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CARTA DE SÃO BRUNO AOS MONGES DE CHARTREUSE

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CARTA DE SÃO BRUNO

AOS MONGES DE CHARTREUSE

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São Bruno (1030 - 1101)

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O Fundador da Ordem Cartusiana, São Bruno, é conhecido como o santo do

silêncio, mas o profundo da sua alma fica oculta para muitos de nós.

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Ele é o santo que, amando com verdadeira paixão a Verdade e o Bem, condensou toda sua oração no louvor

do Bem divino: “Ó Bondade...!”

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Na carta que Bruno dirige a seus irmãos de Chartreuse, ele nos

permite partilhar da sua alegria pelo amor de Deus.

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É o santo do qual o Papa Bento XVI nos tem dito:

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"A missão de São Bruno, o santo de hoje, é clara e podemos dizer que é interpretada na oração deste dia que nos recorda que a sua

missão foi silêncio e contemplação.  

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Mas silêncio e contemplação têm uma finalidade: servem para conservar, na

dispersão da vida quotidiana, uma união permanente com Deus.  

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Esta é a finalidade: que na nossa alma esteja sempre presente a união com Deus e que esta

união transforme todo o nosso ser.  

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Silêncio e contemplação, características de São Bruno, servem para poder encontrar na

dispersão de cada dia esta profunda e contínua união com Deus." 

Papa Bento XVI - 06 de julho de 2007

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Eis o caminho de santificação ao qual nos chama hoje Bruno num convite para

nos alegrarmos sempre no Senhor.

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CARTA DE SÃO BRUNO

AOS MONGES DE CHARTREUSE

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Aos seus irmãos, singularmente amados em Cristo, frei Bruno saúda no

Senhor.

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Tendo tomado conhecimento do inflexível rigor da vossa razoável e verdadeiramente louvável disciplina pelo relato pormenorizado e consolador do nosso felicíssimo irmão Landuíno

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e tendo também ouvido falar do vosso santo amor e incessante zelo por tudo quanto seja integridade e virtude, o meu espírito exulta no Senhor.

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Na verdade, exulto e sinto-me impelido a louvar e a dar graças ao Senhor; não obstante, suspiro amargamente.

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Exulto, sim, como é justo, pelo aumento dos frutos das vossas virtudes;

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mas sinto dor e envergonho-me por jazer inerte e negligente na sordidez dos meus pecados.

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Alegrai-vos, pois, meus caríssimos irmãos, pela sorte da vossa felicidade e pela largueza da graça de Deus sobre vós.

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Alegrai-vos, porque escapastes dos muitos perigos e naufrágios do tempestuoso mundo.

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Alegrai-vos, porque alcançastes o refúgio tranqüilo e seguro de um porto escondido,

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a que muitos desejam chegar; e muitos, com algum esforço, o intentam, mas não chegam.

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E mesmo muitos, depois de o terem conseguido, são excluídos dele,

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porque nenhum deles tinha recebido de Deus esse dom.

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Assim, meus irmãos, tende por certo e provado que quem quer que tenha desfrutado deste anelado bem,

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se de qualquer modo o perder,

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lastimar-se-á por toda a vida, se tiver algum respeito e cuidado pela salvação da sua alma.

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De vós, meus caríssimos irmãos leigos, digo: “A minha alma

glorifica ao Senhor” (Lc 1,46), porque...

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observo a grandeza da sua misericórdia sobre vós, segundo a

exposição do vosso prior e pai amantíssimo, que muito se gloria e

alegra a vosso respeito.

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Também eu me alegro, porque, estando desprovidos da ciência das letras, Deus todo-poderosos grava

com o seu dedo nos vossos corações,

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não só o amor mas também o conhecimento

da sua santa Lei.

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Com as vossas obras, efetivamente, mostrais o

que amais e o que conheceis.

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Porque, como praticais com todo o cuidado e zelo a

verdadeira obediência, que é cumprimento dos

mandamentos de Deus,

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bem como chave e selo de toda a disciplina espiritual, é claro que recolheis sabiamente o fruto suavíssimo e vital da

Escritura divina.

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Esta obediência nunca existe sem muita humildade e insigne

paciência e vai sempre acompanhada do casto amor do Senhor e da verdadeira caridade.

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Permanecei, pois, meus irmãos, no estado a que chegastes, e evitai como uma peste esse bando

malsão de alguns leigos cheios de falsidade ...

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que fazem circular os seus escritos,

mussitando o que não entendem nem amam,

e contradizem com palavras e obras.

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Ociosos e giróvagos, detratores de quantos são bons e religiosos, pensam merecer louvor difamando os que de fato têm direito

a ele

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e aborrecem a obediência e toda

a disciplina.

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Quis reter comigo frei Landuíno por causa das

suas graves e freqüentes enfermidades;

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mas, como pensa que sem vós nada lhe resulta são,

nada alegre, nada reconfortante e útil, não

consentiu.

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Assegurou-me, feito uma fonte de lágrimas por vós

e com muitos suspiros, quanto vos aprecia e com que perfeita caridade vos

ama a todos.

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não quis coagi-lo em nada para não o ferir a ele ou a vós, que me sois muito queridos pelo mérito das vossas virtudes.

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Por isso, irmãos, solicitamente vos advirto e vos peço com humildade e

instância

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que a caridade que tendes no coração a

mostreis em obras para com ele,

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como vosso prior e pai amantíssimo,

subministrando-lhe com delicadeza e atenção

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o que necessita por causa das suas

numerosas enfermidades.

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Se não consentir neste dever de humanidade,

preferindo pôr em perigo a saúde e a vida

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a omitir algo do rigor da disciplina corporal, isso

deve reprovar-se absolutamente.

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Talvez se envergonhe, ele que é o primeiro na religião, de ser o último nisto, temendo que, por

sua causa,

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algum de vós se faça um tanto remisso e

tíbio, o que penso não há que recear de modo

nenhum.

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E, para que não sejais privados desta graça, vos

autorizo, caríssimos,

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a fazer as minhas vezes somente nisto, para que

possais obrigá-lo respeitosamente

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a tomar o que tenhais preparado para a sua saúde.

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Quanto a mim, irmãos, sabei que o meu único desejo, depois de Deus, é ir até vós e ver-vos.

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E, quando puder, pô-lo-ei em prática, com a ajuda de Deus.

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Adeus

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LAUS DEO

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LAUS DEO

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Produzido por Dr. Dário A S Mattos Teólogo e médico psiquiatra

[email protected]

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