 2006 (R$ milhões) 2006 2007

Ativo Ativo circulante Caixa 120 88 Contas a receber 224 192 Estoque 424 368 Total 768 648

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Análise de Balanços 33

Ativo permanente Instalações e equipamentos (Líquido) 5.228 5.354 Ativo total 5.996 6.002

Passivo Passivo circulante Contas a pagar 124 144 Títulos a pagar 1.412 1.039 Total 1.536 1.183 Exigível a longo prazo 1.804 2.077 Patrimônio líquido Capital mais reservas 300 300 Lucros retidos 2.356 2.442 Total 2.656 2.742 Passivo total 5.996 6.002 Exercício 4 Com base nas informações a seguir, qual é a taxa de crescimento interno que a Corwin poderá manter se não utilizar financiamento? Qual é a taxa de crescimento sustentável?

CORWIN COMPANY Demonstração de Resultado

Vendas $ 2.750 Custo da Mercadoria Vendida 2.400 Imposto (34%) 119 Lucro líquido $ 231 Dividendos $ 77

CORWIN COMPANY Balanço Patrimonial

Ativo Exigível a Circulante $ 600 Longo prazo $ 200 Ativo Patrimônio Permanente Líquido 1.200 líquido 800 Total $ 1.400 Total $ 1.400 Fonte: Ross, Westerfield e Jordan (2002). Exercício 5 Mudança no índice de Liquidez corrente. Que efeito produziriam as seguintes ações no índice de liquidez corrente? Suponha que o capital de giro liquido seja positivo.

a) Compra de mercadoria para estoque a prazo. b) Pagamento de fornecedor.

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Análise de Balanços 34

c) Pagamento de empréstimo bancário a longo prazo. d) Cliente paga à empresa vendas realizadas a prazo. e) Estoque é vendido a preço de custo a vista. f) Estoque é vendido com lucro (a vista) de R$ 10.000.

Exercício 6 Uma empresa possui um capital de giro liquido de R$ 950, passivo circulante de R$ 2.500 e estoque de R$ 1.100. Qual é seu índice de liquidez corrente? E seu índice de liquidez seca? Exercício 7 Uma empresa possui vendas de R$ 30 milhões, ativo total de R$ 42 milhões e divida total de R$ 12 milhões. Se a margem de lucro liquida é 7%, qual é seu lucro liquido? Qual é o ROA? Qual é o ROE? Exercício 8 A Fred´s Print Shop possui um saldo de contas a receber de R$ 575.358. O total de vendas a prazo realizadas durante o ano foi R$ 2.705.132. qual é o giro de contas a receber? Qual é o número de dias de vendas em contas a receber? Quanto tempo levou em média para os clientes liquidarem suas contas durante o ano passado? Exercício 9 A Mary´s Print Shop encerrou o ano com um estoque de R$ 325.800 e o custo da mercadoria vendida totalizou R$ 1.375.151. Qual é o giro do estoque? O número de dias de venda em estoque? Quanto tempo ficou uma unidade de estoque na prateleira, em média, antes de ser vendida? Exercício 10 Em 2007, a DRK Inc. teve um custo de mercadoria vendida de R$ 9.273. Ao final do ano, o saldo de contas a pagar era R$ 1.283. Quanto tempo levou, em média para a empresa pagar seus fornecedores em 2007? O que um valor alto deste índice significaria? Exercício 11 No Jornal Estado de São Paulo na página B14 (Economia) de 29/03/05 encontram-se as demonstrações contábeis da empresa TEC TOY S/A, relativos aos exercícios de 2003 e 2004, das quais foi extraído as seguintes informações em milhares de reais:

Contas 2004 2003

Contas a Receber – Clientes 3.850 5.200 Estoques 5.430 4.797

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Análise de Balanços 35

Fornecedores 1.541 692 Vendas de produtos – Bruto 51.064 38.051 C.P.V 27.944 17.239 Admite-se que o saldo da conta Estoques em 31/12/2002 é de R$ 4.200. Pede-se:

a) Utilize os índices de atividades (prazos médios) e analise a situação financeira da TEC TOY S/A nos dois anos.

b) O que se entende por ciclo operacional? Exercício 12 Na página B11 do mesmo jornal e caderno, encontram-se as demonstrações contábeis da ARMCO DO BRASIL S/A, com as seguintes informações, em milhares de reais:

Contas 2004 2003 Ativo Circulante 140.264 70.005 Estoques 60.322 31.380 Passivo Circulante 99.884 56.983 Caixa e Bancos 3.114 2.300 Realizável a Longo Prazo 9.596 13.486 Exigível a Longo Prazo 33.772 31.687 Total do Ativo 197.224 137.565 Com base nessas informações pede-se:

a) Determine os coeficientes de Liquidez – LG, LC, LS e LI dos dois anos; b) Determine o valor do Ativo Permanente e do Patrimônio Líquido dos dois anos; c) Determine o endividamento (Grau de Dívida) nos dois últimos anos; d) Identifique a tendência dos indicadores e analise o comportamento da empresa nos

últimos dois anos. Exercício 13 Considerando:

a) que uma empresa vendeu R$ 120.000 em um período e obteve um lucro de R$ 11.000;

b) que ela tem um giro do ativo de 1,25%; c) que a participação do capital próprio no ativo total é igual a 60%; d) que o restante do passivo está dividido em 70% de circulante e 30% de exigível a

longo prazo;

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Análise de Balanços 36

e) que essa empresa tem um índice de Liquidez Corrente de 1,5 e não tem R.L.P. Pede-se:

a) o valor do seu ativo permanente; b) calcular, analisar e interpretar a rentabilidade.

Exercício 14 Considerando os seguintes dados de uma empresa:

a) um ativo total de R$ 320.000; b) um giro do ativo de 0,80%; c) custos e despesas totais do período de R$ 247.000; d) um ativo permanente de 72% do ativo total; e) um exigível a longo prazo de R$ 10.000 (não tem realizável a longo prazo); f) um capital próprio representando 65% do ativo.

Pede-se:

a) calcular o índice de Liquidez Corrente; b) calcular, analisar e interpretar a rentabilidade.

Exercício 15 (Enade 2006) A diretoria da Cia. Itamaracá estabelece como política: manter o Capital Circulante Líquido da empresa sempre positivo e acompanhar continuamente o desempenho dos seus índices de Liquidez. Para colocar em prática essa determinação, a empresa efetua a quitação de 50% do saldo da conta de fornecedores, que venceria em até 120 dias. Qual as alterações que o registro desse evento produz no CCL – Capital Circulante Líquido e no Índice de Liquidez Corrente? C.C.L. ILC (a) Não altera Não altera (b) Não altera Aumenta (c) Aumenta Diminui (d) Diminui Diminui (e) Aumenta Aumenta Exercício 16 (Enade 2006) A diretoria da Cia. Aroeira quer que seus gerentes se concentrem em melhorar a rentabilidade de cada uma das divisões sob sua responsabilidade. Quais são as medidas de avaliação de desempenho que mais possibilidades têm de estimular esse comportamento?

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Análise de Balanços 37

(a) Dividendo por ação, retorno sobre o Patrimônio Líquido e índice de endividamento. (b) Rotatividade dos Ativos Operacionais, margem bruta e retorno sobre o patrimônio. (c) Retorno sobre Ativos Operacionais, índice de liquidez geral e índice de endividamento. (d) Rotatividade dos Ativos Operacionais, dividendos por ação e participação do capital de terceiros. (e) Retorno sobre o Patrimônio Líquido, margem bruta e índice de endividamento. Exercício 17 Empresa Décima Edição S.A.

Circulante 2005 2006 2007 Circulante 2005 2006 2007Disponível 1.000 1.500 2.000 Diversos a pagar 5.000 10.000 18.000Dup. a Receber 4.000 6.000 7.000Estoque 5.000 7.500 11.000 Exigível a L.P.

10.000 15.000 20.000 Financiamento pg. 5.000 5.000 2.000

Permanente Patrim. LíquidoInvestimento 5.000 10.000 20.000 Capital + Reservas 10.000 20.000 30.000Imobilizado 5.000 10.000 10.000TOTAL 20.000 35.000 50.000 TOTAL 20.000 35.000 50.000

Balanço PatrimonialATIVO PASSIVO

2005 2006 2007Vendas 30.000 45.000 60.000(-) Custos* -5.000 -10.000 -15.000Lucro Bruto 25.000 35.000 45.000(-) Despesas De Vendas -2.000 -4.000 -6.000 Administrativas -4.000 -5.000 -6.000 Financeiras -10.000 -11.000 -18.000Lucro Operacional 9.000 15.000 15.000(-) Imp. de Renda -4.000 -5.000 -5.000Lucro Líquido 5.000 10.000 10.000

D.R.E.

CUSTO* 2005 2006 2007Mão-de-obra 1.000 5.000 9.000Matéria-Prima 2.000 3.000 4.000Outros Custos 2.000 2.000 2.000 Pede-se:

a) Montar o quadro clínico:

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Análise de Balanços 38

Tripé Índices 2005 2006 2007 FórmulaDecisorial

Corrente AC / PCLiquidez Seca (AC - EST) / PC

Geral (AC + R.L.P.) / (PC + E.L.P.)Endividamento Geral (PC + E.L.P.) / ATIVO

Composição PC / (PC + E.L.P.)Patrimônio Líquido LL / PL

Rentabilidade Ativo LL / ATIVOMargem Líquida LL / VENDASGiro do Ativo VENDAS / ATIVO

b) Após preencher o quadro clínico da Décima Edição S.A., responda os seguintes

testes:

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Análise de Balanços 39

a1) A situação financeira da empresa em 2006 e 2007 é, respectivamente: ( ) a) Razoável e boa ( ) b) Ruim e razoável ( ) c) Péssima e ruim ( ) d) Excelente e maravilhosa ( ) e) N.D.A. a2) Um dos grandes problemas da empresa é: ( ) a) Matéria Prima ( ) b) Outros custos de produção ( ) c) Mão-de-obra da fábrica ( ) d) Despesas Administrativas ( ) e) N.D.A. a3)Em 2007 a rentabilidade da empresa é: ( ) a) Satisfatória ( ) b) Boa ( ) c) Ruim ( ) d) Horrível ( ) e) N.D.A. a4) A empresa ganha: ( ) a) Na margem, porém o giro está aumentando ( ) b) Na margem, mas o giro está caindo ( ) c) Na margem e no giro, ambas estão aumentando ( ) d) No giro, porém a margem está caindo ( ) e) N.D.A. a5)O principal problema da empresa hoje é: ( ) a) Situação econômica (rentabilidade) ( ) b) Situação financeira ( ) c) Endividamento ( ) d) Situação financeira e o endividamento ( ) e) Situação econômica e o endividamento a6) A rentabilidade do Empresário é:

( ) a) Satisfatória ( ) b) Boa ( ) c) Ruim ( ) d) Horrível ( ) e) N.D.A. a7) O item que mais impediu o crescimento da Produtividade foi: ( ) a) Duplicatas a Receber ( ) b) Imobilizado ( ) c) Estoque ( ) d) Investimento ( ) e) Disponível a8) Uma atitude que pode estar prejudicando a Margem de Lucro da empresa é: ( ) a) Custo ( ) b) Despesa de vendas ( ) c) Despesa administrativa ( ) d) Despesa financeira ( ) e) N.D.A. a9) Uma outra postura da empresa, que prejudica a Rentabilidade pode ser: ( ) a) Excesso de propaganda ( ) b) Excesso de honorários para a diretoria ( ) c) Excesso de imposto de renda ( ) d) Excesso de juros ( ) e) N.D.A. a10) Como analista financeiro, vou concentrar os meus esforços, principalmente: ( ) a) Na fábrica e no departamento de vendas ( ) b) Na fábrica e no setor administrativo ( ) c) No departamento de vendas e no setor administrativo ( ) d) Nas despesas financeiras e no setor de vendas ( ) e) Na fábrica e no departamento financeiro

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4.2 Exercícios de Análise de Balanços A seguir são apresentados diversos balanços de empresas com diferentes ramos de atividades e em variadas situações econômico – financeiras, que foram analisados e interpretados, transcritos com os respectivos pareceres técnicos. Na indicação do ano do balanço o Ano X1 não significa ser o início de negócio, mas simplesmente o ano anterior ao do último balanço analisado em seqüência. Exercício 1

(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH

CIRCULANTE 385.950 35,69% 100,00% 510.613 40,03% 32,30%Caixa e Bancos 27.908 2,58% 100,00% 50.440 3,95% 80,74%Aplicações Financeiras 89.161 8,25% 100,00% 248.068 19,45% 178,22%Estoques 143.470 13,27% 100,00% 148.374 11,63% 3,42%Clientes 82.348 7,62% 100,00% 34.319 2,69% -58,32%Outras Contas 43.063 3,98% 100,00% 29.412 2,31% -31,70%

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 1.959 0,18% 100,00% 4.664 0,37% 138,08%Contas a Receber 1.959 0,18% 100,00% 4.664 0,37% 138,08%

PERMANENTE 693.433 64,13% 100,00% 760.282 59,60% 9,64%Investimentos 362.146 33,49% 100,00% 417.825 32,76% 15,37%Participações Societárias 362.146 33,49% 100,00% 417.825 32,76% 15,37%Imobilização 330.980 30,61% 100,00% 341.079 26,74% 3,05%Terrenos 39.051 3,61% 100,00% 40.413 3,17% 3,49%Edificações e Instalações 267.970 24,78% 100,00% 310.577 24,35% 15,90%Máquinas e Equipamentos 423.268 39,14% 100,00% 495.399 38,84% 17,04%Veículos 58.363 5,40% 100,00% 52.671 4,13% -9,75%Móveis e Utensílios 14.826 1,37% 100,00% 13.042 1,02% -12,03%Depreciação Acumulada -472.498 -43,70% 100,00% -571.023 -44,77% 20,85%Diferido 307 0,03% 100,00% 1.378 0,11% 348,86%

TOTAL DO ATIVO 1.081.342 100,00% 100,00% 1.275.559 100,00% 17,96%

FÁBRICA DE CIMENTOANÁLISE DE BALANÇOS

ATIVO

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Análise de Balanços 41

(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH

CIRCULANTE 220.440 20,39% 100,00% 354.573 27,80% 60,85%Fornecedores 50.627 4,68% 100,00% 26.488 2,08% -47,68%Financiamentos Bancários 17.868 1,65% 100,00% 17.248 1,35% -3,47%Títulos a Pagar 35.814 3,31% 100,00% 2.938 0,23% -91,80%Salários e Prev. Social 16.569 1,53% 100,00% 20.812 1,63% 25,61%Impostos a Pagar 41.932 3,88% 100,00% 91.545 7,18% 118,32%Outras Contas 38.723 3,58% 100,00% 35.506 2,78% -8,31%Antecipações de Clientes 9.381 0,87% 100,00% 62.397 4,89% 565,14%Dividendos 9.526 0,88% 100,00% 97.639 7,65% 924,97%

EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 22.180 2,05% 100,00% 8.003 0,63% -63,92%Financiamentos Bancários 17.475 1,62% 100,00% 2.966 0,23% -83,03%Sociedade Interligada 4.705 0,44% 100,00% 5.037 0,39% 7,06%

PATRIMÔNIO LÍQUIDO 838.722 77,56% 100,00% 912.983 71,58% 8,85%Capital 435.642 40,29% 100,00% 459.076 35,99% 5,38%Reservas de Lucros 109.339 10,11% 100,00% 154.296 12,10% 41,12%Lucros Acumulados 293.741 27,16% 100,00% 299.611 23,49% 2,00%

TOTAL DO PASSIVO 1.081.342 100,00% 100,00% 1.275.559 100,00% 17,96%

PASSIVO

(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH

Receita Bruta de Vendas 821.908 126,58% 100,00% 1.217.374 126,58% 48,12%(-) Deduções s/ RBV 172.601 26,58% 100,00% 255.649 26,58% 48,12% = Receita Líquida de Vendas 649.307 100,00% 100,00% 961.725 100,00% 48,12%(-) C.P.V 493.145 75,95% 100,00% 742.598 77,22% 50,58% = Lucro Bruto 156.163 24,05% 100,00% 219.127 22,78% 40,3 2%(-) Despesas Operacionais 57.534 8,86% 100,00% 97.390 10,13% 69,27% = Lucro Operacional 98.629 15,19% 100,00% 121.737 12,66% 23,43%(-) Despesas Financeiras 24.657 3,80% 100,00% 36.521 3,80% 48,12% = LAIR e CSLL 73.972 11,39% 100,00% 85.216 8,86% 15,20%(-) Provisão para o IRPJ e CSLL 14.794 2,28% 100,00% 17.043 1,77% 15,20%Lucro Líquido 59.177 9,11% 100,00% 68.173 7,09% 15,20%

Ano X1 Ano X2$540.671,00 50% $637.779,50 50%$107.602,50 75% $111.280,50 75%

$25.527,88 31% $10.638,89 31%$6.075,24 12% $3.178,56 12%

DRE

Investimento MédioEstoque Médio

Média de duplicatas a receberMédia de duplicatas a pagar

Pede-se:

a) Capital de giro; b) Capital de giro líquido; c) Capital de giro próprio; d) Capital em giro;

e) ROA (Retorno do capital próprio); f) ROE (Retorno do PL); g) Giro do ativo; h) Liquidez seca;

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Análise de Balanços 42

i) Liquidez geral; j) Liquidez imediata; k) Liquidez corrente; l) Grau de imobilização; m) Grau de endividamento; n) Composição do endividamento; o) Rentabilidade sobre o PL; p) Rentabilidade sobre as vendas; q) Giro do estoque;

r) Dias de vendas de estoque; s) Giro de contas a receber; t) Dias em vendas de contas a

receber; u) Giro de contas a pagar; v) Dias em contas a pagar; w) Taxa de crescimento interno; x) Taxa de crescimento sustentável.

Analise o parecer, abaixo:

PARECER I - Situação Patrimonial - Sólida posição patrimonial, com satisfatória evolução do patrimônio liquido, de aproximadamente 9%. Tal evolução é sintetizada pelo aumento do ROE e pela Taxa de Crescimento Sustentável em aproximadamente 6% e 5% respectivamente do Ano 1 ao Ano 2. II - Situação Financeira - Boa situação financeira. Houve certo decréscimo nos índices de liquidez (menos o de liquidez imediata) em relação ao exercício anterior, mas continuam com bom equilíbrio, ou seja com uma razoável folga no que tange aos índice de liquidez geral e corrente principalmente. Os dias em vendas de contas a receber teve um decréscimo (de 72% aproximadamente), determinando uma entrada mais rápida do dinheiro em caixa ou no banco, influenciando sua situação financeira. O capital de giro ratifica o bom estado financeiro da empresa, pois, o mesmo obteve uma evolução de aproximadamente de 33%. III - Grau de Imobilização - É elevado o grau de imobilização com aproximadamente 80% do total do capital próprio, o que, entretanto, não prejudica a situação financeira, tendo-se em vista que a empresa está conseguindo otimizar sua rentabilidade sobre o PL e sobre as vendas. IV - Grau de Endividamento - A participação de capitais de terceiros é de aproximadamente 28% no total das aplicações da empresa. É bom salientar que o mesmo sofreu um aumento aproximado de 27 pontos percentuais, mas, como a empresa está conseguindo manter sua situação financeira satisfatória, tal evolução não preocupa a curto ou a médio prazo.

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Análise de Balanços 43

V - Rentabilidade - No Ano X1 a rentabilidade foi apenas razoável de cerca de 9%, mas no Ano X2 a rentabilidade ficou em 7% aproximadamente (perca de 22%), isso deve-se ao aumento no CPV e nas Despesas Operacionais de aproximadamente 51% e 69% respectivamente, porém as Vendas também obtiveram um aumento de cerca de 48%. É bom salientar que a empresa precisa verificar (no âmbito gerencial) o motivo que fizeram com que os custos e despesas crescessem mais do que o faturamento, para que a organização não penalizada a médio ou longo prazo na situação econômica e na financeira. VI - Conclusão - Em resumo, conclui-se que atualmente a empresa encontra-se em boa situação financeira e econômica. Fonte: Savytzky (2006), adaptado pelo autor. Sendo assim,

a) Só as afirmações I e II estão corretas; b) Só as afirmações I, II e III estão corretas; c) Todas as afirmações estão corretas, menos a Conclusão (VI); d) O Parecer está correto; e) O Parecer está incorreto.

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Análise de Balanços 44

Exercício 2

(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH

CIRCULANTE 659.997 34,98% 100,00% 1.252.691 37,44% 89,80%Caixa e Bancos 17.178 0,91% 100,00% 16.209 0,48% -5,64%Aplicações Financeiras 37.199 1,97% 100,00% 80.110 2,39% 115,36%Estoques 195.563 10,36% 100,00% 481.722 14,40% 146,33%Clientes 357.144 18,93% 100,00% 567.113 16,95% 58,79%Outras Contas 42.754 2,27% 100,00% 69.354 2,07% 62,22%Reflorestamentos 10.159 0,54% 100,00% 38.183 1,14% 275,85%REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 96.554 5,12% 100,00% 168.079 5,02% 74,08%Reflorestamentos 96.188 5,10% 100,00% 167.264 5,00% 73,89%Outras Contas 366 0,02% 100,00% 815 0,02% 122,68%PERMANENTE 1.130.337 59,90% 100,00% 1.925.107 57,54% 70,31%Investimentos 469.003 24,86% 100,00% 927.209 27,71% 97,70%Imobilizado (líquido de depreciação) 661.334 35,05% 100,00% 997.898 29,82% 50,89%

TOTAL DO ATIVO 1.886.888 100,00% 100,00% 3.345.877 100,00% 77,32%

FÁBRICA DE PAPELANÁLISE DE BALANÇOS

ATIVO

(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH

CIRCULANTE 520.685 27,59% 100,00% 920.358 27,51% 76,76%Fornecedores 120.404 6,38% 100,00% 318.072 9,51% 164,17%Duplicatas Descontadas 10.144 0,54% 100,00% 12.102 0,36% 19,30%Financiamentos Bancários 107.146 5,68% 100,00% 44.840 1,34% -58,15%Salários e Encargos Sociais 27.150 1,44% 100,00% 55.494 1,66% 104,40%Impostos a Pagar 79.983 4,24% 100,00% 159.463 4,77% 99,37%Dividendos a Pagar 81.533 4,32% 100,00% 163.065 4,87% 100,00%Outras Contas 13.315 0,71% 100,00% 36.365 1,09% 173,11%Provisão p/ Imo=posto de Renda 81.010 4,29% 100,00% 130.957 3,91% 61,66%

EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 936 0,05% 100,00% 2.189 0,07% 133,87%Fornecedores 253 0,01% 100,00% 2.189 0,07% 765,22%Financiamentos 683 0,04% 100,00% -100,00%

PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1.365.267 72,36% 100,00% 2.423.330 72,43% 77,50%Capital 1.066.326 56,51% 100,00% 1.746.390 52,20% 63,78%Reservas de Lucros 54.089 2,87% 100,00% 57.159 1,71% 5,68%Lucros Acumulados 244.852 12,98% 100,00% 619.781 18,52% 153,12%

TOTAL DO PASSIVO 1.886.888 100,00% 100,00% 3.345.877 100,00% 77,32%

PASSIVO

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Análise de Balanços 45

(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH

Receita Bruta de Vendas 1.334.268 125,00% 100,00% 2.564.409 125,00% 92,20%(-) Deduções s/ RBV 266.854 25,00% 100,00% 512.882 25,00% 92,20% = Receita Líquida de Vendas 1.067.414 100,00% 100,00% 2.051.527 100,00% 92,20%(-) C.P.V 813.903 76,25% 100,00% 1.615.578 78,75% 98,50% = Lucro Bruto 253.511 23,75% 100,00% 435.950 21,25% 71,96%(-) Despesas Operacionais 93.399 8,75% 100,00% 179.509 8,75% 92,20% = Lucro Operacional 160.112 15,00% 100,00% 256.441 12,50% 60,16%(-) Despesas Financeiras 46.699 4,38% 100,00% 76.932 3,75% 64,74% = LAIR e CSLL 113.413 10,63% 100,00% 179.509 8,75% 58,28 %(-) Provisão para o IRPJ e CSLL 22.683 2,13% 100,00% 35.902 1,75% 58,28%Lucro Líquido 90.730 8,50% 100,00% 143.607 7,00% 58,28%

Ano X1 Ano X2$943.444,00 50% $1.672.938,50 50%$146.672,25 75% $361.291,50 75%$110.714,64 31% $175.805,03 31%

$14.448,48 12% $38.168,64 12%

DRE simplificada

Investimento MédioEstoque Médio

Média de duplicatas a receberMédia de duplicatas a pagar

Pede-se:

a) Capital de giro; b) Capital de giro líquido; c) Capital de giro próprio; d) Capital em giro; e) ROA (Retorno do capital próprio); f) ROE (Retorno do PL); g) Giro do ativo; h) Liquidez seca; i) Liquidez geral; j) Liquidez imediata; k) Liquidez corrente; l) Grau de imobilização; m) Grau de endividamento;

n) Composição do endividamento; o) Rentabilidade sobre o PL; p) Rentabilidade sobre as vendas; q) Giro do estoque; r) Dias de vendas de estoque; s) Giro de contas a receber; t) Dias em vendas de contas a

receber; u) Giro de contas a pagar; v) Dias em contas a pagar; w) Taxa de crescimento interno; x) Taxa de crescimento sustentável.

Analise o parecer, abaixo:

PARECER I – Situação Patrimonial - Sólida posição patrimonial, com excelente evolução do patrimônio liquido (78%). Esse aumento patrimonial é decorrente da retenção dos bons lucros que vem obtendo. Tais lucros evoluirão 58% aproximadamente do Ano 1 ao Ano 2. II – Situação Financeira

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Análise de Balanços 46

- Situação financeira de bom equilíbrio e verifica-se que houve certa melhora nos índices em relação ao exercício anterior. Principalmente o índice de liquidez geral e liquidez corrente que cresceram 6% e 7% aproximadamente e respectivamente. Índice que denota a boa situação financeira é o capital de giro, CGL, CGP e o capital em giro, evoluindo respectivamente 88%, 139%, 112% e 77% do Ano 1 ao Ano 2. III – Grau de Imobilização - O grau de imobilização é bastante elevado, mas nota-se que houve decréscimo em relação ao ano anterior, cerca de 4% o que se refletiu na melhora dos índices de liquidez. IV – Grau de Endividamento - A incidência de capitais de terceiros é de apenas 27% aproximadamente no total das aplicações da empresa, que conta com boa capacidade de pagamento. V – Rentabilidade - Vem obtendo muito boa rentabilidade, com significativo aumento no último exercício. Verifica-se, também, que houve expressivo incremento de vendas e no lucro, ou seja, de aproximadamente 92% 58% respectivamente. VI – Conclusão - Diante do acima exposto, conclui-se que a empresa encontra-se em boa situação econômico-financeira e conta com boa capacidade de pagamento. Fonte: Savytzky (2006), adaptado pelo autor. Sendo assim,

a) Só as afirmações I e IV estão corretas; b) Só as afirmações I, II e VI estão corretas; c) O Parecer está correto; d) O Parecer está incorreto; e) Todas as afirmações estão incorretas, somente a opção II está correta.

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Análise de Balanços 47

Exercício 3

(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH

CIRCULANTE 2.473 74,00% 100,00% 2.247 74,83% -9,14%Caixa e Bancos 201 6,01% 100,00% 31 1,03% -84,58%Clientes 712 21,30% 100,00% 841 28,01% 18,12%Estoques 1.409 42,16% 100,00% 1.314 43,76% -6,74%Impostos a Recuperar 121 3,62% 100,00% 29 0,97% -76,03%Outras Contas a Receber 30 0,90% 100,00% 32 1,07% 6,67%

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 56 1,68% 100,00% 22 0,73% -60,71 %Titulos a Receber 56 1,68% 100,00% 22 0,73% -60,71%

PERMANENTE 813 24,33% 100,00% 734 24,44% -9,72%Imobilizado 813 24,33% 100,00% 734 24,44% -9,72%

TOTAL DO ATIVO 3.342 100,00% 100,00% 3.003 100,00% -10,14%

INDÚSTRIA DE TINTAS GRÁFICASANÁLISE DE BALANÇOS

ATIVO

(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH

CIRCULANTE 1.635 48,92% 100,00% 1.303 43,39% -20,31%Fornecedores 464 13,88% 100,00% 229 7,63% -50,65%Financiamentos Bancários 977 29,23% 100,00% 758 25,24% -22,42%Salários e Encargos Sociais 22 0,66% 100,00% 22 0,73%Impostos a Pagar 34 1,02% 100,00% 63 2,10% 85,29%Outras Contas 97 2,90% 100,00% 119 3,96% 22,68%Provisões 41 1,23% 100,00% 112 3,73% 173,17%

EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 1.014 30,34% 100,00% 185 6,16% -81 ,76%Financiamentos Bancários 1.014 30,34% 100,00% 185 6,16% -81,76%

PATRIMÔNIO LÍQUIDO 693 20,74% 100,00% 1.515 50,45% 118,61%Capital 405 12,12% 100,00% 405 13,49%Reservas de Lucros 12 0,36% 100,00% 59 1,96% 391,67%Lucros Acumulados 276 8,26% 100,00% 1.051 35,00% 280,80%

TOTAL DO PASSIVO 3.342 100,00% 100,00% 3.003 100,00% -10,14%

PASSIVO

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Análise de Balanços 48

(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH

Receita Bruta de Vendas 3.478 127,39% 100,00% 8.087 127,39% 132,52%(-) Deduções s/ RBV 748 27,39% 100,00% 1.739 27,39% 132,52% = Receita Líquida de Vendas 2.730 100,00% 100,00% 6.348 100,00% 132,52%(-) C.P.V 2.104 77,07% 100,00% 4.933 77,71% 134,44% = Lucro Bruto 626 22,93% 100,00% 1.415 22,29% 126,06%(-) Despesas Operacionais 261 9,55% 100,00% 647 10,19% 148,02% = Lucro Operacional 365 13,38% 100,00% 768 12,10% 110,37 %(-) Despesas Financeiras 104 3,82% 100,00% 243 3,82% 132,52% = LAIR e CSLL 261 9,55% 100,00% 526 8,28% 101,52%(-) Provisão para o IRPJ e CSLL 52 1,91% 100,00% 105 1,66% 101,52%Lucro Líquido 209 7,64% 100,00% 421 6,62% 101,52%

Ano X1 Ano X2$1.671,00 50% $1.501,50 50%$1.056,75 75% $985,50 75%

$220,72 31% $260,71 31%$55,68 12% $27,48 12%

DRE simplificada

Investimento MédioEstoque Médio

Média de duplicatas a receberMédia de duplicatas a pagar

Pede-se:

a) Capital de giro; b) Capital de giro líquido; c) Capital de giro próprio; d) Capital em giro; e) ROA (Retorno do capital próprio); f) ROE (Retorno do PL); g) Giro do ativo; h) Liquidez seca; i) Liquidez geral; j) Liquidez imediata; k) Liquidez corrente; l) Grau de imobilização; m) Grau de endividamento;

n) Composição do endividamento; o) Rentabilidade sobre o PL; p) Rentabilidade sobre as vendas; q) Giro do estoque; r) Dias de vendas de estoque; s) Giro de contas a receber; t) Dias em vendas de contas a

receber; u) Giro de contas a pagar; v) Dias em contas a pagar; w) Taxa de crescimento interno; x) Taxa de crescimento sustentável.

Analise o parecer, abaixo:

PARECER I – Situação Patrimonial - Apresenta-se com excepcional evolução do patrimônio líquido (119%), decorrente da retenção dos elevados lucros que vem obtendo, ou seja, de aproximadamente 102%. Tal evolução impactou diretamente no ROA evoluindo aproximados 124 pontos percentuais. II – Situação Financeira

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Análise de Balanços 49

- A situação financeira está em recuperação e atualmente encontra-se “boa”, principalmente em relação aos índices de liquidez geral e corrente que atualmente estão em crescimento (60% e 14% respectivamente) isso favorece a futura estabilidade financeira da empresa. O índice de liquidez seca é algo baixo, mas a rotação de estoques é satisfatória, da ordem de 72 dias. Muito boa os dias de créditos, atualmente em 12 dias. Tal índice, sofreu uma queda de aproximados 49%, significando que a empresa está recebendo dinheiro mais rápido, influenciando na evolução da liquidez geral e na recuperação financeira da empresa. O ROA reflete essa evolução, pois, o mesmo cresceu incríveis 124 pontos percentuais aproximados. A taxa de crescimento interno está diretamente relacionada com o ROA com isso sofreu uma evolução de 137% aproximadamente, refletindo a boa situação financeira da empresa. III – Grau de Imobilização - No primeiro ano sob exame a empresa tinha 117% do capital próprio imobilizado, já no Ano 2 houve um decréscimo do mesmo de aproximadamente 59%, influenciando no aumento da liquidez geral que foi de 60%. IV – Grau de Endividamento - O grau de endividamento no Ano 1 era elevadíssimo, de 80% aproximadamente, mas no Ano 2 o percentual de capitais alheios baixou para 50% aproximadamente, uma queda de aproximadamente 37%. Com o índice de endividamento ficou aceitável, tendo-se em vista boa capacidade de pagamento e a evolução da situação financeira da organização. V - Rentabilidade - A empresa vem obtendo muito bons lucros, mantendo-os como reforço de capital e gerando muito boa capacidade de pagamento. Suas vendas e lucro tiveram uma evolução de 133% e 102% respectivamente de um ano para o outro. Fonte: Savytzky (2006), adaptado pelo autor. Sendo assim,

a) Só as afirmações II e IV estão corretas; b) Só as afirmações I, III e VI estão corretas; c) O Parecer está incorreto; d) O Parecer está correto; e) Todas as afirmações estão incorretas, somente a opção III está correta.

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Análise de Balanços 50

Exercício 4

(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH

CIRCULANTE 53.646 75,38% 100,00% 56.465 68,46% 5,25%Caixa e Bancos 794 1,12% 100,00% 15 0,02% -98,11%Clientes 29.848 41,94% 100,00% 26.451 32,07% -11,38%Estoques 22.567 31,71% 100,00% 28.804 34,93% 27,64%Outras Contas 437 0,61% 100,00% 1.195 1,45% 173,46%

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 3.027 4,25% 100,00% 1.821 2,21% -39,84%Titulos a Receber 3.027 4,25% 100,00% 1.821 2,21% -39,84%

PERMANENTE 14.499 20,37% 100,00% 24.187 29,33% 66,82%Investimentos 11.668 16,39% 100,00% 667 0,81% -94,28%Participações Societárias 11.668 16,39% 100,00% 667 0,81% -94,28%Imobilizado 2.831 3,98% 100,00% 23.520 28,52% 730,80%Imóveis 606 0,85% 100,00% 5.242 6,36% 765,02%Máquinas e Equipamentos 309 0,43% 100,00% 10.305 12,49% 3234,95%Veículos 255 0,36% 100,00% 3.382 4,10% 1226,27%Móveis e Utensílios 313 0,44% 100,00% 427 0,52% 36,42%Obras em Andamento 2.017 2,83% 100,00% 9.316 11,30% 361,87%Depreciação Acumulada -669 -0,94% 100,00% -5.152 -6,25% 670,10%

TOTAL DO ATIVO 71.172 100,00% 100,00% 82.473 100,00% 15,8 8%

FÁBRICA DE MALASANÁLISE DE BALANÇOS

ATIVO

(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH

CIRCULANTE 50.859 71,46% 100,00% 52.511 63,67% 3,25%Fornecedores 7.432 10,44% 100,00% 13.218 16,03% 77,85%Financiamentos Bancários 28.575 40,15% 100,00% 28.365 34,39% -0,73%Titulos a Pagar 6.426 9,03% 100,00% 3.396 4,12% -47,15%Comissões e Fretes a Pagar 2.323 3,26% 100,00% 2.162 2,62% -6,93%Outras Contas 2.404 3,38% 100,00% 3.057 3,71% 27,16%Provisão p/ Imposto de Renda 3.699 5,20% 100,00% 2.313 2,80% -37,47%

EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 4.900 6,88% 100,00% 1.319 1,60% -73,08%Financiamentos Bancários 4.900 6,88% 100,00% 1.319 1,60% -73,08%

PATRIMÔNIO LÍQUIDO 15.413 21,66% 100,00% 28.643 34,73% 85,84%Capital 14.590 20,50% 100,00% 28.643 34,73% 96,32%Lucros Acumulados 823 1,16% 100,00% -100,00%

TOTAL DO PASSIVO 71.172 100,00% 100,00% 82.473 100,00% 15 ,88%

PASSIVO

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Análise de Balanços 51

(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH

Receita Bruta de Vendas 116.629 117,65% 100,00% 120.808 117,65% 3,58%(-) Deduções s/ RBV 17.494 17,65% 100,00% 18.121 17,65% 3,58% = Receita Líquida de Vendas 99.135 100,00% 100,00% 102.687 100,00% 3,58%(-) C.P.V 81.640 82,35% 100,00% 85.170 82,94% 4,32% = Lucro Bruto 17.494 17,65% 100,00% 17.517 17,06% 0,13%(-) Despesas Operacionais 8.164 8,24% 100,00% 9.665 9,41% 18,38% = Lucro Operacional 9.330 9,41% 100,00% 7.853 7,65% -15, 84%(-) Despesas Financeiras 3.499 3,53% 100,00% 4.228 4,12% 20,85% = LAIR e CSLL 5.831 5,88% 100,00% 3.624 3,53% -37,85%(-) Provisão para o IRPJ e CSLL 1.166 1,18% 100,00% 725 0,71% -37,85%Lucro Líquido 4.665 4,71% 100,00% 2.899 2,82% -37,85%

X1 X2 VARIAÇÃOAno X1 Ano X2

$35.586,00 50% $41.236,50 50%$16.925,25 75% $21.603,00 75%

$9.252,88 31% $8.199,81 31%$891,84 12% $1.586,16 12%

Investimento MédioEstoque Médio

Média de duplicatas a receberMédia de duplicatas a pagar

DRE simplificada

Pede-se:

a) Capital de giro; b) Capital de giro líquido; c) Capital de giro próprio; d) Capital em giro; e) ROA (Retorno do capital próprio); f) ROE (Retorno do PL); g) Giro do ativo; h) Liquidez seca; i) Liquidez geral; j) Liquidez imediata; k) Liquidez corrente; l) Grau de imobilização; m) Grau de endividamento;

n) Composição do endividamento; o) Rentabilidade sobre o PL; p) Rentabilidade sobre as vendas; q) Giro do estoque; r) Dias de vendas de estoque; s) Giro de contas a receber; t) Dias em vendas de contas a

receber; u) Giro de contas a pagar; v) Dias em contas a pagar; w) Taxa de crescimento interno; x) Taxa de crescimento sustentável.

Analise o parecer, abaixo:

PARECER I – Situação Patrimonial - Houve substancial aumento do capital próprio Ano 2, cerca de 86%. É que a empresa incorporou outra sociedade, com patrimônio líquido da ordem de 10.000 (informação gerencial). Não fosse isso, haveria diminuição do capital próprio, tendo-se em vista o decréscimo dos lucros que foram de 38%. Tal informação foi ratificada pelo decréscimo do ROA e do ROE com respectivamente 46% e 67% aproximadamente.

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Análise de Balanços 52

II – Situação Financeira - Situação financeira de extremo aperto, com índices de liquidez a curto e a longo prazo de mero equilíbrio e muito baixo o índice de liquidez seca. O giro do ativo decresceu 11 pontos percentuais, ou seja, quanto menor o giro maior a instabilidade financeira e maior desembolso de ativos para efetuar as vendas. Isso significa que precisa-se de 0,68 reais de ativos para gerar 1 real de vendas, que no Ano 1 se precisava de 0,61 reais. A taxa de crescimento interno enfatiza a má fase financeira da organização, com uma queda de aproximadamente 47%. III – Grau de Imobilização - As imobilizações da empresa são muito elevadas, absorvendo 84% aproximadamente do patrimônio liquido, restando pouco capital de giro próprio. IV – Grau de Endividamento - Os capitais alheios elevam-se a 78% no total das aplicações da empresa no Ano 1, e no Ano 2 cerca de 65%. Mesmo com essa baixa (17%), a posição da empresa frente aos capitais de terceiros ainda é muito complicada. V – Rentabilidade - Vem obtendo boas vendas (4% de aumento), mas o desequilíbrio financeiro é decorrente dos prejuízos e do alto endividamento a curto prazo. Tendo em vista que tal desequilíbrio foi impactado pelo crescimento de dias de estocagem cerca de 22% e o decréscimo dos dias de recebimento com cerca de 14%. VI – Conclusão - Ante o exposto, conclui-se que a empresa corre sério risco de insolvência a curto prazo. Fonte: Savytzky (2006), adaptado pelo autor. Sendo assim,

a) Só as afirmações III e IV estão corretas; b) O Parecer está correto; c) Todas as afirmações estão incorretas, somente a opção II está correta; d) O Parecer está incorreto; e) Só as afirmações I, III e V estão corretas.

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Análise de Balanços 53

Exercício 5

(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH

CIRCULANTE 10.291 66,34% 100,00% 15.468 70,40% 50,31%Caixa e Bancos 128 0,83% 100,00% 164 0,75% 28,13%Clientes 5.746 37,04% 100,00% 9.243 42,07% 60,86%Estoques 3.802 24,51% 100,00% 5.213 23,73% 37,11%Outras Contas 615 3,96% 100,00% 848 3,86% 37,89%

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 121 0,78% 100,00% 212 0,96% 75,21%Empresa Coligada 121 0,78% 100,00% 212 0,96% 75,21%

PERMANENTE 5.100 32,88% 100,00% 6.292 28,64% 23,37%Investimentos 2.830 18,24% 100,00% 2.483 11,30% -12,26%

Imobilizado 2.270 14,63% 100,00% 3.809 17,34% 67,80%

TOTAL DO ATIVO 15.512 100,00% 100,00% 21.972 100,00% 41,65%

INDÚSTRIA QUIMICAANÁLISE DE BALANÇOS

ATIVO

(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH

CIRCULANTE 8.848 57,04% 100,00% 12.219 55,61% 38,10%Fornecedores 5.001 32,24% 100,00% 7.720 35,14% 54,37%Financiamentos Bancários 2.515 16,21% 100,00% 3.531 16,07% 40,40%Salários e Encargos Sociais 188 1,21% 100,00% 290 1,32% 54,26%Impostos a Pagar 248 1,60% 100,00% 515 2,34% 107,66%Outras Contas 896 5,78% 100,00% 163 0,74% -81,81%

EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 3.660 23,59% 100,00% 1.381 6,29% -62,27%Financiamentos Bancários 3.660 23,59% 100,00% 1.381 6,29% -62,27%

PATRIMÔNIO LÍQUIDO 3.004 19,37% 100,00% 8.372 38,10% 178,70%Capital 381 2,46% 100,00% 5.661 25,76% 1385,83%Lucros Acumulados 2.623 16,91% 100,00% 2.711 12,34% 3,35%

TOTAL DO PASSIVO 15.512 100,00% 100,00% 21.972 100,00% 41,65%

PASSIVO

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Análise de Balanços 54

(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH

Receita Bruta de Vendas 38.585 127,39% 100,00% 57.029 127,39% 47,80%(-) Deduções s/ RBV 8.296 27,39% 100,00% 12.261 27,39% 47,80% = Receita Líquida de Vendas 30.289 100,00% 100,00% 44. 768 100,00% 47,80%(-) C.P.V 22.765 75,16% 100,00% 34.788 77,71% 52,81% = Lucro Bruto 7.524 24,84% 100,00% 9.980 22,29% 32,64%(-) Despesas Operacionais 3.087 10,19% 100,00% 4.562 10,19% 47,80% = Lucro Operacional 4.437 14,65% 100,00% 5.418 12,10% 22,10%(-) Despesas Financeiras 1.543 5,10% 100,00% 1.711 3,82% 10,85% = LAIR e CSLL 2.894 9,55% 100,00% 3.707 8,28% 28,09%(-) Provisão para o IRPJ e CSLL 579 1,91% 100,00% 741 1,66% 28,09%Lucro Líquido 2.315 7,64% 100,00% 2.966 6,62% 28,09%

X1 X2 VARIAÇÃOAno X1 Ano X2

$7.756,00 50% $10.986,00 50%$2.851,50 75% $3.909,75 75%$1.781,26 31% $2.865,33 31%

$600,12 12% $926,40 12%

Investimento MédioEstoque Médio

Média de duplicatas a receberMédia de duplicatas a pagar

DRE simplificada

Pede-se:

a) Capital de giro; b) Capital de giro líquido; c) Capital de giro próprio; d) Capital em giro; e) ROA (Retorno do capital próprio); f) ROE (Retorno do PL); g) Giro do ativo; h) Liquidez seca; i) Liquidez geral; j) Liquidez imediata; k) Liquidez corrente; l) Grau de imobilização; m) Grau de endividamento;

n) Composição do endividamento; o) Rentabilidade sobre o PL; p) Rentabilidade sobre as vendas; q) Giro do estoque; r) Dias de vendas de estoque; s) Giro de contas a receber; t) Dias em vendas de contas a

receber; u) Giro de contas a pagar; v) Dias em contas a pagar; w) Taxa de crescimento interno; x) Taxa de crescimento sustentável.

Analise o parecer, abaixo:

PARECER I – Situação Patrimonial - Apresenta-se com significativo aumento do patrimônio liquido em relação ao ano anterior, (cerca de 179%), decorrente na sua maior parte do aumento de capital de R$ 381.000,00 para R$ 5.661.000,00, ou seja, 1.386%. Refletido pelos indicadores capital de giro e capital em giro que cresceram aproximados 51% e 42% respectivos.

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Análise de Balanços 55

II – Situação Financeira - De aperto, com índices de liquidez de mero equilíbrio. Nota-se, entretanto, que houve certa melhora em relação ao exercício anterior, e a rotação de estoques e de crédito é satisfatória. III – Grau de Imobilização - É elevado o grau de imobilização do capital próprio (Ano 1 = 170% e Ano 2 = 75%), mas a empresa obteve financiamento de longo prazo, (no Anos 1 e 2), a par do aumento do capital social, o que lhe permitiu manter equilibrada a situação financeira, embora de aperto. IV – Grau de Endividamento - O endividamento da empresa que era elevadíssimo, de 80% aproximadamente, baixou para 62%, um decréscimo de 23%. Com isso, pode ser tido como aceitável, tendo-se em vista que a empresa vem apresentando resultados positivos, gerando razoável capacidade de pagamento. Contudo a taxa de crescimento sustentável sofreu uma queda de 70%, traduzindo o alto grau de endividamento com terceiros. V – Rentabilidade - Apresentou bom lucro no Ano 1 (8%) e continuou bom no Ano 2 (7%). A empresa vem tendo equilíbrio no que se refere a situação econômica, podendo vir a impactar de forma positiva em sua situação financeira. VI – Conclusão - A situação da empresa é de aperto financeiro. Vem operando com resultados positivos. A situação patrimonial da empresa é boa, contudo pelo crescimento do seu capital próprio. Teve bom incremento de vendas, mas é aconselhável que seja feita análise gerencial para determinar a causa da preocupante situação financeira. Caso continue, terá impacto na sua situação econômica influenciando negativamente em sua perpetuidade. Fonte: Savytzky (2006), adaptado pelo autor. Sendo assim,

a) O Parecer está correto; b) Só as afirmações III e VI estão corretas; c) O Parecer está incorreto; d) Só as afirmações I, III e IV estão corretas; e) Todas as afirmações estão corretas, somente a opção VI está incorreta.

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Análise de Balanços 56

5 Alavancagem, Ponto de Equilíbrio (Contábil, Econômico e Financeiro) e Margem de Segurança 5.1 Alavancagem Empresarial Alavancagem significa a capacidade de uma empresa utilizar ativos ou recursos a um custo fixo (operacional e financeiro), de forma a maximizar o retorno de seus proprietários. Alavancagens crescentes significam maior retorno esperado, mas também maior risco (COSTA et al., 2008, p. 66). Pode-se entender que o conceito de alavancagem empresarial é similar ao conceito de alavanca comumente empregado em física. Por meio da aplicação de uma força pequena no braço maior da alavanca, é possível mover um peso muito maior no braço menor da alavanca. Como disse Arquimedes, com uma alavanca e um ponto de apoio seria possível mover o mundo. Figura 4. O conceito físico da alavancagem. Fonte: Bruni e Fama (2004). Pode-se entender que a alavancagem empresarial permite que uma variação nas vendas de aproximadamente 3%, transforme-se em uma variação no lucro final de aproximadamente 30%. Figura 5. Conceito de alavancagem empresarial: efeito da variação percentual das vendas no resultado. Fonte: Bruni e Fama (2004), adaptado pelo autor.

1 Kgf

10 Kgf

10 m

1 m

Variaçãodas Vendas3%

Gastos Fixos

Variaçãono Resultado30%

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Análise de Balanços 57

Sendo assim, os gastos fixos, são a razão existente entre os braços da alavanca. Os gastos fixos podem situar-se nos dois lados do balanço patrimonial, com isso podem ser classificados como: • Alavancagem operacional: vinculam-se da existência de gatos fixos, que são

relacionados a ativos (investimentos) e atividades operacionais comumente incorridas nas empresas, como por exemplo: salários e encargos, energia elétrica, depreciações, etc. Para Hoji (2004), “o aumento no nível de atividade produz efeito no resultado econômico. A essa relação de causa-efeito dá-se o nome de alavancagem operacional;

• Alavancagem financeira: decorre da existência de gastos fixos, que se relacionam ao passivo (obrigações / financiamentos) da organização. Exemplos: financiamentos, juros pagos, etc.

• Alavancagem total: é determinada pela relação entre o faturamento da empresa e o seu lucro líquido. Para Costa et al. (2008, p. 74), a alavancagem combinada, pode ser definida como o uso potencial de custos fixos, tanto operacionais como financeiros, para aumentar o efeito de variações nas vendas sobre o lucro líquido. Portanto a alavancagem combinada é a influência total dos custos fixos sobre a estrutura operacional e financeira da organização.

Figura 6. Estrutura de gastos fixos. Fonte: Bruni e Famá (2004). Observando a Figura 3. constata-se que os gastos fixos do ativo acarretam a alavancagem operacional. Em relação aos gastos fixos do passivo proporcionam a alavancagem financeira. Trabalharemos agora com um exemplo, observaremos duas empresas: Conservadora e a Agressiva, sendo assim, iremos comparar qual grau de alavancagem de cada uma delas.

AtivoAtivo

PassivoPassivo

PLPL

Custos Fixos do AtivoCustos Fixos do Ativoou Operacionaisou Operacionais

Custos Fixos do PassivoCustos Fixos do Passivoou Financeirosou Financeiros

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Análise de Balanços 58

Tabela 1. Empresa Conservadora S.A. Tabela 2. Empresa Agressiva S.A. DRE DREEmpresa Conservadora -20% Base 20% Empresa Conservadora -20% Base 20%(+) Receitas 80 100 120 (+) Receitas 80 100 120(-) Custos fixos -20 -20 -20 (-) Custos fixos -40 -40 -40(-) Custos variáveis (40%) -32 -40 -48 (-) Custos variáveis (40%) -32 -40 -48 = Lucro operacional (lajir) 28 40 52 = Lucro operacional (lajir) 8 20 32(-) Juros 0 0 0 (-) Juros 0 0 0 = Lucro antes do IR 28 40 52 = Lucro antes do IR 8 20 32

Variação -30,00% 30,00% Variação -60,00% 60,00%

Situação Situação

As empresas atuam em mercados diferentes, porém, de acordo com sua situação base, seus faturamentos são idênticos: $ 100.000,00 por mês. O que diferencia uma da outra é a composição de seus custos fixos e variáveis. Enquanto a Conservado apresenta um LAIR igual a $ 40.000,00, a Agressiva apresenta um LAIR de $ 20.000,00. Analisando o efeito dos custos fixos, supomos duas variações: positiva e negativa a 20%. Verifica-se que enquanto a variação no lucro da empresa Conservadora foi de 30%, da empresa Agressiva foi de 60%. Segundo Bruni e Famá (2004), a alavancagem pode ser expressa por meio dos graus de alavancagem. GAC = GAO x GAF = (% Lucro Operacional ÷ % Vendas) x (% Lucro Líquido ÷ % Lucro Operacional)

então

Grau de Alavancagem

Fórmula O que expressa

Operacional (GAO) %∆ Lucro Operac / % ∆ Vendas Relação entre variações no lucro operacional em decorrência de variações nas vendas. Decorre da existência de custos fixos operacionais.

Financeira (GAF) %∆ Lucro Liq / %∆ Lucro Operac Relação entre variações no lucro líquido em decorrência de variações no lucro operacional. Decorre da existência de custos fixos financeiros.

Combinada (GAC) %∆ Lucro Liq / % ∆ Vendas ou

GAO x GAF

Relação entre variações no lucro líquido em decorrência de variações nas vendas. Decorre da existência de custos fixos operacionais e financeiros.

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Análise de Balanços 59

GAC = % Lucro Líquido ÷ % Vendas Sendo assim, de acordo com os demonstrativos analisados acima das empresas: Conservadora e Agressiva, temos:

Grau de Alavancagem Conservadora Agressiva Operacional (GAO) 30% ÷ 20% = 1,5000 60% ÷ 20% = 3,0000 Financeira (GAF) 30% ÷ 30% = 1,0000 60% ÷ 60% = 1,0000 Combinada (GAC) 30% ÷ 20% = 1,5000 60% ÷ 20% = 3,0000 Verifica-se então que, a empresa Conservadora tem grau de alavancagem operacional de 1,50, enquanto a empresa Agressiva possui 3,000. Entende-se que, para cada variação percentual nas receitas, o lucro operacional da empresa Agressiva cresce três vezes mais. Em outras palavras, para cada 1% de crescimento ou queda, os lucros operacionais crescerão ou cairão 3%. No que tange ao GAF (grau de alavancagem financeira), constata-se que nem a Conservadora e nem a Agressiva possuem movimentação financeira (juros, financiamentos etc) com isso, não apresentam os efeitos da alavancagem financeira. Pode-se perceber que, para cada 1% de crescimento ou queda do lucro operacional, ocorre 1% de crescimento ou queda do lucro líquido. Em relação ao GAC (grau de alavancagem combinada), tem-se que a empresa Conservadora com um grau de alavancagem combinada igual a 1,5000 (valor idêntico ao GAO). Entende-se então que, para cada 1% de variação nas receitas, o resultado liquido da empresa variará em 1,5%. Já a empresa Agressiva, possui um grau de alavancagem combinada de 3,000, (valor igual ao GAO, já que a empresa não possui dividas). Entende-se que para cada 10% de variação no faturamento, o lucro liquido da empresa variará 30%. 5.2 Ponto de Equilíbrio Podemos dizer que Ponto de Equilíbrio é o ponto em que o total da Margem de Contribuição se equipara aos custos e despesas fixas do período. Em suma, o Ponto de Equilíbrio faz o calculo do montante e mostrando assim a capacidade mínima em que a empresa deve operar (produzir) para que no final do período, não tenha prejuízo, mesmo que para isso, ocorra o valor ao custo de um lucro zero. Denominamos o Ponto de Equilíbrio também com ponto de ruptura (break-even point). O ponto de equilíbrio expressa o volume a ser comercializado a fim de que o Lucro seja 0 (zero), isso é, que os custos e despesas totais sejam iguais a receita.

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Para Padoveze (2004), evidencia, em termos quantitativos, qual é o volume que a empresa precisa produzir ou vender, para que consiga pagar todos os custos e despesas fixas, além dos custos e despesas variáveis que ela tem necessariamente que incorrer para fabricar/vender o produto. No ponto de equilíbrio, não há lucro ou prejuízo. A partir de volumes adicionais de produção ou venda, a empresa passa a ter lucros. Segundo Crepaldi (2004), Antes que seu negócio possa gerar lucro, devemos entender o conceito de equilíbrio. Para alcançar o equilíbrio nas linhas de produção e/ou serviço do departamento, deveremos calcular o volume de vendas necessário para cobrir os custos e como usar essa informação. Devemos também entender como os custos reagem com mudanças de volume............a expressão ponto de equilíbrio, tradução de break-even-point, refere-se ao nível de venda em que não há lucro nem prejuízo, ou seja, onde os custos totais são iguais às receitas totais. 5.2.1 Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) Representa o método tradicional de avaliação (PINTO et al. 2008, p. 71). Segundo Bruni e Famá (2004), a análise dos gastos variáveis e fixos tornam possível obter o ponto de equilíbrio contábil da empresa: representação do volume (em unidades ou $) de vendas necessário para cobrir todos os custos e no qual o lucro é nulo. Sendo assim, temos: Lucro = Receitas Totais – Gastos Totais ou seja, Lucro = [(Preço unitário x quantidade) – (CDFs + CDV unitários x quantidade)] transformando-se em: (Preço x quantidade) = CDFs + (CDV unitários x quantidade) sendo assim, (Preço x quantidade) – (CDV unitários x quantidade) = CDFs Colocando a quantidade em evidencia: Quantidade x (Preço – CDV unitários) = CDFs Dessa forma, a quantidade pode ser entendida como: PEC(q) = CDFs ÷ (Preço – CDV unitários)

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As venda em valor monetário pode ser calculado pela seguinte equação: PEC($) = Preço x PEC(q) ou PEC($) = Preço x [CDFs ÷ (Preço – CDV unitários)] Exemplo: Uma empresa possui CDFs da ordem de $ 100.000,00 por mês. Sabe-se que o CDV unitário de seus produtos vendidos é aproximadamente igual a $ 50,00 por unidade, e o preço de venda unitário dos produtos da empresa é igual a $ 70,00. Para saber qual o volume de vendas do ponto de equilíbrio contábil, bastaria aplicar a fórmula anterior. Em outras palavras: PEC(q) = CDFs ÷ (Preço – CDV unitários) 100.000,00 ÷ ( 70,00 – 50,00) = 5.000 unidades A empresa deverá vender 5.000 unidades para permanecer no pronto de equilíbrio contábil sem lucros ou prejuízos, mantendo, portanto, a receita total igual aos custos totais. Para se conseguir o valor em moeda do PEC, bastaria multiplicar as vendas em unidades pelo preço de cada unidade comercializada. PEC($) = Preço x PEC(q) 70,00 x 5.000 = $ 350.000,00 A empresa deverá faturar $ 350.000,00 para cobrir todos de seus gastos e não apresentar nem lucros e nem prejuízos. Pode-se averiguar a veracidade através dos seguintes cálculos na DRE: DRE

quant. vlr. Unit. Total(+) Receita 5.000 $ 70,00 $ 350.000,00(-) Gastos variáveis 5.000 $ 50,00 $ 250.000,00 = MC 5.000 $ 20,00 $ 100.000,00(-) Gastos fixos 5.000 $ 20,00 $ 100.000,00 = Lucro 5.000 $ 0,00 $ 0,00

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Análise de Balanços 62

Figura 7. Ponto de Equilíbrio Contábil. Fonte: Martins (2006). Entende-se que quanto mais próximo uma empresa estiver operando do seu ponto de equilíbrio, mais riscos ela correrá, pois, fica iminente que é mais fácil ela incorrer em prejuízo do que alcançar lucro. 5.2.2 Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE) O conceito de PEE apresenta a quantidade de vendas (ou do faturamento) que a empresa deveria obter para conseguir um mínimo de lucro desejado, ou seja, segundo Pinto et al.(2008, p. 71) é a expectativa gerada pelos investidores de rentabilidade auferida no negócio. Sendo assim, PEE(q) = [(Lucro desejado + CDFs) ÷ (Preço – CDV unitários)] PEE($) = Preço x PEE(q) ou PEE($) = Preço x [(Lucro desejado + CDFs) ÷ (Preço – CDV unitários)] Exemplo:

$

Variáveis

Fixos

Custos eDespesas

Totais

ReceitasTotais

Ponto deEquilíbrio

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Uma empresa possui CDFs da ordem de $ 100.000,00 por mês. Sabe-se que o CDV unitário de seus produtos vendidos é aproximadamente igual a $ 50,00 por unidade, e o preço de venda unitário dos produtos da empresa é igual a $ 70,00. A empresa deseja obter um lucro de $ 10.000,00 por mês. Para saber qual o volume de vendas do ponto de equilíbrio econômico, bastaria aplicar a fórmula anterior. Em outras palavras: PEE(q) = [(Lucro desejado + Gastos CDFs) ÷ (Preço – CDV unitários)] [( 10.000,00 + 100.000,000 ÷ ( 70,00 – 50,00)] 110.000,00 ÷ 20,00 = 5.500 unidades A empresa deverá vender 5.500 unidades para conseguir obter um lucro de $ 10.000,00 desejado pelos gestores. Para se conseguir o valor em moeda do PEC, bastaria multiplicar as vendas em unidades pelo preço de cada unidade comercializada. PEC($) = Preço x PEC(q) 70,00 x 5.500 = $ 385.000,00 A empresa deverá faturar $ 385.000,00 para cobrir todos de seus gastos e apresentar um lucro desejado de $ 10.000,00. Pode-se averiguar a veracidade através dos seguintes cálculos na DRE: DRE

quant. vlr. Unit. Total(+) Receita 5.500 $ 70,00 $ 385.000,00(-) Gastos variáveis 5.500 $ 50,00 $ 275.000,00 = MC 5.500 $ 20,00 $ 110.000,00(-) Gastos fixos 5.500 $ 18,18 $ 100.000,00 = Lucro 5.500 $ 1,82 $ 10.000,00 5.2.3 Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) Entende-se como PEF, o valor que se equipara a receita com o total dos gastos que representam desembolso para a organização. Sendo assim, o referido cálculo não deve constar as depreciações, amortizações e ou exaustões, pois tais gastos não representam desembolso para a empresa. Sendo assim, PEF(q) = [(CDFs – CDFs não desembolsáveis) ÷ (Preço – CDV unitários)]

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As venda em valor monetário pode ser calculado pela seguinte equação: PEF($) = Preço x PEF(q) ou PEF($) = Preço x [(CDFs – CDFs não desembolsáveis) ÷ (Preço – CDV unitários)] Exemplo: Uma empresa produziu 50.000 unidades de um único produto, seu preço de venda é $ 25,00. Sabe-se que a empresa incorreu nos seguintes gastos. Com base nesses gastos, qual seria o ponto de equilíbrio financeiro da empresa? Gasto ValorEmbalagens $ 150.000,00Matérias-primas $ 250.000,00Depreciação fabril $ 200.000,00MOD $ 50.000,00Salários e encargos adm (fixos) $ 120.000,00Outros gastos fixos $ 80.000,00 Custos variáveis ........................... $ 450.000,00 ÷ 50.000 = $ 9,00 / unidade Despesas variáveis ....................... $ 0,00 Custos e despesas variáveis ....... $ 450.000,00 ÷ 50.000 = $ 9,00 / unidade CDFs ............................................ $ 200.000,00 CDFs não desembolsáveis ........... $ 200.000,00 Total dos CDFs ............................ $ 400.000,00 Colocando na fórmula: PEF = [(CDFs – CDFs não desembolsáveis) ÷ (Preço – CDV unitários)] ( 400.000,00 – 200.000,00 ) ÷ ( 25,00 – 9,00 ) 200.000,00 ÷ 16,00 = 12.500 unidades Para obter o valor monetário do PEF, basta multiplicar o PEF(q) encontrado, pelo preço de venda, ficando: PEF($) = Preço x PEF(q) 25,00 x 12.500 = $ 312.500,00 5.2.4 Ponto de Equilíbrio com múltiplos produtos

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Quando ocorre de uma empresa produzir apenas um produto, a obtenção do ponto de equilíbrio contábil, econômico e financeiro é bem simples. Quando a empresa trabalha com muitos produtos, a obtenção do ponto de equilíbrio torna-se mais complexa. Para Bruni e Famá (2004), nas situações em que se elabora mais de um produto ou serviço, a expressão do ponto de equilíbrio em quantidades diferentes de produtos diferentes perde, em boa parte, seu sentido. A melhor forma de expressá-lo seria pela receita total das vendas. Exemplificando, poderíamos apresentar uma empresa que fabrica uma certa quantidade de produtos, o lucro seria função das margens de contribuição percentuais individuais multiplicadas pelas quantidades estimadas de vendas em unidades monetárias somadas e, posteriormente, subtraídas dos gastos fixos. Algebricamente ficaria assim: Lucro = Margem de Contribuição (%)1 x Vendas ($)1 + Margem de Contribuição (%)2 x Vendas ($)2 + Margem de Contribuição (%)3 x Vendas ($)3 ............................... Margem de Contribuição (%)n x Vendas ($)n - CDFs tem-se que, Margem de Contribuição (%)1 x Vendas ($)1 + Margem de Contribuição (%)2 x Vendas ($)2 + Margem de Contribuição (%)3 x Vendas ($)3 ............................... Margem de Contribuição (%)n x Vendas ($)n = CDFs Substituindo as margens e vendas individuais dos diferentes produtos por valores médios, a expressão (Margem de Contribuição (%)1 x Vendas ($)1 + Margem de Contribuição (%)2 x Vendas ($)2 + Margem de Contribuição (%)3 x Vendas ($)3 ............................... Margem de Contribuição (%)n x Vendas ($)n) pode ser substituída por: Margem de Contribuição (%)méida x Vendas ($)média = CDFs Sendo assim, o ponto de equilíbrio em unidades monetárias de vendas seria: Vendas ($)totais = CDFs ÷ Margem de Contribuição (%)média

Exemplo: Uma empresa fabrica e vende fardamentos escolares e corporativos. Cada unidade de fardamento escolar é vendida por $ 38,00, em média, enquanto os fardamentos corporativos são vendidos pro $ 45,00. Os custos e despesas variáveis unitários são estimados em $ 16,00 e $ 20,00, para ambos os produtos, respectivamente. Os custos e despesas fixos

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anuais da empresa são estimados em $ 40.000,00 e as participações de vendas dos dois produtos são estimados em 30% e 70%, respectivamente. Para encontrar o ponto de equilíbrio contábil, a empresa precisa encontrar a margem de contribuição média. As margens de contribuição de percentuais para cada um dos dois produtos podem ser apresentadas como: • Fardamento escolar: margem de contribuição = ($ 38,00 - $ 16,00) ÷ $ 38,00 =

57,89%; • Fardamento corporativo: margem de contribuição = ($ 45,00 - $ 20,00) ÷ $ 45,00 =

55,56%. A margem média resulta da ponderação das margens individuais pela participação de cada produto nas vendas, ou Margem média = (57,89% x 30%) + (55,56% x 70%) = 56,26%. Como a margem de contribuição média encontrada foi 56,26% e os CDFs são iguais a $ 40.000,00, o faturamento da empresa no ponto de equilíbrio contábil seria igual a: Vendas ($) = $ 40.000,00 ÷ 56,26% = $ 71.098,47 Assim, o ponto de equilíbrio poderia ser expresso no volume de vendas em unidades monetárias, ou $ 71.098,47. O mesmo critério pode ser aplicado para o cálculo do ponto de equilíbrio econômico e do ponto de equilíbrio financeiro. 5.2.5 Margem de Segurança A margem de segurança consiste na quantia ou índice das vendas que excedem o ponto de equilíbrio da empresa. Representa o quanto as vendas podem cair sem que a empresa incorra em prejuízo, podendo ser expressa em quantidade, valor ou percentual. Pode ser calculada em quantidade (MSq), em unidades monetárias (MS$) ou em percentual (MS%) (BRUNI E FAMÁ, 2004). Segundo Crepaldi (2004), a margem de segurança é um indicador de risco que aponta a quantidade a que as vendas podem cair antes de se ter prejuízo. Margem de Segurança em Quantidade (MSq) = Vendas atuais – Ponto de Equilíbrio em Quantidade Margem de Segurança em $ (MS$) = MSq x Preço de Venda Margem de Segurança em % (MS%) = MSq ÷ Vendas atuais

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Exemplo: Uma indústria incorreu em $ 54.000,00 de CDFs. Seu custo e despesas variáveis unitário foram estimados em $ 4,50, seu preço de venda foi estimado em $ 7,50 e seu volume de vendas é igual a 25.000 unidades. Com base nos dados fornecidos, para encontrar a margem de segurança seria preciso, inicialmente, calcular o ponto de equilíbrio. Aplicando a fórmula, é possível determinar que o ponto de equilíbrio seria igual a $ 54.000,00 ÷ ($ 7,50 - $ 4,50) = 18.000 unidades. Como a empresa possui vendas iguais a 25.000 unidades, as margens de segurança em quantidade, unidades monetárias e percentual são assim respectivamente calculadas: MSq = 25.000 – 18.000 = 7.000 unidades MS$ = 7.000 x $ 7,50 = $ 52.500,00 MS% = 7.000 ÷ 25.000 = 28% Tais valores poderiam ser analisados da seguinte forma: para a empresa entrar na região de prejuízo, a empresa precisaria perder 7.000 unidades de vendas, se significariam $ 52.500,00 em valor monetário que aproximadamente seria 28% das vendas atuais. Exercícios: Exercício 1 A empresa Rokwater Ltda., fabrica e vende mensalmente 100 unidades de um único produto. O preço unitário de venda é igual a $ 60,00. Sabe-se que os custos fixos mensais da empresa são iguais a $ 3.000,00 e os custos variáveis unitários, iguais a $ 20,00. Calcule os graus de alavancagem da empresa, supondo variações positivas e negativas das vendas iguais a 10%. Exercício 2 Em relação ao Exercício 1, calcule:

a) Grau de Alavancagem Operacional; b) Grau de Alavancagem Financeira; c) Grau de Alavancagem Combinada.

Exercício 3 Dos Demonstrativos contábeis financeiros da empresa XYZ foram extraídas as seguintes informações: custos e despesas fixos anuais iguais a $ 30.000,00 e custo e despesas variáveis igual a $ 32,00 a unidade. Se o preço de venda da empresa é igual a $ 60,00, qual a quantidade do ponto de equilíbrio contábil da empresa? Exercício 4

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Os custos e despesas fixos mensais da Good Quality são estimados em $ 1.000,00 por mês. Sabe-se que a margem de contribuição da empresa é aproximadamente igual a 48% do preço de venda. Qual o valor das vendas no ponto de equilíbrio contábil? Exercício 5 Alguns gastos anuais da empresa Ceras do Brasil S.A., estão apresentados na tabela seguinte. Sabe-se que no ano analisado as vendas da empresa foram iguais a 50.000 unidades, comercializadas unitariamente por $ 250,00. Para poder criar e manter a empresa, os sócios investiram cerca de $ 5.000.000,00, pois desejam remuneração anual próxima a 30%. Com base nos números fornecidos, pode-se para estimar, em quantidades, o ponto de equilíbrio:

a) Contábil (PEC); b) Financeiro (PEF); e c) Econômico (PEE).

Gastos Valor $Aluguel industrial 480.000,00Depreciação fabril 560.000,00Materiais diretos 1.520.000,00Salário de supervisores (fixos) 120.000,00Mãode-obra direta 1.640.000,00Outros custos indiretos fixos 480.000,00 Exercício 6 Uma indústria de alimentos fabrica exclusivamente dois produtos: Biscoitos e Bolachas. Sabe-se que a empresa tem o ponto de equilíbrio contábil em 1.800 caixas dos biscoitos e 1.400 das bolachas. Sabendo-se que o preço de venda da caixa de biscoito é de $ 80,00 (custo variável a $ 50,00) e o da caixa de bolachas é de $ 90, o custo fixo é igual a $ 100.000,00, estime o custo variável unitário das caixas de bolachas. Exercício 7 Os custos fixos totais da Fábrica de Embalagens S.A., são estimados em $ 40.000,00, e os variáveis, em $ 6,00 (unidade). Seus produtos são comercializados a $ 16,00 por unidade para vender entre 8.000 e 12.000 unidades. Com base nos dados fornecidos, pede-se:

a) calcular o ponto de equilíbrio contábil; b) calcular o lucro a 8.000 unidades de vendas; c) calcular o lucro a 12.000 unidades de vendas; d) o que acontece com o PE contábil, se o custo fixo aumentar em 15%; e) se o custo unitário variável aumentar em 15%; f) se o preço de venda unitário aumentar em 15%.

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Exercício 8 A seguir, estão apresentados alguns dados da empresa Fármacos do Nordeste Ltda., que no período analisado vendeu 1.000 kg de fármacos. Pede-se:

a) calcular o ponto de equilíbrio contábil; b) calcular o PE contábil, supondo que os custos fixos elevem-se em 20%; c) calcular o PE contábil, supondo que somente os custos variáveis sejam aumentados

em 20%; d) calcular o PE contábil, supondo que os preços de vendas sejam elevados em 20%.

DRE(+) Receitas 30.000,00$ (-) Custos

Fixos 8.000,00$ Variáveis 19.000,00$

(=) Lcro Líquido 3.000,00$ Exercício 9 As empresas Confiança Ltda., e Atiçada S.A., são concorrentes no mercado, e o preço de seus produtos é igual a $ 20,00 por unidade. A Confiança Ltda., tem custos fixos anuais de $ 294.000,00, contra $ 520.000,00 da Atiçada S.A. Esta última, em compensação, tem custos e despesas operacionais variáveis de $ 10,00 por unidade, contra $ 13,00 da concorrente. As vendas da Confiança são iguais a 50.000 unidades por ano, enquanto as vendas da concorrente alcançam 57.600 unidades anuais. Existe perspectiva de aumento ou redução das vendas de ambas as empresas em 10%. Analise comparativamente as duas empresas em termos de ponto de equilíbrio contábil, grau de alavancagem e margem de segurança. Exercício 10 Calcule a margem de segurança em termos percentuais, quantidade e valor da Fábrica de Brinquedos Brinque e Festa Ltda. Sabe-se que seus custos fixos são iguais a $ 2.000,00; seus custos variáveis são iguais a $ 0,80 e o preço de venda praticado é igual a $ 1,50. Suponha vendas iguais a 4.000 unidades. Exercício 11 A empresa Frango Sadio Ltda., apresenta custos fixos mensais iguais a $ 15.000,00 por mês. Sabe-se que a empresa costuma comercializar 40.000 kg de frangos por mês, a um preço de venda igual a $ 1,50 por kg. Os custos variáveis da empresa equivalem a $ 0,80 por kg. Pede-se:

a) qual o ponto de equilíbrio contábil da empresa (em quantidade e em unidades monetárias)?

b) Quais as margens de segurança da empresa?

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c) Se há dois meses o preço de venda do frango era igual a $ 0,94, qual o ponto de equilíbrio e as margens de segurança da empresa?

Exercício 12 Calcule o GAO, GAF e GAC da empresa Turística do Nordeste Ltda., com base nos dados fornecidos a seguir. Sabe-se que a empresa possui endividamento de $ 1.800,00, sobre o qual incide uma taxa de juros de 10% a.m. Suponha variações positivas e negativas de 10% nas vendas. As vendas mensais da empresa são iguais a 120 unidades a $ 28,00. Os custos fixos mensais são estimados em $ 560,00 e os custos variáveis alcançam a $ 13,00 por unidade. Exercício 13 Em relação ao exercício anterior, calcule o ponto de equilíbrio econômico e as margens de segurança em quantidade, em unidades monetárias e em percentual. Analise a situação financeira geral da empresa. ESTUDO DE CASO 1: Companhia de Tecidos Santos A Companhia de Tecidos Santos é dotada da seguinte estrutura de vendas, custos e despesas: Preço de Venda: $ 63,50/metro Custos e Despesas Variáveis: $ 16,00/metro Custos e Despesas Fixas: $ 38.000,00/mensais A capacidade de produção da empresa é de 15.000 metros / mês. O nível atual de operação pe de 10.000 metros / mês. Pede-se:

a) Calcular o PE contábil em unidades e em valores monetários; b) Elaborar o gráfico do PE contábil; c) Calcular a atual margem de segurança, identificando no gráfico; d) Calcular o lucro operacional para a atual faixa de produção e vendas; e) Um aumento de 2.000 metros na atual margem de segurança causará que efeito

sobre o lucro? f) Se conseguir uma redução de 20% sobre os custos e despesas fixas atuais, o que

acontecerá com a margem de segurança em termos percentuais?; g) Caso a empresa deseje obter um lucro mensal de $ 21.850,00, quantos metros de

tecido deverão ser produzidos e vendidos por mês para atingir esse montante?; h) Se a empresa desejar um aumento de 40% sobre seus lucros atuais, quanto deverá

aumentar em quantidade de vendas? (considerar para tanto que não haverá alteração dos atuais custos e despesas.);

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Análise de Balanços 71

i) Identificar o PEF da Cia. Santos, sabendo-se que do total dos custos e despesas fixas mensais, $ 11.875,00 representam as depreciações dos equipamentos e instalações;

j) Caso a Cia., tivesse compromissos fixos mensais, por força de amortização de financiamentos anteriormente contratados, de $ 5.700,00, qual seria o PEF nessa circunstância?

ESTUDO DE CASO 2: CIA. Santa Helena S.A. A CIA Santa Helena S.A., é uma empresa líder no setor de produção de cerâmica. No exercício encerrado em 31-12-20X1, apresentou os seguintes valores em sua demonstração de resultados: Companhia Santa Helena S.A. Exercício encerrado em 31-12-20X1 (em Reais) Vendas 16.268.000,00 (-) CPV 12.640.000,00 Resultado Bruto 3.628.000,00 (-) Despesas Vendas e Administrativas 2.120.000,00 Resultado Operacional 1.508.000,00 Os custos fixos de fabricação da empresa correspondem a R$ 5.308.800,00 e as despesas fixas de vendas e administração representam R$ 1.229.600,00. A empresa havia produzido e vendido 83.000 unidades durante o ano, abaixo de sua capacidade total, que é de 100.000 unidades. Em meados do segundo semestre, recebeu uma proposta para vender 15.000 unidades ao preço de R$ 123,00 cada, para uma empresa do exterior. Todavia, o gerente de Contabilidade da Companhia Santa Helena não apoiou o fechamento do negócio por entender que o preço do pedido não era suficiente para cobrir os custos de produção. Sabendo-se que o custo variável unitário é de R$ 88,33 e que a despesa variável unitária e de R$ 10,73.

a) analise os motivos que levaram o gerente a não concordar com a proposta; b) explique a abordagem mais adequada para subsidiar questões dessa natureza.

ESTUDO DE CASO 3: A Rede de Lojas O Botikário Ltda.

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Análise de Balanços 72

A Rede de Lojas O Botikário apresentava em fins de 2007 sério problema – a rentabilidade de suas lojas não era satisfatória. Uma das sócias acreditava que uma solução poderia ser obtida por meio do fechamento de lojas deficitárias. A empresa operava cinco lojas, localizadas na região metropolitana de Salvador (Camaçari, Simões Filho Lauro de Freitas, São Sebastião e Candeias, denominadas respectivamente de A, B, C, D, e E), além de um escritório administrativo central, que funcionava também como centro de estocagem de mercadorias provenientes de São Paulo para a posterior distribuição para as lojas. O rateio das despesas do escritório central era feito com base na área de vendas de cada uma das lojas. O custo das mercadorias vendidas correspondia, em média, a 40% do preço de venda. Dados de uma auditoria independente indicaram a impossibilidade de redução dos gastos atuais da empresa – que já operava de forma muito eficiente. O escritório central possui capacidade de atendimento de até 10 lojas. Alguns dados financeiros da empresa estão apresentados na tabela a seguir. Pede-se:

a) qual ou quais lojas deveriam ser fechadas? b) A decisão de fechamento das lojas melhoraria a situação financeira da empresa?

Item A B C D E EscritórioEnergia elétrica 1.500,00 2.200,00 1.800,00 1.250,00 1.400,00 2.400,00 Salários e encargos 4.800,00 5.200,00 5.400,00 5.000,00 6.200,00 9.500,00 Depreciação 500,00 400,00 450,00 300,00 550,00 2.500,00 Aluguel 12.000,00 17.000,00 16.000,00 15.000,00 11.000,00 - Condomínio 3.600,00 2.000,00 1.600,00 2.800,00 3.100,00 - Telefone 1.200,00 1.400,00 1.300,00 1.250,00 1.600,00 2.200,00 Faturamento 50.000,00 49.000,00 53.000,00 46.000,00 49.000,00 - Área de vendas 20,00 30,00 25,00 42,00 36,00 - ESTUDO DE CASO 4: A Gráfica Quality e Performance Ltda. A empresa gráfica Quality e Performance Ltda., foi criada em dezembro de 2006. seu único produto fabricado consiste em cadernos escolares. Alguns de sue s principais dados financeiros no ano de 2007 estão apresentados na tabela a seguir. De forma inovadora, a empresa optou por trabalhar no sistema Just in time – não possui estoque nenhum.

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Descrição ValorSeguro da fábrica 800,00$ Compra de papel 30.000,00$ Depreciação de máquinas industriais 2.500,00$ Mão-de-obra fabril e encargos diretos 12.000,00$ Compra de espirais 8.000,00$ Salários e encargos fixos de vendedores 4.000,00$ Energia elétrica da fábrica 6.000,00$ Mão-de-obra fabril e encargos indiretos fixos 10.000,00$ Depreciação do prédio da fábrica 3.000,00$ Manutenção fabril 2.500,00$ Energia elétrica da administração 500,00$ Gastos fixos com propaganda 1.800,00$ Genericamente, os gastos com a mão-de-obra direta são considerados variáveis, os gastos com a mão-de-obra indireta são considerados fixos. Os gastos com propaganda são, também, fixos. Gastos com energia são considerados indiretos e variáveis. Situação 1 Sabendo que em 2007 foram produzidos e vendidos 20.000 cadernos, pode-se para determinar:

a) Qual o custo direto da empresa? b) Qual o custo de transformação anual? c) Qual o custo fabril unitário de cada caderno vendido? d) Qual o custo integral (gasto total) de cada caderno? e) Se a empresa desejasse uma margem de lucro liquida igual a $ 1,35, por quanto

deveria vender cada caderno? Situação 2 Sabendo que o preço praticado pela empresa é igual a $ 5,41 por caderno, encontre e analise:

a) Qual o ponto de equilíbrio da empresa, em unidades de produtos comercializados? b) Qual o ponto de equilíbrio em $? c) Qual a margem de segurança trabalhada pela empresa no ano de 2007?

Situação 3 Supondo que a empresa adquira nova máquina, integralmente automática, que barateie o gasto de produção variável (em decorrência de menor desperdício de matéria-prima) em 20%, porém aumente os gastos fixos anuais em 5%. Supondo a manutenção de uma produção anual de 20.000 cadernos, encontre:

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a) Qual a nova margem de contribuição da empresa? b) Qual o novo lucro unitário? c) Qual o novo ponto de equilíbrio da empresa? d) A nova aquisição seria valida?

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Análise de Balanços 75

6 Formação do Preço de Venda A determinação do preço de venda é uma questão fundamental para a empresa. Se ela praticar um preço muito alto inibirá a venda, e se o preço for muito baixo poderá não cobrir os custos e despesas. Os resultados econômicos e financeiro favoráveis dependem de um preço de venda adequado. No mercado globalizado, em muitos ramos de negócios, os preços são impostos pelo mercado, e as empresas precisam se ajustar para acompanhar tais preços. Qualquer que seja a abordagem de fixação do preço de venda, dentro das estratégias e políticas estabelecidas, as empresas analisam diversos aspectos para maximizar o lucro, tais como análise da elasticidade do preço, aspectos mercadológicos, market share, função social do produto etc. Muitos produtos lançados no mercado após sucessivos testes mercadológicos e análises econômico-financeiras favoráveis não atendem a expectativas iniciais, em razão de muitas variáveis não consideradas adequadamente ou impossíveis de ser previstas na época do estudo da viabilidade de fortes concorrentes no mercado, mudanças bruscas das condições econômicas etc. Por mais impositivo que seja o preço de mercado, a empresa não deve vender um produto que gera retorno negativo no longo prazo, a não ser que tenha objetivos estratégicos ou outras vantagens e interesses. Formação de preço com base no custo Tradicionalmente, as empresas calcular o preço de venda mediante a seguinte equação: preço de venda = custos + despesas + lucro. A formação de preço baseado nos custos é bastante simples. Uma vez calculado o custo de produção, sobre ele adicionam-se os impostos, as despesas de comercialização e administrativas e o lucro desejado. Formação de preço com base na margem de contribuição Se a empresa já conhece a MCU do produto, o cálculo do preço final de venda é relativamente simples. Suponham-se as seguintes premissas para período de um ano:

a) a empresa estima vender 10.000 unidades do produto; b) os Custos e despesas variáveis são de $ 5,20 por unidade produzida e vendida

(custo = $ 4,30; despesa = $ 0,90); c) os Custos e despesas fixos identificados para esse volume de produção são de $

36.000, ou seja, $ 3,60 por unidade vendida; d) a empresa deseja obter lucro de 15% sobre o preço de venda liquido de impostos;

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e) as alíquotas de impostos são: 18% de ICMS; 20% de IPI; e 2,65% de PIS/Cofins. O Preço de Venda Unitário (PVU) pode ser calculado em duas etapas, para melhor compreensão da forma de inclusão dos impostos no preço. O Lucro resulta da Receita Líquida deduzida de custos e despesas. Então, temos: Onde: • RLU = receita liquida unitária; • CDVU = custos e despesas variáveis unitários; • CDFU = custos e despesas fixos unitários; • LU = lucro unitário.

RLU = 5,20 + 3,60 + 0,15 RLU RLU – 0,15 RLU = 5,20 + 3,60 0,85 RLU = 8,80 RLU = $ 10,3529 A RLU é o valor que se iguala à soma dos CDVU, CDFU e LU. A seguir, calcula-se o PVU, conforme a seguinte equação: Onde: • PVU = preço de venda unitário; • %ICMS = alíquota do ICMS; • %IPI = alíquota do IPI; • %PIS/Cofins = alíquota do PIS/Cofins.

PVU = [$ 10,3529 ÷ (1 – 18%)] x [1 + (20% + 2,65%)] PVU = $ 12,6255 x 1,2265 = $ 15,4852 A estrutura de preço e mostrado no Quadro 1. Quadro 1 Estrutura de preço.

RLU = CDVU + CDFU + LU

PVU = [RLU ÷ (1 - % ICMS)] x [1 + (% IPI + % PIS/Cofins)]

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Quantidade de vendas Unitário 10.000 %Receita bruta 15,4852$ 154.852,00$ 149,57%(-) IPI + PIS/Cofins (22,65%) 2,8597 28.597,00 27,62%(=) Base de cálculo dos impostos 12,6255 126.255,00 121,95%(-) ICMS (18%) 2,27259 22.725,90 21,95%(=) Receita líquida 10,35291 103.529,10 100,00%(-) Custos variáveis 4,30 43.000,00 41,53%(-) Despesas variáveis 0,90 9.000,00 8,69%(=) Margem de contribuição total 5,1529 51.529,10 49,77%(-) Custos e despesas fixos totais 3,60 36.000,00 34,77%(=) Lucro 1,5529$ 15.529,10$ 15,00% No exemplo apresentado no Quadro 1, o IPI e a Cofins são calculados “por fora” sobre a “Base de cálculo dos impostos”, que tem o ICMS incluso. Para obter um lucro de 15% sobre a Receita líquida, o preço bruto de venda deve ser acrescido em 49,57%, de acordo com as alíquotas de impostos e estrutura de custos e despesas consideradas. Nota: As formas de cálculo para inclusão dos tributos no preço foram apresentadas somente com a finalidade didática. Na pratica, devemos nos certificar da forma correta de cálculo de cada tributo, bem como das respectivas alíquotas, pois a legislação tributária sofre constantes alterações. 6.1 O “verdadeiro” lucro embutido no preço de venda A formação do preço de venda do Quadro 1 foi feita sem considerar o conceito do valor do dinheiro no tempo. Os recebimentos e pagamentos são diferentes nos prazos e valores, o que provoca distorções sobre o lucro esperado. Vamos apurar o “verdadeiro” lucro no Quadro 2, considerando-se o custo do dinheiro, à taxa de 5% a.m., mediante a seguinte fórmula: Quadro 2 Estrutura de preço em valor REAL. Prazos Valores Valores (dias) Correntes Reais

Receita bruta -40 $

154.852,00 $

145.099,00 (-) IPI + Pis/Cofins (22,65%) -18 28.597,00 $ 27.771,98 (=) Base de Cálculo do ICMS 126.255,00 117.327,02 (-) ICMS (18%) -10 22.725,90 $ 22.359,29 (=) Receita líquida 103.529,10 94.967,73 (-) Custos variáveis 76 43.000,00 $ 48.657,30 (-) Despesas variáveis -6 9.000,00 $ 8.912,60

Valor real = valor corrente x (1 + i)(prazo/30)

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Análise de Balanços 78

(=) Margem de contribuição total 51.529,10 37.397,82 (-) Custos e despesas fixos 32 36.000,00 $ 37.923,15 (=) Lucro (prejuízo) $ 15.529,10 -$ 525,33 Considerando-se que todos os valores estão expressos em moedas de datas de recebimentos ou pagamentos, devem ser calculados para uma data focal (que pode ser a data da venda). No exemplo apresentado, considerou-se que a Receita bruta será recebida 40 dias após as vendas; o PIS e Cofins serão pagos 18 dias após as vendas; o ICMS será recolhido 10 dias após as vendas; as Despesas variáveis serão pagas seis dias após as vendas. Esses valores foram descontados para a data focal (os prazos são “negativos’, pois os valores estão sendo descontados para a data focal). Os Custos variáveis e CDFs são pagos antes das vendas, e foram atualizados para a data focal. Os custos, geralmente, são pagos muito tempo antes das vendas e ficam “estocados” (os prazos são “positivos”, pois os valores, estão sendo atualizados para a data focal). O lucro contábil previsto de $ 15.529, na realidade, será um prejuízo de $ 525, se for considerado o custo do capital, conforme os cálculos demonstrados no Quadro 2. O lucro “aparente” pode transformar-se em prejuízo, se a formação do preço de venda não levar em conta o efeito do dinheiro no tempo. Portanto, os cálculos para a determinação do preço de venda devem ser feitos em valor presente. Exercícios: Exercício 1 A Indústria Máquina de Ouro quer saber qual será seu provável preço de venda. Suponhamos as seguintes premissas para o ano corrente: • a empresa estima vender 10.000 unidades do produto; • os Custos e despesas variáveis são de $ 5,50 por unidade produzida e vendida

(custo = $ 4,30; despesa = $ 1,20); • os Custos e despesas fixos identificados para esse volume de produção são de $

40.000, ou seja, $ 4,00 por unidade vendida; • a empresa deseja obter lucro de 20% sobre o preço de venda liquido de impostos; • as alíquotas dos impostos são: PIS/Cofins 2,70%, ICMS igual a 17% e IPI de 5%.

Pede-se:

a) a receita liquida unitária; b) o preço de venda; e c) a DRE (demonstrando do lucro desejado respectivo).

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Exercício 2 As Fábricas de Espoletas Ltda., quer saber seu preço de venda. Suponha as seguintes premissas para o ano corrente: • a empresa estima vender 10.000 unidades do produto; • os Custos e despesas variáveis são de $ 6,00 por unidade produzida e vendida

(custo = $ 4,80; despesa = $ 1,20); • os Custos e despesas fixos identificados para esse volume de produção são de $

45.000, ou seja, $ 4,50 por unidade vendida; • a empresa deseja obter lucro de 15% sobre o preço de venda liquido de impostos; • as alíquotas dos impostos são: PIS/Cofins 2,50%, ICMS igual a 7% e IPI de 3%.

Pede-se:

a) a receita liquida unitária; b) o preço de venda; e c) a DRE (demonstrando do lucro desejado respectivo).

Exercício 3 As Indústrias Alimentícias Quero Mais Ltda., precisam saber qual seu preço de venda para seu produto. Assim sendo suponha as seguintes premissas para o ano corrente: • a empresa estima vender 20.000 unidades do produto; • os Custos e despesas variáveis são de $ 120.000,00 (custos = $ 80.000,00 e despesas

= $ 40.000,00); • os Custos e despesas fixos identificados para esse volume de produção são de $

90.000,00; • a empresa deseja obter lucro de 25% sobre o preço de venda liquido de impostos; • as alíquotas dos impostos são: PIS/Cofins 2,50%, ICMS igual a 17% e IPI de 15%.

Pede-se:

a) a receita liquida unitária; b) o preço de venda; e c) a DRE (demonstrando do lucro desejado respectivo).

Exercício 4 Em relação ao exercício 1, a empresa deseja saber seu verdadeiro lucro embutido no preço de venda. Assim sendo considere os seguintes prazos de recebimento e pagamento: • a Receita bruta será recebida 40 dias após as vendas;

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• o PIS e Cofins serão pagos 20 dias após as vendas; • o ICMS será recolhido 10 dias após as vendas; • as Despesas variáveis serão pagas seis dias após as vendas; • os Custos variáveis e CDFs são pagos antes das vendas (80 e 30 dias

respectivamente); • taxa = 5% am.

Pede-se para calcular:

O valor REAL da: o Receita bruta; o PIS e Cofins; o ICMS; o Despesas variáveis; o Custos variáveis; o CDFs; e o DRE (valor futuro).

Exercício 5 Em relação ao exercício 2, a empresa deseja saber seu verdadeiro lucro embutido no preço de venda. Assim sendo considere os seguintes prazos de recebimento e pagamento: • a Receita bruta será recebida 30 dias após as vendas; • o PIS e Cofins serão pagos 20 dias após as vendas; • o ICMS será recolhido 8 dias após as vendas; • as Despesas variáveis serão pagas 10 dias após as vendas; • os Custos variáveis e CDFs são pagos antes das vendas (70 e 30 dias

respectivamente); • taxa = 6% am.

Pede-se para calcular:

O valor REAL da: o Receita bruta; o PIS e Cofins; o ICMS; o Despesas variáveis; o Custos variáveis; o CDFs; e o DRE (valor futuro).

Exercício 6

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Análise de Balanços 81

Em relação ao exercício 3, a empresa deseja saber seu verdadeiro lucro embutido no preço de venda. Assim sendo considere os seguintes prazos de recebimento e pagamento: • a Receita bruta será recebida 50 dias após as vendas; • o PIS e Cofins serão pagos 15 dias após as vendas; • o ICMS será recolhido 10 dias após as vendas; • as Despesas variáveis serão pagas 12 dias após as vendas; • os Custos variáveis e CDFs são pagos antes das vendas (76 e 35 dias

respectivamente); • taxa 5,5% am.

Pede-se para calcular:

O valor REAL da: o Receita bruta; o PIS e Cofins; o ICMS; o Despesas variáveis; o Custos variáveis; o CDFs; e o DRE (valor futuro).

Exercício 7 As Indústrias Pira-Pirou Ltda., gostariam de vender seus produtos com uma margem de lucro (lucro desejado) igual a 10%. Sabe-se que seu custo variável da empresa é igual a $ 54,00 por unidade, as despesas variáveis estão em torno de $ 10.000,00 no total, seus custos e despesas fixas são 50% a mais que os custos variáveis. Os impostos que incidem na venda são:

o ICMS = 17%; IPI = 15% e PIS/Cofins = 3% Com base nessas informações e sabendo, pede-se: Obs.: foram produzidas e comercializadas 10.000 unidades

a) a receita liquida unitária; b) o preço de venda; e c) a DRE (demonstrando do lucro desejado respectivo).

Exercício 8 Em relação ao exercício anterior, a empresa deseja saber seu verdadeiro lucro embutido no preço de venda. Assim sendo considere os seguintes prazos de recebimento e pagamento:

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Análise de Balanços 82

• a Receita bruta será recebida 55 dias após as vendas; • o PIS e Cofins serão pagos 20 dias após as vendas; • o ICMS será recolhido 10 dias após as vendas; • as Despesas variáveis serão pagas 15 dias após as vendas; • os Custos variáveis e CDFs são pagos antes das vendas (76 e 40 dias

respectivamente); • taxa 7% am.

Pede-se para calcular:

O valor REAL da: a. Receita bruta; b. PIS e Cofins; c. ICMS; d. Despesas variáveis; e. Custos variáveis; f. CDFs; e g. DRE (valor futuro).

Exercício 9 Os administradores da Indústria Cofag, produtora de amortecedores para veículos pesados, têm um Capital Integralizado no valor de $ 3.333.333,33 e tem como meta um lucro de $ 2.000.000 por ano sobre o capital integralizado. A empresa possui uma capacidade prática pra produzir até 58.000 unidades por ano, mas vem conseguindo efetuar cerca de 90% da produção total. Seus custos e despesas variáveis são os seguintes (em $): Matéria-prima (por unidade) 110,00 Embalagem (por unidade) 28,00 Mão-de-obra direta (por ano) 300.000,00 Comissões sobre vendas (por mês) 12.000,00 Seus custos e despesas fixas, por ano, são (em $): Supervisão da fábrica 100.000,00 Depreciação de máquinas da produção 900.000,00 Despesas de administração geral 200.000,00 Os impostos que a Indústria costuma recolher são: ICMS, IPI e PIS/Cofins com suas respectivas alíquotas, 12%, 15% e 3,70%. Com base nessas informações e sabendo que os prazos de recebimento e pagamento, são: • a Receita bruta será recebida 60 dias após as vendas; • o PIS e Cofins serão pagos 30 dias após as vendas;

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Análise de Balanços 83

• o ICMS será recolhido 20 dias após as vendas; • as Despesas variáveis serão pagas 25 dias após as vendas; • os Custos variáveis e CDFs são pagos antes das vendas (76 e 40 dias

respectivamente); • taxa 4% am.

Pede-se para calcular:

O valor corrente e REAL da: a. Receita bruta; b. PIS e Cofins; c. ICMS; d. Despesas variáveis; e. Custos variáveis; f. CDFs; e g. DRE (valor corrente e futuro).

ESTUDO DE CASO 1: Restaurante Aquilo Delícias. Após a expansão da cidade em direção ao litoral norte, criou-se considerável demanda por restaurantes na região. Visando atender a essa potencial clientela, Petros Andrade, ex-executivo de um importante grupo europeu, resolveu aplicar suas economias na construção de um moderno e eficiente restaurante de comida por quilo: o Aquilo Delicias. Os investimentos orçados para o restaurante podem ser vistos na tabela seguinte:

Item Valor ($) Compra do imóvel 100.000,00 Reforma e adequação do imóvel 40.000,00 Compra de máquinas 28.000,00 Compra de móveis e utensílios 22.000,00 Investimento em capital de giro 10.000,00 Os gestores desejam obter por mês uma margem de lucro (lucro desejado) de 10% sobre os investimentos. Estima-se que a depreciação do prédio ocorrerá em 20 anos e a dos moveis, maquinas e utensílios, em 10 anos. A empresa é isenta de Imposto de Renda.

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Análise de Balanços 84

O restaurante deverá ser operado com nove funcionários (produção) e três funcionários dos setores administrativo, de acordo com a relação apresentada a seguir. Os encargos e provisões sobre o salário-basse alcançam 126%. Relação de funcionários:

Funcionário Quantidade Salário-base mês Cozinheiro 02 $ 400,00 Copeiro 01 $ 300,00 Garçons 04 $ 280,00 Ajudantes Gerais 02 $ 250,00 Gerente Financeiro 01 $ 1.000,00 Auxiliar administrativo 02 $ 380,00 Materiais consumidos mensalmente:

Item Consumo (kg) Preço médio (kg) Carnes 1.800 8,00 Cereais 2.100 6,00 Verduras 1.300 5,00 Frutas 800 4,50 Temperos 90 3,00 Diversos 20 18,00 Além dos gastos já mencionados, a empresa estima os custos e despesas fixas, descritos como:

Descrição Valor mensal Serviços externos de segurança 800,00 Energia elétrica 260,00 IPTU 180,00 Contador 300,00 Total 1.540,00 A empresa recolhe ICMS com alíquota igual a 12% sobre o preço de venda, já considerados os eventuais créditos fiscais. Despreze o imposto de renda nos cálculos. Sabendo que deverão ser comercializados 6.000 kg por mês, estime qual deve ser o preço mínimo cobrado pelo kg da refeição, de forma a remunerar competitivamente os recursos colocados na empresa. ESTUDO DE CASO 2: Empresa de Fármacos _ Kenion

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Análise de Balanços 85

A Kenion, empresa de fármacos, através de seus gestores, decidiram expandir seus negócios, para conseguir crescer em seu mercado (ramo de atividade) e conseqüentemente obter maior faturamento e rentabilidade, assim sendo, obteve os seguintes gastos: Investimentos

As taxas de depreciação de maquinas e equipamentos / móveis e utensílios são de 10% ao ano, e as de veículos, são de 20% ao ano. Os gestores desejam obter um lucro de 18.000% ao ano. A empresa Kenion, opera com 100 funcionários, ou seja:

Obs.: os encargos e provisões sobre o salário-base alcançam 130%. O consumo de gastos diretos estão apresentados na tabela abaixo:

O consumo de outros custos e despesas fixos estão apresentados na tabela abaixo:

A empresa recolhe ICMS, IPI e PIS/Cofins, com alíquotas de 12%, 15% e 3,65%, respectivamente.

Descrição Valor ($)aquisição de maquinas e equipamentos para a produção 80.000,00aquisição de computadores e softwares 30.000,00compra de veiculos para a produção 60.000,00compra de móveis e utensilios 15.000,00Investimento em capital de giro 50.000,00

funcionários quantidade salario-base mêslinha de produção 80 500 média salarialsupervisores 5 800administrativo 10 750vendas 5 850

descrição consumo (Kg) preço médio (kg)matéria-prima 40.000 6,00 insumos 8.000 10,00 combustiveis 50.000 2,50 solventes 10.000 7,50 embalagens 5.000 0,50

descrição valor mensalenergia eletrica 40.000seguros da fabrica 8.000manutenção de maquinas 50.000limpeza e conservação 10.000

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Análise de Balanços 86

Sabendo que deverão ser vendidos 500 kg por mês, estime qual deve ser o preço de venda por mês, mínimo cobrado pelo kg dos produtos fabricados, de forma a alavancar os recursos investidos na empresa. Exercício 10 Em relação ao Estudo de Caso 2, a empresa deseja saber seu verdadeiro lucro embutido no preço de venda. Assim sendo considere os seguintes prazos de recebimento e pagamento: • a Receita bruta será recebida 70 dias após as vendas; • o PIS e Cofins serão pagos 20 dias após as vendas; • o ICMS será recolhido 15 dias após as vendas; • as Despesas variáveis serão pagas 15 dias após as vendas; • os Custos variáveis e CDFs são pagos antes das vendas (60 e 30 dias

respectivamente); • taxa de 60% aa.

Pede-se para calcular:

O valor REAL da: a. Receita bruta; b. PIS e Cofins; c. ICMS; d. Despesas variáveis; e. Custos variáveis; f. CDFs; e g. DRE (valor futuro).

ESTUDO DE CASO 3: A Oficina Mecânica dos Ônibus Seguros Ltda. A empresa Transportadora Ônibus Seguros Ltda., consiste na principal operadora de transporte urbano, intermunicipal e interestadual de uma grande cidade do Sudeste do país. Sua frota consta, atualmente, de mais de 4.000 ônibus que, periodicamente, precisam ser revisados e ajustados. Com o objetivo de melhorar os serviços mecânicos da empresa, a direção optou por abrir uma nova filial, destinada exclusivamente às atividades de revisão. No inicio do ano de 2001, a empresa Oficina Mecânica dos Ônibus Seguros Ltda., foi aberta. Os gastos incorridos durante todo o ano inicial estão apresentados na tabela seguinte:

Itens Valor Compra de equipamentos mecânicos para as revisões 1.500.000,00 Gastos com a aquisição de móveis e computadores para a área 50.000,00

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administrativa da nova empresa Gastos com a construção do prédio da oficina mecânica 4.000.000,00 Salários e encargos do pessoal administrativo da nova empresa 100.000,00 Aquisição de suprimentos para as revisões (80% foram consumidos) 600.000,00 Salários e encargos de mecânicos 400.000,00 Outros custos fixos da oficina 200.000,00 Os equipamentos da oficina e da área administrativa deverão ser depreciados em dez anos. O prédio é quase integralmente utilizado pela área de revisões da oficina e deve ser depreciado segundo a sua vida útil, estimada em 20 anos. No período analisado, foram feitas 5.000 revisões mecânicas, com características bastante similares. A empresa pretende obter um lucro de R$ 30.000,00 por ano. A empresa recolhe ICMS com alíquota igual a 12% sobre o preço de venda, já considerados os eventuais créditos fiscais. Despreze o imposto de renda nos cálculos. Pede-se:

a) Qual o preço estimado das revisões por mês? Exercício 11 Em relação ao Estudo de Caso 3, a empresa deseja saber seu verdadeiro lucro embutido no preço de venda. Assim sendo considere os seguintes prazos de recebimento e pagamento: • a Receita bruta será recebida 76 dias após as vendas; • o ICMS será recolhido 10 dias após as vendas; • as Despesas variáveis serão pagas 15 dias após as vendas; • os Custos variáveis e CDFs são pagos antes das vendas (70 e 30 dias

respectivamente); • taxa de 60% aa.

Pede-se para calcular:

O valor REAL da: a. Receita bruta; b. ICMS; c. Despesas variáveis; d. Custos variáveis; e. CDFs; e f. DRE (valor futuro).

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Exercício 12 (Enade 2006) A Empresa Custakaro Ltda., apresentou, em determinado momento, os dados abaixo:

De acordo com esses dados, qual o percentual de participação da matéria-prima em relação ao custo variável total dos produtos Alpha e Beta, nessa ordem? (a) 25% e 50% (b) 44% e 46% (c) 50% e 25% (d) 50% e 75% (e) 75% e 50%

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